Tópicos | abelhas

Um alimento açucarado pode gerar uma leve agitação nas abelhas e melhorar seu humor, tornando-as até mesmo otimistas, de acordo com uma pesquisa publicada na quinta-feira (29) na revista Science, que sugere que os polinizadores também têm sentimentos.

Considerando que as emoções são subjetivas e difíceis de medir - particularmente nos animais - pesquisadores analisaram como o comportamento das abelhas mudou depois que elas tomaram um gole de uma solução de sacarose.

Eles descobriram que as abelhas aprenderam a voar mais rápido para um recipiente com uma bebida açucarada dentro do que para um que continha apenas água.

"As abelhas que receberam uma recompensa de 60% de sacarose para induzir um estado afetivo positivo voaram mais rápido para o cilindro do que as abelhas não recompensadas", disse o estudo, liderado por Clint Perry na Universidade de Londres.

Os pesquisadores comparam o comportamento dos insetos à "forma como as pessoas felizes são mais propensas a fazer julgamentos otimistas sobre situações ambíguas".

As abelhas agitadas pelo açúcar pareceram também se recuperar mais rapidamente de um susto - quando foram brevemente capturadas e soltas, como se tivessem sido atacadas por uma aranha predadora - do que as abelhas que não tinham recebido a recompensa doce.

"Alimentos doces podem aumentar as emoções positivas e melhorar o humor em adultos humanos, e reduzir o choro e as caretas de recém-nascidos em resposta a estímulos aversivos", disse o estudo.

"Se beber uma solução de sacarose causou um estado semelhante a uma emoção positiva em abelhas, previmos que, após o consumo, a reação aversiva das abelhas ao 'predador' seria atenuada", acrescentou.

"De fato, as abelhas que consumiram uma solução de sacarose antes do 'ataque' levaram menos tempo para reiniciar a procura de alimento", concluiu.

Os pesquisadores disseram que o estudo apoia "a noção de que invertebrados têm estados que se ajustam aos critérios que definem as emoções".

Mas ainda há muito a ser entendido sobre o que as abelhas podem estar sentindo, e como isso é importante para a sua sobrevivência.

"Se os estados parecidos com emoções em insetos são acompanhados por sentimentos emocionais ou não permanece sem resposta", disse um comentário relacionado ao estudo de Michael Mendl e Elizabeth Paul.

"Mas a possibilidade da consciência em insetos passa agora a ser tema de novas teorias excitantes e vigorosos debates", concluiu.

Como se não bastassem as condições precárias do atendimento do Hospital Getúlio Vargas, no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, pacientes agora têm que lidar com mais uma situação de descaso da saúde pública de Pernambuco. Uma infestação de abelhas no Bloco Cirúrgico e na Sala de Recuperação da unidade hospitalar tem provocado revolta e mal-estar em quem precisa realizar o atendimento médico no hospital. 

À espera de uma cirurgia em uma sala com sete leitos, um paciente, que preferiu não se identificar, deu entrada na unidade de saúde na segunda-feira (8) e contou que nos turnos da tarde e da noite foram vistas pelo menos dez abelhas dentro da sala de cirurgia, no 2º andar. Para ele, a situação é absurda e preocupa os pacientes que dependem do atendimento da saúde pública. 

##RECOMENDA##

[@#video#@]


Outro paciente que está no local há mais tempo denunciou de que na semana anterior foi preciso transferir as pessoas de uma das salas de cirurgia por causa da infestação das abelhas. Ele acredita que os insetos venham de uma árvore localizada bem ao lado de uma das janelas do Bloco Cirúrgico. Uma enfermeira da unidade hospitalar comentou que basta acender as lâmpadas que as abelhas voltam a aparecer dentro das salas. 

Referência para o tratamento de doenças respiratórias, em especial a tuberculose, traumato-ortopedia, clínica médica, urologia, cirurgia geral e pediatria, o Hospital Otávio de Freitas, localizado no bairro de Tejipió, atende cerca de 2,3 mil pacientes mensalmente na emergência e também enfrenta situação semelhante. Apesar do alto número de atendimento, o problema da unidade de saúde com animais que invadem os leitos e salas dos profissionais de trabalho é constante. 

Uma profissional de saúde que trabalha no laboratório da unidade hospitalar revelou que desde o tempo que trabalha no hospital a situação é recorrente. "Aqui, já vimos entrar muitos escorpiões e cobras dentro do laboratório. Uma vez, uma cobra saiu de dentro do vaso sanitário e ficamos muito assustados", lamentou. 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, profissionais de saúde do local já solicitaram dois chamados para combater o enxame de abelhas no hospital, nos dias 31 de julho e 2 de agosto. Os Bombeiros informaram que foram ao local, mas apenas atuam em medidas emergenciais, quando os insetos colocam em risco a integridade física das pessoas. Eles informaram que para solucionar a situação é necessário dedetizar o local com profissionais específicos da área da apicultura.

Segundo uma das equipes dos Bombeiros que esteve no local, nenhum funcionário soube informar onde poderia estar a colmeia. "O problema só poderia ser melhor checado caso evacuassem os pacientes dos leitos, o que é muito inviável", explicou o assessor de comunicação dos Bombeiros, José Ednaldo. O sargento explicou que o combate às abelhas tem que ser feito durante a noite, quando elas se recolhem. Durante o dia, corre o risco dos animais ficarem irritados e picarem os pacientes e profissionais.

