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Primeiro veio a seca, que matou dois filhos de Ruqiya Hussein Ahmed, na Somália. Depois, veio a guerra na Ucrânia, elevando tanto o preço da comida que agora ela mal consegue manter os outros dois que sobreviveram. "Aqui, não temos nada", disse. "Meus filhos morreram de fome. Eles sofreram."

Na África Oriental, a seca deixou 13 milhões de pessoas passando fome severa - principalmente na Somália, Quênia e Etiópia. As colheitas atingiram o nível mais baixo em décadas e crianças desnutridas lotam hospitais. Na Etiópia, a guerra civil agrava a situação e impede a entrega de ajuda na região de Tigray - o primeiro carregamento em três meses chegou ontem. O conflito na Ucrânia piorou a crise ao pressionar o preço de grãos, combustíveis e fertilizantes.

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Rússia e Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais de trigo, soja e cevada. Ao menos 14 países africanos importam metade de seu trigo dos dois países. "O conflito agravou uma situação já complicada", disse Gabriela Bucher, diretora da ONG Oxfam. "A região precisa da solidariedade internacional - e agora."

TRAGÉDIAS

Além da seca e da guerra, a pandemia interrompeu as cadeias de fornecimento e forçou muita gente a pagar mais por comida. Para piorar, uma infestação de gafanhotos no Quênia, a guerra civil na Etiópia, inundações no Sudão do Sul e os ataques terroristas na Somália contribuíram para a destruição de fazendas, o esgotamento das colheitas e o agravamento da crise alimentar.

Agora, a guerra na Ucrânia pode reduzir ainda mais "a quantidade e a qualidade" da comida, segundo Sean Granville-Ross, diretor da ONG Mercy Corps. "Atender às necessidades da população se tornará mais caro e desafiador", disse.

O resultado já é evidente na Somália, onde o preço de 20 litros de óleo de cozinha aumentou de US$ 32 para US$ 55, enquanto 25 quilos de feijão agora custam US$ 28, em vez de US$ 18. No Sudão, o pão quase dobrou de preço e algumas padarias fecharam por causa da queda de 60% das importações de trigo desde o início da guerra. No Quênia, o preço da gasolina subiu, provocando protestos.

A guerra também afetou o Programa Mundial de Alimentos, que neste mês reduziu as rações para refugiados na África Oriental e no Oriente Médio. Os recursos necessários para evitar a crise também não fluem mais, disse Bucher. Apenas 3% dos US$ 6 bilhões que a ONU precisa este ano para Etiópia, Somália e Sudão do Sul foram alocados. "O mundo precisa vir em socorro da África Oriental para evitar uma catástrofe", disse ela.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que vai se mudar para a África caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) não seja reeleito neste ano. A afirmação foi feita na noite da quarta-feira (30), durante um jantar promovido pelo grupo Esfera Brasil. 

“Afirmo com toda a tranquilidade a vocês, daqui a um ou cinco anos vou para Uganda, Ruanda, Tanzânia? Uma coisa que não tenho dúvida nenhuma: se não for o presidente Bolsonaro [na presidência], game over. Por quê? A Caixa, durante anos, era o paraíso do Carnaval em Salvador [com patrocínio], montando aquela festa toda. Por isso, muitas coisas não andavam, isso eu vi”, disse Guimarães, de acordo com O Globo. 

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O jantar contava com cerca de 30 empresários e teve a presença da secretária especial do Ministério da Economia, Daniela Marques. O presidente da Caixa também teria falado na “ingenuidade” de quem acha que a Caixa não voltaria a ser o que era antes “com qualquer presidente que não seja Bolsonaro”. 

Ele usou como exemplo o nome do ex-deputado Geddel Vieira Lima, ex-vice-presidente da Caixa entre 2011 e 2013. Em 2017, a Polícia Federal (PF) encontrou R$ 51 milhões no apartamento do ex-presidente da empresa, que acabou sendo preso. 

À época, a acusação apontou ligações de Geddel com um esquema criminoso supostamente operado por ele mesmo, que realizava desvios da Caixa. “O cara que menos mandava na Caixa era o presidente. Quem mandava? O cara que botou o cara lá, o vice-presidente que ‘achou’ 51 milhões de reais em notas na casa da mãe dele”, disparou.

No encontro, Guimarães disse ter alterado 11 dos 12 vice-presidentes da Caixa quando assumiu a presidência, e ainda falou do desejo de superar o Banco do Brasil em alguns anos, sobretudo com o domínio na área do agronegócio.

Mesmo com os planos, O Globo apontou que Guimarães informou no jantar que os planos estariam em risco caso Bolsonaro perdesse as eleições, e que os cargos dentro da empresa voltariam a ser divididos entre as legendas partidárias.

Rinhas de cães são ilegais na África do Sul. Em Ocean View, porém, uma curiosa cidade criada durante o Apartheid para que a espetacular costa entre mar e montanha fosse privilégio apenas dos brancos, alguns ainda desafiam o tabu desses confrontos mortais.

Em 1968, terra adentro, longe da praia, o regime racista sul-africano construiu casas para populações mestiças - chamadas "de cor" -, deslocadas dos portos de pesca e dos balneários da Península do Cabo.

Ocean View reflete o cinismo e a crueldade do Apartheid (regime de segregação racial) que chamou de "vista para o mar" uma cidade construída para estacionar milhares de pessoas afastadas da costa e que ficariam anos sem ver o Atlântico.

