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Com o baixo nível dos estoques mundiais e a defasagem de preços em relação ao mercado internacional, o risco de falta de diesel entrou no radar da cadeia do produto, que já tem registro de problemas pontuais. Na terça-feira (24), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) emitiu nota alertando para o risco de desabastecimento no início do segundo semestre. Enquanto isso, o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, afirmou que o Brasil não vai passar imune à escassez global do produto, principalmente se a Petrobras não alinhar seus preços aos do exterior. A defasagem ontem estava baixa (2%), mas é sensível à variação do dólar e oscila, tanto que em 8 de março, por exemplo, chegou a 28%.

Os caminhoneiros, que já reclamavam do preço, agora têm mais um fator de estresse. "Exigimos transparência com relação ao estoque de diesel para o mercado interno", afirmou em nota nesta semana o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão. "Até o momento, não está faltando (em larga escala), mas estou preocupado", disse ele ontem ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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Recém-saído do cargo, o ex-presidente da Fecombustíveis Paulo Miranda disse que já houve problemas pontuais em postos com bandeira branca (sem marca das distribuidoras). "Não tenho relato de falta sistêmica, mas já tivemos problema de posto do interior do Ceará ficar até três dias sem combustível; é igual uma padaria ficar três dias sem pão para vender", comparou.

Ele explicou que as grandes bandeiras - Ipiranga, Shell (Raízen) e Vibra - ficam com 70% do diesel vendido pela Petrobras e importam o restante, diluindo a diferença de preços entre os mercados interno e externo. Já os postos sem bandeira compram pouco da Petrobras e dependem de importadores regionais, ficando em desvantagem.

O risco de falta de diesel no segundo semestre pode ser agravado pelo consumo extra por questões sazonais (férias no Hemisfério Norte e safra) e circunstanciais. Além de ter havido a retomada da economia com o fim do isolamento social, a guerra entre Rússia e Ucrânia deslocou o fluxo de venda de diesel para a Europa a fim de compensar os cortes de fornecimento de petróleo e gás russo. Com estoques baixos, os Estados Unidos também estão com demanda acima do normal, o que reduz ainda mais a oferta para outros países.

'Falta de previsibilidade'

"No Brasil, o que preocupa é a defasagem de preço e a falta de previsibilidade. Os grandes importadores (Petrobras, Ipiranga, Raízen e Vibra) têm feito importações elevadas, mas os outros 300 importadores do mercado não estão conseguindo", disse o presidente da Abicom.

Na Raízen, o presidente Ricardo Mussa disse que, por enquanto, a situação ainda está "dentro do controlável". A empresa continua a importar o produto e a pagar mais para honrar os contratos com seus clientes. "O problema ainda não passou, a tempestade continua, e estamos no meio dela. Mas temos conseguido navegar bem. Conseguimos passar por momentos difíceis até agora", disse Mussa durante o Raízen Day, na quarta-feira, em São Paulo.

Conforme o presidente da Abicom, o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) estão monitorando os estoques. "Todos nós temos de informar o nível de estoques e a expectativa de importação para a ANP e o MME", afirmou.

Questionada, a ANP se limitou a dizer que "monitora o abastecimento nacional de combustíveis líquidos de forma sistemática por meio do acompanhamento dos fluxos logísticos em todo o território brasileiro" e que, "na presente data, o abastecimento com diesel aos consumidores se mantém regular".

Araújo confirmou faltas pontuais relatadas à Abicom. "A dificuldade mesmo será no segundo semestre em função da incerteza. Não podemos fazer contratos sem previsibilidade de preço. Pode até mesmo não haver o produto e, se houver, vai estar muito caro. É difícil tomar uma decisão agora, ainda mais com a declarada intervenção do governo na Petrobras", disse, referindo-se à indicação de um integrante do Ministério da Economia para presidir a estatal.

Produtores pressionam por mais uso do biodiesel

O risco de um desabastecimento de diesel no segundo semestre no País levou o setor de biodiesel a defender o aumento da mistura do produto ao diesel, de 10% para 14%. Segundo o presidente do conselho de administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), Francisco Turra, essa seria uma opção para amenizar eventual impacto nas bombas de combustíveis.

O Brasil gastou só em abril US$ 1,4 bilhão com a importação de diesel fóssil, maior dispêndio mensal com importação de diesel desde novembro de 2012. No ano, as importações já somam US$ 3,4 bilhões, e a tendência é de que a conta fique ainda mais salgada no segundo semestre, se a já apertada comercialização de diesel no mercado internacional ficar mais estressada, como preveem especialistas.

"Uma avaliação indicou que cada ponto porcentual de aumento no teor de biodiesel resulta em um ganho para a sociedade de R$ 30 bilhões por ano, contabilizando os aspectos sociais, ambientais, de saúde pública e econômica, a redução de custos, aumento de produção, abertura de novos postos de trabalho e melhoria da qualidade de vida com a redução da poluição ambiental", disse Turra.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após trocar o comando da Petrobras, o presidente da República, Jair Bolsonaro, deu indicações de que realizará mudanças também na diretoria da estatal, como já antecipado pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. "Se ficar mais seis meses, eles podem ter uma política de continuísmo do que vinha acontecendo", declarou o chefe do Executivo a jornalistas na saída de uma igreja em Brasília.

Irritado com a alta do preço dos combustíveis em ano eleitoral, Bolsonaro demitiu Bento Albuquerque do Ministério de Minas e Energia e José Mauro Coelho da presidência da Petrobras.

