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Um corredor veloz e mortal percorria as vastas áreas de um deserto com dunas no interior do estado de São Paulo, no Cretáceo inferior, há 135 milhões de anos. O animal, que provavelmente perseguia suas presas, pois era carnívoro, acaba de ser identificado como uma nova espécie de dinossauro brasileiro que habitava a região onde hoje está a cidade de Araraquara. A descoberta, que envolveu pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), foi publicada na revista científica Cretaceus Research.

De acordo com o pesquisador Marcelo Adorna Fernandes, professor do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Ufscar, o dinossauro tinha cerca de 90 cm de altura, 1,5 metro de comprimento e foi identificado a partir das pegadas que deixou em rochas de arenito, usadas para construir as calçadas de Araraquara. As pegadas mostraram que o animal jovem tinha boa adaptação ao clima seco e de dunas correspondente às formações geológicas da região na época.

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O produtor das marcas foi batizado de Farlowichnus rapidus, em homenagem ao pesquisador norte-americano James Farlow, que também era um corredor. Este é o segundo vertebrado identificado no chamado Paleodeserto Botucatu, o grande deserto fóssil que existiu no interior. Em 1981, segundo Fernandes, havia sido descrito o Brasilichnium elusivum, um pequeno mamífero saltador, pelo missionário e paleontólogo italiano Giuseppe Leonardi, também com base nas pegadas de Araraquara.

Agora, foi formalizada a descrição do dino corredor, já que antes havia só a ocorrência informal de dinos terópodes (carnívoros). Segundo o paleontólogo, o ângulo do passo de mais de 170 graus sugere que o bicho deveria estar correndo pelas paleodunas, daí o "rapidus" no nome. "O que o difere dos demais é que o dinossauro produtor dessas pegadas de três dedos, em forma de gota, ou seja, dedos bem juntinhos, possuía o segundo dedo do pé bem maior, mas com uma característica monodáctila, ou seja, apoiava sempre o peso do corpo no dedo mediano, que era o maior dentre os três dedos", explicou.

A descoberta dos pegadas fósseis de Araraquara aconteceu em 1976, quando Leonardi andava pela cidade e viu as marcas em lajes das calçadas. Ele recolheu amostras dos vestígios e os guardou até retornar ao Brasil para concluir a pesquisa. Fernandes vem se debruçando há anos em pesquisas sobre esse farto material, que já foi utilizado também como calçamento em São Carlos e até na capital paulista, em calçadas do Zoológico de São Paulo.

Com o auxílio da esposa, Luciana Fernandes, também pesquisadora, ele descobriu os melhores exemplares de pegadas, possibilitando a descrição formal do autor delas com precisão. "Além disso, encontramos na pedreira São Bento, em Araraquara, diversas trilhas de dinossauros terópodes, desde os menores, que provavelmente eram do tamanho de um pombo, até esse do trabalho que, adulto, poderia atingir 3,5 m de comprimento. Então descobrimos uma série ontogenética, desde os filhotes, até os adultos que habitaram o paleodeserto de Botucatu durante o Cretáceo inferior", disse.

Segundo o pesquisador, o autor da pegadas, Farlowichnus rapidus, poderia ser um noassaurídeo, semelhante ao Vespersaurus, cujos ossos foram encontrados em outra formação geológica, no estado do Paraná. "Fósseis de dinossauros carnívoros são raros no Brasil, talvez pela fragilidade dos ossos em se preservarem ao longo de milhões de ano, mas também em virtude da competição por nicho ecológico entre os predadores de topo que existia por aqui, especialmente crocodilos terrestres de grande porte", disse.

Com a descoberta, o número de dinossauros brasileiros vai crescendo e já são cerca de 30 descritos formalmente. No final do ano passado, uma equipe formada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e de outras universidades brasileiras descreveu e identificou o Ibirania parva, uma espécie de dinossauro herbívoro da família dos gigantescos titanossauros, mas com pouco mais de 5 metros de comprimento, o que o tornou pequeno perto dos parentes pescoçudos.

Os fragmentos fósseis do animal usados para identificar a espécie foram descobertos em 2005 por Marcelo Adorna Fernandes. Ele também foi o primeiro a identificar e descrever um urólito - xixi fóssil de dinossauro - em pedras de Araraquara, naquele que pode ter sido o maior deserto de dunas do planeta. Há muita pesquisa pela frente, segundo Fernandes. "Ainda falta a descrição formal dos ornitópodes (herbívoros)", disse.

Em pronunciamento na cidade de Araraquara, São Paulo, onde vistoriava os danos causados pelas chuvas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, na tarde deste domingo (8), um decreto de intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal até o dia 31 de janeiro.

A atitude de Lula foi em reação à invasão por parte de bolsonaristas radicais aos prédios dos Três Poderes – o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Os atos de terrorismo reúnem milhares de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro na capital federal. Eles depredaram os prédios públicos.

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Segundo o decreto, o interventor nomeado é o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Garcia.

A postura do governo se deu seguindo a Constituição Federal (CF) e o decreto argumenta que há um “grave comprometimento da ordem pública” local.

No discurso, Lula garantiu que todos serão investigados, inclusive os agentes de segurança pública do DF. “Essa gente terá que ser punida. Vamos descobrir quem são os financiadores. E todos eles pagarão com a força da lei", afirmou.

Veja a íntegra do decreto:

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e sua esposa, Janja Silva, viajam ainda hoje (8) à cidade de Araraquara, no interior de São Paulo. A região teve algumas infraestruturas prejudicadas, como ruas e rodovias, pelo excesso de chuvas.

De acordo com a Presidência, Lula acompanhará os trabalhos de defesa civil e se encontrará com o prefeito da cidade, Edinho Silva, de quem receberá informações sobre a situação no município.

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Autoridades informam que, após 200mm de chuva em apenas 24 horas. No auge da tempestade, foram registrados 83mm em apenas uma hora de chuva, o que acabou por abrir uma cratera (na Avenida 36 da cidade), vitimando seis pessoas de uma mesma família.

Lula falou sobre a viagem por meio de sua conta no Twitter. “Bom domingo. Hoje vou a Araraquara para examinar os danos causados pelas fortes chuvas na região. Conversarei com o prefeito @edinhosilva sobre o trabalho da defesa civil e o apoio que precisarão para reconstruir parte da infraestrutura da cidade”, disse o presidente.

O embarque para Araraquara será às 14h a partir do Aeroporto de Congonhas (SP), e a chegada está prevista para as 15h. Lula ser reunirá com o prefeito Edinho Silva às 16h e retornará a Brasília às 17h.

