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A tradicional celebração do Dia de Finados, neste 2 de novembro, é uma data importante para que as pessoas possam velar e se lembrar dos que já se foram. Entre lágrimas e sorrisos, as memórias de pessoas queridas e amadas permanecem, deixando a vida dos que ficam cheia de saudades. No Cemitério da Várzea, localizado na zona Oeste do Recife, as visitas foram tomadas pela emoção. 

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Cemitério da Várzea visto de cima. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

É o caso de Tereza Carla de Santana, enfermeira e moradora do bairro da Várzea, e que todos os anos vai homenagear seu pai, falecido há 46 anos, no jazido da família, comprado por ele mesmo, muito antes de morrer. “Meu pai morreu com 39 anos, antes disso ele já tinha [o jazigo]. A gente, de criança, ele já trazia aqui no cemitério”, relatou Tereza à reportagem. 

 

Tereza Carla de Santana. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

Além de Tereza, pessoas da família também visitam o túmulo do patriarca, não apenas no Dia de Finados, mas em outros momentos do ano também. No entanto, a frequência e quantidade de pessoas que continuam seguindo a tradição é cada vez menor. “Hoje em dia tá ficando mais escasso. Eu ainda venho, minha irmã vem, mas o restante da família, meus filhos, por exemplo, não vêm. Eu tenho um irmão mais velho que também não vem pra cemitério, não gosta”, disse. 

“Meu pai era tão adorador de cemitério que meu irmão nasceu no Dia de Finados. Minha mãe dizia que no dia, meu pai andou nu, e só não saiu pelas ruas porque ela trancou as portas”, comentou Tereza, dando risadas ao se lembrar do falecido pai. 

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Quando o luto é interminável 

Todos os anos, a viúva Lindalva Rodrigues Costa, de 80 anos de idade, moradora do bairro do Cordeiro, também na zona Oeste da capital pernambucana, vai ao Cemitério da Várzea acender velas aos familiares que se foram, incluindo seu esposo, falecido há 47 anos, no jazigo da família. “Tá aí meu pai, minha irmã, minha neta, minha bisneta, meu cunhado, muita gente. Já tem umas 35 ossadas aí”, afirmou, fazendo uma conta breve de cabeça. 

Lindalva Rodrigues Costa. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

Lembrando especialmente de seu esposo, Gilberto Rodrigues, dona Lindalva conta que um acidente de carro causou seu óbito, em agosto 1976. “Ele chegou de viagem, me buscou na maternidade e registrou o nome do nosso filho no cartório. À noite foi a serviço para Palmares e bateu em uma carreta”, relatou com tristeza. 

Apesar do passar do tempo, dona Lindalva nunca esqueceu do seu amor que se foi, deixando com ela oito filhos e as memórias de um casamento que durou apenas 16 anos. “Eu hoje de manhã conversei com meu marido, quando estava colhendo essas flores [disse apontando para um pequeno buquê de flores em cima do jazigo], e disse ‘olha Beto, eu vou levar as flores do jardim da nossa casa pra botar lá [no jazigo]’”, disse com a voz falha e os olhos marejados. 

O luto de dona Lindalva é compartilhado por uma de suas filhas, Aurian Costa, que a acompanha todos os anos no Dia de Finados, e percebe a morte como uma continuação da vida. “Na minha concepção não acaba quando morre, porque fica na mente e no coração pro resto da vida. Até hoje eu sinto, então pra mim não morreu, vive dentro de mim, na minha mente. Eu vejo a morte dessa forma”, contou, de forma reflexiva.

O aumento no número de mortes pela covid-19 obrigou a prefeitura de Porto Velho a abrir licitação emergencial para comprar gavetas em cemitérios particulares da cidade. Não há mais espaço para abertura de novas covas nos cemitérios públicos da capital rondoniense.

De janeiro a fevereiro deste ano, houve aumento de 78% no número de sepultamentos de vítimas da covid-19. A informação foi divulgada pelo gerente da Divisão de Cemitérios, Gilbson Moraes. "Aproximadamente mil covas foram abertas de março do ano passado para cá."

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A prefeitura de Porto Velho acredita que até a próxima semana a licitação já deverá estar finalizada, possibilitando a contratação das novas sepulturas. Enquanto isso, o sistema de saúde do Estado segue em situação crítica, operando com 100% da capacidade. Não há mais leitos de UTI disponíveis.

A Secretaria de Saúde de Rondônia informou que há, nesta quinta-feira, 4, 86 pessoas aguardando a liberação de leitos de terapia intensiva. Isso porque todos os 322 leitos disponíveis na rede pública e privada estão ocupados. Diante disso, haverá toque de recolher em todo o Estado, diariamente, das 21h às 6h. Nos finais de semana, haverá lockdown.

"Começamos anteontem (terça, 2) com 60 pessoas aguardando leitos de UTI, amanhecemos ontem (quarta, 3) com pouco mais de 90 pessoas aguardando leitos e quando eram 17h, já tínhamos 102 pessoas esperando. Quando olhamos as redes sociais, parece um obituário", desabafou o governador Marcos Rocha (PSL).

A situação do sistema de saúde também é crítica em outros Estados brasileiros. No Rio Grande do Sul, a ocupação de leitos chegou a 100% da capacidade, e há 288 pessoas aguardando por leito de terapia intensiva. Em Goiás, há fila de 300 pessoas esperando vaga. Em Santa Catarina,outros 251 pacientes internados aguardam UTI.