A reportagem do Portal LeiaJá entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e recebeu um posicionamento da instituição. Em nota, a direção do Hospital Otávio de Freitas informou que uma equipe da manutenção da unidade já foi deslocada ao local para avaliar e solucionar o problema.

[@#galeria#@]

Parece uma história de livro infantil, mas não é. Um enxame de abelhas ficou morando em cima de um veículo offroad durante dois dias na cidade de Haverfordwest, no País de Gales, no último final de semana. Sem saber, a motorista aprisionou a abelha rainha no seu carro, o que fez suas 'fiéis seguidoras' fazerem companhia à líder.

##RECOMENDA##

Carol Howarth, uma senhora de 68 anos, acabou por acomodar em sua Mitsubish Outlander uma abelha rainha quando estacionou seu carro em uma reserva natural em sua cidade. Ela acabou arrumando um grande problema, já que as abelhas não deixaram seu carro durante dois dias. Mas ela não quis retirar os insetos de qualquer forma. "A última coisa que eu ia querer era alguém jogando água fervente para afastá-las", disse ela ao The Telegraph.

A solução foi acionar uma Associação de Apicultores - criadores de abelhas - que cautelosamente retiraram as abelhas do carro. Mas não era o fim da história. Na manhã seguinte, os insetos voltaram a ocupar sua Outlander. Outra vez Howarth acinou os apicultores, que livraram seu veículo das 'abelhudas' após horas de trabalho.

[@#podcast#@] 

A preservação de espécies de animais polinizadores é importante não apenas para a biodiversidade do planeta, mas para garantir a oferta de alimentos para a população. Mais de três quartos das principais lavouras de alimentos no mundo dependem, em algum grau, dos serviços de polinização animal, seja para garantir o volume ou a qualidade da produção e cerca de 90% das plantas  também dependem dessas espécies.

Essas informações e os problemas que cercam os polinizadores foram estudadas pelos especialistas da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), criada no âmbito das Nações Unidas. O grupo divulgou um estudo alertando que um número crescente de espécies de animais polinizadores está ameaçado de extinção em todo o mundo.

##RECOMENDA##

O relatório “Polinização, polinizadores e produção de alimentos”, divulgado durante sessão plenária da IPBES, no último dia 26 de fevereiro, em Kuala Lumpur, na Malásia, aponta que fatores como a mudança no uso da terra, a agricultura intensiva, o uso indiscriminado de pesticidas e alterações climáticas estão colocando em risco a biodiversidade dos polinizadores e, em consequência, a produção de alimentos, o equilíbrio dos ecossistemas, a saúde e bem-estar das pessoas e a economia global.

Os polinizadores mais conhecidos são as abelhas, mas há também outras espécies, como moscas, borboletas, besouros, pássaros, morcegos e alguns vertebrados, como lagartos e pequenos mamíferos.

Insuficiência de dados

 

A professora sênior do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, Vera Fonseca, uma das coordenadoras do relatório, explica que, apesar de não haver uma avaliação em nível global, por insuficiência de dados, os estudos disponíveis mostram que 16,5% dos polinizadores são ameaçados com algum nível de extinção, e cerca de 30% deles estão em ilhas.

“No Brasil, temos cinco espécies de abelhas que são consideradas ameaçadas em nível nacional. Temos também listas regionais como no Rio Grande do Sul, por exemplo, e temos vários lugares onde não há absolutamente dado algum sobre monitoramento e avaliação de polinizadores. Nós temos muitas falhas no conhecimento nesse caso”, disse Vera, explicando que é preciso estudar melhor essas populações para fazer políticas específicas de tirar essas abelhas da lista vermelha de extinção.

O incentivo às coleções biológicas, o trabalho de museus e a formação de taxonomistas é importante, segundo a professora, para montar uma base de dados de estudo, avaliação e proposição de políticas públicas e ações futuras.

“Nem sabemos direito quais são os polinizadores silvestres de cada cultura, então cada vez que se tem um uso inadequado de pesticidas, por exemplo, isso prejudica também a fauna local. Isso precisa ser estudado e avaliado para unirmos não só o controle de pragas, que a agricultura precisa, mas também as boas práticas de uso e conservação de polinizadores e medidas de mitigação se necessário”, explicou a professora.

Aumento da produtividade agrícola

Vera diz que entre as espécies cultivadas no Brasil que dependem ou são beneficiadas pela polinização animal estão o açaí, maracujá, abacate, tomate, mamão, dendê, a maçã, manga, acerola, e muitas outras frutas, além da castanha-do-pará, do cacau e do café. Soja, algodão e canola também produzem mais quando suas lavouras são visitadas por polinizadores.

“Muitas vezes esses vários polinizadores vêm de uma área preservada perto de uma cultura agrícola. Temos muitos polinizadores importantes para serem usados na agricultura e eles têm um valor grande para a nossa produção”, disse, contando que a riqueza gerada com auxílio dos polinizadores no Brasil foi estimada em torno de US$ 12 bilhões.

 

O desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável é uma das medidas necessárias para reverter esse quadro, com a diversificação das paisagens agrícolas e a redução do uso de pesticidas. É possível ainda manejar espécies de abelhas próximo às lavouras, para aumentar a diversidade e a combinação com espécies silvestres. “No Brasil temos cerca de 1,8 mil espécies de abelha, além das outras espécies de polinizadores manejáveis”, disse Vera.

