Os smartphones estão se tornando cada vez mais versáteis, devido ao empenho das empresas desenvolvedoras em oferecer o máximo de recursos disponíveis em dispositivos móveis e compactos. Segundo a pesquisa “Panorama do uso de TI no Brasil”, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2022, estimou-se um número de 242 milhões de celulares inteligentes em uso no Brasil.
O levantamento também aponta que os smartphones são utilizados para a maioria das tarefas, como uso de bancos e mídias sociais, realização de compras. No entanto, para a psicóloga Ana Rodrigues, esses benefícios se confrontam com o descontrole no uso das telas. “A questão está no tempo de uso, nas formas de uso. O smartphone não é um vilão, mas o descontrole o torna nocivo à saúde”, declara.
##RECOMENDA##Estudos x Smartphones
Em relação aos estudos, a especialista afirma que a utilização dos dispositivos não é ruim para os estudantes, pelo contrário, pois podem ser ferramentas que auxiliam no processo. Ana defende que o exagero é o que pode trazer prejuízos à vida cotidiana, e consequentemente, aos estudos. “Ao invés de usá-las para estudar, perde-se o foco a cada notificação das redes sociais, por exemplo. Isso afeta diretamente a concentração e, assim, o prazer despertado pela tela toma lugar. A excessividade dessa exposição pode gerar insônia e ansiedade, além de diminuir a capacidade de concentração e socialização. Por consequência, acaba por afetar a aprendizagem”, explica.
No caso dos jovens, a situação é mais delicada por ainda estarem em formação e não possuírem as funções executivas cerebrais desenvolvidas, ou seja, suas habilidades cognitivas e de autorregulação. “O não controle também pode causar sofrimento e transtornos psicológicos mais sérios como o caso da Nomofobia, descrita como “uso problemático” ou “compulsão” no uso de aparelhos eletrônicos como o celular. A nomofobia gera sintomas como ansiedade, irritabilidade, estresse, solidão”.
Ana conta que alguns jovens têm conseguido utilizar os celulares como auxílio nos estudos sob estratégias como silenciar notificações; marcar um tempo determinado para pausas, com a finalidade de entrar nas redes e retornar aos estudos; usar também o computador sem redes sociais logadas; dentre outras possibilidades. Segundo a psicóloga, alguns estudantes ainda optam por desativar temporariamente as redes sociais, porque, se não o fizerem, não conseguirão se concentrar.
“Vale destacar que a participação de pais ou cuidadores é de suma importância, tanto para o estímulo aos estudos, como no controle do uso de telas no cotidiano da família”, conclui.