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O ex-presidente dos EUA Donald Trump disse, nessa terça-feira (18), que recebeu uma carta do Departamento de Justiça informando que ele é alvo da investigação sobre a tentativa de anular a eleição presidencial de 2020, que resultou no ataque de seus apoiadores ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

A mensagem pede que ele compareça para prestar esclarecimentos à Justiça em até quatro dias - o que ele dificilmente fará, segundo aliados. A carta significa que os investigadores reuniram evidências suficientes que ligam Trump a um crime, um indício forte de que o indiciamento está próximo.

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Trump recebeu a carta no domingo (16), mas só compartilhou detalhes ontem, incluindo uma foto do recibo da carta postada em suas redes sociais. Na legenda, ele chamou de "louco" o procurador especial, Jack Smith, que comanda as investigações.

A carta foi a segunda que Trump recebeu de Smith. A primeira, em junho, era relacionada ao inquérito sobre documentos secretos encontrados pelo FBI em sua mansão na Flórida. Dias depois que a carta se tornou pública, Trump foi indiciado com base na Lei de Espionagem.

O ex-presidente ainda enfrenta outros problemas legais. Além do caso dos documentos secretos e da tentativa de mudar o resultado da eleição de 2020, ele está apelando da condenação por abuso sexual e difamação da escritora E. Jean Caroll, aguarda julgamento por ter falsificado documentos ligados ao pagamento da atriz pornô Stormy Daniels e corre o risco de ser indiciado em uma investigação estadual sobre seu esforço para mudar o resultado da eleição na Geórgia.

Favorito

Embora esteja flertando com a cadeia, Trump ainda é favorito para vencer as primárias republicanas, que começam em janeiro - ele lidera todas as pesquisas e está à frente do presidente Joe Biden na maioria delas. Pela lei americana, não há obstáculos legais para concorrer à presidência sendo indiciado, condenado ou mesmo atrás das grades. Em 1920, o candidato socialista Eugene Debs recebeu quase 1 milhão de votos de dentro da cadeia.

O ex-presidente não detalhou o conteúdo da carta. Por isso, não se sabe quais seriam as acusações contra ele. A investigação de Smith examinou os esquemas usados por Trump para mudar o resultado da eleição de 2020, incluindo os eventos em torno da tentativa de golpe, em 6 de janeiro de 2021, quando seus apoiadores invadiram o Congresso.

O ex-presidente passou semanas após a eleição de 2020 insistindo que havia vencido e procurando maneiras de permanecer no poder, considerando se deveria usar o aparato do governo para apreender urnas. Por fim, ele encorajou uma multidão em um comício a marchar até o Capitólio durante a certificação da vitória de Biden.

"O louco Jack Smith, promotor de Joe Biden, enviou uma carta afirmando que sou um alvo da investigação do 6 de Janeiro, me dando apenas quatro dias para me apresentar à Justiça, o que quase sempre significa prisão e indiciamento", disse Trump em suas redes sociais. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (18) que recebeu uma carta da Procuradoria sugerindo que ele provavelmente será indiciado criminalmente pelos distúrbios durante o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, um novo obstáculo no caminho do favorito à indicação republicana para as eleições de 2024.

"O transtornado Jack Smith, procurador do Departamento de Justiça do (presidente dos Estados Unidos) Joe Biden, enviou uma carta (...) declarando que sou um ALVO da investigação do Grande Júri sobre o 6 de janeiro", afirmou Trump em sua rede social, a Truth Social.

Ao ser procurado pela AFP, o porta-voz do procurador especial Smith preferiu não comentar o caso.

Naquele dia, milhares de apoiadores de Trump invadiram o Capitólio para tentar impedir que a vitória eleitoral do democrata Joe Biden fosse certificada.

Desde então, mais de mil pessoas foram presas e cerca de 350 delas foram acusadas de agredir policiais ou de resistir à autoridade. Alguns membros de milícias de extrema direita foram condenados por sedição.

O ex-presidente, favorito entre os republicanos para ser o candidato do partido na eleição presidencial de 2024, disse que recebeu "um prazo muito curto de quatro dias" para comparecer diante de um grande júri, "o que quase sempre significa Prisão e Indiciamento".

De acordo com o Washington Post, uma carta informando a uma pessoa que está sendo investigada não implica que ela será acusada.

"Esta caça às bruxas tem tudo a ver com interferência eleitoral e um uso completo e total da aplicação da lei como arma política", disse Trump, de 77 anos.

Trump argumentou que tem o "direito de protestar" porque está "totalmente convencido" de que o processo eleitoral "foi fraudado e roubado".

O Departamento de Justiça "emitiu efetivamente uma terceira acusação e pedido de prisão do OPONENTE POLÍTICO NÚMERO UM de Joe Biden, que está dominando amplamente a corrida pela Presidência", afirmou Trump.

"Nada semelhante aconteceu antes em nosso país", acrescentou.

Uma comissão parlamentar, dissolvida no início deste ano pela nova maioria republicana na Câmara baixa, investigou se Trump desempenhou um papel nos atos violentos daquele dia.

O painel, formado principalmente por democratas, disse que o ex-presidente havia incentivado seus apoiadores antes do ataque e "falhou em seu dever como comandante-em-chefe" durante os atos violentos.

Em seu relatório final divulgado em dezembro de 2022, a comissão concluiu que Donald Trump não deveria ocupar cargos públicos novamente após incitar seus apoiadores à insurreição.

Seus membros também recomendaram que os tribunais federais instaurassem processos criminais contra ele, principalmente por incitação à insurreição.

Nesta terça-feira, Trump não especificou as possíveis acusações contra ele nesta investigação.

- Outros casos -

Trump já foi indiciado em uma investigação federal sobre documentos confidenciais, também liderada por Jack Smith. Ele é acusado de se recusar a devolver documentos confidenciais que supostamente guardou quando deixou a Casa Branca.

Em meados de junho, ele se declarou não culpado das acusações pelas quais será julgado. Uma audiência de julgamento está marcada para terça-feira.

Os promotores do caso querem que o julgamento comece em dezembro, enquanto os advogados de Trump pedem que seja realizado após as eleições presidenciais de novembro de 2024.

Nikki Haley, adversária de Trump na disputa pela indicação republicana, denunciou nesta terça na Fox News uma "nova distração" que, à margem das primárias, está focando a atenção nos problemas legais do ex-presidente.

O líder republicano na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, acusou Biden, que tentará se reeleger em 2024, de usar o judiciário americano para "atacar seu adversário número um".

O congressista democrata Adam Schiff classificou como "patéticas" as declarações de McCarthy e afirmou ser "vergonhoso proteger um ex-presidente corrupto".

O bilionário republicano também foi indiciado pela Procuradoria do Estado de Nova York por várias acusações de fraude contábil, devido a um pagamento feito antes da eleição presidencial de 2016 para silenciar uma atriz pornô.

Por fim, uma promotora da Geórgia anunciará, antes de setembro, o resultado de sua investigação sobre a pressão que Trump teria exercido para tentar mudar o resultado das eleições presidenciais de 2020 neste estado do sul do país.

Quatro ativistas do grupo de extrema direita Oath Keepers foram declarados culpados de sedição, nesta segunda-feira (23), pela participação no ataque de 6 de janeiro de 2021 contra o Capitólio dos Estados Unidos.

Pelo ataque, mais de 950 apoiadores do ex-presidente republicano Donald Trump foram presos e acusados de provocar o caos na sede da democracia americana.

Entre eles, somente 14 ativistas de grupos de extrema direita -nove membros do Oath Keepers e cinco do Proud Boys- foram acusados de "sedição", que pode resultar em até 20 anos de prisão pelo uso da força em oposição ao governo. Neste caso, eles tentavam impedir a certificação no Congresso da vitória do presidente democrata Joe Biden sobre Donald Trump nas eleições de novembro de 2020.

Por falta de espaço na corte federal de Washington, a justiça organizou o julgamento dos Oath Keepers, acusados de terem treinado e se armado para a ocasião, em duas etapas.

Um primeiro julgamento foi concluído no final de novembro com um veredicto atenuado: o fundador desta milícia, Stewart Rhodes, e um funcionário local foram considerados culpados de sedição, mas os três co-réus foram absolvidos desta acusação.

Na segunda-feira, ao final do segundo julgamento, os jurados consideraram culpados os últimos quatro Oath Keepers, homens entre 38 e 64 anos descritos como perigosos "traidores" pela promotoria, mas como "exibicionistas" por seus advogados. Eles são Roberto Minuta, Joseph Hackett, David Moerschel e Edward Vallejo.

