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A confiança dos empresários industriais paulistas atingiu 52,3 pontos na pesquisa Sensor de setembro, ante 50,5 na sondagem anterior, de agosto, divulgou nesta quinta-feira a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O indicador busca obter informações da atividade da indústria de transformação durante o mês corrente da coleta de dados.

Dos cinco itens que compõem o Sensor para a Fiesp, três apresentaram aumento em relação à sondagem anterior, um apontou queda e um indicou estabilidade. A percepção do mercado passou de 55,8 pontos em agosto para 59,3 pontos em setembro; emprego subiu de 47,4 pontos em agosto para 49,8 pontos em setembro e investimentos melhoraram de 49,3 pontos para 54,6 pontos.

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Já o item relacionado a estoque apresentou queda de 45,3 pontos para 40,8 pontos. O item que apresentou estabilidade foi o associado a vendas, que oscilou de 55,0 para 55,8 pontos. Mesmo com essa variação, a Fiesp considera que houve estabilidade por esse critério.

Pela primeira vez nos últimos anos o déficit comercial do setor de máquinas e equipamentos recuou no período acumulado de janeiro a agosto, que caiu 3,1% em 2012 perante igual período de 2011. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamento (Abimaq) isso é um reflexo do patamar atual do câmbio, que nos últimos meses ficou em torno de R$ 2. "Esse seria o primeiro possível reflexo do ajuste no câmbio. Embora o câmbio a R$ 2 esteja longe de ser satisfatório, já é melhor do que o patamar de R$ 1,60", disse o assessor econômico da presidência da entidade, Mario Bernardini, durante divulgação dos dados do setor em agosto.

Segundo Bernardini, há ainda a possibilidade de o recuo no déficit estar relacionado com a baixa demanda de máquinas. "O Brasil está comprando pouco e reduzindo compras de nacionais e de importados", disse, abordando outra hipótese para o resultado comercial mais favorável. A entidade, no entanto, aponta para a possibilidade de inversão da tendência na balanço do setor. Desde 2005, a tendência vinha sendo de aumento do déficit comercial. Antes disso, entre 2002 e 2004, quando o câmbio era "forte", a trajetória era de redução do saldo negativo.

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Em agosto, a Abimaq havia estimado que o saldo comercial ficaria negativo em US$ 20 bilhões neste ano, o que seria um recorde histórico. Com a "tendência de inversão", a Associação prevê agora que o setor termine o ano com um déficit inferior ao de 2011, que foi de US$ 17,8 bilhões. "Isso supondo que o Brasil volte a investir. Nossos clientes começaram a mostrar alguma reação", disse Bernardini.

Segundo ele, a retomada dos investimentos deve se dar a partir do último trimestre deste ano. "Há uma defasagem entre a resposta da indústria e a resposta dos investimentos. Se isso for verdade (a retomada no último trimestre) temos de ver como o bolo se distribui entre (produtos) importados e nacionais com um câmbio diferente dos últimos anos", disse, reafirmando que o câmbio atual já favorece o setor frente ao patamar dos últimos anos.

O assessor econômico da Abimaq afirmou, ainda, que é preciso esperar para avaliar em que medida a recuperação vai impulsionar os investimentos. "Os dados de julho e agosto mostram uma pequena retomada puxada pelas indústrias automotivas e de linha branca, mas isso ainda não se refletiu em investimentos", afirmou. Bernardini também acrescentou que não tem dúvidas de que os investimentos em 2013 serão maiores do que os registrados no ano corrente.

Ainda assim, a Abimaq insiste que o câmbio ideal para o setor seria de aproximadamente R$ 2,60. "O câmbio melhorou, mas ainda representa um subsídio claro a importação", disse Bernardini.

O total de trabalhadores contratados sem carteira assinada cresceu 4,3% no mês de agosto em relação a julho na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), passando de 929 mil para 969 mil pessoas. Para o economista da Fundação Seade, Alexandre Loloian, esse movimento é explicado pelas incertezas com relação ao comportamento da economia doméstica diante do quadro de deterioração da economia internacional. Em 12 meses, no entanto, esta categoria de emprego ainda registra queda de 2,3%.