A cidade de Gênova, no noroeste da Itália, terá um cemitério exclusivo para animais de estimação. O projeto é fruto de uma moção apresentada pelos vereadores de extrema direita Francesco De Benedictis e Alberto Campanella e aprovada por unanimidade na Câmara Municipal.

O responsável pelos cemitérios de Gênova, Massimo Nicolò, já deu parecer favorável e disse que os restos mortais dos bichos de estimação ficarão em urnas cinerárias.

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O objetivo é desenvolver o projeto com participação de associações de defesa dos direitos dos animais e conceder serviços, como a cremação, para a iniciativa privada.

Uma lei aprovada neste ano pela Assembleia Legislativa da Ligúria, onde fica Gênova, já autoriza o sepultamento de bichos de estimação nos túmulos de seus donos.

Da Ansa

O balanço de entidades do setor foi de um movimento intenso em alguns cemitérios, mas menor que nos anos anteriores. O Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil recomendou que o acesso ficasse restrito a 60% da ocupação. "Nós tivemos uma movimentação que oscilou entre 20% e 50% do que houve no ano passado", avalia Gisela Adissi, presidente do Sincep e da Acembra. Juntas, as duas entidades representam 120 cemitérios.

A disparidade realmente foi grande. Na Vila Formosa, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) precisou realizar o monitoramento do trânsito na avenida João XXIII para garantir a fluidez diante da enorme fila de veículos na entrada para o velório no início da tarde. No Cemitério do Araçá, por exemplo, o movimento cresceu ao longo da manhã com filas de carros na entrada principal, mas ele estava vazio pela manhã. No da Consolação, a estimativa foi de 3 mil visitantes, um terço do ano passado. O movimento também foi relativamente baixo no Cemitério São Paulo, na zona oeste.

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Gisela afirma que vários fatores explicam a queda de visitas em relação ao ano passado. Um deles foi a antecipação da visitação. Um dos indicadores para quem trabalha no setor é perceber várias flores nos túmulos. Outro fator é a pandemia. "Muitas pessoas ainda têm receio da contaminação."

A maioria dos 22 cemitérios privados decidiu não realizar cerimônias religiosas nem mesmo em locais abertos. Por outro lado, a maioria preparou algum tipo de celebração virtual, como missas e painéis online, criando alternativas para quem preferiu evitar as visitas presenciais aos cemitérios. O Cemitério Parque das Cerejeiras, na região metropolitana de São Paulo, foi um deles.

O sociólogo Rogério Baptistini, da Universidade Mackenzie, afirma que a baixa visitação reflete o momento de enfrentamento da pandemia no Brasil. "Neste momento de pandemia, a data reflete o espírito do tempo. O fluxo pequeno nos cemitérios não se deve apenas ao isolamento social, mas, também, ao pouco caso para com a vida e seu significado profundo, à crise civilizatória e à quase morte da empatia. Nos bares e nas praias, a vida e a diversão correm solta. O vírus já não existe."

No Cemitério São Paulo, o aposentado Agostinho Ribeiro Neto, de 65 anos, também compartilha essa desesperança. "Tenho dois filhos, mas nenhum deles veio comigo. Essa geração tem uma relação diferente com a morte."

No próximo Dia de Finados, 2 de novembro, 82 reeducandos do regime aberto vão auxiliar nas atividades administrativa, de limpeza e manutenção, nos cemitérios de Santo Amaro, Parque das Flores, Várzea, Casa Amarela e Tejipió, no Recife. 

Cada colaborador receberá equipamentos de proteção individual, além de passar por capacitação e orientação antes de começar o trabalho. “É um trabalho que tem contribuído para ressocialização, além de garantir uma renda para que eles possam ajudar suas famílias”, é o que diz o gerente geral de cemitérios da Emlurb, Luciano Nascimento. 

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Serão 17 mulheres e 65 homens auxiliando no trabalho através de uma iniciativa da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) em parceria com a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb). Cássia Fernandes, de 33 anos, é reeducanda e colabora administrativa do cemitério de Santo Amaro. Ela afirma que o trabalho é como uma segunda chance. “É uma forma de me reintegrar na sociedade. O pessoal aqui não tem preconceito, sou tratada como igual”, contou ela.

Os reeducandos serão acompanhados pelo Patronato Penitenciário, órgão de execução penal da SJDH que, além de viabilizar vagas de trabalho e cursos profissionalizantes, oferece assistência psicossocial e jurídica aos reeducandos. Atualmente, cerca de 1.200 reeducandos do regime aberto estão trabalhando em Pernambuco, ganhando um salário mínimo, alimentação e transporte, conforme a Lei de Execuções Penais. 

Segundo o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, oportunidades de trabalho podem ajudar a mudar a vida de pessoas que passaram pelo sistema prisional. “Os reeducandos estão transformando suas vidas através do trabalho. É importante quebrar o preconceito e abrir as portas para a ressocialização”, declarou Pedro Eurico. 

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A celebração do Dia de Finados, que acontece na próxima segunda-feira (2), será diferente nos cemitérios do Recife este ano. Por causa da pandemia da Covid-19, a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) informou que eventos religiosos, típicos do dia, não serão permitidos nos cemitérios públicos da capital. Além disso, a visitação ocorrerá com novas orientações de higiene e só será permitida a entrada de visitantes que utilizem máscaras.

As medidas são válidas para cinco cemitérios públicos do município: Casa Amarela, Parque das Flores, Santo Amaro, Tejipió e Várzea.

