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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nessa quarta-feira (8) que o novo coronavírus está se espalhando de maneira muito rápida por todo o continente africano e que já são mais de 500 mortes registradas.

"O vírus foi lento em chegar até o continente em comparação com outras partes do mundo, mas a infecção cresceu exponencialmente nas últimas semanas e continua a difundir-se", alertou a entidade em relatório.

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De acordo com a OMS, assim como aconteceu em outros lugares, o vírus chegou através de viajantes que retornavam de países da Europa, Ásia e América do Norte. O primeiro caso da Covid-19 foi registrado no continente em 14 de fevereiro, no Egito e, desde então, 52 países já relataram terem pessoas infectadas e a contaminação vem acelerando.

Se inicialmente o vírus ficou circunscrito nas principais cidades e nas capitais, "um significativo número de países africanos reportaram caso" nos últimos dias. O temor da OMS é que, por conta das recentes epidemias e guerras no continente, os sistemas de saúde ficaram "fragilizados", com "emergências complexas".

"A comunidade internacional deve estender a esses países um apoio técnico e financeiro para melhorar a capacidade de resposta para minimizar a difusão da epidemia. Alguns países na África não tem infraestrutura adequada para unidades de terapia intensiva, como leitos, respiradores e pessoal treinado. É crítico que os países façam tudo o que podem para que a epidemia não se intensifique", diz ainda a entidade, que afirma também estar atuando para treinar as equipes médicas.

Segundo o Centro Universitário John Hopkins, são 10.655 casos da Covid-19 no continente e 532 mortes confirmadas. Para se ter uma ideia, o número de casos confirmados mais que dobrou desde o dia 30 de março, quando havia 4.718 contaminações, e quase quadruplicou no número de mortos - eram 152 no mesmo dia.

A África do Sul continua sendo o país com mais casos da doença, com 1.749 contaminados e 13 mortes. O Egito vem na sequência, com 1.450 infectados (eram 609 em 30 de março), mas com 94 falecimentos confirmados - contra 40 há nove dias.

Na sequência aparecem Argélia (1.468 casos e 193 mortes) e Marrocos (1.184 contaminados e 90 óbitos).

Veja o número de casos por países no continente:

- África do Sul 1.749 casos confirmados e 13 mortes.

- Egito 1.450 confirmados e 94 mortes

- Argélia 1.468 casos e 193 mortes

- Marrocos 1.184 casos e 90 mortes

- Camarões 685 casos e 9 mortes

- Tunísia 623 casos e 23 mortes

- Burkina Faso 384 casos e 19 mortes

- Costa do Marfim 349 casos e 3 mortes

- Gana 287 casos e 5 mortes

- Níger 278 casos e 11 mortes

- Ilhas Maurício 268 casos e 7 mortes

- Nigéria 254 casos e 6 mortes

- Senegal 237 casos e 2 mortes

- República Democrática do Congo 180 casos e 18 mortes

- Quênia 172 casos e 6 mortes

- Guiné 144 casos e nenhuma morte

- Ruanda 105 casos e nenhuma morte

- Djibouti 90 casos e nenhuma morte

- Madagascar 88 casos e nenhuma morte

- Togo 65 casos e 3 mortes

- Mali 56 casos e 5 mortes

- Uganda 52 casos e nenhuma morte

- Etiópia 52 casos e 2 mortes

- República do Congo 45 casos e 5 mortes

- Zâmbia 39 casos e 1 morte

- Guiné-Bissau 33 casos e nenhuma morte

- Eritreia 31 casos e nenhuma morte

- Gabão 30 casos confirmados e 1 morte

- Benim 26 casos e 1 morte

- Tanzânia 24 casos e 1 morte

- Líbia 20 casos e 1 morte

- Angola 17 casos e 2 mortes

- Guiné-Equatorial 16 casos e nenhuma morte

- Namíbia 16 casos e nenhuma morte

- Sudão 14 casos e 2 mortes

- Libéria 14 casos e 3 mortes

- Ilhas Seychelles 11 casos e nenhuma morte

- Zimbábue 11 casos e 2 mortes

- Suazilândia 10 casos e nenhuma morte

- Moçambique 10 casos e nenhuma morte

- Chade 10 casos e nenhuma morte

- República Centro-Africana 8 casos e nenhuma morte

- Somália 8 casos e nenhuma morte

- Cabo Verde 7 casos e uma morte

- Mauritânia 6 casos e 1 morte

- Botswana 6 casos e 1 morte

- Serra Leoa 6 casos e nenhuma morte

- Gâmbia 4 casos e 1 morte

- São Tomé e Príncipe 4 casos e nenhuma morte

- Saara Ocidental 4 casos e nenhuma morte

- Burundi 3 casos e nenhuma morte

- Sudão do Sul 2 casos e nenhuma morte. 

Da Ansa

O chefe da OMS condenou nesta segunda-feira os "comentários racistas" de pesquisadores que recentemente se referiram à África como "um campo de testes" para uma potencial vacina contra a COVID-19, denunciando "o legado de uma mentalidade colonial".

"Esses tipos de comentários racistas não contribuem em nada para avançar. Vão contra o espírito de solidariedade. A África não pode e não será um campo de testes para nenhuma vacina", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, ex-chefe de diplomacia Etíope, durante uma conferência de imprensa virtual.