Nesta localidade de classe média de 14.000 habitantes, nem miserável nem de ostentações, as casas de tijolo e concreto rivalizam com terrenos baldios ressecados pelo sol, escassa grama e pedras aqui e ali. A poucos quilômetros de distância, no entanto, há paisagens dos sonhos, com colinas verdes que caem, abruptamente, sobre praias de areia branca.

Em suas ruas, pitbulls e outros cães potencialmente agressivos estão por toda a parte nas ruas. Nenhum de seus donos - a maioria, jovens entre 20 e 35 anos - quis dar seu nome.

As rinhas de cães são ilegais, e a polícia às vezes consegue evitá-las.

"Pagam informantes que dão dicas das lutas que estão sendo preparadas", diz um fã da prática que também não quis se identificar.

Apesar do cerco da polícia, algumas acontecem, em um "ringue" que pode ser montado tanto em um apartamento, quanto no alto de um morro, "na floresta".

É preciso se isolar, porque "um cão chora", faz barulho, explica um jovem que assiste a essas rinhas mortais.

Uma briga pode render "entre 5.000 e 20.000 rands (de 300 a 1.200 euros)", diz o dono de um cachorro, que desistiu dessa atividade perigosa.

"Os donos acertam a data com pelo menos oito meses de antecedência e, nesse período, treinam seus cães", relata.

As rinhas mais terríveis podem durar "entre 40 minutos e três horas, e terminar na morte de um" dos animais.

Para além desta atividade ilícita e clandestina, a criação de cachorro se tornou uma questão de prestígio social em Ocean View,. e eles protegem contra roubo, ou outras situações desagradáveis.

"Meu cachorro é o mais forte!", diz um dos donos, com orgulho.

"Ninguém vai pular meu muro. Meu cachorro é mau. Muito mau!", elogia outro.

A Polícia Federal apreendeu nessa quarta-feira (26) 15 girafas e prendeu dois homens por maus tratos aos animais no Portobello Resort & Safari, em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio de Janeiro. A ação foi feita no âmbito de inquérito policial instaurado pela Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (Delemaph) e acompanhada por analistas ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para verificar informações acerca da morte de três espécimes, de um conjunto original de 18 girafas importadas da África do Sul.

Os policiais federais e os analistas ambientais constataram a situação de maus tratos dos animais e, diante disso, dois homens, responsáveis pela manutenção dos cativeiros, foram presos. As girafas foram apreendidas. O Ibama ficará responsável pela supervisão e adotará todas as providências necessárias para resguardar a integridade das girafas.

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Os presos foram conduzidos à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, onde foram autuados. A investigação prosseguirá com o objetivo de apurar as circunstâncias e a legalidade da importação dos animais, bem como as condições de manutenção e cuidado das girafas.

Defesa

No dia 14 de dezembro de 2021, seis girafas derrubaram a cerca de proteção e fugiram. Em seguida, elas foram recapturadas e três delas morreram. Em nota, o BioParque do Rio, responsável pelo resort safari, informou que durante as operações de manejo, um grupo de girafas escapou de uma área de contenção e, após o retorno às baias, os animais não resistiram. 

As girafas são bastante sensíveis e, por isso, determinadas situações podem levar ao desequilíbrio orgânico do animal. O BioParque do Rio “reitera a responsabilidade com o manejo de fauna, com os projetos de longo prazo de restauração da natureza e afirma não haver maus tratos como tentam sugerir em denúncias infundadas.”

A nota informa que o resort trabalha com muita seriedade no tripé da pesquisa, conservação e educação e com muita responsabilidade e cuidado no manejo da fauna, inclusive com um projeto de longo prazo para um programa dedicado à conservação integrada de girafas.

“O grupo de 18 girafas veio de um local autorizado para manejo sustentável e desenvolvimento comunitário com essas espécies na África do Sul. A instituição foi devidamente aprovada pelos órgãos competentes brasileiros e sul-africanos”, diz a nota em outro trecho.

O documento diz ainda que “ assumimos o compromisso de sermos os coordenadores no Brasil do Grupo de Trabalho para os esforços de conservação da girafa pela Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB). Neste papel, o BioParque do Rio liderará as pesquisas e projetos de conservação da espécie no país, com foco principal no desenvolvimento de técnicas utilizando a genética e a tecnologia da reprodução para o aumento da espécie”.

O manejo de espécies é uma importante ferramenta complementar de conservação da biodiversidade e a ela foi dedicado o artigo 9º da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), assinado pelo Brasil em 1992.

A África soma mais de 10 milhões de casos de coronavírus, segundo os dados do Centro de Controle e de Prevenção de Doenças da União Africana, consultados pela AFP neste domingo (9).

As estatísticas mostram que até sábado foram registrados 10.028.508 casos nos 55 Estados-membros da União Africana.

O total de mortes foi de 231.157, segundo o órgão multilateral.

As infecções aumentaram bastante desde que, no final de novembro, foi detectada a variante ômicron, o que fez vários países do continente imporem novas restrições.

Os números da vacinação de cerca de 1,2 bilhão de pessoas que vivem na África são escassos, devido a um acesso limitado às doses e à relutância de parte da população em se vacinar.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou nesta sexta-feira (7) ao Comitê Interministerial do governo federal que viajantes com passagem pela África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue nos últimos 14 dias sejam submetidos às mesmas medidas definidas para os demais países.

A solicitação vem após a expansão da variante Ômicron da Covid-19, identificada em mais de 100 países, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde. Os procedimentos recomendados pelo órgão regulador estão em portaria do governo publicada em dezembro do ano passado.