As contratações com registro em carteira cresceram 0,9% na passagem de julho para agosto, de 4,985 milhões em julho para 5,032 milhões de pessoas no mês passado. Sobre agosto de 2011, a expansão é de 3,8%. Para Loloian, a melhora na qualidade do emprego vem prevalecendo sobre os dados de empregos informais, mesmo com o emprego sem carteira assinada tendo se elevado na passagem de julho para agosto. Já o contingente de trabalhadores autônomos caiu 3,5% de julho para agosto, de 1,613 milhão para 1,537 milhão.

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No acumulado de agosto de 2011 a agosto deste ano, o total de trabalhadores na RMSP ainda mostra um avanço de 3,2%. Mas de acordo com o Loloian, este quadro de expansão de empregos sem carteira assinada verificado em agosto deverá começar a traçar uma trajetória de reversão daqui para o final do ano em função dos efeitos defasados das medidas econômicas adotadas pelo governo e pela própria sazonalidade do segundo semestre, em especial do terceiro trimestre, quando indústria e comércio começam a se preparar para atender o aumento da demanda característico de final de ano.

Informalidade

O contingente de trabalhadores que ingressaram no mercado informal de trabalho, ou sem carteira assinada, cresceu 2,2% em agosto em relação a julho no conjunto das sete capitais do País nas quais o Dieese realiza a Pesquisa de Emprego e Desemprego. Em números absolutos, o total de trabalhadores sem carteira profissional assinada atingiu 1,834 milhão de pessoas no mês passado, de 1,794 milhão em julho. No período acumulado de agosto de 2011 a agosto de 2012, o emprego sem carteira assinada cresceu 0,1%.

Para a economista do Dieese Lúcia dos Santos Garcia, o crescimento do número de empregados sem registro na carteira profissional expressa a dificuldade dos mercados em responder aos estímulos econômicos do governo. "Os mercados estão com dificuldade de responder às medidas de estímulo econômico do governo", disse.

A taxa de desemprego no conjunto das sete regiões metropolitanas de São Paulo pesquisadas pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) cresceu em agosto em relação a julho, subindo para 11,1% em relação a 10,7% no levantamento anterior, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada nesta quarta-feira.

A PED é realizada nas regiões metropolitanas do Distrito Federal, de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, do Recife, de Salvador e São Paulo. De acordo com a Seade e o Dieese, o nível de ocupação elevou-se em quase todas as regiões: Fortaleza (1,5%), São Paulo (0,2%), Belo Horizonte (0,3%). Não variou em Recife e no Distrito Federal e caiu em Porto Alegre (0,2%) e Salvador (0,5).

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O rendimento médio real dos ocupados nas sete regiões subiu 0,5% em julho relativamente a junho, para R$ 1,509 mil. O rendimento real dos assalariados subiu 0,4%% na mesma base de comparação, para R$ 1,546 mil. O aumento do desemprego nas sete regiões foi também atípico, com a entrada de 135 mil pessoas na força de trabalho.

Ingresso no mercado

O crescimento da taxa de desemprego de 10,7% em julho para 11,1% em agosto foi determinado, entre outras coisas, pelo ingresso de 135 mil pessoas na força de trabalho ou População Economicamente Ativa (PEA) nas sete regiões metropolitanas nas quais a Seade e o Dieese realizaram a pesquisa. Na Região Metropolitana de São Paulo 80 mil pessoas ingressaram na força de trabalho.

A PEA nas sete regiões foi estimada em 22.752 milhões de pessoas e o total de ocupados foi estimado em 20.233 milhões, o que resultou em um contingente de 2,519 milhões de desempregados, 100 mil a mais que na pesquisa anterior.

Foram criados 35 mil postos de trabalho no conjunto das sete regiões metropolitanas de São Paulo. No entanto, de acordo com os técnicos das duas entidades, a geração de empregos no mês passado não foi suficiente para absorver a entrada de 135 mil pessoas na População Economicamente Ativa (PEA), o que resultou em um contingente de 100 mil desempregados nas sete regiões em agosto na comparação com julho.

De acordo com dados da Receita Federal divulgados nesta terça-feira, as empresas do setor de minerais metálicos são as que mais contribuíram para a queda da arrecadação dos principais tributos cobrados pela Receita Federal nos meses de janeiro a agosto. Esse setor lidera o ranking apresentado pela Receita com os piores desempenho no recolhimento de tributos. Em segundo lugar está o setor fabricante de automóveis, seguido por combustíveis, telecomunicações e metalurgia.