"O legado da mentalidade colonial deve acabar", acrescentou.

Embora não tenha especificado a quais cientistas se referia, recentemente uma polêmica eclodiu na França e na África devido a uma conversa entre o diretor de pesquisa do Instituto Francês de Pesquisa Médica (Inserm), Camille Locht, e um chefe de serviço de medicina intensiva do hospital Cochin em Paris, Jean-Paul Mira, no canal LCI.

Na sequência, Locht estava sendo questionado sobre os estudos realizados para encontrar uma vacina contra a COVID-19.

Jean-Paul Mira perguntou-lhe: "Se posso ser provocativo, não deveríamos estar fazendo este estudo na África, onde não há máscaras ou tratamento ou reanimação, como foi feito em alguns estudos da aids? (...) O que acha?"

O cientista o respondeu: "Você tem razão. (...) Estamos pensando, paralelamente, sobre um estudo na África com o mesmo enfoque, o que não significa que não possamos também pensar em um estudo na Europa e na Austrália".

As declarações causaram tanta controvérsia que ambos pediram desculpas e foram condenados por associações e pelo Ministério das Relações Exteriores da França.

"É vergonhoso e horrível ouvir cientistas fazendo este tipo de declaração no século XXI", enfatizou o chefe da OMS.

Uma troca de ideias entre dois médicos franceses nesta semana revoltou diversos jogadores africanos, entre eles o marfinense Didier Drogba e o camaronês Samuel Eto´o. Jean Paul Mira, um dos diretores do hospital Cochin de Paris, e Camille Locht, diretor do INSERM (organização pública francesa exclusivamente dedicada às pesquisas biológicas) afirmaram ao canal LCI (La Chaîne Info), uma das maiores emissoras de televisão da França, que deveria se fazer um estudo na África sobre o novo coronavírus.

As autoridades médicas francesas afirmaram que a pesquisa deveria ser feita na África porque lá "não há máscaras, nem tratamentos, nem aparelhos de reanimação cardiorrespiratória". Os dois ainda comentaram sobre um outro estudo. "No caso da AIDS, onde prostitutas africanas são usadas para tentar certas coisas porque sabem que estão muito expostas e não têm proteção", disse Mira.

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As declarações imediatamente revoltaram diversos jogadores de futebol nascidos no continente africano. O ex-centroavante de Camarões chamou Mira e Locht de "filhos da p..." por propor experimentos na África em busca da cura da covid-19. "A África não é seu parquinho", disse Eto'o.

Drogba foi outro astro a ir totalmente na contramão dos médicos franceses. "É totalmente inconcebível que tenhamos que advertir sobre isso. A África não é um laboratório de testes. Não somos cobaias. Eu quero veementemente denunciar essas declarações discriminatórias, falsas e, sobre tudo, racistas", escreveu o ex-atacante da Costa do Marfim em suas redes sociais.

O atacante senegalês Demba Ba, que ainda está em atividade pelo Istanbul Basaksehir, da Turquia, também se revoltou com a ideia dos testes na África. "Bem-vindo ao Ocidente, onde os brancos se consideram tão superiores que o racismo e a debilidade se tornam comuns", disse.

Ainda sem cura, o novo coronavírus já infectou mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo. Ao todo, mais de 54 mil mortes causadas pela doença foram contabilizadas até esta quinta-feira. A África como um todo já registra mais de seis mil casos, com mais de 220 mortes. O país mais afetado até o momento é a África do Sul, com mais de 1,3 mil infectados.

A França, país dos médicos que geraram a revolta dos atletas africanos, tem quase 60 mil casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus. Mais de 5,3 mil mortes já foram registradas.

O ex-BBB20 Lucas Gallina criticou Rafa Kalimann por seu trabalho de missões voluntário na África. Em uma live do Instagram, nesta terça-feira (31), ele insinuou que a blogueira estava tentando enganar o público.

"Tem menina fada sensata lá que quer ajudar criança lá na África. Aqui no Brasil ninguém quer ajudar ninguém, né? Aqui tá todo mundo bem, né?”, disse o empresário - o quarto eliminado do reality deste ano - que acabou sendo bastante criticado nas redes sociais.

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Em meio à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), os países que compõem o continente africano já somam 4.718 casos da nova doença, com 152 mortes confirmadas, segundo dados disponibilizados nesta segunda-feira (30) pelo Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade John Hopkins.

A África do Sul é o país com o maior número de contaminados, com 1.280 casos, mas é o Egito que contabiliza a mais elevada quantidade de mortes, com 40. No país, são 609 infectados.

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Segundo o governo de Joanesburgo, até o momento, apenas duas pessoas morreram da Covid-19.

Já o Marrocos vem na sequência com 516 casos e 27 mortos, seguido por Argélia, com 511 infectados e 31 mortos, Tunísia, 312 casos e oito mortes, e Burkina Faso, com 222 contaminados e 12 mortes.

As medidas de isolamento social estão sendo tomadas em diversas nações, como na África do Sul, no Zimbábue e em Gana. O Marrocos também anunciou uma série de medidas de saúde e econômicas para enfrentar a pandemia, como a compra de 550 novos respiradores pulmonares e a construção de 1,1 mil novos leitos.

