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O filme em espanhol "Todos lo saben", dirigido pelo iraniano Asghar Farhadi e protagonizado por Penélope Cruz, Javier Bardem e Ricardo Darín, abrirá a próxima edição do Festival de Cannes e disputará a Palma de Ouro, informaram oficialmente os organizadores.

A última vez que o festival de cinema mais importante do mundo teve como filme de abertura um longa-metragem que não era falado em inglês ou francês aconteceu em 2004, quando foi projetado "Má Educação", do espanhol Pedro Almodóvar.

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Também não é comum que o filme de abertura participe na competição: "Moonrise Kingdom" do americano Wes Anderson (2012), "Ensaio sobre a Cegueira" do brasileiro Fernando Mereilles (2008) e "Instinto Selvagem" do holandês Paul Verhoeven (1992) são algumas das exceções.

O oitavo longa-metragem de Farhadi, rodado na Argentina e Espanha, é um thriller psicológico que acompanha Laura (Cruz), que mora em Buenos Aires com o marido e seus filhos, e que retorna para uma festa de família em sua cidade natal da Espanha.

Mas um acontecimento imprevisto abala sua vida: a família, seus segredos, vínculos e tradições marcam a trama.

A produção representa a união de vários pesos pesados do cinema internacional: Farhadi, vencedor de dois Oscar de filme em língua estrangeira ("A Separação" e "O Apartamento"), Bardem e Cruz, o casal mais famoso do cinema espanhol, e o argentino Ricardo Darín, um dos atores mais conhecidos da América Latina.

Bardem venceu o prêmio de melhor ator em Cannes em 2010 por "Biutiful", do mexicano Alejandro González Iñárritu. Penélope Cruz e as demais atrizes de "Volver", de Almodóvar, venceram de forma coletiva o prêmio de interpretação feminina em2006.

Farhadi foi premiado em Cannes em 2016 pelo roteiro de "O Apartamento", que também rendeu o prêmio de melhor ator para Shahab Hosseini.

A 71ª edição do Festival de Cannes acontecerá de 8 a 19 de maio. O júri será presidido pela atriz australiana Cate Blanchett.

A lista de filmes da mostra oficial será anunciada em 12 de abril.

Martin Scorsese será homenageado durante o próximo Festival de Cannes com o prêmio Carrosse d'or, um reconhecimento à carreira excepcional desta lenda viva do cinema.

O cineasta americano de 75 anos, vencedor da Palma de Ouro em 1976 por "Taxi Driver", vai comparecer a Cannes para receber o prêmio e dar uma palestra em 9 de maio.

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No mesmo dia será exibido "Caminhos Perigosos", primeiro filme de sucesso do diretor e que integrou em 1974 a Quinzena dos Realizadores, mostra independente do festival francês.

O prêmio Carrosse d'or foi criado em 2002 pela Sociedade de Realizadores de Filmes (SRF) da França, que organiza a Quinzena.

A SRF elogiou em um comunicado um "cineasta excepcional e uma fonte de inspiração inesgotável".

Dez anos depois de vencer a Palma de Ouro por "Taxi Driver", Scorsese levou em 1986 o prêmio de melhor diretor por "Depois de Horas".

Entre os cineastas que já receberam o Carrosse d'or estão Werner Herzog, Aki Kaurismaki, Alain Resnais, Jane Campion, Agnès Varda, Naomi Kawase e Jim Jarmusch.

O Festival de Cannes acontecerá de 8 a 19 de maio. O júri será presidido pela atriz australiana Cate Blanchett.

Um dos festivais de cinema mais tradicionais do mundo (Cannes) não aceitará mais entre seus competidores obras lançadas pela Netflix.

O motivo da exclusão é a recusa da empresa de streaming em exibir seus longas-metragens nos cinemas.

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No ano passado, o festival contou com as produções originais da Netflix OKJA e Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe. O chefe do festival, Theirry Fremaux esperava assim que a Netflix exibisse os filmes selecionados nas salas de cinema e também tirasse um pouco da estagnação do evento.

Após optar por manter suas obras longe das grandes telas a Netflix gerou irritação por parte de alguns cineastas franceses, o que motivou as mudanças para esse ano.

“O pessoal da Netflix ama os tapetes vermelhos e amaria apresentar outros filmes aqui. Mas eles não entendem que a intransigência do modelo de trabalho deles é oposto ao nosso”, disse Fremaux.

A Netflix poderá continuar exibindo seus filmes em Cannes, mas está proibida de participar da mostra competitiva do festival, ficando incapacitada de receber a Palma de Ouro e outros prêmios do júri.

Os organizadores da 71º Festival de Cannes, evento de cinema que acontece na França, informaram que o evento irá acontecer de 8 a 19 de maio, a cerimônia de abertura será na terça-feira, dia 8. Tradicionalmente, o Festival começava em uma quarta-feira. A cerimônia irá terminar em um sábado com o anúncio da Palma de Ouro, em vez de em um domingo, como era natural.

"O Festival abre um novo período de sua história. Prevemos renovar ao máximo nossos princípios de organização", indicou em um comunicado o presidente do Festival, Pierre Lescure.

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O anúncio dos vencedores foi adiantado em um dia, para o sábado à noite, a fim de "aumentar o seu prestígio e dar ao filme de encerramento uma melhor exposição", acrescenta a nota.

O 71º Festival de Cannes será realizado de 8 a 19 de maio, terminando em um sábado com o anúncio da Palma de Ouro, em vez de em um domingo, como era habitual, anunciaram os organizadores nesta quarta-feira (22).

A cerimônia de abertura será na terça-feira dia 8. Tradicionalmente, o Festival começava em uma quarta-feira. O número de dias será o mesmo, 12.

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"O Festival abre um novo período de sua história. Prevemos renovar ao máximo nossos princípios de organização", indicou em um comunicado o presidente do Festival, Pierre Lescure.

O anúncio dos vencedores foi adiantado em um dia, para o sábado à noite, a fim de "aumentar o seu prestígio e dar ao filme de encerramento uma melhor exposição", acrescenta a nota.

Na última edição do maior festival de cinema do mundo, o júri presidido pelo diretor espanhol Pedro Almodóvar concedeu a Palma de Ouro a "The Square", do sueco Ruben Östlund, uma sátira sobre a burguesia ocidental.

