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O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) manteve a indisponibilidade dos bens do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara. O bloqueio havia sido obtido liminarmente pelo Ministério Público Federal em ação de improbidade administrativa movida contra Eduardo Cunha por suposto recebimento de propinas na compra pela Petrobras, em 2011, de campo de petróleo em Benin, na África. A ação, de caráter cível, tramita paralelamente à ações penais da Operação Lava Jato.

O Ministério Público Federal cobra R$ 80,67 milhões do presidente afastado da Câmara e mais R$ 17,8 milhões da mulher dele, na ação de improbidade administrativa. O valor corresponde ao acréscimo patrimonial ilícito de Cunha e Cláudia e ressarcimento do dano causado ao erário na compra de campo de petróleo em Benin, na África, em 2011 - negócio que teria resultado numa propina de US$ 10 milhões, parte dela repassada ao peemedebista.

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A decisão do Tribunal é de quarta-feira (24). A defesa de Cunha ajuizou recurso no tribunal para suspender a decisão liminar da 6ª Vara Federal de Curitiba, de 14 de junho. Os advogados alegaram que não "existem elementos concretos que indiquem enriquecimento ilícito por parte do deputado em decorrência do exercício do mandato, nem indícios de vinculação com o esquema de corrupção da Petrobras ou provas de que a origem dos valores retidos seja ilícita". A defesa sustentou ainda que o foro competente seria o do Distrito Federal.

Segundo o relator do processo, desembargador federal Ricardo Teixeira do Valle Pereira, foram apresentados "elementos suficientes para demonstrar a suposta prática de atos de improbidade, havendo fortes indícios do recebimento de vantagens indevidas decorrentes de contratações realizadas no âmbito da Diretoria Internacional da Petrobras, com movimentação de valores expressivos e direcionamento de quantias em favor dos réus, entre eles Eduardo Cunha".

Na decisão, Pereira listou transações bancárias com transferência de valores provenientes da exploração da plataforma da Petrobras de Benin/África para o trust (fusão de empresas que administram recursos de terceiros) Triumph, que tem Cunha por instituidor e beneficiário. O desembargador apontou que em maio de 2007, a conta da Triunph tinha 3,5 milhões de dólares de origem desconhecida.

"Tenho por evidenciados os requisitos para a decretação da medida acautelatória, pelo que deve ser mantida a indisponibilidade dos bens, independentemente de já ter sido determinado o bloqueio de valores no exterior, por meio de cooperação internacional", decidiu o desembargador.

Quanto à competência da Justiça Federal de Curitiba para julgar a ação de improbidade administrativa, Pereira afirmou que o dano cometido transcende as unidades da federação, podendo esta ser proposta na capital de qualquer seção judiciária, desde que seja foro federal.

"É relevante salientar que a maior parte dos elementos probatórios relativos aos atos imputados aos réus está concentrada na Subseção Judiciária de Curitiba/PR, por força das investigações que lá foram e continuam sendo levadas a efeito, devendo tal critério também ser considerado como parâmetro para definição da competência", ponderou o desembargador.

Também são réus na mesma ação e seguem com os ativos bloqueados a mulher de Eduardo Cunha, Cláudia Cordeiro Cruz, e os investigados na Operação Lava Jato Jorge Luiz Zelada, João Augusto Rezende Henriques e Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira. A decisão é em caráter liminar e deverá ser confirmada ou não pela 3ª Turma em julgamento ainda sem data marcada.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou para redistribuição um dos inquéritos que tramita na Corte contra o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A investigação trata da suposta negociação de emendas em medidas provisórias para favorecer bancos e empresários.

Pela investigação, mantida sob sigilo no STF, as emendas que Cunha negociava trariam benefícios ao banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, e ao executivo Léo Pinheiro, da OAS.

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Para Teori Zavascki, a investigação não tem relação com os desdobramentos da Operação Lava Jato, pois não trata do esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. Por isso, ele encaminhou o caso para a presidência do STF fazer a redistribuição e passar o caso para o gabinete de outro ministro.

Em delação premiada, o senador cassado Delcídio Amaral (ex-PT) chamou Cunha de "menino de recados" do banqueiro André Esteves em assuntos de interesse do BTG, "especialmente no que tange a emendas às Medidas Provisórias que tramitam no Congresso".

No ano passado, os investigadores encontraram um papel em que é mencionado suposto pagamento de R$ 45 milhões em propina ao então presidente da Câmara para alterar uma medida provisória que beneficiaria o banco. O papel foi encontrado em uma busca realizada na residência do então chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, antes da delação premiada do ex-senador.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), indicou nesta terça-feira (16) que só dará prosseguimento à sessão plenária de votação da cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), marcada para 12 de setembro, se houver pelo menos 460 parlamentares presentes. Segundo ele, a data marcada por ele vai ao encontro do desejo da sociedade, de encerrar o caso do peemedebista antes das eleições municipais.

"Vai ter quórum todos os dias", afirmou Maia, ao ser perguntado sobre se acredita que deputados comparecerão às sessões marcadas durante o período eleitoral. Questionado se mesmo no dia da votação da cassação de Cunha haverá quórum, respondeu: "460 (deputados)". "A data tem a racionalidade dela e corresponde ao que a sociedade espera, de encerrar antes do processo eleitoral", emendou o presidente da Câmara.