Situação de emergência

Essa semana, os ministros Jader Filho, das Cidades, e Waldez Góes, da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, a região. A situação de emergência foi reconhecida pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil no dia 6, permitindo à administração municipal ter mais agilidade para a adoção de medidas e evitar burocracias para a liberação de recursos.

Atingida por fortes chuvas na última semana de 2022, Araraquara aguarda a liberação de recursos federais e estaduais para dar início às obras mais complexas de recuperação da infraestrutura danificada pela força das águas.

Segundo a prefeitura de Araraquara, o prefeito Edinho Silva reuniu-se com representantes do governo do estado e de outras cidades paulistas afetadas pela chuva (Bertioga, Cajamar, Capivari, Monte Mor e Rafard). São Carlos, Guatapará e Socorro também tiveram danos causados pela chuva excessiva.

Em nota divulgada pela prefeitura, o gerente responsável pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Luiz Dell’Acqua, classificou como "impressionante" a força das águas neste verão. Ele atua há 13 anos no órgão municipal. “É o pior cenário desde minha entrada na Defesa Civil, pelas mortes e também pelos danos que foram ocasionados”, disse.

Dell’Acqua acrescenta que a Defesa Civil do município segue monitorando todos os pontos, com maior atenção na Avenida Francisco Martins Caldeira Filho, no Parque São Paulo, para que a cratera não atinja as residências localizadas no entorno.

A prefeitura de Araraquara, localizada em São Paulo, anunciou, na última sexta-feira (25), a abertura de concurso público com 18 vagas para a Educação. Os interessados em participar do processo seletivo podem lançar candidaturas a partir do dia 28 de novembro até 22 de dezembro.

De acordo com o edital do certame, as oportunidades são para o nível fundamental, médio e superior e as remunerações variam entre R$ 1.367,77 a R$ 6.401,31. Entre as vagas ofertadas na seletiva estão assistente social de Educação, professor, coordenador pedagógico, merendeiro, agente escolar, entre outras.

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Os candidatos serão avaliados por meio de prova, prevista para 22 de janeiro de 2023. Os participantes aprovados serão contratados no regime Estatutário. Confira o edital aqui

O Instituto de Química da Unesp, lançou, em Araraquara, o primeiro curso de pós-graduação lato sensu de tecnologia Cervejaria, do estado de São Paulo. A primeira aula será feito de forma híbrida, sendo transmitida ao vivo pelo canal do Instituto de Química, na próxima quinta (10), às 10h. O local da aula será no auditório a Faculdade de Ciências e Letras (FCL) da Unesp, em Araraquara.

Na aula inaugural, o campeão brasileiro de sommelier de cervejas, Rodrido Sawamura, da Estrella Galícia do Brasil, dará uma palestra sobre a Cultura da Cervejeira. Já Decio Novaes,  que atua com relações governamentais do Grupo Heineken, e Cassio Montenegro, diretor industrial da Heineken Araraquara, irão apresentar outra palestra sobre "Heineken: Mais do que uma garrafa verde".

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Com início previsto para junho, a especialização terá mais de 20 disciplinas ministradas ao longo de 21 meses. O objetivo do curso é preparar profissionais que estão ou pretendem ingressar no mercado cervejeiro, com subsídios conceituais e práticos de alto nível sobre a produção da bebida. Sem data oficial, as inscrições serão abertas em breve.

O curso será destinados para profissionais formados em Engenharia de Alimentos, Engenharia Química, Agronomia, Química, Biologia, entre outras. Com conteúdos teóricos e práticos, será abordado o passo a passo para a produção de uma cerveja, elaboração de receitas, análises da qualidade do produto, estudo das matérias-primas que dão origem à bebida, harmonização, boas práticas de fabricação, etc. No final do curso, terá 40 vagas e será realizado em formato híbrido (parte teórica online e parte prática presencial), os alunos deverão entregar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

A Câmara de Vereadores de Araraquara, no interior de São Paulo, rejeitou o requerimento que pedia o impeachment do prefeito da cidade, Edinho Silva (PT). Por 13 votos a 4, o processo de investigação e cassação do mandato foi rejeitado durante sessão virtual nessa terça-feira (3).

O pedido foi protocolado na segunda (2), contando com a presença do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) e a assinatura das lideranças do Patriota e Podemos, pedindo que fosse analisada a má fé administrativa no caso da tentativa de compra de 25 respiradores eletrônicos para o combate à Covid-19 em abril de 2020.

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Votaram a favor do requerimento apenas os três vereadores do Patriotas: Marchese da Rádio, Carlão do Joia e Marcos Garrido, além do vereador do Podemos, Lineu Carlos de Assis.

O resultado da votação foi comemorado em frente à Câmara Municipal por vários manifestantes que prestaram apoio ao prefeito Edinho Silva. Em postagem, a bancada de deputadas e deputados do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, comemorou antecipadamente quando estava 13x0 e mostrou um pouco da manifestação. Confira:

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Foi protocolado na Câmara Municipal de Araraquara, no interior de São Paulo, um pedido de impeachment contra o prefeito da cidade, Edinho Silva (PT). No documento, apresentado nessa segunda-feira (2), pede-se que seja analisada a má fé administrativa no caso da tentativa de compra de 25 respiradores eletrônicos para o combate a Covid-19 em abril de 2020. Assinaram o pedido, lideranças do Patriota e Podemos, contando com a presença do deputado federal Eduardo Bolsonaro.

Em seu Instagram, o deputado explicou o pedido e criticou o prefeito: “Baseia-se na compra com dispensa de licitação de respiradores numa empresa que produzia cosméticos e sem qualquer histórico na área da medicina. O prefeito pagou antecipadamente R$ 1 milhão, valor que o TCU já mandou devolver aos cofres públicos, pois há dinheiro federal neste angu. O que merece quem desvia dinheiro da saúde, ainda mais numa pandemia?”.

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A compra dos respiradores levou o Tribunal de Contas da União a investigar a questão e a decisão de que a verba teria que voltar aos cofres públicos foi tomada em dezembro. Ainda em discussão recente sobre o caso, a vice-presidente do TCU, Ana Arraes, esteve em audiência, no  dia 8 de julho, com o prefeito de Araraquara, Edinho Silva.

Defesa do Prefeito

Com base nas acusações que tem recebido e no documento protocolado de impeachment, Edinho Silva usou suas redes sociais para se defender e disse estar sendo alvo de ataques “bolsonaristas” por Araraquara ter sido uma das cidades destaques no combate a pandemia.

“Sobre o ataque da família Bolsonaro a Araraquara: nossa cidade se destacou no combate à pandemia por defender a ciência e a medicina. O bolsonarismo prega negacionismo e incentiva o genocídio. Só isso explica essa obsessão por nos atacar: representamos a derrota ideológica deles”, escreveu no Twitter nesta terça-feira (3).

