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Desde que a deterioração no mercado de trabalho começou, como consequência da crise econômica e política, o País ganhou 5,397 milhões de desempregados, de acordo com os dados da Pnad Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Os indicadores começam a piorar na virada de 2013 para 2014, mas o mercado de trabalho demora mais um pouco a reagir à virada nos indicadores de atividade", lembrou Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura CTVM, responsável pelo cálculo no saldo de desempregados.

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Silveira ressalta que o crescimento na fila do desemprego começa em novembro de 2014 e desde então avança a galopes. "A partir daí, a desocupação sobe todo mês. Não tem refresco, é uma subida só", disse.

Da mesma forma que o mercado de trabalho demorou a demitir quando a atividade econômica começou a falhar, o emprego também deve levar um tempo antes de reagir quando o Produto Interno Bruto (PIB) do País enfim começar a se recuperar. "O mercado de trabalho deve começar a se estabilizar no primeiro trimestre do ano que vem", previu Silveira.

Ainda mais cético, Mauricio Nakahodo, economista do MUFG (Mitsubishi UFJ Financial Group), dono do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil, estima que a estabilização só comece no segundo semestre de 2017. "No final do ano que vem a taxa de desemprego começa a recuar", disse Nakahodo.

Prazo

O consenso entre analistas, no geral, é que a taxa de desemprego piore pelo menos até o fim do ano. O resultado de 11,6% registrado no trimestre encerrado em julho já poderia ter sido mais agudo, não fosse a realização dos Jogos Olímpicos no Rio. É provável que a competição tenha ajudado a manter empregos na região.

O resultado do impacto do evento sobre o mercado de trabalho, entretanto, só poderá ser medido em novembro, quando a taxa de desocupação estará livre de possíveis influências da Rio 2016, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. "A situação do Rio pode estar menos favorável do que está apresentando", disse.

O pesquisador lembrou que, ao retirar "esse ruído" sobre a taxa de desemprego, pode ser que o resultado mude não apenas na região beneficiada pelo evento, mas também o resultado nacional, "porque o Rio tem peso (relevante) na pesquisa."

Os dados de desemprego continuarão ruins, refletindo no mercado de trabalho a desaceleração econômica, afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. Segundo ele, o PIB brasileiro do segundo trimestre até poderá vir um pouco melhor, mas o emprego e a renda continuarão a enfrentar ajustes. "Esse é o objetivo da política econômica e está tendo êxito", disse o economista.

Perfeito espera que o PIB, que será divulgado nesta quarta-feira, 31, pelo IBGE, encerre o segundo trimestre com crescimento de 0,6% em relação ao primeiro trimestre do ano. "Estou mais otimista que meus colegas economistas, porque a indústria veio bem no trimestre e porque a balança comercial também veio bem", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil é o sétimo país com mais desempregados no mundo. A taxa de desemprego no país chegou a 11,6% no segundo trimestre de 2016. Com o resultado, foi o maior registro pela série histórica da Pnad Contínua do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em 2012. 

Em pesquisa recente, o IBGE informou que a população desocupada no Brasil chegou a 11,8 milhões de pessoas no mês de julho. Nos sete primeiros meses do ano, o país perdeu 623 mil empregos formais. Com o resultado, foi o 16° mês consecutivo de fechamento de vagas com carteira assinada. 

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Para efeito de comparação, o economista-chefe da agência Austin Rating, Alex Agostini, disse que "há no Brasil um Uruguai inteiro desempregado sem carteira assinada", afirma. 

A taxa de desocupação no Brasil supera a da zona do euro (10,1%) e de países como a Ucrânia (10,3%), Colômbia (8,9%), Rússia (5,3%), China e México (4%). 

Para o economista, a tendência é que o desemprego continue a crescer, projetando uma taxa de desemprego de 12,5% até o final do ano, subindo posições no ranking e superando países como a Itália. Projeções feitas com base nas estimativas do mercado para o PIB (Produto Interno Bruto) apontam que só a partir do ano de 2021 o país deverá recuperar o nível de estoque de empregos formais iguais ao do final de 2014. 

O ranking compara os últimos índices oficiais de 51 países e inclui apenas países que divulgaram dados sobre desemprego referentes a junho ou julho. 

Confira o ranking do desemprego:

Africa do Sul (26,6%)

Espanha (19,9%)

Montenegro (17,3%)

Jordânia (14,7%)

Croácia (13,3%)

Chipre (11,7%)

Brasil (11,6%)

Itália (11,6%)

Eslovênia (10,8%)

Ucrânia (10,8%)

França (9,9%)

Eslováquia (9,4%)

Colômbia (8,9%)

Polônia (8,6%)

Marrocos (8,6%)

Bélgica (8,5%)

Irlanda (8,3%)

Bulgária (8,2%)

Áustria (8,0%)

Finlândia (7,8%)

Lituânia (7,8%)

Peru (7,1%)

Canadá (6,9%)

Chile (6,9%)

Luxemburgo (6,4%)

Romênia (6,4%)

Suécia (6,3%)

Alemanha (6,1%)

Filipinas (6,1)

Holanda (6,0%)

Austrália (5,7%)

República Tcheca (5,4%)

Rússia (5,3%)

Estados Unidos (4,9%)

Noruega (4,8%)

Israel (4,7%)

Dinamarca (4,2%)

China (4,0%)

Taiwan (4,0%)

México (4,0%)

Coréia do Sul (3,5%)

Hong Kong (3,4%)

Malásia (3,4%)

Suíça (3,1%)

Japão (3,1%)

Islândia (2,9%)

Quirguistão (2,3%)

Cingapura (2,1%)

Macau (1,9%)

Tailândia (1,0%)

A deterioração no mercado de trabalho levou a um aumento na busca de adolescentes por emprego, o que está ajudando a piorar a evasão escolar no País. A taxa de desemprego na faixa etária entre 14 e 17 anos foi a que registrou maior aumento no segundo trimestre de 2016 ante o mesmo período do ano anterior: passou de 24,4% para 38,7%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, a deterioração na taxa de desemprego entre adolescentes - e na média do mercado de trabalho como um todo - começou um ano antes, em 2015. O resultado coincide com uma queda mais acentuada nas matrículas do ensino médio, apontada pelo último censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

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No ano passado, o número de jovens matriculados no Ensino Médio teve uma queda de 2,7% em relação a 2014, quase três vezes mais do que a taxa registrada em anos anteriores. Desde 2007 essa variação não chegava a 1%. O resultado da evasão registrada na passagem de 2014 para 2015 equivale a 224 mil adolescentes a menos na escola.