Além disso, os grupos hoteleiros do país colocaram suas estruturas nas maiores cidades para que o governo transforme os quartos em leitos médicos.

De acordo com a revista científica "Lancet", o continente africano e a América Latina serão atingidos pela próxima "onda" de novas contaminações, após a Ásia, Europa e América do Norte.

Na África, 42 dos 54 países já registraram casos da Covid-19. Veja o número de casos por países no continente:

- África do Sul 1.280 casos confirmados e 2 mortes.

    - Egito 609 confirmados e 40 mortes

- Marrocos 516 casos e 27 mortes

- Argélia 511 casos e 31 mortes

- Tunísia 312 casos e 8 mortes

- Burkina Faso 222 casos e 12 mortes - Costa do Marfim 165 casos e 1 morte

- Gana 152 casos e 5 mortes

- Senegal 142 casos e nenhuma morte

- Camarões 139 casos e 6 mortes

- Nigéria 111 casos e 1 morte

- República Democrática do Congo 81 casos e 8 mortes

- Ruanda 70 casos e nenhuma morte

- Quênia 42 casos e 1 morte

- Madagascar 39 casos e nenhuma morte

- Uganda 33 casos e nenhuma morte

- Togo 30 casos e 1 morte

- Zâmbia 29 casos e nenhuma morte

- Etiópia 23 casos e nenhuma morte

- República do Congo 19 casos e nenhuma morte

- Níger 18 casos e 3 mortes

- Mali 18 casos e 1 morte

- Djibouti 18 casos e nenhuma morte

- Guiné 16 casos e nenhuma morte

- Tanzânia 14 casos e nenhuma morte

- Eritreia 12 casos e 1 morte

- Guiné-Equatorial 12 casos e nenhuma morte

- Namíbia 11 casos e nenhuma morte

- Suazilândia 9 casos e nenhuma morte

- Líbia 8 casos e nenhuma morte

- Moçambique 8 casos e nenhuma morte

- Gabão 7 casos confirmados e nenhuma morte

- Angola 7 casos e 2 mortes

- Benim 6 casos e nenhuma morte

- Sudão 6 casos e 1 morte

- Mauritânia 5 casos e nenhuma morte

- Gâmbia 4 casos e 1 morte

- Chade 3 casos e nenhuma morte

- Libéria 3 casos e nenhuma morte

- República Centro-Africana 3 casos e nenhuma morte

- Somália 3 casos e nenhuma morte

- Guiné-Bissau 2 casos e nenhuma morte

Da Ansa

A diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África alertou sobre a "evolução gravíssima" da epidemia de COVID-19 na África, onde já existem cerca de 40 países afetados, enquanto há um mês só havia um.

"A situação é muito preocupante com uma evolução gravíssima: um aumento geográfico do número de países e, também, um aumento do número de casos infectados", declarou Matshidiso Rebecca Moeti em uma entrevista ao canal France24.

"Há um mês, havia somente um país na região africana, ou seja, África subsariana e Argélia”. Duas semanas depois, "havia cinco países com 50 casos. Agora, há dois ou três dias, temos 39 países com cerca de 300 casos por dia", o que equivale a 2.234 casos na atualidade, explicou.

"Também havia cerca de 40 mortes registradas e aproximadamente 70 pessoas curadas. Então a evolução é muito preocupante", insistiu a responsável regional da OMS, que pediu que se "intensifiquem todas as ações por parte dos países africanos, com o apoio da OMS e dos sócios".

Segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais, nesta sexta-feira às 11h00 GMT (8h00 no horário de Brasília), foram registrados 3.300 casos e mais de 90 mortes na África.

Mesmo com as medidas tomadas em cerca de 40 países africanos, de confinamento, isolamento de casos suspeitos, proibição de atos religiosos ou esportivos e do fechamento de escolas em 25 países, o continente continua mal equipado para enfrentar uma crise de saúde de grande alcance, reconheceu implicitamente Matshidiso Rebecca Moeti, que fez alusão a um "desafio" autêntico.

"É certo que em muitos lares africanos vivemos em famílias numerosas. Às vezes, é muito difícil para todos terem seu próprio quarto. Há uma vida comunitária muito forte. Devemos encontrar outros meios de higiene para minimizar a propagação do vírus", destacou.

É preciso "adaptar medidas" para limitar a expansão da epidemia "no contexto africano" e "trabalhar com quem facilita o acesso à água", acrescentou.

Contudo, destacou alguns avanços: "há algumas semanas, apenas dois países podiam diagnosticar, e agora já são 42 países capazes de diagnosticar a doença".

No momento em que a pandemia do novo coronavírus acelera rapidamente e ultrapassa 420 mil casos, a maioria das nações africanas já adota procedimentos para tentar reduzir o contágio - de fechamentos de igrejas a cancelamentos de casamentos e funerais, passando por confinamento social e proibição de aglomerações. Até o momento, pelo menos 44 dos 54 países já registraram casos - em um ritmo mais lento mas não menos preocupante do que o de outras regiões.

Apesar do número baixo em relação aos mais de 220 mil da Europa ou os 100 mil da Ásia, há preocupações de que a infraestrutura deficiente, a alta concentração de pessoas e o sistema de saúde precário de muitos países possam facilitar o avanço do vírus no continente de 1,2 bilhão de habitantes.