O julgamento dos Proud Boys, incluindo seu líder Enrique Tarrio, começou em dezembro e continuava nesta segunda-feira no mesmo tribunal.

Em outra audiência judicial, em Washington, Richard Barnett, o americano que ficou famoso por invadir o gabinete e sentar na cadeira da então presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, durante o ataque, foi considerado culpado de causar desordem no Congresso e outros crimes.

Após breve deliberação, os jurados concluíram também que Barnett, 62, é culpado de, entre outras coisas, obstruir o processo oficial, roubo e invasão de um prédio oficial com uma arma perigosa, um bastão capaz de emitir choques elétricos.

Em 6 de janeiro de 2021, a AFP o fotografou no gabinete de Nancy Pelosi, com os pés sobre a mesa da presidente da Câmara. A fotografia rodou o mundo e permitiu que a polícia o identificasse e prendesse rapidamente.

De acordo com a acusação, esse apoiador do movimento de conspiração Qanon deixou uma mensagem ofensiva à democrata e roubou um envelope que ela havia assinado.

Durante o julgamento, Barnett se defendeu alegando que a multidão "o empurrou para dentro" do Capitólio.

A sentença será proferida em maio e ele permanecerá em prisão domiciliar com pulseira eletrônica enquanto isso.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira, 9, que o episódio de invasão e depredação das sedes dos três Poderes na tarde deste domingo, 8, foi o "Capitólio brasileiro".

"Deus abençoou ontem o Brasil, porque não houve nenhum morto, apesar da irresponsabilidade criminosa de quem instigou, financiou e praticou", disse, destacando duas diferenças: "não houve óbitos e há mais presos aqui do que lá, com muita velocidade, o que mostra que as instituições sobreviveram".

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Dino apontou a responsabilidade do discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos atos de violência realizados ontem. "Durante esses anos todos o ex-presidente Bolsonaro e todos os que o seguem dirigiram frequentes ataques ao Supremo. O presidente da República exerce poderes materiais e simbólicos, entre os quais a força da palavra", afirmou.

Responsáveis pela tentativa de golpe

Dino disse que a reunião entre os chefes dos três Poderes, realizada na manhã de hoje, foi um momento de solidariedade uma vez que "os três foram atacados" e que houve "reconhecimento geral de que a lei deve ser fielmente cumprida".

O ministro ainda disse que a reunião se deu em ambiente "de muita indignação, inclusive porque vimos manifestação de ódio contra instituições que foram tão duramente atacadas nos últimos anos" e ressaltou que tal ódio começou nas redes sociais e foi materializado nos atos de vandalismo ocorridos ontem.

"Há pessoas, líderes políticos, responsáveis pelo discurso de ódio e pela destruição que nós vimos ontem na sede dos três Poderes visando golpe de Estado."

Donald Trump não deveria poder voltar a ocupar cargos públicos após o papel que desempenhou na invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, no ano passado, concluiu um relatório do comitê legislativo que investigou o fato.

A recomendação encabeça uma lista de propostas do documento de 845 páginas, destinado a garantir que não se repita o motim mortal pelo qual o comitê acusa o ex-presidente de orquestrar, em uma tentativa frustrada de se manter no poder após as eleições de 2020.

"Nosso país foi longe demais para permitir que um presidente derrotado se transforme em um tirano exitoso, transtornando nossas instituições democráticas (e) fomentando a violência", diz o presidente do painel, Bennie Thompson, na introdução do relatório publicado na noite de quinta-feira.

O documento recomenda legislar para que Trump e outros que "participaram da insurreição" não possam ocupar cargos públicos, "sejam federais ou estaduais, civis ou militares".

Trump anunciou que tem a intenção de se candidatar novamente para a Casa Branca em 2024.

O relatório foi a conclusão de 18 meses de trabalho dos investigadores do Congresso, que ouviram mais de 1.000 testemunhas para estabelecer a causa principal do ataque, pelo qual culparam diretamente o bilionário republicano.

O comitê - integrado por sete democratas e dois republicanos - também recomendou reformas na lei eleitoral, uma ofensiva federal aos grupos extremistas e a designação da certificação pelo Congresso das eleições presidenciais como um "evento especial de segurança nacional", como o discurso anual do Estado da União.

O partido do ex-presidente se opôs a cada passo da investigação e a mudança legislativa de janeiro, quando os republicanos terão maioria, gera dúvidas sobre a possibilidade de as recomendações serem adotadas.

Trump denuncia uma "caça às bruxas" tanto neste caso quanto em outras investigações penais e cíveis sobre suas práticas comerciais e seus esforços por anular sua derrota eleitoral no estado da Geórgia.

Em sua última reunião pública na segunda-feira, o painel recomendou ao Departamento de Justiça apresentar acusações penais contra Trump por quatro possíveis crimes: obstrução da justiça, conspiração para fraudar os Estados Unidos, declarações falsas ao governo e incitar à insurreição.

O painel começou a apresentar evidências ao procurador independente Jack Smith, que supervisiona as investigações federais sobre o papel de Trump nos distúrbios e sua gestão dos documentos governamentais sigilosos, armazenados indevidamente em sua casa na Flórida.

Após uma investigação de 18 meses sobre a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos no ano passado, os legisladores da comissão de inquérito votam nesta segunda-feira (19) se recomendam acusações criminais contra o ex-presidente Donald Trump e alguns de seus colaboradores mais próximos.

A comissão da Câmara de Representantes entrevistou mais de mil testemunhas e fez audiências públicas explosivas sobre o ocorrido em 6 de janeiro de 2021 e sobre a responsabilidade por esses acontecimentos.

Formado por sete democratas e por dois republicanos, o painel se reunirá às 13h locais (15h em Brasília) para apresentar suas conclusões sobre a investigação do ataque. No episódio, simpatizantes de Trump ocuparam violentamente o Capitólio, sob as falsas alegações de que a eleição presidencial de 2020 foi roubada por Joe Biden.

Os distúrbios deixaram pelo menos cinco mortos e 140 policiais feridos. Cerca de 900 pessoas foram detidas em conexão com a violência que chocou o país e o mundo.

O painel decidirá se recomenda, ou não, que o Departamento de Justiça (DoJ) apresente acusações contra Trump por pelo menos três crimes, de acordo com relatos da imprensa americana. O republicano já é pré-candidato para a corrida presidencial de 2024.

As acusações podem ser por incitação à insurreição, obstrução de um processo oficial do governo e conspiração para fraudar o governo dos EUA, informou a NBC News no domingo (18).

Os representantes não podem autorizar acusações, mas podem recomendar o DoJ a fazer isso. O Departamento já nomeou um procurador especial para investigar o papel de Trump nos distúrbios do Capitólio e seus esforços para derrubar a eleição de 2020.

A votação, amplamente simbólica, não é vinculante, e a decisão caberá ao procurador-geral dos EUA, Merrick Garland. As três acusações que estão sendo consideradas podem resultar na prisão e na inelegibilidade de Trump, que ainda exerce forte influência no Partido Republicano.

"Acho que a evidência está aí. Donald Trump cometeu crimes relacionados a seus esforços para anular a eleição", disse o ex-procurador dos EUA Adam Schiff, representante democrata e membro do comitê de investigação, à CNN.

A Comissão também pode fazer recomendações legislativas para proteger o processo de certificação dos resultados eleitorais. Seu relatório final será publicado na quarta-feira (21).

- 'Democratas, desajustados e valentões' -

Schiff não revelou detalhes sobre as possíveis vinculações criminais contra Trump, nem qual será seu próprio voto. Mas, referindo-se ao ex-presidente no programa "State of the Union" da CNN, afirmou: "Acho que o presidente violou várias leis criminais. E acho que ele tem de ser tratado como qualquer outro americano que infringe a lei, e é isso. Tem de ser processado".

Trump diminuiu, repetidamente, a trabalho do painel da Câmara de Representantes em sua plataforma on-line, a Truth Social, chamando seus membros de "democratas, desajustados e bandidos".

O ex-presidente defende o discurso feito antes dos tumultos de 6 de janeiro e outras de suas ações nesse dia como "suaves e carinhosas". Na data, convocou seus apoiadores a "lutarem como loucos".