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Para a pasta, nomeou Adolfo Sachsida, que integrava o Ministério da Economia; para a estatal, indicou Caio Paes de Andrade, outro braço-direito de Paulo Guedes.

A mudança na cúpula da estatal abre caminho para mudanças na diretoria. Como mostrou a reportagem, o governo deve indicar Iêda Cagni para presidir o Conselho de Administração da Petrobras e alterar a composição das outras cinco vagas a que tem direito na composição do Conselho.

Bolsonaro reiterou críticas à Petrobras e disse que o Brasil paga R$ 6 bilhões em fundo de pensão para "velhinhos norte-americanos", em referência à distribuição de dividendos da empresa, que tem ações negociadas em bolsa aqui e no exterior.

"Quem vendeu os papéis para minoritários? O governo Lula", declarou o presidente da República, dando novo tom eleitoral para o impasse dos combustíveis.

"Os minoritários têm poder enorme dentro da Petrobras, não querem saber e a gasolina está a R$ 8 e o diesel a R$ 7. Eles querem ganhar dinheiro, virou Petrobras Futebol Clube, até o fim social prevista na constituição não é cumprido. É a petrolífera que mais lucra no mundo", disparou o chefe do Executivo, que chamou o lucro da Petrobras de "estupro".

A disputa entre o governo federal e os Estados sobre a cobrança do ICMS dos combustíveis subiu mais um degrau. O presidente Jair Bolsonaro e o advogado-geral da União, Bruno Bianco, apresentaram petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar fazer valer a proposta apresentada nesta semana ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) pelo Ministério da Economia: alterar a regulamentação do ICMS único do diesel.

Pela sugestão levada ao Confaz na quinta-feira, o governo quer que seja aplicada a norma de transição prevista na lei que mudou as regras de cobrança do tributo sobre o combustível, sancionada em março. Ela determina que os Estados usem a média móvel dos preços médios ao consumidor nos 60 meses anteriores à fixação da incidência. Ao STF, a AGU diz ser necessário efetivar essa norma.

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Em resposta, o Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda (Comsefaz) enviou ainda na sexta-feira ofício pedindo que o ministro Paulo Guedes encaminhe à Corte "imediatamente" uma solicitação para o tribunal não deliberar sobre o novo pedido de Bolsonaro sem a oitiva formal do Confaz.

Na petição ao Supremo, a AGU afirmou que o Confaz não avançou em formulação nova, mesmo após a decisão de Mendonça - por isso, manteve o "estado de inércia" quanto ao que foi estabelecido pela lei complementar que alterou as regras.

Na manifestação, a AGU e Bolsonaro alegam que o Confaz resiste em observar os comandos definidos pelo Congresso, como é o caso da norma de transição, e dizem que o descumprimento das normas passa ainda por uma "contumaz omissão na efetivação da transparência acerca da tributação dos combustíveis".

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) garantiu que seu pai, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), não vai mudar a política de preços da Petrobras, que hoje atrela o preço dos combustíveis à cotação do barril de petróleo no mercado internacional. Em entrevista a uma emissora de televisão, o parlamentar jogou a responsabilidade de conter a alta dos combustíveis no Conselho de Administração da estatal.

"Com certeza, não vai mudar a política de preços. Se fosse para fazer, já teria feito. Grande parte da solução desse problema passa por decisão do Conselho da Petrobras, de pegar parte do lucro que ela tem e fazer com que o preço final da bomba diminua, não se de que forma", declarou o filho "Zero Um" do presidente.

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Ainda na entrevista, Flávio afirmou que qualquer interferência na Petrobras causaria instabilidade no mercado, incluindo a variação do dólar e das ações da companhia.

"Se a Petrobras muda a política de preços, a consequência é o desabastecimento do Brasil", avaliou o senador, coordenador da campanha à reeleição do pai.

Preocupado com o efeito da alta dos preços na popularidade do governo em ano eleitoral, Bolsonaro tem ampliado os ataques à Petrobras e cobrado redução na margem de lucro.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro chegou a chamar o lucro da empresa de "estupro".

A mudança no formato do frete dos combustíveis, proposta que entrou nas discussões do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, poderia trazer algum alívio aos preços, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão.

Hoje, ao vender o combustível para as distribuidoras, a Petrobras arca com o frete, que já vai embutido no preço. É o modelo CIF (sigla em inglês para custo, seguro e frete). A ideia é mudar o sistema para FOB (ou livre a bordo, em português), no qual o comprador assume o frete e os riscos.

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A lógica é que os clientes conseguiriam ser mais eficientes do que a estatal na contratação do frete, diz o especialista em logística Antonio Wrobleski, presidente do conselho de administração da BBM Logística. Segundo ele, as empresas podem, por exemplo, ter um custo menor com seguros. "Normalmente, as companhias brigam pelo preço do frete e seguro até o último centavo."

No caso da Petrobras, com as amarras de uma estatal e exigências para se enquadrar nas regras de compliance, essa negociação às vezes pode ser inviável, diz o especialista. Embora tenha ganho de escala pelo seu tamanho, a estatal usa poucos fornecedores, o que diminui a competitividade.

Para o advogado Larry Carvalho, especialista em transportes, muitas vezes as empresas com vendas CIF embutem no preço uma margem de taxa de administração, que encarece o frete.

Segundo fontes ligadas ao governo, essa mudança poderia implicar redução de até 15%. Os especialistas, porém, calculam um impacto um pouco menor, em torno de 10%, e que poderia diminuir ainda mais na bomba, porque envolve custos como impostos e margem dos revendedores.

