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Conflitos, relações políticas, economia e crises humanitárias. Esses e outros acontecimentos atuais podem virar assuntos da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no âmbito da disciplina de atualidades. Além de estar atento às notícias nacionais e internacionais, o candidato precisa interpretar de que maneira esses fatos podem ser cobrados na prova.

Segundo o professor de atualidades do Curso Poliedro, situado em São Paulo, Daniel Simões, o Enem exige que o estudante entenda, ao menos, o contexto em que se dá um determinado tema atual. “Nenhuma prova vai testar se o aluno tem as informações mais recentes, mas vai verificar se existe domínio das circunstâncias, como causas, implicações e protagonistas envolvidos”, explica Simões, conforme informações da assessoria de comunicação do Curso Poliedro.

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O educador aponta procedimentos necessários para quem pretende manter-se atualizado. Ler revistas semanais, acompanhar sites internacionais, filmes e documentários devem integrar a programação dos candidatos. O professor também selecionou temas de atualidades que podem aparecer no processo seletivo. Confira:

1 - Guerra Comercial EUA x China

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo tem potencial de impactar diretamente o desempenho da economia global. A escalada protecionista entre os dois países pode levar a um rearranjo dos acordos comerciais vigentes ou a uma redução considerável do comércio mundial, arrastando o mundo para um quadro recessivo. O conflito também expõe a crescente rivalidade entre a potência hegemônica e a potência que emerge com grande dinamismo, por isso os atritos têm ido muito além da área comercial e atingido temas como armas e tecnologia (questão internet 5G).

2 - Acordo de livre comércio União Europeia-Mercosul

Negociado há mais de 20 anos, o acordo tende a turbinar as relações comerciais entre os dois blocos, no mesmo compasso em que medidas protecionistas ameaçam outras alianças comerciais. Pela primeira vez na Era da Globalização, o Brasil terá acesso facilitado ao mercado agrícola da União Europeia, se forem mantidos os termos atuais do acordo, fato que tende a favorecer o já consolidado agronegócio brasileiro. Por outro lado, o Mercosul vai enfrentar a concorrência industrial europeia, mais dinâmica e produtiva se comparada à combalida indústria do Brasil e da Argentina.

3 - Crise Venezuelana

A crise envolvendo a ditadura Nicolás Maduro e os grupos de oposição não apresenta perspectivas de solução no curto prazo. Ambos os grupos permanecem irredutíveis em suas posições, a crise se agrava e os protestos se tornam cada vez mais violentos. A imensa migração de refugiados tende a crescer afetando países vizinhos. Além disso, as extensas reservar de petróleo colocam a Venezuela no radar dos interesses de grandes potências como EUA, China e Rússia.

4 - Brexit e incertezas na relação União Europeia

A aprovação do Brexit criou um enorme desafio ao parlamento britânico, dividido entre os defensores da saída brusca (Brexit hard) e um saída parcial (Brexit light). O impasse entre essas posições levou à queda da 1ª ministra Teresa May, após três tentativas frustradas de acordo. Agora o país busca nomear um novo 1º ministro que retomará negociações que selarão o futuro do Reino Unido perante o comércio europeu.

5 - Reforma da Previdência

A Reforma da Previdência tornou-se um debate fundamental no Brasil e no mundo a partir da perspectiva de uma nova conjuntura demográfica, resultante da chamada "transição demográfica". Diante do crescente número de idosos frente à proporção reduzida de jovens, os gastos previdenciários vem crescendo sem contrapartida de arrecadação. Tal situação ameaça o equilíbrio das contas públicas e põe os Estados em risco de exaustão total de recursos com pensões e aposentadorias. Entretanto, reformar a previdência leva necessariamente a algum tipo de retrocesso em direitos vigentes, fato que mobiliza muitos grupos da sociedade contra o que concebem como perda de direitos adquiridos.

O professor de redação, linguagens e atualidades Felipe Rodrigues irá promover neste sábado (13), no NCN Educacional, um aulão com a temática da "cultura da violência no Brasil contemporâneo”. Será um aulão de revisão do bimestre em que o professor vai explicar temas como o sistema carcerário e até mesmo sobre como funciona o estado pararelo.  

A entrada custa R$10 + 1 kg de alimento não perecível. As doações serão destinadas ao Centro de Reabilitação e Valorização da Criança (Cervac), que oferece serviço e apoio gratuitos à crianças e jovens com deficiência. O aulão será realizado das 14h às 16h. As entradas serão compradas no local, a partir das 13h. 