Mais de 20 meses depois do ataque ao Capitólio dos Estados Unidos, começa nesta terça-feira (27) o esperado julgamento em Washington, D.C., do grupo de extrema-direita Oath Keepers, incluindo seu fundador, Stewart Rhodes, por "sedição".

Conhecido por seu tapa-olho e pelos discursos incendiários, este ex-militar aparecerá ao lado de outros quatro réus durante um julgamento de cinco semanas em um tribunal federal a poucos quilômetros da sede do Congresso.

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Em 6 de janeiro de 2021, os cinco invadiram o templo da democracia americana junto com outros mil apoiadores de Donald Trump, em um momento em que os congressistas certificavam a vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial.

Desde o incidente, mais de 870 pessoas foram presas, e 100 já receberam sentenças de prisão, especialmente aquelas que agrediram violentamente policiais. Até agora, no entanto, ninguém havia enfrentado a acusação de "sedição".

Decorrente de uma lei adotada após a Guerra Civil Americana para suprimir os últimos rebeldes do Sul, esta acusação "pode ser difícil de provar", explica Barbara McQuade, ex-procuradora federal e atual professora de direito da Universidade de Michigan.

Esta acusação implica o planejamento do uso da força para derrubar o governo, ou se opor a alguma de suas leis, e prevê 20 anos de prisão, em caso de condenação. Difere da insurreição, que tem um caráter mais espontâneo.

"Há também uma conotação de deslealdade ao país, não apenas a certos atores do governo", observa McQuade. Para ela, contudo, "o motivo é claro neste caso, em que o ataque foi claramente dirigido contra os legisladores do Congresso".

Depósito de armas 

A acusação de sedição foi pouco utilizada. A última condenação foi emitida em 1998 contra militantes islâmicos responsáveis pelo atentado ao World Trade Center em Nova York, cinco anos antes.

No caso do ataque ao Capitólio, os promotores reservaram essa acusação a apenas cerca de 15 pessoas, todas integrantes de dois grupos paramilitares de extrema-direita: os Oath Keepers e os Proud Boys.

Stewart Rhodes e quatro líderes regionais de sua milícia - Kelly Meggs, Thomas Caldwell, Jessica Watkins e Kenneth Harrelson - são os primeiros a serem julgados. O processo começará com a seleção de 12 jurados de um grupo de 120 cidadãos.

De acordo com a acusação, eles "conspiraram para se opor pela força à transferência legal do poder presidencial".

Especificamente, Rhodes é acusado de ter começado a reunir suas tropas em novembro de 2020.

"Não vamos sair disso sem uma guerra civil", escreveu a eles dois dias após a eleição presidencial, em uma mensagem criptografada.

E, nas semanas seguintes, gastou milhares de dólares, comprando dispositivos de visão noturna, armas e munições. Enquanto isso, seus cúmplices organizavam treinamento em "combate não convencional" e transporte para Washington, D.C.

Como o porte de armas é estritamente proibido na capital americana, eles são acusados de armazenar parte de seu arsenal nos arredores da cidade com a ideia de usá-lo posteriormente.

Em 6 de janeiro, armados com capacetes e equipamentos de combate, marcharam para o Capitólio. Alguns formaram uma coluna para invadir o prédio.

Rhodes estava um pouco mais atrás, com um rádio, para dar ordens. Os Oath Keepers "estavam prontos para responder ao seu chamado às armas", de acordo com a acusação.

Graduado em direito pela Universidade de Yale, este homem de 50 anos fundou o Oath Keepers em 2009, recrutando ex-soldados e policiais. Inicialmente, sua proposta era lutar contra o Estado federal que considerava "opressivo".

Como outros grupos radicais, esta milícia foi seduzida pela retórica antielite de Trump e apoiou plenamente as acusações de fraude eleitoral levantadas - contra todas as evidências - pelo republicano.

Durante o julgamento, seus advogados argumentarão que Rhodes e seus acólitos não queriam derrubar o governo, mas esperavam que o presidente republicano declarasse estado de insurreição, em virtude de uma lei de 1807 que permite aos presidentes dos Estados Unidos mobilizarem determinadas forças armadas em casos excepcionais.

Para os promotores, trata-se apenas de dar "um verniz de legalidade" às suas ações.

Um ativista de extrema direita foi condenado nesta segunda-feira em Washington a mais de sete anos de prisão por participação na invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, pena mais alta até o momento.

Guy Refitt, 49, membro do grupo "Three Percenters", foi considerado culpado em março, principalmente por obstrução do trabalho do Congresso e da polícia, no primeiro julgamento sobre a invasão. Ele liderava o primeiro grupo que atacou a sede do Congresso e ajudou a forçar o cordão policial.

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Segundo os promotores, Refitt portava uma arma, colete à prova de balas, capacete e algemas de plástico. Após ser atingido por gás lacrimogêneo, ele recuou quando centenas de apoiadores de Donald Trump espalharam o caos no interior do Capitólio, o que atrasou a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.

"Não entrei, mas ajudei a acender a fogueira", gabou-se em um vídeo o funcionário da indústria petroleira, nascido no Texas. Ao retornar a Wylie, perto de Dallas, ele ameaçou os dois filhos, para que não o denunciassem à polícia.

"Os traidores nós matamos", diz Refitt em conversa gravada enviada ao FBI por seu filho de 19 anos. No julgamento, a acusação se baseou em vídeos nos quais ele aparecia falando para a multidão, que o chamava de líder.

Desde o ataque, mais de 850 pessoas foram presas, das quais 330 se declararam culpadas e cerca de 10 foram julgadas em tribunais. Até o momento, foram ditadas cerca de 100 penas de prisão.

Ex-assessor do ex-presidente dos EUA Donald Trump, Steve Bannon foi declarado culpado de desacato ao Congresso nesta sexta-feira, 22, em uma vitória ao Departamento de Justiça e ao comitê da Câmara que investiga o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio, sede do Poder Legislativo americano.

O júri federal emitiu veredictos de culpado nas duas acusações de desacato que ele enfrentou por desafiar ilegalmente uma intimação emitida pelo comitê que investiga o caso, que buscava documentos e testemunhos. Bannon será sentenciado em uma audiência em outubro e enfrentará uma pena mínima de 30 dias e um máximo de um ano de prisão por cada acusação.

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Nas alegações finais, a promotora Molly Gaston disse que Bannon "despreza nosso sistema de governo e acha que não precisa seguir as regras". Evan Corcoran, um dos advogados de defesa de Bannon, contestou essa narrativa, dizendo que os prazos da intimação eram maleáveis e que Bannon tentou negociar com o comitê sobre quando ele deveria comparecer e sobre o que poderia testemunhar.

Steve Bannon, que foi assessor do ex-presidente americano Donald Trump, concordou em testemunhar nas audiências no Congresso sobre o ataque contra o Capitólio, poucos dias antes de ser julgado por desafiar uma intimação do comitê que investiga as ações contra o Congresso, informou a imprensa dos Estados Unidos.

"O senhor Bannon está disposto a, e de fato prefere, testemunhar em sua audiência pública", escreveu o advogado Robert Costello em uma carta com data de sábado (9) ao Comitê do Congresso que investiga os fatos, que foi inicialmente noticiada pelo jornal britânico The Guardian e depois pela imprensa americana.

Bannon está na lista de dezenas de pessoas convocadas para testemunhar sobre o ataque contra o Capitólio em janeiro de 2021, quando uma multidão invadiu o Congresso, estimulada pelas alegações infundadas do ex-presidente Trump de que Joe Biden venceu as eleições de 2020 devido a uma fraude eleitoral.

Os investigadores acreditam que Bannon e outros conselheiros de Trump podem ter informações sobre vínculos entre a Casa Branca e a multidão que invadiu o Capitólio no dia em que a vitória de Biden na eleição seria certificada pelo Legislativo.

Embora naquele momento Bannon não fosse funcionário da Casa Branca ou assessor oficial de Trump, os advogados do ex-assessor já haviam alegado que ele estava protegido pelos privilégio atribuídos à função presidencial e não precisava cooperar com a investigação.

De acordo com a carta, Bannon afirmou ao Comitê da Câmara de Representantes que "as circunstâncias mudaram".

"O presidente Trump decidiu que seria do melhor interesse do povo americano renunciar ao privilégio do Executivo no caso de Stephen K. Bannon, para permitir ao senhor Bannon cumprir a intimação emitida pelo seu Comitê".

Em novembro do ano passado, Bannon se entregou ao FBI para enfrentar acusações de desacato ao Congresso por se recusar a testemunhar sobe o ataque ao Capitólio.