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A oposição tem criticado Maia por ter marcado a votação da cassação para depois da conclusão do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, como deseja o Palácio do Planalto e a maior parte da base aliada do presidente em exercício Michel Temer. O temor é que Cunha retalie o governo após ser cassado e que isso acabe prejudicando o processo de impedimento de Dilma.

Opositores acusam Maia e o Planalto de estarem tentando ajudar o deputado afastado do PMDB. Para lideranças da Rede e PSOL, o presidente da Câmara marcou a votação para 12 de setembro, uma segunda-feira, para que não haja quórum e, com isso, a votação tenha de ser adiada para após as eleições, quando seria mais fácil deputados votarem abertamente a favor de Cunha, ou seja, contra sua cassação.

Como mostrou o Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) na semana passada, a bancada do PMDB articula para se ausentar no dia da votação. Segundo relatos de peemedebistas, mais da metade dos 66 deputados do partido podem faltar à sessão marcada para 12 de setembro, usando como desculpa a dedicação à campanha municipal. Ao faltarem, acabam ajudando o correligionário, uma vez que os opositores de Cunha é que precisam garantir os 257 votos pela cassação.

A força-tarefa da Lava Jato suspeita que Cláudia Cruz, mulher do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mantenha outras contas secretas ainda não descobertas no exterior e, por isso, se manifestou contra o pedido da jornalista para devolução de seu passaporte pela Justiça Federal em Curitiba. Os procuradores da República que investigam Cláudia temem que ela poderá fugir do País.

"Não obstante a conta Kopek estar bloqueada desde 7 de abril de 2015, existe real possibilidade de Cláudia Cordeiro Cruz e/ou seus familiares manterem outras contas bancárias no exterior, havendo risco concreto de eventual fuga e utilização de ativos secretos ainda não bloqueados caso o passaporte seja devolvido", alertam os procuradores em manifestação ao juiz Sérgio Moro nesta segunda-feira, 15.

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No documento de sete páginas, os procuradores rebatem os argumentos da defesa de Cláudia - que aponta irregularidades na transferência do processo da Suíça contra ela para o Brasil e pede a devolução de seu passaporte.

Os procuradores alegam que a ocultação de patrimônio ‘constitui causa para decretação da medida cautelar da prisão preventiva’.

No caso de Cláudia, segundo o Ministério Público Federal, a proibição de deixar o País, por meio do recolhimento do passaporte, seria a medida adequada.

A mulher do ex-presidente da Câmara responde a uma ação penal em Curitiba, acusada de evasão de divisas e de lavar mais de US$ 1 milhão no exterior, justamente os recursos da conta Kopek, oriundos dos crimes supostamente praticados por seu marido no esquema de corrupção na Petrobras.

Eduardo Cunha foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal por suspeita de receber mais de R$ 5 milhões em contas mantidas por ele na Suíça. A Corte aceitou a acusação em junho e abriu a segunda ação penal contra o parlamentar, que responde por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A filha do ex-presidente da Câmara, Danielle Dytz, também é alvo de um inquérito da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Até aqui, ela não foi denunciada formalmente pela Procuradoria.

Cláudia e Eduardo Cunha tiveram recentemente seus bens bloqueados pela Justiça Federal em uma ação civil de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal cobrando R$ 80,67 milhões do parlamentar e mais R$ 17,8 milhões da mulher.

O valor corresponde ao acréscimo patrimonial apontado como ilícito de Cunha e Cláudia e ressarcimento do dano causado ao erário na compra de campo de petróleo em Benin, na África, em 2011. O negócio teria resultado numa propina de US$ 10 milhões, parte dela repassada ao peemedebista e parte abasteceu a conta de Cláudia.

O patrimônio de Cláudia Cruz saltou de R$ 1.617.519,09, em 1.º de janeiro de 2008, para R$ 4.029.025.65, em 31 de dezembro de 2014. Um crescimento de 149%, segundo dados da Receita. A análise do Fisco é baseada nos dados declarados por Cláudia.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de Cunha, que ainda não se manifestou. O peemedebista tem rechaçado qualquer envolvimento com irregularidades.

Procurado, o criminalista Pierpaolo Bottini, que defende cláudia cruz, diz que "a defesa aguarda manifestação judicial sobre o tema, reiterando que Cláudia declarou seus bens no exterior, entregou espontaneamente seu passaporte e se apresentou para prestar depoimento, demonstrando sempre sua intenção de colaborar com as investigações e provar sua inocência."

O juiz federal Sérgio Moro mandou a mulher do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apresentar 'de imediato' seu novo endereço. Ré em ação penal na Operação Lava Jato, por evasão de divisas e lavagem de mais de US$ 1 milhão, Cláudia Cruz não está sendo encontrada para intimação pessoal.

A mulher de Cunha é acusada de ter evadido dinheiro e lavado US$ 1 milhão provenientes de crimes praticados pelo ex-presidente da Câmara no esquema de corrupção na Petrobras. Em despacho na terça-feira (9) Moro afirmou que foi programada as audiências das testemunhas de acusação do processo para 26 de agosto e que 'há dificuldades para intimação pessoal da acusada Cláudia Cordeiro Cruz'.

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"O endereço disponível nos autos informado pela defesa era o endereço da Presidência da Câmara, não mais ocupada pelo marido da acusada", afirmou Moro. "Não há outro endereço disponível. A defesa contatada por telefone não prestou objetivamente informações sobre o endereço residencial."