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Serviço 

Aulão de Revisão com temática social com o Professor Felipe Rodrigues 

Onde: NCN Educacional (Av. Caxangá, 3088 - Iputinga, Recife – PE) 

Quando: Sábado, 13 de abril, a partir das 14h 

 

 

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) acontece nos dias 4 e 11 de novembro. A prova garante uma vaga em instituições de ensino superior públicas e privadas.

Veja a seguir temas importantes da atualidade que possivelmente cairão na prova:

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1-    Debate sobre memória nos EUA

O tema aborda sobre o recolhimento das estátuas de líderes sulistas, como o General Lee, na Guerra Civil Americana, em que o Sul interveio pela conservação do escravismo nos Estados Unidos. No ano passado, um grupo de protestantes destruiu uma estátua em homenagem aos soldados confederados, ao mesmo tempo que outras manifestavam contra o monumento dedicado às vítimas do Holocausto, em Boston.

2 – Questão racial nos EUA

O racismo nos EUA ganhou bastante visibilidade após o crescimento de grupos supremacistas brancos e o lançamento do clipe This is America, de Childish Gambino. Nas análises feitas sobre o vídeo, o cantor faz denúncias sobre os assassinatos de pessoas negras, em virtude do racismo.

3 – Separatismo na Europa: Catalunha

É essencial estudar sobre o papel da Espanha no movimento de independência da Catalunha, com o ex-presidente do local sendo preso. Foi o momento político mais importante da Espanha após o fim da ditadura militar em 1975.

4- Copa do Mundo e a questão da imigração na Europa

A Copa é um tema relevante já que acontece de quatro em quatro anos, mas além disso ganhou destaque a imigração Europeia. Mesmo que estivessem usando camisas de países como França e Bélgica, muitos jogadores são filhos de imigrantes.

5 – Reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, pelo governo dos EUA

No ano passado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, identificou Jerusalém como capital de Israel e mudou a baixada dos EUA para a região. A notícia gerou conflitos por líderes de países do Oriente Médio e Europa, já que pode colocar em risco a relação de paz entre israelenses e palestinos.

Ano após ano, os possíveis temas da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são especulados entre os alunos em sala de aula. Com um peso considerável para os estudantes que desejam prestar um bom vestibular, a redação costuma abordar temas voltados para o campo social, exigindo do fera conhecimento dos principais assuntos atuais discutidos na sociedade.

A prova consiste em um texto argumentativo dissertativo, em que o aluno deve apresentar um raciocínio ancorado em argumentos, fatos e dados que o auxiliem, no decorrer do texto, a apresentar a defesa de uma tese ou idéia relacionada ao tema proposto. Os últimos temas mostram semelhanças, porém com particularidades que envolvem seus respectivos universos de estudo. Relembre as temáticas das últimas cinco edições do Enem:

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2017  - Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

2016 - Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil

2015 - A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

2014 - Publicidade infantil em questão no Brasil

2013 - Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil

Em 2017, por exemplo, o tema “Desafios para formação educacional de surdos no Brasil” foi dissertado pelos estudantes gerando um grande debate sobre inclusão social e políticas públicas destinadas a deficientes auditivos no país. No ano de 2016, “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” exigiu que o aluno apontasse possíveis soluções para acabar com o preconceito religioso. O tema veio em um ano de bastante polarização política vivenciada pela sociedade, e o vestibulando que conseguiu traçar um bom raciocínio pautado na tolerância e no respeito à diversidade e ao próximo, conseguiu um bom resultado com seu material final.

Segundo o professor de redação Felipe Rodrigues, os vestibulandos devem estar atentos para os critérios avaliativos da prova, que podem se resumir em: gramática, conteúdo e soluções inovadoras para o problema abordado. “O aluno tem que se ater a proposta imposta pelo Enem, que é o texto argumentativo dissertativo. A redação precisa ser redigida com clareza, dividida em introdução, onde o aluno faz uma apresentação do tema; desenvolvimento, que consiste na parte que o fera vai expor seus argumentos e dados referentes ao assunto. É importante que o desenvolvimento contenha dois ou três parágrafos. E por fim, conclusão, o espaço no qual deve-se apresentar propostas inovadoras para solucionar a problemática apresentada”, pontua.