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No feriado, as necrópoles estarão abertas à visitação das 7h às 18h. A Emlurb recomendou que a população leve os dados da pessoa falecida para identificação do local de sepultamento junto à administração de cada cemitério.

Segundo a Prefeitura do Recife, houve um reforço nos serviços de limpeza e manutenção dos cemitérios. Além disso, segundo o comunicado, haverá álcool em gel para higienização das mãos dos visitantes nos acessos de cada local. Para a segunda-feira, a Emlurb disse ter montado um esquema especial de limpeza que terá início às 6h, com expectativa de término às 22h.

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alertou o Palácio do Planalto e ministros sobre situações de caos em cemitérios do País e a falta de espaços para sepultamentos, causados pelo aumento de óbitos pela covid-19. Mesmo assim, o presidente Jair Bolsonaro tem acusado gestores de fazer "terrorismo" ao buscar novos espaços para enterros e xingou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), por ter aberto covas coletivas.

Em informes sobre a pandemia que somam cerca de 950 páginas, com datas de 27 de abril a 13 de maio, obtidos pelo Estadão com exclusividade, a Abin mostra o desespero de famílias que não encontram parentes mortos em enterros precários em Manaus.

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"Famílias relatam desaparecimento temporário dos corpos de familiares que morreram na rede pública de saúde. No cemitério público Nossa Senhora Aparecida, a prefeitura informou que os corpos serão enterrados em valas comuns, empilhados três a três", apontou a agência em documento de 29 de abril. No mesmo informe, a Abin afirma que cresce em Manaus a opção de cremar corpos "por não haver mais espaço suficiente nos cemitérios públicos" para vítimas da doença.

Ainda segundo a agência, caixões na capital do Amazonas foram abertos por pessoas que buscavam parentes. "A ação ocorre após trocas e desaparecimento de cadáveres."

Apesar de alertas de autoridades de saúde e da Abin, Bolsonaro reclama da mobilização de gestores de Estados e municípios para dar conta de enterrar mortos pela covid. No início de abril, chamou de "terrorismo" a abertura de covas no cemitério da Vila Formosa, em São Paulo.

Em reunião ministerial de 22 de abril, Bolsonaro xingou o prefeito de Manaus por abrir covas coletivas. "Aproveitaram o vírus, está um bosta de um prefeito lá de Manaus, agora, abrindo covas coletivas. Um bosta." O presidente disse que Virgílio estava "aproveitando" a pandemia para levar um "clima desse, para levar o terror ao Brasil".

Dias após a reunião com ministros, em 4 de maio, a Abin informou sobre chegada de reforço de 300 urnas funerárias a Manaus, cidade já com a capacidade de enterros esgotada.

Os informes da Abin abastecem o Centro de Coordenação de Operação do Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19 (CCOP). Coordenado pela Casa Civil, o órgão foi criado em março, quando Bolsonaro atuava para retirar o protagonismo do Ministério da Saúde na crise.

A Abin faz, desde março, diagnóstico da situação da pandemia no País e um mapeamento no exterior. Como revelou o Estadão no domingo, adota, nos documentos endereçados ao Planalto e a ministérios, discurso oposto ao do presidente sobre o tema. Procurados, a Presidência da República e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) não se manifestaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com o número de mortes por conta do novo coronavírus crescendo em Pernambuco, sepulturas extras estão sendo abertas para poder dar conta de todas as demandas. No Recife, por exemplo, dos cinco cemitérios públicos, dois receberão os sepultamentos relacionados aos casos de Covid-19.

Em Olinda, somando os dois cemitérios (Guadalupe e Águas Compridas), a cidade tem capacidade para mais 250 covas. "Vamos observar a evolução da doença na cidade e, conforme necessário, vamos estudar as alternativas cabíveis", confirma a assessoria da Prefeitura de Olinda.

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Segundo a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (EMLURB), os cemitérios de Santo Amaro e Parque das Flores já oferecem os sepultamentos com a infraestrutura e serviços necessários que a pandemia requer. Uma quadra em cada um destes locais foi isolada para tais atividades funerárias.

Seguindo as indicações da Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Pernambuco, o sepultamento deverá ocorrer em caixão lacrado e reunir, no máximo, dez pessoas - desde que respeitadas as medidas de distanciamento entre si para evitar a disseminação do novo coronavírus.

 

O dobro de cremações e cinco vezes mais enterros: Green-Wood, o maior cemitério de Nova York, atingiu o limite de sua capacidade devido ao fluxo incessante de cadáveres de vítimas do coronavírus.

A onda de mortos pela Covid-19 chegou na terceira semana de março neste gigantesco cemitério do Brooklyn criado em 1838, um dos mais bonitos da cidade, com 193 hectares sobre a baía de Nova York. Lá estão os restos mortais do compositor Leonard Bernstein e do pintor Jean-Michel Basquiat.

"Começou com as cremações", explicou Eric Barna, vice-presidente responsável pelas operações. Alguns dias, o número excedia "em quatro ou cinco" o volume normal. Atualmente, o cemitério realiza de 130 a 140 cremações por semana, contra 60 em tempos normais.

"E não é apenas em Green-Wood", afirma Barna, membro da Associação dos Cemitérios Metropolitanos, organização que reúne os cemitérios de Nova York, Long Island (leste) e do condado de Westchester (norte).

"Todo mundo observa os mesmos números", disse. "Escutei até que algumas funerárias estavam procurando cemitérios fora do estado de Nova York (...). Chegamos ao ponto em que o sistema não consegue lidar com um volume tão grande em tão pouco tempo".