O júri do 70º Festival de Cannes, presidido pelo espanhol Pedro Almodóvar, dividiu os críticos ao atribuir a Palma de Ouro à comédia sueca "The Square", uma decisão surpreendente e ousada, em detrimento de "120 Battements par Minute" e "Loveless", que eram considerados favoritos.

- Una Palma que divide -

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Ao premiar "The Square", o júri comandado por Almodóvar provocou surpresa. A comédia, uma sátira feroz ao mundo da arte, provocou muitas risadas no festival, mas poucos imaginavam que poderia levar a Palma de Ouro.

"O júri de Pedro Almodóvar seguiu pelo caminho fácil", lamenta a revista cultural francesa Télérama.

Satisfeito, o jornal francês Le Figaro comemorou porque "uma vez, críticos, cinéfilos e júri estão na mesma onda".

A opinião mais calma veio da revista francesa Les Inrockuptibles: "A Palma de Östlund não é escandalosa, mas nossa preferência era "120 battements par minute", um filme menos sedutor à primeira vista, mas, no entanto, mais profundo e comprometido".

A imprensa internacional também estava dividida.

Para Todd McCarthy, do Hollywood Reporter, "'The Square' merecia o prêmio", enquanto Peter Bradshaw, do jornal britânico The Guardian, considerou "uma escolha honrosa, mas decepcionante que o júri não tenha apoiado o formidável 'Loveless'", do russo Andrei Zviaguintsev.

- Uma edição perversa -

Apesar de ter premiado uma sátira que provoca a reflexão sobre a covardia do ser humano, a edição 2017 do Festival de Cannes foi marcada, sobretudo, pela perversidade.

Não faltaram motivos para o desespero diante da grande tela: da história de um avô que pede à neta que o ajude a morrer em "Happy end", passando pelas crianças sacrificadas em nome da lei de talião ("The killing of a Sacred Deer"), abusadas sexualmente ("You were never really here") ou simplesmente esquecidas por pais centrados em suas próprias vidas ("Loveless").

Neste ambiente, a figura do vingador invadiu a Croisette, de Joaquin Phoenix no filme de Lynne Ramsay ("You were never really here") a Diane Kruger no longa-metragem de Fatih Akin ("In the fade"). Os dois foram premiados por suas interpretações.

Apesar de maltratadas, as crianças apareceram como portadoras da esperança, com uma grande determinação em filmes como "Okja" e "Wonderstruck". E, apesar do indivíduo não aparecer muito bem nos filmes em competição, o coletivo é homenageado em "120 battements par minute", um panorama sobre a luta contra a aids e o trabalho da associação Act Up (o filme levou o Grande Prêmio do Júri).

A tribulação poética sobre as estradas da França de Agnès Varda e o artista JR, "Visages, villages", levou o prêmio de melhor documentário.

- Netflix, fim da polêmica? -

Depois de provocar uma grande polêmica em sua chegada a Cannes, a plataforma de streaming Netflix deixa o festival em meio à indiferença geral.

Seu pequeno posto, que ficava consideravelmente afastado do Palácio dos Festivais, ficou vazio muito antes do anúncio dos prêmios e seus diretores foram muito mais discretos.

A exibição na mostra competitiva, pela primeira vez, de dois filmes produzidos pela empresa ("Okja" e "The Mayerowitz Stories") provocou polêmica, depois que o Netflix se recusou a ceder para uma exibição dos longas-metragens nas salas de cinema francesas.

Logo na entrevista com os integrantes do júri, antes da projeção dos filmes da mostra oficial, Almodóvar afirmou que seria paradoxal premiar filmes que não seriam exibidos em salas de cinema. Para completar a controvérsia, nos últimos dias surgiram boatos de que o espanhol estaria preparando uma série justamente para o Netflix, notícia que o diretor negou rapidamente no Twitter.

Ausente na premiação apesar dos elogios ao sul-coreano "Okja", o Netflix terá que aceitar uma nova regra se deseja retornar à disputa pela Palma de Ouro: a partir de 2018 todos os filmes em competição devem ter o compromisso de estrear em salas de cinema.

Mas o debate sobre a posição do Netflix no mundo do cinema está longe do fim.

Contrariando todas as expectativas, o filme "The Square", do sueco Ruben Ostlund, levou a Palma de ouro do Festival de Cannes, anunciou o presidente do júri da mostra francesa, o cineasta espanhol Pedro Almodóvar.

Participando da mostra competitiva pela primeira vez, o diretor de "Força Maior" (Snow Therapy, 2015), faz, em seu novo filme, uma crítica em tom de sátira da burguesia ocidental e do mundo da arte contemporânea.

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A mostra francesa, que se encerra neste domingo, atribuiu, ainda, os prêmios de melhor interpretação masculina e feminina, respectivamente ao americano Joaquin Phoenix e à alemã Diane Kruger, enquanto a cineasta americana Sofia Coppola levou o prêmio de melhor direção.

Phoenix, de 42 anos, foi reconhecido por sua atuação em "You Were Never Really Here", da britânica Lynne Ramsay.

Neste suspense psicológico, o ator é um veterano da Guerra do Vietnã, traumatizado e violento, que tem que resgatar uma adolescente de uma rede de prostituição.

Já Diane Kruger foi premiada por seu primeiro grande papel em uma produção germânica, "In the fade", do diretor Fatih Akin.

Neste filme, a ex-modelo vive uma mãe de família que busca se vingar da morte de seu marido, de origem turca, e de seu filho, em um atentado cometido por neonazistas.

A americana Sofia Coppola, por sua vez, ganhou o prêmio de Melhor Direção por seu filme "O Estranho que Nós Amamos", uma adaptação do romance de Thomas Cullinan que já foi levada aos cinemas em 1971 por Don Siegel, com Clint Eastwood como protagonista.

O filme francês "120 battements par minute", de Robin Campillo, que revive os anos da Aids em Paris, foi contemplado com o Grande Prêmio da mostra.

Em sua 70ª edição de aniversário, o Festival de Cannes atribuiu, ainda, um prêmio especial à atriz americana Nicole Kidman.

A seguir, todos os premiados nesta 70ª edição:

- Palma de Ouro: "The square", do sueco Ruben Östlund

- Grande Prêmio: "120 battements par minute", do francês Robin Campillo

- Melhor Direção: a americana Sofia Coppola por "O estranho que nós amamos"

- Melhor Roteiro: o grego Yorgos Lanthimos por "The killing of a sacred deer", 'ex aequo' com a britânica Lynne Ramsay por "You were never really here"

- Prêmio do Júri: "Loveless", do russo Andrei Zvyagintsev

- Melhor Interpretação Feminina: a alemã Diane Kruger por "In the fade"

- Melhor Interpretação Masculina: o americano Joaquin Phoenix por "You were never really here"

- Prêmio Especial pelo 70º aniversário: a atriz americana Nicole Kidman

- Câmera de Ouro: "Jeune Femme", da francesa Léonor Serraille

- Palma de Ouro para curta-metragem: "A Gentle Night", do chinês Qiu Yang

Veja os filmes que foram premiados com a Palma de Ouro do Festival de Cannes des de a sua criação, em 1946:

- 1946: todos os filmes selecionados dividem o prêmio

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- 1947: seis filmes foram recompensados em função do gênero: animação, comédia musical, documentário...

- 1948: não houve festival

- 1949, um Grande prêmio para o melhor filme -

- 1949: "The third man" ("O terceiro homem") de Carol Reed

- 1950: não houve festiva

- 1951: "Fröken Julie" ("Senhorita Júlia") de Alf Sjöberg e "Miracolo a Milano" ("Miracle in Milan") de Vittorio de Sica

- 1952: "The tragedy of Othello: the moor of Venice" ("Othello") de Orson Welles e "Due soldi di speranza" ("Dois vintéis de esperança") de Renato Castellani

- 1953: "Le salaire de la peur" (O salário do medo) de Henri-Georges Clouzot

- 1954: "Jigoku-Mon" ("Portal do inferno") de Teinosuke Kinugaza

- 1955, primeira Palma de Ouro -

- 1955: "Marty" de Delbert Mann

- 1956: "Le monde du silence" de Jacques-Yves Cousteau e Louis Malle

- 1957: "Friendly Persuasion" ("Sublime tentação") de William Wyler

- 1958: "Letjat Zuravli" ("Quando voam as cegonhas") de Mikhaïl Kalatozov

- 1959: "Orfeu Negro" (Orfeudo carnaval) de Marcel Camus

- 1960: "La Dolce Vita" (A doce vida) de Federico Fellini

- 1961: "Viridiana" de Luis Bunuel e "Uma tão longa ausência" de Henri Colpi

- 1962: "O pagador de promessas" de Anselmo Duarte

- 1963: "Il Gattopardo" ("O leopardo") de Luchino Visconti

- 1964-1974, retorno ao Grande prêmio internacional -

- 1964: "Les parapluies de Cherbourg" ("Os guarda-chuvas do amor") de Jacques Demy

- 1965: "The knack and how to get it" ("A bossa da conquista") de Richard Lester

- 1966: "Un homme et une femme" ("Um homem, uma mulher") de Claude Lelouch e "Signore e Signori" de Pietro Germi

- 1967: "Blow Up" ("Blow Up - depois daquele beijo") de Michelangelo Antonioni

- 1968: festival é interrompido, sem premiação

- 1969: "If" ("Se...") de Lindsay Anderson

- 1970: "M.A.S.H." de Robert Altman

- 1971: "The go-between" ("O mensageiro") de Joseph Losey

- 1972: "La classe operaia va in paradiso" ("A classe operária vai ao paraíso") de Elio Petri e "Il caso Mattei" ("O caso Mattei") de Francesco Rosi

- 1973: "Scarecrow" ("Espantalho") de Jerry Schatzberg e "The hireling" de Alan Bridges

- 1974: "The conversation" ("A conversação") de Francis Ford Coppola

- 1975, Palma de Ouro retorna -

- 1975: "Chronique des années de braise" de Mohammed Lakhdar-Hamina

- 1976: "Taxi Driver" de Martin Scorsese

- 1977: "Padre Padrone" ("Pai patrão") de Vittorio et Paolo Taviani

- 1978: "L'arbero degli zoccoli" ("A árvore dos tamancos") de Ermanno Olmi

- 1979: "Apocalypse Now" de Francis Ford Coppola e "Die Blechtrommel" ("O tambor") de Volker Schlöndorff

- 1980: "All that jazz" ("All that jazz - o show deve continuar") de Bob Fosse e "Kagemusha" ("Kagemusha - a sombra do samurai")de Akira Kurosawa

- 1981: "Czlowiek Z Zelaza" ("O homem de ferro") de Andrzej Wajda

- 1982: "Missing" ("Desaparecido - um grande mistério") de Costa-Gavras e "Yol" ("O caminho") de Yilmaz Guney

- 1983: "Narayama-Bushi-ko" ("A balada de Narayama") de Shohei Imamura

- 1984: "Paris Texas" de Wim Wenders

- 1985: "Otac na sluzbenom putu" ("Quando papai saiu em viagem de negócios") de Emir Kusturica

- 1986: "Mission" ("A missão") de Roland Joffé

- 1987: "Sous le soleil de Satan" ("Sob o sol de satã") de Maurice Pialat

- 1988: "Pelle Erobreren" ("Pelle, o conquistador") de Bille August

- 1989: "Sex, lies and videotape" ("Sexe, mentiras e videotape") de Steven Soderbergh

- 1990: "Wild at heart" ("Coração Selvagem") de David Lynch

- 1991: "Barton Fink" ("Barton Fink - delírios de Hollywood") de Ethan e Joel Coen

- 1992: "Den goda viljan" ("As melhores intenções") de Bille August

- 1993: "Bawang bieji" ("Adeus, minha concubina") de Chen Kaige e "The piano" ("O piano") de Jane Campion

- 1994: "Pulp Fiction" de Quentin Tarantino

- 1995: "Underground" ("Underground - mentiras de guerra") de Emir Kusturica

- 1996: "Secrets and lies" ("Segredos e mentiras") de Mike Leigh

- 1997: "Unagi" ("A enguia") de Shohei Imamura e "Ta'm e guilass" ("Gosto de cereja") de Abbas Kiarostami

- 1998: "Mia eoniotita ke mia mera" ("A Eternidade e um Dia") de Theo Angelopoulos

- 1999: "Rosetta" de Jean-Pierre e Luc Dardenne

- 2000: "Dancer in the dark" ("Dançando no escuro") de Lars Von Trier

- 2001: "La stanza del figlio" ("O Quarto do Filho") de Nanni Moretti

- 2002: "The pianist" ("O pianista") de Roman Polanski

- 2003: "Elephant" ("Elefante") de Gus Van Sant

- 2004: "Farenheit 9/11" de Michael Moore

- 2005: "L'enfant" ("A criança") de Jean-Pierre e Luc Dardenne

- 2006: "The wind that shakes the Barley" ("Ventos da liberdade") de Ken Loach

- 2007: "4 luni, 3 saptamani si 2 zile" (4 meses, 3 semanes e 2 dias") de Cristian Mungiu

- 2008: "Entre les murs" ("Entre os Muros da Escola") de Laurent Cantet

- 2009: "Das weisse Band" ("A fita branca") de Michael Haneke

- 2010: "Lung Boonmee raluek chat" ("Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas") de Apichatpong Weerasethakul

- 2011: "The tree of life" ("A árvore da vida") de Terrence Malick

- 2012: "Amour" de Michael Haneke

- 2013: "La vie d'Adèle - Chapitre 1 & 2" ("Azul É a Cor Mais Quente") dr Abdellatif Kechiche.

- 2014: "Winter sleep" de Nuri Bilge Ceylan

- 2015: "Dheepan"("O refúgio") de Jacques Audiard

- 2016: "I, Daniel Blake" de Ken Loach

Os tambores ressoam em Cannes, enquanto o júri de Pedro Almodóvar decide em conclave qual filme será neste domingo Palma de Ouro, num 70º Festival confrontado às novas maneiras de exibição de obras cinematográficas.

A história de uma associação francesa de luta contra a aids em "120 battements par minute", o drama de um casal russo com um filho que não deseja ("Loveless") e o thriller de um herói perturbado e brutal que resgata menores de idade das garras da prostituição ("You were never really here") são os favoritos dos críticos para o Graal da sétima arte.

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Com Almodóvar, primeiro espanhol a presidir o júri do Festival, quatro homens e quatro mulheres, incluindo os americanos Will Smith e Jessica Chastain, a alemã Maren Ade e o italiano Paolo Sorrentino, isolaram-se do mundo em um palácio cuja localização é mantida em segredo.

Eles devem entrar em consenso sobre a entrega dos palmares depois de terem assistido os 19 filmes selecionados pelos organizadores do evento. ,

"I, Daniel Blake", do britânico Ken Loach, uma crítica feroz ao liberalismo, foi coroado em 2016.

- Telefonema aos vencedores -

Em meio a tanto sigilo, os laureados sabem pouco mais do que o público. Durante o dia, receberão um telefonema convidando-os para a cerimônia de encerramento. Saberão que ganharam, mas não qual prêmio. E só vão ser contactados aqueles que estiveram em Cannes ou a algumas horas de distância de avião.

Por isso, muitas vezes, há grandes ausências no momento da entrega dos palmares.

Nos filmes favoritos da crítica também se destacam os preferidos para os prêmios de atuação: o jovem argentino Nahuel Pérez Biscayart em "120 battements par minute", do francês Robin Campillo, o americano Joaquin Phoenix em "You were never really here", assim como o britânico Robert Pattinson, que interpreta um criminoso no filme de ação "Good Time", dos irmãos nova-iorquinos Josh e Ben Safdie.

Entre as atrizes, a luta é travada entre Maryana Spivak, de "Loveless", do russo Andrei Zvyaguintsev; Nicole Kidman, aplaudida em dois papéis em "O estranho que nós amamos", de Sofia Coppola e "The Killing of a Sacred Deer", do diretor grego Yorgos Lanthimos, e a alemã Diane Kruger ("In the Fade", do turco-alemão Fatih Akin) .

- Opções para Netflix? -

"Seria um enorme paradoxo" premiar um filme que não será exibido nos cinemas, declarou Almodóvar na abertura do Festival, referindo-se às duas obras em disputa do Netflix, que decidiu não liberá-las na França em razão de uma regulamentação nacional, que estimou que o penalizava.

Com estas palavras, Almodóvar pareceu excluir o triunfo da sul-coreana "Okja" e da americana "The Meyerowitz Stories", com Dustin Hoffman, mas depois afirmou que suas palavras tinham sido mal interpretadas de acordo com um jornalista do site especializado Indiewire.

Mas o debate sobre as plataformas como Netflix, que não seguem necessariamente os canais de distribuição tradicionais, está servido e a maioria dos cineastas no tapete vermelho em Cannes expressaram sua opinião sobre a questão, defendendo, em geral, um terreno de entendimento.

"Todas as opções devem coexistir (...) Não há problema um gigante com um monte de dinheiro produzir conteúdo, o problema é quando Netflix diz que não se preocupa com as salas de cinemas e depois vem a Cannes para se beneficiar daquilo que os cinemas têm dado a Cannes", expressou à AFP o cineasta brasileiro Kleber Mendonça ("Aquarius"), presidente da Semana da Crítica, uma seção paralela.

Para a próxima edição, o Festival introduziu uma nova regra, que, em princípio, exclui Netflix: para competir em Cannes primeiro deve comprometer-se a divulgar o filme nos cinemas franceses.

O longa-metragem “Gabriel e a montanha”, de Fellipe Barbosa, recebeu, nesta quinta-feira (25), dois prêmios na 56ª Semana da Crítica, mostra paralela do Festival de Cannes. A produção do filme contou com recursos da Agência Nacional do Cinema (Ancine), por meio do Fundo Setorial do Audiovisual. 

O filme conquistou o Prêmio Revelação France 4, atribuído pelo júri oficial por sua criatividade e inovação, o que renderá 4 mil euros ao diretor. A produção também ficou com o prêmio oferecido pela Fundação Gan, de apoio à distribuição. A distribuidora francesa do filme receberá 20 mil euros para utilização no lançamento do filme na França. 

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Filme 

O filme recria uma viagem de Gabriel Buchmann, amigo de infância do diretor Fellipe Barbosa, à Africa. A ida do economista ao continente africano para pesquisar a pobreza de perto terminou em tragédia, quando ele tentou subir o Monte Mulanje, no Malauí. A história tem o roteiro baseado em anotações e e-mails de Gabriel para a mãe e a namorada, além de entrevistas com pessoas que cruzaram seu caminho na África. 

“Gabriel e a montanha” é o segundo longa do diretor, que fez sua estreia com “Casa Grande”, vencedor do prêmio do público no Festival do Rio 2014. 

O longa foi um dos vencedores da primeira edição da chamada pública Prodecine 05, edital do Programa Brasil de Todas as Telas voltado a filmes com linguagem inovadora e relevância artística.

Desde "4 meses, 3 semanas e 2 dias" do romano Cristian Mungiu a "I, Daniel Blake" do britânico Ken Loach, estes são os 10 últimos filmes a conquistar a Palma de Ouro do Festival de Cannes.

2016: "I, Daniel Blake" de Ken Loach (Reino Unido)

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2015: "O refúgio" de Jacques Audiard (França)

2014: "Winter sleep" de Nuri Bilge Ceylan (Turquia)

2013: "Azul é a cor mais quente" de Abdellatif Kechiche (França)

2012: "Amor" de Michael Haneke (Áustria)

2011: "The Tree of life" (A árvore da vida) de Terrence Malick (Estados Unidos)

2010: "Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives" de Apichatpong Weerasethakul (Tailândia)

2009: "A fita branca" de Michael Haneke (Áustria)

2008: "Entre os muros da escola" de Laurent Cantet (França)

2007: "4 meses, 3 semanas e 2 dias" de Cristian Mungiu (Romênia)

Dezenove produções estão na competição pela Palma de Ouro da 70ª edição do Festival de Cannes, que será entregue neste domingo (28), pelo júri presidido por Pedro Almodóvar.

- "O estranho que nós amamos", da americana Sofia Coppola, com Nicole Kidman e Colin Farrell, é uma adaptação de um romance de Thomas Cullinan que já foi levado ao cinema em 1971, com Clint Eastwood no papel principal. Em plena Guerra da Secessão, a vida em um internato feminino se vê alterada com a chegada de um soldado ferido.

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- "Nelybuov" ("Loveless"), do russo Andrei Zvyaguintsev, também diretor de "Leviatã", aborda o drama familiar de um casal em fase de divórcio que deve se reconciliar para encontrar seu filho de 12 anos que desapareceu durante uma de suas brigas.

- "Good Time", dos irmãos americanos Benny e Josh Safdie, cineastas independentes de Nova York. O ator Robert Pattinson encarna um assaltante que é preso e tenta escapar durante uma noite carregada de adrenalina.

- "The Square", do sueco Ruben Ostlund, vencedor do Prêmio do Júri em Cannes em 2014 por "Força Maior", é sobre um diretor de museu que prepara uma grande exposição, estrelado por Dominic West e Elizabeth Moss.

- "You Were Never Really Here", da britânica Lynne Ramsay, diretora de "Precisamos falar sobre Kevin", com Joaquin Phoenix. Um veterano de guerra tenta resgatar jovens envolvidas em uma rede de prostituição.

- "L'Amant Double", do francês François Ozon, suspense erótico com Marine Vacth e Jeremie Renier, sobre uma jovem que namora seu psicanalista antes de descobrir que ele escondeu parte de sua identidade.

- "Jupiter's Moon", do húngaro Kornél Mandruczó, vencedor do Prêmio Un Certain Regard em 2014 por "White God", é um filme fantástico sobre um jovem migrante ferido por tiros que descobre que tem um estranho poder de levitação.

- "In the Fade", do germano-turco Fatih Akin, diretor de "Contra a Parede", com Diane Kruger. Nesta história de vingança no seio da comunidade turca, a atriz dá vida a uma mulher que perdeu o marido e o filho em um atentado.

- "The killing of a sacred deer", do grego Yorgos Lanthimos, diretor de "O Lagosta", com Colin Farrell e Nicole Kidman. Neste suspense, um cirurgião decide tomar conta de um adolescente perturbado, mas a relação começa a piorar.

- "Hikari", da japonesa Naomi Kawase, diretora de "Uma pastelaria em Tóquio", é um drama sobre um romance entre um fotógrafo que perde lentamente a visão e uma jovem.

- "The day after", do sul-coreano Hong Sang-soo. Filme em preto e branco com Kim Min-hee, musa do cineasta, sobre um dia na vida de um editor que traiu sua esposa com a empregada.

- "Le redoutable", do francês Michel Hazanavicius, diretor de "O Artista", fala sobre o lendário cineasta Jean-Luc Godard, estrelado por Louis Garrel, baseado no romance de sua ex-esposa Anne Wiazemsky. Ambienta-se no contexto de maio de 1968 na França.

- "Wonderstruck", do americano Todd Haynes, diretor de "Carol". Esta adaptação de um livro para crianças, com Julianne Moore, narra a história de dois jovens surdos.

- "Happy End", do austríaco Michael Haneke, duas vezes vencedor da Palma de Ouro com "A fita branca" e "Amor", fala sobre uma família burguesa do norte da França que vive próximo a um acampamento de imigrantes, com Jean-Louis Trintignant e Isabelle Huppert.

- "Rodin", do francês Jacques Doillon, com Vincent Lindon e Izia Higelin, aborda a história do célebre escultor, de quem neste ano comemora-se o centenário de sua morte, e a relação com sua aluna Camille Claudel.

- "120 battements par minute", do francês Robin Campillo, diretor de "Meninos do Oriente", trata sobre o dia a dia da associação Act Up no início dos anos 1990 para sensibilizar a sociedade sobre a epidemia da aids, com Adèle Haenel.

- "Okja", do sul-coreano Bong Joon-Ho, com Tilda Swinton e Jake Gyllenhaal, é um filme fantástico sobre a amizade de uma menina com um grande animal, que uma multinacional tenta se apropriar. O filme foi financiado e produzido pela Netflix.

- "The Meyerowitz Stories", do americano Noah Baumbach, diretor de "Frances Ha", com Dustin Hoffman, é sobre o reencontro de uma família nova-iorquina. A Netflix adquiriu os direitos do filme.

- "A gentle creature", do ucraniano Serguei Loznitsa, diretor de "Na neblina", é a adaptação livre de uma obra fantástica de Dostoiévski sobre uma mulher que quer visitar seu marido preso por um crime que não cometeu.

Leonardo DiCaprio, Dustin Hoffman, Nicole Kidman e Will Smith foram algumas das estrelas presentes nesta quinta-feira à noite no tradicional baile beneficente de luta contra aids que acontece durante o Festival de Cannes.

Ricos e famosos pagaram até 500.000 dólares por uma mesa no evento organizado pela fundação americana amfAR no luxuoso hotel Eden Roc em Cap d'Antibes, perto de Cannes e onde ficam hospedadas muitas estrelas durante o festival.

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As atrizes Jessica Chastain, Milla Jovovich e Eva Longoria, David Beckham, o diretor David Lynch e o presidente do júri do Festival este ano, o cineasta Pedro Almodóvar, também estavam presentes na festa, que foi criada pela falecida atriz Elizabeth Taylor.

O objetivo era superar os 22 milhões de euros arrecadados no ano passado, quando DiCaprio - que atuou como leiloeiro - vendeu uma escultura do artista britânico Damien Hirst por 3,1 milhões de euros, assim como a possibilidade de passar um dia com o ator Kevin Spacey por meio milhão de euros.

Este ano, os lotes à venda incluíam uma semana em um complexo exclusivo nas Maldivas para 60 pessoas, um luxuoso Jaguar XK150 de 1958 completamente renovado e um fim de semana para 30 pessoas em um iate majestoso.

Para os "mais modestos" também estava à venda uma estátua de 14 metros criada especialmente para a ocasião pelo artista francês JR.

A arrecadação total do leilão será anunciada durante a sexta-feira.

Desde o início do baile da amfAR no Festival de Cannes de 1993, o evento de luta contra a aids arrecadou mais de 174 milhões de euros.

Um ano após denunciar no tapete vermelho de Cannes um "golpe de Estado" de Michel Temer no Brasil, o cineasta Kleber Mendonça se uniu aos crescentes pedidos de renúncia do presidente por acusações de corrupção.

"Há um ano, tínhamos certeza de que isso ia passar", disse à AFP Mendonça, diretor de "Aquarius", em alusão aos protestos em massa que pedem há vários dias a saída do presidente conservador, especialmente depois da divulgação de uma comprometedora gravação.

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"Agora é mais difícil prever o que irá acontecer porque a situação é muito confusa". Mas Temer "deve sim" renunciar. "É como se o pneu de um carro estivesse furado e o motorista não quisesse trocar, e sim continuar dirigindo", comentou o cineasta.

Kleber Mendonça está em Cannes como presidente do júri da Semana da Crítica, uma seção paralela do Festival. No ano passado, o cineasta brasileiro, que competia pela Palma de Ouro com "Aquarius", chamou a atenção da mídia mundial quando junto com a protagonista Sonia Braga e com o resto de sua equipe denunciou no tapete vermelho um "golpe de Estado" contra a então presidente Dilma Rousseff.

"Não vejo o que fizemos como um ato heroico, agimos como simples cidadãos". "Nos últimos 12 meses o governo de Temer tem desmoronado", enquanto "não se provou nada" contra Dilma e Lula, acusados de corrupção, acrescentou.

Agora, entre os diretores brasileiros, "cada um faz a sua parte, mas acredito que deveríamos nos organizar melhor e nos expressarmos juntos, escrever uma carta ou fazer um vídeo".

Em fevereiro do ano passado, diretores e profissionais da indústria cinematográfica brasileira apresentaram uma carta no Festival de Berlim pedindo o apoio de seus colegas internacionais contra o que consideravam ameaças do governo Temer à cultura.

O governo brasileiro "oficialmente afirma que nada mudará para a cultura [...] mas vamos vendo várias coisas que não apontam nesse sentido. É sutil e cínico. Como se você pedisse um almoço e o garçom dissesse que iria trazê-lo, ainda que não tenha comida". "Isso aconteceu com a sabotagem a 'Aquarius' no Oscar", que não foi selecionado apesar de ter sido bem recebido no Brasil e no exterior.

Para o cineasta, com a chegada dos conservadores ao poder "começaram a criticar tudo o que tem a ver com o pensamento. Os intelectuais são tratados como idiotas", disse, acrescentando que este é o caso também nos Estados Unidos e no Reino Unido.

Embora admita que seja "terrível dizer", assegura que nos momentos de crise às vezes nasce o melhor da arte. "Quando alguém está enojado, frustrado, isso acaba se tornando poesia, literatura ou filme".

Explicou que já está trabalhando em sua próxima produção sobre uma pequena comunidade no país que descobre ter um talento especial para a violência. "Não sei se será político ou não, isso o espectador decidirá".

O Festival de Cannes respeitará nesta terça-feira (23) um minuto de silêncio em solidariedade à cidade de Manchester, onde um atentado em um show da cantora Ariana Grande deixou 22 mortos nesta segunda-feira, anunciou o diretor geral do evento, Thierry Frémaux.

"Queria expressar nossa solidariedade com a cidade de Manchester, temos que mostrar que não nos curvamos e que a vida continua. Às 15H00 (10H00 de Brasília) estaremos no topo da escadaria para observar um minuto de silêncio", disse Frémaux.

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A cerimônia de fogos de artifício da tarde foi cancelada, informou o diretor de Cannes.

Uma crônica sobre a epidemia da Aids na França e um filme russo sobre uma família desfeita são os favoritos da crítica na disputa pela Palma de Ouro, a cinco dias do final do Festival de Cannes.

Faltando apresentar sete filmes dos 19 na mostra competitiva antes do anúncio do prêmio, no domingo, o júri, presidido pelo espanhol Pedro Almodóvar, poderia anunciar um veredicto bem diferente daquele dos prognósticos da imprensa. Foi assim no ano passado, com a premiação de "Eu, Daniel Blake", de Ken Loach, enquanto todas as apostas indicavam "Toni Erdmann", da alemã Maren Ade.

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Favoritos à Palma de Ouro

As apostas apontam a "120 battements par minute" ("120 pulsações por minuto"), terceiro filme do francês Robin Campillo, que impressionou no sábado à crítica francesa. Em 2h20 minutos, o filme descreve a luta contra a epidemia de Aids mediante a ação da associação Act Up em Paris.

Seis membros de um painel de 15 críticos franceses lhe atribuem o prêmio máximo.

A revista especializada Screen, com um grupo de 11 críticos internacionais, se mostra um pouco menos entusiasta e lhe atribuiu uma nota 2,5, atrás de "Loveless", de Andrei Zvyaguintsev, primeiro filme apresentado na competição. Este drama sobre uma família destruída quer simbolizar uma sociedade russa desumanizada (nota 3,2).

Qualificando o filme de "obra-prima", Peter Bradshaw, crítico do jornal britânico The Guardian, lhe atribui cinco estrelas.

O novo filme de Michael Haneke, "Happy End", ao contrário, decepcionou uma parte da crítica, que já pensava que o diretor austríaco obteria uma terceira Palma de Ouro, depois da premiação de "A Fita Branca" e "Amor".

Prêmios às interpretações

Já com um prêmio de interpretação no currículo por "Z", de Costa Gavras, em 1969, o ator francês veterano Jean-Louis Trintignant poderia levar um segundo prêmio com "Happy End". Na história de Michael Haneke, o ator de 86 anos é um patriarca de uma família burguesa sem vontade de viver.

Diante dele, o comediante Adam Sandler também foi aplaudido pela crítica, em seu papel de filho dominado pelo pai (Dustin Hoffman) em "The Meyerowitz Stories". "Uma revelação", avaliou Robbie Collin, do Daily Telegraph.

Outro ator que não passou despercebido foi o argentino Nahuel Pérez Biscayart, cujo papel como doente de Aids e militante em "120 battements par minute" convenceu parte da imprensa.

Com relação às atrizes, os especialistas ainda não se encantaram com nenhuma intérprete, embora em "Loveless", a russa Maryana Spivak interpreta com maestria uma mãe sem nenhum tipo de sentimento.

As crianças estão marcando presença no Festival de Cannes, mas se até agora os filmes exibidos exaltavam seu espírito combativo ou sua vulnerabilidade, nesta segunda-feira "The killing of a sacred deer" e "Happy end" mostraram um lado diabólico.

Com o casal cinematográfico da mostra, Nicole Kidman e Colin Farrell, a cruel trama de terror de "The killing of a sacred deer", do grego Yorgos Lanthimos ("O Lagosta"), prendeu a atenção do público da Croisette, que segurou a respiração do início ao fim. A tensão psicológica, reforçada por uma trilha sonora digna de uma produção de Hitchcok, fez com que alguns espectadores deixassem a sala.

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Kidman e Farrell, também protagonistas de um segundo filme na disputa, "O Estranho que Nós Amamos"" (Sofia Coppola), encarnam um rico casal de médicos que junto com seus dois filhos formam uma família feliz. Mas sua vida se transforma em um pesadelo depois que o filho de um paciente que Farrell não conseguiu salvar durante uma cirurgia começa a buscar vingança.

O adolescente - interpretado pelo ator irlandês Barry Keoghan - frio, impiedoso e diabólico incomoda o espectador apenas com sua presença.

"Meus filhos não vão ver esse filme", diz, rindo, Nicole Kidman, após a exibição.

- Impulsos assassinos -

Outro cineasta europeu, o austríaco Michael Haneke, converte a pequena Eve, Fantine Harduin, em uma autêntica diabinha de 13 anos em "Happy end", um drama que gira em torno de uma família burguesa que mora no norte da França e que se vê confrontada com a morte.

Traumatizada pela separação de seus pais, Eve começa a demonstrar tendências suicidas e assassinas, uma personagem que sem dúvida lembra as crianças de "A Fita Branca", com a qual Haneke venceu a primeira de suas duas Palmas de Ouro.

As primeiras reações da crítica colocaram o filme de Lanthimos entre os favoritos para o maior prêmio do festival e elogiaram o trabalho de Kidman como "um de seus melhores em anos", segundo a revista especializada Screen. "Happy end" dividiu mais o público, entre os que tacharam a produção como "a melhor de Haneke" e um "trabalho menor".

Por enquanto, o filme favorito da crítica, que muitas vezes não antecipa o veredicto do júri, é "Loveless", do russo Andrei Zvyaguintsev ("Leviatã"), que aborda a insuportável vida de um menino de 12 anos, Aliocha (Matvey Novikov), cujos pais não se amam e que também não gostam dele.

A Netflix divulgou nesta quinta-feira (18) o trailer oficial de Okja, novo longa dirigido pelo diretor coreano Bong Joon-Ho, o mesmo de 'Expresso do Amanhã'. O filme conta a história de Mikha (An Seo Hyun), uma menina que se arrisca atravessado os quatro cantos do mundo na tentativa de salvar seu melhor amigo, Okja, das garras de uma multinacional. O personagem que da título a história é uma espécie de porco gigante modificado geneticamente.

No elenco estão nomes como Tilda Swinton, Jake Gyllenhaal, Paul Dano e Lily Collins. A estréia no Netflix está marcada para o dia 28 de junho e nos cinemas dos Estados Unidos, da Coréia do Sul e do Reino Unido no final do ano.

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Recentemente, "The Meyerowitz Stories"  e Ojka, ambas produções do Netflix, têm chamado atenção por terem sido selecionada exibição no tradicional Festival de Cannes. A escolha gerou muita polêmica pois a política de distribuição do serviço de streaming foge das regras do festival, as quais exigem que, após a exibição em Cannes, os filmes sejam lançados primeiramente no cinema na França. 

Por conta da repercussão e por pressão dos cineastas, a partir de 2018 apenas filmes exibidos nos cinemas franceses serão inscritos no Festival. A mudança acaba com as chances da Netflix ter filmes em Cannes, a não ser que mudem sua política de destribuição que lança os filmes direto online, na própria plataforma. Mesmo com toda a pressão, a empresa se negou a fazer isso esse ano e afirmou que o lançamento de Okja online, em mais de 190 países, está mantido. 

O diretor Pedro Almodóvar, presidente do júri da 70ª edição, se pronunciou em meio a polêmica, defendendo a prioridade de exibição nos cinemas. "As plataformas digitais são enriquecedoras, mas devem assumir as diferentes etapas e respeitar as janelas de exibição. Enquanto eu for vivo, lutarei pela capacidade de hipnose da tela grande", disse o cineasta.

Confira o trailer:

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O presidente do júri da 70ª edição do Festival de Cinema de Cannes, o cineasta espanhol Pedro Almodóvar, afirmou nesta quarta-feira (17) que "seria um paradoxo se um filme premiado com a Palma de Ouro não pudesse ser visto nos cinemas", fazendo referência a presença de dois filmes do Netflix na competição oficial.

Em entrevista coletiva, Almodóvar aproveitou para ressaltar que as plataformas e serviços de streaming devem "aceitar as regras do jogo". A declaração foi uma resposta à polêmica que afeta o festival de Cannes desde o anúncio dos dois filmes da Netflix para disputar a mostra.

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Os dois longas do Netflix, "Okja", do diretor sul-coreano Bong Joon-Ho, e "The Meyerowitz Stories", do americano Noah Baumbach, não poderão ser vistos nos cinemas da França por causa da regulamentação nacional.

A questão causou indignação entre as principais salas de cinema da França e foi responsável por fazer os organizadores do evento mudarem as regras para as próximas edições do festival. Desta forma, a partir de 2018 apenas filmes que garantirem a estreia no cinema serão selecionados para a competição. 

"As plataformas digitais são enriquecedoras, mas devem assumir as diferentes etapas e respeitar as janelas de exibição. Enquanto eu for vivo, lutarei pela capacidade de hipnose da tela grande", continuou o cineasta, que estava ao lado de outros membros do júri, incluindo os atores norte-americanos Will Smith e Jessica Chastain, assim como o diretor sul-coreano Park Chan-Wook.

No entanto, Smith adotou uma postura conciliadora com a Netflix, ao assegurar que seus filhos assistiam filmes na plataforma e também no cinema, porém trata-se de duas formas "completamente diferentes de entretenimento", declarou o ator.

O Festival de Cannes acontece até o dia 28 de maio, com 18 filmes em busca da Palma de Ouro. Nesta edição, a atriz italiana Monica Bellucci é a "madrinha" do evento, que foi aberto com a exibição do filme "Les Fantômes d'Ismael".

De Will Smith a Park Chan-wook, passando por Jessica Chastain e Paolo Sorrentino, esses são os membros do júri presidido por Pedro Almodóvar, que atribuirá a Palma de Ouro do 70º Festival de Cannes.

- Pedro Almodóvar, o cineasta inconfundível

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Com filmes marcantes como "Mulheres à beira de um ataque de nervos", coloridos, atrevidos e libertadores, Pedro Almodóvar revolucionou o cinema espanhol nos anos de 1980 até se tornar um dos maiores cineastas do mundo.

Embora nunca tenha ganhado a Palma de Ouro - apesar de ter competido por ela cinco vezes -, o diretor, de 67 anos, ganhou o prêmio de melhor diretor por "Tudo sobre minha mãe" e ganhou duas estatuetas com "Volver".

- Maren Ade, a preferida da crítica em 2016

A diretora e roteirista alemã, de 40 anos, foi a preferida da crítica em 2016, com seu filme "Toni Erdmann", um emotivo relato sobre a relação entre um pai excêntrico e uma filha extremamente sensata. Em 2009, seu filme "Todos os Outros", que explora o universo da vida a dois, ganhou o Urso de Prata em Berlim.

- Will Smith, o astro de Hollywood

O ator americano, de 48 anos, é um dos mais bem pagos de Hollywood, graças a sucessos de bilheteria, como a trilogia "Men in Black", "Independence Day" e "Hancock". Ficou famoso nos anos de 1990 com a série "O príncipe de Bel Air" - onde demostrou também suas qualidades de rapper -, e foi aplaudido pela crítica em 2001 por "Ali", de Michael Mann, em que viveu a lenda do boxe.

- Jessica Chastain, a ruiva das mil faces

Em seis anos, a atriz americana, de 40 anos, ostentou uma ambiciosa filmografia: encarnou a doçura maternal em "A árvore da vida" (Terrence Malick, Palma de Ouro em 2011), interpretou uma mulher determinada a caçar Bin Laden em "A hora mais escura" (Kathryn Bigelow), uma cientista aeroespacial em "Interstellar" (Christopher Nolan) e uma lobista sem escrúpulos em "Armas na Mesa" (John Madden).

- Park Chan-wook, ponta de lança do novo cinema sul-coreano

Convidado habitual de Cannes desde o Grande Prêmio obtido em 2004 por "Old Boy", o diretor de 53 anos é a ponta de lança do novo cinema sul-coreano. Em 2009, foi recompensado com o Prêmio do Juri por "Sede de Sangue", e no passado retornou com o thriller erótico "A Criada", que o consagrou.

- Agnès Jaoui, a popular diretora francesa

A atriz, roteirista e cantora francesa Agnès Jaoui, de 52 anos, é muito popular em seu país, onde foi recompensada com quatro César (o Oscar do cinema francês). Ao lado de seu ex-companheiro, Jean-Pierre Bacri, criou uma forma pessoal de descrever a vida cotidiana com um tom agridoce, como em "Acontece nas melhores famílias" e "Cuisine et dépendances" (Kitchen with Apartment).

- Paolo Sorrentino, o italiano talentoso

Este cineasta italiano, de 46 anos, apaixonado, que não deixa ninguém indiferente à sua obra, fez sete filmes, dos quais seis foram selecionados na mostra competitiva de Cannes. "Il Divo", levou o Prêmio do Júri em 2008.

- Fan Bingbing, a diva chinesa

Atriz, cantora, produtora, garota-propaganda de marcas de luxo, Fan Bingbing, de 35 anos, é a estrela chinesa do momento. Embora sua filmografia nacional seja pouco acessível para o público internacional, tenta conquistar Hollywood desde que atuou em 2014 em "X Men: Dias de um futuro esquecido" (Bryan Singer).

- Gabriel Yared, o compositor veterano

O compositor francês, de 67 anos, tem em seu portfólio mais de cem trilhas sonoras originais, entre elas a de "O Paciente Inglês" (Anthony Minghella) e "É Apenas o Fim do Mundo" (Xavier Dolan).

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