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Pela primeira vez depois de ter conseguido reduzir os números da pandemia com o fechamento total das atividades, a cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, voltou a atingir nesta terça-feira (8) índice de Covid-19 suficiente para a decretação de um novo lockdown.

De 563 amostras analisadas, 21,13% deram positivo para o coronavírus. Se o índice acima de 20% for mantido por mais dois dias, o fechamento das atividades será automático, segundo decreto municipal. É também a primeira vez nos últimos 90 dias que a cidade volta a ter pacientes à espera de leitos de UTI.

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Araraquara decretou lockdown de dez dias em fevereiro deste ano e conseguiu uma grande redução nos casos da doença. Agora, volta a viver um novo pico da pandemia e está em situação de alerta máximo, segundo o prefeito Edinho Silva (PT).

"Nossa situação, infelizmente, é gravíssima. Hoje (terça-feira, 8), Araraquara alcançou pela primeira vez o índice que estabelece o fechamento das atividades em nossa cidade. Se ficar assim por mais dois dias, haverá o fechamento automático. É hora de termos consciência, pois ainda dá para evitar", disse.

De acordo com o decreto municipal, também fecham as atividades, inclusive as essenciais, se os testes positivos em indivíduos sintomáticos ultrapassarem 30% por três dias consecutivos ou cinco dias alternados durante uma semana. Esse índice chegou a 28,32%, muito próximo do limite.

O fechamento será de no mínimo sete dias. A cidade contabiliza 197 pacientes internados, sendo 93 em UTI. "Pela primeira vez em 90 dias estamos com pacientes na UPA da Vila Xavier, inclusive dois intubados, aguardando leitos e não temos leitos para oferecer a eles", disse o prefeito.

Segundo a prefeitura, do total de doentes internados, 89 são pacientes de outros municípios e foram transferidos para hospitais da cidade, sendo que 46 estão em UTI. Apesar de não ter registrado óbitos nas últimas 24 horas, Araraquara já soma 457 mortes decorrentes de covid-19.

"Essa situação vai significar em questão de dias uma pressão absurda sobre nossos leitos e principalmente sobre a ocupação de UTI", disse. Silva voltou a fazer apelo para que a população se previna. "Água e sabão, não aglomerar e usar máscara são medidas simples que podem evitar que Araraquara feche."

A cidade foi a primeira a adotar um lockdown rigoroso para controlar a pandemia, quando o sistema de saúde entrava em colapso, em fevereiro deste ano. Na época, já havia sido detectada a circulação da variante P1 de Manaus no município.

O fechamento, que incluiu a suspensão do transporte público e toque de recolher, trouxe alívio na lotação hospitalar. Semanas depois, tinha acontecido queda de 58% na média móvel diária de pessoas contaminadas, de 31% nas internações e de 40% nas mortes. A cidade passou a ser apontada como exemplo de lockdown que deu certo.

MP recomenda lockdown em Presidente Prudente

Em Presidente Prudente, também no interior paulista, o Ministério Público Estadual recomendou que a prefeitura decrete lockdown de 15 dias para frear o avanço da pandemia.

De acordo com o promotor de justiça Marcelo Creste, que assina o documento, a região apresenta taxa de ocupação de UTI acima de 96% há várias semanas e a disseminação do vírus está aumentando. Segundo ele, alguns hospitais de Presidente Prudente têm ocupação de até 120% e, na região, 27 pacientes aguardam transferência para UTI, cinco em estado gravíssimo.

A prefeitura informou que o prefeito Ed Thomas (PSB) se reuniu nesta terça-feira, 8, com prefeitos que integram a União dos Municípios do Pontal do Paranapanema (Unipontal) e houve decisão unânime para o reforço nas medidas restritivas, mas sem lockdown.

"O que a gente solicita ao Ministério Público e ao DRS-11 (departamento regional de saúde do governo estadual) é ajuda para testagem, medicamentos, hospital de campanha e recursos para nossa cidade, que foi a mais fechada desde o ano passado. Buscamos para Prudente uma proteção contra o vírus e uma proteção para nossa economia", disse.

Passados três meses do lockdown que levou a uma redução de 75% os casos de coronavírus, a cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, pode estar na iminência de um novo fechamento. Nesta quinta-feira (3), de 660 pessoas que procuraram os serviços de saúde, 20,4% testaram positivo para o vírus. Há duas semanas, o índice era de 13,4%.

O comitê de contingência do coronavírus emitiu um alerta à população. Se o índice chegar a 30% e permanecer três dias nesse patamar, o novo lockdown será automático, como prevê decreto baixado em 20 de maio.

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O prefeito Edinho Silva (PT) usou seu canal oficial para pedir à população que use máscara e mantenha o isolamento social. "Os números mostram que nós ainda podemos evitar que o lockdown seja decretado. Depende só de nós", disse.

Ele alertou que já há pressão sobre a rede hospitalar e que, nesta quinta-feira, a taxa de ocupação de leitos de UTI voltou a subir para 83%. "Vamos evitar que Araraquara feche. Porque é ruim para os empregos, ruim para nossa economia, para as crianças que estão caminhando para dois anos fora da escola, para as pessoas que são autônomas e dependem do seu trabalho para sobreviver."

Os novos números mostram que a cidade está voltando ao patamar de casos de 21 de fevereiro, quando o lockdown foi decretado. Naquele dia, a cidade registrava 189 casos diários de covid-19. O número caiu para 42 em 20 de abril e voltou a subir para 113 nesta quinta.

Na UPA da Vila Xavier, porta de entrada para os casos de covid, o número de pacientes assistidos oscilou de 417 para 104 e, agora, 316. Os internados em hospitais locais eram 209 na véspera do lockdown, caíram para 69 dois meses depois e, nesta quinta, já são 180.

O decreto prevê que o sinal de alerta também deve ser acionado quando 15% dos testes em geral - sintomáticos e assintomáticos - são positivos. Nesta quinta, o índice chegou a 13,29% das 1.053 amostras analisadas. Há duas semanas, a taxa era de 10%. "Diante de mais um sinal de alerta, o comitê segue analisando com rigor a situação epidemiológica para deliberar sobre as ações necessárias de controle da transmissão do vírus que o momento exige", informou o município.

Força-tarefa reforça fiscalização

Os sinais da retomada na pandemia estão por toda a parte. Nas ruas, a força-tarefa de fiscalização percorre o comércio para verificar o cumprimento das medidas em vigor. A cidade segue o Plano São Paulo de controle do coronavírus, com restrições mais rígidas, como o toque de recolher noturno. Há ainda a busca ativa de casos nos setores econômicos. Estabelecimentos com surtos da doença podem ser interditados. As barreiras sanitárias voltaram a abordar os visitantes. Quem não tem laudo negativo para covid-19 pode fazer o teste rápido no local.