O ataque, que deixou cinco mortos, adiou por várias horas a cerimônia conjunta na qual o Senado e a Câmara de Representantes certificam oficialmente o vencedor da eleição.

O ex-presidente Donald Trump tentou assumir o volante de uma limusine presidencial para juntar-se aos apoiadores que marchavam rumo ao Congresso no dia do ataque de 6 de janeiro de 2021, segundo testemunho de uma ex-assistente da Casa Branca, nessa terça-feira (28).

Cassidy Hutchinson, assistente-executiva do chefe de gabinete de Trump, Mark Meadows, revelou ao comitê parlamentar que investiga a invasão do Capitólio que, no fatídico dia, Trump entrou no automóvel presidencial após discursar para seus apoiadores durante um comício perto da Casa Branca.

"Eu sou o maldito presidente, me leve até o Capitólio agora", ordenou Trump, segundo Hutchinson, que ficou sabendo da história por outro funcionário da Casa Branca.

O advogado da Casa Branca, Pat Cipollone, havia expressado preocupações legais com a possibilidade de Trump marchar para o Capitólio junto com seus apoiadores, disse Hutchinson.

"Seremos acusados de todos os crimes imagináveis se deixarmos isso acontecer", teria dito Cipollone, segundo a ex-assistente-executiva.

Hutchinson, que tinha acesso privilegiado a Trump e ao funcionamento interno da Ala Oeste da Casa Branca, testemunhou na sexta audiência de junho do comitê da Câmara dos Representantes que investiga o ataque de apoiadores do então presidente ao Capitólio, com o objetivo de impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.

Em um dos depoimentos mais explosivos das audiências até agora, Hutchinson disse que Trump e alguns de seus principais tenentes estavam cientes da possibilidade de violência antes da tomada do Capitólio, contradizendo as alegações de que o ataque foi espontâneo e não teve nada a ver com a administração do magnata republicano.

"As coisas podem piorar muito"

Hutchinson disse que se lembrava de Meadows dizendo quatro dias antes da insurreição: "As coisas podem piorar muito em 6 de janeiro".

Ela acrescentou que conversou com Meadows após uma reunião na Casa Branca que contou com a participação do advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani.

Hutchinson testemunhou que, depois dessa reunião, acompanhou Giuliani até o carro e o advogado perguntou se ela estava "animada" com o dia 6 de janeiro.

Quando ela perguntou o que aconteceria naquele dia, Giuliani "falou: 'Vamos ao Capitólio'", afirmou.

Ela acrescentou que Giuliani garantiu: "'Vai ser ótimo. O presidente estará lá. Ele parecerá poderoso. Ele estará com os membros (do Congresso). Ele estará com os senadores. Fale com seu chefe sobre isso. Ele sabe disso".

Hutchinson afirmou que mais tarde contou a Meadows o que Giuliani havia dito.

"(Meadows) não levantou os olhos do telefone e disse algo como 'Há muita coisa acontecendo, Cass, mas eu não sei. As coisas podem piorar muito em 6 de janeiro'", segundo testemunhou Hutchinson na audiência.

"Quando ouvi a opinião de Rudy em 6 de janeiro e depois a resposta de Mark, esse foi o primeiro momento em que me lembro de sentir medo e nervosismo sobre o que poderia acontecer", acrescentou.

Hutchinson disse ao comitê que ouviu os nomes dos grupos de extrema direita "Oath Keepers" e "Proud Boys" mencionados na Casa Branca naqueles dias.

Meadows e Trump estavam cientes da possibilidade de violência e que os apoiadores do presidente estavam armados quando se reuniram no The Ellipse, a área perto da Casa Branca onde ocorreu o comício de Trump antes do golpe, disse Hutchinson.

 "Quase não teve reação" 

Quando Meadows foi informado da violência no Capitólio, "quase não teve reação", segundo Hutchinson.

A vice-presidente do comitê de investigação, a republicana Liz Cheney, disse que o painel obteve relatórios da polícia de que pessoas no comício de Trump tinham facas, Tasers, spray de pimenta e objetos contundentes que poderiam ser usados como armas.

Vídeos policiais reproduzidos na audiência mostraram que outras pessoas foram ao comício com armas de fogo, incluindo rifles semiautomáticos AR-15.

Hutchinson esteve em contato com funcionários no estado da Geórgia, onde Trump fez pressão para que "fossem encontrados" votos suficientes para superar a margem de vitória de Joe Biden em uma conversa telefônica que é atualmente objeto de investigação criminal.

Segundo a emissora CNN, foi Hutchinson quem disse à comissão de inquérito que Trump manifestou aprovação aos cânticos de "enforquem Mike Pence" entoados pelos amotinados do Capitólio, entre outras afirmações surpreendentes que vieram à tona na audiência de abertura em 9 de junho.

O próprio Meadows se recusou a testemunhar perante o comitê desde que entregou milhares de mensagens de texto e outros documentos nos estágios iniciais da investigação.

A Câmara dos Representantes acusou Meadows de desacato em dezembro, mas o Departamento de Justiça decidiu não apresentar queixa contra ele.

O comitê que investiga o ataque no ano passado ao Capitólio dos Estados Unidos e a possível responsabilidade do então presidente Donald Trump inicia as audiências públicas nesta quinta-feira, nas quais são esperadas revelações explosivas.

Na primeira das seis audiências que serão transmitidas pela televisão, o painel de parlamentares buscará mostrar que Trump e seu círculo íntimo cometeram crimes em uma conspiração criminosa para reverter a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020, que culminou no ataque mortal ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

Jamie Raskin, democrata e membro do painel, disse recentemente em um evento na Universidade de Georgetown, em Washington, que as audiências "vão contar uma história que realmente vai explodir o teto".

"Nenhum presidente fez algo parecido com o que aconteceu aqui (...), tentando organizar um golpe para reverter uma eleição e contornar a ordem constitucional", declarou.

"E usar uma insurgência de grupos extremistas violentos domésticos, nacionalistas brancos e grupos racistas, grupos fascistas, para apoiar o golpe", acrescentou.

Os principais testemunhos serão ouvidos pela primeira vez, enquanto os advogados mostrarão textos, fotografias e vídeos para trazer à luz supostos planos que o governo Trump começou a desenvolver antes das eleições.

A primeira audiência está marcada para 20h00 (21h00 de Brasília), quando o painel "apresentará material inédito" sobre o "6 de janeiro (...) e fornecerá ao povo americano as conclusões sobre os esforços coordenados (...) para reverter o resultado das eleições de 2020 e impedir a transferência de poder", resumiu um assessor da comissão encarregada da investigação.

- "Atores ilegais" -

Posteriormente, o comitê, que entrevistou mais de 1.000 testemunhas, deverá agendar audiências a partir das 10H00 locais nos dias 13, 15, 16 e 21 de junho.

O grupo analisará diferentes esquemas ilegais que, segundo assegura, foram orquestrados pelo governo Trump para mantê-lo no poder, inclusive para infiltrar em falsos "grandes eleitores".

Os "grandes eleitores" são as pessoas indicadas para votar no presidente em nome dos estados após as eleições.

Também vai expor um suposto plano para apreender máquinas de votação e um suposto complô para atrasar a certificação de Biden como presidente pelo Congresso por meio do violento ataque ao Capitólio, que deixou vários mortos e mais de 100 policiais feridos.

Os investigadores querem examinar com detalhe o atraso de 187 minutos que levou para que mais policiais entrassem para reforçar o Capitólio e determinar por que há uma lacuna de quase oito horas nos registros telefônicos das ligações feitas da Casa Branca enquanto a violência se espalhava.

Um dos principais desafios do comitê é demonstrar a existência de uma relação direta entre a suposta conspiração para reverter a eleição, o discurso de Trump que incentivou a turba a marchar até a sede do Congresso e a posterior captura do Capitólio.

A questão de saber se Trump infringiu a lei já foi respondida em alguns aspectos.

O juiz federal David Carter decidiu em março que "a ilegalidade do plano era óbvia".

O comitê enfrenta o desafio de apresentar um relato convincente e dramático, já que grande parte das evidências já foram reveladas ao público.

As pesquisas de opinião colocam essa investigação muito abaixo na lista de preocupações dos americanos.

Quase três meses após um paredão rochoso se desprender e atingir quatro lanchas, matando dez pessoas e ferindo várias outras, os cânions do Lago de Furnas, em Capitólio (MG), voltaram a ser reabertos à visita de turistas. 