A secretária-adjunta da Receita Federal, Zayda Manatta, destacou que no caso do desempenho do setor de mineração, além do impacto econômico, o resultado também está influenciado pelo fato de que uma grande mineradora recolheu, no ano passado, R$ 5,8 bilhões referente a uma ação que a empresa perdeu na Justiça e essa arrecadação não se repetiu em 2012.

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No caso dos fabricantes de veículos automotores, o resultado está influenciado pela redução do IPI. No setor de combustíveis, o impacto foi gerado pela desoneração da Cide.

A Receita Federal revisou de 3,5% a 4% para 1,5% a 2% a projeção de crescimento real da arrecadação neste ano. Segundo a secretária adjunta da Receita, Zayda Manatta, a estimativa menor levou em conta a revisão dos parâmetros macroeconômicos, como Produto Interno Bruto (PIB) e massa salarial, no relatório bimestral de revisão de receitas e despesas divulgado na semana passada pelo Ministério do Planejamento. O governo reduziu para 2% a projeção de crescimento da economia em 2012.

Zayda, no entanto, disse que o Fisco continua com a expectativa de crescimento da arrecadação até o final do ano, mas prefere não estimar em que momento o recolhimento dos tributos voltarão a ter alta mensal. "A gente não está trabalhando com o que vai ocorrer em setembro e outubro, mas com um crescimento no ano, sim. O efeito da economia na arrecadação não é de um mês para outro", justificou.

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Cálculos da Receita Federal divulgados nesta terça-feira mostram que, de janeiro a agosto deste ano, as desonerações de tributos promoveram uma queda de R$ 4,955 bilhões na arrecadação. Os dados da Receita mostram que essas desonerações contribuíram para a desaceleração do crescimento da arrecadação ao longo do ano.

Além da perda com as desonerações, os números mostram que as empresas que pagam o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) com base no lucro real recolheram R$ 9,196 bilhões a menos do que no mesmo período do ano passado, um recuo de 15,30%. Esse fator é o principal responsável pela desaceleração da arrecadação em 2012.

As empresas, como confirmou a secretária adjunta da Receita Federal, continuam suspendendo o pagamento do IRPJ e da CSLL por meio do chamado balanço de suspensão. Também contribuiu para o desempenho mais fraco da arrecadação o fato de que no ano passado houve duas arrecadações atípicas. Uma referente a uma ação judicial paga pela Vale em relação a CSLL e outra, o parcelamento do Refis da Crise. Pelos cálculos da Receita, esses quatro fatores provocaram uma perda já corrigida a inflação de R$ 23,5 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado, um recuo de 24,30%.

Balanço de suspensão

A secretária adjunta da Receita explicou que pelo mecanismo chamado balanço de suspensão, as empresas que pagam os tributos pelo lucro real podem suspender o recolhimento se perceberem que as parcelas pagas todo mês estão maiores que o valor devido ao Fisco em função da queda no lucro projetado para este ano.

Segundo Zayda, a Receita está verificando se as empresas estão de acordo com as normas em vigor. O uso desse mecanismo chamado de "balanço de suspensão" aumentou nos últimos meses e é alvo de uma ação especial da área de fiscalização da Receita. Embora reconheça que a lucratividade das empresas está menor do que em 2011, o Fisco está olhando com lupa o balanço das empresas que suspenderam o pagamento e verificando indícios de abusos no uso desse mecanismo.

O Banco Central informou nesta terça-feira que reduziu a projeção de déficit em conta corrente em 2012 de US$ 56 bilhões para US$ 53 bilhões. A expectativa para o resultado da balança comercial foi mantida em superávit de US$ 18 bilhões.

As estimativas para exportações e importações, no entanto, foram revisadas para baixo em US$ 10 bilhões cada uma, resultando em uma projeção de US$ 248 bilhões e US$ 230 bilhões, respectivamente.

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De acordo com o BC, a projeção de déficit com serviços em 2012 passou de US$ 39 bilhões para US$ 39,1 bilhões. Para o déficit com viagens internacionais este ano, houve alta de US$ 13 bilhões para US$ 13,5 bilhões na estimativa.

Foram mantidas as previsões para déficit com transportes (US$ 8,5 bilhões) e aluguel de equipamentos (US$ 19 bilhões). Para os demais serviços, passou de US$ 1,6 bilhão para US$ 1,9 bilhão. A previsão de déficit na conta de rendas passou de US$ 37,9 bilhões para US$ 34,7 bilhões.