"À medida que as pessoas de mais importância no domicílio perdem o emprego, a tendência é que os outros moradores busquem um trabalho ou ajudem um parente em alguma atividade para complementar a renda da família. Durante a crise, a perda do emprego tem esse efeito de abandono escolar, de queda nas matrículas", explicou Sandro Sacchet, pesquisador da Diretoria de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O aumento na taxa de desemprego entre os adolescentes acompanha a deterioração no mercado de trabalho como um todo. No segundo trimestre de 2014, a taxa de desocupação entre os adolescentes estava em 20,9%, enquanto a taxa de desemprego na economia como um todo era de apenas 6,8%. A exemplo do que ocorreu entre os adolescentes, um ano depois, a taxa de desocupação no País tinha saltado para 8,3%. Em 2016, alcançou 11,3%.

O aumento no número de jovens em busca de uma vaga acompanha, sobretudo, a perda do emprego pelos chefes de família, grupo majoritariamente formado por pessoas entre 40 a 59 anos. Segundo avaliação do coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a redução no número de postos com carteira assinada e a queda na renda do trabalhador são os fatores que levam a maior busca por uma vaga. Os demais integrantes da família, que não trabalhavam, passam a procurar um emprego para ajudar a compor a renda e estabilidade perdidas.

"A recessão, que reduziu a renda familiar, obriga pessoas a voltarem o foco para o mercado de trabalho. Às vezes, as pessoas não conseguem estudar e trabalhar ao mesmo tempo e vão só procurar emprego. Agora é um momento em que falta dinheiro em casa, então o filho também vai buscar trabalho", explicou Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador de Economia Aplicada do IBRE/FGV.

As duas principais razões para a evasão escolar são o mau rendimento e o trabalho infantil, de acordo com um relatório do Unicef, citado pela secretária Executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), Isa de Oliveira.

"A Pnad não mede a qualidade do trabalho que está sendo procurado. O único trabalho permitido legalmente para adolescentes de 14 a 17 anos é o de aprendiz. Em geral, as outras formas de ocupação de adolescentes são degradantes, penosas e perigosas", alertou Isa.

Demografia e alta taxa de reprovação afetam o resultado

Para Carlos Eduardo Moreno Sampaio, diretor de estatísticas educacionais do INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, a queda na taxa de matrículos no ensino médio pode ter relação com fatores demográficos e "imprevistos" na vida escolar. A queda na taxa de fecundidade tem impacto direto na população, o que faz com que o número de jovens diminua e reduza a taxa de matrículas.

Entretanto, a Pnad Contínua aponta um crescimento na população em idade de trabalhar - que engloba todas as pessoas acima de 14 anos. "Como há um gargalo na porcentagem de jovens matriculados no ensino médio, o ideal é que aumente o número, mesmo se a população jovem diminuir", diz Barbosa Filho, pesquisador do IBRE/FGV.

Além do fator populacional, Sampaio destaca as taxas de aprovação nas últimas séries do ensino fundamental: como há mais reprovados, menos jovens estariam aptos a ingressar no ensino médio. "Este é o problema mais grave: muitos reprovam no nono ano", diz Sampaio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A taxa de desemprego entre os jovens cresceu no mundo todo, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em 2015, o número de desempregados na faixa dos 20 aos 29 anos ficou em 12,9% contra 13,1% que é a estimativa para 2016 e que deve se manter em 2017. Com isso, o relatório elaborado pela entidade mostra que o número de jovens desempregados no mundo chegará a 71 milhões de pessoas, o primeiro aumento depois de três anos de queda. "O aumento alarmante do desemprego entre os jovens e os altos níveis perturbadores de jovens que trabalham mas ainda vivem na pobreza mostram o quão difícil será alcançar a meta global de acabar com a pobreza até 2030.”, disse a diretora geral adjunta para políticas da OIT, Deborah Greenfield.

Além do desemprego, há também uma parcela da população jovem global que, apesar de empregada, vive ainda em situação de pobreza extrema: 156 milhões de pessoas, representando 37,7% dos jovens trabalhadores. A grande disparidade entre os gêneros também aponta o problema da misoginia, com um percentual de 53,9% de jovens homens participando da força de trabalho ativa, contra 37,3% de mulheres. Países do sul da Ásia, Oriente Médio e Norte da África são os que apresentam maior diferença no emprego de homens e mulheres.

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Outro dado importante mostrado no estudo é a baixa qualidade do emprego, o que transforma cerca de 70% dos jovens trabalhadores da região abaixo da faixa do deserto do Saara, conhecida como África Subsaariana, os participantes mais pobres do mercado de trabalho. Isso tem impacto direto no número de pessoas que pensam em migrar definitivamente: entre os jovens de 15 a 29 anos no mundo todo, 20% tinham vontade de sair do país de origem, sendo que na região da África Subsaariana e na América Latina o número era de 38%, quase empatando com o Leste Europeu, com 37%.

A taxa de desemprego nos EUA permaneceu em 4,9% em julho, mesmo valor registrado em junho, informou o Departamento do Trabalho. O resultado ficou levemente abaixo da previsão dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que esperavam redução para 4,8%.