A liberação parcial das visitas náuticas aconteceu no último dia 30, com o aval da prefeitura. Além de estabelecer novas regras, como a obrigação dos condutores manterem as embarcações a uma distância mínima dos paredões e respeitarem os limites estabelecidos para cada trecho do percurso, o município - distante cerca de 282 quilômetros de Belo Horizonte - contratou uma equipe de geólogos para avaliar, diariamente, a estabilidade dos blocos de pedra. 

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Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lucas Arantes Barros, o movimento de turistas durante o fim de semana passado, o primeiro desde a reabertura, foi pequeno, com uma média de cerca de 80 grupos de visitantes/dia – como este controle não era feito antes do acidente, no dia 8 de janeiro, não é possível fazer comparações.

A expectativa, no entanto, é que o afluxo de pessoas aumente gradualmente nas próximas semanas, principalmente em função dos feriados prolongados de Páscoa e Tiradentes. 

“É preciso levar em conta que muitos fatores impactam o turismo, como a situação econômica, o preço do combustível, a estação do ano… Após tanto tempo, o movimento até que foi bom para um primeiro fim de semana. Principalmente considerando que era fim de mês”, disse Barros à Agência Brasil. 

Membro da diretoria da Associação dos Empresários de Turismo de Capitólio (Ascatur), Vitor Vasconcelos afirma que as medidas de segurança adotadas após o acidente vêm sendo bem recebidas pelos visitantes e por quem trabalha com turismo.   

“Uma coisa que nos preocupava era como as novas normas de segurança seriam recebidas. Acabou que todos as receberam muito bem. Os visitantes não só estão acatando todas as regras, como continuam curtindo os passeios”, comentou Vasconcelos. Segundo ele, o afluxo de turistas já vinha aumentando gradualmente desde fevereiro, em função das várias outras atrações turísticas da região.  “Dificilmente a pessoa que passar uma semana em Capitólio conhecerá mais da metade dos nossos atrativos turísticos”, garantiu Vasconcelos. 

De fato, a cidade, que integra o Circuito Turístico Nascente das Gerais tem muito mais a oferecer do que os passeios náuticos pelo chamado “Mar de Minas”, como costumam ser chamados os 1.440 km² do lago da represa de Furnas – que, por sua vez, também não se limita à área de cânions, onde foram identificados cinco pontos de maior risco de queda de pedras. 

“Apenas uma única área do lago onde é possível passear de lancha estava interditada”, frisou Vasconcelos. “Mesmo assim, com as notícias, a queda no movimento chegou a 95% logo após a tragédia. Mas se compararmos o resultado de abril deste ano com o de anos anteriores, a diferença já não foi assim tão grande. Também é preciso diferenciar as consequências do que aconteceu no dia 8 de janeiro daquilo que várias cidades turísticas estão enfrentando”, comentou Vasconcelos, citando, como exemplo, o impacto das fortes chuvas que atingiram o estado no início do ano, impactando o turismo. 

Regras

O decreto municipal que liberou os passeios náuticos em parte do Lago de Furnas estabelece que o retorno das embarcações deve ocorrer de forma controlada. Todos os limites e faixas de segurança devem estar sinalizados. No percurso delimitado identificado como Trecho 1, será permitida a entrada de, no máximo, quatro embarcações por vez. Já o chamado Trecho 2 só poderá ser acessado por uma embarcação por vez - e não será permitida nenhuma parada neste percurso. 

Conforme estipulado pelas autoridades locais, os barcos deverão respeitar uma distância mínima dos paredões. Todos os passageiros deverão assinar um termo de consentimento contendo orientações sobre as novas regras de visitação, como o uso obrigatório de coletes salva vidas e de capacetes. Embarcações de mais de 32 pés não podem acessar os cânions. As demais, não podem exceder 3 nós de velocidade. 

Segundo a prefeitura, as novas regras seguem as recomendações apresentadas pelos estudos geológicos realizados após a tragédia do dia 8 de janeiro e pela Polícia Civil de Minas Gerais. No inquérito policial instaurado para apurar o ocorrido, a Polícia Civil concluiu que eventos naturais causaram o desprendimento das rochas e que o “processo geológico de remodelamento de relevo” é comum na região, favorecendo que os blocos rochosos se rompam. 

A Polícia Civil apresentou dez sugestões para aumentar a segurança das atividades turísticas no lago – entre elas, a limitação do número de embarcações navegando, simultaneamente, pelos cânions, a melhoria do sistema de alerta e o mapeamento das zonas de maior risco. 

“Durante o período em que o acesso aos cânions ficou interditado, conseguimos criar e colocar em prática um plano de visitação para reforçar e garantir a segurança dos visitantes”, garantiu Barros, explicando que a prefeitura de Capitólio ainda estuda a possibilidade de instalar contenções metálicas em ao menos cinco pontos do lago a fim de minimizar os riscos de deslizamentos e queda de pedras. 

“Estamos correndo atrás de recursos para fazer a contenção. Também estamos avaliando a possibilidade de instalarmos um sistema de monitoramento eletrônico da área. De qualquer forma, a análise geológica diária, feita por profissionais contratados pela prefeitura, em conjunto com as outras normas, já trazem uma segurança às atividades turísticas no lago”, comentou o secretário municipal. 

Campanha

Após a tragédia, empresários decidiram se unir para promover os atrativos turísticos da região. Uma campanha encabeçada pela Associação dos Empresários de Turismo de Capitólio (Ascatur) já arrecadou perto de R$ 1 milhão. Quantia que será investida em um projeto que, além de divulgar as atrações regionais, busca conscientizar quem vive na região - principalmente aqueles que trabalham com turismo - sobre a importância das regras de segurança adotadas após 8 de janeiro, quando um paredão rochoso se desprendeu e atingiu quatro lanchas. 

“Infelizmente, as novas normas vêm acompanhadas de muita dor pelas perdas”, disse Vitor Vasconcelos, membro da diretoria da Ascatur, referindo-se às medidas que a prefeitura impôs para autorizar o retorno dos passeios náuticos pela área de cânions do Lago de Furnas, como a obrigação das embarcações turísticas manterem uma distância mínima dos paredões rochosos para evitar acidentes em caso de queda de pedras. 

“Desde janeiro, muitos especialistas têm vindo à cidade realizar estudos. Hoje, o turismo no Lago de Furnas está muito mais seguro e organizado, mas precisamos que os moradores, os empresários, enfim, todos que vivem na região tenham acesso a estes conhecimentos. Só assim compreenderemos a razão de ser das novas regras e saberemos apresentá-las e justificá-las para os turistas.”  Segundo ele, as pessoas que visitaram os cânions do Lago de Furnas, desde o último dia 30, aceitaram bem as novas normas de segurança. 

Setenta empresas da região colaboraram com o projeto, possibilitando a contratação de uma empresa de comunicação para desenvolver um plano de ação a partir da próxima semana. “A arrecadação foi a parte fácil. Tanto que os próprios empresários já manifestaram o interesse em uma segunda rodada, pois recebemos propostas muito boas e temos o intuito de fazer este tipo de investimento outras vezes”, contou Vasconcelos. 

A iniciativa da Ascatur se soma ao projeto Reviva Capitólio – Viva o Mar de Minas, anunciado pelo governo de Minas Gerais no início de fevereiro. A proposta estadual prevê a destinação de R$ 5 milhões dos cofres públicos para promover a segurança de trabalhadores e turistas, além de fortalecer o turismo na região - uma das mais visitadas do estado. 

A primeira etapa do projeto estadual, já em andamento, inclui a realização de um diagnóstico geológico e estrutural pormenorizado. O segundo eixo prevê o aprimoramento dos planos de gerenciamento costeiro; diretores; de zoneamento e de uso das águas não só de Capitólio, mas também de São José da Barra e de São João Batista do Glória, que aplicarão as regras conjuntamente. 

Além disso, o governo estadual e as três cidades também devem promover, em parceria com órgãos públicos e entidades sociais, ações de capacitação para estimular o uso seguro e sustentável do Lago de Furnas. Por fim, o quarto eixo do projeto prevê ações de comunicação para divulgar o atrativo turístico para todo o país.

Depois de horas de buscas, a polícia do Congresso americano capturou um inimigo incomum: uma raposa que atacava os pedestres em pleno centro de Washington.