Após renunciar ao mandato de presidente da Câmara, em 7 de julho, Eduardo Cunha devolveu as chaves da residência oficial em Brasília, em 1º de agosto. O deputado suspenso vai ocupar um apartamento funcional oferecido pela Casa.

O juiz da Lava Jato afirmou taxativamente que 'é dever da defesa manter o Juízo informado sobre qualquer mudança de endereço de seu cliente'. "É evidente que aqui não há um propósito de ocultação, mas apenas a intenção da defesa de ter mais prazo para se manifestar sobre o despacho (que trata da audiência). Não obstante, a recusa além de violar dever processual prejudica o andamento do processo. Assim, intime-se a defesa para apresentar de imediato o endereço atual e onde a acusada Cláudia Cordeiro Cruz pode ser encontrada", determinou o magistrado.

"Esclareço que isso não afetará o prazo para manifestação. Faça-se a intimação por telefone ou outro meio expedito, já que inviável esperar o prazo do processo eletrônico."

Esta não é a primeira vez que a Justiça Federal encontra dificuldade para intimar Cláudia Cruz. No fim de junho, após o juiz Moro aceitar a denúncia da Procuradoria da República contra ela, a Justiça tentou por duas vezes achar a mulher de Eduardo Cunha para informá-la que havia se tornado ré no processo.

Defesa

O advogado Pierpaolo Bottini, que defende a mulher do deputado Eduardo Cunha, afirmou que ela está à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos. Pierpaolo esclareceu que Cláudia Cruz estava de mudança (da residência oficial da Presidência da Câmara).

"Uma vez instada, a defesa apresentou dois endereços de Cláudia, tanto em Brasília como no Rio", disse Pierpaolo Bottini. "Mais que isso, ela se deu por intimada, dispensando a necessidade de intimação pessoal no sentido de contribuir com a Justiça e dar celeridade ao procedimento. Claramente, não há nenhum interesse em procrastinar, mas interesse em colaborar com a Justiça."

A bancada do PMDB na Câmara se articula para esvaziar a sessão do dia 12 de setembro que analisará o pedido de cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A data da votação foi confirmada na quinta-feira, 11, pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O movimento começa a influenciar bancadas de outros partidos da base aliada, principalmente do Centrão - grupo de siglas liderado por PP, PSD e PTB e que apoia o peemedebista. Em algumas dessas bancadas, deputados já admitem que podem seguir o exemplo do partido de Cunha.

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Parlamentares do PMDB avaliam que mais da metade dos 66 membros da legenda na Câmara pode faltar à votação. "Há um movimento grande para o pessoal se ausentar no dia da votação", diz um influente deputado do partido. A desculpa oficial será a necessidade de ficar próximo à base eleitoral por causa da campanha municipal.

Peemedebistas têm evitado comentar publicamente o assunto. Nos bastidores, relatam desconforto de votar contra um correligionário. A avaliação é de que, com a pressão da opinião pública e a proximidade das eleições, seria difícil comparecer à sessão e votar a favor de Cunha. No PMDB, há também deputados que relatam pressão do ex-presidente da Câmara para faltar ou votar a seu favor.

Segundo relatos dos parlamentares, não houve pressão do Palácio do Planalto como tampouco houve, de acordo com eles, na análise do recurso de Cunha na Comissão de Constituição e Justiça. Na ocasião, dos 10 peemedebistas, 5 votaram contra e 5 a favor do recurso, que acabou rejeitado por 48 a 12.

Decisão

Entre os deputados do PMDB que dizem pretender comparecer, a previsão é de que a maioria votará a favor da cassação de Cunha. Por enquanto, porém, são poucos os que afirmam abertamente isso, como Jarbas Vasconcelos (PE) e Vitor Valim (CE).

"Já tomei minha decisão, mas ainda não é o momento de torná-la pública", diz o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Para ele, a Câmara tem de trabalhar para que a votação seja a mais isenta possível. "Vamos julgar um de nossos pares, tem de ter cuidado", afirma.

O movimento de esvaziamento no PMDB já anima deputados do PP e de outras siglas menores que não querem votar contra Cunha a também faltar à sessão. O argumento é de que o exemplo do próprio partido do deputado afastado diminui a cobrança sobre eles.

Partidos declaradamente favoráveis à cassação de Cunha minimizam o efeito dessa articulação para esvaziar a votação. "O dia que marcar vai ter 500 deputados. Quem vai ter coragem de faltar com a pressão pública e em plena campanha eleitoral?", diz o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

O presidente da Câmara já afirmou que só prosseguirá a votação caso haja pelo menos 400 deputados presentes. Do contrário, cancelará a sessão e marcará uma nova data, até conseguir o quórum. Maia teme que uma eventual salvação de Cunha manche sua biografia.

'Armação'

Para deputados da oposição, a data escolhida por Maia tem ares de "armação". "Julgamento de Cunha para 12 de setembro cheira a armação. Dia 12 é uma segunda-feira, quando nem os governos com interesse em matérias conseguem quórum", diz Chico Alencar (PSOL-RJ).

Para o parlamentar, a desculpa do plenário esvaziado será a "senha" para o presidente da Câmara dispensar os parlamentares e só votar a cassação de Cunha após as eleições, como defendem os aliados do peemedebista. "Não daremos trégua aos que temem que Cunha revele o que sabe", promete.

"É uma data que tem tudo para não dar certo, seja pela proximidade da eleição, seja por ser uma segunda", critica o líder da Rede, Alessandro Molon (RJ); Ele promete apresentar requerimento de convocação extraordinária pedindo a antecipação da votação.