A previsão para lucros e dividendos caiu de US$ 28 bilhões para US$ 24 bilhões. Para gastos com juros externos, houve alta de US$ 10,5 bilhões para US$ 11,3 bilhões. Para a conta de salários, ficou em US$ 700 milhões. O BC manteve ainda a projeção de transferências correntes em US$ 2,8 bilhões.

BC eleva previsão de IED de US$ 50 bi para US$ 60 bi

Por outro lado, o Banco Central informou que elevou a previsão para os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) em 2012 de US$ 50 bilhões para US$ 60 bilhões. Para os investimentos estrangeiros totais em ações brasileiras, a projeção caiu de US$ 8 bilhões para US$ 7 bilhões. A estimativa para investimento estrangeiro em renda fixa no País passou de US$ 3 bilhões para US$ 5 bilhões.

O BC também alterou a projeção para os Investimentos Brasileiros Diretos (IBD), que passou de +US$ 4 bilhões para -US$ 1 bilhão. O número positivo significa retorno de investimentos de empresas brasileiras do exterior para o Brasil. Já o número negativo indica desembolso de recursos para investimento de empresas nacionais no exterior.

O Banco Central informou nesta terça-feira que os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) somaram US$ 5,034 bilhões em agosto.O valor ficou acima do esperado, conforme mediana de US$ 4 bilhões do AE Projeções, cujo intervalo ia de US$ 3,5 bilhões a US$ 5,9 bilhões. No acumulado do ano, os investimentos são de US$ 43,175 bilhões, pouco abaixo do verificado em igual período do ano passado (US$ 44,080 bilhões).

Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), o IED acumulado do ano subiu de 2,69%, em 2011, para 2,85% em 2012. O IED acumulado em 12 meses chegou a US$ 65,755 bilhões (2,80% do PIB).

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O BC informou ainda que o investimento estrangeiro em títulos de renda fixa brasileiros somou US$ 915 milhões em agosto e chega a US$ 7,193 bilhões no acumulado do ano. O resultado de 2011, no mesmo período ficou em US$ 11,315 bilhões.

Viagens internacionais

A conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 1,381 bilhão em agosto. Segundo dados divulgados pelo BC, esse saldo é resultado do volume de despesas pagas por brasileiros no exterior acima das receitas obtidas com turistas estrangeiros em passeio pelo Brasil.

O saldo negativo ficou muito parecido com o que foi visto em agosto do ano passado, déficit de US$ 1,327 bilhão. No acumulado dos oito primeiros meses de 2012, o déficit da conta de viagens soma US$ 10,076 bilhões, ante US$ 10,055 bilhões em igual período de 2011.

O Banco Central tem observado que a valorização do dólar em relação ao real e a desaceleração da economia brasileira tendem a acomodar os gastos de brasileiros no Exterior, que bateram sucessivos recordes em 2011.

Os dados da Receita Federal divulgados nesta terça-feira mostram uma clara desaceleração da arrecadação ao longo dos oito primeiros meses deste ano. Em janeiro, a arrecadação de impostos e contribuições federais começou com um crescimento real de 6,04%. Em março, a arrecadação acumulada no primeiro trimestre chegou a subir 7,32% ante igual período do ano passado, mas, a partir daí, os dados mostram que a arrecadação perdeu fôlego e fechou o mês de agosto com uma alta de apenas 1,45% no acumulado do ano. Até julho, o crescimento estava em 1,89%.

O desempenho das receitas administradas (que não leva em conta taxas cobradas por outros órgãos) é ainda mais fraco e fechou o período de janeiro a agosto com uma alta de apenas 0,91% em relação a igual período de 2011. Em janeiro, a arrecadação das receitas administradas começou com crescimento de 4,77% ante igual mÊs de 2011.

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Um dos fatores apontados pela Receita para o fraco desempenho da arrecadação é a queda da produção industrial e também a menor lucratividade das empresas em 2012 em relação ao ano anterior. Segundo a Receita, esse fato fica evidenciado quando comparada a arrecadação do acumulado de abril a agosto de 2012 do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) com as empresas que são obrigadas a fazer a apuração dos dois tributos pelo lucro real.

