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O Brasil alcançou uma taxa de informalidade de 41,4% no mercado de trabalho no trimestre até setembro, patamar recorde da série histórica, iniciada em 2015. São 38,806 milhões de trabalhadores atuando na informalidade, o maior contingente já visto nessa situação, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi puxado por recordes tanto na população de trabalhadores atuando por conta própria quanto na de pessoas trabalhando sem carteira assinada no setor privado.

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O trabalho por conta própria alcançou o ápice de 24,434 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em setembro. Em apenas um ano, o trabalho por conta própria ganhou a adesão de 1,015 milhão de pessoas. Em um trimestre, foram 293 mil trabalhadores a mais nessa condição.

O trabalho sem carteira assinada no setor privado também cresceu para o patamar recorde de 11,838 milhões de ocupados nessa situação. O emprego sem carteira no setor privado aumentou em 384 mil vagas em um ano. Em um trimestre, foram 338 mil trabalhadores a mais.

O mercado de trabalho fechou 138 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre terminado em junho. Na comparação com o trimestre encerrado em setembro de 2018, foram criadas 166 mil vagas formais no setor privado.

O setor público abriu 22 mil vagas em um trimestre, o trabalho doméstico também absorveu mais 22 mil pessoas em um trimestre.

A taxa de desocupação no Brasil fechou o trimestre móvel encerrado em setembro em 11,8%, uma leve queda em relação tanto ao trimestre anterior, finalizado em junho, quando 12% da população estavam sem trabalho, quanto ao trimestre que acabou em setembro do ano passado (11,9%).

Os dados foram apresentados hoje (31), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

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O contingente de desocupados soma 12,5 milhões de pessoas, uma diminuição de 251 mil pessoas. Já a população ocupada atingiu 93,8 milhões, um aumento de 459 mil pessoas.

A população fora da força de trabalho permaneceu estável, com 64,8 milhões de pessoas. Já a taxa de subutilização ficou em 24%, uma redução de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, somando 27,5 milhões de pessoas que gostariam de trabalhar mais horas do que atualmente.

A população desalentada, que são pessoas que desistiram de procurar trabalho, soma 4,7 milhões de pessoas, um recuo de 3,6%.

A taxa de desemprego no Reino Unido subiu ligeiramente, a 3,9%, nos três meses até o final de agosto, informou nesta terça-feira o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS) britânico, ressaltando que o mercado de trabalho está desacelerando com a proximidade do Brexit.

No final de julho, o desemprego havia caído a 3,8%, seu nível mais baixo em 45 anos. No final de agosto continuava um pouco inferior ao mesmo período do ano passado (4,0%), segundo o ONS.

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Os salários aumentaram 1,9% no ano, sem levar em conta a inflação, em um país acostumado a empregos precários e de baixa remuneração.

"O mercado britânico mostrou sinais de desaceleração nos três meses que terminaram em agosto de 2019", comentou o ONS.

"As incertezas econômicas e políticas pesam sobre os projetos de contratação das empresas", afirmou.

O organismo citou um estudo da Câmara de Comércio britânica que aponta que se o Reino Unido abandonar a União Europeia sem acordo, 22% das empresas entrevistas prevê revisar seus planos de contratação, contra 3% que prevê aumentá-los.

Na manhã deste domingo (13) o presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no Twitter para ressaltar pontos que considera positivos de seu governo na segunda semana de outubro. Dentre os temas enaltecidos por Bolsonaro estão a queda da criminalidade, recuo na taxa de inflação e retomada do mercado de trabalho.

O mandatário citou que houve redução no número de crimes no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período de 2018, com menos 5.423 assassinatos. Além disso, escreveu que os roubos a bancos e de veículos caíram 40% e 27%, respectivamente, citando o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) do Ministério da Justiça. "É nosso dever ir mais longe!", disse.

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De acordo com o presidente, a apreensão recorde este ano pela Polícia Federal já superou 60 toneladas. "Sufocamento do crime organizado, retirando o sustento dos partidos e grupos terroristas que compõem o Foro de SP."

Bolsonaro também disse que o governo espera arrecadar até R$ 100 milhões este ano por meio da Medida Provisória que facilita a venda de bens móveis e imóveis do tráfico. Conforme ele, serão leiloados e revertidos em recursos para aparelhar as polícias federal e dos Estados, além de ajudar em programas de tratamento de usuários de drogas.