"ALERTA: capturada", tuitou a polícia do Capitólio na tarde desta terça-feira com fotos da raposa branca e bege com focinho pontudo trancada numa caixa de transporte para animais.

Os agentes tinham recebido reclamações de que uma raposa tinha "atacado ou mordido" várias pessoas perto do templo da democracia americano.

"Esta manhã (a polícia do Capitólio) recebeu um telefonema sobre uma raposa que se aproximava do pessoal" que trabalha no prédio do Congresso onde ficam o Senado e a Câmara de Representantes.

"Esta raposa poderia ter uma toca" nos espaços verdes que cercam os diferentes prédios do Capitólio, explicou a polícia.

"As raposas são animais selvagens que protegem muito sua toca e território. Por favor, não se aproximem deles", pedia a polícia do Capitólio.

Em Washington e outras cidades americanas há raposas, mas costumam evitar os seres humanos, segundo as autoridades ambientais locais.

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito sobre a tragédia em Capitólio (MG) e anunciou nesta sexta-feira (4) que não haverá indiciamentos. Estudos técnicos apontaram que a queda do bloco de rocha no lago de Furnas se deu como desdobramento de eventos naturais, sem influência da ação humana. 

 Segundo as investigações, houve um processo geológico de remodelamento de relevo que é comum na região, o que torna possível que outras rupturas venham a ocorrer. Para aumentar a segurança nas atividades turísticas, a Polícia Civil elaborou dez sugestões que integram o relatório final do inquérito. 

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"O bloco de quartzito tombou porque perdeu sua sustentação devido ao processo erosivo ocorrido na sua base", afirmou o geólogo Otávio Guerra, perito da Polícia Civil. Para ele, na parte mais proeminente da rocha já havia uma cavidade abrangente, prejudicando a sustentação. Com a erosão na base, houve um processo de acomodação do bloco que poderia encontrar um novo ponto de equilíbrio, mas acabou ocorrendo a fratura em pontos que o mantinham preso ao maciço. 

 Otávio aponta que a característica física das rochas da região, que possuem muitas fendas, facilita a ação dos agentes naturais como o vento e a chuva. Além disso, a declividade também teria contribuído para o desprendimento. 

"Não foi um único evento que culminou no tombamento do bloco. Ocorreu uma sequência de eventos culminando na queda. Eventos esses que vêm ocorrendo num tempo geológico de 100, 200, mil, 10 mil anos. Muito difícil fazer qualquer mensuração. Existem na região centenas de outros blocos que se encontram em situação parecida a essa que se abateu. É fundamental que se comece a pensar em um planejamento, em um mapa de risco", acrescentou o perito. 

Dez mortos

A tragédia ocorreu no dia 8 de janeiro deste ano. O bloco se desprendeu por volta de 12h30, despencando no cânion do Lago de Furnas, uma das principais atrações turísticas da região. Rapidamente imagens gravadas por quem estava em embarcações menos afetadas invadiram as redes sociais. O episódio causou a morte do piloto e de nove turistas que estavam em uma lancha fortemente atingida. Outras 27 pessoas ficaram feridas. Desde o dia do desastre os passeios de lancha estão suspensos. 

O inquérito da Polícia Civil foi conduzido pelo delegado regional da cidade de Passos (MG), Marcos Pimenta. Ele explicou que irregularidades nas atividades desenvolvidas no cânion também foram identificadas. No entanto, elas não têm nexo causal com a queda do bloco. 

Entre as irregularidades encontradas está a ausência do pier de fiscalização, previsto em decreto da prefeitura que permitia a liberação de 40 embarcações na área do cânion. A estrutura teria desaparecido por ação de vândalos e não foi recuperada. No entanto, a Polícia Civil entende não haver relação entre essa situação e a tragédia. No dia da queda do bloco, havia oito embarcações e uma moto aquática na área do cânion. 

Outro problema identificado envolve a perfuração de um poço por uma empresa que atua na região. O procedimento foi solicitado ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e o órgão deu a autorização, com um limite de 80 metros de profundidade. Porém, sem comunicação prévia, a perfuração foi realizada por uma empresa com um Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) diferente do informado e se estendeu até 288 metros. Ainda assim, o estudo geológico não apontou nenhuma conexão entre o procedimento e o desprendimento da rocha. 

Marcos Pimenta também observou que a Defesa Civil emitiu um alerta de chuva forte duas horas antes da tragédia. No entanto, segundo depoimentos colhidos, os pilotos não estavam informados sobre essa situação. "Esse alerta por si só poderia impedir fluxos de embarcações no local. E é responsabilidade do piloto averiguar as condições climáticas", disse o delegado. 

Para ele, os procedimentos adotados pelos pilotos deverão ser melhor investigados no inquérito da Marinha, que ainda está em curso. Ele poderá indicar, por exemplo, se houve problemas no fluxo de comunicação do alerta da Defesa Civil ou se houve alguma infração. 

Sugestões

Nos próximos dias, o inquérito da Polícia Civil será remetido ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Embora a tragédia tenha sido apontada como um evento natural sem responsabilidade humana, foram listadas diversas sugestões que serão também compartilhadas com o Ministério Público Federal (MPF), com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com a Marinha e com diferentes órgãos públicos. O objetivo é contribuir para a melhoria da segurança em Capitólio. 

Uma das principais recomendações é o mapeamento das zonas de risco, com a elaboração de uma planta. A redução do número de embarcações presentes simultaneamente na área do cânion também consta da lista, bem como melhor estruturação do sistema de alerta e garantia de uma fiscalização mais robusta, o que poderia ter ajudado a acelerar a evacuação antes da queda do bloco. 

"Alguns turistas viram aquelas primeiras pedras caindo e acharam que era um fato comum, corriqueiro", lamentou Marcos Pimenta. Entre outras sugestões listadas pelo delegado, está a criação de um selo de identificação das embarcações para ajudar na fiscalização pela prefeitura, a identificação de todos os turistas que participarem de passeios, a obrigatoriedade do uso de coletes salva-vidas para todas as pessoas e não apenas idosos e crianças, a maior integração de órgãos e instituições que atuam na região e a proibição das atividades turísticas no lago quando houver alerta de mau tempo pela Defesa Civil. 

A Polícia Civil também sugere que a empresa Furnas Centrais Elétricas participe da adoção de medidas preventivas de segurança. Controlada pela Eletrobras, a companhia divulgou nota, na época da tragédia, lamentando o ocorrido e informando que apenas usa a água do lago para gerar energia elétrica. “Compete ao Poder Público a gestão dos demais usos múltiplos do reservatório”, sustentou a empresa, referindo-se ao controle das atividades turísticas na região. 

O estudo geológico, no entanto, observou que a atividade da usina hidrelétrica causa uma irregularidade das mudanças no nível da água no reservatório, o que pode ter alguma interferência nos processos de erosão. Por esta razão, os policiais e peritos da Polícia Civil consideram que a empresa deve se envolver em ações que garantam maior segurança na região.

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito sobre a tragédia em Capitólio (MG) e anunciou nesta sexta-feira (4) que não haverá indiciamentos. Estudos técnicos apontaram que a queda do bloco de rocha no lago de Furnas se deu como desdobramento de eventos naturais, sem influência da ação humana. 

 Segundo as investigações, houve um processo geológico de remodelamento de relevo que é comum na região, o que torna possível que outras rupturas venham a ocorrer. Para aumentar a segurança nas atividades turísticas, a Polícia Civil elaborou dez sugestões que integram o relatório final do inquérito. 

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"O bloco de quartzito tombou porque perdeu sua sustentação devido ao processo erosivo ocorrido na sua base", afirmou o geólogo Otávio Guerra, perito da Polícia Civil. Para ele, na parte mais proeminente da rocha já havia uma cavidade abrangente, prejudicando a sustentação. Com a erosão na base, houve um processo de acomodação do bloco que poderia encontrar um novo ponto de equilíbrio, mas acabou ocorrendo a fratura em pontos que o mantinham preso ao maciço. 

 Otávio aponta que a característica física das rochas da região, que possuem muitas fendas, facilita a ação dos agentes naturais como o vento e a chuva. Além disso, a declividade também teria contribuído para o desprendimento. 

"Não foi um único evento que culminou no tombamento do bloco. Ocorreu uma sequência de eventos culminando na queda. Eventos esses que vêm ocorrendo num tempo geológico de 100, 200, mil, 10 mil anos. Muito difícil fazer qualquer mensuração. Existem na região centenas de outros blocos que se encontram em situação parecida a essa que se abateu. É fundamental que se comece a pensar em um planejamento, em um mapa de risco", acrescentou o perito. 