Uma medida mais ampla do desemprego - que inclui os norte-americanos com trabalho de período parcial ou desanimados para procurar emprego - subiu levemente para 9,7% em julho, de 9,6% em junho.

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Já a taxa de participação na força de trabalho dos EUA subiu para 62,8% em julho de 62,7% em junho. A medida havia atingido o piso de 62,4% em setembro - o nível mais baixo desde 1977 - mas vem crescendo conforme mais pessoas começam a entrar na força de trabalho ou se animam para procurar emprego. Fonte: Dow Jones Newswires.

Quem deseja um emprego pode conferir as oportunidades divulgadas pela Agência do Trabalho de Pernambuco, nesta quarta-feira (20). As vagas são para o Recife, Caruaru, Cabo de Santo Agostinho e Camaragibe. Os interessados devem ficar atentos, visto que as ofertas de trabalho são para diversos cargos e exigem diferentes escolaridades.

Repositor de mercadorias (8), mecânico de automóvel (5), pizzaiolo (2), analista de logística (1) e fiscal de ônibus (1) são algumas das funções oferecidas. Há oportunidades para pessoas com deficiência. As remunerações variam de R$ 880 a R$ 1.612. 

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O agravamento da crise econômica intensificou o nível de desemprego no Brasil, principalmente entre os mais jovens. Levantamento elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Avançada (Ipea) aponta que um entre quatro brasileiros com menos de 25 anos está desempregado. O estudo também mostra que, no universo das pessoas atingidas pelo desemprego, a situação é mais grave no Nordeste, entre mulheres e jovens, entre pessoas com ensino médio incompleto e moradores das regiões metropolitanas. Esse grupo também é composto principalmente por pessoas que não são chefes de família.

O detalhamento feito pelo Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea aponta que o porcentual dos brasileiros entre 14 e 24 anos que não possuem emprego subiu de 20,89% no 4º trimestre de 2015 para 26,36% no 1º trimestre deste ano. "Após atingir um pico de 44% no terceiro trimestre de 2012, os jovens ocupados eram apenas 37% no primeiro trimestre de 2016", aponta a Carta de Conjuntura do Ipea referente ao mês de junho.

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Entre as pessoas com 25 a 59 anos, a taxa de desemprego cresceu menos, de 6,69% para 7,91%. O mesmo ocorreu no grupo formado por pessoas com mais de 59 anos, cuja taxa de desemprego oscilou de 2,52% para 3,29% no mesmo período analisado.

Na comparação por regiões, a taxa de desemprego no Nordeste continua sendo a mais elevada do País. O indicador subiu de 10,45% no quarto trimestre do ano passado para 12,80% no primeiro trimestre deste ano. Na região Sul, onde a taxa de desemprego é a mais baixa do País, o indicador oscilou de 5,69% para 7,35%. A taxa geral do Brasil variou de 8,96% para 10,90% no mesmo período de comparação.

A taxa de desemprego também atinge mais as mulheres (12,75%) do que os homens (9,48%), mais aqueles que não são chefes de família (15%) do que aqueles que são (6,07%) e mais quem mora nas regiões metropolitanas (11,93%) do que quem mora fora delas (10,13%). Na divisão por escolaridade, aqueles que possuem o ensino médio incompleto são os que mais sofrem, com 14,95% de taxa de desemprego. Quem possui o superior completo enfrenta o ambiente menos adverso, com uma taxa de desemprego de 7,64%.

A pesquisa mostra que todos os grupos analisados registraram aumento do desemprego na comparação entre o primeiro trimestre de 2016 e o quarto trimestre do ano passado. O mesmo acontece na comparação com o primeiro trimestre de 2015, quando a taxa nacional estava em 7,94%.

"Desde o último trimestre de 2015, os dados da PNADC indicam que o aumento do desemprego foi causado majoritariamente pela queda da população ocupada, tendo sido reduzida a contribuição do aumento da população economicamente ativa (PEA)", aponta o estudo do Ipea, em referência à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. "Por outro lado, o aumento do desemprego não tem sido ainda mais intenso, pois muitos trabalhadores têm tomado a iniciativa de se tornarem trabalhadores por conta própria", complementa a Carta de Conjuntura.

O documento ressalta que a situação de desemprego do País continuou a se deteriorar no início do segundo trimestre. Tanto que a taxa de desemprego, que terminou o primeiro trimestre em 10,90%, subiu para 11,2% no trimestre móvel que inclui o mês de abril.

Rendimento

Com o aumento do desemprego, a renda média do trabalhador ficou praticamente estável, em contraste a uma taxa de inflação que oscila ao redor de 10% ao ano. "A média dos rendimentos no primeiro trimestre ficou em R$ 1.974,00, apenas R$ 5 maior que a média do último trimestre de 2015, porém bastante abaixo dos R$ 2.040,00 observados no início de 2015 e final de 2014", aponta o documento. No trimestre encerrado em abril, o rendimento médio já havia caído mais um pouco, para R$ 1.962,00.

Os dados da PNADC, ressalta o Ipea, mostram que a redução nos salários reais foi pior em setores que exigem menor qualificação. No grupo de pessoas que recebem menos que o mínimo, os rendimentos reais caíram aproximadamente 10% nos últimos 12 meses. "Já o rendimento real do decil superior da distribuição de renda caiu 6,7% no último ano", compara o Ipea, ao analisar os dados do primeiro trimestre deste ano.

A atitude desesperada de um pai comoveu até agentes da Polícia Militar de Brasília. Diante do desemprego, o jovem Joarles Souza, de 19 anos, na tarde da última sexta-feira (27), roubou para alimentar um filho de pouco mais de um ano de idade que passava fome em casa. De acordo com o G1, o crime aconteceu no P Sul, na região administrativa de Ceilândia. 

O jovem foi detido após roubar um celular e R$ 48 de uma mulher que trafegava pela rua; no entanto, após ser pego pela Polícia Militar do Distrito Federal, ele explicou a situação em que sua família vivia. Joarles informou que não é ladrão e contou que só fez isso por falta de comida para seu filho, apontando ainda que, em casa, não havia nem geladeira. 