Em nota, a Petrobras disse que o "preço de paridade de importação (PPI), estimado com cálculo análogo ao dos preços CIF, é apenas uma referência do valor de determinada commodity colocada no Brasil, ou qualquer economia aberta, através de importação".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em mais uma ação para aliviar a pressão dos caminhoneiros ao governo diante da escalada do preço dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro editou Medida Provisória que permite a revisão da Tabela do Frete sempre que houver oscilação superior a 5% no preço do óleo diesel em relação ao preço de referência. O gatilho anterior para o aumento dos valores do frete era de 10%. A decisão vem em um momento que a alta do preço dos combustíveis tem preocupado o comitê de campanha de Bolsonaro à reeleição.

A Medida Provisória, publicada no Diário Oficial da União (DOU), modifica a lei que instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas em 2018, quando o então presidente Michel Temer precisou tomar uma série de ações para pôr fim a uma greve de caminhoneiros que parou o País.

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Pela legislação anterior, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deve reajustar a tabela do frete a cada seis meses ou quando a variação do preço do diesel fosse igual ou superior a 10%. Agora, esse trecho do gatilho foi alterado para 5%.

Na semana passada, depois que a Petrobras reajustou em 8,87% o preço do óleo diesel nas refinarias, a ANTT chegou a esclarecer que atualizaria o piso mínimo do frete rodoviário "caso constatada uma variação superior a 10% com relação ao preço de referência" adotado na tabela atual. "A ANTT monitora sistematicamente a variação do preço do óleo diesel S10, a partir da pesquisa semanal realizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Caso constatada uma variação superior a 10% com relação ao preço de referência, será realizada atualização da tabela de piso mínimo", disse a agência em resposta encaminhada ao Estadão/Broadcast. Desde a semana passada, o preço médio de venda de diesel repassado das refinarias da Petrobras para as distribuidoras é de R$ 4,91 por litro, R$ 0,40 a mais por litro.

A atualização da tabela do frete não é feita de forma imediata, porque o reajuste da Petrobras refere-se ao preço do combustível nas refinarias, enquanto o valor adotado como referência na tabela do frete é a média dos preços praticados nas bombas dos postos de combustíveis, auferido em levantamento semanal feito pela ANP, e não os anunciados pela petroleira. A atualização mais recente da tabela foi feita em 19 de março, com valor de referência do óleo diesel S10, de R$ 6,751 por litro. Desde lá, houve avanço de 0,05% no preço médio do combustível nas bombas, conforme o levantamento mais recente da ANP, de 6 de maio, medido em R$ 6,775 por litro.

Em comunicado sobre a Medida Provisória de hoje enviado à imprensa, o governo diz que o preço do diesel acompanha a cotação internacional do petróleo e, por isso, tem sofrido movimentos ascendentes bruscos, decorrentes da nova realidade de confronto entre a Rússia e a Ucrânia. "Os desequilíbrios que esse conflito tem ocasionado nas conformações geopolíticas que determinam a disponibilidade e os preços do petróleo, somada à variação cambial, tem impactado o preço do óleo diesel no mercado interno, que acumula alta de 52% nos últimos 12 meses", destaca a Secretaria-Geral da Presidência.

"Esse cenário impõe aprimoramentos à Política de Pisos Mínimos de Frete, de modo que a medida reduz para 5% a oscilação do preço do diesel que determina a revisão da tabela. Com isso, pretende-se dar sustentabilidade ao setor do transporte rodoviário de cargas, e, em especial, do caminhoneiro autônomo, de modo a proporcionar uma remuneração justa e compatível com os custos da atividade", acrescenta.

Os preços médios do etanol hidratado caíram em 16 Estados e no Distrito Federal nesta semana, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. O preço subiu em outros dez Estados. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o País, o preço médio do etanol recuou 2,17% na semana em relação à anterior, de R$ 5,441 para R$ 5,323 o litro.

Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média caiu 2,75% na semana, ficando a R$ 5,049 o litro. O Distrito Federal foi a unidade da federação com maior recuo na semana, de 3,17%, a R$ 6,146/litro.

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O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 4,29 o litro, em São Paulo, e o menor preço médio estadual, de R$ 4,883, foi registrado em Mato Grosso. O preço máximo, de R$ 7,890 o litro, foi verificado em um posto do Rio Grande do Sul. O maior preço médio estadual, de R$ 6,623, foi observado também no Rio Grande do Sul.

Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no País subiu 6,16%. O Estado com maior alta no período foi Alagoas, com 10,35% de valorização mensal do etanol, para R$ 5,746.

Competitividade

O etanol recuperou a competitividade de preços frente à gasolina nos Estados de Goiás e Mato Grosso após algumas semanas em que o combustível fóssil era mais vantajoso em todas as Unidades da Federação, mostra levantamento da ANP compilado pelo AE-Taxas. Os critérios consideram que o etanol de cana ou de milho, por ter menor poder calorífico, tenha um preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso. Em Goiás, a paridade ficou em 68,46% e em Mato Grosso, em 69,14%.

Na média dos postos pesquisados no País, o etanol está com paridade de 72,94% ante a gasolina, portanto menos favorável do que o derivado do petróleo, embora a diferença tenha caído frente à semana anterior. Em São Paulo, a paridade continua se aproximando dos 70%, mas ainda está acima desse patamar, em 72,73%.

Executivos do setor afirmam que o etanol pode ser competitivo com paridade maior do que 70% a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado.

O diesel teve aumento de 3,3% nos postos de abastecimento na semana de 8 a 14 de maio, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgados nesta sexta-feira, 13. O preço médio no País ficou em R$ 6,85 o litro, sendo o valor mais alto de R$ 8,30 e o mais baixo de R$ 5,49.