Os dados da Receita mostram que a arrecadação do IRPJ e da CSLL apresentou nesse período uma redução de 15,49% de abril a agosto ante igual período do ano passado, o equivalente a R$ 5,8 bilhões.

No acumulado do ano, a queda é de R$ 4,412 bilhões, ou 6,99%, em relação a janeiro/agosto do ano passado. No primeiro trimestre, a arrecadação desses dois tributos teve aumento de 5,59% em relação ao primeiro trimestre de 2011, influenciado ainda pelo lucro das empresas obtidos no ano passado.

Outros fatores

A queda da arrecadação em agosto foi ainda puxada pelo pagamento de IOF que sofreu uma retração de 23,29% no período, em função da redução do volume de entrada de moedas nas operações tributadas pelo IOF e pela redução nas alíquotas nas operações de crédito de pessoas físicas.

Os dados da Receita apontam queda de 77,57% na arrecadação de IPI-automóveis em agosto ante agosto do ano passado, também em função da redução do imposto. Outro tributo que apresentou retração no mês passado foi a Cide-combustível, que teve a alíquota zerada e, por isso, registrou uma diminuição na arrecadação de 99,62% em relação a agosto de 2011. E por fim, também apresentou queda de 4,72% a arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimentos de capitais.

Pelo terceiro mês consecutivo, a arrecadação de impostos e contribuições federais apresentou queda. Dados divulgados nesta terça-feira pela Receita Federal mostram que a arrecadação atingiu em agosto R$ 77,074 bilhões, apresentando uma queda real (com correção da inflação pelo IPCA) de 1,84% em relação a igual mês de 2011. No acumulado do ano, a arrecadação soma R$ 673,576 bilhões, registrando crescimento real de apenas 1,45% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os dados da Receita mostram que a arrecadação em agosto caiu 12,72% em relação a julho deste ano. Enquanto as receitas administradas em agosto somaram R$ 75,467 bilhões, as administradas por outros órgãos atingiram R$ 1,607 bilhão.

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O volume de empregos gerados em agosto com carteira assinada foi 56,23% menor do que o do igual mês do ano passado, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Em agosto deste ano, o saldo líquido de criação de postos, já descontadas as demissões do período, ficou em 100.938. No mesmo período de 2011, o resultado foi de 230.619, levando-se em conta os dados ajustados, ou seja, que já incluem as informações do mercado de trabalho formal enviadas pelas empresas fora do prazo.

Já na comparação sem ajuste, que considera o primeiro dado divulgado pelo MTE sem a compilação das informações enviadas com atraso pelas empresas, foi constatada uma queda de 46,99% na geração de empregos com carteira em agosto ante agosto de 2011, quando o saldo foi de 190.446. Esta é a forma de comparação defendida pelo MTE.

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Considerando a série do MTE sem ajuste, o resultado do mês de agosto foi o pior para o mês desde 2003, quando a geração líquida de empregos com carteira assinada foi de 79.772.

Segundo os dados do Caged, a Agricultura foi a principal responsável pelo número abaixo do esperado de criação de empregos com carteira assinada em agosto. O setor encolheu o mercado de trabalho em 16.615 postos. Conforme o MTE, a queda deve ser atribuída a motivos sazonais.

O setor de Serviços seguiu liderando a abertura de vagas no mês passado, já que registrou um saldo líquido, já descontadas as demissões, de 54.323 postos. O volume de emprego no comércio no período foi de 31.347 e, da indústria da transformação, de 16.438. Já a construção civil registrou expansão de 11.278 postos, enquanto os serviços industriais de utilidade pública, 2.205.

O número de cheques devolvidos por falta de fundos em relação ao total emitido atingiu, no mês de agosto, a proporção de 1,97%, ante 2% registrados em julho, informou nesta terça-feira a Serasa Experian. A queda foi a terceira mensal consecutiva do indicador. A parcela dos cheques devolvidos em agosto, porém, ficou acima do nível verificado um ano antes, quando representava 1,88%. O acumulado de janeiro a agosto de 2012 (2,05%) também ficou acima do verificado no mesmo período de 2011 (1,93%).

Em números absolutos, no mês de agosto foram emitidos 79.673.376 documentos, dos quais 1.535.806 não tinham fundos. A Serasa Experian explica, em nota divulgada nesta terça-feira, que os recuos consecutivos no total de cheques devolvidos decorrem dos juros em queda, que proporcionam condições mais favoráveis para que o consumidor administre dívidas. "Como o consumidor está interessado em renegociar débitos e se reabilitar para tomar crédito, evita dar cheques sem fundos", afirma a nota.