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O documento permite a entrada de passageiros de procedência internacional, brasileiros ou estrangeiros, desde que respeitados os seguintes procedimentos: apresentar antes do embarque resultado negativo de teste para covid feito até 72 horas antes da viagem, preenchimento da Declaração de Saúde do Viajante (DSV) e comprovante de vacinação contra a doença.

Caso não tenha recebido o imunizante, o passageiro precisa enfrentar uma quarentena de cinco dias após desembarque no País. No quinto dia, a pessoa fará um teste RT-PCR e, se o resultado der negativo, poderá sair do isolamento. O Centro de Informações Estratégicas em Saúde (CIEVS) de cada região ficará responsável pelo monitoramento.

As restrições para os países africanos foram pedidas pela Anvisa em 26 de novembro, após a identificação da nova cepa. Na ocasião, a agência solicitou suspensão imediata dos voos procedentes das localidades e também da autorização de desembarque de passageiros que tivessem passado por algum dos países nos 14 dias anteriores à adoção da medida.

"Como a gente deixou chegar nesse ponto? Como a gente riu disso?", questiona um personagem no longa "Medida Provisória", uma distopia na qual o governo brasileiro ordena o "retorno" das pessoas negras para a África sob o pretexto de reparar o passado escravocrata.

Estreia do ator Lázaro Ramos na direção, o filme segue sem previsão de lançamento comercial, em meio a dificuldades com a Agência Nacional do Cinema (Ancine). Foi exibido pela primeira vez no Brasil durante o 23º Festival Internacional de Cinema do Rio, com uma calorosa recepção.

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A liberação para o público geral depende da Ancine, que há mais de um ano não dá retorno conclusivo aos recursos submetidos pela produção, segundo sua assessoria.

Desde que o imbróglio veio à público, a agência tem sido acusada de censura velada ao filme, em especial por opositores ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

"Não vou dizer se é burocracia, ou censura, qualquer um dos dois é um entrave para a cultura", declarou Lázaro Ramos em debate posterior a uma exibição no festival.

Em abril, Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares, de promoção da cultura afro-brasileira, pediu boicote ao longa, descrevendo-o como "pura lacração vitimista e ataque difamatório contra o nosso presidente".

'Sensibilizar'

A obra já rodou o mundo em festivais, com uma ótima recepção pela crítica e prêmios no Indie Memphis Film Festival, no Pan African Film (ambos nos Estados Unidos), no Festival de Huelva (Espanha) e no Festin Festival (Lisboa).

"O propósito do filme é sensibilizar. Quero que a pessoa assista, chore e pense que ela é capaz de fazer alguma coisa na luta antirracista. Quero que a pessoa sorria e se sinta forte", disse à AFP o diretor, que apontou que a narrativa brinca com sua linguagem, passeando entre o drama, a comédia e o thriller.

No Festival do Rio, o elenco e a equipe viram pela primeira vez a reação do público brasileiro.

"Foi muito emocionante", contou à AFP a atriz Taís Araújo. Ela interpreta a médica Capitu, casada com o advogado Antônio, papel do anglo-brasileiro Alfred Enoch, conhecido por "Harry Potter" e "How to Get Away with Murder".

Sua personagem é uma "mulher negra que inicialmente não está a fim de falar sobre racismo, só quer se dar o direito de viver, mas a vida chama e ela precisa mergulhar" no tema, explicou.

"Medida" é uma adaptação da peça "Namíbia, não!", de 2011, também dirigida por Lázaro Ramos e escrita por Aldri Anunciação, que também é ator e corroterista do longa.

'Filtro'

A Ancine alega que o projeto está em "fase de análise do pedido de investimento para a sua distribuição em salas de cinema" e segue o "trâmite normal".

A produção rebateu, detalhando que o que impede o lançamento é "a demora da Ancine em concluir os trâmites necessários para a troca de distribuidora do filme", pedido feito no final de 2020.

A área técnica do órgão público não encontrou nenhum obstáculo e já deu sinal verde, mas ainda falta aprovação final de sua Superintendência de Fomento, segundo a advogada do filme.

Assim, a data de estreia já precisou ser alterada duas vezes. Por ter recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) investidos em sua produção, esclareceu ela, o primeiro destino comercial do longa precisa ser o cinema.

O caso lembra o ocorrido com "Marighella", sobre o guerrilheiro Carlos Marighella, morto pela ditadura militar. Dirigido por Wagner Moura, o filme teve dois recursos negados pela Ancine em 2019.

Em julho do mesmo ano, Bolsonaro havia expressado o desejo de filtrar produções do cinema nacional.

"Se não puder ter filtro, nós extinguiremos a Ancine. Privatizaremos, ou extinguiremos", afirmou o presidente.

Atrasado ainda pela pandemia, "Marighella" - protagonizado por Seu Jorge, que também atua em "Medida", no papel do jornalista André - acabou estreando em novembro deste ano.

Questionado sobre as dificuldades de se abordar temáticas sociais no Brasil, Lázaro Ramos ressaltou o papel da arte: "A gente não vai parar de debater, porque é um tema importante, é pensar como esse país foi construído [...] A arte é muito poderosa, a gente não pode abrir mão desse lugar".

O número de desnutridos na África aumentou cerca de 50% entre 2014 e 2020, afetando 281,6 milhões de pessoas, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e outras duas instituições internacionais.