A cremação, que custa cerca de 370 dólares, é muito menos custosa do que um enterro neste cemitério, onde um espaço para três caixões custa 19.000 dólares.

Há alguns dias, os enterros "realmente aumentaram", destacou. São 15 ou 16 por dia, contra dois ou três normalmente.

- "Uma aposta pelo mais rápido" -

A quantidade oficial de mortos pela Covid-19 em Nova York, epicentro da epidemia nos Estados Unidos, já é maior do que em alguns países. E é inclusive "muito inferior ao que realmente acontece", sem dúvida devido à quantidade limitada de testes, segundo Barna.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, acrescentou na terça-feira mais 3.700 mortos a esse saldo, para incluir a quantidade de mortes "prováveis" da Covid-19, aumentando o balanço total para mais de 10.000 mortos em pouco mais de um mês.

Barna ainda não sente o impacto da queda no número de hospitalizações que anunciam as autoridades, que afirmam que o pior já passou. O número de mortos permanece estável em mais de 700 por dia.

Barna já ouviu falar da ideia de realizar enterros temporários, mencionada na semana passada por um vereador de Manhattan para enfrentar o número recorde de mortos. Mas acredita que "seria realmente complicado".

"A cidade não está preparada para administrar um cemitério temporário", afirmou. Nos enterros em Green-Wood, os funcionários vestem roupas protetoras e saem de perto quando os familiares aparecem, para evitar qualquer risco de contágio, explicou Barna.

Ninguém foi infectado ainda. O cemitério afirma ser tolerante com a quantidade de pessoas autorizadas nos enterros, mas quem aparece é "geralmente a família mais próxima". Já para as cremações em geral, quase não há familiares, disse.

"Acho que muita gente aposta pelo mais rápido, pela incineração", explicou. "Mas, à medida que as coisas voltarem à normalidade, haverá muitas cerimônias".

Apenas quatro familiares acompanharam, na tarde de quarta-feira (2), o enterro de Nazareno Costa, de 72 anos, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju (região portuária do Rio). Os coveiros vestiam luvas, máscaras e outros equipamentos de proteção. Costa morreu com suspeita de covid-19. O enterro, realizado antes de o resultado do exame ficar pronto e confirmar ou descartar a contaminação, exigiu os cuidados especiais.

"Os coveiros estavam parecendo astronautas", disse o pastor Ismael China, amigo da família e convidado a prestar assistência espiritual. "Normalmente a gente encheria dois ônibus com amigos e familiares e traria ao cemitério para acompanhar a cerimônia, mas nessa situação não dá, seria perigoso."

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Integrante da Assembleia de Deus Ministério Plantar, no Jacarezinho (zona norte do Rio), China lamentou que a suspeita de contaminação tenha impedido amigos de se despedir de Nazareno e impossibilitado os abraços de consolo. "Acompanhei vários velórios e enterros nas últimas semanas, e este é o primeiro envolvendo alguém suspeito de ter morrido por coronavírus. Todo enterro é triste, mas essa situação é diferente, pior ainda. É uma pena, não tem aquele momento afetivo, não podemos cumprimentar as pessoas", afirmou.

"Os familiares que conviveram com o senhor Nazareno nos últimos dias, antes de ele adoecer, continuam tensos, porque não sabem se foram contaminados. E a mulher dele é idosa", completou ele.

Segundo China, Costa morava em Belford Roxo, na região metropolitana do Rio. "No sábado a filha dele, Patrícia, me ligou contando que o pai estava doente e havia sido internado. Em três dias seu Nazareno morreu", narrou. "Ele teve gripe, e tudo leva a crer que foi mesmo o coronavírus." Abalada, a família de Costa preferiu não conversar com a reportagem.

Velório pela internet

Para evitar o risco de contaminação, o Cemitério da Penitência, vizinho do São Francisco Xavier, oferece o velório virtual, criado antes da pandemia. O pacote inclui cerimonial com projeção de vídeo com mensagens de despedida, pétalas de rosa e gelo seco, em capela para até 150 pessoas. Tudo custava R$ 4,5 mil ou R$ 5,5 mil, conforme a capela escolhida, mas até 30 de abril a parte virtual não será cobrada.

Em março, o número de velórios online aumentou 33% em relação a fevereiro. O serviço de cremação cresceu 44,4%. Com base nos atestados de óbito, a administração do cemitério informou que em março atendeu nove casos confirmados e quatro suspeitos de covid-19.

O cemitério também restringiu o tempo de duração dos velórios. Agora, devem ocorrer em no máximo duas horas e para casos suspeitos de covid-19 em uma hora. Nesses, as cerimônias são em tendas abertas, com o caixão fechado. O visor pode ficar aberto por 30 minutos, mas com um vidro de proteção interna que evita contato do corpo com o ambiente. Em casos confirmados da doença, o corpo é cremado, sem velório.

Outras medidas adotadas foram aumentar a oferta de álcool em gel; distanciamento entre as cadeiras na capela; permitir o acesso à capela de apenas dez pessoas por vez; e orientar que só uma pessoa de cada vez tenha acesso ao caixão.

A concessionária Rio Pax, que administra seis cemitérios, entre eles o de São João Batista, em Botafogo (zona sul), passou a recomendar velório a céu aberto, com poucos familiares, em casos de covid-19. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O aumento das mortes em decorrência do coronavírus em São Paulo modificou a rotina do cemitério da Vila Formosa, o maior da América Latina. Funcionários relatam que o número de enterros diários saltou de 40 para 58 nas últimas semanas, o que significa uma elevação de cerca de 45%. Metade deles relacionada à covid-19. Além disso, os enterros são mais rápidos, a toque de caixa, com menos de dez minutos.