Enalteceu o Programa Criança Feliz, do Ministério da Cidadania, que, conforme ele, está se avançando em todas as regiões do País. De acordo com ele, houve avanço de 57,4% nos primeiros sete meses de 2019. "Educação e saúde aos mais necessitados. Hoje, o maior programa do mundo de visitação domiciliar para atenção à infância", escreveu.

Inflação e Desemprego

Quanto ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou queda de 0,04% em setembro, após alta de 0,11% em agosto, Bolsonaro comemorou: "É o menor resultado desde 1998 -0,22%".

Além da deflação registrada no mês passado, citou que de julho para agosto, a produção industrial cresceu em 11 dos 15 locais pesquisados, citando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda no campo da atividade, destacou que a maioria das capitais brasileiras vive retomada do emprego formal. "14 tiveram saldo positivo com carteira assinada nos oito primeiros meses do ano. São Paulo lidera o ranking, com 58.889 novos postos de trabalho. A herança monstruosa deixada pelo PT tem que ser revertida!", escreveu.

A taxa de desemprego da zona do euro caiu de 7,5% em julho para 7,4% em agosto, atingindo o menor nível desde maio de 2008, segundo dados com ajustes sazonais divulgados hoje pela agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. O resultado surpreendeu analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam manutenção da taxa em 7,5%.

A Eurostat estima que havia 12,169 milhões de desempregados na zona do euro em agosto. Em relação a julho, o número de pessoas sem emprego na região teve queda de 115 mil.

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O País tinha 12,565 milhões de pessoas em busca de emprego no trimestre encerrado em agosto deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, houve melhora em relação ao mesmo período do ano anterior: há menos 100 mil desempregados ante agosto de 2018, o equivalente a um recuo de 0,8%.

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O total de ocupados cresceu 2,0% no período de um ano, o equivalente à criação de 1,841 milhão de postos de trabalho, para um recorde de 93,631 milhões de pessoas trabalhando. Como consequência, a taxa de desemprego passou de 12,1% no trimestre até agosto de 2018 para 11,8% no trimestre encerrado em agosto de 2019.

O contingente de inativos recuou 0,3% em agosto deste ano ante agosto do ano passado, 209 mil pessoas a menos nessa condição.

O nível da ocupação, que mede o porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 54,7% no trimestre até agosto deste ano, ante 54,1% no trimestre até agosto de 2018. No trimestre até maio de 2019, o nível de ocupação era de 54,5%.

Ocupadas em 1 trimestre

O País registrou 684 mil ocupados a mais no mercado de trabalho em apenas um trimestre, enquanto 419 mil pessoas deixaram o contingente de desempregados, segundo o IBGE. A taxa de desemprego passou de 12,3% em maio para 11,8% em agosto de 2019.

A população ocupada alcançou um recorde de 93,631 milhões de pessoas.

A população inativa totalizou 64,928 milhões no trimestre encerrado em agosto, 244 mil a mais que no trimestre anterior.

Desalento

O Brasil tinha uma população de 4,712 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em agosto, conforme os dados da Pnad Contínua iniciada em 2012 pelo IBGE.

O resultado significa 193 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em maio. Em um ano, mil pessoas a mais caíram no desalento.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

Subocupação por insuficiência de horas trabalhadas

A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 7,7% no trimestre até agosto, ante 7,8% no trimestre até maio, mostrou o IBGE.

O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Em todo o Brasil, há um recorde de 7,233 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas.

Na passagem do trimestre até maio para o trimestre até agosto, houve um aumento de 7 mil pessoas na população nessa condição. Em um ano, o País ganhou mais 568 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas.

"Estou empolgadíssimo", comemorou José Augusto de Lima, de 70 anos, depois de conseguir uma entrevista de emprego. A oportunidade surgiu num mutirão com 5,2 mil vagas de trabalho organizado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), na sede do Sindicato dos Comerciários, no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo. A distribuição de senhas de atendimento começou nesta terça-feira, 17, e o mutirão vai até sexta-feira. A expectativa é de que sejam entregues 6 mil fichas até lá.

Lima foi o primeiro das 1,5 mil pessoas que receberam senhas de atendimento no primeiro dia da ação. A fila começava na Rua Formosa, sede do sindicato, e se estendia até a Praça Ramos de Azevedo.