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Diante do relato do rapaz, os PMs resolveram ir até a residência dele para verificar as reais condições. Chegando lá, foi constatada a precariedade em que a família se encontrava, agravada pela perda de emprego da esposa de Joarles que foi demitida após anunciar onde trabalhava a segunda gravidez. 

Comovidos com a situação, os policiais militares resolveram se unir para juntar um valor equivalente a uma cesta básica. Foram recolhidos R$ 400, destinados à compra de feijão, arroz, leite, verduras, macarrão, ovos, iogurte, frutas, biscoitos, sal e óleo de cozinha.

Apesar disso, o jovem foi apresentado à Justiça em audiência de custódia, mas teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Segundo o juiz Alessandro Marchió Bezerra Gerais, o fato de Joarles estar passando necessidades financerias não pode ser entendido como liberação da prática delituosa. 

Confira o vídeo feito pelos PMs:

A taxa de desemprego ajustada na Alemanha caiu para 6,1% em maio, de 6,2% em abril, permanecendo no menor nível da série histórica iniciada em janeiro de 1992, segundo dados publicados hoje pela agência de estatísticas do país, a Destatis. O resultado veio melhor que a previsão de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que era de manutenção da taxa.

O número de desempregados na maior economia da zona do euro recuou 11 mil em maio, também considerando-se efeitos sazonais, em sua oitava queda consecutiva, informou a Destatis. A previsão de economistas consultados pelo Wall Street Journal era de queda de 5 mil no total de desempregados.

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Em termos não ajustados, o número de desempregados na Alemanha diminuiu para 2,664 milhões em maio, de 2,744 milhões em abril, enquanto a taxa de desemprego caiu para 6,0%, de 6,3% no mês anterior. Fonte: Dow Jones Newswires.

A taxa de desemprego total na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) alcançou 16,8% em abril, alta de quase 1 ponto porcentual em relação ao patamar de 15,9% registrado em março. Em abril do ano passado, o indicador havia ficado em 12,4%, segundo os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada nesta quarta-feira (25) pela Fundação Seade e pelo Dieese.

A taxa de desemprego aberto subiu de 13,4% em março para 14,2% em abril e o indicador de desemprego oculto cresceu de 2,5% para 2,6% em igual base comparativa. Este é o terceiro mês consecutivo em que a taxa de desemprego cresce na região metropolitana de São Paulo.

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O contingente de desempregados ficou em 1,868 milhão de pessoas em abril, 118 mil a mais do que no mês anterior. O contingente de ocupados foi estimado em 9,252 milhão de pessoas no mês passado.

"Esse crescimento decorreu quase que exclusivamente da expansão da População Economicamente Ativa (PEA)", explica a Fundação Seade em nota. Em um movimento considerado usual para o período, o mercado de trabalho foi marcado pelo ingresso de 113 mil pessoas. O nível de ocupação, por sua vez, praticamente não variou. Houve a eliminação de 5 mil postos de trabalho (-0,1%).

Por setor, o destaque negativo ficou com a Construção, com a eliminação de 28 mil postos de trabalho (-4,3%). O setor de Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas perdeu 19 mil vagas (-1,2%). A Indústria de Transformação (1,3%, ou geração de 18 mil postos de trabalho) e o setor de Serviços (0,5%, ou 25 mil) foram os principais destaques de alta.

Renda

Os rendimentos médios reais de pessoas ocupadas e assalariadas caíram 2% na comparação entre março e o mês anterior. A renda, nesses casos, ficou em R$ 1.952 e R$ 2.007, respectivamente.

Ainda que medidas do governo Temer possam evitar que a taxa de desemprego atinja 14% em 2016, conforme sugeriu o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, especialistas avaliam que, mesmo com um início da recuperação da economia este ano, o nível de desocupação só deve começar a cair no segundo semestre de 2017. A taxa - que chegou a 10,9% no primeiro trimestre e já é a maior observada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua - deve ultrapassar 12,0% em 2016 e pode chegar ao pico de 13,9% em 2017, de acordo com analistas consultados pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Para os especialistas, a demora na reação do mercado de trabalho se deve a uma premissa econômica: a atividade deve avançar em um primeiro momento, para só depois haver uma geração de emprego mais sustentável. Segundo eles, este atraso ocorre porque, para as empresas, o custo de contratar ou demitir é alto. Os empresários preferem, portanto, estar seguros quanto aos rumos da economia para abrir ou fechar postos de trabalho.

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"Quando a atividade econômica começar a melhorar, as empresas vão preferir fazer hora extra com seus funcionários atuais e, quando não houver mais condição de atender à demanda, terão de contratar", explica o economista Luiz Fernando Castelli, da consultoria GO Associados. Segundo suas estimativas, o ano de 2016 terminará com uma taxa de desocupação a 12%, chegando a 12,5% no segundo semestre do ano que vem e começando a cair a partir daí.

Em reuniões com centrais sindicais no início desta semana, Meirelles mostrou uma previsão até mais pessimista. Para ele, caso a confiança dos agentes econômicos não seja restaurada, a desocupação do País pode chegar a 14% ainda este ano. Depois, em entrevista, o ministro garantiu que o governo vai tomar medidas necessárias para evitar que a taxa chegue a este nível.

O presidente em exercício Michel Temer havia afirmado em seu primeiro discurso, na última quinta-feira, que a redução do desemprego é seu maior objetivo. Para isso, o governo aposta no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que deve ser lançado nos próximos dias. O projeto tem como meta destravar as concessões, privatizações e parcerias público-privadas de infraestrutura como forma de criar empregos e gerar renda.

O ex-ministro Moreira Franco (PMDB-RJ), que é o secretário-executivo do PPI, defendeu que os investimentos nesta área têm potencial de gerar três vezes mais vagas do que os realizados no setor produtivo, embora não tenha explicitado ainda quantos empregos o programa pode gerar.