A inclusão do requerimento na pauta de votações, porém, depende de decisão do próprio presidente da Câmara, o que diminui as chances de o pedido de antecipação da votação de Cunha ser submetido ao plenário.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após uma operação do Palácio do Planalto, a antiga oposição - PSDB, DEM e PSB - concordou em deixar a votação do processo de cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para depois do julgamento final do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Com a mudança de posição, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse a parlamentares que a sessão deve ocorrer entre 12 e 16 de setembro.

O governo do presidente em exercício Michel Temer atuou para adiar a votação da cassação de Cunha porque receia que ele possa atrapalhar o impeachment caso perca o mandato antes. O temor do Palácio do Planalto é de que o deputado afastado saia "atirando" contra membros do governo, o que pode vir a "tumultuar" a votação final do impeachment, prevista para entre o fim de agosto e começo de setembro. A tese já era defendida pelo Centrão - grupo de partidos da base liderados por PP, PSD e PTB -, mas enfrentava resistência no PSDB e no DEM.

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O discurso único da base foi acertado durante café da manhã terça-feira, 9, entre Maia e líderes do Centrão e da antiga oposição. O encontro ocorreu na residência oficial da presidência da Câmara. Foi a primeira reunião do presidente da Casa com líderes partidários no local.

Consenso

"Houve consenso. A maioria concordou em ser depois do impeachment (de Dilma)", afirmou o líder do PSB, Paulo Folleto (ES). Ele disse ter mudado de posicionamento para acompanhar a decisão da maioria.

"Houve uma opinião da maioria. Como sou base, tenho que aceitar. Não vou ficar brigando", ressaltou. "É melhor deixar para depois do impeachment, por estratégia. Para evitar tumulto, evitar estresse", completou o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM).

O único líder da antiga oposição que diz ter se posicionado contra a maioria foi o do PPS, deputado Rubens Bueno (PR). "Não concordei. Coloquei a minha posição de continuar cobrando a votação o mais rápido possível", afirmou. Ele disse ter sido o "único" das lideranças presentes a reafirmar que vai continuar cobrando em plenário que Maia faça a votação o mais célere possível.

Segundo deputados do PP, PSD, PMDB, PSDB e PCdoB, Maia afirmou que não dará para fazer a votação na próxima semana, pois não haverá atividades na Câmara, em razão do início da campanha eleitoral. Nas duas semanas seguintes, também não seria possível, pois será a votação do impeachment no Senado. Na primeira semana de setembro, também não daria, por conta do feriado de 7 de Setembro. Resta, portanto, a semana entre 12 e 16 de setembro. Maia prometeu anunciar hoje a data exata.

Protesto

Partidos da oposição protestaram contra a demora na votação da cassação de Cunha. Ontem, PSOL e Rede fizeram um ato para marcar os 300 dias desde que a representação contra o peemedebista foi protocolada no Conselho de Ética. "Usar o impeachment para adiar a votação é desculpa de quem tem medo de enfrentar a verdade", disse o líder da Rede, Alessandro Molon (RJ).

O grupo promete aumentar a pressão caso a votação fique para depois do impeachment. "Vai ter guerra aqui", disse José Guimarães (PT-CE).

Tramitação

Na segunda-feira, 8, o parecer pela cassação do mandato de Cunha aprovado pelo Conselho de Ética foi lido no plenário da Câmara. A leitura é a última etapa do processo, antes da votação em plenário. A partir dela, o pedido deve entrar como prioridade na pauta de votações do plenário em até duas sessões ordinárias, ou seja, a partir de hoje. A prioridade, no entanto, não obriga que seja votado. Mesmo trabalhando para adiar a votação, aliados de Cunha consideram a cassação provável.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com uma bancada de 33 parlamentares, o PSB fechou questão a favor da cassação do ex-presidente da Câmara e deputado afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A decisão foi tomada em reunião da bancada na noite de segunda-feira, 8. "A bancada do PSB na Câmara dos Deputados, em reunião realizada na noite desta segunda-feira, fechou questão e votará, por unanimidade pela cassação de Eduardo Cunha", diz nota oficial divulgada pela bancada nesta terça-feira, 9.

Ontem, foi lido no plenário da Câmara o parecer pela cassação do mandato de Cunha aprovado pelo Conselho de Ética. Com a leitura, o pedido entra como prioridade na pauta de votações em até duas sessões ordinárias. A prioridade, no entanto, não obriga que seja votado. A definição da data caberá ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Sob pressão da antiga e da atual oposição na Casa, Maia prometeu ontem a líderes que vai tratar do assunto nesta quarta-feira (10).

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"Os prazos regimentais serão respeitados, e a partir daí a data será marcada", disse Maia em uma rápida entrevista ontem. Na semana passada, ele tinha afirmado que só trataria da cassação de Cunha após a votação do projeto de renegociação da dívida dos Estados com a União, prevista para hoje.

Articulação

Por temor de retaliações de Cunha, interlocutores do Palácio do Planalto na Câmara trabalham para que a votação do caso dele no plenário da Casa só aconteça após a conclusão do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Membro da chamada tropa de choque de Cunha, o deputado Carlos Marun (MS), vice-líder do governo e do PMDB na Câmara, defende que o ideal seria que a votação só ocorresse após as eleições municipais. Para ele, isso aumentaria as chances de Cunha se salvar. "Se fosse voto secreto, ele não seria cassado", diz.