Uma foto aérea de mais de 150 covas rasas abertas repercutiu ontem, após chegar à capa do jornal americano Washington Post. De acordo com funcionários, a alta demanda de sepultamentos tem exigido a abertura de cerca de 90 covas por dia, o dobro do habitual.

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Só na quarta-feira foram 57 enterros no Vila Formosa. Ontem, mais 52. Os números dos últimos dias superam a média de 40 antes dos tempos de pandemia. "Trabalho aqui há mais de 20 anos. Não me lembro de uma situação como essa", diz um dos coveiros mais experientes.

No final da tarde desta quinta, os caixões chegavam com tanta rapidez que os sepultadores tiveram de pedir alguns minutos para terminar um que já ocorria, antes de começar o seguinte. Os familiares tiveram de esperar. Um dos enterros foi o do aposentado Carlos Eduardo Florencio, de 65 anos. Participaram apenas duas pessoas, o genro e o cunhado. "O caixão estava fechado, sem visor para vermos seu rosto. A madeira estava lacrada. Na hora da identificação, o corpo estava num saco", diz o genro, que se identificou apenas como Robson Pereira.

Seu Carlos tinha problemas respiratórios e cardíacos. Ele se sentiu mal, com dificuldades para respirar nesta terça-feira. Deu entrada no Hospital Ermelino Matarazzo, onde morava, às 20h30. Morreu às 21h30. Segundo Pereira, apenas uma pessoa foi autorizada pelo Sistema de Verificação de Óbitos a participar do enterro. Diabética, mas sem sintomas do coronavírus, a mulher de Carlos não foi ao enterro. "É muito ruim ter de despedir assim tão rapidamente. E agora eu vou ter de fazer quarentena", diz o genro.

Desde o dia 20 de março, enterros solitários e com nenhuma cerimônia se tornaram frequentes em São Paulo. Resolução da Secretaria Estadual de Saúde determina que todas as mortes com qualquer suspeita de estarem relacionadas com a covid-19 precisam seguir um protocolo rígido para garantir a segurança dos profissionais que lidam com os cadáveres.

Mas nem isso tranquiliza os profissionais do cemitério. A chegada de um cortejo com morto por coronavírus na Vila Formosa causa apreensão. "Põe a máscara e o capuz que vem um de corona", avisa um dos coveiros. Com máscaras e luvas, os familiares mantêm distância; nem todos ficam à beira da cova para o último adeus.

Em São Paulo, a pandemia ainda trouxe outras mudanças. Além das covas que aguardam a chegada de casos confirmados e suspeitos da covid-19, a cidade contratou 220 coveiros por seis meses para compensar o afastamento de 60% do efetivo (de 257), formado por pessoas com mais de 60 anos (e, portanto, de grupo de risco), além de um possível aumento no número total de óbitos. Cinco mil sacos plásticos impermeáveis foram comprados para envolver os corpos de vítimas ainda no hospital.

Particulares

Já em cemitérios particulares paulistanos o avanço do novo coronavírus não interferiu até o momento no volume de enterros ou na procura por jazigos, segundo relatam representantes do setor. Mas também há mudanças.

No Parque das Cerejeiras, no Jardim Ângela, na zona sul, missas, palestras e exumações estão suspensas desde a semana passada para evitar aglomerações. No administrativo, vendas presenciais estão interrompidas. No Cemitério Gethsemani, no Morumbi, o administrador Nelson Oliveira diz que a pandemia pouco tem mudado a rotina do cemitério, que realiza de três a cinco sepultamentos por dia. "Já tivemos uns três casos de covid-19, mas a rotina está tranquila por enquanto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Até 30 de junho, o Museu da Imagem e do Som (MIS) recebe a exposição "Limbus", do fotógrafo brasileiro Gustavo Gusmão, 34 anos. Composta por 19 fotografias, a mostra é um projeto realizado nas Filipinas sobre seis mil pessoas que moram nos cemitérios da capital, Manila.

Curiosos e tristes ao mesmo tempo, os cemitérios são grandes comunidades à margem da sociedade. Com sua própria estrutura e funcionamento, esses lugares comportam pequenas moradias, escolinhas, mercadinhos, botecos e muitos barracos, em situação de extrema pobreza. "São várias faces do mesmo lugar. Na mostra, trouxe de tudo um pouco, desde as coisas mais difíceis até o que tem vida. O cemitério não é só tragédia e pobreza, também tem vida. Não quis focar apenas a tristeza, mas os dois lados da história", reflete Gusmão.

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Apelidados de skeletons, zombies ou cemitery people, acredita-se que no maior deles, o North Manila Cemitery, moram aproximadamente duas mil pessoas. "O ambiente é um lugar de extrema pobreza e tem, ao mesmo tempo, vida e morte. Onde tem pobreza, tem enterro de pessoas, tem ossos humanos, mas também tem gente vivendo ali. Acho que a mensagem de tentar mostrar o que acontece nesse lugar e denunciar de alguma forma é o mais importante", conclui.

Vizinhos entre si, os cemitérios da Consolação, dos Protestantes e da Ordem Terceira do Carmo foram tombados pelo órgão municipal de patrimônio, o Conpresp. A decisão - que reverbera uma idêntica do correlato órgão estadual, o Condephaat, de 2014 - foi tomada em reunião do Conpresp ocorrida em abril e publicada no sábado no Diário Oficial da Cidade.