"Depois de um longo período de melhora entre 2000 e 2013, a fome se agravou consideravelmente e a maior parte dessa deterioração ocorreu entre 2019 e 2020", aponta este relatório da FAO, da Comissão Econômica Africana (CEA) e da Comissão da União Africana (CUA).

"Em 2020, 281,6 milhões de africanos estavam desnutridos, 89,1 milhões a mais que em 2014", acrescentaram, o que representa um aumento de 46,2%.

Desses 281,6 milhões, 44,4% vive no leste da África, 26,7% no oeste, 20,3% no centro do continente, 6,2% no norte e 2,4% no sul.

O continente africano representa 55% do aumento mundial de pessoas desnutridas nesse período.

As três instituições consideram que "a situação deve continuar piorando este ano".

Entre as causas recorrentes da desnutrição estão "conflitos, variabilidade e extremos climáticos", assim como "pobreza e desigualdade" nos dois últimos anos, junto à pandemia de coronavírus "que prejudicou ainda mais os esforços para reduzir a fome e a desnutrição na região".

Segundo a FAO, a desnutrição se define como "o estado de um indivíduo em que a ingestão de alimentos é insuficiente para satisfazer, em média, as necessidades de energia alimentar para ter uma vida normal, ativa e saudável".

A África alcançaria o objetivo de 70% de sua população vacinada contra a Covid-19 em agosto de 2024, de acordo com projeções anunciadas nesta terça-feira (14) pela OMS, que mais uma vez pediu para acelerar as campanhas de vacinação para "salvar muitas vidas".

A meta de 70% é considerada fundamental para poder controlar a pandemia, lembrou o escritório regional para a África da Organização Mundial da Saúde (OMS) em sua coletiva de imprensa habitual online.

No entanto, até 13 de dezembro, somente 20 países africanos vacinaram ao menos 10% de sua população, outros seis apenas 40% e somente dois (os arquipélagos de Mauricio e Seychelles) 70%.

"No ritmo atual, a OMS calcula que terá que esperar até maio de 2022 para que haja uma cobertura de 40% da população vacinada na África e 70% em agosto de 2024", indicou a OMS-África em um comunicado.

"Mas podemos salvar muitas vidas ainda se acelerarmos o ritmo da vacinação no início de 2022", afirmou sua diretora, Matshidiso Moeti.

A OMS-África também destacou que durante a semana passada registrou um aumento de 83% de novos casos de covid-19, causado pela variante ômicron, detectada pela primeira vez na África do Sul em 24 de novembro.

A África está sofrendo uma quarta onda da pandemia.

"A quantidade de novos casos dobra a cada cinco dias, sendo este o índice de maior rapidez registrado desde o início deste ano", acrescenta, embora observe "menos mortes" em relação aos surtos anteriores. "Inclusive, o número de mortes caiu em 19% em relação à semana anterior", destaca a organização.

"Acreditamos, com um otimismo prudente, que a quantidade de mortes e casos graves continuarão sendo baixos nesta nova onda, mas o ritmo lento da vacinação na África sugere que serão muito mais elevados do que deveriam", explicou a doutora Moeti.

No total, foram reportados mais de 2.700 casos da variante ômicron em 59 países do mundo, incluindo 11 africanos, que representam 33% do número global de casos, de acordo com a OMS.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, na noite desse sábado (27), uma nota técnica complementar que inclui mais quatro países africanos na lista de restrição de voos e desembarque no Brasil. São eles Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia.

Segundo a agência, passageiros que estiveram nesses países podem ser portadores da variante Ômicron do novo coronavírus, que já foi identificada na Europa, mas que ainda não foi amplamente estudada. Para que a restrição de voo seja colocada em prática, a Anvisa depende de portaria conjunta com a Casa Civil, Ministério da Saúde e Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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A Anvisa já havia emitido nota técnica recomendando que visitantes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue não desembarcassem no Brasil. Outros países, como Estados Unidos, Inglaterra, Holanda e França já estabeleceram medidas similares.

A variante Ômicron segue como alvo de pesquisas aceleradas em centros médicos e universidades da região sul da África, também conhecida como África Austral.

Mesmo após o presidente Jair Bolsonaro colocar-se de maneira contrária ao fechamento de fronteiras aéreas para conter a nova variante do coronavírus, o governo brasileiro decidiu seguir a orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vai restringir voos de países africanos com surto da cepa Omicron. A medida foi anunciada há pouco pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, em uma rede social.

A decisão abrange passageiros vindos de África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue e foi tomada pelo grupo interministerial formado pelas pastas da Saúde, Casa Civil, Justiça e Infraestrutura.

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"O Brasil fechará as fronteiras aéreas para seis países da África em virtude da nova variante do coronavírus. Vamos resguardar os brasileiros nessa nova fase da pandemia naquele país. Portaria será publicada amanhã e deverá vigorar a partir de segunda-feira", publicou o ministro no Twitter.

A cepa Omicron do coronavírus foi detectada pela primeira vez na África do Sul. Hoje, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a variante como "preocupação". O Ministério da Saúde do Brasil também emitiu alerta sobre a nova mutação.

O temor de especialistas é a possibilidade de uma cepa ainda mais transmissível e que possa escapar da proteção oferecida pelas vacinas existentes até o momento.

Pela manhã, a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro minimizou o impacto de um fechamento de fronteira aérea para conter a covid-19. "Não vai vedar, rapaz. Que loucura é essa? Fechou o aeroporto o vírus não entra? Já está aqui dentro", declarou o presidente, ao ser questionado sobre a chance de restringir a entrada de estrangeiros no País.