Márcio Salvato, professor e coordenador do curso de economia do Ibmec/MG, acredita na possibilidade na criação de postos de trabalho por meio do PPI, mas pondera que os reflexos só devem ser vistos na taxa de desemprego no longo prazo. "O desemprego não vai cair imediatamente. Na verdade, é o contrário. Muitas pessoas que estavam fora da PEA (População Economicamente Ativa) devem voltar a procurar emprego porque sentem que há mais vagas, o que deve refletir no aumento das taxas por um período", explica. Para Salvato, o desemprego medido pela Pnad Contínua deve chegar ao pico de 13,0% em outubro deste ano e girar neste nível por alguns meses.

O economista Thiago Curado, da 4E Consultoria, também alerta para o aumento da PEA por causa da chegada de mais pessoas ao mercado de trabalho. "A PEA está crescendo em ritmo mais rápido do que a economia é capaz de incorporar", afirma. A 4E espera que a taxa de desemprego suba para 13,1% em dezembro de 2016, chegando ao pico de 13,9% em setembro do ano que vem.

Os profissionais mais qualificados são os alvos prioritários da deterioração em curso no mercado de trabalho. A demissão de funcionários com curso superior completo saltou 10,8% nos 12 meses encerrados em março, o que significa um corte de 1,014 milhão de pessoas com alto nível de instrução no período de um ano. Os dados são de um levantamento exclusivo feito pelo economista Fabio Bentes, da Divisão Econômica da CNC, a pedido do ‘Broadcast’, serviço de notícias em tempo real da ‘Agência Estado’.

O movimento segue na contramão das demais faixas de instrução. Todas registraram recuo no total de demissões. Entre os empregados analfabetos, as demissões recuaram 9,3% em relação a março de 2015; na faixa com fundamental completo, a queda foi de 13,3%; e com o ensino médio completo, recuo de 4,0%.

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"Quando você coloca a lupa no pessoal que precisa efetivamente do diploma para trabalhar, o estrago é monumental. Não está resistindo nenhuma profissão ligada ao aumento da produtividade. Pelo contrário, são essas que estão sendo cortadas", alertou Fabio Bentes.

O levantamento, com base em informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged), considera apenas os empregados demitidos sem justa causa ou que tiveram o contrato de trabalho rescindido. Dessa forma, o estudo consegue excluir os desligamentos, que normalmente são voluntários, principalmente por conta da migração dos profissionais de uma empresa para outra.

Entre as carreiras que exigem diploma de nível superior, as mais atingidas foram as de administradores de empresas; professores na área de formação pedagógica do ensino superior; engenheiros civis e afins; programadores, avaliadores e orientadores de ensino; advogados; engenheiros industriais, de produção e segurança.

"É o filé mignon do mercado de trabalho, são aquelas ocupações que exigem formação superior. Isso tudo está ligado à queda nos investimentos", avaliou o autor do estudo.

Ranking - No topo do ranking, a carreira de administrador de empresas dispensou 26.244 profissionais em apenas um ano. No mesmo período, 17.623 engenheiros civis perderam seus postos de trabalho, assim como 10.616 advogados e 3.672 arquitetos, entre tantos outros profissionais qualificados.

"Isso só vai se reverter com uma mudança de humor dos empresários. Enquanto os investimentos continuarem derretendo, essa turma vai continuar perdendo o emprego. Quem está mantendo a contratação é o emprego de baixa qualificação. As demissões estão direcionadas ainda para pessoas mais qualificadas", apontou Bentes.

A recessão econômica está por trás do resultado, porque aumenta o número de estabelecimentos fechados e leva à postergação de investimentos. Os novos projetos são adiados, os que estavam em andamento acabam congelados, e as empresas tendem a manter apenas os serviços essenciais, como limpeza e segurança, lembrou Roberto Saldanha, responsável pela Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A prestação de serviços técnico-profissionais recuou 8,5% em março, ante março do ano passado. A categoria inclui serviços de consultoria, engenharia, jurídicos, auditoria, publicidade e propaganda, contabilidade, arquitetura, urbanismo e design, entre outros. Não por acaso, várias dessas especialidades estão na lista dos que mais dispensaram funcionários.

Investimentos - "Os serviços técnico-profissionais, que são os mais qualificados, dependem muito das decisões de investimentos das empresas e do governo. Os serviços de engenharia têm sido os mais afetados, os que dependem de projetos, principalmente no setor de óleo e gás", apontou Saldanha. "Com certeza, isso se reflete em demissões", acrescentou.

Parte desses profissionais provavelmente acaba migrando para funções que não exigem nível de instrução tão alto ou qualificação específica. O professor da PUC-Rio José Marcio Camargo, economista-chefe da Opus Investimentos, pondera que é necessário olhar com cuidado os dados para entender o que está acontecendo no mercado de trabalho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diante de um mercado de trabalho em deterioração, com a fila do desemprego aumentando a cada mês, uma saída encontrada por alguns profissionais muito qualificados tem sido mudar de Estado ou até sair do País. Formado em ciência da computação, Marcelo Benites foi surpreendido com uma carta de demissão assim que voltou de férias, em fevereiro.

Ele trabalhava numa startup em Porto Alegre, especializada no desenvolvimento de softwares para o varejo. A dispensa foi motivada pelo anúncio de que o principal investidor da empresa não apoiaria mais o desenvolvimento de novos produtos. Além de Benites, foram cortadas as outras duas pessoas da equipe que eram igualmente qualificadas em ciência da computação e desenvolvimento de software.