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"Os números africanos são menos alarmantes do que se poderia imaginar, mas a ideia de que os países da África estão deixando de lado o controle do coronavírus é um mito", afirma o presidente do Instituto Brasil-África, João Bosco Monte, que esteve no Senegal na última semana. "Nos dias que estive lá, o país estava adotando todos os cuidados possíveis". Ele relata que teve contato com autoridades de outras nações e viu precauções sendo tomadas.

Para Monte, os países mais afetados devem ser aqueles com maior fluxo de estrangeiros, como o Egito e a África do Sul - juntos, têm 155 milhões de habitantes. Ele citou ainda o Marrocos, devido à proximidade com a Europa, e o Quênia, a principal economia da África Oriental, que tem portos importantes. Monte também lembrou da Etiópia, sede da União Africana de Nações e de organizações internacionais. Em vários desses países, milhões de pessoas vivem em comunidades com infraestrutura deficiente e muito concentradas.

"Estamos falando de 54 países com realidades e idiossincrasias que precisam ser respeitadas, mas a narrativa mundial de isolamento e de distanciamento social e as recomendações da Organização Mundial da Saúde estão sendo consideradas".

Nesta semana, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirmou que os governos devem mobilizar todos os setores da sociedade a seguir as orientações. "Eles estão testando, identificando os contatos anteriores e isolando os casos. Continuem fazendo isso, é o que vai nos fazer reduzir e controlar a pandemia", afirmou. "O número de casos nos países africanos é pequeno ainda, mas isso pode mudar", alertou.

Medidas

Do norte ao sul do continente há medidas para conter o avanço do coronavírus. A África do Sul impôs um confinamento de 21 dias nesta semana - o país é hoje o mais afetado, com 709 casos. No Senegal e na Costa do Marfim, no oeste do continente, os governos decretaram estado de calamidade, restringiram a circulação de pessoas e de viagens internacionais. O mesmo ocorreu para 86 milhões de habitantes da República Democrática do Congo.

Com 190 milhões de habitantes, a Nigéria, baniu voos internacionais, proibiu aglomerações de pessoas e fechou fronteiras terrestres. O Marrocos fechou as fronteiras, escolas, lojas, empresas, cafés e mesquitas. Restringiu viagens internacionais e o movimento entre as cidades. Nas ruas, integrantes das Forças Armadas obrigam os moradores a entrarem em casa. Apenas um membro de cada família pode ir fazer compras. E os que trabalham precisam mostrar um documento às autoridades ou enfrentar até três meses de prisão.

Uma das dificuldades impostas pelo isolamento no continente, no entanto, é o fato de o trabalho informal ser a principal fonte de renda para milhões de famílias africanas, de modo que um isolamento social ou parcial pode acabar com a renda delas.

O governo da Etiópia já afirmou que o coronavírus é uma ameaça existencial à economia de nações africanas, pedindo o alívio de dívidas e US$ 150 bilhões em financiamento de emergência. "As economias africanas estarão vulneráveis diante de um declínio dramático nas exportações, o rompimento das cadeias globais a redução de viagens e turismo", disse o primeiro-ministro Abiy Ahmed em um comunicado às vésperas de uma reunião do G-20.

A pandemia do novo coronavírus está avançando na África, onde Senegal, Costa do Marfim, Serra Leoa e República Democrática do Congo decretaram estado de emergência, enquanto a África do Sul se prepara para o confinamento.

O continente africano somava 1.800 casos e cerca de 60 mortos, contra os mais de 400.000 infectados e 18.000 mortos no mundo, segundo um balanço da AFP elaborado com fontes oficiais nesta terça-feira (24).

Mas a precariedade dos sistemas de saúde africanos faz temer o pior. O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, chamou o G20 a apoiar as economias africanas, reduzindo sua dívida e preparando um plano de ajuda financeira de emergência de 1,5 bilhão de dólares.

O Banco Árabe para o Desenvolvimento Econômico na África (BADEA), uma instituição da Liga Árabe com sede em Cartum, anunciou que destinará 100 milhões de dólares para ajudaar a África subsaariana para enfrentar a crise do coronavírus.

Nesta terça, todo o continente acordou de luto pela morte de Manu Dibango, saxofonista camaronês e lenda do afro-jazz, falecido na França de complicações da Covid-19 aos 86 anos.

"Digo-lhes solenemente que o momento é grave", advertiu o presidente senegalês Macky Sall, ao anunciar o decreto de estado de emergência em seu país, onde foram detectados 86 casos.

Para atenuar o impacto econômico e social, o presidente anunciou um fundo equivalente a 1,5 bilhão de dólares, dos quais 5% serão destinados a ajuda alimentar. "É muito difícil", repetem no mercado de Sandaga, em Dacar, os humildes vendedores de tecidos, suvenires e sapatos.

Na Costa do Marfim, onde foram registrados 48 novos contágios em dois dias (73 no total), o presidente Alassane Ouattara também decretou na segunda estado de emergência e toque de recolher, assim como o confinamento progressivo da população por zonas geográficas.