A professora explicou ainda que, à medida que a população vai crescendo e necessitando de mais alimentos, a expansão agrícola vai colocando a conservação sob pressão. “Uma produção maior em menor área é tudo que os conservacionistas também querem. E nossa grande ferramenta para isso é o uso dos polinizadores”, explicou.

O relatório sobre os polinizadores é o primeiro de uma série de diagnósticos sobre a situação da biodiversidade no planeta, previstos para serem divulgados pelo IPBES até 2019. O grupo de especialistas divulgou ainda um sumário direcionado aos formuladores de políticas públicas, a ser enviado aos países.

“Nesse sumário estão estratégias que poderiam ser usadas para políticas de conservação, informações sobre como promover as condições para a vida dos polinizadores, como transformar as paisagens agrícolas e como fazer a aproximação entre a sociedade, a natureza e os polinizadores”, disse a professora.

[@#galeria#@] 

Para mostrar a importância do papel das abelhas no equilíbrio dos ecossistemas, a Embrapa Amazônia Oriental realizou na manhã desta sexta-feira (11), em Belém, o evento de reabertura do Meliponário Iratama, mais conhecido como "Casa das Abelhas". O evento marcou a abertura de visitação pública em 2016 e reuniu pesquisadores, produtores rurais e estudantes. 

##RECOMENDA##

No evento que retomou as atividades do Meliponário Iratama, foram apresentadas espécies de abelhas nativas sem ferrão estudadas pela Embrapa e a utilização de cada espécie na cadeia produtiva de alimentos. 

A "Casa das Abelhas" tem cerca de 600 metros quadrados com trilhas lúdico-pedagógicas, apresentando os insetos aos visitantes, sua dinâmica social e produtiva. O espaço também oferece visitas monitoradas que integram o projeto “Abelhas sem ferrão ensinam crianças e adultos a importância da conservação ambiental e uso sustentável dos recursos naturais”.

Em entrevista ao portal LeiaJá, Cristiano Menezes, que é pesquisador da Embrapa na área de meliponicultura-criação de abelhas sem ferrão, falou sobre o Meliponário Iratama. "O meliponário sempre foi usado para pesquisas e atividades de transferência de tecnologia e de educação. Esse local tem uma importância muito grande na formação das pessoas e na divulgação da atividade de criação de abelhas sem ferrão  aqui da região", disse. 

O pesquisador destacou a contribuição do projeto para a capital paraense. "Por causa do projeto de meliponicultura, Belém se tornou um dos maiores polos de produção de mel de abelha sem ferrão. Hoje nós temos criadores em localidades como São João de Pirabas, Salina e Bragança, que formam uma cadeia de produtores com um grande número de colônias, que estão produzindo muito mel", informou.  

Alimentação - De acordo com Cristiano Menezes, as abelhas sem ferrão têm uma importância ecológica e economica muito grande. "Em torno de 80% das plantas precisam de polinização por abelhas. Então, as abelhas assumem o papel de principais polinizadoras das plantas silvetres. Sem elas, as plantas deixariam de produzir frutos e sementes, o que causaria o declínio das florestas. A importância economica é que 40% dos alimentos produzidos no mundo precisam de polinização por abelhas , ou seja, se não tivermos abelhas, perdemos uma grande parte da produção mundial de alimento". 

Camila Leão, pesquisadora do projeto de meliponicultura e bolsista de doutorado da Universidade Federal do Pará (UFPA), contou em entrevista ao portal LeiaJá o que o projeto representa para ela: "O projeto é uma oportunidade de sair das pesquisas do laboratório e conseguir trazer as pessoas para conhecerem a Embrapa como um todo, mas especialmente o projeto abelhas sem ferrão". 

[@#video#@]

O papel das abelhas na alimentação humana vai muito além da produção mel e seus subprodutos. Esses insetos têm responsabilidade direta em cerca de 40% da produção mundial de alimentos por meio do serviço de polinização a uma infinidade de culturas agrícolas. Também são personagens centrais na garantia da biodiversidade de espécies vegetais em todo o mundo.  Pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental estudam esses insetos há quase três décadas e desenvolvem projetos que contribuem para evitar o declínio de polinizadores e garantir a sustentabilidade na produção de alimentos pela agricultura. 

Parte dessa pesquisa será apresentada nesta sexta-feira (11), a partir das 9 horas, em Belém, iniciando-se com a abertura da visitação pública no ano de 2016 ao Meliponário Iratama. O espaço é uma das principais ferramentas pedagógicas do projeto Meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) e Educação Ambiental desenvolvido pela instituição e foi totalmente repaginado, com novo paisagismo e adequação das trilhas às normas de segurança e padrões lúdico-pedagógicos. Com diversas caixas de abelhas sem ferrão, informações didáticas e uma diversidade de plantas melíferas, o meliponário recebe produtores rurais, pesquisadores e estudantes de todas as idades, contribuindo para o despertar do saber científico e o desenvolvimento das diversas cadeias produtivas associadas.

##RECOMENDA##

Os visitantes serão apresentados às espécies de abelhas nativas sem ferrão estudadas pela Embrapa e conhecerão um pouco de sua biologia, suas relações sociais e a utilização de cada espécie na cadeia produtiva de alimentos, seja na produção de mel, pólen e própolis, como em sua relação com a produtividade de frutas e demais culturas vegetais. O passeio termina com a degustação do mel de abelhas das espécies uruçu cinzenta e amarela, bastante apreciadas no mercado. À tarde, haverá um seminário sobre meliponicultura no auditório Condurú, da Embrapa Amazônia Oriental.