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No entanto, o profissional passou apenas um mês e meio desempregado. Já em abril engatou num emprego em Portugal. Atualmente, Benites trabalha remotamente, de Porto Alegre, desenvolvendo softwares para uma loja de aplicativos para celulares e tablets, mas já está de passagens compradas para Portugal, aguardando apenas a emissão do visto. Ele chegou a ser sondado para funções semelhantes na Alemanha, Irlanda, Suécia e até Nova Zelândia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A taxa de desemprego ajustada na Alemanha ficou em 6,2% em abril, inalterada ante o mês passado e permanecendo no menor nível de série histórica iniciada em janeiro de 1992, segundo dados publicados hoje pela agência de estatísticas do país, a Destatis. O resultado veio em linha com a previsão de analistas consultados pela Dow Jones Newswires.

Apesar da taxa estável, o número de desempregados na maior economia da zona do euro recuou 16 mil em abril, também considerando-se efeitos sazonais, em sua sétima queda consecutiva, informou a Destatis. A previsão de economistas consultados pelo Wall Street Journal era de estabilidade no total de desempregados.

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Em termos não ajustados, o número de desempregados na Alemanha diminuiu para 2,744 milhões em abril, de 2,845 milhões em março, enquanto a taxa de desemprego caiu para 6,3%, de 6,5% no mês anterior. Fonte: Dow Jones Newswires.

As montadoras querem que o governo, independentemente de quem seja - se Dilma Rousseff ou Michel Temer -, mantenha o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) como medida "perene" para evitar demissões no setor. O programa, iniciado neste ano, permite a redução de jornada e salários dos trabalhadores em períodos de crise, mas a versão atual tem dois anos de validade, ou seja, até o fim de 2017.

"Defendemos que seja uma política perene, pois temos certeza de que vamos sair dessa situação atual de dificuldades, mas lá na frente pode ocorrer novamente", diz Antonio Megale, que assumiu na segunda-feira, 25, a presidência da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), para uma gestão de três anos. Atualmente, 39 mil trabalhadores das montadoras estão em PPE ou em lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho), o equivalente a 30% da mão de obra do setor.

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Além dessas medidas, as empresas continuam dando férias coletivas. A partir de ontem, a Fiat dispensou, por 10 dias, grande parte dos 19 mil funcionários da fábrica de Betim (MG). A fábrica que produz os modelos Palio, Uno e o recém-lançado Mobi, entre outros, manterá apenas uma de suas quatro linhas em atividade, para "ajuste de produção à demanda do mercado", informa a montadora. Essa é a terceira vez no ano que a Fiat adota essa medida, somando ao todo 40 dias de dispensas coletivas.

Um dos entraves que a Anfavea deve encontrar é a dificuldade de caixa do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que banca metade do valor do salário reduzido do trabalhador. Hoje, já ocorrem atrasos no repasse às empresas que aderiram à medida - que inclui período de garantia de emprego após o fim do programa e pode ser adotada por até cinco meses. Segundo a entidade, os custos com o programa são inferiores aos do salário-desemprego.

Megale também defende que prevaleçam os acordos fechados entre empresas e sindicato de trabalhadores. Em muitos casos, diz ele, a Justiça do Trabalho tem entendimento diferente e dá ganhos de causa aos funcionários em ações trabalhistas. "É uma questão que gera muita insegurança jurídica", afirma o executivo, de 59 anos, também diretor de Assuntos Governamentais da Volkswagen. Ele substitui Luiz Moan, que esteve à frente da Anfavea nos últimos três anos.

Mesmo com o PPE, as montadoras demitiram nos últimos 12 meses 12,3 mil funcionários em programas de voluntariado e incentivos após o fim do período de lay-off. Elas empregam atualmente 128,5 mil trabalhadores. A produção de veículos caiu 27,8% no primeiro trimestre ante 2015, para 594 mil unidades. Já as vendas no mercado interno tiveram retração de 27%, para 481,3 mil unidades.

Confiança

Megale acredita numa retomada do mercado assim que a crise política for resolvida. "O que temos hoje é uma crise de confiança, mas quando tivermos um quadro político estável acreditamos que a economia será retomada." Ao falar de suas prioridades, Megale listou em primeiro lugar a necessidade de se trabalhar com previsibilidade e estabilidade. "Qualquer que seja o governo, precisamos de regras claras."

Tradicionalmente, o novo presidente da Anfavea faz uma visita ao presidente da República e ministros logo após a posse, para se apresentar e falar de seus planos. Desta vez, Megale aguardará a decisão do Senado, sobre o impeachment de Dilma ou não, para depois seguir o ritual.

A Anfavea tem 32 empresas associadas e o setor responde por 20% do PIB industrial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil é líder mundial em geração de desemprego, aponta estudo do Instituto Teotônio Vilela, do PSDB. No ano passado, 2,6 milhões de brasileiros perderam empregos, o maior volume absoluto registrado num conjunto de 59 países. "E não parou", diz o presidente do instituto, José Aníbal. "Em janeiro, fevereiro e março devemos ter tido devastação suplementar."

O estudo aponta que em nenhum país analisado houve reversão tão abrupta do mercado de trabalho em tão pouco tempo. No período, o total de desempregados saltou de 6,5 milhões para 9,1 milhões. "O Brasil aparece no ranking à frente de países cuja situação política, econômica e social é muito mais conturbada que a nossa."

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O segundo colocado é a Nigéria, que sofre com o terrorismo do grupo Boko Haram e amarga efeitos da queda do preço internacional do petróleo. Lá, 2,4 milhões de pessoas perderam o emprego. Em seguida vêm a Rússia, alvo de sanções econômicas, com 276 mil novos desempregados, e o Irã, com 261 mil. A Índia, com crescimento de 179,9 mil desempregados, fica no oitavo lugar - a população do país é seis vezes maior que a brasileira. "Isso indica a gravidade dessa crise", diz Aníbal. "As empresas demitem e não veem horizonte de retomada."

A amostra leva em consideração países da Europa, membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), economias mais desenvolvidas e América do Sul - com exceção da Bolívia, que não tem dados para 2015.