Como dica, Felipe destaca que o fera deve estar familiarizado com os temas sociais em discussão nas semanas próximas do Exame. “O estudante deve se embasar em problemáticas sociais e aprofundar os estudos na busca de diversos agentes polifônicos, a fim de trabalhar em áreas como filosofia, sociologia, história, geografia e analogia, visando à ampliação de seu campo de conhecimento para expandir a capacidade de argumentação”, enfatiza.

Por Fabio Filho

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Continuando sua ampla cobertura do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o LeiaJá transmite nesta sexta-feira (3), ao vivo, mais uma edição do programa ‘Vai Cair No Enem’. Os candidatos podem acompanhar dicas de atualidades, história e geografia.

Assita:

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Neste sábado (4), às 15h, teremos mais um ao vivo. Os feras poderão contar com as dicas pré-prova, em mais uma edição do Vai Cair No Enem especial. A transmissão também será pelo Facebook do LeiaJá.

Já no domingo (5), além das reportagens sobre o primeiro dia de provas do Enem 2017, os candidatos terão a oportunidade de acompanhar comentários sobre as questões de Linguagens, Ciências Humanas e redação. Às 18h30, o programa Arena Nassau, em parceria com o LeiaJá, terá comentários, ao vivo, com professores do BJ Colégio e Curso, além de educadores parceiros.

A prova de Ciências Humanas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será feita por cerca de 6,7 milhões de participantes que pleiteiam uma vaga em cursos de ensino superior de todo o país. Parte importante da nota, as questões desta prova merecem uma atenção especial de todos os feras que participarão do Enem. O LeiaJá procurou professores de Filosofia, Sociologia e Geografia para dar dicas de como os estudantes serão cobrados e de que maneira os conteúdos são apresentados nas questões.

Filosofia

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Carla Ribeiro, que é professora de Filosofia e Sociologia, afirma que os temas que a prova mais costuma abordar dentro da Filosofia são ética, política e epistemologia, que é a teoria do conhecimento, e que há várias maneiras de abordar esses assuntos.

“As questões de política e ética podem ir no olhar de um pensador ou podem abordar de maneira ampla, contextualizada com o tempo histórico e pensamento social”, explicou a professora, que também fez questão de ressaltar que as questões de epistemologia vão por um caminho diferente e “sempre abordam o olhar de um pensador específico, ligando suas ideias a um determinado período histórico”. 

A orientação que a professora Carla tem para os alunos que farão a prova no próximo domingo é “ter um olhar histórico filosófico, estudando dentro de uma linha cronológica do início da filosofia até a nossa era, que é a pós-modernidade” pois, segundo ela, essa estratégia ajuda o aluno a entender as influências que cada filósofo teve e a evolução do pensamento ao longo do tempo. Além disso, ela também destaca que muitas vezes, ao errar uma questão, o problema não está no conteúdo, que muitas vezes o estudante domina, mas no entendimento da pergunta, sendo preciso “ter uma boa interpretação textual para entender o que a questão quer dizer”.

Sociologia

A professora Carla explica que, por sua vez, a prova de Sociologia aborda tanto pensadores clássicos que ajudaram a formar o pensamento sociológico, como Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber, quanto os principais sociólogos modernos, que são Michel Foucault, Hannah Arendt, Zygmunt Bauman e “sempre se entrelaça a contextos históricos e geopolíticos, o aluno deve saber esse conteúdo de forma técnica também para facilitar na interpretação sociológica”.

Temas como cultura, democracia e movimentos sociais, de acordo com ela, também aparecem muito e sob diversas abordagens. “O aluno precisa entender a parte técnica da questão mas também ter um olhar interpretativo para entender e responder, por exemplo, formação do pensamento democrático e se ele se efetivou no país, relacionado ao que é a cidadania moderna e a abordagem dos movimentos sociais” que, segundo Carla, aparecem como “grupos excluídos devido ao processo democrático ainda estar em formação, que buscam aparecem exigindo direitos que lhes foram historicamente negados”.

Atualidades

A prova de Ciências Humanas do Enem aborda também temas de atualidades, abordando tanto o que vem acontecendo no Brasil como em todo o cenário mundial. Para se dar bem, além de estar sempre atento aos meios de comunicação para saber do que acontece, o professor Wagner Rocha lembra que o estudante que responde a essas questões deve “se comportar como um gestor, vendo os problemas e buscando soluções” e lembrar que “o Enem é uma prova politicamente correta” onde os temas “se apresentam com textos e exigem que o aluno compreenda o contexto. Se a questão aborda, por exemplo, o conflito na Síria, o aluno também deve entender sobre combate à xenofobia, migração e outros temas ligados a esse problema”, alertou. 