O apoiador citou a quarta onda de covid-19 na Europa, mas Bolsonaro minimizou. "Você está vendo muita Globo."

Os escritores africanos ganharam este ano três grandes prêmios internacionais: o Prêmio Nobel, o Booker Prize no Reino Unido e o Goncourt na França.

"Vemos um renascimento da atenção do mundo literário sobre a África", declarou à AFP Xavier Garnier, professor de Literatura Africana francófona e suaíli na universidade Sorbonne Nouvelle. Um fenômeno "singular".

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Historicamente, os escritores africanos são sub-representados no cenário internacional.

Mas neste ano o senegalês Mohamed Mbougar Sarr se destacou, aos 31 anos, como o primeiro escritor da África Subsaariana a levar o Prêmio Goncourt, o Graal da literatura francesa, pelo seu livro "La plus secrète mémoire des hommes" (A mais secreta memória dos homens, em tradução livre).

No mesmo dia, o sul-africano Damon Galgut ganhou o Booker Prize, o prêmio máximo para os romances escritos em inglês.

E a coroação aconteceu com o Nobel de Literatura concedido ao tanzaniano Abdulrazak Gurnah.

Mas a lista não acaba: o Booker Prize International coroou o franco-senegalês David Diop, o renomado Prêmio Neustadt (Estados Unidos) foi atribuído ao senegalês Boubacar Boris Diop e o Prêmio Camões (que premia um autor de língua portuguesa) foi vencido pela moçambicana Paulina Chiziane.

Esses prêmios chegam após o "renascimento da literatura africana nos últimos dez anos", explica à AFP Boniface Mongo-Mboussa, doutor em Literatura Comparada.

- Ecologia e afrofuturismo -

A literatura africana está cada vez mais dominada por "escritores profissionais, o que não aconteceu com nossos antecessores", explica este especialista.

Outro fenômeno coincidente: "a entrada em cena das mulheres", como Tsitsi Dangarembga (Zimbábue), Paulina Chiziane (Moçambique) ou a já premiada várias vezes Chimamanda Ngozi Adichi (Nigéria).

Os assuntos também mudaram, explica Mongo-Mboussa, escritor e crítico literário.

Mohamed Mbougar Sarr, premiado com o Goncourt, "escolheu falar de literatura" em seu livro, o que significa "tomar distância" dos temas mais comuns das histórias africanas "que falam por exemplo de violência, guerra, das crianças soldados".

O feminismo, a homossexualidade, a ecologia, o afrofuturismo (corrente da ficção científica) também aparecem na produção literária do continente.

No entanto, no mundo francófono persiste a distinção entre literatura francófona e francesa, destaca Boniface Mongo-Mboussa.

Vários escritores africanos levaram o prêmio Renaudot, outro grande prêmio literário francês. O franco-congolês Alain Mabanckou deu aulas no prestigioso Collège de France.

Mas os escritores francófonos africanos continuam sendo vistos como "produtos do antigo Império" e não realmente como atores no mesmo patamar, acrescenta este doutor em letras.

A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) é suspeita de lavar ao menos 120 milhões de dólares por ano em Angola, principal dos 37 países nos quais a instituição está presente no continente africano. A denúncia, que foi feita por bispos locais, é investigada pelas autoridades do país, e aponta prática de racismo, abuso de autoridade e imposições na vida pessoal dos integrantes da religião, como cirurgias de vasectomia. As informações são do UOL.

O império do bispo brasileiro Edir Macedo teria levado, ilegalmente, de Angola para a África do Sul, cerca de US$ 30 milhões a cada três meses, segundo as denúncias. Os valores somados, em real, chegam a aproximadamente R$ 660 milhões, na cotação atual.

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O pastor e ex-diretor da TV Record África Fernando Henriques Teixeira foi apontado como o responsável por essa tarefa. A operação teria se repetido nos últimos 11 anos, desde quando o religioso brasileiro chegou ao país. A denúncia foi feita à polícia angolana por bispos e pastores locais que se rebelaram contra a direção brasileira da Igreja Universal do Reino de Deus, no final de 2019, e confirmada à reportagem.

"A imagem para representar o que acontecia em Angola era a de um saco sem fundo: tudo o que entrava saía", diz o ex-pastor angolano Armando Tavares.

As denúncias apontam que Teixeira atuava nos últimos meses apenas como executivo da TV Record África, mas ele teria obtido o visto e a autorização para entrar e trabalhar em Angola como pastor, segundo os bispos angolanos.

A maior parte do dinheiro ilegal seguia de carro para Johannesburgo, na África do Sul, via estradas da Namíbia, de acordo com os denunciantes. Os dólares estariam escondidos em malas, no forro dos veículos e até em pneus.

A assessoria de imprensa da Universal em Angola, em nota, desmentiu as acusações: "É totalmente falsa esta questão. É totalmente sem fundamento. Isto é uma versão levantada por estes ex-pastores e pastores de dissidências com o objetivo de tomar a igreja. Eles criaram a sua versão a fim de tomar a igreja, uma vez que é um crime. Todas as ofertas da igreja são totalmente declaradas aqui para o Estado e a esta versão que os dissidentes levantaram é totalmente infundada".

Já a Igreja Universal no Brasil afirma que a liberdade religiosa está em risco no país africano.