O lobista Júlio Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, confirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal que, em 2011, foi pressionado e extorquido pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) - ex-presidente da Câmara - a pagar propina de US$ 5 milhões. "Para justificar a cobrança dos valores, ele (Eduardo Cunha) disse que tinha uma bancada de mais de duzentos deputados para sustentar", afirmou o delator.

O depoimento de Júlio Camargo ocorreu nesta segunda-feira, 8, na 6ª Vara Criminal Federal da Justiça Federal em São Paulo.

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À sala de audiência estava presente o réu - Eduardo Cunha, denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O procurador-geral da República acusa o parlamentar de receber ao menos US$ 5 milhões de propina referentes a contratação de um estaleiro para a construção de dois navios-sonda pela Diretoria Internacional da Petrobras, em 2006 e 2007.

A presença do ex-presidente da Câmara não intimidou Júlio Camargo. Frente a frente com o acusado, o delator reiterou os detalhes da extorsão que afirma ter sofrido.

No início da audiência, a defesa do peemedebista requereu a suspensão do ato. O juiz Paulo Marcos de Farias, instrutor do Supremo, indeferiu o pedido do ex-presidente da Câmara.

Em seu relato, Júlio Camargo manteve as informações que já havia revelado à força-tarefa da Lava Jato sobre propinas para Eduardo Cunha no âmbito de um contrato para operação de navio-sonda da Petrobras.

Anteriormente, à Justiça Federal ele contou que na época em que estava sofrendo pressão de Cunha chegou a procurar ajuda do então ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB/MA). Segundo ele, Lobão ligou para o deputado e disse. "Eduardo, você está louco?" O telefonema, segundo o delator, ocorreu no final da tarde de um domingo, em 2011, na Base Aérea do Aeroporto Santos Dumont, no Rio.

Defesa

O ex-presidente da Câmara sempre negou o recebimento de propinas. Procurado nesta segunda-feira, 8, por meio de sua assessoria, o parlamentar não retornou.

O deputado federal Hildo Rocha (PMDB-MA) leu, no início da sessão plenária desta segunda-feira, 8, as decisões do Conselho de Ética e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara relacionadas ao processo de cassação do ex-presidente da Casa e deputado afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Com a leitura das decisões, o pedido de cassação de Cunha aprovado pelo Conselho de Ética deverá ser incluído, em até duas sessões ordinárias, como prioridade na pauta do plenário, assim que for publicado no Diário Oficial da Câmara. A prioridade, porém, não obriga que o pedido seja julgado. Caberá ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcar a data da votação.

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Maia tinha prometido ler a decisão do conselho e da CCJ nesta segunda-feira. Embora esteja em seu gabinete na Casa, o presidente da Câmara optou por pedir para outro deputado ler as decisões. Nesta tarde, parlamentares do PSOL e Rede cobram que o deputado do DEM marque o mais rápido possível a data da votação.

Sob pressão da oposição e da base aliada, Rodrigo Maia decidiu dividir com líderes partidários a responsabilidade de definir a data da votação em plenário. "Vamos organizar isso com os líderes, acho que é o melhor caminho", afirmou o presidente da Câmara na semana passada.

Com a estratégia de dividir a decisão, Maia tenta diminuir a pressão que vem sofrendo. De um lado, a oposição o acusa de protelar a votação e pede para que ele paute o pedido o mais rápido possível. Do outro, base aliada e Planalto pressionam para que só seja votada depois da conclusão do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff.

Hildo Rocha leu em plenário a decisão do Conselho de Ética, que aprovou relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) pela cassação de Cunha por quebra de decoro parlamentar. Também leu a decisão da CCJ, que negou recursos que o ex-presidente da Casa ingressou na comissão contra a decisão do conselho.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu três dias para a Câmara dos Deputados se manifestar sobre a ação do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ajuizada nesta quarta-feira (3) em que o parlamentar tenta impedir que o parecer favorável à cassação do mandato dele seja levado ao plenário.

De acordo com os advogados de Cunha, um deputado não pode responder a processo de cassação por quebra de decoro se estiver afastado do mandato. Para endossar a tese, os advogados do peemedebista compararam seu caso ao do ex-ministro José Dirceu (PT) na época do mensalão, que foi cassado somente após reassumir o mandato parlamentar.

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Em maio, o STF determinou a suspensão do mandato de Cunha e o afastamento da presidência da Câmara sob acusação de que ele estaria usando o cargo para atrapalhar as investigações da Lava Jato contra ele. Para a defesa, como Cunha está afastado, ele não poderia ser processado por quebra de decoro até retornar à função.

Cobrado pelos partidos de oposição para marcar a votação do pedido de cassação de Cunha, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o processo será levado ao plenário na próxima segunda-feira, 8, e que, ainda na próxima semana, definirá a data para a votação do processo. Após a leitura, o pedido deverá entrar como prioridade na pauta em até duas sessões. A medida, no entanto, não tranca a pauta do plenário.

Questionamentos

A defesa do deputado aponta uma série de irregularidades na tramitação do processo tanto no Conselho de Ética como na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Entre os pontos questionados pelo advogado Marcelo Nobre está o quórum da CCJ na sessão que rejeitou todos os pedidos de Cunha contra o andamento do caso.

Os advogados do peemedebista também questionam o fato de o relator do processo no Conselho de Ética, deputado Marcos Rogério (RO), ter continuado à frente do caso mesmo depois de trocar o PDT pelo DEM, o que seria contra as regras de composição da comissão.