- Primeiro-ministro em quarentena -

Seu primeiro-ministro, Amadou Gon Coulibaly, está em confinamento voluntário após ter estado em contato com uma pessoa contagiada, anunciou o próprio pelo Twitter. O presidente de Serra Leoa, Julius Maada Bio, decretou nesta terça estado de emergência por "12 meses".

No arquipélago turístico de Cabo Verde, em frente à costa senegalesa, e o Níger registraram as primeiras mortes. E na Nigéria, o país mais populoso da África, houve um morto, assim como no Zimbábue.

Foram decretados toques de recolher em Egito, Mauritânia e Gabão. O confinamento está em vigor também na Tunísia e na Argélia. A Líbia registrou o primeiro caso de coronavírus no país.

O Sudão do Sul anunciou, por sua vez, o fechamento de suas fronteiras aéreas e terrestres com exceção do caso de abastecimento de provisões e combustível. Em Burkina Faso, o país mais afetado do oeste da África, o número de casos confirmados passou para 114, quatro deles, fatais.

O confinamento também afeta Ruanda, Ilhas Maurício, as duas primeiras cidades de Madagascar e Lumbumbashi, capital econômica da República Democrática do Congo, que na noite de terça-feira decretou estado de emergência e isolamento na capital, Kinshasa.

- África do Sul, o país mais afetado -

A epidemia continua se espalhando rapidamente na África do Sul, o país mais afetado de todo o continente, onde o número de contágios chegou a 554, um aumento de 150 casos em 24 horas, segundo o ministro da Saúde, Zweli Mkhize, que espera que estas cifras se multipliquem por três ou quatro nas próximas semanas.

Na noite de segunda-feira, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, determinou o confinamento nacional por três semanas para "evitar uma catástrofe humana de proporções enormes". Também anunciou a mobilização do exército para que se respeite o confinamento.

Nombulelo Tyokolo, de 41 anos, uma empregada doméstica que vive em Khayelitsha, bairro da periferia da Cidade do Cabo, está angustiada. "A ideia de passar 21 dias trancada me dá medo. Estou apavorada".

O Banco Mundial lançou um programa de ação voltado para os países atualmente afetados por conflitos e violência, particularmente na África, Oriente Médio e Norte da África, que se tornaram o foco de uma extrema pobreza desenfreada.

Há uma necessidade urgente de agir, observa a instituição, no relatório "Estratégia para a Fragilidade, Conflito e Violência (FCV)", publicado nesta quinta-feira (27).

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Segundo o informe, décadas de avanço na luta contra a pobreza se encontram agora ameaçadas nesses países, cujo êxodo populacional também está enfraquecendo os países vizinhos.

"Nossa mensagem é clara: a pobreza está aumentando nesses países. Traremos mais financiamento, mas também aumentaremos nossa eficiência no terreno e tentaremos ter uma abordagem mais sutil e mais apropriada, de acordo com os tipos de fragilidade específicos de cada país", disse à AFP o diretor desse programa estratégico, Franck Bousquet.

"A estratégia possibilita a criação de um programa de ação que visa a aumentar nossa eficiência no campo, por meio de quatro componentes diferentes" - em particular, colocando mais funcionários no campo, continuou Bousquet.

Esse plano quinquenal acompanha "um aumento significativo do nosso financiamento (dedicado a essa questão de fragilidade, conflito e violência) da ordem de cerca de US$ 18,7 bilhões, o que representa um aumento de 30% nesses países", relatou.

Nas últimas três décadas, os conflitos violentos aumentaram a ponto de drenar 80% das necessidades humanitárias, observa o Banco Mundial.

Mais de 70 milhões de pessoas foram deslocadas, elevando o número de refugiados para quase 26 milhões, informou a instituição.

Se nada for feito, até 2030, pelo menos dois terços das pessoas extremamente pobres do mundo viverão em países frágeis e afetados por conflitos.

É essa tendência que a estratégia quer reverter.

Este programa visa não apenas aos países de baixa renda, mas também os de renda média.

"As situações frágeis e afetadas por conflitos pesam muito sobre o capital humano, criando ciclos viciosos que reduzem a produtividade e a renda das pessoas", afirmam os autores do relatório.

Uma em cada cinco pessoas nesses países é privada de dinheiro, educação e infraestrutura básica, simultaneamente.

E o Banco acrescenta que deseja continuar fornecendo recursos, inclusive durante o decorrer do conflito.

Um dos desafios para o Banco Mundial é intervir o mais rápido possível, e "não quando houver um acordo de paz, ou de reconstrução", comentou Franck Bousquet.

"Também estamos trabalhando na prevenção de conflitos violentos, ajudando os Estados, porque sabemos que 1 dólar investido em prevenção economiza 16 dólares depois", conclui.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou neste sábado que os sistemas de saúde do continente africano estão mal preparados para enfrentar a epidemia do novo coronavírus, caso os casos da doença aumentem em seus países.

Até o momento, o Egito é o único país da África em que há a confirmação de um caso de contaminação.

Em uma reunião de ministros da Saúde dos países da União Africana (UA), em Adis Abeba, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu que os países que compõem o continente "façam uma frente comum para ser mais combativos" na luta contra o novo coronavírus.

"Nossa principal preocupação continua sendo a possível propagação do COVID-19 nos países cujos sistemas de saúde são mais precários", disse o diretor-geral da OMS durante uma videoconferência em Genebra.