O Brasil é destaque também em relação à proporção da população. O índice passou de 6,5% para 9%. Por esse critério, o País registra o segundo pior dado do mundo. O primeiro é o da Nigéria, onde avançou 4 pontos porcentuais. No grupo de 59 países, 42 registraram estabilidade ou queda da taxa de desemprego.

"É o esperado", diz o professor José Alberto Ramos, da Universidade de Brasília (UnB). Segundo ele, o desempenho se deve à desaceleração econômica. "O PIB do Brasil é um dos que mais caem no mundo, então o resultado é necessariamente o aumento do desemprego." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Se as estatísticas gerais de desemprego no Brasil estão hoje em cerca de 9%, a situação parece ainda mais difícil para os profissionais que atuam em cargos de média e de alta gestão. Levantamento da consultoria de recursos humanos britânica Hays, em parceria com a ESPM, aponta que 20% dos analistas, gerentes e presidentes de empresas instaladas no País chegaram ao fim de 2015 desempregados. O dado é o mais alto da série histórica, iniciada há cinco anos, e mostrou que o total de profissionais sem vagas nos mais altos níveis hierárquicos mais do que dobrou em um ano.

O estudo ouviu 3,2 mil executivos de 400 empresas de grande, médio e de pequeno portes pelo Brasil, com concentração de 83% das respostas na região Sudeste. O universo dos entrevistados contemplou 32% de analistas e especialistas, 53% de coordenadores e gerentes e 15% de diretores e presidentes.

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Salários

O estudo mostrou também que, entre os entrevistados que se mantiveram no emprego, sete em cada dez tiveram perda real de salário no ano passado. Segundo a pesquisa, 72% tiveram aumento salarial de até 10% - abaixo do acumulado da inflação oficial, de 10,67%. Em 2014, 46% dos entrevistados haviam tido perdas salariais.

Na opinião da gerente sênior da Hays, Caroline Cadorin, os dados só vieram confirmar o que o mercado já sentia na prática. "É a realidade que a gente sente no nosso dia a dia. Essa é uma pesquisa que representa bem a realidade nacional e, no ambiente corporativo, mostra o movimento de corte de empregos e redução de custos para tentar contornar a crise."

Além da taxa de desocupação, Caroline chama a atenção para uma movimentação que a executiva considera atípica dentro das corporações, marcada sobretudo por um rearranjo organizacional. "A gente capturou um movimento de 'juniorização' de profissionais. Algumas empresas cortaram posições ocupadas por profissionais sênior para substituí-los por funcionários menos experientes, que ganham menos", diz Caroline.

Ao longo de 2015, 37,18% dos profissionais demitidos tinham acima de 51 anos. "Mas a estratégia teve seu preço. Algumas empresas observaram que a 'juniorização' traz uma economia imediata, mas não se sustenta no médio prazo", diz a especialista, que já observa um retorno na procura por profissionais mais experientes para algumas vagas em aberto.

Outra tendência, apontou a Hays, foram os acúmulos de função. "O que percebemos é que o mercado teve muita movimentação lateral, pessoas assumindo mais áreas, mas sem reflexo no aumento de salário", ressalta a gerente da Hays.

Benefícios

Para compensar a falta de atratividade dos programas de remuneração, as empresas têm ampliado benefícios. Segundo Gabriel Vouga Chueke, coordenador do Observatório das Multinacionais Brasileiras da ESPM, a pesquisa retrata o retorno de algumas políticas, como a de oferta de carros corporativos. "Houve um curioso aumento de 26% de oferta de carros corporativos entre 2014 e 2015. O trabalho remoto também cresceu bastante: 10%." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Europa, epicentro da crise econômica mundial por anos, já tem uma taxa de desemprego inferior ao que se registra hoje no Brasil. Dados publicados nesta segunda-feira (4) revelam que os 28 países do bloco europeu somaram uma taxa de desemprego de 8,9% em fevereiro. No Brasil, a taxa do IBGE era de 9,5% no trimestre encerrado em janeiro.

Os novos números mostram que, no total, 18 dos 28 países da UE já contam com taxas de desemprego abaixo do que se vê no Brasil, um contraste com o cenário de diversos encontros entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff com líderes europeus.

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Durante o auge da crise europeia, milhares de espanhóis e portugueses decidiram tentar a chance no Brasil, enquanto os brasileiros que trabalhavam na Europa optaram pelo caminho do retorno ao País, em pleno crescimento.

Mas, segundo os novos dados oficiais da UE, a taxa de desemprego no bloco caiu de 10% no final de 2014 para 9,7% em fevereiro de 2015 e, agora, para 8,9% ao final de fevereiro. "Essa é a menor taxa na UE desde maio de 2009", indicou a Eurostat, a agência de estatísticas da UE.

Em apenas um ano, o número absoluto de desempregados na Europa foi reduzido em quase 2 milhões de pessoas, passando para 21,6 milhões de europeus afetados. As menores taxas foram encontradas na Alemanha, com desemprego de 4,3%, e na República Checa, com 4,5%.

A maior taxa continua sendo a da Grécia, com 24%, seguida pela Espanha, com 20,4%. Contando apenas os países que usam o euro, a taxa ficou ainda em 10,3% em fevereiro. Mas, mesmo assim, abaixo dos 11,2% de fevereiro de 2015 e também a taxa mais baixa desde de 2011.

Enquanto a tendência na Europa é de queda, o Brasil vive um cenário diferente. A taxa de desemprego no País atingiu 9,5% no trimestre encerrado em janeiro, segundo o IBGE. No mesmo trimestre do ano anterior a taxa havia sido de apenas 6,8%. Nos três meses terminados em outubro, a taxa havia sido de 9%. Em um ano, a população desocupada aumentou de 6,45 milhões para 9,09 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a taxa de desemprego vai continuar a aumentar no Brasil. O País ainda será responsável por um a cada três novos desempregados em 2016 no mundo.