Outra questão levantada foi o fato de a votação do parecer favorável à cassação no Conselho de Ética ter sido feita por chamada nominal e não por painel eletrônico. Para a defesa, essa modalidade foi usada para "manipular o resultado, por meio de constrangimento ilegal imposto aos votantes".

Depois de acompanhar, na segunda-feira (1) os depoimentos dos ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa e do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não voltou nesta terça-feira (2) à 9ª Vara Criminal Federal para ouvir as outras três testemunhas de acusação chamadas a depor no Rio de Janeiro. Os depoimentos fazem parte da ação penal do Supremo Tribuna l Federal (STF) em que Cunha á acusado de receber US$ 5 milhões em propina de um contrato da Petrobras.

Ao deixar a Justiça Federal, na noite de segunda-feira, Cunha disse que decidiu assistir pessoalmente aos depoimentos para ajudar seu advogado a questionar as testemunhas. "Posso orientar o advogado em perguntas que acho que devam ser feitas, porque o advogado pode não ter tido a perspicácia dos detalhes. Houve muitas contradições entre todos eles, muitas mentiras", afirmou.

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Na manhã desta terça-feira prestaram depoimento Sérgio Roberto Weyne Ferreira da Costa, sócio de Fernando Baiano da empresa Hawk Eyes, e os primos Paulo Roberto Cavalheiro da Rocha e João Luiz Cavalheiro Soares, motoristas do lobista Júlio Camargo, que, em delação premiada, detalhou o esquema de desvio de recursos de US$ 10 milhões do contrato firmado entre a Petrobras e a empresa sul coreana Samsung para a compra, pela estatal, de dois navios-sonda, no valor de US$ 1,2 bilhão.

Sérgio disse não se lembrar, mas que "pode" ter emprestado uma sala comercial no Leblon, em 2011, para Baiano. O local, segundo Júlio Camargo, foi usado para um encontro entre ele próprio, Baiano e Eduardo Cunha. Em delação, Camargo disse que, nesta reunião, Cunha cobrou pagamentos de propinas devidos a Fernando Baiano e se disse "merecedor de US$ 5 milhões".

"Não me lembro, faz muito tempo, mas posso ter emprestado a sala, sim. Não sei para que foi usada", disse Sérgio Roberto Costa ao deixar a sala de audiência. Antes, havia dito que não conhece Cunha.

O motorista Paulo Roberto confirmou que, também em 2011, levou Camargo à base aérea do aeroporto Santos Dumont, aguardou nas imediações e depois levou o lobista de volta para casa. Camargo disse aos procuradores da Operação Lava Jato que se reuniu na base aérea com o então ministro de Minas e Energia Edison Lobão. Na ocasião, o lobista disse a Lobão que tinha sido surpreendido com requerimentos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para que fosse investigada a atuação da Samsung em contratos com a Petrobras. Segundo Camargo, que trabalhava para a empresa sul coreana, os requerimentos eram uma forma de pressão de Cunha para que a Samsung pagasse a parte da propina devida.

"Eu nem sabia que tinha base aérea no Santos Dumont, mas ele (Camargo) me disse para leva-lo lá, uma noite. Esperei um pouco e ele saiu. É só isso que eu sei, não sei o que foi fazer na base aérea", disse o motorista. Paulo Roberto afirmou ter sido questionado, durante a audiência, se entregava pacotes para pessoas indicadas por Camargo. "Eu não levava encomenda nenhuma, só levava ele para os lugares. Só conheço Eduardo Cunha da imprensa", declarou.

O ex-presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou a negar nesta terça-feira (2) por meio do Twitter, que esteja preparando levantamento sobre como ajudou seus aliados nos últimos anos para usar o material em uma eventual delação premiada na Justiça, como mostra matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo na edição desta terça.

"Não fiz e nem pretendo fazer dossiê de quem quer que seja e não milito nesse campo pequeno que a irresponsável matéria de fofoca quer passar", escreveu o deputado afastado no Twitter. "Quanto às fofocas irresponsáveis, quero desmentir de forma bem veemente a matéria inteira", acrescentou. Na avaliação de Cunha, a matéria tem objetivo de "criar clima de ameaça e somente de constranger a quem me apoia".

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Como mostrou reportagem, deputados relataram, em reservado, que o ex-presidente da Câmara vem coletando informações sobre financiamento de campanhas eleitorais. Também produziu uma "pilha" de documentos com dados sobre distribuição de cargos e empréstimos. Procurado pela reportagem, Cunha já havia negado, por meio de sua assessoria, que esteja organizando documentos para delação, como mostra a matéria.

No Twitter, o peemedebista escreveu ainda que já tinha desmentido com veemência para a reportagem a acusação de aliados. "Desmenti com veemência e afirmei que a publicação irresponsável, ainda mais sem citar a fonte, merecia de mim processo judicial", disse. "É o que terei de fazer. Serei obrigado a processar", emendou.

O juiz Sérgio Moro negou nesta segunda-feira, 1º, os pedidos da jornalista mulher do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Cláudia Cruz para suspender a ação penal contra ela por lavagem de dinheiro e evasão de mais de US$ 1 milhão provenientes de crimes praticados por Cunha no esquema de corrupção na Petrobras.