Até o momento foram detectados 200 casos suspeitos na África, sendo que quase todos tiveram testes com resultados negativos para a doença, informou no sábado a diretora do escritório regional da OMS no continente, Matshidiso Rebecca Moetei.

Porém, caso o coronavírus se alastre, os sistemas de saúde terão que atender uma série de pacientes com sintomas como insuficiências respiratórias, ressaltou Adhanom Ghebreyesus.

No continente, muitos países não possuem o material necessário e isso "é um motivo para preocupação", alertou.

O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, pediu às autoridades africanas que "tomassem medidas drásticas de prevenção e de controle" em relação ao novo coronavírus.

Há o desafio de que os países africanos tenham como realizar testes para a detecção do vírus. Em três semanas, o número de países capazes de fazer esses testes passou de dois a 26, acrescentou Moetei.

Várias companhias aéreas africanas, como a Kenya Airways, suspenderam os voos que tinham a China como destino. No entanto, a Ethiopian Airlines, a maior empresa do setor no continente, manteve suas conexões.

O Ministério da Saúde do Egito anunciou nesta sexta-feira que registrou o primeiro caso de novo coronavírus no continente africano.

O portador da doença não é egípcio, apontou o ministério em comunicado, sem especificar sua nacionalidade.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) foi informada e o paciente, que não apresentava sintomas, foi transferido para o hospital e colocado em quarentena para tratamento, segundo o ministério.

O único deputado de extrema direita em Portugal, André Ventura, provocou um escândalo ao pedir a uma deputada negra que "volte para seu país de origem", por defender a restituição de obras de arte às antigas colônias portuguesas.

"Proponho que a deputada Joacine seja ela mesma devolvida para seu país de origem. Seria muito melhor para todo o mundo", disse Ventura ontem no Facebook.

Nesta quarta, o jornal "Publico" publicou um editorial, classificando como "abjeta" a afirmação de Ventura, líder do Partido Chega.

Joacine Katar Moreira, do partido de esquerda Livre, nascida em Guiné-Bissau, registrou ontem no Parlamento um projeto de lei para criar uma lista do patrimônio que Portugal deveria devolver para suas antigas colônias.

Ventura foi eleito em outubro de 2019 e se tornou o primeiro deputado de extrema direita no país desde a recuperação da democracia, em 1974. É conhecido por seus comentários depreciativos sobre negros e ciganos.

Estudos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que a origem do derramamento de petróleo no litoral brasileiro estaria a milhares de quilômetros da costa do País. Mais precisamente as avaliações indicam que o óleo teria se deslocado da região sul do mar da África, em abril, até chegar à costa brasileira, em setembro.

Essa hipótese refuta completamente a linha mais recente de investigações divulgadas pela Marinha e pela Polícia Federal, que apontaram, como principal suspeito pela tragédia, o navio Bouboulina, da empresa grega Delta Tankers. No início de novembro, o Ministério da Defesa, a Marinha e a PF declararam que, por meio de geointeligência, haviam identificado uma imagem de satélite do dia 29 de julho relacionada a uma mancha de óleo a 733,2 quilômetros da costa brasileira, na região leste do Estado da Paraíba. De um dia para o outro, essa mancha teria aparecido, na região por onde o navio passava.

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A Delta Tankers negou qualquer tipo de incidente com a embarcação e se prontificou a auxiliar nas investigações. Nesta semana, a Marinha evitou falar sobre o assunto em audiência na CPI do Óleo, instalada na Câmara dos Deputados.

A nova hipótese de que o local de origem seria o mar na região sul da África é detalhada por Ronald Buss de Souza, pesquisador do Inpe que atua no Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) da crise do óleo. Oceanógrafo, Souza é chefe de gabinete e diretor substituto do Inpe. Segundo o especialista, modelos estatísticos que levam em consideração situações tecnicamente reconhecidas sobre as correntes marítimas, vento e ondas indicam que o óleo, que efetivamente chegou ao litoral de forma submersa, teria como origem a região sul da África. O pesquisador, no entanto, não detalhou se seria um acidente com embarcações ou um vazamento.

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O Inpe considera ainda que, apesar de não terem surgido novas manchas no litoral brasileiro, há o risco de que parte do óleo ainda possa estar estocada no fundo do mar, presa a sedimentos. "A gente tem uma hipótese principal de que esse derrame aconteceu a partir de abril deste ano, e as manchas só chegaram ao País, em subsuperfície, de maneira difícil de ser detectada através de imagem de satélite, em setembro", comentou Ronald Buss de Souza, que participou da reunião da CPI do Óleo, na quarta-feira.

A Marinha tem reafirmado que o óleo seria uma mistura de petróleo com origem em poços da Venezuela. Passados mais de cem dias desde a primeira ocorrência do derramamento no litoral da Paraíba, em 30 de agosto, uma faixa de 3,6 mil quilômetros do litoral já foi atingida pelo óleo. São 942 localidades de 129 municípios nas Regiões Nordeste e Sudeste. O levantamento das ações feitas por Marinha, Ibama e demais órgãos que atuam na retirada do petróleo cru aponta que 5 mil toneladas de óleo já foram coletadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A modelo Sasha Meneghel, filha da apresentadora Xuxa, voltou a realizar trabalhos voluntários na África. Em agosto, a jovem emocionou internautas ao postar um vídeo com uma garota nos ombros. Novamente, a eterna rainha dos baixinhos rasgou seda para Sasha.