Wagner também explicou que além de textos, a prova pode utilizar outros recursos para produzir sentido e introduzir o aluno ao que a questão busca abordar. “A prova do Enem pode usar fotos e gráficos para, por exemplo, ilustrar o crescimento econômico da China ou a vinda de imigrantes para o Brasil”. 

O professor também destacou que é importante ter em mente que o Enem é uma prova que “não aceita decoreba“, buscando alunos que estejam atentos aos meios de comunicação, além de ser “uma prova inteligente” feita para alunos que “lêem bastante e têm muito suporte para abordar temas atuais e polêmicos”. 

A competência textual e o conhecimento de atualidades, filosofia e sociologia servem tanto para responder às questões quanto para escrever a redação, embasando a argumentação. O professor Wagner destaca que “muitos alunos veem aulas de geografia e atualidades para ter suporte para argumentar na redação, então o estudante que alie o conhecimento de questões de atualidades e aprenda as técnicas de escrita pode ir confiante”. 

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Com a proximidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado nos próximos dias 24 e 25 de outubro, as instituições educacionais têm intensificado o ritmo das revisões para o exame. Em meio a esta ofertas de aulas, surge o Aulão Show, que será promovido pela Faculdade Guararapes (FG), nesta quinta-feira (8), a partir das 13h.

As atividades serão ministradas pela professora Fernanda Bérgamo, com o tema “Redação eficiente para o Enem”. Ela irá tirar duvidas sobre o assunto e repassará dicas de prova para otimizar a atuação dos candidatos durante o processo seletivo para o ensino superior.

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O evento será gratuito para os interessados, que deverão realizar suas inscrições previamente através de link no site da Faculdade Guararapes. Essa será a terceira edição da ação preparatória feita pela instituição.

Além dos esclarecimentos sobre redação, também fará parte da programação a palestra “Dicas de atualidade para o Enem”, ministrada pelo coordenador do curso de gestão ambiental da FG, Ricardo Francisco. O evento contará, ainda, com um tempo reservado para a prática da ginástica elaboral e dicas de alimentação para o dia da avaliação. Esta última etapa do Aulão Show ficará por conta da equipe da Escola de Saúde e Educação da instituição anfitriã. A FG fica na Rua Comendador José Didier, 27, no bairro de Piedade, Jaboatão dos Guararapes

O domingo me assusta como me assustam todos os dias que mandam o recado do tempo. O recado do tempo traz as cenas guardadas no velho baú do passado.

O passado é insuportável. É uma crônica de perdas e faltas: ninguém resiste olhar para trás e dá de cara com o mundo que não existe mais.

Então, não olhe para trás. Ou então, retire do baú o passado em pedaços. Pedaços que não machuquem. O passado por inteiro é uma estrada pontilhada de cruzes. E quanto mais extenso é o tempo da memória maior é a extensão e a intensidade das dores e desta palavra única que revela a lembrança que ficou: SAUDADE! 

O outro recado do tempo – o reverso da medalha – é o futuro.

O futuro é o tempo da esperança. Nada mais angustiante do que esperar; nada mais falso do que a esperança. O futuro é uma invenção para aliviar outra invenção medonha da criatura humana: o tempo.

O tempo não existe. Portanto não se parte e nem se mede. Tem uma dimensão cósmica. Misteriosa. Imensurável. É um rio correndo. O agora já foi. É passado. O depois não chegou. É futuro. Uma espécie de linha do horizonte que se distancia quando a gente imagina que está mais perto. O domingo, a semana, os meses, os anos, os séculos, estas medidas, fomos nós que inventamos e, sobre nós, o tempo na sua dimensão humana deixa marcas profundas.

O domingo me assusta porque me empurra para pensar na certeza da finitude e na ilusão da tríade passado-presente-futuro.

Entro em parafuso: fim e recomeço. O primeiro dia da semana que chega ou último da semana que finda?