Uma tragédia marcou o boxe no Zimbabwe. Aos 23 anos de idade, Taurai Zimunya morreu dois dias depois de ser nocauteado em uma luta da categoria peso-galo. Ele desmaiou após sofrer socos no 3º round, foi socorrido, mas acabou não resistindo e morreu na segunda-feira (1). 

Segundo a mãe do jovem contou ao jornal The Herald, Taurai não se sentiu bem ao longo da semana. A mãe disse que mesmo com a pandemia ele não parou de treinar. Ela afirmou que pediu para que ele não participasse da luta que acabaria por tirar a sua vida.

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"Estou sofrendo muito com a sua morte. Eu o amava, era meu filho mais velho e ajudava muito nossa família. Era uma criança bem comportada e muito compreensiva. Se eu dissesse que tinha problemas, ele corria para ajudar", disse 

De acordo com o Conselho Nacional de Controle de Boxe e Luta Livre do Zimbábue todos os protocolos de saúde e todo atendimento necessário foi prestado a ele, até que fosse encaminhado ao hospital. Confíra o momento em que ele foi nocauteado:

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O golpe de Estado desta segunda-feira (25) anunciado pelos militares no Sudão é apenas o mais recente de uma longa série na África na última década, conforme relação abaixo:

2012

- MALI: em 22 de março, os militares derrubaram o regime de Amadou Toumani Touré. Chefiado pelo capitão Amadou Haya Sanogo, um "Comitê Nacional para a Recuperação da Democracia e a Restauração do Estado" dissolveu as instituições.

- GUINÉ BISSAU: em 12 de abril, um golpe de Estado militar interrompe o processo eleitoral duas semanas antes do segundo turno da eleição presidencial. Liderados pelo general Antonio Indjai, os golpistas derrubaram o presidente Pereira e o primeiro-ministro Gomes Júnior.

2013

- EGITO: em 3 de julho, após multitudinárias manifestações pela saída de Mohamed Morsi, eleito em 2012, o Exército destituiu e prendeu o então presidente.

2015

- BURKINA FASO: em 17 de setembro, menos de um ano depois da queda de Blaise Compaoré, expulso do poder por um levante popular, o presidente Michel Kafando foi derrubado por um golpe liderado por uma unidade de elite do Exército. Recuperou suas funções uma semana mais tarde, após um acordo entre soldados leais ao governo e os golpistas.

2017

- ZIMBÁBUE: em 21 de novembro, o presidente Robert Mugabe, o líder mais velho do planeta com 93 anos, renunciou, pressionado pelo Exército, por seu partido e pela população, após uma semana de crise.

2019

- SUDÃO: em 11 de abril, Omar al Bashir, no poder por 30 anos, foi destituído pelo Exército após quatro meses de protestos populares. Um conselho de transição foi criado, e um primeiro-ministro civil, instalado.

2020

- MALI: em 18 de agosto, o presidente Ibrahim Boubacar Keita foi deposto, após vários meses de crise política. O golpe militar deu lugar a sanções internacionais. Estas medidas foram suspensas após a formação, em 5 de outubro, de um governo de transição por um período de 18 meses para devolver o poder aos civis.

2021

- CHADE: em 20 de abril, no dia seguinte à morte do presidente Idriss Déby Itno, um conselho militar de transição presidido pelo filho do falecido presidente Mahamat Idriss Déby, até então chefe da poderosa Guarda Presidencial, dissolveu o governo e a Assembleia Nacional. Promete novas instituições, após eleições "livres e democráticas" a serem realizadas em um ano e meio.

Recentemente, o general Déby não descartou a possibilidade de estender a transição de 18 meses, caso "certas condições" não sejam cumpridas.

- MALI: em 24 de maio, os militares prenderam o presidente e o primeiro-ministro, após a nomeação de um novo governo de transição que não era de seu agrado. O coronel Assimi Goita foi empossado em junho como presidente de transição.

Inicialmente, os coronéis garantiram que devolveriam o poder aos civis no início de 2022. Agora, porém, manifestam sua vontade de adiar as eleições previstas para 27 de fevereiro. A Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO) exige que o calendário seja respeitado, enquanto a ONU se preocupa com o atraso das eleições.

- GUINÉ: em 5 de setembro, o presidente Alpha Condé foi derrubado por um golpe militar. Liderados pelo coronel Mamady Doumbouya, os golpistas prometem uma "consulta" nacional, visando a uma transição política para um "governo de unidade nacional".

A plataforma de streaming, Netflix, anunciou nesta segunda-feira (20), um plano gratuito e sem anúncios no Quênia. O novo pacote permite que os usuários tenham acesso a uma parte do catálogo somente pelo aplicativo de celular para Android. O foco da iniciativa é expandir a marca em território africano.

A Netflix anunciou que o serviço só pode ser utilizado em smartphones Android, ou seja, não pode ser usado em TV ou computador. Além disso, apenas um quarto do catálogo está disponível de forma gratuita e não é possível fazer o download dos títulos.

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O cadastro do plano gratuito não exige uma forma de pagamento atrelada. Na Ásia, a plataforma de streaming possui um plano mais acessível para os usuários de celular. A empresa busca alternativas para competir com os novos streamings que surgem. Já no Brasil, a empresa não possui nenhum plano "mais acessível" para seus usuários.

 

Na corrida pelas cruciais vacinas contra o coronavírus, os países ricos nem sempre cumprem as promessas na hora de compartilhar as doses com os países em desenvolvimento, como acontece no continente africano.