Nesta segunda-feira (2), a mãe elogiou a ação missionária da primogênita em solo africano. "Por favor, me diga se eu não tenho que explodir de orgulho? Sá, meu amor, sei que você não quer que mostre suas fotos. Mas não paro de admirar seu amor nesse gesto. Te amo tanto", declarou a loira.

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Na imagem publicada por Xuxa, Sasha Meneghel aparece dando carinho para uma criança em seu colo. Ao ver o conteúdo, Angélica classificou a filha da amiga e o garoto de anjos.

Confira:

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As secas e os conflitos prolongados são os principais responsáveis pelo fato de que 41 países do mundo, entre eles a Venezuela, continuam precisando de ajuda alimentar externa, indicou nesta quinta-feira a FAO, em Roma.

A lista de países inclui 31 da África, a Venezuela e o Haiti, segundo o informe Perspectivas de colheitas e situação alimentar publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Os 41 países que necessitam de ajuda alimentar externa atualmente são: Afeganistão, Bangladesh, Burkina Faso, Burundi, Cabo Verde, Camarões, Chade, Congo, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Guiné, Haiti, República Centro-Africana, República Popular Democrática da Coreia, República Democrática do Congo, Iraque, Quênia, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagascar, Malawi, Mali, Mauritânia, Moçambique, Mianmar, Níger, Nigéria, Paquistão, Senegal, Serra Leoa, Somália, Sudão do Sul, Sudão, República Árabe Síria, Uganda, Venezuela, Iêmen e Zimbábue.

Paralelamente, as colheitas de cerais se anunciam abundantes em vários países da América Latina e da Ásia, enquanto a melhora das condições de segurança contribuiu para impulsar a produção agrícola na Síria, que está em guerra, aponta a FAO.

Os conflitos e distúrbios sociais provocam fome em cerca de metade dos 41 países que precisam de ajuda, enquanto outros enfrentam uma grave escassez de recursos devido à grande afluência de refugiados procedentes de países vizinhos que experimentam tensões.

Segundo o informe da agência especializada das Nações Unidas, na Venezuela, "a hiperinflação diminuiu gravemente o poder aquisitivo local, gerando graves limitações no acesso dos lares aos alimentos".

Os pesquisadores estimam que se registrará nesse país "uma queda da produção de cereais devido à falta de insumos agrícolas".

Segundo estimativas da FAO, "cerca de 4,3 milhões de pessoas abandonaram o país e se estabeleceram em países vizinhos, onde suas necessidades humanitárias são 'significativas'", aponta o informe.

Ao menos cinquenta pessoas morreram na quinta-feira (12) em um descarrilamento de trem no sudeste da República Democrática do Congo, indica o ministro dos Assuntos Humanitários, Steve Mbikayi.

O acidente ocorreu nesta quinta-feira (12) nos arredores de Mayibaridi, cidade da província de Tanganyika, que fica localizada no sudeste do Congo.

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"Mais uma catástrofe. Descarrilamento às 3h em Tanganyika nos arredores de Mayibaridi. Avaliação provisória: 50 mortos e muitos feridos", escreveu o ministro dos Assuntos Humanitários, Steve Mbikayi, no Twitter, adicionando que uma reunião para resolução dos problemas está em curso.

"Em nome do governo da República Democrática do Congo, eu ofereço minhas condolências para as famílias das vítimas", escreveu o ministro.

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Da Sputnik Brasil

O papa Francisco desembarcou nesta segunda-feira nas Ilhas Maurício, um país multiétnico e turístico do Oceano Índico, última etapa de sua viagem pela África, que já o levou a Moçambique e Madagascar.

Milhares de pessoas se reuniram diante do Monumento Maria Rainha da Paz, onde Francisco celebrará uma missa, e celebraram quando o avião do pontífice pousou no aeroporto internacional da ilha.

Além de celebrar a missa, o pontífice argentino visitará um templo e se reunirá com líderes políticos durante a breve visita.

Em uma mensagem de vídeo dirigida à população das Ilhas Maurício, Francisco, um fervoroso defensor do diálogo inter-religioso, elogiou um povo "enriquecido com diversas tradições culturais e também religiosas".

Telões foram instalados em pontos centrais da capital do país, Port Louis, para que os devotos possam acompanhar a missa. A cidade foi decorada com imagens do papa.

Maurício, uma ilha situada ao leste do continente africano, tem 1,3 milhão de habitantes, predominantemente hindus (52%), mas com importantes minorias cristãs e católicas (30%) e muçulmanas (18%).

O primeiro-ministro das Ilhas Maurício, Pravind Kumar Jugnauth, considera a visita do papa uma vitrine do "sucesso do país no plano econômico e social, e como um verdadeiro modelo de pluralismo".

"Nossa diversidade cultural nunca nos impediu de criar um espaço favorável ao diálogo, ao entendimento e à paz", comentou.

"Não será uma visita do papa Francisco aos católicos e sim aos habitantes de Maurício em toda sua diversidade religiosa", declarou o cardeal Maurice Piat, arcebispo de Port Louis.