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Os candidatos começaram a chegar na tarde de segunda-feira. Lima chegou por volta das 14h, mas não teve de passar a noite na rua. Por causa de sua idade, o sindicato permitiu que ele fosse para casa e retornasse no dia seguinte sem perder o lugar.

Às 6h30 desta terça ele voltou e conseguiu marcar entrevista para uma vaga de repositor em um mercado na zona norte da cidade. O trabalho ideal, segundo ele, é de motorista, mas, por estar parado há quatro meses, aceitaria outras ocupações. "Estou aqui por necessidade e porque gosto também. Gosto de estar sempre ativo e atualizado."

A média salarial dos empregos oferecidos no mutirão, segundo o sindicato, é de R$ 1,5 mil. São vagas de operador de telemarketing, representante comercial, costureira, assistente de loja, operador de loja, repositor, vendedor, instalador de TV a cabo, entre outras.

Ao contrário de Lima, o ex-segurança José Domingos, de 50 anos, passou a noite no Anhangabaú para garantir atendimento. "Foi até uma noite agradável, quente." Domingos acabou conseguindo um emprego ainda na terça-feira.

Vania Lucia da Silva, de 53 anos, e Isamar Silva Cruz, de 30 anos, são amigas de mutirão desde março, quando se conheceram no feirão de emprego que reuniu cerca de 15 mil pessoas no Vale do Anhangabaú.

Hotel

"Estou me sentindo até em um hotel cinco-estrelas", disse Vania sobre o fato de, desta vez, haver um toldo de proteção contra o sol e uma grade para organizar a fila de candidatos. Ela, que era auxiliar de cozinha em uma creche até agosto, disse que levava cerca de R$ 2 na carteira para tomar um café durante a madrugada e esperava encontrar uma vaga na área de serviços gerais.

Os irmãos Gabriel e Ester Passos Duarte Gois, de 22 e 20 anos, respectivamente, estão em busca do primeiro emprego de carteira assinada. "Se a gente vier cedo, mostra que estamos batalhando por uma vaga", acredita Gabriel.

Com o número de atendimento, o candidato passava por uma triagem, já dentro do sindicato, para avaliação de seu perfil - na fila é distribuída uma lista com empresas e vagas. Depois, a conversa é com o RH de uma das 40 empresas que participam do mutirão e o candidato pode sair dessa etapa com entrevista marcada.

Segundo o presidente da UGT, Ricardo Patah, o sindicato fechou parcerias para oferecer cursos profissionalizantes aos candidatos com entidades como Senac, Senai e Centro Paula Souza. "No outro mutirão (em março), teve gente que não foi contratada pela falta de capacitação, por não saber mexer em um computador."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O trabalho por conta própria alcançou um contingente recorde de 24,227 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em julho, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em apenas um ano, o trabalho por conta própria ganhou a adesão de 1,192 milhão de pessoas. Em um trimestre, foram 343 mil trabalhadores a mais nessa condição.

O trabalho sem carteira assinada no setor privado também cresceu, para um recorde de 11,658 milhões de ocupados nessa situação.

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O emprego sem carteira no setor privado aumentou em 619 mil vagas em um ano. Em um trimestre, foram 441 mil trabalhadores a mais.

A população ocupada totalizou 93,584 milhões de trabalhadores no trimestre encerrado em julho. O mercado de trabalho abriu 10 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre terminado em abril. Na comparação com o trimestre encerrado em julho de 2018, foram criados 233 mil vagas formais no setor privado.

O setor público abriu 251 mil vagas em um trimestre, o trabalho doméstico absorveu mais 132 mil pessoas em um trimestre.

Cerca de 3,347 milhões de desempregados estão à procura de emprego há pelo menos dois anos, o que representa um quarto (26,2%) dos desempregados brasileiros. Os números são os maiores já registrados desde 2012, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa também aponta que em um ano houve um acréscimo de 196 mil pessoas que estão à procura de emprego há dois anos ou mais. Muitas dessas pessoas acabam indo para o trabalho informal. Atualmente, o país tem 19,4 milhões de pessoas trabalhando por conta própria sem CNPJ, e 11,5 milhões de empregados sem carteira assinada. Entre os estados com maior proporção de trabalhadores sem carteira assinada estão Amazonas (33,5%), Amapá (24,6%) e Tocantins (20%).

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Entre os desempregados, as mulheres são a maioria (64,6%). Em relação a escolaridade, a pesquisa constatou que pessoas com ensino médio incompleto representam 20,5% dos desempregados, seguido de 14,1% das pessoas que possuem nível superior incompleto.