Até o momento, apenas 3,6% da população da África está vacinada, muito longe dos mais de 60% registrados na Europa e Reino Unido. Mas, por que e como a África foi relegada desta maneira?

- Qual a situação da África?

Os países africanos recebem vacinas por meio de compras diretas dos fabricantes, doações de outras nações ou por meio do mecanismo Covax da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o acesso às vacinas de Estados em desenvolvimento.

A União Africana (UA) também adquiriu vacinas que distribui aos países membros.

Mas a OMS e a UA lutam para obter doses suficientes devido às restrições à exportação impostas por alguns países produtores e à prioridade que alguns laboratórios concedem a determinados governos com os quais têm acordo.

Os países africanos dependem cada vez mais das doações dos excedentes adquiridos pelas nações mais ricas.

Quase 75% das 77,5 milhões de doses prometidas à África foram administradas, ou seja quase 57 milhões, de acordo com o Unicef.

- Quem doa mais?

Os países ocidentais são os mais rápidos a prometer. Em junho, o G7 anunciou centenas de milhões de doses que, em sua maioria, ainda não chegaram ao continente africano.

A lista de países doadores é liderada pelos Estados Unidos, com 31,5 milhões de doses, à frente da China com 6,8 milhões; Reino Unido, com 5,3 milhões; e França, com 4,5 milhões, segundo os dados oficiais.

Mas isto não permite esquecer que os países ricos não conseguiram avançar na quebra das patentes sobre as vacinas anti-covid, o que permitiria aos países em desenvolvimento produzir vacinas genéricas mais baratas a nível local.

"Esta é a história desta pandemia. Todo mundo fala, mas ninguém faz nada", afirma, indignada, Fatima Hassan, da ONG sul-africana Iniciativa Justiça Saúde. "O resto do mundo não se preocupa com a África", completa Hassan.

Para não esperar por doações, a África exige acesso justo ao mercado das vacinas.

"Podem doar, mas queremos poder comprar doses", afirmou na semana passada o enviado da UA para a Covid-19 em uma entrevista coletiva da OMS. Ele pediu o fim das restrições às exportações das vacinas.

- E a China?

Quase todas as doações ocidentais aconteceram por meio do mecanismo Covax. Mas a China, que se tornou um ator importante na África para a ajuda estrangeira, o comércio e, inclusive, a construção de infraestruturas, assinou acordos bilaterais com os países.

Mas sua estratégia de vacinação se viu "obstruída pelas persistentes preocupações sobre a eficácia" das vacinas desenvolvidas no país, de acordo com Hugo Brennan, da consultoria de riscos Verisk Maplecroft.

O fornecimento de vacinas para a África continua sendo, no entanto, "uma das múltiplas frentes geopolíticas sobre as quais discutem Estados Unidos e China", destaca Brennan.

A Rússia viu suas ambições de vacinação no continente prejudicadas sobretudo pelos problemas de produção.

- A próxima etapa?

Apenas 2% das quase seis bilhões de doses administradas em todo o mundo foram aplicadas na África.

Alguns esperam que uma reunião programada para esta semana à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas apresente resultados.

O presidente americano, Joe Biden, que deseja assumir a liderança na vacinação do planeta, convidou chefes de Estado, empresas e ONGs a um debate para "acabar com a pandemia".

Biden comparou o esforço dos Estados Unidos, o maior doador de vacinas do mundo, com a entrada americana na Segunda Guerra Mundial.

"Estados Unidos afirmaram muitas coisas positivas sobre os compromissos mundiais (...) mas isto não se traduziu em vacinas", destaca Mitchell Warren, ativista de vacinação da ONG americana Avac.

O continente tem apoio suficiente para alcançar um determinado nível de imunidade? "No momento, a África não tem tantos amigos", afirma Cobus Van Staden, analista do Instituto de Relações Internacionais da África do Sul.

Um vulcão no Atlântico passou a chamar atenção dos cientistas nos últimos dias por um aumento da atividade sísmica. O gigante está em Cumbre Vieja, localizado na ilha de La Palma, na costa do continente africano. O Plano Especial de Proteção Civil e Atenção às Emergências de Risco Vulcânico das Ilhas Canárias (Pevolca) elevou o nível de alerta de verde para amarelo, o que implica uma ação preventiva diante de um risco moderado de atividade vulcânica. De acordo com especialistas, o vulcão poderia provocar um grande tsunami do Brasil - onde seriam atingidas as regiões Norte e Nordeste - aos Estados Unidos em caso de colapso numa grande erupção.  

O nível amarelo é o segundo dos quatro existentes e quando acionado a população é orientada para que fique atenta a uma mudança na situação, além de se intensificar a vigilância e monitoramento da atividade vulcânica e sísmica. 

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No nível laranja, no terceiro nível, é decretado o alerta máximo para fenômenos que precedem uma erupção iminente para, no vermelho, notificar-se uma emergência de que há uma erupção em andamento. 

La Palma experimentou um aumento significativo nos movimentos sísmicos desde sábado (11), acompanhando a tendência de alta desde 2017 e ganhou maior força desde 2020. Nos últimos dias, além de aumentar o volume de movimentos sísmicos, sua intensidade aumentou com abalos que tiveram magnitude superior a três. A profundidade dos epicentros também diminuiu, em média, de 30 para 12 quilômetros. Só ontem foram mais de 100 tremores e um teve profundidade de apenas quatro quilômetros. 