Em seu despacho, o juiz da Lava Jato analisa ponto a ponto os argumentos da defesa de 140 páginas de Cláudia e até acata em parte alguns, como o pedido para ter acesso à íntegra do processo na Suíça que quebrou o sigilo dela e de seu marido.

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Ainda assim, o magistrado afirma que "não se vislumbra" nenhum motivo para suspender o processo.

"Não tem qualquer propósito pretender acesso à integralidade do processo de investigação realizado na Suíça para questionar a sua validade perante os Tribunais brasileiros", assinalou Moro, pontuando que, caso tivesse interesse em questionar aquela investigação que veio para o Brasil, Cláudia Cruz deveria contratar um advogado na Suíça para questionar o procedimento lá.

Moro também negou o pedido para colocar em sigilo a ação, mas pediu para que a defesa de Cláudia indique quais documentos que envolvem dados pessoais protegidos por lei que ela deseja colocar em sigilo. O juiz da Lava Jato também negou o argumento de cerceamento e defesa e o pedido para considerar ilegais as provas encaminhadas pela Suíça.

"Não vislumbro na longa peça (de defesa) nenhuma causa de absolvição sumária, como atipicidade manifesta ou a presença manifesta de causa excludente do crime, motivo pelo qual a instrução deve prosseguir", segue o magistrado. Ao final, Moro ainda pede que a defesa de Cláudia explique no prazo de cinco dias o porquê de ter chamado uma testemunha de Cingapura, e que ela providencie as perguntas e a documentação necessária para a cooperação com aquele país.

O deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acompanhou nesta segunda-feira (1°) o depoimento de testemunhas em ação penal sobre o pagamento de propina de US$ 5 milhões na compra de navios-sonda para a Petrobras.

Foram ouvidos na 9.ª Vara Criminal Federal do Rio os ex-diretores da estatal Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, além do operador Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. "Alguém mentiu, não sei quem, mas alguém mentiu. Você está numa fase de instrução probatória e ficou muito claro que não se consegue provar a acusação", disse o deputado ao deixar o local. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Prestes a ser julgado no plenário, o ex-presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) prepara um levantamento aprofundado sobre como ajudou seus aliados nos últimos anos. O objetivo é consolidar o material para uma eventual delação premiada na Justiça.

Segundo relatos de deputados, o peemedebista vem coletando informações sobre financiamento de campanhas eleitorais. Também produziu uma "pilha" de documentos com dados sobre distribuição de cargos e empréstimos. Por meio de assessoria, Cunha negou que esteja organizando documentos para delação.

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O peemedebista deve esperar algumas semanas e aguardar o resultado da votação da cassação no plenário para depois decidir se vai aderir à delação. A expectativa é de que o processo por quebra de decoro parlamentar seja analisado neste mês. Grupos ligados a Cunha dizem não ver saída para ele e acham que a cassação deve ser aprovada no plenário. Por isso, conselheiros de Cunha defendem que ele renuncie ao mandato para demonstrar disposição de negociar com a Procuradoria-Geral da República.

Só o esvaziamento do plenário poderia salvá-lo da cassação, uma vez que seu sucessor, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comunicou que só colocará o tema em votação se houver quórum superior a 460 deputados. Embora saiba que as perspectivas são negativas, Cunha dá sinais de que tem esperança de reverter o cenário. Aos mais próximos, diz duvidar de que seus pares votem a favor da cassação e que ainda pode persuadi-los.

Sucessão de derrotas

Após a aprovação do pedido de cassação no Conselho de Ética por 11 a 9, Cunha viu seu recurso contra o processo disciplinar ser rejeitado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Por 40 votos a 11, integrantes da CCJ aprovaram um parecer contrário às pretensões do peemedebista, e a aposta dos parlamentares é de que o resultado no plenário seja proporcional ao que foi na comissão. Pelas contas de deputados, Cunha teria hoje apenas 40 votos contra a perda do mandato.

Dono do voto que ajudou a sacramentar o destino do peemedebista no conselho, o deputado Wladimir Costa (SD-PA) disse que está disposto a manter sua posição pró-cassação porque "não tem outra saída". Costa, que pertenceu à "tropa de choque" de Cunha, disse que sabe o quanto ele ficou insatisfeito com a mudança de voto na última hora, mas que nada o impede de manter sua opinião. "Não tenho compromisso com Eduardo Cunha, não sou do time do Cunha. Ele nunca me ajudou, não devo nada a ele, nem meu mandato", afirmou.

Defesa

Afastado há quase três meses das atividades parlamentares por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Cunha vem preparando um mandado de segurança que deve ser apresentado à Corte para tentar impedir que o plenário da Câmara paute a votação. É considerada a última cartada para atrasar o processo, uma vez que na Casa não há mais manobras regimentais possíveis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (1º) que vai trabalhar para que o pedido de cassação do ex-presidente da Casa e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seja votado em plenário durante o mês de agosto, em uma semana de quórum alto. Ele já havia manifestado a intenção no mês passado.

Maia evitou, porém, cravar a data exata. "O que disse é que a segunda semana poderia ser uma com quórum mais alto, mas já tem deputado dizendo que é a semana do registro das candidaturas", disse. "Então, vamos aguardar, para não dar uma data errada, e não criar nenhum tipo de frustração de nenhum dos lados", emendou.

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Maia disse a aliados que quer se livrar o mais rápido possível do caso de Cunha, mas já avisou que não colocará o assunto em apreciação se houver menos de 460 deputados em plenário. Como sabe que toda cobrança sobre o resultado da votação recairá sobre ele, o deputado não quer que um possível arquivamento manche sua biografia política.