 

Um contingente de 3,35 milhões de desempregados no país procura trabalho há pelo menos dois anos. Isso equivale a 26,2% (ou cerca de uma em cada quatro) pessoas no total de desocupados no Brasil. Os números, do segundo trimestre deste ano, são um recorde desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), em 2012.

Os dados foram divulgados hoje (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo os dados, no segundo trimestre de 2018 o contingente de desempregados procurando trabalho há no mínimo dois anos tinha menos 196 mil pessoas, ou seja, era de 3,15 milhões.

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No segundo trimestre de 2015, esse número era de 1,43 milhão de pessoas, ou seja, menos da metade do segundo trimestre deste ano.

“A proporção de pessoas à procura de trabalho em períodos mais curtos está diminuindo, mas tem crescido nos mais longos. Parte delas pode ter conseguido emprego, mas outra aumentou seu tempo de procura para os dois anos”, avalia a analista da PNAD Contínua Adriana Beringuy.

 

A deputada federal Erika Kokay (PT) classificou como ‘sórdidos’ os membros do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e as suas medidas para a problemática do desemprego no país.

Nesta quinta-feira (15), através de seu perfil oficial no Twitter, a parlamentar comentou a medida provisória, conhecida como MP da Liberdade Econômica, que  altera leis como o Código Civil e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

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“Não há nenhum interesse do governo Bolsonaro em gerar empregos. O exército de reserva de 13 milhões de desempregados é uma estratégia cruel para que o povo se submeta ao trabalho precário, sem aposentadoria, sem direitos, sem descanso semanal aos domingos e feriados. São sórdidos!”, avaliou.

Entre outros pontos, a MP define regras para trabalho aos domingos, estabelece que a carteira de trabalho seja emitida ‘preferencialmente’ em meio eletrônico, e prevê os critérios para a adoção do registro de ponto de funcionários.

O desemprego no Uruguai registrou no mês de junho, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística do país, 9,8%, o maior índice desde julho de 2007, quando ultrapassou os 10%. O segundo trimestre teve uma taxa de desemprego de 8,9%, também a pior a pior marca dos últimos 12 anos. Estima-se que, no último ano, o país perdeu aproximadamente 15 mil postos de trabalho.

O Uruguai é um país pequeno, que faz fronteira com o Sul do Brasil, e tem uma população de 3,5 milhões de pessoas. Conhecido por ser um país progressista, com forte estabilidade política e social, uma democracia consolidada e com grande segurança jurídica, o Uruguai amarga números negativos em relação ao emprego. Há, atualmente, cerca de 190 mil desempregados no país. O ministro da Economia, Danilo Astori, disse que o emprego é o "principal problema econômico do Uruguai".

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A taxa de emprego, em junho deste ano, ficou em 55,3%, a mais baixa desde 2006, com uma queda de 1,7 ponto percentual em relação ao mesmo mês do ano passado. Para o trimestre passado (abril, maio, junho), a taxa de emprego entre homens e mulheres variou 16,6%, sendo que 64,9% dos homens estão empregados e 48,3% das mulheres.

Entre os mais jovens (de 14 a 24 anos) e entre os idosos (com mais de 60 anos), a taxa de emprego é menor do que o resto da população. Entre as pessoas de 14 a 24 anos, 47,4% dos homens estão empregados e 35,4% das mulheres. Considerando a população economicamente ativa, entre 25 e 60 anos, cerca de 93% dos homens estão empregados, assim como 78% das mulheres.

Brasil

A taxa de desocupação no Brasil, no trimestre encerrado em junho de 2019, ficou em 12%, o que significa uma redução de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. No período anterior (janeiro, fevereiro e março), a taxa tinha ficado em 12,7%. Há 12,8 milhões de pessoas sem trabalho no país.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Até poucos anos atrás, muitos desempregados viviam de "bicos". A gíria traduz o trabalho informal ou temporário que garante uns trocados e a sobrevivência. Em tempos de internet, com as famílias cada vez mais conectadas, acesso às redes sociais e o barateamento do custo para montar uma loja virtual, o "bico 2.0" virou um fenômeno com tendência de crescimento entre os brasileiros.