A atividade registrada desde sábado é mais intensa. O Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias, Involcán, descreveu o movimento como “uma mudança significativa” no vulcão Cumbre Vieja, ligada ao fenômeno conhecido como intrusão magmática, um processo que ocorre dentro da crosta terrestre em que o magma se aproxima da superfície. Os dados de emissão de hélio-3, que determinam a atividade magmática, têm “o maior valor observado nos últimos 30 anos”, de acordo com a avaliação do comitê Pevolca para o monitoramento geoquímico de gases vulcânicos. Segundo avaliações da MetSul Meteorologia, a opinião sobre o risco de tsunami difere entre cientistas do Brasil e do exterior. 

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A África superou, nesta terça-feira (7), as 200 mil mortes por coronavírus desde o início da pandemia, em meio a uma cruel escassez de vacinas e com menos de 3% de sua população totalmente imunizada.

Os 54 países da região, que no entanto não foram tão afetados como outras partes do mundo, registraram um total de 200.254 mortes, de acordo com uma contagem da AFP.

Depois de vários meses particularmente mortais, com 27 mil mortes em julho e 26 mil em agosto, a propagação da pandemia perdeu força no continente.

Atualmente, ocorrem 617 mortes por dia no continente, enquanto no final de julho chegavam a 990, um recorde.

Os números são baseados em relatórios diários das autoridades sanitárias de cada país ou da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A OMS estima que, se o excesso de mortalidade relacionado direta e indiretamente à covid-19 for levado em consideração, o número de vítimas da pandemia pode ser duas a três vezes maior do que o oficialmente comunicado.

"Os meios de detecção são muito fracos no continente", explicou a cientista sul-africana Glenda Davidson. E o registro de óbitos muitas vezes é aproximado ou impreciso, observou.

O recente declínio da covid-19 em escala continental é devido a uma queda acentuada nas infecções nos países mais afetados na área.

Na África do Sul, o país oficialmente mais afetado pela pandemia, com 83.899 mortes, nos últimos sete dias ocorreram cerca de 7.400 novos casos e 234 mortes por dia em média, enquanto em julho eram até 20.000 casos e 420 mortes por dia.

A queda é ainda mais importante na Tunísia, onde nos últimos sete dias foram registrados em média 1.680 casos e 64 mortes por dia, valores 41% e 39% menores, respectivamente, do que na semana anterior.

Em julho, o governo classificou a situação de "catastrófica", com até 7.900 casos e 207 mortes por dia. Mas o verão tunisino também foi marcado por uma forte aceleração da vacinação: mais de 37% dos cidadãos receberam pelo menos uma dose, enquanto em 1º de julho, apenas 11% o haviam feito.

A África é o continente onde a vacinação está menos avançada. Apenas oito doses foram administradas por 100 habitantes, de acordo com uma contagem de AFP, em comparação com 102 na Europa e 116 nos Estados Unidos e Canadá.

No final de agosto, a OMS denunciou as "desigualdades ofensivas" no acesso às vacinas. Segundo a organização, apenas cerca de 2,93% da população africana está totalmente vacinada, contra 52% nos Estados Unidos e 57% na União Europeia.

As mortes ligadas à Covid-19 tiveram "um aumento de 43%" no intervalo de uma semana na África, país que enfrenta falta de oxigênio e de leitos de terapia intensiva - alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira (15).

"O número de mortes aumentou drasticamente nas últimas cinco semanas. Este é um claro sinal de alerta de que os hospitais dos países mais afetados estão chegando a um ponto de ruptura", disse a diretora regional da OMS para a África, doutora Matshidiso Moeti.

O número de mortes subiu para 6.273 na semana de 5 a 11 de julho, contra 4.384 mortes na semana anterior, segundo a organização.

"O primeiro item da agenda dos países africanos é reforçar a produção de oxigênio para dar uma chance aos pacientes afetados por uma forma grave da doença", afirmou a especialista, durante uma coletiva de imprensa virtual.

O aumento exorbitante de casos se explica, de acordo com a OMS, pelo fornecimento insuficiente de vacinas, mas também pelo cansaço das populações com as medidas preventivas e pela disseminação cada vez maior de variantes.

No momento, a variante Delta, altamente contagiosa, foi detectada em 21 países africanos. Namíbia, África do Sul, Tunísia, Uganda e Zâmbia foram responsáveis por 83% das novas mortes registradas na semana passada, conforme a OMS.

Na Namíbia, a taxa de contaminação foi multiplicada por oito em comparação com as duas ondas anteriores, enquanto a taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva excede a capacidade de recepção.

O país teve "mais de 1.000 mortes só no mês passado", disse o ministro da Saúde da Namíbia, doutor Ishmael Katjitae, em entrevista coletiva.

Para a dra. Moeti, "a dupla barreira da escassez de vacinas e os desafios ligados ao tratamento comprometem seriamente a eficácia da resposta a este aumento da pandemia" no continente.

No entanto, "com os embarques esperados de vacinas e fortes medidas preventivas, podemos reverter a tendência contra o vírus", acrescentou ela, pedindo à população que "respeite as medidas de barreira para evitar os contágios".

Mais de seis milhões de casos de covid-19 foram oficialmente identificados na África desde o surgimento da pandemia, que volta a ganhar força no continente, de acordo com a última contagem da AFP com base em relatórios oficiais.

O número total de casos diagnosticados reflete, porém, apenas uma parte do número real de infecções em todo mundo, diante das diferentes políticas de testes adotadas por cada país.

Na África, mais do que em outros lugares, essas estatísticas são subestimadas por falta de capacidade de realização de testes.

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