O ex-presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está finalizando o mandado de segurança que impetrará no Supremo Tribunal Federal contra o pedido de cassação prestes a ser submetido ao plenário. O pedido de intervenção judicial será apresentado na próxima semana e vai apontar falhas procedimentais na condução do processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O advogado Marcelo Nobre já encaminhou o mandado de segurança para aprovação de Cunha, mas o peemedebista ainda está analisando quais pontos reivindicará no STF. A tendência é que o deputado afastado aponte o impedimento do relator do pedido de cassação, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), reclame que o processo sofreu aditamentos ilegais e questione a votação com chamada nominal dos conselheiros na sessão que aprovou o pedido de perda de mandato.

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O objetivo é impedir a votação do pedido de cassação no plenário em agosto e assim atrasar o andamento do processo por meio judicial, já que não há mais recursos possíveis na Câmara. Aliados de Cunha admitem que não há perspectiva de ganhar o recurso na Justiça, mesmo porque em decisões anteriores os ministros do STF preferiram não interferir em assuntos internos da Câmara. Eles também consideram que a cassação de Cunha será pautada de qualquer forma no próximo mês e que seria um "feito heroico" arrastar o caso para depois das eleições municipais.

O sucessor do peemedebista no comando da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que deve pautar o pedido de cassação para a segunda semana de agosto, mas que o processo só será apreciado se houver quórum superior a 460 deputados no plenário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) usou seu espaço no Twitter para dizer que o churrasco promovido hoje na residência oficial da Câmara foi em oferecimento aos funcionários que serviram a sua família. "Quero reconhecer a dedicação de todos e agradecer a atenção dispensada a mim e a minha família nesse tempo que residi na residência oficial", escreveu.

Cunha disse que realizou o almoço para os funcionários da casa e da presidência, além da equipe de segurança que o acompanhou nos últimos tempos. Embora esteja afastado das atividades parlamentares, o peemedebista se mudará nos próximos dias para um apartamento funcional localizado na Asa Sul, bairro do Plano Piloto de Brasília.

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O parlamentar ainda não deixou a residência oficial porque aguarda a instalação de aparelhos de ar-condicionado no imóvel da Câmara. Se não desocupar a mansão no Lago Sul até o dia 6, poderá pagar multa diária equivalente a 1/30 do valor do auxílio-moradia concedido aos parlamentares, que hoje é de R$ 4.253,00.

O peemedebista vai ocupar o apartamento faltando poucas semanas para o plenário da Câmara votar o pedido de cassação de seu mandato. A Mesa Diretora autorizou o uso de um apartamento funcional para que a residência oficial fosse liberada o quanto antes para o novo presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A permanência de Cunha na residência oficial vem incomodando a cúpula da Câmara. Sem o espaço, Maia tem feito reuniões em seu gabinete ou nos apartamentos cedidos pelos colegas. A residência da Câmara não serve apenas de moradia do presidente, mas de espaço de encontros políticos e recepções oficiais.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reforçou em entrevista à Rádio Estadão nesta quinta-feira, 21, que pretende agilizar a agenda econômica do governo do presidente em exercício, Michel Temer. O deputado disse ainda que quer votar a cassação do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda em agosto, mas que para isso é necessário um "quórum qualificado".

Perguntado sobre a prioridade de seu mandato, Maia declarou que reconhece a dificuldade de quórum em meses que precedem a eleição municipal, mas que pretende fazer votações importantes da pauta econômica. O deputado disse que também planeja avançar até o final do ano com debates econômicos que devem ser encaminhados pelo governo, como a reforma da Previdência.

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"Até as eleições, podemos ter votações sobre a governança dos fundos de pensão, a regulamentação do pré-sal e a renegociação da dívida dos Estados. A PEC do Teto dos Gastos ainda está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)", afirmou.

Nesta quarta-feira, 20, ao manter a taxa de juros inalterada pela oitava vez consecutiva, o Banco Central destacou a permanência das incertezas em relação à aprovação no Congresso e implementação pelo governo dos "ajustes necessários" à economia.

Analistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, afirmaram que, ao dizer isso, a instituição pretende ver tramitada a principal medida do ajuste fiscal de Temer - a PEC dos gastos.

Além de atrapalhar o ajuste fiscal e, consequentemente, a queda dos juros, a ameaça de quórum baixo na Câmara em agosto e setembro também pode inviabilizar a cassação de Cunha, suspeito de ser um dos beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras.

À Rádio Estadão, Maia disse que pretende votar a cassação de Cunha em agosto, mas que se houver poucos deputados na Casa, marcará uma data específica para a votação. "O resultado da CCJ sinaliza isso (a cassação de Cunha) de forma muito forte. O quórum nestes dois meses não será alto, mas a gente tem de trabalhar de forma correta para que esse tema seja votado de forma correta", disse.

Como alternativa, Maia disse que pode convocar três sessões por semana em agosto e duas em setembro. "Não podemos no meio da crise paralisar o Congresso nestes dois meses", afirmou.

Ainda dentro da pauta econômica, Maia disse que somente vai levar ao plenário uma proposta "correta" de legalização dos jogos de azar. "Não vai poder ter um bingo ou cassino a toda esquina. Esperamos que a comissão aprove medidas com fiscalização correta. Se não sair muito rígido, não dá nem para conversar", afirmou.

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