Dez mortos

A tragédia ocorreu no dia 8 de janeiro deste ano. O bloco se desprendeu por volta de 12h30, despencando no cânion do Lago de Furnas, uma das principais atrações turísticas da região. Rapidamente imagens gravadas por quem estava em embarcações menos afetadas invadiram as redes sociais. O episódio causou a morte do piloto e de nove turistas que estavam em uma lancha fortemente atingida. Outras 27 pessoas ficaram feridas. Desde o dia do desastre os passeios de lancha estão suspensos. 

O inquérito da Polícia Civil foi conduzido pelo delegado regional da cidade de Passos (MG), Marcos Pimenta. Ele explicou que irregularidades nas atividades desenvolvidas no cânion também foram identificadas. No entanto, elas não têm nexo causal com a queda do bloco. 

Entre as irregularidades encontradas está a ausência do pier de fiscalização, previsto em decreto da prefeitura que permitia a liberação de 40 embarcações na área do cânion. A estrutura teria desaparecido por ação de vândalos e não foi recuperada. No entanto, a Polícia Civil entende não haver relação entre essa situação e a tragédia. No dia da queda do bloco, havia oito embarcações e uma moto aquática na área do cânion. 

Outro problema identificado envolve a perfuração de um poço por uma empresa que atua na região. O procedimento foi solicitado ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e o órgão deu a autorização, com um limite de 80 metros de profundidade. Porém, sem comunicação prévia, a perfuração foi realizada por uma empresa com um Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) diferente do informado e se estendeu até 288 metros. Ainda assim, o estudo geológico não apontou nenhuma conexão entre o procedimento e o desprendimento da rocha. 

Marcos Pimenta também observou que a Defesa Civil emitiu um alerta de chuva forte duas horas antes da tragédia. No entanto, segundo depoimentos colhidos, os pilotos não estavam informados sobre essa situação. "Esse alerta por si só poderia impedir fluxos de embarcações no local. E é responsabilidade do piloto averiguar as condições climáticas", disse o delegado. 

Para ele, os procedimentos adotados pelos pilotos deverão ser melhor investigados no inquérito da Marinha, que ainda está em curso. Ele poderá indicar, por exemplo, se houve problemas no fluxo de comunicação do alerta da Defesa Civil ou se houve alguma infração. 

Sugestões

Nos próximos dias, o inquérito da Polícia Civil será remetido ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Embora a tragédia tenha sido apontada como um evento natural sem responsabilidade humana, foram listadas diversas sugestões que serão também compartilhadas com o Ministério Público Federal (MPF), com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com a Marinha e com diferentes órgãos públicos. O objetivo é contribuir para a melhoria da segurança em Capitólio. 

Uma das principais recomendações é o mapeamento das zonas de risco, com a elaboração de uma planta. A redução do número de embarcações presentes simultaneamente na área do cânion também consta da lista, bem como melhor estruturação do sistema de alerta e garantia de uma fiscalização mais robusta, o que poderia ter ajudado a acelerar a evacuação antes da queda do bloco. 

"Alguns turistas viram aquelas primeiras pedras caindo e acharam que era um fato comum, corriqueiro", lamentou Marcos Pimenta. Entre outras sugestões listadas pelo delegado, está a criação de um selo de identificação das embarcações para ajudar na fiscalização pela prefeitura, a identificação de todos os turistas que participarem de passeios, a obrigatoriedade do uso de coletes salva-vidas para todas as pessoas e não apenas idosos e crianças, a maior integração de órgãos e instituições que atuam na região e a proibição das atividades turísticas no lago quando houver alerta de mau tempo pela Defesa Civil. 

A Polícia Civil também sugere que a empresa Furnas Centrais Elétricas participe da adoção de medidas preventivas de segurança. Controlada pela Eletrobras, a companhia divulgou nota, na época da tragédia, lamentando o ocorrido e informando que apenas usa a água do lago para gerar energia elétrica. “Compete ao Poder Público a gestão dos demais usos múltiplos do reservatório”, sustentou a empresa, referindo-se ao controle das atividades turísticas na região. 

O estudo geológico, no entanto, observou que a atividade da usina hidrelétrica causa uma irregularidade das mudanças no nível da água no reservatório, o que pode ter alguma interferência nos processos de erosão. Por esta razão, os policiais e peritos da Polícia Civil consideram que a empresa deve se envolver em ações que garantam maior segurança na região.

A brasileira Letícia Vilhena Ferreira foi presa na quarta-feira, 16, em Illinois, por ter participado da invasão ao Capitólio, sede do Parlamento dos Estados Unidos. A queixa crime com mandado de prisão contra a brasileira diz que ela infringiu dois artigos do Código de Leis do país: entrada ou permanecimento conscientemente em qualquer edifício restrito ou sem autoridade legal e entrada violenta e conduta desordeira no prédio. Desde o dia do ocorrido, o Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI) iniciou uma força-tarefa para localizar os que estavam dentro do Capitólio. Letícia já é a terceira brasileira que terá que responder criminalmente à justiça americana pela invasão.

Segundo documento atribuído à Força-Tarefa Conjunta de Terrorismo de Chicago (JTTF), datado no dia 14 de fevereiro de 2022 e disponibilizado no CourtListener, Letícia foi identificada após uma testemunha afirmar que recebeu um vídeo gravado pela própria brasileira. Informações de código aberto revelaram que o número de telefone responsável por enviar o vídeo era de Letícia. Os dados da operadora forneceram a localização da brasileira, em Illinois.

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No dia 2 de abril de 2021, agentes do FBI entrevistaram Letícia em sua própria residência sobre seu paradeiro no dia da invasão. A brasileira afirmou que esteve em Washington para ver o presidente Donald Trump falar e acabou comparecendo à marcha. Segundo ela, incapaz de ver ou ouvir o discurso do presidente de sua localização, começou a seguir um conjunto de pessoas em direção ao Capitólio, onde continuou seguindo para dentro do prédio. Durante a conversa com os investigadores, Letícia afirmou ser cidadã do Brasil e que estava nos EUA com um visto de trabalho, o que a impedia de votar nas eleições daquele ano.

Letícia entregou as imagens que fez com o seu celular no dia, o que foi usado pelos investigadores como uma prova de que a brasileira estava no local. Além disso, com as descrições que ela ofereceu de suas vestimentas na marcha, também foi possível localizá-la nas gravações feitas pelas câmeras do prédio. Outra comprovação de sua presença na invasão foi uma busca autorizada em seu telefone no dia 26 de agosto de 2021. Em mensagens trocadas entre ela e uma outra pessoa, os investigadores encontraram a declaração de que ela estava no Capitólio.

Os vídeos mostram que a brasileira esteve presente quando manifestantes empolgados gritaram "Nossa Casa" e "Pare o Roubo". As gravações ainda indicam que Letícia não participou de agressões físicas contra os policiais.

Além de Letícia, outros dois brasileiros foram identificados na invasão: Samuel Camargo, 26, que foi localizado após publicar, em suas redes sociais, imagens de sua participação no motim, e Eliel Rosa, 53, que foi preso e, posteriormente, condenado pela justiça norte-americana.

O Partido Republicano censurou dois de seus parlamentares nesta sexta-feira, 4, em uma escalada da legenda para punir dissidentes considerados desleais ao ex-presidente dos EUA Donald Trump. O partido se referiu ao ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, que terminou com cinco mortos, como um "discurso político legítimo".

Liz Cheney e Adam Kinzinger, os únicos republicanos na comissão da Câmara que investiga o papel de Trump no ataque ao Capitólio, são vistos como adversários do ex-presidente, que mantém um forte controle sobre o partido apesar de sua derrota nas eleições de 2020.

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Os 168 membros do Comitê Nacional Republicano (RNC, por sua sigla em inglês), reunidos em Salt Lake City, Utah, aprovaram uma censura formal, acusando os dois legisladores de comportamento "destrutivo da Câmara dos Deputados dos EUA, do Partido Republicano e da república".

O partido declarou oficialmente o ataque ao Capitólio e os eventos que o antecederam como parte de um "discurso político legítimo". A resolução não foi lida e toda votação durou cerca de um minuto, segundo a imprensa americana.