Dentre os 22 cemitérios públicos administrados pelo Serviço Funerário, o mais rico em histórias e o mais antigo é o da Consolação, inaugurado em 15 de agosto de 1858. Ele foi criado como medida de saúde pública: antes, os mortos eram enterrados nos arredores das igrejas, o que deixava a cidade mais propensa à disseminação de epidemias. Personalidades das mais diversas áreas estão sepultadas na Consolação: a Marquesa de Santos (1797-1867), a pintora Tarsila do Amaral (1886-1973), os escritores Oswald de Andrade (1890-1954), Mário de Andrade (1893-1945) e Monteiro Lobato (1882-1948) e o arquiteto Ramos de Azevedo (1851-1928).

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A decisão do Conpresp também ressalta, que além do peso dos ilustres ali sepultados, também é importante preservar a riqueza artística das esculturas tumulares - "verdadeiras obras de arte, executadas por artistas responsáveis pela beleza das esculturas a eles aderentes, como Victor Brecheret, Galileo Emendabili, Bruno Giorgi, Materno Giribaldi, Nicola Rollo, Francisco Leopoldo e Silva".

Desde 1858 no endereço atual (foi fundado em 1844), o Cemitério dos Protestantes tem capacidade para apenas 820 sepultados. Trata-se de um espaço tranquilo e pequeno: ali, em média, ocorrem dois enterros por mês e, na maior parte do tempo, o silêncio reina em seus 4,1 mil metros quadrados, onde há, entre túmulos e lápides, 27 pés de árvores frutíferas.

Entre os ilustres sepultados no local está o esportista paulistano Charles Miller (1874-1953), considerado o introdutor do futebol no Brasil; a pintora modernista Anita Malfatti (1889-1964); o arquiteto, engenheiro, desenhista e pintor alemão Carlos Rath (1802-1876); o empresário alemão Broder August Sönksen (1930-1987); o futebolista e atleta olímpico, também germânico, Gerog Paul Hermann Friese (1880-1945).

Já o Cemitério da Ordem Terceira do Carmo foi inaugurado em 1868. De acordo com o Conpresp, "ali as pequenas estelas são interpostas por jardins" e há "características importantes a serem preservadas e fazem um contraponto na paisagem".

Iniciaram-se há duas semanas os serviços de limpeza nos cemitérios de Belém para o Dia das Mães, celebrado no segundo domingo de maio. O mutirão de limpeza faz roçagem, capinação, retirada de entulho e lixo desde a última sexta-feira (28), em cemitérios de Belém.

No cemitério Santa Izabel, onde é esperado o maior fluxo de visitantes, estima-se a movimentação de 30 a 40 mil visitantes, no sábado e no domingo. Cerca de 70 pessoas estão divididas em duas equipes na limpeza do local. O cemitério conta com aproximadamente 48 mil sepulturas.

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Para o zelador Claudio da Silva Leal, 62 anos, que trabalha há 17 anos no Santa Izabel, o momento é de preparativos para recepcionar familiares. Dos 31 túmulos de que ele cuida, faltavam apenas oito receberem limpeza. “Nessa época, como aumenta o movimento de visitas, nós também intensificamos nosso trabalho. Aproveitamos que a prefeitura também está limpando, o que facilita nosso serviço”, afirma o zelador.

No cemitério da Soledade a roçagem e retirada de mato já foi concluída. Já no cemitério São Jorge, localizado no bairro da Marambaia, cerca de 50 funcionários atuam no mutirão de limpeza. O espaço possui quase 22 mil sepulcros e é o segundo mais visitado. Lá são esperadas em torno de 25 mil pessoas. No cemitério do Tapanã a Sesan também, promove os cuidados com 40 agentes e 11 roçadeiras.

 

 

Márcio Harnon Gomes (com informações da prefeitura de Belém).

O Ministério Público Estadual abriu inquérito para investigar denúncias de má administração no Cemitério da Consolação, no centro, entre elas a profanação dos restos mortais de Monteiro Lobato, neste ano. Segundo as denúncias, as cinzas do escritor foram encontradas do lado de fora do túmulo, que havia sido violado por criminosos.

O promotor Nelson Luís Sampaio de Andrade, do Patrimônio Público e Social da Capital, iniciou as investigações após denúncias do Movimento de Defesa do Cemitério da Consolação (MDCC) e do vereador Nelo Rodolfo (PMDB). O inquérito foi instaurado nesta terça-feira.

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À promotoria, foi relatado que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) encontrou um "saco de cinzas jogado em uma viela" do cemitério. Depois, foi constatado que eram os restos mortais de Monteiro Lobato.

"Em anos anteriores, roubaram a guirlanda e o portão de bronze do túmulo. Agora, profanaram o túmulo, remexeram na gaveta e levaram a caixa com as cinzas dele", afirma Francisco Machado, diretor do MDCC e autor da denúncia. "Os meliantes não encontraram nenhum objeto de valor e abandonaram a caixa", diz.

Foi um jardineiro autônomo, contratado por várias famílias para cuidar de túmulos, quem disse ter achado os restos mortais do escritor, há cerca de três meses. "A caixinha estava na porta do banheiro onde os coveiros se trocam. Na caixinha estava gravado ‘Monteiro Lobato’", afirma ele, que pediu para não ser identificado.