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A região Norte registrou o maior número de cheques sem fundos no acumulado de janeiro a agosto. Foram 4,41% do total de documentos emitidos, sendo o Estado de Roraima o campeão em devoluções, com 12,93% do total. Na outra ponta está a região Sudeste, com 1,63% de devoluções, tendo o Estado de São Paulo registrado o menor porcentual no período: 1,51%.

A quantidade de novos registros de consumidores inadimplentes no País caiu 0,2% em agosto ante julho e 1% ante agosto de 2011, informou nesta sexta-feira a Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). No acumulado do ano até agosto, ante igual período de 2011, a inadimplência cresceu 6,0%.

O valor médio das dívidas incluídas no cadastro em agosto foi de R$ 1.256, alta de 1,9% ante o mesmo mês de 2011, considerando a inflação.

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A inadimplência nas regiões Sul e Nordeste recuou 1,1% e 2,6%, respectivamente, em agosto ante julho. Sudeste e Norte tiveram variação positiva de 0,6% e 0,4%, na mesma base de comparação, e o Centro-Oeste registrou estabilidade.

A análise geral da Boa Vista inclui inadimplência de consumidores em bancos, financeiras, varejo e outros segmentos. Na análise apenas do varejo, o registro de novos inadimplentes subiu 0,1% em agosto ante julho e 1,7% na comparação com agosto de 2011. No acumulado do ano, o indicador subiu 7,2%. Sul e Nordeste registraram queda no indicador de inadimplência também do varejo, com recuos de 1,5% e 0,6%, respectivamente, em agosto ante junho.

A empresa espera que as melhorias nas condições de crédito na economia e a manutenção dos empregos continuem ao longo de 2012 e prorroguem a desaceleração no número de inadimplentes. Para o final do ano, a Boa Vista mantém projeção de variação de 3% contra 2011 no número de novos inadimplentes.

O indicador de recuperação de crédito da Boa Vista Serviços, que indica as exclusões dos registros de inadimplentes, cresceu 2,3% em agosto ante julho. Na comparação com agosto de 2011, o indicador avançou 16,2%. A Boa Vista espera manutenção do crescimento do indicador ante 2011, com variação de 8,5% no fechamento do ano.

A recuperação de crédito no varejo também foi positiva. O indicador variou 6,1% em agosto ante julho e 15,5% na comparação com agosto de 2011. Na análise do acumulado do ano, o indicador de recuperação de crédito para o varejo avançou 20,6%.

A lentidão nas reações do mercado de trabalho impede que as medidas de estímulo à indústria de transformação e as desonerações promovidas pelo governo resultem em criação de vagas no setor em 2012. De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, um aumento considerável dos postos de trabalho no setor só será notado no ano que vem. "A inércia observada no emprego é a maior de todas", afirmou. A pesquisa do nível de emprego divulgada nesta quinta-feira pela Fiesp apontou um saldo líquido de 23.500 vagas na indústria de transformação paulista nos oito primeiros meses deste ano.

De acordo com Francini, o emprego é um dos indicadores que mais levam tempo para comprovar uma retomada da indústria, como indica dados recentes. Ele disse que a indústria, por conta do nível de ociosidade atual, tem capacidade para aumentar a produção sem a necessidade de contratações.

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O diretor da Fiesp elogiou os sucessivos cortes nas taxas de juros, a anunciada redução na tarifa de energia elétrica, as desonerações nos encargos trabalhistas e o nível atual do câmbio. Afirmou, no entanto, que essas medidas ainda não foram suficientes para alavancar um crescimento da indústria de transformação, que sofre com perda de competitividade frente a produtos importados. "Está tudo na direção correta, mas não foi suficiente", afirmou.

A Fiesp ainda conta com uma melhora na economia no segundo semestre. A projeção é de crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre e de mais 1% no quarto, ante o período anterior. Com isso, afirma Francini, o PIB brasileiro deve encerrar 2012 com avanço de 1,4%. Para a indústria de transformação, o quadro projetado pela Fiesp é ruim, de queda de -2,5% no PIB deste ano.