O evento retoma as atividades do Meliponário Iratama, que na língua indígena tupi-guarani quer dizer “casa das abelhas”. São cerca de 600 metros quadrados com trilhas lúdico-pedagógicas apresentando os insetos aos visitantes, sua dinâmica social e produtiva. As visitas monitoradas integram o projeto “Abelhas sem ferrão ensinam crianças e adultos a importância da conservação ambiental e uso sustentável dos recursos naturais”. O projeto acredita que esses insetos são um curioso e proveitoso instrumento didático, pois atraem a atenção, estimulam a curiosidade das crianças, adolescentes e adultos, já que possuem características biológicas, ecológicas, econômicas e históricas muito relacionadas aos conceitos envolvidos na educação ambiental.

De acordo com Cristiano Menezes, pesquisador participante do projeto, por meio das abelhas é possível inserir a problemática ambiental e obter respostas práticas por parte das famílias e escolas envolvidas em ações de proteção ambiental e melhoria da qualidade de vida. Ele explica que a criação desses insetos pode ser uma fonte de renda extra à agricultura familiar, além de uma atividade de conservação da biodiversidade. “Iniciativas como essa devem ser incentivadas, pois contribuem para um futuro mais equilibrado entre a produção agrícola e conservação da nossa biodiversidade”, enfatiza o pesquisador.

Até maio, as visitas estão reservadas para estudantes das escolas públicas na área de entorno da Embrapa Amazônia Oriental, como parte da programação “Embrapa nos 400 anos de Belém” e projeto Embrapa&Escola. Após esse período, estarão abertas as inscrições para as demais escolas da capital e Região Metropolitana de Belém.

Serviço

Apresentação do projeto Meliponicultura e Educação Ambiental e reabertura do Meliponário Iratama. Data: 11 de março de 2016. Hora: 9 horas. Local: Embrapa Amazônia Oriental (travessa Enéas Pinheiro s/n, bairro do Marco).

Com informações de Kélem Cabral, da Embrapa Amazônia Oriental.


Um enxame atacou cerca de 20 pessoas na tarde deste domingo (8) perto da Praça dos Macacos, no centro de Poços de Caldas (MG), onde acontecia uma Feira de Artesanato. Três das vítimas tiveram de ser hospitalizadas, sendo duas mulheres e uma menina de três anos.

Os insetos estavam em uma árvore e ainda não se sabe o que gerou o ataque. A maioria das pessoas foi atendida no próprio local pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Bombeiros também prestaram socorro às vítimas e tomaram medidas para evitar que mais pessoas fossem picadas.

##RECOMENDA##

Algumas ruas tiveram de ser fechadas e agentes do Departamento Municipal de Trânsito foram chamados para controlar o fluxo de veículos na região.

Por Tatiane Monteiro

Mais de duas mil abelhas de espécie nativa da Amazônia são monitoradas por microchips nas colmeias do meliponário científico da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, no Pará. O estudo é uma parceria da Embrapa, do Instituto Tecnológico Vale, da Universidade Federal do Pará e do CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Reserarch Organisation) - agência de pesquisa australiana. A pesquisa pretende observar o comportamento rotineiro das abelhas e as mudanças na temperatura.

##RECOMENDA##

As abelhas da espécie uruçu-cinzenta (Melipona fasciculata) são monitoradas 24 horas ao dia por meio de antenas que enviam sinal para o chip implantado em cada abelha, que funciona como uma etiqueta de identificação. Os microchips têm o tamanho da metade de um grão de arroz e com cerca de cinco miligramas. As informações armazenadas nos chips são enviadas pra um minicomputador. Com os dados apurados é possível entender se as mudanças climáticas comprometem o trabalho dos insetos.

Segundo Giorgio Venturieri, pesquisador da Embrapa, é a primeira vez que o estudo é aplicado em abelhas brasileiras. De acordo com pesquisador, o estudo está na fase inicial, mas algumas descobertas já são visíveis. “É possível saber com precisão o horário de entrada e saída da colmeia de cada abelha monitorada e esse dado é comparado com o clima do dia. Assim sabemos quais as condições ideais para coleta de das operárias e fazer projeções, em um possível cenário de mudanças ambientais, de como a sobrevivência da colônia pode ser afetada”, disse Giorgio.

Outra importante constatação feita pelos pesquisadores é que as abelhas nem sempre voltam para a mesma colmeia. “Uma das técnicas de manejo que desenvolvemos foi agrupar as colmeias dentro de um abrigo coletivo, onde colocamos 30 ou 40 caixas de abelhas juntas e verificamos que as abelhas entram umas nas caixas das outras e elas têm mais afinidade pra entrar nas caixas de nível horizontal”, afirmou Giorgio.

O pesquisador conta ainda que com essa descoberta é possível fazer o deslocamento de uma caixa de abelhas sem se preocupar com a perda de operárias. “É possível levar uma caixa de um lugar para o outro durante o dia que o criador não perderá abelhas, pois elas vão entrar nas caixas do lado”, contou Giorgio.

O próximo passo da pesquisa é aprimorar o sistema eletrônico para futuramente responder a mais questionamentos. “Estamos ajustando a tecnologia e aprimorando o sistema de monitoramento remoto dos dados e assim fazermos futuros questionamentos, como por exemplo, como qual é a idade da abelha que se dedica a uma determinada tarefa?”, finaliza Giorgio Venturieri. 

Especial para o LeiaJá Pará.