O movimento rumo à sobrevivência via plataformas online é recente. Entre junho de 2018 e junho deste ano, a abertura de lojas virtuais cresceu quase 40%, segundo pesquisa da empresa de pagamentos online PayPal Brasil. Para se ter ideia do avanço, no período entre 2017 e 2018, o crescimento havia sido de apenas 12,5%.

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No total, o País já tem 930 mil lojas virtuais. A maioria delas, 88,8%, é de pequeno porte, com até 10 mil acessos por mês, e 44,3% não têm funcionários. Ou seja: pertencem a pessoas sozinhas, buscando gerar renda.

Alternativas. Uma das explicações para o crescimento acelerado nos últimos 12 meses é o persistente nível de desemprego, que atingia 12,8 milhões de brasileiros em junho. Mas há outras justificativas além da fila por vagas. Elas vão desde a necessidade de complementar um salário baixo à fuga do dia a dia das grandes empresas. Passam também pela busca de qualidade de vida, com mais tempo para filhos e família.

Haryela Zacharias, por exemplo, é estilista e sempre trabalhou em confecções. Aos 45 anos e com experiência no setor, começou a ter dificuldades de recolocação no setor têxtil - que vive uma crise. "Comecei a perceber um mercado mais complicado há uns cinco anos, com as pessoas sendo ejetadas de suas posições. Comigo não foi diferente", diz ela.

Depois de ser demitida, Haryela trabalhou como freelancer em algumas confecções. Na última, não teve uma boa experiência e foi obrigada a buscar outras alternativas no mercado para conseguir se manter. Decidiu criar uma loja de camisas - sem gênero - na internet: a Zach Studio. "Hoje, além da página, vendo os produtos no Instagram e pelo WhatsApp."

Com estampas descoladas, as camisas são desenvolvidas e costuradas por Haryela, com ajuda de mais uma pessoa. Ela também mantém uma loja colaborativa, na qual divide os custos com outros comerciantes, no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. "Hoje, ganho mais do que ganhava nas confecções", afirma. "Mas tudo ocorreu numa crescente."

Ela diz que no começo foi tudo muito difícil: "Não vendia nada". Foi aí que decidiu estudar um pouco o mundo digital para entender como funcionava e como as pessoas vendiam pela internet. O primeiro passo foi buscar uma plataforma mais amigável. "Mas é tudo muito dinâmico: é preciso estar sempre atenta para acompanhar as evoluções da internet."

Há motivos práticos para a explosão dos lojistas virtuais. "A facilidade das plataformas de comércio eletrônico, que chegam a ter custo mensal de apenas R$ 9, explica o forte crescimento das lojas virtuais", afirma André Dias, coordenador do grupo de trabalho de métricas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (câmara-e.net) e diretor executivo da rede de avaliação online Compre & Confie.

De acordo com Dias, outro fator que tem impulsionado as pessoas a tentar empreender na internet é o avanço dos marketplaces, que são grandes centrais para o comércio eletrônico nas quais se juntam milhares de lojistas. O consumidor sabe que encontrará o que busca. Já o vendedor consegue público para suas ofertas.

‘Marketplace’. Exemplo da tendência é a plataforma Nuvemshop, que hospeda cerca de 11 mil lojas virtuais. Segundo Luiz Natal, diretor da plataforma, o número de sites hospedados cresceu 27% do ano passado para cá. Da atual base de clientes, ele calcula que entre 50% e 55% das lojas pertencem a autônomos.

É fácil de entender o motivo dessa expansão acelerada. O custo para criar um comércio eletrônico começa em R$ 49,90. Por esse preço, o empreendedor consegue fazer com que sua loja aceite vários meios de pagamento. Também pode usar ferramentas de marketing e estatísticas para a gestão do negócio. Em várias plataformas, é possível, inclusive, criar uma loja estruturada com meios de pagamento e logística em até 15 minutos.

Tem de tudo. O perfil dos brasileiros que têm decidido se aventurar pelo comércio eletrônico é variado. Há desde os pouco familiarizados com a internet até jovens que dominam com grande intimidade as ferramentas online. Na Elo7, plataforma que inclui 110 mil vendedores, 90% são mulheres e 50% têm entre 25 e 35 anos. "O aumento do número de famílias conectadas elevou o potencial de compra online", afirma Carlos Curioni, presidente da Elo7.