Depende das convenções, das crenças e, sobretudo daquilo que eu quero que seja o meu domingo já que o tempo é uma invenção humana. Então, vou inventá-lo a partir da inspiração que nos foi legada pelo sopro poético de Vinicius: porque ontem foi sábado (houve um “casamento...um divórcio e um violamento...um espetáculo de gala...uma mulher que apanha e cala...um grande aumento do consumo...um beber e  um dar sem conta...um grande acréscimo de sífilis...todos os bares estão repletos de homens vazios/todos os namorados estão de mãos entrelaçadas/todos os maridos estão funcionando normalmente/todas as mulheres estão atentas”), hoje, o meu domingo é de quietude e nele não há lugar para os pecados capitais.

A preguiça é o descanso merecido que invade os corpos; o máximo de luxúria permitido são corpos horizontais e castamente abraçados; a saciedade dos quereres mata de inveja a inveja; a gratidão das rezas cura o veneno do orgulho; o coração enternecido pela dádiva da vida não deixa lugar para a ira; sei que nada me pertence, para desgosto da avareza; e como o meu domingo foi feito para brincar com crianças e, com elas comer doces, a gula dominical está perdoada.

Lá fora, o amanhecer é vagaroso. O sol se espreguiça e com ele tudo caminha sem pressa. Há um silêncio que acaricia e uma paz que conforta. O meu domingo convida para o encontro e para a renovação do afeto, em qualquer lugar, em todos os lugares, todas as horas.

Amanhã é dia de recomeço. Viver não é uma trégua entre fim e começo. A vida é o milagre da ressurreição. Vale a pena abraçá-la quotidianamente. E sempre aos domingos.

A manchete do JC, edição de domingo, 21/4/13, “Você sabe quem são?”, fala por si. Ilustrada com um painel de fotos de 38 ministros de Estado (faltando foto do titular do 39º, não escolhido, que cuidará das micro e pequenas empresas), é um tratado de ciência política e um perfeito manual de como fracassar na gestão de qualquer organização, seja pública, privada, meio pública, meio privada, governamental, não governamental, celestial ou infernal. 

Na página 4 do Caderno de Economia, vem a cereja do bolo: a chancela da opinião de respeitados especialistas em gestão (até do notável Peter Drucker) e um tiro fatal no antimodelo gerencial que está na sentença de outra manchete: “Só perdemos para o Congo”.

Tá tudo dito. Mas não custa fazer um esforço para adicionar alguns comentários, até porque o cidadão brasileiro é quem sofre os efeitos perversos do excesso inútil da máquina governamental, entre os quais os sintomas manicomiais de alienação, amoralidade, estupidez, hiperexicitação, provocados pelo processo político visto como um todo.

Neste exercício, cidadão brasileiro precisa juntar as peças deste tabuleiro maluco: 29 partidos oficializados no TSE (até hoje, amanhã o número pode estar desatualizado); sistema eleitoral do voto proporcional em lista aberta (dá um trabalho arretado para explicar as pessoas como quem tem menos voto ganha eleição parlamentar para quem tem mais voto); o número incalculável de cargos comissionados nas três esferas de governo com custos astronômicos o que significa aparelhamento do Estado e uma solene banana às virtudes da meritocracia, tudo isto sob o discurso embromador da governabilidade do “presidencialismo de coalizão”.

Ora, faz tempo que o discurso ideológico sobre o tamanho do Estado, mais precisamente do seu braço político, o governo, perdeu força e sentido; faz tempo que o cidadão quer que o governo funcione, ou seja, não importa a cor do gato contanto que ele coma ratos, na visão pragmática e insuspeita do líder comunista chinês Deng Xiao Ping.

No entanto, põe-se em marcha a insensatez do gigantismo estatal com a obscenidade explícita do crescimento tentacular de células cancerígenas para cada assunto, admitamos, que tenha certa relevância, mas que não justifica a criação de ministérios como se a estrutura formal transformasse, magicamente, o mundo real. E haja metástases! E haja ralos por onde escorre o dinheiro do contribuinte e de onde brotam espinhos da burocracia a espetar o sofrimento da população.

No cola do que é explicito, o governo obriga o cidadão trabalhar cinco meses por ano para suportar a monstruosa carga tributária, enredada no cipoal de milhões de normas, regulamentos, portarias, montanhas de papel e intricados controles. Para quê? Mistério! Menos aquela parte que anima a festa promíscua do capitalismo de compadres.