As abelhas não estão se adaptando bem às mudanças climáticas. Ao invés de migrarem para o norte para buscarem temperaturas mais clementes, estes insetos cruciais para a polinização estão morrendo, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira (9).

A pesquisa publicada na revista Science é o primeiro estudo que explica a responsabilidade da mudança climática para o declínio das populações de abelhas e mamangabas a nível mundial. Até agora, os principais suspeitos desta diminuição eram a utilização de pesticidas, doenças e parasitas.

"Imagine um parafuso. Agora imagine que o habitat das abelhas é no centro do parafuso", disse o principal autor do estudo, Jeremy Kerr, professor de macroecologia e conservação na Universidade de Ottawa.

"Conforme o clima esquenta, as espécies de abelhas e mamangabas são esmagadas por este 'parafuso climático' que comprime as zonas geográficas onde o inseto consegue viver", explicou. "O resultado é o declínio rápido e generalizado dos polinizadores em todos os continentes, que não é devido ao uso de pesticidas ou à perda de habitat", acrescentou.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram quase meio milhão de registros - anotados por museus e cientistas voluntários - de 67 espécies de abelhas e mamangabas na América do Norte e Europa desde o início dos anos 1900.

"O território abrangido pelas abelhas no sul da Europa e da América do Norte caiu cerca de 300 quilômetros. O escopo e o ritmo destas perdas são sem precedentes", disse Kerr. Esses insetos "geralmente não conseguem" migrar para o norte. Ao contrário das borboletas, que se mudam mas não desaparecerem, acrescentou o estudo.

As abelhas são muito importantes para a agricultura e para a vida silvestre porque polinizam plantas, flores e frutos. Caso as emissões de efeito estufa não sejam reduzidas, a redução da polinização poderia fazer que algumas plantas, frutos ou legumes se tornem mais escassos e mais caros, alertou o estudo.

Soldados do Corpo de Bombeiros (CBMPE) realizaram, no início da tarde deste sábado (28), a retirada de uma colmeia de abelhas. Os insetos estavam no galho de uma arvora, na Praça de Casa Forte, na Zona Norte do Recife.

De acordo com o CBMPE, quando o quebrou galho caiu as abelhas ficaram bastante agitadas e estavam atacando pessoas que passavam pelo local. Os Bombeiros foram acionados e enviaram uma equipe para realizar a remoção.

##RECOMENDA##

Já suspeitos de matar abelhas, os chamados pesticidas neonicotinoides - ou neônicos - também afetam populações de aves, possivelmente eliminando os insetos dos quais se alimentam, revelou um estudo publicado na Holanda esta quarta-feira (9).

O novo artigo é publicado depois que um painel internacional de 29 especialistas revelou que aves, borboletas, minhocas e peixes estavam sendo afetados por inseticidas neonicotinoides, embora detalhes desse impacto sejam incompletos.

Estudando regiões na Holanda onde a água superficial tinha altas concentrações de uma substância química chamada imidacloprida, descobriu-se que a população de 15 espécies de aves caiu 3,5% anualmente em comparação com lugares onde o nível do pesticida era muito menor.

A queda, monitorada de 2003 a 2010, coincidiu com o aumento do uso da imidacloprida, destacou o estudo conduzido por Caspar Hallmann, da Universidade Radboud, em Nijmegen.

Autorizado na Holanda em 1994, o uso anual deste neonicotinoide aumentou mais de nove vezes em 2004, segundo cifras oficiais. Descobriu-se que grande parte deste produto químico foi disperso em concentrações excessivas.

Ao acabar com os insetos - uma fonte de alimento crucial na época da reprodução -, ele afetou a capacidade das aves de procriar, sugeriram os autores, alertando que outras causas não poderiam ser excluídas.

Nove das 15 espécies de aves monitoradas eram exclusivamente insetívoras. "Nossos resultados sugerem que o impacto dos neonicotinoides no ambiente natural é inclusive mais substancial do que foi reportado no passado", revelou a pesquisa, publicada na revista "Nature".

"No futuro, a legislação deveria levar em conta os efeitos em cascata potenciais dos neonicotinoides nos ecossistemas", acrescentou.

Também chamados de neônicos, estes pesticidas são amplamente usados no tratamento de sementes para cultivos aráveis. Eles são projetados para serem absorvidos pela muda em crescimento e são tóxicos para o sistema nervoso central de pestes devoradoras de plantios.

Em um comentário publicado na "Nature", o biólogo Dave Goulson, da Universidade de Sussex, na Grã-Bretanha, disse que os neonicotinoides podem ter um impacto de longo prazo nas populações de insetos.

Cerca de 5% do ingrediente ativo do pesticida é absorvido pelo cultivo, afirmou. A maior parte do restante entra no solo e na água subterrânea, onde pode persistir por meses, ou até anos. Diminuir à metade as concentrações pode levar mais de mil dias.

Como resultado, as substâncias químicas se acumulam, sendo os campos aspergidos sazonal, ou anualmente, afirmou. Gordon disse que o processo é similar ao do DDT, um pesticida conhecido, cujos danos ao meio ambiente vieram à tona em 1962, graças à pesquisa de Rachel Carson, que resultou no livro "Primavera Silenciosa".

A discussão sobre os neônicos tem aumentado desde o final dos anos 1990, quando os apicultores franceses culparam-nos pelo colapso das colônias de abelhas melíferas. Em 2013, a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla em inglês) declarou que os pesticidas neônicos representavam um "risco inaceitável" para as abelhas.