Setores - As empresas têxteis lideraram as perdas de postos de trabalho na indústria de transformação no Estado de São Paulo em agosto, segundo a pesquisa da Fiesp. O nível de emprego no segmento caiu 3,3% em agosto na comparação com julho e 7,5% em relação a agosto de 2011. Isso significou 3.537 demissões no mês. No acumulado do ano, a perda chega a 4,9%.

Do lado oposto, aparece a indústria de máquinas e equipamentos, que contratou 1.684 funcionários em agosto. A alta em comparação com julho foi de 0,9% e em relação a agosto do ano passado, de 0,7%. O desempenho positivo, segundo Francini, foi justificado por uma única empresa de energia eólica. No ano, o segmento acumula alta de apenas 0,3%.

O nível de emprego da indústria paulista caiu 0,26% em agosto em relação a julho, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta quinta-feira a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na mesma base de comparação, o Índice do Nível de Emprego recuou 0,33% na série sem ajuste sazonal.

Na comparação com agosto de 2011, agosto desta ano registrou queda de 3,13% no nível de emprego. No acumulado dos primeiros oito meses do ano, a variação ficou positiva em 0,90%% ante o mesmo período de 2011, com saldo de 23.500 postos de trabalho.

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A indústria paulista teve um saldo de 8.500 demissões em agosto deste ano na comparação com o mês anterior. Na comparação com agosto de 2011, a Fiesp registrou saldo de 84 mil demissões no mês. Dos 22 setores nos quais a Fiesp divide a indústria no Estado, 8 contrataram, 12 demitiram e 2 permaneceram estáveis em agosto.

A indústria de implementos rodoviários ampliou a queda na produção em agosto e já apresenta, no acumulado do ano, um recuo de 13,95% na comparação com igual período de 2011. Foram produzidos 108.853 implementos em 2012 até agosto, ante 126.499 registrados em igual intervalo em 2011. No período de janeiro a julho, o setor caía 11,99%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pela Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir).

O segmento que mais sofre é o de carrocerias sobre chassis, cuja produção caiu de 86.382 unidades nos oito meses de 2011 para 74.201 neste ano, um recuo de 14,10%. No segmento de reboques e semirreboques, o decréscimo chegou a 13,62%, de 40.117 para 34.652 unidades.

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A queda no setor de implementos rodoviários, no entanto, ainda é menor que a verificada na produção de caminhões pelas montadoras do País. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nos oito meses de 2012, a indústria fabricou 88 mil unidades, 40% abaixo do volume que saiu das montadoras até agosto do ano passado.

Para a Anfir, a antecipação de compra de caminhões equipados com motores Euro 3, no final de 2011, não foi acompanhada pela comercialização de implementos rodoviários. Outro fator mencionado pela entidade para explicar o distanciamento dos números de implementos e de caminhões é a necessidade de as transportadoras levarem mais carga a grandes distâncias, utilizando, assim, composições que demandam mais de um implemento por veículo.

Apesar das más notícias do segmento ao longo de 2012, a Anfir acredita que a queda nos juros para financiamento de bens de capital pelo programa Finame, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de 5,5% ao ano para 2,5%, vai diminuir as perdas em 2012. "Ainda é cedo para fazer previsões, mas a queda no porcentual dos juros dos financiamentos, determinada no final de agosto, foi muito bem recebida pelas empresas do setor", afirmou, em nota, o presidente da entidade, Alcides Braga.

As vendas de motocicletas somaram 170.868 unidades ao mercado interno em agosto, baixa de 16,1% ante o total de 203.711 unidades vendidas em agosto do ano passado, mas uma alta de 97% sobre as 86.757 unidades de julho deste ano, informou nesta terça-feira a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). A produção de motos chegou a 178.084 veículos, queda de 18,2% ante as 217.642 unidades de agosto de 2011 e alta de 134,8%, sobre as 75.837 unidades de julho.

Segundo a entidade, apesar da disparada nas vendas e na produção nos últimos dois meses, o mês de julho foi atípico, por conta das férias coletivas nas montadoras, que impactaram no desempenho do setor. As vendas de julho foram as piores desde dezembro de 2008 e a produção desde janeiro de 2009.