O aumento reflete a alta de 8,9% no diesel anunciada pela Petrobras no início da semana, que mais uma vez provocou a reação do presidente Jair Bolsonaro contra a política de paridade de importação (PPI) da estatal. Por esta política, os preços nas refinarias da empresa acompanham a alta do petróleo no mercado internacional, acrescidos dos custos referentes à importação e à variação do câmbio.

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A alta do combustível desagradou também os caminhoneiros, que voltaram a discutir uma paralisação nacional por causa de mais um reajuste no preço do diesel pela Petrobras, além da decisão do governo Bolsonaro de privatizar a companhia.

Nem a gasolina nem o Gás Natural Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, tiveram os preços alterados. A gasolina ficou com os preços praticamente estáveis na semana, com preço médio de R$ 7,29 o litro e o GLP caiu 0,15%, para um preço médio de R$ 112,93 o botijão de 13 quilos.

O litro da gasolina comercializado nos postos de abastecimento do País registrou alta de 0,70% no preço em maio (até o dia 12) e fechou a R$ 7,55. Já o etanol continuou registrando altas mais expressivas e fechou os primeiros dias do mês a R$ 6,15, valor 3,69% mais caro, se comparado ao fechamento do mês anterior. Os dados são da Ticket Log.

"Se compararmos o valor atual com o fechamento de 2021, já estamos pagando 9,5% a mais pela gasolina em 2022 e 6,5% mais caro pelo litro do etanol", destaca Douglas Pina, diretor-geral de Mainstream da Divisão de Frota e Mobilidade da Edenred Brasil.

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Apenas cinco Estados de duas regiões brasileiras apresentaram baixa no preço da gasolina. No Nordeste, o Rio Grande do Norte registrou redução de 1,28% no preço do combustível; Pernambuco de -0,51%; o Maranhão de -0,21%; e Alagoas de -0,13%. A Região Norte também apresentou baixa no preço, porém somente no Tocantins de -0,12%. Na média para a respectiva região o cenário foi de alta de 0,65% no preço do combustível.

Apesar dos recuos listados, a gasolina que segue liderando com o maior preço médio do País é comercializada nas bombas de abastecimento do Nordeste, a R$ 7,63, alta de 0,66%. A análise da menor média para esse combustível repetiu resultados anteriores e foi registrada na Região Sul, com o litro a média de R$ 7,21.

Já o etanol não apresentou recuo no preço médio em nenhuma região e o litro mais caro deixou de ser comercializado nos postos do Norte, como ocorreu no fechamento de abril, e passou a ser registrado no Sul neste início de mês, a R$ 6,35, alta de 3,91%. O litro mais barato para o etanol foi novamente encontrado nos postos do Centro-Oeste, a R$ 5,75.

No recorte por Estado, a Bahia voltou ao topo do maior aumento do País para a gasolina (5,16%), que passou de R$ 7,36 para R$ 7,74. A maior média continua sendo comercializada nos postos de abastecimento do Piauí, a R$ 8,17, alta de 0,29%. Já a menor média foi encontrada no Rio Grande do Sul, a R$ 7,02.

Não houve redução no preço do etanol em nenhum Estado brasileiro e a alta mais expressiva, que no mês passado foi encontrada nos postos de São Paulo, desta vez foi registrada no Ceará, com valor 9,56% mais caro, que passou de R$ 6,13 para R$ 6,71. O litro mais caro para o etanol foi comercializado no Pará, a R$ 6,76, com alta de 1,17%; e o mais barato em São Paulo, a R$ 5,20.

"De acordo com o levantamento da Ticket Log, os acréscimos no preço do etanol já refletem na análise do combustível mais vantajoso para abastecimento e, nesses primeiros dias do mês, o combustível se apresentou como opção mais favorável apenas para duas cidades do País, Goiás e Mato Grosso, diferentemente do mês passado, que chegou a cinco", conclui Pina.

Os caminhoneiros voltaram a discutir uma paralisação nacional por causa de mais um reajuste no preço do diesel anunciado pela Petrobras, além da decisão do governo Bolsonaro de agora afirmar que pretende privatizar a companhia.

Vídeos de caminhoneiros viralizam na rede social TikTok. Neles, os trabalhadores aparecem em postos, abastecendo seus tanques. Em um desses vídeos, o caminhoneiro registra que o valor total na bomba ultrapassa R$ 5.500, para armazenar pouco mais de 600 litros do combustível. O litro, na região de Barreiras, na Bahia, é vendido por R$ 8,24.

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"Não tem condições, vou ter que fazer outro abastecimento ainda, para chegar a Mato Grosso. O frete foi R$ 11 mil. Não tem condições, os caminhões vão parar. É pane seca nas rodovias", diz o caminhoneiro.

Em países como Canadá e Estados Unidos, o TikTok se transformou na principal ferramenta de mobilização dos caminhoneiros, que organizaram paralisações em diversas cidades.

Na segunda-feira, a Petrobras anunciou um aumento de 8,87% no preço do diesel em suas refinarias. O preço do combustível nos postos já acumula alta de 96% no governo Bolsonaro, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, pretende reunir representantes da classe no próximo domingo, para discutir uma paralisação nacional da categoria. "A situação passou de todos os limites e o diesel ainda está com o preço 10% defasado com base no preço internacional, ou seja, tem mais aumento nas bombas em breve", afirmou a associação, em carta. "O cenário é de pré-caos."