A isto se seguiu um voto da União Europeia a favor de uma moratória de dois anos ao uso de três substâncias químicas neonicotinoides amplamente utilizadas nos cultivos de flores, que são visitados pelas abelhas.

Mas a medida não afeta a cevada e o trigo, nem afeta pesticidas usados em jardins e em áreas públicas. No mês passado, a Casa Branca determinou que a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos faça sua própria revisão sobre os efeitos dos neonicotinoides nas abelhas.

Veneno de abelha para tratar a esclerose múltipla, pólen para a digestão, mel como cicatrizante. A Romênia é um país de vanguarda na apiterapia, uma medicina alternativa cujas raízes remontam à antiguidade. "A colmeia é a farmácia natural mais antiga e mais saudável", diz Cristina Mateescu, a dinâmica diretora do Instituto Romeno de Pesquisa e Desenvolvimento Apícola.

Já na Grécia antiga, Hipócrates aplicava mel para curar feridas e os romanos qualificavam o pólen de "pó que dá vida". Na Índia, na China e no Egito antigo, o própolis, substância resinosa que as abelhas obtêm nos brotos de algumas árvores, também era apreciado por suas virtudes cicatrizantes e antissépticas.

Na Romênia, país de uma natureza exuberante cortada pelos montes Cárpatos, os produtos da colmeia sempre estiveram muito presentes na medicina tradicional. "Na minha cidade, minha bisavó era curandeira e usava mel. Ela me inspirou", conta à AFP a doutora Mariana Stan.

Médica alopata clássica durante anos, ela atualmente trabalha em Bucareste com a apiterapia, "cujos resultados são mais lentos, porém mais duradouros e profundos", assegura. Em um país com valores rurais arraigados, muitas famílias continuam usando o própolis no inverno contra as dores de garganta e as doenças das vias respiratórias, enquanto o mel e o pólen são usados como estimulantes imunológicos.

Pioneira da apiterapia

Todas as cidades têm seus "plafar", herbolários onde se criam produtos à base de plantas, mel, cera de abelhas e própolis. Elena Barbu, veterinária em Bucareste, compra o pólen cru "essencial" para aliviar seus problemas digestivos. "A Romênia é pioneira em apiterapia, que reconheceu muito cedo como um componente da medicina científica", explica à AFP o professor americano Theodor Charbuliez, presidente da comissão de apiterapia Apimondia, uma federação que reúne apicultores do mundo todo.

Foram introduzidos, na formação médica clássica, módulos de apiterapia e o extrato de própolis, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento Apícola, foi reconhecido oficialmente como medicamento. Este Instituto, fundado em 1974, emprega atualmente 105 pessoas. Além das pesquisas para garantir a saúde das colônias de abelhas locais, em particular a "Apis Mellifera Carpatica", comercializa uns trinta produtos homologados.

Até mesmo cães e gatos são tratados com apiterapia! Bucareste também abriga um centro médico de apiterapia, o primeiro aberto no mundo, em 1984.

Doina Postolachi vai duas vezes por semana tomar injeções de veneno de abelha (apitoxina). Aos 34 anos, esta poetiza de olhos de um azul intenso "recuperou a esperança" em sua luta contra a esclerose múltipla. "Há um ano, não conseguia caminhar, nem entrar na banheira. Meus pés estavam grudados no chão, mas hoje o tratamento com o veneno devolveu a força às minhas pernas, caminho, posso tomar banho", conta, feliz.

O veneno é coletado de forma suave, sem matar as abelhas, explica, aliviada. Doina nunca quis se submeter a tratamentos químicos clássicos, "que têm muitos efeitos colaterais". Apesar da falta de estudos científicos que demonstram os efeitos positivos do veneno da abelha e do ceticismo da medicina clássica, muitos pacientes em todo o mundo elogiam este método alternativo. Os defensores da apiterapia estimam que a indústria farmacêutica poderia ver com maus olhos estes tratamentos, em geral bastante baratos.

Abelhas que fazem maravilhas

O interesse da medicina nas abelhas cresce apesar desse receio em todo o mundo. Em 2013, a universidade americana Washington, de Saint-Louis (Missouri) publicou um estudo sobre a eficácia da melitina (toxina contida no veneno da abelha) nos tratamentos contra o vírus da Aids.

Na França, milhares de pacientes utilizaram ataduras de mel no serviço de cirurgia digestiva do hospital de Limoges (centro). Os produtos da colmeia, sobretudo a geleia real, tônica e antirrugas, também são cada vez mais usados na cosmética, diz Nelly Pfeiffer, proprietária de um salão especializado em Bucareste.

A qualidade dos produtos da colmeia é uma preocupação essencial para os adeptos da apiterapia. "Na Romênia, temos a sorte de que a natureza está muito preservada", diz Cornelia Dostetan, apicultora e membro da sociedade nacional de apiterapia. Sob o regime comunista, a escassez impediu o uso de pesticidas. Hoje, a flora ainda é muito variada devido à ausência de grandes áreas de monocultura agrícola como na Europa ocidental, diz.

A qualidade do mel romeno seduziu, inclusive, o príncipe Charles, da Inglaterra. Certificada como orgânica, a sociedade romena Apiland, especializada em pólen cru, lançou a marca Abelha Feliz na França e na Itália.

Segundo o último censo agrícola de 2010, a Romênia conta com 42.000 apicultores e 1,3 milhão de famílias de abelhas. Doina as olha com "imensa gratidão". "Estes seres minúsculos fazem maravilhas. Erguem montanhas e salvam a vida de seres humanos", justifica.