Segundo conta, os restos mortais foram recolhidos, então, pela GCM e não houve registro de boletim de ocorrência na sequência. "Devem ter pensado que era uma caixinha com joia, porque já houve outros casos assim", diz. O caso, relata, ocorreu por volta das 11 horas.

Investigação

O MPE também vai investigar denúncias de "constantes furtos de portas de bronze, casos de elevado valor artístico, bem como outros objetos externos dos túmulos". "Começou com pequenos furtos, depois foram as grades de bronze. Hoje, estão roubando até estátua de 300 quilos", diz o diretor do MDCC. De acordo com os denunciantes, mesmo registrando BOs, "nenhuma providência" foi tomada pela administração do cemitério. O inquérito também aborda suposta má administração do crematório da Vila Alpina e de outros cemitérios.

Em nota, a Prefeitura destacou que não há "absolutamente nenhum relato" da GCM sobre os restos mortais de Monteiro Lobato e que a informação dada pelos denunciantes é "equivocada". Destacou também que o cemitério tem patrulhamento 24 horas e que há duas câmeras em funcionamento no entorno da necrópole. Sobre o inquérito do MP, o governo municipal destacou que ainda não foi notificado e que o recebimento da denúncia "não corresponde à comprovação dos fatos mencionados".

'Detalhes'

A superintendente do Serviço Funerário, Lúcia Salles, afirmou em entrevista à Rádio Estadão que a GCM faz patrulha 24 horas por dia no Consolação para evitar furtos. "Ninguém chupa ou come bronze. O que precisa é uma ação da Polícia Civil contra receptação do bronze."

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta quarta-feira revelou que o governo municipal cortou praticamente metade dos gastos com manutenção e limpeza dos cemitérios – a redução foi de R$ 25,7 milhões, em 2015, para 14,8 milhões neste ano. Questionada, Lúcia negou que a redução tenha causado impacto na limpeza dos cemitérios que, segundo ela, "são parques belíssimos".

Em resposta aos problemas encontrados pela reportagem nos cemitérios da Consolação, Araçá, São Paulo e Vila Alpina, a superintendente disse que se tratava de detalhes. "O que infelizmente andam fazendo é, em vez de mostrar essa coisa lindíssima, fecham a câmera naquele ponto da sala que não está bom." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pela primeira vez desde janeiro 1856, quando o primeiro cemitério foi inaugurado na capital paulista, uma cova não será cavada com uso de pás. A partir da próxima semana, mini-escavadeiras vão substituir o trabalho manual na abertura de novos túmulos em três cemitérios da cidade de São Paulo.

As escavadeiras serão operadas pelos coveiros, que vão passar por curso de capacitação. Segundo o Serviço Funerário do Município de São Paulo, o objetivo é melhorar as "condições de trabalho dos sepultadores". Hoje, eles usam pás para abrir, em média, de 40 a 50 novas covas todos os dias.

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A previsão é que outras unidades de quadra geral e onde há muitos enterros diários também sejam equipadas com as pequenas escavadeiras - o próximo da lista seria o Cemitério Dom Bosco, mais conhecido como Cemitério de Perus, na zona norte da cidade.

Este ano, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) nesta quarta-feira (28), as flores e velas estarão mais caras para o Dia de Finados. O aumento é de 20% em relação ao mesmo período de 2014. O levantamento ocorreu nas portas dos principais cemitérios, floriculturas e supermercados da Região Metropolitana de Belém (RMB). As velas são os itens mais procurados.

Na porta dos cemitérios, os preços das flores oscilam entre R$ 3 e R$ 3,50, dependendo do tipo de arranjo. A unidade da rosa, por exemplo, subiu 11% em relação ao ano passado e está sendo vendida entre R$ 3 e R$ 3,50. Já as flores tradicionais, como Sorriso de Maria, crisântemos e o galho de Monsenhor custam R$ 3 a unidade.

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Nas floriculturas o reajuste é maior, segundo o estudo do Dieese/PA. O aumento do preço das rosas oscila entre 7% a 30%, sendo a unidade vendida, em média, a R$ 8. O buquê com seis rosas custa, em média, R$ 78, podendo chegar a até R$ 80. O buquê com 12 rosas custa de R$ 120 a R$ 150. O galho de Monsenhor e a margarida também estão mais caros e variam de R$ 2,50 a R$5 a unidade - um reajuste de 20% em relação a 2014.

Velas - Os preços das velas também variam de acordo com os locais de venda e estão mais altos. A pesquisa verificou que, na porta dos cemitérios, os preços mudam segundo a marca, tamanho e número de velas. O pacote com oito velas é vendido a R$ 6,00. Nos supermercados, o mesmo produto pode ser comprado a partir de R$ 1,70. No ano passado, o pacote mais barato custava R$ 1,28.

Dentro de uma semana será possível fazer um tour virtual por três dos mais tradicionais cemitérios paulistanos. O da Consolação, o do Araçá e o de São Paulo. Tudo via Google Street View, ferramenta que cada vez mais funciona como um visualizador do que existe no mundo.

"O plano do projeto Street View é fazer um espelho virtual do mundo. Os cemitérios são parte importante do desenvolvimento das cidades e retratam diversos momentos culturais", diz o engenheiro Tomás Nora, chefe do Google Street View no Brasil. "Esses três cemitérios foram escolhidos pela riqueza de traços culturais", complementou.