Maurício, com uma democracia estável e uma economia de renda média, contrasta com as duas escalas anteriores do papa na viagem, Madagascar e Moçambique, duas das nações mais pobres do continente africano.

Francisco celebrará a missa no Monumento Maria Rainha da Paz, na mesma colina onde João Paulo II celebrou a eucaristia durante uma visita em 1989.

A visita de Francisco coincide com o 155º aniversário da morte do sacerdote Jacques Desire Laval, um religioso francês que faleceu nas Ilhas Maurício em 1864 e foi beatificado em 1979.

O papa visitará o mausoléu de Laval, conhecido como o "apóstolo de Maurício" por seu trabalho missionário.

Todos os anos 100.000 peregrinos visitam o túmulo de Laval, ao nordeste de Port Louis, na noite de 8 de setembro para homenagear Laval no dia de sua morte.

Este ano, a peregrinação foi antecipada em um dia pela visita do papa.

O pontífice também visitará a residência oficial do presidente Barlen Vyapoory, que tem um papel em grande medida simbólico, e se reunirá com Jugnauth.

O papa Francisco afirmou nesta sexta-feira (6), em uma missa para 60 mil pessoas no Estádio Nacional de Zimpeto, em Maputo, capital de Moçambique, que nenhum país tem futuro com "vingança e ódio".

O líder da Igreja Católica viajou à nação africana cerca de um mês depois da assinatura de um acordo de paz que promete pôr fim definitivo a décadas de conflitos entre o governo socialista da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e os guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).

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"Nenhuma família, nenhum grupo de vizinhos, nenhuma etnia e muito menos um país terão futuro se o motor que os unem e encobre as diferenças for a vingança e o ódio", alertou o Papa, que buscou sempre destacar a importância da paz em seus discursos em Moçambique.

"Não podemos nos colocar de acordo para nos vingar, para fazer com quem foi violento a mesma coisa que ele fez conosco, para planejar retaliações sob formas aparentemente legais. As armas e a repressão violenta, ao invés de gerar soluções, criam conflitos novos e piores", acrescentou.

"Há outro caminho disponível, porque é fundamental não se esquecer que nossos povos têm direito à paz. Vocês têm direito à paz", disse. A Guerra Civil Moçambicana durou de 1977 a 1992, quando a Frelimo, que governa o país desde sua independência, em 1975, e a Renamo assinaram um acordo de paz em Roma, com mediação da Igreja.

As hostilidades, no entanto, retornaram em 2013 e só foram encerradas formalmente no início de agosto passado, com um tratado firmado pelo presidente Filipe Nyusi e pelo líder da Renamo, Ossufo Momade.

"Superar os tempos de divisão e violência não implica apenas um ato de reconciliação ou a paz entendida como ausência de conflito, mas sim o compromisso cotidiano de cada um de nós em ter um olhar atento e ativo que nos leve a tratar os outros com aquela misericórdia e bondade com as quais queremos ser tratados", afirmou Francisco.

O líder da Igreja Católica ainda alertou para "ideologias de todos os tipos que tentam manipular os pobres e as situações de injustiça, a serviço de interesses políticos ou pessoais". Antes da missa, Francisco também visitou um centro de tratamento para pacientes com o vírus HIV e elogiou os que "não cederam à tentação de dizer que 'é impossível combater esta praga'".

O Papa já deixou Moçambique e segue agora para Madagascar, segunda etapa de uma viagem que terminará em Maurício.

Da Ansa

O papa Francisco iniciou na quarta-feira, 4, uma viagem por três países da África afetados por pobreza, conflitos e desastres naturais.

O pontífice foi recebido por uma multidão em Maputo, capital de Moçambique, onde amanhã rezará uma missa no Estádio Nacional - é a primeira visita de um papa ao país desde 1988. Em seguida, o papa visitará Madagáscar e Ilhas Maurício, voltando ao Vaticano no dia 10. (com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Fifa anunciou que vai transmitir a primeira fase das Eliminatórias Africanas para a Copa do Mundo do Catar através de seu site e de seu canal oficial no YouTube. Assim, o acordo com a Confederação Africana de Futebol (CAF) estará liberado para todo o mundo.

"Trazer estes jogos para uma audiência global pela primeira vez ressalta a transformação digital em andamento na Fifa e seus esforços contínuos para apoiar o desenvolvimento do futebol na África e conectar mais fãs com o belo jogo do continente", disse a entidade máxima do futebol, em nota.

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A primeira fase do torneio terá 28 seleções, que se enfrentam em duelos mata-mata de ida e volta. Os confrontos começam nesta quarta-feira e estão previstos para terminarem na próxima terça-feira, dia 10.

Os 14 classificados se juntam aos 26 melhores colocados no ranking da Fifa para formar a fase de grupos. As 40 serão divididas em 10 chaves. Os vencedores de cada um dos grupos se enfrentam depois em novos duelos mata-mata para definir os cinco países que vão para o Mundial.

A Fifa espera popularizar o torneio com a medida, mas não informou se vai manter as transmissões nas próximas fases da competição, quando as principais estrelas do continente, como Mohamed Salah (Egito), Sadio Mané (Senegal) e Pierre-Emerick Aubameyang (Gabão), entram em campo.

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