Os partidários linha-dura de Trump vêm pressionando há meses para que Cheney e Kinzinger sejam depostos, principalmente porque a investigação sobre a insurreição de 6 de janeiro de 2021 se aproximou mais do círculo do ex-presidente. Quatro pessoas morreram durante a invasão e um policial do Capitólio morreu no dia seguinte. Cerca de 140 policiais ficaram feridos e 4 morreram depois por suicídio.

Trump, que mantém um forte controle sobre seu partido, está em pé de guerra contra os republicanos que se posicionaram contra ele.

Kinzinger se retirará do Congresso após as eleições de meio de mandato de novembro, enquanto Cheney corre o risco de perder sua cadeira por Wyoming. Cheney respondeu à censura redobrando suas críticas a Trump.

"Sou uma conservadora constitucional e não reconheço aqueles em meu partido que abandonaram a Constituição para abraçar Donald Trump", disse.

Papel do vice

Ainda ontem, o ex-vice-presidente Mike Pence rebateu diretamente as falsas alegações de Trump de que ele, de alguma forma, poderia ter anulado os resultados das eleições de 2020.

Em um discurso para a conservadora Sociedade Federalista na Flórida, Pence abordou os esforços intensificados de Trump para avançar a falsa narrativa de que o ex-vice, como presidente do Senado, poderia ter feito algo para impedir que o presidente eleito assumisse o cargo. "O presidente Trump está errado", disse Pence. Os comentários sua refutação mais contundente ao ex-presidente até o momento. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump deu a entender que perdoaria alguns manifestantes acusados e condenados por sua participação no ataque ao Congresso em janeiro de 2021, em caso de vitória na eleição presidencial de 2024.

"Se eu concorrer, e se eu ganhar, nós vamos tratar as pessoas de 6 de janeiro de forma justa. Vamos tratá-las de maneira justa. E se isto exigir perdões, nós daremos perdões porque estão sendo tratadas tão injustamente", disse Trump em um comício no sábado à noite em Conroe, Texas.

Desde o ataque de 6 de janeiro de 2021, mais de 725 pessoas - incluindo integrantes dos grupos de extrema-direita Proud Boys, Oath Keepers ou Three Percenters - foram detidas e acusadas por sua participação no ataque sem precedentes à sede do Congresso, que deixou cinco mortos, incluindo um policial.

Diante de milhões de espectadores estupefatos em todo o mundo, uma multidão de apoiadores de Donald Trump lutou com a polícia para entrar no Capitólio. Uma parte concretizou o objetivo no momento em que os congressistas deveriam certificar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro de 2020, o que forçou a retirada de funcionários e políticos do local.

Em 13 de janeiro deste ano, o fundador do grupo de extrema-direita Oath Keepers, Stewart Rhodes, de 56 anos, foi acusado de "sedição" ao lado de outros 10 integrantes da organização.

Ao mesmo tempo, uma comissão parlamentar prossegue com o trabalho para esclarecer os fatos e determinar a possível responsabilidade de Trump e seus colaboradores no incidente. Sua filha Ivanka foi convidada a prestar depoimento.

Os congressistas, em sua maioria democratas, correm contra o tempo porque desejam publicar as conclusões antes das eleições legislativas de meio de mandato que acontecerão em novembro, nas quais o republicanos podem recuperar o controle da Câmara de Representantes e enterrar o trabalho da comissão.

Depois do desabamento de uma rocha que matou dez pessoas no Lago Furnas, em Capitólio (MG), ocorrido há uma semana, o Ministério do Turismo determinou que os estados realizem um levantamento dos destinos turísticos do país que apresentam risco de incidentes geológicos. A medida foi acertada durante reunião, por videoconferência, do ministro do Turismo, Gilson Machado, com integrantes Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur). 

Segundo o ministro, o levantamento faz parte de uma série de medidas que estão sendo tomadas pela pasta para dar mais segurança à prática do ecoturismo no Brasil. "Solicitamos ao Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo que indiquem locais a serem analisados, a fim de possibilitar uma orientação mais efetiva contra perigos que ocorrem em lagos, cavernas, cânions, etc.", explicou. A ideia é que, após esse levantamento, avaliações geológicas sejam feitas nas áreas para estabelecer novos parâmetros de prevenção.   

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Dias após o acidente em Capitólio, houve um deslizamento nas falésias da Praia de Pipa, Tibau do Sul (RN), durante uma madrugada chuvosa, sem vítimas. Pouco mais de um ano antes, em outubro de 2020, um desmoronamento no mesmo local matou três pessoas da mesma família. Em outubro do ano passado, o desabamento de uma gruta em Altinópolis, interior de São Paulo, deixou nove mortos. O grupo era formado por bombeiros que faziam um treinamento de resgate. 

 Segurança O Brasil possui milhares de cachoeiras, cavernas, cânions, falésias, praias, trilhas em montanhas e outros destinos turísticos que podem apresentar risco de ocorrências geológicas. A geóloga Joana Sanchez, da Universidade Federal de Goiás (UFG), acredita que o trabalho de levantamento e avaliação desses locais é fundamental para aumentar a segurança. 

"Se você não sabe que existe risco, você não vai achar que existe. Como todo mundo que estava em Capitólio não achava que existe risco. E não é culpa de quem estava lá, e nem da prefeitura ou do governo porque isso não era exigido", afirma. A ocorrência de desastres como o de Capitólio, segundo a geóloga, também está relacionado com o aumento do ecoturismo no Brasil. "O que a gente tem visto é que, com o aumento do turismo de natureza, tem acontecido mais acidentes, porque as pessoas estão se expondo mais ao risco". 

Em nota, a Federação Brasileiro de Geólogos (Febrageo) defendeu uma nova abordagem em áreas turísticas de risco para que acidentes como esse sejam evitados. "A forma já consagrada de prevenir tais situações é pela realização de mapeamento das áreas de risco, com o indicação das áreas de risco iminente e alto, onde são priorizadas ações controle e contenção, como, por exemplo, o desmonte controlado de blocos em risco de queda ou a implantação de técnicas de estabilização da encosta, que são corriqueiramente usadas na geotecnia".

Cânion de Xingó

Na esteira do desabamento em Minas Gerais, esta semana o governo de Sergipe informou que vai acionar o estado vizinho de Alagoas para que seja realizado um monitoramento preventivo no Cânion de Xingó, no Rio São Francisco, que fica na divisa entre os dois estados. 

No Pará, a Secretaria de Turismo promoveu uma reunião com os representantes das regiões turísticas do estado para debater medidas preventivas contra desastres e incidentes naturais. No Mato Grosso, um grupo de vistoria técnica foi montado para avaliar os riscos de desabamentos nos paredões do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, durante o período chuvoso. 

 Em 2008, um bloco de rocha do tamanho de um carro se desprendeu do paredão da cachoeira Véu de Noiva, uma das mais famosas do parque, e atingiu turistas que se banhavam no local, deixando feridos. Desde então, o acesso à cachoeira está interditado, por causa do alto risco geológico de desmoronamento. 

Mudanças legislativas

Para além de uma ampla avaliação e monitoramento de áreas suscetíveis a riscos geológicos, especialistas defendem uma atualização da legislação na política nacional de prevenção de desastre e de defesa civil. Atualmente, a principal norma sobre o assunto é a Lei 12.608/2012. Ela foi aprovada um ano depois das enchentes e deslizamentos de terra ocorridos na Região Serrana do Rio de Janeiro, resultando em mais de 900 mortes, e teve como foco principal a adoção de medidas para áreas de risco em áreas urbanas. 

"Então, a lei foi feita para áreas urbanas, o foco da lei é esse. Na minha opinião, o que deveria ser feito a partir de agora é uma atualização dessa lei, ou uma nova legislação, focando em áreas turísticas. Nós não temos nada que foque em áreas de risco ou em áreas de turismo. É como a gente fala, o Brasil sempre teve essa cultura de esperar acontecer alguma tragédia pra legislar sobre isso. A tendência acho que é a mesma agora, uma coisa específica pra área de turismo com esse viés geológico", disse Tiago Antonelli, chefe da Divisão de Geologia Aplicada do Serviço Geológico do Brasil. 

   Para a Febrageo, há uma "necessidade urgente" de incluir na Lei 12.608/2012 dispositivos mais claros e específicos para o mapeamento e prevenção de riscos em áreas turísticas. A entidade também cobra a retomada de investimentos, por parte do governo federal, em mapeamento, prevenção e controle de riscos naturais no Brasil. 

*Colaborou Daniel Ito, repórter da Rádio Nacional de Brasília.

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