Segundo ele, o crescimento do número de vendedores na plataforma ficou entre 60% e 70% no último ano e o das vendas, em 40%. A maior parte das lojas são voltadas a nichos, como artigos para bebês, casamento e moda. O cenário se repete em outros marketplaces. Os produtos vendidos variam de bijuterias, cosméticos e suplementos de academia.

No portal UOL, cujo plano básico mensal custa R$ 59,99, houve aumento de 30% na criação de páginas de e-commerce em 2018. Para Marcelo Varon, diretor de produtos digitais, o salto se deve tanto aos autônomos que buscam ter uma segunda renda quanto aos brasileiros que estão desempregados e precisando se virar. "Tem um pouco dos dois, um por necessidade e outro que quer ter seu próprio negócio", disse Varon.

Recorde. O fenômeno do "bico 2.0" está em linha com o esforço de trabalhadores que atuam por conta própria e que, de acordo com os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE, chegaram ao recorde de 24,1 milhões de brasileiros em junho. Por definição, essa atividade se refere a quem trabalha explorando o próprio empreendimento, sozinho ou com sócio, sem ter empregado.

É o caso de Andrea Martorelli, de 33 anos. Formado em arquitetura, ele nunca atuou na área e decidiu apostar nas artes. Depois de fazer um curso de marchetaria, abriu uma loja virtual e vende seus produtos na Elo7. "Tenho um ateliê, participo de feiras e agora vendo minhas peças na internet", diz. "O retorno financeiro tem sido bom."

Dias, da câmara-e.net, afirma que, da mesma forma, que o número de lojas virtuais tem crescido, a mortalidade, evidentemente, também é grande. De cada 10 mil lojas abertas, 8 mil não sobrevivem. "O lado bom é que o saldo tem sido positivo."

Emprego fixo vira coisa do passado

Com oito anos de experiência na indústria de produtos lácteos, Daniel Batista não titubeou quando perdeu o trabalho no início do ano passado. Com a fila do desemprego crescendo, preferiu apostar no sonho antigo do negócio próprio e montou em outubro o Cheesebox - loja virtual que vende queijos e frios. "Nem fui atrás de emprego fixo", diz ele. "Investi quase toda minha rescisão nesse novo negócio, que está indo muito bem."

No último mês, Batista decidiu incrementar a empresa e criar um programa de assinaturas, no qual o cliente opta por um plano e recebe todo mês uma cesta de produtos, como queijos, frios e geleias. Desde o lançamento, conseguiu 215 assinaturas. "Sou assinante de clubes de cerveja e vinhos e pensei: por que não fazer algo semelhante com queijos?"

Batista diz que, apesar de o retorno estar sendo bom, teve de abrir mão de algumas coisas para colocar a loja de pé. Tirou do orçamento viagens e diminuiu idas a restaurantes. "Tivemos de dar uma segurada nas contas e fazer alguns sacrifícios", diz. "Afinal, meu rendimento ainda é menor se comparado ao da empresa."

Segundo ele, ainda não foi possível obter o retorno de todo investimento feito. Mas Batista calcula que em mais oito meses terá pago todo o negócio. Sem funcionários, toda a parte operacional e comercial é por conta dele. Mas ele tem a ajuda da mulher, Vivian, para bombar os produtos nas redes sociais. "Por ora, não quero saber de emprego fixo."

Nutricionista se reinventa na rede

Formada há cinco anos em nutrição, Vanderleia Alves teve muita dificuldade para encontrar emprego após deixar a faculdade. Ficou três anos desempregada e teve de recorrer aos bicos em outras áreas para sobreviver e pagar as contas no fim do mês. As vendas pela internet ocorreram por acaso, graças à filha, que se tornou influenciadora digital.

Com muitos seguidores no Instagram, sua filha começou a receber produtos de empresas. Alguns deles eram suplementos alimentares. "Tive a ideia de ligar para uma dessas empresas e comecei a pegar os produtos para revender", diz Vanderleia. Inicialmente, ela vendia apenas para amigos, mas o negócio foi crescendo com a propaganda "boca a boca".

O próximo passo foi criar uma loja virtual, a Bioarcos Nutry. "Em termos financeiros estou começando, mas já penso em incluir outros itens no site, como produtos naturais e linha fitness", afirma Vanderleia. Ela diz que, ao escolher nutrição na faculdade, sabia que era uma área difícil de encontrar emprego.

Imaginava, porém, que conseguiria trabalhar em controle de qualidade. Cursou uma pós-graduação em segurança alimentar e qualidade de alimentos na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). A realidade, no entanto, foi bem diferente.