A associação também diz ser contra a privatização da Petrobras. "O Brasil precisa de uma estratégia de curto prazo para frear essa voracidade da Petrobras em saquear o bolso dos brasileiros, e não vender a PPSA e a Petrobras", afirma a Abrava.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O novo aumento no preço do diesel nas refinarias, anunciado nesta segunda-feira (9) pela Petrobras, ajuda a encarecer os preços dos alimentos, afirmou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, em nota.

"O novo aumento do diesel anunciado nesta segunda-feira (9/5) é mais uma medida com impactos cruéis sobre a inflação e que contribui ainda mais para a explosão dos preços da comida dos brasileiros", declarou Bacelar, na nota da entidade.

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A Petrobras elevará o preço do óleo diesel nas refinarias nesta terça-feira (10) em cerca de 8,87%. O preço médio de venda de diesel para as distribuidoras passará de R$ 4,51 centavos para R$ 4,91 por litro, R$ 0,40 centavos a mais. Os preços de gasolina e do GLP (gás liquefeito de petróleo) permanecerão, por ora, inalterados. A companhia justificou o aumento ressaltando que o megarreajuste feito em 11 de março "refletia apenas parte da elevação observada nos preços de mercado" e que, no momento, há uma redução mundial na oferta de diesel, o que pressiona os preços globalmente.

A FUP calcula que, na gestão de Jair Bolsonaro na Presidência da República, ou seja, de janeiro de 2019 a 9 de maio de 2022, houve um aumento de 155,8% no preço da gasolina nas refinarias, enquanto o óleo diesel subiu 165,6%, e o GLP encareceu em 119,1%, "levando o preço médio do botijão de gás de 13 quilos para acima de R$ 120,00".

"A estratégia da Petrobrás, sob a vigência do PPI (política de Paridade de Preço Internacional), está ancorada na geração de caixa com objetivo de ampliar a distribuição de dividendo", criticou Bacelar.

Com o câmbio e os preços de referência da gasolina e do óleo diesel no mercado internacional estabilizados em um patamar elevado, as defasagens em relação ao preços praticados no mercado interno pela Petrobras continuam altas, com o diesel registrando uma diferença média de 21% e a gasolina de 17%, informa a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Em alguns portos que balizam os preços da estatal, a defasagem do diesel chegou a 25% (Itaqui, Suape, Santos e Araucária) e da gasolina 19% (Araucária) na quinta-feira.

Já no porto de Aratu, na Bahia, Estado onde está localizada a Refinaria de Mataripe, controlada pela Acelen, braço do fundo de investimento árabe Mubadala, a defasagem do diesel era de 5% e da gasolina de 10%, devido a reajustes semanais.

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A Petrobras está há 57 dias sem reajustar os dois combustíveis. De acordo com entrevista exclusiva do presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), no início da semana, "no momento certo" o reajuste será feito.

Segundo a Abicom, para equiparar os preços com o mercado internacional a estatal teria que elevar o preço do litro do diesel em R$ 1,27 e da gasolina em R$ 0,78.

Na quinta-feira, porém, o presidente da República, Jair Bolsonaro, mandou recados explícitos para Coelho, como fazia com seus antecessores dias antes dos aumentos dos combustíveis.

O presidente chegou a antecipar o lucro da Petrobras no primeiro trimestre de 2022, que ainda não havia sido divulgado, e classificou os altos ganhos da empresa como um "estupro".

Ele chegou a ameaçar o Brasil de quebra, em um eventual aumento por parte da empresa, principalmente do diesel, que afeta os caminhoneiros, apoiadores do presidente nas eleições de 2018.

Minutos depois, a estatal divulgou que lucrou R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre do ano. A alta se deveu principalmente ao preço elevado do petróleo no mercado internacional e ao aumento de margem de lucro no diesel.

O preço da gasolina bateu novo recorde, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em todo País. O preço médio do combustível ficou em R$ 7,270 o litro na semana de 17 a 23 de abril, superando o recorde anterior de R$ 7,267, registrado na semana de 13 a 19 de março.

Em alguns postos da cidade de São Paulo, a gasolina chega a ser vendida a R$ 8,599 o litro.

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Em relação à semana passada, a gasolina subiu 0,7%, segundo o levantamento da ANP.

O combustível foi o maior impacto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de abril, divulgado nesta quarta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com alta de 7,51%.

O diesel teve alta de 0,2% de 17 a 23 de abril, atingindo média de R$ 6,6 o litro na média do País, com o preço mais alto registrado no Acre, de R$ 7,9 o litro.

Já o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) teve o preço reduzido para R$ 113,24, queda de 0,3% em relação aos R$ 113,66 registrados na semana anterior.

O preço máximo encontrado foi de R$ 160,00, em Caçador, Santa Catarina.

Os preços médios do etanol hidratado subiram em 21 Estados e no Distrito Federal nesta semana, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. O preço caiu em outros 4 Estados, e permaneceu estável no Amapá. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o País, o preço médio do etanol subiu 4,87% na semana em relação à anterior, de R$ 5,241 para R$ 5,496 o litro.

Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média do etanol hidratado ficou em R$ 5,317 o litro, alta de 5,589% ante a semana anterior.

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O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 4,479 o litro, em São Paulo, e o menor preço médio estadual, de R$ 5,138, foi registrado em Mato Grosso. O preço máximo, de R$ 7,699 o litro, foi verificado em um posto do Rio Grande do Sul. Já o maior preço médio estadual, de R$ 6,595, foi observado no Rio Grande do Sul.

Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no País subiu 11,30%. O Estado com maior alta no período foi São Paulo, com 13,27% de valorização mensal do etanol, para R$ 5,317. Na apuração semanal, a maior alta porcentual de preço, de 5,93%, foi observada na Bahia.