Milhares de manifestantes na Colômbia atenderam ao chamado do ex-presidente Álvaro Uribe para protestar contra o governo do presidente Juan Manuel Santos e a forma como tem conduzido as negociações de paz com as Farc. Com palavras de ordem como "Renuncia, Santos, as pessoas não te querem", os protestos ocorreram em mais de 20 cidades da Colômbia, onde homens e mulheres vestindo camisas amarelas e vermelhas carregavam cartazes que expressam rejeição às políticas governistas para segurança, emprego, saúde e educação.

O ex-presidente Uribe, agora líder da oposição, conduziu a manifestação em Medellín, a segunda maior cidade do país. Em Bogotá, o ex-ministro Rudolf Hommes guiou milhares de manifestantes ao longo de 20 quadras para preencher, apesar da chuva, a Praça de Bolívar, no centro da capital. "Um presidente tem de ouvir os cidadãos. Estamos dizendo a Santos que o mal-estar é gigantesco e que ele precisa corrigir o rumo do país", afirmou.

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Os atos coincidem com a popularidade em queda do presidente Santos, a mais baixa desde que ele assumiu seu primeiro mandato em 2010. A última medição da empresa Ipsos-Napoleón Franco apontou que 25% dos entrevistados tinham imagem positiva do presidente, enquanto a proporção dos entrevistados com imagem negativa foi de 75%. A administração de Santos tem sido criticada pela gestão econômica e pelas políticas para combater o desemprego. Além disso, pelo menos 66% dos colombianos consultados estão pessimistas frente a uma possível assinatura de um acordo de paz entre o governo e as Farc. A decepção com o processo de paz, que começou em novembro de 2012, cresceu após o prazo de 23 de março planejado por Santos ter passado sem nenhum acordo final.

As horas que precederam as marchas foram marcadas por tensão. Algumas áreas, como o departamento de Córdoba, amanheceram com militares nas ruas depois da onda de violência desencadeada nos últimos dias pelo grupo narco-paramilitar Clan Úsuga, que exige reconhecimento político. Fonte: Associated Press.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua divulgada nesta quinta-feira, 24, mostrou uma queda generalizada no emprego, disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. Isso porque houve queda recorde no emprego com carteira assinada, mas também recuo no emprego sem carteira no setor privado. A resposta a esse quadro foi uma alta de 6,1% do número de pessoas trabalhando por conta própria no trimestre encerrado em janeiro de 2016.

O emprego com carteira assinada recuou 3,6% no trimestre encerrado em janeiro, frente ao igual período do ano anterior. Isso significa que 1,318 milhão de pessoas deixaram de ter carteira em um ano, contingente recorde na série histórica iniciada no primeiro trimestre de 2012. Ao mesmo tempo, o emprego no setor privado sem carteira também perdeu força, recuando 5,9% na mesma base de comparação, ou menos 614 mil pessoas.

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"O natural é: caiu o emprego sem carteira porque subiu o emprego com carteira assinada. Não é o que está acontecendo. O que a gente está vendo é a queda do emprego formal e do que não é formal. Até mesmo os pequenos negócios ou empresas que não estão registradas estão com dificuldades e apresentando redução em seu contingente de empregados", afirmou Azeredo.

Para o coordenador da PNAD Contínua, a queda na qualidade do emprego é uma das maiores preocupações trazidas pela crise econômica. "O aumento do número de pessoas com carteira assinada foi uma grande conquista do País nos últimos anos. Isso significa garantias como seguro desemprego e fundo de garantia (FGTS). Isso se perdeu em grande parte", disse.

A situação do mercado é tão crítica que no trimestre encerrado em janeiro o IBGE detectou um aumento recorde na população desocupada, que cresceu para 9,623 milhões de pessoas. Isso mostra que além de não reter os empregos temporários geralmente criados em dezembro houve uma dispensa superior a de outros inícios de ano.

Setores

O trabalho na indústria registrou uma queda de 8,5% no trimestre encerrado em janeiro de 2016, ante o mesmo período de 2015. O porcentual foi recorde na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Ao todo foram cortadas 1,131 milhão de vagas no setor industrial no período, volume também inédito.

O emprego no grupamento Informação, Comunicação e Atividades financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas também teve recuo significativo no trimestre: 7,7%. Na prática isso significou menos 809 mil postos de trabalho.

Para Cimar Azeredo, as demissões nesses grupos preocupam principalmente por se tratarem de áreas que costumam ter maior nível de formalização. "Isso mostra que a redução do número de trabalhadores com carteira assinada pode estar vindo dessas atividades", destacou.

Serviços domésticos

O coordenador da pesquisa chama atenção também para um outro movimento: a retomada do crescimento dos serviços domésticos. No trimestre encerrado em janeiro esses serviços registraram alta de 5,2%, com mais 314 mil pessoas aderindo ao emprego doméstico. A comparação é com o igual trimestre do ano passado.

Com a crise econômica o emprego doméstico voltou a ganhar fôlego nos últimos quatro trimestres, revela a pesquisa do IBGE. O movimento é um retrocesso, já que nos últimos anos o aumento da escolaridade, qualificação e geração de postos de trabalho em outros segmentos estavam dando outras oportunidades a uma camada da população com menor renda e que em geral concentrava os serviços domésticos. "Um cenário econômico ruim traz algumas mazelas. Essa é uma delas", disse Azeredo.

Ao mesmo tempo em que o emprego doméstico subiu, o rendimento médio real habitual nesse tipo de serviço caiu 0,9% no trimestre até janeiro, passando de R$ 784 para R$ 777. Segundo Azeredo, isso é ainda mais alarmante por ocorrer a despeito do aumento do salário mínimo. Esse decréscimo é resultado da perda do poder de barganha dos profissionais domésticos em função do aumento do contingente de pessoas buscando esse tipo de emprego e da queda da renda em geral, impedindo o empregador de pagar melhores salários.

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