Meu “guvernu” (disse, o matuto lá das brenhas do sertão pernambucano, dirigindo-se a uma autoridade), repito, dando o devido crédito, meu “guvernu”, somente vosmicês fazem lei, aplicam a lei, criam e cobram impostos e têm, por nossa delegação, o legítimo monopólio da força, da coação, da punição para assegurar a paz e a harmonia social. Será que já não está de bom tamanho? Não. Precisam fazer mais coisas: educação de boa qualidade; ambiente, juridicamente, seguro, com infraestrutura decente, funcional para produzir, empreender, realizar negócios e, no mais, como diz o respeitado Professor Silvio Meira, saia da frente! O resto a gente faz.

Por um fim, um alerta amigo: que não se crie o 40º ministério. Este número não é bom.

Não é erro de digitação: é a junção de duas palavras que, sem a pretensão de gerar neologismo, tem o propósito de fazer o contraponto com o melodrama. 

Falar em contraponto importa admitir o significado negativo de uma proposta estética à manifestação artística – o melodrama – que foge, inclusive, à origem etimológica grega da palavra que é a junção de música somada à ação dramática.

No intuito de sensibilizar plateias cada vez mais numerosas, o melodramático assumiu um estilo da mensagem hiperbólica, interpretações exageradas e produção de efeitos grandiloquentes cujo apelo tocasse nas profundezas do sentimentalismo das massas. Assim foi no teatro, na ópera, nos folhetins novelescos, no circo (a figura do palhaço é um exemplo) e no cinema.

Muitas vezes, é tênue o limite entre o melodrama e o que chamo de belodrama, um recurso arbitrário de preferência e sensibilidade pessoal que utilizei para etiquetar o filme “Seis sessões”.

Para mim, ir ao cinema já é uma fonte de emoções nostálgicas. A propósito, revivo, entre gratas lembranças, o desenho urbano do Recife que possibilitava, no exercício da cultura de vizinhança horizontal, solidária e fraterna, o espaço de convivência dos cinemas de bairros.

Dependendo do filme, floridas emoções vicejam na pele já sem a fertilidade de outros tempos. À extensa lista de filmes que estão gravados na minha lembrança, não tenho dúvida em incluir mais um: “Seis sessões”.

Embora a produção cinematográfica seja um todo complexo que envolve técnica, fotografia, trilha musical, figurino, maquiagem compondo a sétima arte, dois elementos constitutivos da criação artística, em especial, mexem comigo: o tema-enredo e o desempenho dos atores quando o refinamento da sutileza e a ternura da delicadeza fazem, de um modo geral, a diferença dos gestos e dos atributos humanos.

Em “Seis sessões”, o enredo é baseado na história do jornalista Mark O’Brien, (John Hawkes) a partir do artigo que escreveu para o The Sun. Vítima de poliomielite, Mark, desde os oito anos, ficou paralisado da cabeça para baixo, sobrevivendo com a ajuda de um pulmão de aço. Aos trinta e oito anos, Mark, poeta e jornalista, que escrevia com a boca amparada pela moderna tecnologia digital, resolveu experimentar o prazer sexual, libertando-se da pena capital de uma existência virgem.

A partir de então, Mark recorreu (com perdão dos profissionais da área) uma terapeuta sexual, Cheryl (Helen Hunt), não sem antes buscar no padre Brendan (William Macy) o suporte moral, filosófico, teológico, ou qualquer outro nome que se queira dar, para adotar uma decisão que confrontaria o destino incapacitante, quem sabe, por força de uma Vontade Superior.

Com efeito, os ingredientes do filme a serem explorados estavam postos: a deficiência adquirida, o desejo da sexualidade aflorada, o conflito entre o pecado da luxúria e a virtude castidade, as cenas que poderiam cair na vala da banalidade do amor impossível ou no fecundo terreno do generoso afeto.

O padre caminha pelo equilíbrio, iluminado pelo bom senso; o notável desempenho da terapeuta manifesta sua grandeza ao definir o seu papel com firme objetividade, aparentemente fronteiriço ao de uma prostituta e, na última das seis sessões, ela e o paciente chegam ao orgasmo simultâneo, previamente combinado, com cenas que inspiram na plateia o sentimento de respeito ao que tradicionalmente é guardado pelo segredo de quatro paredes. Cheryl, judia convertida, profissional exemplar, chega a amolecer o coração; resiste e segue sua vida ajudando pacientes a atravessar as fronteiras do impossível.