A redução de 5,6% promovida pela Petrobras no gás de cozinha no último dia 9 já perdeu efeito e o combustível voltou a subir na semana de 10 a 16 de abril, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A gasolina também teve leve alta, enquanto o diesel registrou ligeiro recuo na comparação com a semana anterior.

O preço médio do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) de 13 quilos, ou gás de cozinha, subiu de R$ 113,54 para R$ 113,66, com o mais caro voltando ao patamar de R$ 160,00, contra R$ 150,00 uma semana antes, no Centro-Oeste. O mais barato foi encontrado a R$ 78,00 no Nordeste.

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A gasolina subiu 0,3%, para o preço médio de R$ 7,219 o litro, com o preço mais alto e o mais baixo registrados no Sudeste, de R$ 8,499 e R$ 6,099, respectivamente. O preço médio de venda do diesel no País caiu 0,2%, ara R$ 6,587 o litro, com o mais caro a R$ 7,900 na região Norte e o mais barato a R$ 5,200 na região Sudeste.

O preço do petróleo continua volátil no mercado internacional, impactado pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e tem girado em torno dos US$ 100 o barril, com alguma redução no preço dos derivados. No caso do Brasil, a valorização do real frente ao dólar também tem refletido nos preços, mesmo que de forma quase imperceptível para o consumidor.

Mesmo com os preços elevados, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) afirma que não há condições para a importação por pequenas e médias empresas, levando em conta o preço do petróleo, os custos do frete marítimo e o câmbio.

Nesta terça-feira, a Abicom estimou uma defasagem média dos preços internos dos derivados de petróleo em 14% para o óleo diesel e 6% para a gasolina, em relação ao preço de paridade de importação (PPI), política praticada pela Petrobras.

Nos portos usados como parâmetro pela estatal, a defasagem chega a tingir 16% no caso do diesel (Santos e Araucária) e 8% na gasolina nos mesmos portos.

No porto de Aratu, Bahia, onde fica a única refinaria relevante privada brasileira, a defasagem é de 8% para o diesel e de 4% na gasolina. A Refinaria de Mataripe tem feito reajustes quase semanais dos preços, ao contrário da Petrobras, que tem mantido os preços congelados por alguns tempo para evitar o repasse imediato da volatilidade do mercado internacional para o mercado brasileiro.

Os preços médios do etanol hidratado subiram em 21 Estados e no Distrito Federal nesta semana, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. O preço caiu em outros 4 Estados, e permaneceu estável no Amapá. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o País, o preço médio do etanol subiu 4,53% na semana em relação à anterior, de R$ 5,014 para R$ 5,241 o litro.

Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média do etanol hidratado ficou em R$ 5,036 o litro, alta de 5,89% ante a semana anterior.

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O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 4,099 o litro, em São Paulo, e o menor preço médio estadual, de R$ 4,927, foi registrado em Mato Grosso. O preço máximo, de R$ 7,696 o litro, foi verificado em um posto do Rio Grande do Sul. Já o maior preço médio estadual, de R$ 6,450, foi observado no Amapá.

Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no País subiu 12,81%. O Estado com maior alta no período foi Mato Grosso, com 17,23% de valorização mensal do etanol, para R$ 4,927. Na apuração semanal, a maior alta porcentual de preço, de 5,89%, foi observada em São Paulo.

A Justiça Federal negou o pedido de suspensão da política de preços da Petrobras para combustíveis, requerido pelos caminhoneiros. Na decisão, a magistrada Maria Cristina de Brito Lima, da 6ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, afirmou que o pedido "fere" o princípio da livre iniciativa, intervenção que é vedada ao Judiciário.

"O Estado não pode pretender que a empresa privada, em lugar de buscar o lucro, oriente sua atividade para a consecução dos princípios fins da ordem econômica como um todo, com sacrifício da livre iniciativa. Assim a ocorrer, haveria dirigismo, que representa, sem devaneios, uma opção por um modelo historicamente superado no País", escreveu a juíza na decisão.

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Os caminhoneiros pediam na ação a suspensão da Política de Paridade de Preço Internacional (PPI) da Petrobras, que vincula o preço interno dos combustíveis ao preço internacional do barril de petróleo e ao dólar, e a aplicação pela Petrobras aos preços do valor da produção nacional do barril de petróleo baseado em custos locais. A ação civil pública foi aberta em 12 de março pela Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), que alega que a PPI causa reajustes constantes e elevados nos preços dos combustíveis e que, por meio dela, a Petrobras comete infração contra a ordem econômica.

A juíza afirmou também que a política questionada não é de consumo, porque a Petrobras não vende diretamente ao consumidor final. "Entre o preço que ela pratica no mercado de insumos e aquele final cobrado ao consumidor incidem acréscimos que não podem ser a ela atribuídos, tais como impostos e encargos", disse a magistrada. Durante o processo, a estatal e a União foram ouvidas pela Justiça.

A Petrobras informou nesta sexta-feira, 8, que o preço do Gás Natural Liquefeito de Petróleo (GLP) será reduzido em média em 5,5% a partir do sábado, 9, nas refinarias da estatal. O preço do quilo do GLP passa a ser de R$ 4,23, informou a companhia. Em 11 de março, a Petrobras havia elevado o combustível em 16%, acompanhando a alta do preço do petróleo.

"Acompanhando a evolução dos preços internacionais e da taxa de câmbio, que se estabilizaram em patamar inferior para o GLP, e coerente com a sua Política de Preços, a Petrobras reduzirá seus preços de venda às distribuidoras", disse a empresa. A gasolina e o diesel permanecem com os preços inalterados.