Um enxame de abelhas africanizadas levou pânico aos 17,9 mil moradores de Paranapanema, no sudoeste paulista, no final da tarde de quinta-feira (6). Os insetos saíram de um matagal e, em revoada, invadiram várias casas no centro da cidade. Pelo menos oito pessoas ficaram feridas por ferroadas das abelhas, entre elas três crianças e um idoso.

As vítimas tiveram de receber atendimento médico no hospital municipal. Quatro pessoas, com um número elevado de picadas, ficaram em observação e só foram liberadas à noite. Vários cães também viraram alvo das abelhas, mas todos sobreviveram. Os bombeiros de Itapetininga, cidade vizinha, foram acionados, mas quando chegaram ao local o enxame já havia deixado a cidade.

##RECOMENDA##

Uma corte polonesa sentenciou nesta terça-feira (11) a quatro meses de prisão com direito a sursis uma mulher considerada culpada de matar dois milhões de abelhas pelo uso excessivo de um pesticida contra mosquitos.

A mulher, identificada pelo tribunal simplesmente como Joanna S., devido a leis de privacidade, era encarregada de uma operação mata-mosquitos e descobriu-se que ela usou um pesticida sem a autorização necessária do Ministério da Saúde. "A operação (mata-mosquito) também poderia ter custado vidas humanas", disse Lucjan Furmanek, diretor da associação de apicultores de Gorlice, sudeste da Polônia.

##RECOMENDA##

"Eu espero que a decisão da corte evite outros imprudentes desastes ambientais", acrescentou, citado pela agência de notícias polonesa PAP. A decisão do tribunal de Gorlice abre a porta para que apicultores possam entrar com uma ação civil por danos vinculados à morte maciça de abelhas, que se seguiu à operação de pulverização do inseticida, em 2010.

Inundações registradas naquele ano na cidade vizinha de Biecz estimularam um nascimento incomumente alto de mosquitos nas águas paradas.

Um garoto de 12 anos morreu, nesta segunda-feira (4), após ser atacado por abelhas quando fazia rapel com o pai, no fim de semana, em uma pedreira de Mogi Mirim, no interior de São Paulo. João Faustino, de 43 anos, foi com o filho Davi Faustino, de 12 anos, praticar rapel - descida de paredões e montanhas, com uso de cordas - na pedreira, neste domingo (3).

Os dois não viram o enxame e foram atacados. Eles foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros e internados na Santa Casa de Mogi Mirim. O corpo do menino será enterrado no Cemitério Colina das Flores, em Mogi Mirim, na tarde desta segunda.

##RECOMENDA##

SÃO BENTO DO UNA (PE)- No último sábado (17)  um enxame de abelhas causou um acidente em São Bento do Una, no Agreste de Pernambuco. Elas estavam aglomeradas em um canto da parede de uma loja do centro da cidade e por volta das 11h, elas se libertaram do enxame.

No total, 42 pessoas foram picadas, incluindo um idoso de 91 anos. Eles foram levados para o Hospital Municipal Teresa Mendonça, onde receberam socorro. Todo foram medicados e liberados 30 minutos depois. Dois idosos que foram picados tiveram que ficar em observação na unidade médica, mas também foram liberados no fim da tarde.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter o enxame e voltará ao local na noite desta segunda (19) para matar as abelhas. O comércio local ficou fechado durante todo o sábado por causa do ataque.

Muitos chineses se submetem a dolorosas sessões de picadas de abelhas acreditando que curam ou previnem doenças como a artrose e o câncer, mas os especialistas ocidentais desmentem essa crença. Wang Menglin, acupunturista que fez das abelhas sua especialidade, submeteu em sua clínica de Pequim mais de 27 mil pacientes a esta terapia em que cada sessão pode implicar dezenas de picadas dolorosas.

"Agarramos a abelha entre os dedos, a apertamos contra um ponto do corpo e a pressionamos até que tire o ferrão", explicou Wang em seu consultório, situado nos arredores da capital chinesa. As abelhas que ele usa, e que morrem depois de picar o paciente, pertencem a uma variedade importada da Itália, explicou.

Além das técnicas de dessensibilização para prevenir reações alérgicas às próprias picadas, não existe prova médica formal sobre a eficácia do veneno destes insetos. Para Wang Menglin, trata-se de um método tradicional com efeitos bem reais. "Tratamos pacientes com doenças que vão de artrite ao câncer com resultados positivos", assegurou.

As picadas de abelha servem, segundo ele, para curar a "maioria das doenças comuns que afetam os membros inferiores" do corpo, embora também a título preventivo. O portal científico americano sciencebasedmedicine.org não duvida em classificar de "charlatanismo" este tratamento que se apresenta como uma panaceia, lembrando que "nenhuma demonstração científica justifica o uso" da "apiterapia".

Mas os pacientes de Wang Menglin acreditam de pés juntos no tratamento. Um deles assegura que os médicos tinham lhe diagnosticado um câncer de pulmão e um tumor no cérebro e tinham lhe dado um ano de vida, mas sua expectativa de vida dobrou graças às abelhas. "Desde o ano passado até agora, acho que (meu corpo) melhorou consideravelmente", declarou à AFP.

Os especialistas da American Cancer Society, organização especializada na luta contra o câncer, são claros: "não existe nenhum estudo clínico sobre humanos que mostre eficácia alguma do veneno das abelhas ou de outros produtos da colmeia para curar ou prevenir o câncer", assegurou. "Confiar neste único tipo de tratamento e evitar ou atrasar cuidados médicos convencionais pode ter consequências muito sérias para a saúde", advertiu um artigo publicado na página da instituição na internet.