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"A comparação entre agosto de julho deste ano não reflete a realidade do segmento de motocicletas no País. Os números continuam em queda com relação ao ano anterior, seja na análise mês a mês ou no acumulado do ano. Apesar desse crescimento em produção e vendas internas (para as concessionárias), de julho para agosto, as vendas ao consumidor final ainda estão estagnadas", afirma Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. A restrição ao crédito, que reduz a liberação de financiamentos, segue como o principal inibidor das vendas, segundo Fermanian.

As vendas de motos ao consumidor final somaram 140.620 unidades em agosto, queda de 22,5% sobre as 181.539 unidades de agosto de 2012 e leve alta de 1,6% sobre os 138.472 veículos emplacados em julho deste ano, segundo a Abraciclo. No acumulado de janeiro a agosto, 1.127.622 motocicletas foram emplacadas, queda de 10,5% ante igual período de 2011, quando o total emplacado chegou a 1.259.835 unidades.

O número de consumidores que procuraram crédito no mês de agosto foi 3,1% maior do que o registrado em julho, informou nesta terça-feira a Serasa Experian. Foi a segunda alta mensal consecutiva do Indicador da Demanda do Consumidor por Crédito. Em julho, havia sido verificada elevação de 8% na comparação com junho.

Apesar da alta na margem, o indicador segue abaixo dos níveis registrados no ano passado. A procura por crédito em agosto ficou 2,7% abaixo da quantidade vista no mesmo mês de 2011. Já o acumulado nos oito primeiros meses do ano está 5,6% abaixo do verificado no mesmo período de 2011.

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De acordo com a Serasa Experian, o consumidor demonstra maior disposição em buscar crédito no segundo semestre por causa de taxas de juros mais baixas e pela queda da inadimplência, o que abre oportunidades a quem estava com dívidas em atraso.

Em agosto, houve aumento na demanda por crédito em todas as faixas de renda. Destaque para a população de baixa renda, cujas altas foram de 4,5% na comparação com julho, de 2,4% sobre agosto de 2011 e 3,1% no acumulado do ano ante o mesmo período de 2011. Na análise por regiões do País, o Nordeste foi onde houve a alta mais expressiva em agosto, de 5,2% ante julho.

O crescimento do fluxo de veículos pelas estradas administradas pelo setor privado em agosto, de 0,2% na comparação com julho, foi puxado pela normalização dos estoques no setor automotivo, que levou a um crescimento de 4,4% nas passagens de veículos pesados pelas praças de pedágios. A avaliação é do economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria, que calcula o Índice da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).

"O setor automotivo normalizou estoques, com aumento de venda e produção, e impactou a atividade como um todo, devido à importância da sua cadeia de suprimentos", disse Bacciotti. De acordo com ele, os estímulos ao consumo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), prorrogada por dois meses, e a diminuição das taxas de financiamento para compra de automóveis, reanimaram a indústria em agosto.

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De acordo com o economista da Tendências, apesar de não alterarem nenhuma estrutura e não mexerem na competitividade do País, "essas medidas ajudaram na recuperação da indústria e, consequentemente, impulsionarão o PIB deste ano, limitado pelos efeitos da crise internacional".

Bacciotti avalia que o Programa de Concessões de Rodovias e Ferrovias lançado pelo governo federal e a redução da tarifa de energia elétrica para os consumidores industrial e residencial, anunciada na semana passada, definem uma perspectiva positiva para o cenário econômico. "Investir mais em infraestrutura e reduzir custos do processo produtivo são iniciativas que de fato melhoram a competitividade do País no caminho para manter o crescimento sustentável ao longo dos anos", comenta Bacciotti.

Em bases anuais, a movimentação de veículos pelas estradas brasileiras administradas pelo setor privado cresceu 5,4% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado. Pela mesma base de comparação, o fluxo de veículos leves avançou igualmente 5,4% e o de pesados, 5,2%. No acumulado dos últimos doze meses encerrados em junho, a circulação total de veículos pelas estradas pedagiadas fechou com uma expansão de 4%. O movimento de leves cresceu 4,3% e o de pesados, 3,2%.

O fluxo total de veículos nas estradas pedagiadas do País avançou 0,2% em agosto na comparação com julho, descontados os efeitos sazonais, segundo o Índice ABCR calculado em parceria pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e Tendências Consultoria Integrada.

A circulação dos veículos leves recuou 1,3% sobre o mês anterior e a movimentação dos pesados pelas praças de pedágios no mês passado avançou 4,4% sobre julho.

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