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Com a queda, o gás de cozinha, de 13 quilos, passa a ser de R$ 54,94 em média, refletindo redução média de R$ 3,27 por 13 kg, segundo a Petrobras.

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o botijão de 13 quilos era vendido na semana de 27 de março a 2 de abril ao preço médio de R$ 113,63 no território nacional, com o preço mais alto atingindo R$ 160.

"A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato para os preços internos, das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais", informou a companhia.

Se você pesquisou por viagens aéreas recentemente, provavelmente ficou impressionado com os preços disponíveis, especialmente para trechos domésticos. Nem mesmo o esforço para ser flexível com as datas de viagem e aeroportos de destino têm sido suficientes para garantir um bom negócio, ainda que a escolha seja durante a baixa temporada e na categoria promocional.

Com as tarifas aéreas em gráfico crescente, as companhias aéreas não foram tímidas em dizer aos viajantes que os preços só tendem a ficar mais altos, seja inverno ou verão. Esse problema já dava sinais no início da pandemia, com o grande número de cancelamentos e reagendamentos dos voos nacionais. A demanda diminuiu abruptamente em todo o mundo e companhias tiveram demissões em massa para dar conta de deixar as portas abertas.

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Apesar do retorno gradual das atividades e do turismo, a crise ainda é realidade para o setor. Recentemente, as passagens passaram a ter momentos pontuais de queda, mas é necessário bastante procura e rapidez para encontrar um trecho que se assemelhe aos valores anteriores. Um dos principais motivos para a nova alta é a disputa por combustível de preço competitivo em todo o globo.

O último aumento foi anunciado em março, há menos de um mês, e as empresas foram transparentes ao afirmar que o consumidor pagaria parte da conta. No último dia 18, a Latam comunicou que iria suspender temporariamente, a partir de abril, 21 rotas nacionais por conta do aumento dos combustíveis. O anúncio veio quatro dias após a empresa comunicar, em nota, que o impacto nos custos das companhias em decorrência da guerra na Ucrânia é "inegável" e que a alta do preço do querosene da aviação afetará o valor das passagens.

“A elevação do preço do petróleo e seus derivados, dentre eles o querosene de aviação, tem impactado significativamente nos custos do setor aéreo, a elevação dos custos é repassada para o preço das passagens. Outro fator que tem contribuído para a elevação dos preços são as restrições de ocupação das aeronaves na pandemia; se antes da pandemia um Boeing 737 transportava 149 pessoas, uma restrição de 50% da capacidade derrubaria pela metade a receita com a venda de passagens, ou seja, o mesmo trajeto e custo, porém com 50% da receita, as companhias tiveram que aumentar os preços”, aponta Djalma Guimarães, economista e professor entrevistado pela LeiaJá, como fatores iniciais.

O LeiaJá consultou comparadores e os buscadores de passagens aéreas de diferentes companhias, em plataforma on-line, para acompanhar as alterações de preço. Do início da pandemia até agora, o pior ano para comprar passagem aérea foi o de 2021, com destaque ao período de agosto a dezembro, entrando para janeiro de 2022, considerado mês de alta demanda.

Atualmente, os valores seguem em alta, com baixas pontuais para voos mais longos e em dias comerciais. É possível encontrar passagens de Recife para Salvador com um preço promocional de R$ 636 a R$ 721, para uma pessoa, com ida e volta entre maio e setembro deste ano — antes da pandemia, um trecho considerado promocional para o mesmo trecho seria entre R$ 250-400.

Outro trecho aéreo que chama atenção é o de Recife-Rio de Janeiro, com destino ao RIOgaleão - Aeroporto Internacional Tom Jobim (GIG), que fica um pouco mais distante do centro da capital carioca, mas apresenta chegadas mais baratas. Em 2020, antes da pandemia, era possível pagar R$ 1.006,20, tipo ida e volta, para dois passageiros com assento confortável em um plano acima do básico (equivalente ao plano Topázio) da Azul Linhas Aéreas. Abaixo, é possível conferir um bilhete comprado com um mês e quatro dias de antecedência, para a alta temporada na cidade maravilhosa, em pleno Carnaval.

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O mesmo itinerário escolhido atualmente, com o mesmo período de antecedência e também para duas pessoas está custando R$ 4.111,78. Mas há diferenças: o voo é no plano básico da mesma companhia aérea e para um mês de baixa temporada (maio) e de muitas chuvas no Grande Rio. De acordo com os buscadores, os melhores preços para a capital estão no mês de setembro, com passagens de aproximadamente R$ 1.100 para uma pessoa, ida e volta. Em setembro, mês do Rock in Rio, os preços disparam novamente.

“Não se pode cravar um cenário de redução no curto prazo pois vivemos um momento de incertezas na economia mundial. De um lado, o fim das restrições tenderia a estimular uma redução de preços, mas, por outro lado, a Guerra entre Rússia e Ucrânia tende a elevar o preço do barril de petróleo contribuindo para elevação do valor das passagens. Enquanto não tivermos um horizonte mais previsível sobre a situação da guerra, não se pode vislumbrar redução nos preços”, comenta o economista Djalma Guimarães sobre a variação nos preços.

O especialista explica, também, que essa elevação dos preços das passagens aéreas acompanha um comportamento geral da economia. “O encarecimento das passagens tende a reduzir a procura do setor de turismo, de forma que a recuperação das atividades deste setor no pós-pandemia fica ainda mais comprometida. Sem falar no efeito que a inflação tem provocado na renda do trabalhador, com carne e outros alimentos mais caros, sobra menos dinheiro para turismo e lazer para a população das classes de renda mais baixa”, acrescenta.