Com o aumento de casos, o tempo de espera por atendimento aumentou na UPA da Vila Xavier. Na manhã desta quinta, houve um início de confusão quando uma paciente reclamou da fila, alegando que a longa espera poderia contaminar mais gente. A Secretaria da Saúde informou que houve um aumento de pacientes na unidade e colocou mais um médico para reforçar a equipe - agora são cinco profissionais médicos.

Araraquara já registrou 451 óbitos pela covid-19. Nas últimas 24 horas morreram dois homens, de 56 e 52 anos, respectivamente, um deles com comorbidade. O número de casos positivos chegou a 21.930. A cidade tem 821 pacientes em quarentena. Além da aplicação intensa de testes, a cidade aposta na vacinação para conter a nova onda da pandemia. Araraquara aplicou 102,8 mil doses, sendo 66,1 mil receberam a primeira aplicação e 36,7 mil a segunda.

Lockdown na cidade serviu de exemplo

Primeira cidade a decretar lockdown, Araraquara passou a ser citada como exemplo de que o fechamento total das atividades, salvo as estritamente essenciais, funciona. A medida foi tomada quando o sistema de saúde entrava em colapso, devido à grande progressão de casos e à circulação da cepa P1 de Manaus. O fechamento foi discutido pelo município com pesquisadores da Unesp e da USP.

O lockdown, que incluiu a suspensão do transporte público por 12 dias, permitiu a reorganização dos serviços de saúde. Nesse período, houve queda de 58% na média móvel diária de pessoas contaminadas. As internações caíram 31% e o número de óbitos, 40%. Duas semanas depois, já não havia pacientes aguardando leitos em hospital.

Na segunda-feira, 31, o prefeito petista foi convidado para falar sobre a experiência de Araraquara em seminário nacional coordenado por Nelson Jobim, ex-ministro da Justiça e ex-integrante do Supremo Tribunal Federal (STF). A participação de Edinho aconteceu, de forma remota, no painel "O Pacto Federativo e a Articulação Necessária para o Enfrentamento da Pandemia".

Em abril, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou uma distribuição de alimentos feita pela Ceagesp, empresa pública federal de armazenagem, para criticar o lockdown em Araraquara. "Nesse momento, comboio parte da Ceagesp rumo a Araraquara/SP, levando alimentos para aqueles vitimados pela política do ‘fique em casa que a economia a gente vê depois’", disse o presidente.

Nesta quarta, em pronunciamento feito em rede nacional, Bolsonaro voltou a se referir ao fato. "Essa companhia (Ceagesp) socorreu nossos irmãos de Aparecida e Araraquara, entre outras cidades do interior de São Paulo, doando dezenas de toneladas de alimentos", afirmou. A prefeitura de Araraquara informou que não se manifestaria a respeito.

O remédio foi amargo, mas deu resultado. Um mês após esvaziar as ruas em um lockdown que fechou até mercados, Araraquara, no interior paulista, agora vê postos de saúde e UTIs menos cheios. Entre 21 de fevereiro e 21 de março, a média diária de casos do novo coronavírus no Estado aumentou 40%. Já em Araraquara, caiu 58%. Anteontem, outro alento: foi a 1.ª vez em 44 dias que a cidade não registrou morte pela covid-19. Elogiada por especialistas, a experiência também tem motivado outras prefeituras a apertarem restrições.

Araraquara foi o primeiro município paulista com mais de 100 mil habitantes a proibir a circulação de veículos e pessoas ao longo do dia, a não ser em casos excepcionais. O transporte coletivo foi suspenso e outros serviços essenciais, drasticamente restringidos.

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Quando a medida foi adotada, em 21 de fevereiro, a rede de saúde estava em colapso, com 100% de ocupação dos hospitais e pacientes graves transferidos para municípios distantes. Também havia sido confirmada a circulação da variante do coronavírus originária em Manaus, que estudos já mostram ser mais transmissível.

Os primeiros dez dias foram de lockdown total e intensa fiscalização - com blitze e multas de até R$ 6 mil. Com 13 dias já não havia fila de espera por leitos de UTI. "Sabíamos que a medida daria resultado, mas não esperávamos que viesse tão rápido, além da nossa expectativa. Estamos vivendo situação bem mais tranquila", comemora a secretária municipal de Saúde, Eliana Honain. A queda na disseminação do vírus também aparece na proporção de infectados.

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vila Xavier, porta de entrada para casos de covid, chegavam quase 500 pacientes por dia na terceira semana de fevereiro. Agora, este número caiu pela metade.

"Para os profissionais que atuam na linha de frente, não há dúvida de que o lockdown surtiu efeitos positivos na diminuição de pacientes e redução na ocupação nos hospitais", diz a enfermeira Emanuelle Laurenti, diretora técnica de gestão hospitalar que responde por UPAs e dois hospitais de retaguarda para covid.

Segundo ela, "em tempos tão turbulentos e tristes, lidando com essa doença sem ter a certeza de que o paciente permanecerá vivo", é preciso agradecer a todos os envolvidos nessa luta.

Em fevereiro, as UTIs registraram lotação máxima durante quase todo o mês. Em março, isso só ocorreu três dias. Agora, com outras cidades do interior no limite, Araraquara ajuda os vizinhos. Metade dos 194 internados no município ontem era de fora. Nas UTIs, 60% são de outras cidades.

Com hospitais cheios e pacientes na fila por UTI, São Carlos tem 27 internados em Araraquara, a 45 quilômetros. Esta semana, a Santa Casa de São Carlos chegou a pedir transferência de seus 30 pacientes de UTI diante do fim do estoque de medicamentos. Manteve os doentes após outros hospitais emprestarem remédios.

"Pode montar mil leitos. Se não conter a contaminação, é impossível conter a alta demanda", reconhece o secretário de Saúde de São Carlos, Marcos Palermo. Entre as medidas mais recentes, a cidade decretou ponto facultativo dia 1.º e multará em R$ 10 mil quem alugar áreas de lazer para eventos. Mas descarta o lockdown.

Gerente de uma funerária em Araraquara, Rosana Cabral estima alta de 40% nos enterros na fase mais crítica. "Neste ano, nossa funerária chegou a fazer nove atendimentos em um fim de semana, algo que nunca vi antes", diz ela, que trabalha nessa área há 11 anos. A redução de pressão no setor foi observada só na semana passada. A média semanal de óbitos caiu 39%.

"Salvamos vidas e agora podemos trabalhar na fase emergencial do governo estadual", diz o prefeito Edinho Silva (PT). Com regras mais brandas que o lockdown araraquarense, a gestão João Doria (PSDB) elevou restrições ao comércio e proibiu aulas presenciais e cultos religiosos coletivos, mas não há veto à circulação de pessoas e veículos. A medida dura até dia 11.

O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, tem sido forte crítico do lockdown desde o início da pandemia, sob o argumento de evitar perdas econômicos. Ele chegou até a acionar o Supremo Tribunal Federal contra os governadores de Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul, que decretaram toque de recolher - a ação foi rejeitada.

Resistência e exemplo

Nem todo mundo, entretanto, ficou satisfeito com o fechamento extremo. A Associação Comercial e Industrial de Araraquara instalou outdoors na cidade com a frase: "Srs. governador e prefeito, não há contaminação nas empresas, precisamos trabalhar". A associação chegou a obter uma liminar que permita a reabertura do comércio, mas a decisão logo foi revogada pela Justiça.

Funcionário de empresa de equipamentos, Lucas Paravani criticou o fechamento. "Só apoiou lockdown quem tem salário do mês garantido. Para quem ficou sem trabalhar é difícil." Já a servidora pública Claudia Carrera elogia. "Até o pior negacionista deveria ter humildade de reconhecer que hoje temos leitos, inclusive para ele."

O prefeito diz que a medida é dura, mas necessária. "Temos de manter o isolamento para o sistema de saúde não entrar em colapso, já que a vacinação ainda não está na velocidade ideal", diz ele, que também aposta em outras ações, como isolar infectados (leia mais nesta página).

Por outro lado, os bons resultados estimularam restrições mais rigorosas em outras cidades. As vizinhas Américo Brasiliense, Boa Esperança do Sul, Rincão e Santa Lúcia fecharam tudo logo em seguida. Em São José do Rio Preto, o lockdown entrou em vigor no dia 17 e vale até dia 31. Moradores estão proibidos de circular pelas ruas sem motivo justo e podem ser multados em R$ 1.250. Os postos de gasolina só podem atender motoristas de serviços essenciais.

Ribeirão Preto fechou atividades essenciais e proibiu a circulação de pessoas a partir do dia 17, com a rede hospitalar à beira do colapso. O lockdown durou cinco dias e os resultados estão sendo avaliados.

O infectologista Carlos Magno Fortaleza, da Unesp, lembra que o lockdown já funcionou bem em outros países, como Portugal. Em Araraquara poderia ter sido mais eficaz, se tivesse sido adotado por toda a região. "São cidades inter-relacionadas e Araraquara tem relação, inclusive, com o Triângulo Mineiro. Havendo vírus em outras cidades, há risco de voltar. Por isso, não é uma situação perfeita, mas está muito melhor do que antes."

É importante ainda observar o tempo de isolamento. "Em Araraquara, o lockdown só começou a dar resultados após o 14.º dia. Pessoas que falam contra o isolamento esperam resultado em três ou quatro dias, o que não funciona", destaca ele.

Para Raque Stucchi, infectologista da Unicamp, um fechamento nacional não é factível, mas seria importante ter lockdown regional. "Sem dúvida, o lockdown traz impacto econômico com restrições nas atividades. Para minimizar, é obrigatório o auxílio do governo, tanto com auxílio emergencial, como redução de impostos, ampliação de prazos de pagamento dos encargos, subsídios para manutenção dos empregos."

O auxílio emergencial foi interrompido em dezembro, mas será retomado em abril, com valores menores - de R$ 150 a R$ 375. No ano passado, variou entre R$ 600 e R$ 1,2 mil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público Federal pediu à Justiça Federal do DF a prisão de Walter Delgatti Netto, o "Vermelho", apontado como líder do "Grupo de Araraquara", organização criminosa que teria formado com Gustavo Henrique Elias Santos, Danilo Cristiano Marques e Suelen Priscila de Oliveira para a prática de crimes cibernéticos bancários, pelo menos desde 2017.

Walter é um dos principais alvos da investigação que mirou grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades, atingindo o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e procuradores que atuaram na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Segundo a denúncia apresentada no âmbito da Operação Spoofing, "Vermelho" seria responsável "direto e imediato" por 126 interceptações telefônicas, telemáticas ou de informática e por 176 invasões de dispositivos informáticos de terceiros.

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O "grupo de Araraquara" foi indiciado em dezembro de 2019, quando a Polícia Federal entregou o relatório conclusivo da Spoofing, documento com 177 páginas. Em um trecho do inquérito, ao qual o Estadão teve acesso, a PF destacou que "um dos objetivos dos hackers seria causar obstáculos ou embaraçar investigações que visam organizações criminosas".

O MPF define Walter como "mentor e executor principal do grupo criminoso denunciado no âmbito da Operação Spoofing que desarticulou um grupo de pessoas que praticavam, de maneira orquestrada, diversos tipos de crimes virtuais, entre os quais furto mediante fraude e invasão de dispositivos de terceiros".

Walter chegou a ser preso em agosto de 2019, mas em setembro de 2020 a detenção foi substituída por medidas cautelares, como a proibição absoluta de acessar endereços eletrônicos pela internet, inclusive com a utilização de smartphones. Segundo o MPF, o réu não tem respeitado as restrições, já que em fevereiro do ano passado, acompanhado de seu advogado, concedeu entrevista a um jornalista em um canal do YouTube.

"Não há que se falar que a presença do advogado afasta o descumprimento da condicionante; ao contrário, reforça a sua consciência quanto à proibição e a busca por meios diversos para burlar as proibições as quais está sujeito. O fato de Walter não ter clicado no computador para acessar a internet é desimportante, pois a decisão é clara quanto à proibição de não acessar a internet, de forma direta, ou indiretamente com a ajuda de terceiros, e que o uso de videoconferência apenas poderia ocorrer para compromisso com a Justiça", apontou o MPF.

De acordo com o MP Federal, na entrevista o réu expôs "conteúdos íntimos das vítimas dos crimes investigados e processados", violando inclusive a Lei Geral de Proteção de Dados.

"Ao violar, novamente, o sigilo e a privacidade de suas vítimas, Walter demonstra que continua a praticar condutas não condizentes com o compromisso assumido quando revogada a prisão preventiva a qual estava sujeito", conclui a procuradora da República Melina Castro Montoya Flores.

Com a palavra, o advogado Ariovaldo Moreira, defensor de Walter:

"O Ministério Público tenta induzir magistrado a erro. Walter não tem acesso a rede mundial de computadores, e o assunto abordado é de conhecimento público. Dentre as medidas cautelares não consta a privação da sua liberdade de expressão."

As ruas de Araraquara, na região central paulista, ficaram movimentadas neste sábado (20) após a prefeitura publicar decreto que deixa mais rígido o lockdown na cidade. A nova restrição terá duração de 60 horas. Na noite de sexta (19), e no sábado, houve filas para entrar em supermercados e congestionamento para abastecer carros.

A partir das 12 horas do domingo (21), supermercados só poderão atender por delivery. Postos de combustíveis só poderão abastecer veículos oficiais, o transporte coletivo fica suspenso e é proibida a circulação de carros sem justificativa.

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Os leitos de UTI e enfermaria estão com 100% de ocupação desde segunda-feira (15). Com mais três óbitos confirmados no sábado, a cidade chega a 170 mortes pela covid, quase um terço (54) delas neste mês.

A prefeitura já havia adotado lockdown por 15 dias desde segunda. Mas, com nível de adesão ao isolamento social, segundo índice de medição do governo do Estado, em 42%, leitos lotados, novas contaminações e mortes, o prefeito Edinho Silva (PT) estabeleceu o 'lockdown total'. Depois desse período, a cidade retoma as regras do lockdown que já vigora desde segunda-feira.

"Considero que três dias é pouco. Tem de fechar mais", afirma a dona de casa Nayla Fernandes, de 29 anos.

Ela diz que já tinha a compra do mês programada para a manhã de sábado e que enfrentou 30 minutos de fila para entrar no mercado, e outros 40 minutos para ser atendida no açougue. Ela crítica a presença de mais de uma pessoa da mesma família no mercado, fingindo não serem parentes, e relata que tem vizinhos em isolamento com covid. Embora grande parte dos especialistas defenda medidas de isolamento social para conter o avanço do vírus, a mobilização pré-fechamento, com aglomerações, preocupa.

"Ficasse no que estava que era melhor. Agora está um grudado no outro, tudo aglomerado ali dentro", opina a doméstica Ana Maria Dias, diante da correria que o anúncio de endurecimento do lockdown causou na cidade de 238 mil habitantes. Ela e a mãe, de 80 anos, passaram em frente de outros dois mercados e entraram no que parecia menos lotado. Maria diz que passa roupa para fora e, como já sai de casa para trabalhar, não vê motivos para deixar a filha fazer as compras para ela. No entanto, acredita que os principais vetores da doença são jovens que participam de reuniões sociais.

O empresário Lucas Gomes relata que já na tarde de sexta, quando começaram a circular informações sobre o decreto, as três faixas da Via Expressa ficaram congestionadas com motoristas tentando acessar seu posto de combustível. "Em uma hora, o número de carros abastecendo subiu de 10 para 100. O combustível acabou e precisamos suspender o atendimento", conta.

Segundo ele, em seu outro estabelecimento, um depósito de gás, as vendas aumentaram 40% neste sábado. "O problema (da contaminação) está em festas. Aqui na região tem muitas chácaras com festas clandestinas", opina Gomes, que discorda do fechamento do comércio.

Diretor clínico do hospital da Unimed em Araraquara, Antonio Durante considera que a situação crítica pela qual a cidade passa pode acontecer em outros municípios do Estado. "Chegamos a um momento muito difícil."

"O resultado prático de uma medida adotada leva 14 dias", diz ele, que faz apelo para que os moradores não se aglomerem em supermercados nas horas anteriores ao lockdown.

Ele explica que na rede particular a situação é menos crítica porque 80% dos leitos que eram destinados para cirurgia eletiva, que foram canceladas e redirecionados para pacientes com covid.

Araraquara, município no centro do Estado de São Paulo com 238 mil habitantes, viu seu sistema de saúde colapsar nesta terça-feira (16), um dia após a cidade ter decretado lockdown. Segundo a prefeitura, 100% dos leitos para Covid-19 em UTI e enfermaria estavam ocupados e 16 pacientes com necessidade de oxigênio aguardavam pela manhã uma vaga de internação.

No início da tarde, os secretários estaduais de Saúde, Jean Gorinchteyn, e de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, estiveram no hospital de campanha com o prefeito Edinho Silva (PT) e anunciaram que o Estado abrirá 70 leitos para covid-19 na cidade, com um investimento de R$ 1,5 milhão. "Araraquara é uma das cidades que mais preocupa no Estado de São Paulo", disse Gorinchteyn. Antes, os secretários estiveram em Jaú, outra cidade da região central de São Paulo que registrou a variante de Manaus em pacientes e confirmou ontem seis mortes. Jaú receberá R$ 7,5 milhões do Estado, para montagem também de um hospital de campanha.

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Araraquara tem 212 pacientes internados, 63 deles em UTI. Há um total de 973 pessoas em quarentena. O número de mortes por covid-19 confirmadas nos primeiros 15 dias de fevereiro equivale a um terço do óbitos registrados pela doença em 2020. Com mais cinco mortes confirmadas ontem, a cidade - que chegou a ter a menor taxa de mortalidade em 2020 - passou a 153 óbitos, 37 deles confirmados em fevereiro.

Dos 16 pacientes que aguardavam atendimento pela manhã, a prefeitura informou que 11 conseguiram vaga de internação na cidade, um foi transferido para Matão, município vizinho, e os outros quatro ficaram aguardando na UPA Vila Xavier. "O único mecanismo que a gente tem neste momento, já que não há vacina para todos, é distanciamento social", disse ao Estadão a secretária de Saúde de Araraquara, Eliana Honain.

Toque de recolher

Ontem, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou, em entrevista à TV Bahia, que estuda adotar toque de recolher no Estado. "Vamos, sim, adotar medidas restritivas para outras atividades e até analiso a possibilidade, se mantiver ao longo dessa semana essas mesmas taxas, de implementarmos o toque de recolher em todo o Estado da Bahia para evitar o pior."

Perto dos 100%

Outra cidade que enfrenta dificuldades no atendimento a pacientes com covid-19 é Goiânia (GO). Com alta de contaminados e mortos, o município teve ontem 100% dos leitos ocupados no Hospital de Campanha de Goiânia e 90% da rede como um todo. Em Goiás já passam de 8 mil os mortos por covid-19 desde 26 de março. Até agosto eram 3 mil. Em cinco meses e meio, o número mais que dobrou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Militar de São Paulo prendeu um motorista que foi flagrado transportando mais de 8 toneladas de maconha. A apreensão aconteceu na tarde desta última sexta-feira (12), no município de Araraquara.

A Secretaria de Defesa Social de São Paulo confirma que uma equipe do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR) estava em patrulhamento, quando notaram um forte cheiro de droga e resolveram vistoriar o compartimento de carga, onde foram encontrados diversos tabletes de maconha, totalizando mais de 8,6 toneladas, que foram apreendidos e encaminhados para perícia.

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O motorista contou que receberia para transportar a droga de Aparecida do Taboado, Mato Grosso do Sul, para São Carlos, São Paulo. O veículo, os tijolos de entorpecente e o condutor preso em flagrante foram conduzidos a sede da Polícia Federal de Araraquara. O homem foi indiciado por tráfico.

Moradores do município de Araraquara, a cerca de 270 quilômetros da capital paulista, relataram uma madrugada de terror nesta terça-feira (24). Em publicações nas redes sociais, vídeos mostram tiroteios em várias áreas da cidade e ruas bloqueadas por veículos em chamas.

O alvo dos bandidos seria uma agência da Caixa Econômica Federal no centro da cidade. De acordo com o telejornal Hora 1, da TV Globo, a ação começou por volta das 2h30, quando uma quadrilha composta por 20 homens armados tentou assaltar a agência da Caixa.

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Veículos foram incendiados para tentar impedir a chegada da polícia ao local. Ainda não há informações sobre feridos ou presos.

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Uma mulher foi presa por se recusar a sair de uma praça, em Araraquara, no interior de São Paulo, embora um decreto municipal proíba a circulação nestes equipamentos, visando conter a proliferação da covid-19.

“Esse circo de coronavírus não funciona comigo. Esse circo que armaram para implantar uma ditadura comunista”, disse ela, a um dos agentes que tentou estabelecer diálogo por cerca de 20 minutos. Foi preciso, então, que quatro guardas municipais imobilizassem a mulher e a conduzissem para a delegacia. As informações são do portal A Morada.

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A mulher resistiu à abordagem policial e foi ao chão. “Não resista, não morda. A partir de agora a senhora está presa”, informou um dos guardas.

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Segundo o G1, a detida é Silvana Tavares Zavatti, que foi solta após ser advertida. O advogado de Zavatti afirmou que sua cliente foi vítima de truculência, o que o vídeo desmente. “O Sr. Eudes chegou, deu voz de prisão e, com todo o seu peso e força física, ele montou em cima da vítima e pisou no calcanhar dela. Veio um [guarda] e deu um mata leão nela, a agente pegou no braço dela para torcer para colocar algema”, disse ele ao G1, sem mencionar que sua cliente não atendeu ao pedido para que se retirasse e resistiu à prisão, provocando a situação de violência.

Coronavírus e Araraquara - Nesta segunda (13), o Comitê de Contingência do Coronavírus de Araraquara esteve propôs responsabilizar pessoas físicas e jurídicas que desrespeitarem o decreto 12.242 que prorroga até dia 22 de abril quarentena no município. A medida será votada pela câmara municipal, por meio de projeto de lei. Araraquara já confirmou 28 casos da covid-19 e dois óbitos.

“A situação de Araraquara continua se alterando e há uma grande preocupação por parte deste Comitê com relação ao desrespeito às recomendações dos órgãos de Saúde sobre a necessidade do isolamento social como o único método de bloqueio da transmissão do Coronavírus. Trata-se, portanto, de um momento extremamente preocupante e o Comitê reitera o pedido de apoio de toda a população”, apelou a prefeitura da cidade em comunicado oficial.

Uma adolescente de 16 anos que desapareceu na tarde de domingo, 9, foi morta por enforcamento, teve o corpo esquartejado e os pedaços espalhados em vários locais da cidade, em Araraquara, no interior de São Paulo. O suspeito do crime, um adolescente de 17 anos, foi detido e confessou o assassinato.

Ele disse ter agido sozinho, quando a mãe dele saiu para ir à igreja e o deixou a sós com a garota, em sua casa. A adolescente teria sido morta na noite de domingo, 9. Em seguida, o garoto cortou o corpo e usou sacolas de supermercado para levar as partes até os locais onde foram jogadas.

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A estudante Yasmin da Silva Nery estava desaparecida desde que saiu de casa alegando que iria a um show, na unidade do Serviço Social do Comércio (Sesc), no bairro Quitandinha. De acordo com a Polícia Civil, os familiares denunciaram o desaparecimento e a investigação apurou que ela tinha sido vista com o adolescente. Abordado, ele acabou confessando que matou a jovem e, para se livrar do corpo, cortou-o em pedaços. O rapaz contou que a enforcou e esquartejou.

Parte do corpo da jovem estava na residência dele, dentro de um carrinho de lanches, no quintal. Outra parte foi jogada em um lagoa próxima. Outros pedaços do corpo foram encontrados em um cruzamento na região do Quitandinha, próximo do campus da Unesp.

Foi o próprio rapaz que levou a polícia aos locais onde havia deixado as partes da jovem. A motivação para o crime ainda é investigada - as versões apresentadas pelo suspeito foram contraditórias, segundo a polícia.

O pai da estudante, Waldir Nery, disse que a filha conheceu o rapaz pelas redes sociais. "Ela saiu para ir ao Sesc e não voltou. Ficamos preocupados, pois ela não ficava mais que duas horas fora de casa. Era escola, casa, escola casa, então começamos a procurar." Ele contou que chegou a ligar para o celular da filha e o rapaz atendeu, mas foi evasivo. A família decidiu procurar a polícia.

Yasmin estudava como bolsista no colégio Sapiens, escola tradicional de Araraquara, e era admirada pela inteligência e dedicação. A escola divulgou nota manifestando "profundo pesar" pelo acontecido. "Tomados de imensa consternação pela notícia do falecimento trágico de nossa aluna, Yasmin da Silva Nery, informamos que rodas as atividades do Collegium Sapiens Araraquara estarão suspensas amanhã (terça-feira, 11), por motivo de luto."

O suspeito do feminicídio foi apresentado à Vara da Infância e da Juventude e encaminhado para uma unidade da Fundação Casa. Aluno da Escola Estadual Bento de Abreu, ele tocava em bandas e não registrava passagens pela polícia.

Prestou depoimento na quarta-feira (5) a jovem de 20 anos que aparece em um vídeo íntimo com o policial militar Elias Matias Ribeiro, assassinado na terça-feira (4) em Araraquara-SP. O crime, segundo investigações, foi orquestrado pela mãe dela, que era namorada do policial, e teve participação da irmã mais velha e do tio-avô.

Após deixar a delegacia, Giovanna Marques confessou ter mantido relações com o cabo da PM. A mulher contou para um portal de notícias filiado à TV Globo que conheceu a vítima na festa de aniversário da mãe. "Eles [a mãe e o policial] não tinham um relacionamento sério, ele tinha várias mulheres. Eu me sinto mal. Eu sinto muito por elas, peço desculpas por ter ficado com a pessoa que ela gostava", afirmou Giovanna à imprensa.

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A jovem também cobrou punição para a mãe, a irmã e o tio. "Não sei o que passou na cabeça dela [da mãe] para fazer isso. Por que não fez comigo? Elas devem pagar pelo que fizeram", disse ao portal.

O crime

O carro do policial foi encontrado em chamas na madrugada da terça-feira (4) entre os municípios de Américo Brasiliense e Araraquara. Pouco depois do início das investigações, a polícia chegou até Jaciane Maria, 40, e Larissa Marques, 22. Elas confessaram o crime e Jaciane admitiu ter pedido ao tio para matar o policial após descobrir vídeo íntimo de Elias com a filha mais nova. O casal namorava há cinco meses.

O pedreiro Genivaldo Silva, 54, também confessou ter matado o policial com cinco marretadas a pedido da sobrinha. Ele foi preso na quarta-feira.

Conforme o relato do pedreiro, Jaciane colocou uma droga na bebida do policial para que ele entrasse em sono profundo na segunda-feira (3). Após a vítima dormir, ela e a filha foram buscar o pedreiro. Genivaldo usou luvas para não deixar impressões digitais. O corpo e o veículo foram levados para um canavial e incendiados. O trio vai responder por homicídio e destruição de cadáver.

A polícia prendeu, nesta quarta-feira, 5, o pedreiro Genivaldo Silva, de 54 anos, acusado de matar a marretadas o cabo da Polícia Militar Elias Matias Ribeiro, de 49 anos, a mando da namorada dele, sua sobrinha. A mulher, Jaciene Maria, de 40 anos, tramou a morte do policial, com quem namorava havia cinco meses, após descobrir que ele tinha um caso com sua filha mais nova, de 20 anos.

Silva foi detido pelos policiais na casa de parentes, no bairro Cruzeiro, em Araraquara. Ele confessou o crime e vai responder por homicídio doloso, qualificado, e ocultação de cadáver.

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O pedreiro contou que não conhecia o policial e o matou a pedido da sobrinha. Ele confirmou que o assassinato foi tramado depois que Jaciene teve acesso a um vídeo íntimo envolvendo a própria filha e o namorado.

Outra filha da mulher, Larissa Marques, de 22 anos, teria participado da trama e ajudado a queimar o corpo da vítima. Ela também está presa.

Silva contou que Jaciene atraiu o PM à sua casa, na noite de segunda-feira, com o propósito de matá-lo. Quando o cabo adormeceu, a mulher e a filha foram à casa do pedreiro para buscá-lo.

Ele usou luvas para não deixar impressões digitais e desferiu cinco golpes de marreta na cabeça da vítima. O corpo foi levado a um canavial no carro da vítima, que foi incendiado. O pedreiro e as duas mulheres deixaram o local no carro de Larissa. O instrumento usado no crime foi apreendido em sua casa.

A filha mais nova de Jaciene, considerada o pivô do crime, prestou depoimento nesta quarta-feira e foi liberada. Ela confirmou que teve um relacionamento com o policial sem o conhecimento da mãe. Conforme o delegado, não ficou comprovada a participação dela no crime. O pedreiro não tinha constituído advogado até a tarde desta quarta-feira.

Jaciene e Larissa tiveram as prisões temporárias decretadas. Elas foram indiciadas por homicídio qualificado, por motivo fútil, recurso que impediu a defesa da vítima, e destruição do corpo.

Perfil

O cabo Matias era policial desde 1990 e trabalhava no 13.º Batalhão da PM em Araraquara. Ele era motorista do comandante da unidade e estava a um mês de se aposentar.

Durante quase 20 anos ele integrou o Corpo de Bombeiros de São Carlos e, em 2010, foi escolhido o "Bombeiro do Ano". O comando do 13.º BPM/I de Araraquara divulgou nota manifestando pesar pela morte do policial, "que deixa filhos, familiares e muitas saudades aos amigos e companheiros de trabalho".

Uma sucuri adulta medindo cerca de seis metros foi laçada e morta por um grupo de pessoas, na última sexta-feira, 28, no distrito de Bueno de Andrada, em Araraquara, interior de São Paulo. O réptil havia sido filmado por um ciclista, no interior de um córrego, no assentamento Monte Alegre, um dia antes de ser capturado. Os homens filmaram a caçada e divulgaram o vídeo em redes sociais. Com base nas imagens, a Polícia Militar Ambiental apura crimes previstos na legislação ambiental.

No dia 27, o ciclista Marco Pereira pedalava na região do assentamento quando avistou a sucuri no córrego. Ele postou fotos em redes sociais informando que o réptil tinha acabado de se alimentar, pois estava com uma protuberância na barriga.

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Conforme a Ambiental, depois de ver as imagens, algumas pessoas foram até o córrego com ferros e laços para caçar a cobra. O vídeo, feito por um deles, mostra quando um dos homens arma um laço na ponta de um ferro e prende a cobra pela cabeça. Em seguida, três homens puxam a corda, arrastando a sucuri para fora do rio, seu habitat.

Os homens têm de empregar toda a força para retirar o réptil da água. "Não fica perto da cabeça que ela dá o bote", avisa um deles. Durante a ação, eles falam que vão dividir em pedaços e comer a cobra. "Espera aí, deixa eu pegar um ferro", diz um deles. Eles riem e parecem se divertir. Alguém pergunta: "Vai matar ela?". Outro responde: "Vai, tirou por quê? Vamos comer, vamos levar e dividir um pedaço de cada um." Eles comentam ainda que a cobra engoliu uma capivara, que ainda está em processo de digestão em sua barriga.

As imagens mostram o animal já morto, na estrada de terra. A cobra teve a cabeça esmagada. Conforme a Ambiental, três pessoas que aparecem nas imagens já foram identificadas e são moradoras do assentamento. Os outros envolvidos ainda são procurados.

Ele vão responder pelo crime de maus-tratos, com base na Lei 9.605/1998, ficando sujeitos à pena de seis meses a um ano de prisão. A pena pode ser aumentada em até 6 meses em razão da morte da sucuri e por ser espécie ameaçada de extinção. Os infratores também serão multados em valores individuais que podem chegar a R$ 6 mil.

Outro caso

 

Em janeiro deste ano, um fazendeiro foi multado em R$ 6 mil após esfaquear uma sucuri verde porque ela havia engolido uma galinha de sua criação. O animal foi levado ferido para o Zoológico de Bauru e passou por cirurgia, recebendo cerca de 60 suturas nos cortes. O réptil, no entanto, não resistiu à gravidade dos ferimentos.

Com sua morte, a multa inicialmente aplicada ao fazendeiro dobrou de valor. Também conhecida como anaconda, a sucuri divide com as pítons asiáticas e africanas o título de maiores serpentes do mundo. Na natureza, esse animal chega a viver 60 anos.

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