Mark fala mais com os olhos do que com a boca. E o olhar diz tudo quando segreda a enfermeira que cuidou dele num grave incidente com o respirador artificial: “não sou virgem”. Uma sutil proposta. Com ela vive até aos quarenta e oito anos. A narrativa do filme é simples, atraente e pedagógica. Como síntese da admirável combinação entre sutileza, delicadeza e leveza dos diálogos merece destaque a frase de Mark O’Brien: “Acredito num Deus com senso de humor. Para mim seria intolerável que não se pudesse clamar por isto”.

O século XX passará para história pelas profundas transformações que marcaram a evolução da humanidade. Sobre o tema, “Era dos Extremos”, o denso livro do historiador Eric Hobsbawm define o século XX, como o “século breve e extremado”, tomando como ponto de partida início da Primeira Guerra Mundial, 1914, e 1991, ano em que, na visão do historiador, se consuma o fim do império soviético e a ordem mundial bipolar, daí emergindo o mal-estar das incertezas sobre a configuração de uma nova ordem mundial. Para Hobsbawm, a contagem dos tempos não obedeceu ao calendário gregoriano; fatos e eventos é que definiram os marcos da evolução histórica.

De fato, a abrangência e a complexidade das mudanças não permitem estabelecer hierarquia na importância dos seus impactos na vida das pessoas. No entanto, impossível não atribuir singular dimensão ao fenômeno demográfico.

Com efeito, o fenômeno demográfico do século XX é uma verdadeira revolução eis que afeta estruturalmente os rumos da sociedade contemporânea.

Neste sentido, duas realidades trazem enormes consequências e graves desafios: a explosão demográfica e o aumento da expectativa de vida ao nascer.

No primeiro caso, qualquer exercício estatístico demonstra o tamanho do problema: de 1960 a 2011 população mundial passou de três para sete bilhões de pessoas com uma perspectiva de estabilização em dez bilhões de habitantes em 2020; no segundo caso, embora distribuída desigualmente, a expectativa de vida média no mundo cresceu 20 anos (1950/2010), atingindo 67 anos (65 para homens e 69,5 para mulheres) com tendência crescente.

James Lovelock, autor da “Hipótese Gaia”, identifica na explosão demográfica uma moléstia planetária que chama de “praga de gente”.

No Brasil, a expectativa de vida evoluiu, no período de 1960/2011, de 62 para 74 anos e 29 dias (70,6 anos para os homens e 77,7 anos para as mulheres, segundo dados do IBGE).

Por sua vez, a composição etária da nossa população revela que, em dez anos (2001/2011) houve uma redução do número de jovens de 45,8% para 36% e um crescimento de idosos de 14,5% para 18% o que significa um crescimento proporcional de pessoas na faixa produtiva (15 aos 59 anos) e resulta na diminuição da chamada “taxa de dependência”. Esta redução da taxa de dependência (divisão do total de menores de 15 anos e maiores de 60 anos pela quantidade de pessoas entre 15 e 59 anos) representa na linguagem dos especialistas o “bônus demográfico”, momento singular por que passam as nações e propício para aprofundar reformas, redirecionar políticas públicas e, em particular, uma oportunidade passageira (duas a três décadas) para enfrentar o grave desequilíbrio estrutural provocado pelas contas da previdência.

A propósito, o Brasil vive este momento. Uma espécie de agora ou nunca. Está no meio do caminho de uma obra inacabada que é a reforma de previdência, mas conta, além do bônus demográfico, com fatores favoráveis ao aprofundamento da referida reforma, tais como: estabilidade política, institucional e inflação controlada, bem como a inclusão social de milhões de brasileiros; aumento significativo da presença da mulher no mercado de trabalho; sinais positivos do uma cultura previdenciária das novas gerações; amplo mercado dos setores de vida e previdência a ser conquistado; a existência de marco regulatório e institucional capaz de garantir segurança ao setor; as possibilidades de incorporação dos trabalhadores do setor público à previdência complementar.

Olhar para frente significa não esquecer o passivo gerado pela falência do sistema previdenciário brasileiro: para a maioria aposentadorias humilhantes e para a minoria aposentadorias privilegiadas; olhar para frente significa não esquecer que em 1940 existiam 31 contribuintes para 1 beneficiário e que em 2010 a relação é de 1,7 contribuinte para 1 beneficiário. Relação insustentável.

Finalmente, olhar em direção ao futuro significa compreender que as nações progridem porque trabalham muito, estudam muito, poupam e investem muito; significa reconhecer, na expressão de Eduardo Giannetti, o valor do amanhã que é superar o dilema de “por mais vida nos nossos anos ou mais anos nas nossas vidas”.

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