Segundo o mesmo portal, há referências corânicas às propriedades medicinais das secreções da abelha e até o próprio imperador Carlomagno (742-814) teria se beneficiado de tratamentos com picadas. Nos países ocidentais também foi usado o veneno da abelha para os pacientes que sofrem de esclerose múltipla, uma doença neurológica crônica que ataca o sistema nervoso central.

Mas a National Multiple Sclerosis Society, organização americana que ajuda as pessoas que sofrem desta doença, adverte que "apesar das antigas afirmações sobre os benefícios do veneno de abelha, um estudo de 24 semanas não mostrou nenhuma regressão da doença, da paralisia ou do cansaço (dos pacientes) ou nenhuma melhora do bem-estar".

O veneno de abelha é um dos muitos produtos de origem animal ou vegetal usado na medicina chinesa tradicional, que é responsabilizada por aumentar a pressão sobre as espécies ameaçadas. A medicina tradicional é uma parte importante do sistema sanitário do país. Muitos pacientes não podem pagar remédios convencionais.

Disponível na maioria dos hospitais e favorita entre os idosos, a medicina tradicional constitui em si uma verdadeira indústria, que continua sendo alvo de investimentos importantes e tem o apoio do governo central. Um setor lucrativo para as empresas especializadas e os praticantes. Em 2012, o setor movimentou 516 bilhões de iuanes (63 bilhões de euros), 31% do total da produção médica no país, segundo o escritório nacional de estatística.

A Argentina é conhecida por sua história com a apicultura, mas as vendas e exportações de mel têm caído bruscamente desde 2004, segundo a ONU. O levantamento feito até 2012 indicou que a queda de venda foi de 120 mil toneladas para 70 mil. Essa diferença está ligada ao avanço do cultivo de soja no país, que prejudica as abelhas, como explica Roberto Imbeti, da associação argentina de apicultores. "O pasto é criado e ao redoro brotam flores naturalmente, assim há alimentos para as abelhas. O inseto busca essas flores e acha o que precisa. Quando todo o campo é arado e a soja brota, a terra fica vazia para as abelhas. Não há nada", comenta.

O país é o segundo maior exportador mundial, mas os preços internacionais e os custos internos aumentaram, os apicultores têm que achar outras saídas para o negócio. Ángel e Fernando moravam nos Pampas, uma região fértil, mas que também cresceu com a soja, passando de 12 para 20 milhões de hectares em 10 anos. Os dois são apaixonados pela profissão e tiveram que mudar o local de trabalho para poder manter a tradição na apicultura. Assim como outros trabalhadores, eles tiveram que recolher 400 colmeias para salvar o negócio, as abelhas e manter a estabilidade. Alguns apicultores não tiveram a mesma sorte e terminaram abandonando as atividades.

O aluguel de colmeias para polinização de árvores frutíferas tem sido uma ótima saída, além de se tornar uma nova saída para quem quer lucro. O Delta do Paraná, região para onde os apicultores estão levando suas colmeias, contém flores em abundância e isso faz com que o mel produzido seja de alta qualidade, mas o negócio não floresce. É aí que entra a polinização, uma atividade essencial para a continuidade da produção dos alimentos, já que o mundo consume cerca de um terço dos alimentos.

##RECOMENDA##

Um ataque de abelhas durante o intervalo de aula deixou 76 feridos nesta terça-feira, entre alunos, professores e funcionários de uma escola rural, na cidade de Capivari (SP). Segundo os Bombeiros, havia cerca de 150 pessoas no pátio da escola Professora Ferraz de Camargo Penteado, que funciona dentro da fazenda, da Usina São Francisco, que pertence à Raízen.

Funcionários da empresa faziam a limpeza do mato que cerca a escola quando acidentalmente atingiram o enxame. Os bombeiros afastaram as abelhas usando o jato d'água e encaminharam as vítimas para hospitais da região. Ninguém ficou ferido gravemente. Um professora teve sangramento no nariz, foi atendida e liberada.

##RECOMENDA##

Três pessoas foram hospitalizadas, em São Sebastião do Paraíso (MG), por causa de um ataque de abelhas neste domingo. As vítimas passavam perto de uma casa, na Rua Soares Neto, no centro da cidade, quando foram atacadas pelas abelhas. Elas tentaram correr, mas receberam muitas ferroadas, principalmente no rosto, pescoço e nos braços.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi chamada ao local e precisou fechar a rua, além de ajudar os moradores do local a deixarem o imóvel, como medida preventiva. A remoção da colmeia só foi concluída no início da noite, e a rua liberada. As vítimas foram medicadas e deixaram o hospital pouco tempo depois.

##RECOMENDA##

Outro ataque semelhante foi registrado três dias antes na cidade mineira de Cabo Verde. Cinco pessoas ficaram feridas. Entre elas, um aposentado de 71 anos que precisou ser internado devido às mais de 200 picadas que levou.

Cuidados

De acordo com os bombeiros, quando as abelhas estão juntas e atacam, elas podem matar. O maior risco é para pessoas alérgicas, que podem não suportar as ferroadas. No Brasil, a abelha mais comum é da espécie Europa Africanizada, um tipo bastante agressivo. O ideal é não tentar retirar as colmeias, procurando ajuda especializada.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando