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Um elenco "para despertar os mortos". O Festival de Cannes anunciou, nesta quarta-feira, seu filme de abertura, "The Dead Don't Die" (Os mortos não morrem, em tradução livre), uma comédia de zumbis dirigida pelo americano Jim Jarmusch e com atores como Bill Murray, Adam Driver e Tilda Swinton.

O último longa-metragem deste cineasta independente e figura habitual de Cannes, onde em 1984 ganhou a Câmera de Ouro por "Estranhos no paraíso" e em 2005 o Grande Prêmio por "Flores partidas", será apresentado em competição pela Palma de Ouro em 14 de maio.

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Além dos atores já citados, participam Choë Sevigny, Steve Buscemi e Danny Glover, assim como Iggy Pop, Selena Gomez e Tom Waits.

Os personagens vivem em Centerville, uma localidade calma até que os mortos saem de seus túmulos para atacar barbaramente os vivos, que empreenderão uma batalha por sua sobrevivência.

"Os mortos não morrem" não é "só uma comédia e uma subversão do gênero às vezes aterradora", mas também "uma homenagem à sétima arte", afirmaram os organizadores do concurso.

O júri do 72º Festival de Cannes, que será realizado entre 14 e 25 de maio, será presidido pelo cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu.

O resto de filmes na competição pela Palma de Ouro serão anunciados em 18 de abril.

O cineasta Alejandro González Iñárritu presidirá o júri do próximo Festival de Cannes, em maio, e será o primeiro mexicano a assumir a prestigiosa responsabilidade.

"Mediante a presença do diretor de 'Babel', o Festival celebrará todo o cinema mexicano", afirma um comunicado divulgado pela organização do maior festival de cinema do mundo.

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Três dias depois de Alfonso Cuarón receber três estatuetas do Oscar por "Roma" - incluindo melhor filme estrangeiro e melhor diretor -, o anúncio de Iñárritu em Cannes confirma o momento espetacular dos cineastas mexicanos.

Iñárritu, 55 anos, presidirá o júri do 72º Festival de Cannes (14-25 de maio), papel ocupado no ano passado pela atriz australiana Cate Blanchett, quando o vencedor da Palma de Ouro foi "Assunto de Família", do japonês Hirokazu Kore-Eda.

"Me sinto honrado e feliz de retornar este ano e imensamente orgulhoso de presidir o júri. O cinema corre nas veias do planeta e este festival é seu coração", disse o diretor, citado no comunicado oficial.

O mexicano é um dos cineastas mais consagrados de Hollywood e venceu dois Oscars de melhor diretor de modo consecutivo, em 2015 e 2016, por "Birdman" e "O Regresso".

Também comparece com frequência a Cannes: exibiu seu primeiro filme, "Amores Brutos" (2000), na Semana da Crítica. Seis anos depois "Babel" foi exibido na mostra principal e Iñárritu venceu o prêmio de direção.

"Biutiful" (2010) deu a Javier Bardem o prêmio de melhor ator em Cannes.

Os criadores de "La casa de papel", a série mais popular da Netflix em língua espanhola, apresentaram nesta terça-feira (16) em Cannes "El embarcadero", sua nova produção, também filmada na Espanha, que combina suspense com romantismo.

Os espanhóis Álex Pina e Esther Martínez Lobato afirmaram à imprensa que esta série prende o telespectador tanto quanto "La casa de papel", mas de forma "mais emocional", ao apresentar uma seleção de cenas do primeiro episódio no MIPCOM, o principal mercado de programas de entretenimento do mundo.

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"Depois de 'La casa de papel', que era uma série complexa (...), decidi fazer algo muito diferente, mais simples, com sentimentos e emoções, e muitas cenas externas", explicou Pina.

"Era muito difícil construir uma história sem se apoiar na ação e nas armas, na qual as relações entre os personagens são as armas", afirmou Martínez, destacando as similaridades entre as duas séries, sobretudo "as ambiguidades morais dos personagens".

"É também uma viagem emocional para alguns personagens que já não são jovens, mas adultos que construíram uma identidade", acrescentou.

Rodada em Valência e no Parque Nacional de La Albufera, no leste da Espanha, "El embarcadero" conta a história de uma mulher que investiga o suicídio de seu marido e descobre que ele levava uma vida dupla.

Os fãs de "La casa de papel", cuja terceira temporada começará a ser rodada em duas semanas, verão em "El embarcadero" o ator Álvaro Morte, que vive o Professor na série sobre um roubo à Casa da Moeda da Espanha, que se converteu em um fenômeno social a nível mundial.

As atrizes Verónica Sánchez e Irene Arcos também fazem parte do elenco da nova série.

"Os personagens (de ambas as séries) não têm nada a ver entre eles, embora todos escondam coisas", disse Morte.

"Com Álex Pina nunca se sabe o que pode acontecer no roteiro, é um salto no vazio, mas tenho que subir no trem", declarou o ator.

- Séries 'muito espanholas' -

"Minha personagem é inesperada, não reage furiosa, mas realmente tenta compreender o que aconteceu", detalhou, por sua vez, Verónica Sánchez, que interpreta a viúva.

A série tem duas temporadas de oito episódios e é uma criação da emissora espanhola Movistar+. Na Espanha será transmitida em 2019.

Christian Gockel, responsável de operações internacionais da distribuidora Beta Film, explicou que a série suscitou "um grande interesse internacional".

"Na Espanha, há uma cultura de televisão de grande qualidade", estimou Domingo Corral, diretor de ficções da Movistar. "Queremos produções muito locais, muito espanholas", acrescentou.

O sucesso de "La casa de papel", que durante vários dias foi a série mais vista na Netflix nos Estados Unidos, levou este ano a gigante americana a abrir o seu primeiro estúdio de produção europeu em Madri.

A Netflix também assinou um acordo de exclusividade com Álex Pina para desenvolver novas séries.

"A Espanha toma um caminho diferente para explicar histórias. É o que deve ser feito hoje em dia em ficção, porque os telespectadores são exigentes", segundo Pina.

Entre os seus novos projetos citou "White lines", com os produtores da série "The Crown", outro sucesso da Netflix. A trama é baseada em uma mulher que investiga a morte de seu irmão, entre Ibiza e Manchester, com um contexto de drogas.

O Senac São Bernardo do Campo recebe o "What the Hell is Cannes? – O melhor de Cannes 2018", um evento do Senac São Paulo que discute sobre o "65º Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade", realizado em junho, na França. De agosto a setembro,profissionais da comunicação (Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Relações Públicas, Rádio TV), Design, Audiovisual e Marketing) estarão nas unidades da instituição de ensino para debater as visões do festival. O evento é gratuito.

Na unidade de São Bernardo do Campo acontece uma palestra com o diretor de criação de peças publicitárias, Pedro Gravena, no dia 30 de agosto, a partir das 19h30. Na ocasião, o palestrante irá destacar suas impressões do festival e as campanhas de entretenimento apresentadas.

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Pedro Gravena é ganhador de dois Grand Prix, o prêmio máximo no Festival de Cannes, pelas campanhas Cyber 2005 e Mobile 2014, além de mais 43 leões (outras escalas de premiações) conquistados em 10 anos. Gravena tem mais de 15 anos de profissão atuando na área de criação com as principais marcas nacionais e internacionais.

 “Além de mostrar as campanhas vencedoras do festival e discutir os caminhos percorridos para as premiações, o What the Hell is Cannes? reúne os maiores nomes da comunicação para apresentar as tendências da área”, diz Renata Barbosa, coordenadora da área de comunicação e artes do Senac São Bernardo do Campo.

O evento é direcionado a estudantes, profissionais e demais interessados. Para participar e conferir a programação completa do evento, acesse o Portal Senac 

Outras unidades participantes do evento estão em Sorocaba, Campinas, Santana e Lapa.

 

SERVIÇO:
"What the Hell is Cannes? – O melhor de Cannes 2018"
Data: 30 de agosto de 2018
Local: Senac São Bernardo do Campo
Endereço: Avenida Senador Vergueiro, 400 – Centro – São Bernardo do Campo/SP
Informações e inscrições: Portal Senac
Evento gratuito

O consagrado diretor japonês Hirokazu Kore-Eda conquistou neste sábado a Palma de Ouro de Cannes por "Shoplifters", uma crônica familiar onde cada membro esconde seus segredos, em uma disputa que também premiou Spike Lee.

Cinco vezes em competição, Kore-Eda, de 55 anos, finalmente levou o "graal" da sétima arte por seu filme "mais social", segundo suas próprias palavras.

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Spike Lee, de volta à Croisette depois de 27 anos, ficou com o segundo prêmio por "BlacKKKlansman", uma história real de um policial afro-americano que se infiltrou na Ku Klux Klan nos anos 1970.

O americano apresentou seu filme como uma mensagem contra o racismo e contra Donald Trump.

Em um festival marcado pelo histórico protesto de mulheres artistas e cineastas pela igualdade na indústria, uma delas, a libanesa Nadine Labaki, recebeu o Prêmio do Júri por "Capharnaüm", sem dúvidas o filme mais comovente da disputa, sobre uma criança e um bebê que sobrevivem nas ruas de Beirute.

Dois atores até agora desconhecidos, o italiano Marcello Fonte e a cazaque Samal Yeslyamova, também foram recompensados por seus respectivos papéis em "Dogman", do italiano Matteo Garrone, e "Ayka", do russo Sergei Dvortsevoy.

A cerimônia de entrega dos prêmios esteve marcada pelas declarações da italiana Asia Argento, uma das atrizes que acusou o produtor Harvey Weinstein de tê-la estuprado.

"Quero prever algo, Harvey Weinstein nunca mais será bem-vindo em Cannes", afirmou a atriz.

O festival de Cannes está acostumado a ser palco para diversos protestos. Na última sexta (18), a causa dos indígenas brasileiros foi a pauta da vez dentro do evento. Ao ganhar o prêmio de crítica na Mostra Independente, pelo filme Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, a equipe do longa pediu por demarcações de terrra. 

O filme mostra a história de Injãc, um adolescente da etnia Krahô que resiste ao desejo de seu pai morto para se tornar pajé. O longa não tem nenhum ator profissional, tendo sido protagonizado por Kôto e Injãc Krahô e é quase todo falado na líndua indígena. A produção foi dirigida pela brasileira Renée Nader Messora e pelo português João Salaviza.

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Ao receber o prêmio do ator Benício del Toro, presidente da mostra independente em Cannes, a diretora Reneé ergueu o punho e falou: "Demarcação já!, em referência a luta dos povos indígenas brasileiras por demarcação de suas terras. No dia anterior à premiação, a equipe do filme passou pelo tapete vermelho empunhando cartazes, escritos em português, inglês e francês, denunciando o genocídio indígena no Brasil. 

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Mastins assustadores, poodles preparados para um concurso de beleza ou chihuahua em um freezer... Os cães onipresentes em "Dogman", filme do diretor Matteo Garrone, receberam nesta sexta-feira o Palm Dog de melhor interpretação canina por todos os seus figurantes de quatro patas.

Longe de sua representação sobre a máfia "Gomorra", o diretor italiano se concentra em "Dogman" em um homem, Marcello, um cuidador, cujos únicos amigos são animais que entram em sua loja.

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"Eles roubam o show", considerou o júri de Cannes. "A interpretação deles foi particularmente bem recebida pelos membros do júri", ressaltou Toby Rose, o criador do prêmio.

O Grande Prêmio recompensou os cães peludos com pelo cor de rosa em "Diamantino", apresentado na Semana da Crítica. Eles aparecem na tela, na forma de alucinações, quando o jogador de futebol deve marcar um gol.

Criado por críticos de cinema, a Palm Dog premia anualmente em Cannes desde 2001.

Recompensa a melhor performance canina em um filme da seleção oficial, seja real ou em um filme de animação.

Um documentário emotivo exibido nesta quinta-feira (17) fora de competição no Festival de Cannes, sobre a vida da cantora pop Whitney Houston, revela, com depoimentos, que ela teria sido agredida sexualmente durante a infância por sua prima, a cantora de soul Dee Dee Warwick.

"O núcleo do filme (...) é uma história de família. É uma história sobre como sua educação e sua família afetam tudo que você é", declarou à AFP o diretor britânico Kevin Macdonald, que narra em "Whitney" o destino amargo da artista americana, que tinha uma das vozes mais marcantes de sua geração.

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Houston, com uma trajetória brilhante afetada por problemas com as drogas, foi encontrada morta em fevereiro de 2012, aos 48 anos, na banheira de um quarto de hotel de Los Angeles.

Autorizado pela família, o documentário mostra várias imagens de arquivo, em sua maioria inéditas, sobretudo gravações e fotos de família, e depoimentos de pessoas próximas, incluindo os irmãos, a mãe, o ex-marido Bobby Brown e alguns colaboradores.

Na busca por explicações para os problemas da cantora, o documentário inclui três depoimentos de pessoas próximas que afirmam que Whitney Houston teria sido agredida sexualmente por sua prima, a cantora Dee Dee Warwick, falecida em 2008, irmã da cantora Dionne Warwick e sobrinha da mãe de Whitney, Cissy Houston, também cantora.

Este segredo de família é abordado por seu meio-irmão Gary Garland-Houston - que também afirma ter sido agredido sexualmente -, por sua cunhada Pat Houston e por sua assistente pessoal Mary Jones.

"Durante muito tempo, assistindo pela TV, algo me dizia 'há alguma coisa nesta mulher que parece refletir um mal-estar. De certa maneira, parece não gostar de seu corpo'", disse Kevin Macdonald, vencedor do Oscar de melhor documentário em 2000 por "Um Dia em Setembro", sobre o sequestro de atletas israelenses nos Jogos Olímpicos de Munique-1972.

"Sempre me perguntei 'Quem é? De onde vem?'. Comecei a questionar se alguém teria abusado dela, ou algo parecido. Depois alguém me disse que falou sobre isto com Whitney e que ela disse que era o que havia acontecido e era a origem de sua tristeza. No final, o irmão falou sobre isto, depois a cunhada e depois a assistente", disse.

O novo filme do diretor Lars Von Trier, “The House That Jack Built”, provocou a saída de muitos espectadores em sua exibição no Festival de Cannes. O filme do diretor dinamarquês é uma mistura de horror com humor mórbido.

O diretor disse, antes do filme ser exibido, que uma equipe médica poderia ficar de plantão para atender o público sensível a sangue e violência explícita.

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Nos primeiros 25 minutos de filme, após os primeiros atos violentos do protagonista (Matt Dillon), uma parte do público convidado começou a ir embora. Os organizadores estimam que ao menos cem pessoas deixaram de assistir à exibição do longa no festival francês.

As reclamações da imprensa com relação ao filme focaram no viés misógino do personagem principal e a forma como o cineasta representa as mulheres, considerada desrespeitosa na opinião de parte dos críticos (a mulher é vista como presa na visão do assassino).

As acusações de sexismo fizeram aumentar o debate sobre o filme de Lars Von Trier.

Algumas pessoas que estavam presentes e não acompanharam até o final publicaram os motivos do “boicote” ao filme. "Abandonei a sessão de Lars von Trier. Filme perverso. Não deveria ter sido feito. Os atores também são culpados”, publicou o em seu Twiter a Showbiz 411. Opinião parecida com a da crítica Charlie Angela: "Abandonei a sessão porque ver uma criança levar um tiro e ser assassinada não é arte ou entretenimento.”

 “The House That Jack Built” conta a história de Jack, um psicopata com TOC por limpeza. O filme acompanhará 12 anos da vida do assassino e os assassinatos que definiram sua personalidade como serial killer.

Além de assumir a direção, von Trier também escreveu o roteiro do longa, que tem ainda no elenco Uma Thurman, Riley Keough eEd Speleers.

 

Kristen Stewart quebrou o protocolo durante sua passagem pelo tapete vermelho no Festival de Cannes, nesta segunda (14). Antes da pré-estreia do filme BlacKkKlansman, a atriz tirou o salto alto e fez sua passagem descalça.

Ao passar pelo tapete vermelho, Kristen parou para posar para os fotógrafos. Em seguida, sem fazer cerimônias, tirou o salto Louboutin e continuou o caminho descalça. O gesto lembrou um momento de 2015, quando algumas atrizes foram barradas dos tapetes vermelhos do festival por estarem usando sapatos baixos. À época, o diretor do evento, Thierry Fremaux, se pronunciou dizendo que não havia essa obrigatoriedade.

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Salma Hayek reivindicou dos atores de Hollywood, neste domingo (13), que aceitem diminuir seus salários em prol da igualdade na profissão. A declaração foi dada durante o Festival de Cannes.

"Os produtores não são os únicos que devem agir para acabar com a brecha salarial. Os atores também", disse a atriz e produtora mexicana.

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"É hora de serem generosos com as atrizes", acrescentou no dia seguinte de participar de um protesto histórico junto com outras 82 mulheres da indústria do cinema que exigiram o fim da discriminação no tapete vermelho do evento.

"Se o orçamento de um filme é de 10 milhões de dólares, a estrela masculina deve entender que, se pede 9,7 milhões, será difícil obter igualdade salarial", afirmou.

Em seu primeiro Festival após o escândalo Weinstein, Hayek, que acusa o produtor americano de assédio sexual durante as gravações do filme "Frida", voltou a abordar o assunto.

Weinstein teria pedido em diversas ocasiões para tomar banho com a atriz, deixá-lo ter um contato sexual e se despir na frente dele junto com outra mulher. O produtor nega as acusações. Para Hayek, trata-se de uma "estratégia de advogados" para desacreditar "mulheres 'de cor' que o acusam", como a atriz Lupita Nyong'o ("Pantera Negra" e "12 anos de escravidão").

"Felizmente somos em número suficiente. Se não, ninguém acreditaria em nós", declarou a atriz.

O tapete vermelho da 71ª edição do festival de Cannes virou palco para um protesto de atrizes, diretoras, roteiristas, produtoras, técnicas e agentes da indústria do cinema, neste sábado (12). Antes da première do filme 'Girls of the Sun', 82 mulheres marcharam pela passarela pedindo por maior igualdade de gênero e diversidade no cinema francês.

O momento escolhido precedeu a exibição de um dos três únicos filmes dirigidos por mulheres a competir no festival. Este ano, 19 filmes, no total, competem pela Palma de Ouro. A manifestação, organizada pelo movimento 5050X2020, colocou 82 mulheres na marcha em referência aos 82 filmes de diretoras que já passaram por Cannes para 1645 filmes dirigidos por homens, em 71 anos de história.

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Participaram do ato nomes como Kristen Stewart, Cate Blanchet, Lea Seydoux, Marion Cottilard, Salma Hayek, Sofia Bouterra, Agnes Varda e Patty Jemkims.

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A diretora brasileira Beatriz Seigner considera o cinema uma janela para o exterior, e com "Los silencios", exibido nesta sexta-feira em Cannes, ela viaja a uma ilha amazônica onde os colombianos "vivem" com seus mortos pelo conflito.

Depois de ter rodado a primeira coprodução Índia-Brasil com "Bollywood Dream" (2010), que participou de maio de 20 festivais, Seigner explora, com um olhar de documentarista que não abre mão da magia da ficção, um território muito mais próximo, mas nem por isso mais familiar.

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"O Brasil olha demais para Europa e Estados Unidos, e ignora a realidade dos próprios vizinhos", disse à AFP, ao falar sobre seu filme, selecionado para a mostra paralela Quinzena dos Realizadores.

A diretora admite que foi a primeira a ficar surpresa: quantos colombianos deslocados no Brasil vivem traumatizados pela perda de um parente durante o conflito com a guerrilha das Farc?

"Os colombianos são a segunda comunidade de imigrantes em nosso país. Pesquisei, entrevistei quase 80 famílias e percebi a amplitude do fenômeno", disse.

Ao mesmo tempo que o governo e as Farc iniciavam em 2012 um delicado processo de paz, Seigner imaginava seu filme, focado no luto, o capítulo mais insuportável de meio século de conflito.

- Fantasmas -

Na chamada "ilha da fantasia", um pequeno território alagado parte do ano e situado na fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, Seigner encontrou seus protagonistas.

Nesta terra de ninguém, deslocados pelo conflito chegaram durante anos para começar do zero, criando uma comunidade solidária e que chora por seus mortos... convivendo com eles.

Como é possível continuar vivendo depois do assassinato de um parente querido? Beatriz Seigner mostra o sofrimento com a história de Amparo (Marleyda Soto), uma mãe que desembarca na ilha com os dois filhos.

Na localidade, a família conviverá com o marido e pai (Enrique Díaz), desaparecido.

"Muitos colombianos, enquanto não encontram o corpo, seguem vivendo como se a pessoa estivesse viva: servem comida na mesa, pedem conselhos. É uma maneira de manter a esperança e lidar com a perda".

Assim, de modo paralelo à luta diária para encontrar um emprego, educar os filhos e recompor os laços sociais, Amparo e os demais moradores lidam com seus "fantasmas".

Além dos dois atores, o restante do elenco é formado por moradores da região e muitos interpretam os próprios papéis, da avó até o presidente da comunidade.

"Tudo é real na ilha da fantasia", afirma Seigner.

- Catarse -

Para uma das cenas mais sensíveis e difíceis, a cineasta reuniu guerrilheiros, paramilitares e parentes de vítimas, todos de luto. O resultado foi uma catarse.

"Queria que se expressassem. Perguntei se poderiam perdoar. Para muitos isto é impossível, mas alguns se perguntam pelo menos sobre como conviver. Admiro os colombianos porque fazem estas perguntas", destaca Seigner.

"Los silencios" recebeu o apoio do "Cine en construcción", uma iniciativa dos festivais de San Sebastián e Cinelatino de Toulouse que ajuda filmes na fase de pós-produção.

Para o próximo trabalho, Beatriz Seigner vai seguir o mesmo caminho: ela filmará no oeste da África um documentário sobre os griots, contadores de histórias e mediadores de conflitos.

Do francês "Plaire, aimer et courir vite" ao espanhol "Carmen y Lola", Cannes aborda este ano mais do que nunca a homossexualidade, com uma quinzena de filmes que mostram que a temática é tratada cada vez com mais normalidade.

No ano passado, o francês "120 batimentos por minuto", com o argentino Nahuel Pérez Biscayart, sobre a luta de uma associação contra a aids ganhou o Grande Prêmio do Júri e foi um sucesso de bilheteria.

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"Uma etapa foi superada: acabaram enfim os filmes sobre 'sair do armário' e este 'doloroso problema' da homossexualidade. É gratificante!", afirma à AFP o crítico Franck Finance-Madureira, organizador da Queer Palm, prêmio independente que recompensa um filme que gire em torno da temática LGTB entre todos os apresentados em Cannes.

Na competição pela Palma de Ouro, "Plaire, aimer et courir vite", do francês Christophe Honoré, apresentada nesta quinta-feira, conta a relação amorosa entre um jovem estudante e um escritor nos anos 1990, com a epidemia de aids de fundo.

Também na competição, o francês Yann Gonzalez apresenta "Un couteau dans le coeur", coproduzido por México, um thriller protagonizado por Vanessa Paradis, onde ela interpreta uma produtora de filmes pornô gay.

O argentino "El ángel", de Luis Ortega, baseado na vida do assassino em série Carlos Robledo Puch, presente na seção Um Certo Olhar, também é um dos candidatos à Queer Palm.

Nesta seção também está "Rafiki", o primeiro filme queniano selecionado em Cannes. Censurado em seu país, este filme conta a relação amorosa entre duas meninas muito jovens em um entorno muito conservador.

Esta história se repete no filme espanhol "Carmen y Lola", obra-prima de Arantxa Echevarría, mas desta vez em plena comunidade cigana. Programado para a seção paralela da Quinzena dos Realizadores, o filme destaca o conservadorismo dentro das famílias ciganas.

Os filmes que abordam esta temática, no entanto, não têm que ter uma "identidade especial" devido à sexualidade de seus personagens, considera o diretor francês Christophe Honoré.

"É algo que tem que ser superado. Quando se trata da sexualidade da maioria, esta questão não é colocada, mas com uma história de amor entre dois homens sim", afirma o cineasta.

Para a produtora francesa Sylvie Pialat, presidente do júri desta edição da Queer Palm, "a homossexualidade é cada vez menos o tema principal dos filmes LGTB. Alain Guiraudie ("Um estranho no lago"), que eu produzo, foi um dos primeiros a defender personagens para além" da sua orientação sexual. "É simplesmente o reflexo da vida".

Embora o Festival de Cannes acolha filmes que giram em torno à homossexualidade há bastante tempo, "este ano há o dobro de filmes LGTB que normalmente", observa Franck Finance-Madureira.

Um dos momentos-chave foi em 2013, quando "Azul é a cor mais quente" obteve a Palma de Ouro, junto a suas duas protagonistas, Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos.

Sobre esta história de amor entre duas meninas, com um forte conteúdo sexual, Finance-Madureira comenta que suas cenas de sexo "fazem as lésbicas rirem muito, por sua falta de realismo!". Naquele ano, a Queer Palm foi para "Um estranho no lago", de Guiraudie.

O Festival de Cannes abriu mais espaços para animações nesta edição.Durante o festival francês, no dia 16 de maio, será realizado o Animation Day, reunindo animadores de diversos países e representantes da Annecy, o maior festival de longas animados do mundo.

O Festival de Cannes começa hoje (8), exibindo em sua abertura a animação "Todos Lo Saben", com Penélope Cruz, Ricardo Darín e Javier Bardem, em disputa pela Palma de Ouro. 

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Será exibido durante a mostra o longa de Salvador Simó, Buñuel in the Labyrinth of the Turtles, inspirado nos anos de juventude do diretor espanhol Luis Buñel, responsável por filmes como “O Discreto Charme da Burguesia” e o “Cão Andaluz”.

O desenho de Salvador Simó, em produção pela Eurozoom, mostrará como foi a explosão de criatividade de Buñel durante os anos 30 e sua relação com outros grandes artistas da Espanha. A exibição da animação também visa conseguir recursos para sua finalização que tem data de estreia prevista para 2019.

Outra animação badalada que será exibida em Cannes são Chris The Swiss de Anja Kofmel, que conta a história da prima de um jornalista suíço assassinado durante o período quando houve diversos conflitos iugoslavos.

O diretor italiano Stefano Savona traz o documentário animado “Samouni Road”, sobre um grupo de palestinos atingidos por um bombardeio israelense em 2009.

 

 

 

 

O Festival de Cinema de Cannes, com Godard como atração principal 50 anos depois de Maio de 68, começa na terça-feira (8) sua 71ª edição aberto às novidade, mas também ciente da questão das mulheres após o escândalo Weinstein.

A disputa pela Palma de Ouro terá veteranos como o franco-suíço Jean-Luc Godard e o americano Spike Lee, de volta 27 anos depois de "Febre da Selva".

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Na ausência de um grande contingente de estrelas americanas - com apenas dois filmes, "BlacKKKlansman" de Spike Lee e "Under the Silver Lake" de David Robert Mitchell, e sem os filmes hollywoodianos de Xavier Dolan e Jacques Audiard - a competição será particularmente marcada por uma forte presença da Ásia e do Oriente Médio.

O casal Javier Bardem e Penélope Cruz vão abrir as festividades na terça-feira com o thriller psicológico "Everybody Knows" ("Todos lo saben"), novo filme do diretor iraniano Asghar Farhadi, filmado em espanhol.

O diretor, que já esteve em Cannes com "O Passado" e "O Apartamento", conta a história de uma mulher que retorna com seus filhos para sua cidade natal na Espanha, mas terá sua vida bagunçada por eventos inesperados.

Dos 21 cineastas em competição, dez estão competindo pela primeira vez, incluindo o japonês Ryusuke Hamaguchi, a libanesa Nadine Labaki, o egípcio Abu Bakr Shawky - com seu primeiro filme "Yomeddine" -, os franceses Eva Husson e Yann Gonzalez ou ainda o iraniano Jafar Panahi e o russo Kirill Serebrennikov, cineastas sob vigilância em seu país.

Ambos proibidos de viajar, esses diretores não vão estar presentes na Croisette, apesar dos esforços do Festival.

Entre os regulares, Jean-Luc Godard, de 87 anos, competirá pela sétima vez com "Le Livre d'image", quatro anos depois de receber o Prêmio do Júri por "Adeus à Linguagem".

Já presente no cartaz de promoção deste 71º Festival - um beijo entre Jean-Paul Belmondo e Anna Karina em "O Demônio das Onze Horas" - o filho da Nouvelle Vague, um mito da 7ª arte, poderia aborrecer a Croisette, tendo faltado em 2014.

Sua sombra, no entanto, deve pairar sobre as festividades em Cannes, 50 anos após o festival interrompido de maio de 68, que ele ajudou ativamente a parar com um pequeno grupo de cineastas.

O chinês Jia Zhangke e o japonês Hirokazu Kore-Eda vão competir pela quinta vez com respectivamente "Ash is purest white" e "Shoplifter", e o italiano Matteo Garrone pela quarta vez com "Dogman" sobre o assassinato em 1988 na Itália de um ex-boxeador que virou líder de gangue.

Outro retorno, dos franceses Stéphane Brizé e Christophe Honore, ambos em competição pela segunda vez com "En guerre" para Brizé, com Vincent Lindon, e "Plaire, aimer et courir vite" para Honore, história de amor homossexual nos anos 90.

Três mulheres - Eva Husson, Nadine Labaki e Alice Rohrwacher - vão competir pela Palma de Ouro, em uma edição em que o espaço das mulheres será cuidadosamente analisado, sete meses após o terremoto Weinstein.

O júri será presidido pela atriz australiana Cate Blanchett, uma feminista engajada que se tornou nos últimos meses uma figura na luta contra o assédio sexual através do movimento "Time's Up".

A atriz francesa Léa Seydoux, uma das acusadoras de Weinstein, é membro do júri, majoritariamente feminino.

A reconciliação não foi possível: um ano depois da polêmica que agitou Cannes pela inclusão de dois filmes da Netflix na competição pela Palma de Ouro, a gigante americana boicotou a nova edição do prêmio.

A razão da retirada da Netflix de todas as seleções de Cannes acontece por falta de acordos sobre as normas de difusão na França.

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Mas essa decisão não muda nada: o festival se recusou a apresentar dois filmes da plataforma, um em competição e outro na seleção paralela, e a Netflix, que já conquistou grandes nomes do cinema como Martin Scorsese, já não aparece mais na famosa vitrine de Cannes.

Os organizadores não revelaram o filme que competiria pela Palma de Oro, mas divulgou que o segundo era "The other side of the wind", obra inacabada de Orson Welles, cuja pós-produção foi financiada pela Netflix. A ausência foi lamentada pela filha do diretor.

Tudo começou bem, quando Cannes incluiu no ano passado, pela primeira vez na competição, dois filmes da Netflix, "Okja", do sul-coreano Bong Joon-ho, e "The Meyerowitz Stories", de Noah Baumbach.

Um detalhe importante criou a polêmica: a Netflix se recusou a aplicar a lei francesa, que exige que as plataformas esperem três anos entre a estreia de seu filme nas salas de cinema e a difusão para seus assinantes. E decidiu então não exibir os filmes nos cinemas franceses.

Diante da ascensão das salas de cinema, os organizadores do Festival de Cannes decidiram estabelecer uma nova regra: qualquer filme em competição deverá ser exibido na grande tela.

A Netflix, que tem 125 milhões de assinantes no mundo, se disse aberta a fazer isso, mas não garante o prazo de três anos.

"Queremos que nossos filmes estejam em pé de igualdade com os demais", disse em entrevista à revista Variety Ted Sarandos, diretor de conteúdo da Netflix, acrescentando que o festival precisa "se modernizar".

"É uma pena", lamentou o delegado geral do festival, Thierry Frémaux, convidando a Netflix a "continuar o diálogo".

Apesar disso, a Netflix abre caminho em outros festivais. Em 2015, apresentou na Mostra de Cinema de Veneza o filme "Beasts of no nation", com Idris Elba, e ganhou o Grande Prêmio no Festival de Sundance em 2017, por "Já Não Me Sinto Em Casa Nesse Mundo", com Elijah Wood.

A Semana da Crítica, mostra paralela do Festival de Cannes, anunciou nesta segunda-feira os sete filmes de sua competição para a edição deste ano.

Os filmes selecionados, concentrados no cinema europeu, são: "One day" (Hungria), "Diamantino" (Portugal), Sauvage (França), "Chris the Swiss" (Suíça), "Fuga" (Polônia), "Woman at War" (Islândia) e "Sir" (Índia).

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A mostra de curta-metragens inclui 10 produções.

O diretor norueguês Joachim Trier presidirá o júri da Semana da Crítica.

A Semana da Crítica, que revelou cineastas como os mexicanos Guillermo del Toro e Alejandro González Iñárritu, acontecerá de 9 a 17 de maio.

Após divulgação das novas regras para competir no Festival de Cannes, a Netflix optou por não exibir seus filmes na mostra. A empresa tinha selecionado diversos filmes, incluindo um documentário sobre Orson Welles, mas a empresa retirou todos os seus filmes de Cannes por medo de retaliações após se recusar a exibir seus filmes nos cinemas franceses.

Em entrevista à Variety, Ted Sarandos, o executivo da empresa de streaming, disse que temia por seus filmes e cineastas serem desrespeitados durante o festival francês: “Nós queremos que nossos filmes em um território justo com todos os cineastas. Existe um risco de irmos até lá e nossos filmes e cineastas serem desrespeitados no festival. Eu não acho que seria bom pra gente ir lá”, opinou.

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Sarandos também aproveitou para comentar as novas regras de Cannes para “manter a integridade” do festival, entre elas proibir tirar selfies no tapete vermelho:” Não é uma coincidência que Thierry também baniu selfies [no tapete vermelho] esse ano. Eu não sei quais outros avanços em mídia Thierry vai querer endereçar”. Thierry Fremau é o presidente do festival.

A partir de 2018, o Festival de Cannes adotou uma política de inclusão que proíbe filmes não exibidos em circuito comercial de participarem das competições. A Netflix poderia exibir seus filmes, mas não para concorrer à Palma de Ouro e outros prêmios do júri.

Os filmes "BlacKKKlansman" do americano Spike Lee e "Le livre d'image", do franco-suíço Jean-Luc Godard, foram selecionados para disputar a Palma de Ouro do Festival de Cannes, assim como as novas produções do dissidente iraniano Jafar Panahi e do russo sob prisão domiciliar Kirill Serebrennikov.

A organização do festival anunciou nesta quinta-feira (12), ao revelar a lista de filmes da mostra oficial, que enviará uma carta às autoridades iranianas para que Panahi possa comparecer ao festival e apresentar o filme "Three faces".

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Os organizadores também convidaram Serebrennikov para apresentar o filme "Leto".

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