Os aumentos pegaram desprevenida a classe média do país, que já vinha sofrendo com a inflação desde 2013. Em 2017, houve uma disparada na utilização do serviço, que junto à hotelaria e ao turismo local, conseguiu um rendimento acima da média. A reversão do cenário hoje se dá não só com o preço alto, mas com a insatisfação dos passageiros com as companhias. O serviço perdeu qualidade e o relacionamento com o cliente tem deixado a desejar, principalmente com o ‘BIG 3’ brasileiro: Gol, Latam e Azul.

Os Procons receberam, de janeiro a setembro de 2021, quase 65 mil reclamações relacionadas ao transporte aéreo, 36% a mais do que em igual período de 2020. Os consumidores reclamaram, dentre outras coisas, de dificuldades na remarcação de passagens.

“A classe média brasileira tem vivido um período de redução de seu poder de compra na última década. Desta forma, as viagens a turismo se tornam cada vez menos prioritárias para um grupo que perde poder de compra a partir de uma combinação de inflação alta e queda no rendimento médio. Assim, viajar não se tornou algo indisponível, mas caiu na fila de prioridades da classe média, que precisa pagar por um grupo de serviços que apresentam tendência crescente no seu nível de preços (planos de saúde, escolas, etc.)”, continua o entrevistado.

Dicas para pagar menos

O economista Djalma Guimarães compartilhou com o LeiaJá hábitos de compra que podem ajudar a aliviar o preço da passagem aérea para quem tem procurado o serviço.

1. O uso consciente do cartão de crédito pode auxiliar o consumidor a acumular milhas que podem ser utilizadas para aquisição de passagens aéreas.

2. Comprar com bastante antecedência: esta é talvez uma das dicas mais importantes. Comprar a passagem com meses de antecedência reduz significativamente o valor.

3. Utilizar sites e apps que monitoram promoções no preço de passagens e aproveitar tais possibilidades.

Toda companhia aérea possui um plano próprio de “benefícios” ou “recompensas”, como costumam chamar. Bancos também possuem a própria plataforma de utilização de pontos e podem ser vantajosos. É importante estar sempre a par dos próprios benefícios e entender as vantagens oferecidas por cada plano pago, pois elas têm tempo para expirar e não podem ser recuperadas.

Outra dica é fazer um bom uso dos buscadores on-line. O Google e demais sites de uso cotidiano possuem uma política de cookies e captação de dados intensa, então pode ser mais interessante usar a aba anônima, para não permitir que informações de pesquisas anteriores atrapalhem a busca pelo melhor preço.

O Skyscanner, por exemplo, é uma ferramenta que compara os preços de diversas companhias aéreas para determinado trecho. O Google Flights faz o mesmo tipo de serviço, ainda mostrando no calendário os preços mais interessantes por dia. Ambos são gratuitos.

O Decolar e a 123 Milhas são sites que trabalham exclusivamente com preços promocionais. O Hotel Urbano (Hurb) também oferece suporte na área, tendo foco em pacotes com os preços mais baixos do mercado atualmente, porém, a plataforma é de viagens com datas flexíveis. Ou seja, o comprador escolhe o período no qual quer viajar (ex.: 2023-2024 ou janeiro a abril de 2023) e em até 90 dias antes, o Hurb envia a data escolhida para a viagem. O cancelamento é gratuito.

Em todos os casos, é preciso realizar bastante pesquisa e ter paciência, pois não é o melhor momento para viajar. É indicado fazer a compra somente após ter comparado com todas as opções possíveis, considerando também gastos com assento, bagagem e a distância entre o aeroporto de desembarque e o destino.

--> LeiaJá também: Quais são as vantagens de optar por pacotes de viagens? 

Os preços médios do etanol hidratado subiram em 17 Estados e no Distrito Federal na semana passada, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. O preço caiu em outros oito Estados. No Amapá, não houve levantamento. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o País, o preço médio do etanol subiu 0,28% na semana em relação à anterior, de R$ 4,938 para R$ 4,952 o litro.

Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média do etanol hidratado ficou em R$ 4,686 o litro, baixa de 0,17% ante a semana anterior.

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O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 4,099 o litro, em São Paulo, e o menor preço médio estadual, de R$ 4,686, também foi registrado em São Paulo. O preço máximo, de R$ 7,899 o litro, foi verificado em um posto do Rio Grande do Sul. O maior preço médio estadual, de R$ 6,450, foi observado no Amapá.

Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no País subiu 5,38%, a R$ 4,699. O Estado com maior alta no período foi Piauí, com 13,81% de valorização mensal do etanol, para R$ 5,860. Na apuração semanal, a maior alta porcentual de preço, de 3,58%, foi observada em Roraima, com o litro a R$ 6,142.

Competitividade

O etanol manteve a competitividade frente à gasolina na semana passada apenas em quatro Estados - Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e São Paulo, mostra levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Os critérios consideram que o etanol de cana ou de milho, por ter menor poder calorífico, tenha um preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso.

Na semana, a paridade ficou em 66,60% em Goiás, 68,31% em Mato Grosso, 68,01% em Minas Gerais e 68,34% em São Paulo. Na média dos postos pesquisados no País, o etanol está com paridade de 68,68% ante a gasolina, voltando a ficar mais competitivo do que a gasolina.

Executivos do setor afirmam que o etanol pode ser competitivo com paridade que varia em torno de 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado.

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