A demência frontotemporal (DFT) é uma diminuição lenta e progressiva da função mental, que aparece em seus portadores, entre os 45 e 64 anos de idade. Na maioria dos casos atinge pessoas do sexo masculino, como é o caso do ator norte-americano Bruce Willis, que recentemente foi diagnosticado com a doença.
De acordo com os estudos do Instituto Nacional do Envelhecimento dos Estados Unidos, as pessoas com DFT, em média, vivem de seis a oito anos com essa condição, podendo apresentar sintomas que afetam o pensamento, a memória, o juízo e a capacidade do indivíduo em aprender coisas novas do seu cotidiano.
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Em 2022, Bruce Willis que já protagonizou filmes de grandes sucessos, como Corpo Fechado e O Quinto Elemento, se aposentou das telas para cuidar de sua saúde. Inicialmente, através de um comunicado feito pela sua família, foi revelado que ele tinha afasia, um distúrbio de linguagem que prejudica a comunicação. Porém, no início deste ano, no entanto, Willis foi diagnosticado como portador da DFT, que assola o lobo frontal do seu cérebro. Novamente sua família se pronunciou para os fãs que acompanham o artista.
“Desde que anunciamos o diagnóstico de afasia de Bruce na primavera de 2022, sua condição progrediu”, disse a família Willis. “Infelizmente, os desafios de comunicação são apenas um sintoma da doença que Bruce está enfrentando. Embora isso seja doloroso, é um alívio finalmente ter um diagnóstico claro”, acrescentou o comunicado.
Nessa semana, o ator surgiu comemorando seu aniversário de 68 anos. Em um vídeo divulgado por sua ex-mulher, Demi Moore, é possível perceber como os seus familiares estão lhe ajudando nesse momento.
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Como a população de idosos aumenta na maioria dos países, inclusive no Brasil, casos como o do artista estão se tornando mais frequentes. O diagnóstico que é predominantemente clínico, leva em conta as alterações de personalidade e comportamento do idoso.
Em entrevista ao LeiaJá, a psicóloga Thays Santos, ressaltou a importância do profissional da saúde em acompanhar de perto cada caso, entendendo suas individualidades, e assim, organizar estratégias para garantir melhorias aos portadores que procuram as terapias.
''Muitas vezes a doença aparece em forma de compulsão, alta ingestão de alcóol e outras drogas, instabilidades emocionais, e, tudo isso, irá acarretar problemas no autoestima e no excesso de dependência que poderá também ser afetado", afirmou a profissional.
Thays Santos também falou do papel da psicologia e da neuropsicologia no tratamento. ''Como se trata de uma demência que afeta áreas que atingem a personalidade, os comportamentos e as emoções, a psicologia ou especificamente a neuropsicologia irão trabalhar nas questões da conduta e nas questões afetivas”, pontuou.
Entre 10% e 30% dos casos são hereditários. Além da genética, não há outros fatores identificados por médicos, embora existam estudos de pesquisadores de vários países que analisam o papel que a insulina e a tireoide podem desempenhar no início do diagnóstico.
Sintomas
Os sintomas e a ordem em que aparecem podem variar de paciente para paciente, pois tudo dependerá de quais partes dos lobos frontais ou temporais serão afetadas.
No DFT comportamental, que é um tipo da doença, os portadores raramente têm problemas de memória. Em vez disso, eles têm dificuldades no planejamento e sequenciamento do seu pensamento, apresentando dificuldade em definir prioridades. Essas pessoas podem repetir a mesma frase em uma conversa entre amigos várias vezes, perder o interesse pela vida e agir de forma impulsiva, dizendo palavras inapropriadas para as situações do cotidiano.
Os sintomas iniciais da doença incluem mudanças de humor, perda de iniciativa, dificuldades em interagir com outras pessoas, problemas de linguagem, e a falta de habilidades para tomar decisões simples. Conforme a demência avança, o portador pode apresentar comportamentos compulsivos incontroláveis.
Diagnóstico da doença
O diagnóstico é baseado em seus sintomas típicos, incluindo como se desenvolveram. São realizados exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética para determinar quais as partes e quanto o cérebro está afetado, e assim, excluir outras causas possíveis, como foi no caso do ator Bruce Willis. No entanto, os exames não detectam as alterações características da doença em um estágio mais avançado.
Tratamento
Infelizmente, a demência frontotemporal não tem cura e não existem terapias atuais para retardar a sua progressão. Os médicos podem tentar melhorar a qualidade de vida dos pacientes prescrevendo medicações que consigam reduzir a irritabilidade, agitação e o quadro de depressão desenvolvido, assim como fazem com portadores de outras doenças. A fisioterapia ou terapia ocupacional, orientada por um profissional de saúde especializado nesses distúrbios, podem ajudar nos sintomas.
O acompanhamento com médicos fonoaudiólogos ajudará a determinar as melhores estratégias e ferramentas para uma boa comunicação do paciente.
O papel da família também é importante para estimular a prática de exercícios físicos, acompanhada de uma boa alimentação.