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Diferentemente de como é feito nas ruas, em que um veículo equipado com câmeras esquadrinha a cidade, no caso dos cemitérios os técnicos do Google utilizaram uma mochila, batizada de Trekker, para registrar as imagens.

No começo de outubro, em projeto semelhante, o Cemitério São João Batista, do Rio, foi o primeiro da América Latina a entrar na ferramenta. Tomás Nora diz que a intenção da empresa é fazer o mesmo em todos os cemitérios de São Paulo, porém, sem planos definidos.

História

Fundado em 1858, o Cemitério da Consolação é o mais antigo de São Paulo. Ali estão os restos mortais de célebres como Campos Sales, Marquesa de Santos, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Washington Luís, Antoninho da Rocha Marmo, Monteiro Lobato e Tarsila do Amaral.

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Ossos expostos e túmulos quebrados. Estes são alguns dos problemas encontrados em Cemitérios Públicos da Região Metropolitana do Recife. As irregularidades incomodam tanto as pessoas que vão enterrar os parentes quanto quem vai visitar algum túmulo. Nesta terça-feira (11), a equipe do LeiaJá foi a três cemitérios e flagrou diversos fragmentos ossos humanos desenterrados.

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No de Águas Compridas, em Olinda, onde foi enterrada a estudante que morreu durante o Enem, a reportagem do Portal LeiaJá encontrou ossada de diversos tamanhos: há pequenos, médios e grandes. Os ossos ficam espalhados no caminho até os túmulos e até entre as covas. 

No Recife, no Cemitério de Casa Amarela, zona norte da capital, a situação não é diferente. “Isso é uma falta de respeito com a gente. O pessoal deveria recolher tudo e guardar em um local, ou então juntar tudo e colocar em um recipiente”, disse a dona de casa Jaciara Oliveira, em visita ao túmulo da mãe.

Apesar de a situação constranger os familiares, um coveiro do local disse que este problema é costumeiro. “Ver ossos no cemitério é normal. Mas não deixamos nada abandonado, sempre recolhemos e juntamos tudo em um lugar só. Só que às vezes cai algum (osso) pequenininho no caminho e não vemos. Mas isso não é nenhuma bronca não”, disse o funcionário, que trabalha no Cemitério de Casa Amarela há 28 anos.

A reportagem ainda foi até o Cemitério de Tejipió, zona oeste do Recife. No local, também há diversos ossos espalhados. Apesar de menores, se comparados aos tamanhos dos encontrados nos outros cemitérios, eles ficam, geralmente, em trechos com muita terra e perto de covas.

Procurada pelo Portal LeiaJá, a Prefeitura do Recife, por meio da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), disse que “eventualmente, quando é realizada a escavação para a abertura de novos túmulos, ossos muito antigos podem ficar expostos. Isso ocorre, porque, historicamente, havia um costume de utilizar um túmulo já existente para o enterro de outra pessoa, aprofundando o local”. 

Ainda segundo o órgão, “este tipo de procedimento não acontece mais”. A Empresa também disse que quando os ossos expostos são localizados pela equipe da Emlurb, eles são recolhidos e enterrados de forma coletiva no cemitério do Parque das Flores, no bairro de Tejipió. 

Já a Prefeitura de Olinda disse, em nota, que “no último final de semana parte do ossuário do Cemitério de Águas Compridas foi danificado pela ação de vândalos”. No entanto, o órgão garantiu que já está tomando as devidas providências para que os ossos sejam retirados do local. 

 

Muitas pessoas  chegaram cedo neste domingo (2) ao Cemitério de Santo Amaro, situado na área central do Recife. O Dia de Finados movimenta o local desde o início da manhã com missas e performances teatrais sacras para lembrar os entes queridos.

O padre Gleiber Dantas, que celebrou a primeira missa, falou sobre a importância de renovar a fé. "A morte sempre deixa saudade, mas é preciso ter fé no Senhor para curar as angústias e tristezas. Hoje é dia de celebração à ressurreição de Jesus Cristo também. Temos que lembrar como forma de dignidade humana", relatou.

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As missas serão realizadas até às 16h de hoje e, às, 11h, quem presidirá será Dom Fernando Saburido. Incluindo a programação de Finados, estão apresentações itinerantes e fixas do Projeto Concerto para Vida. Haverá também recitais poéticos por volta das 14h.  "Temos que dar importância a esse dia, porque Cristo venceu a morte ressuscitando, como disse o padre. Vou ficar por aqui o dia todo para acompanhsr as celebrações e rezar por aqueles que não estão entre nós", disse a dona de casa Cláudia Cristina.

A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) realizou um investimento de R$ 70 mil para revitalização de uma área do calçamento do cemitério para receber a população. A expectativa, segundo a Emlurb, é receber 100 mil pessoas nos cinco cemitérios públicos da capital pernambucana e, somente em Santo Amaro, são esperadas 50 mil pessoas.

Grande Recife 

Os cemitérios de Guadalupe e de Águas Compridas, em Olinda, terão missas no Dia de Finados, com horário de visitação até às 20h. No cemitério Morada da Paz, em Paulista, haverá palestras espíritas, além de missas, cultos evangélicos e apresentações de música gospel. Foi montada uma estrutura com tendas, palco e cadeira com expectativa de receber 15 mil pessoas. Pétalas de rosas serão jogadas no cemitério em homenagem aos que já se foram. No Cabo de Santo Agostinho, no Litoral Sul de Pernambuco, os quatro cemitérios públicos funcionarão das até às 20h para atender cerca de 10 mil visitantes, público estimado pela Prefeitura do município.

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