"Hoje, pelo menos, eu consigo vender produtos que, de alguma forma, tem a ver com a minha profissão para a qual estudei e me especializei", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil tinha 12,766 milhões de pessoas em busca de emprego no trimestre encerrado em junho deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, houve melhora em relação ao mesmo período do ano anterior: há menos 157 mil desempregados ante junho de 2018, o equivalente a um recuo de 1,2%.

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O total de ocupados cresceu 2,6% no período de um ano, o equivalente à criação de 2,401 milhões de postos de trabalho. Como consequência, a taxa de desemprego passou de 12,7% no trimestre até junho de 2018 para 12,0% no trimestre encerrado em junho de 2019.

O contingente de inativos recuou 1,0% em junho deste ano ante junho do ano passado, 621 mil pessoas a menos nessa condição.

O nível da ocupação, que mede o porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 54,6% no trimestre até junho deste ano, ante 53,7% no trimestre até junho de 2018. No trimestre até março de 2019, o nível de ocupação era de 53,9%.

Taxa de subocupação por insuficiência de horas

Segundo o IBGE, a taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 7,9% no trimestre até junho, ante 7,4% no trimestre até março

O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Em todo o Brasil, há um recorde de 7,355 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas.

Na passagem do trimestre até março para o trimestre até junho, houve um aumento de 587 mil pessoas na população nessa condição. Em um ano, o País ganhou mais 892 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas.

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 12% no trimestre encerrado em junho, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã desta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado veio igual à mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 11,9% e 12,2%. Em igual período de 2018, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,4%. No trimestre até maio deste ano, a taxa foi de 12,3%.

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A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.290 no trimestre encerrado em junho. O resultado representa queda de 0,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 208,435 bilhões no trimestre até junho, alta de 2,4% ante igual período do ano anterior.

Diante do desemprego e desesperada por não ter nada para comer, Ana Paula Oliveira, 37 anos, fez a seguinte publicação em sua conta do Facebook: "Imperdível. Limpo sua casa a troco de uma refeição." Tal publicação reverberou e Ana Paula ganhou mais do que imaginava. A trabalhadora recebeu propostas de serviços remunerados, doações de alimentos, roupas e uma repaginada em seu currículo.

Ana Paula é moradora do Bairro Esplanada, localizada na Região Leste de Belo Horizonte, Minas Gerais. Ao site Estado de Minas, a mulher disse que a reação das pessoas foi surpreendente. "Postei com a ideia de que uma pessoa ou outra mais próxima me oferecesse a faxina em troca da refeição. Muita gente me procurou. Não esperava. Algumas pessoas perguntaram: 'Onde você mora? Quero te ajudar. Vou levar algo para você", lembra Ana. 

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Com toda essa solidariedade, a trabalhadora conseguiu encher a despensa e já tem faxinas agendadas para o restante desta semana. Ana Paula, que tem o ensino médio completo e curso de informática, já trabalhou em escritório e com telemarketing, mas depois que ficou desempregada teve que se virar. 

Agora, a mulher só espera ser chamada para trabalhar, já que foi aprovada nos concursos das prefeituras de Lagoa Santa e Santa Luzia, ambas em Minas Gerais. "Estou otimista. Conquistar meu próprio dinheiro dar prazer", relata Ana Paula ao Estado de Minas.

O Estado de São Paulo, maior polo industrial do País, registrou o fechamento de 2.325 indústrias de transformação e extrativas nos primeiros cinco meses do ano. O número é o mais alto para o período na última década e 12% maior que o do ano passado, segundo a Junta Comercial.

O dado indica que a fraca recuperação da economia brasileira após a recessão de 2014 a 2016 continua levando ao encolhimento do setor produtivo, deixando um rastro de fábricas desativadas e desempregados.

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Entre 2014 e 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro acumulou queda de 4,2%, enquanto o da indústria de transformação em todo o País caiu 14,4%. "Significa que a produção caiu bastante e obviamente teve impacto nas empresas, com fechamento de fábricas e demissões", diz o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados.

Em paralelo, foram abertas de janeiro a maio 4.491 indústrias em São Paulo. Tradicionalmente há mais abertura do que baixa de fábricas, mas isso nem sempre é um indicador positivo. Para Mendonça de Barros, independentemente dos números de novas indústrias, a queda do PIB industrial mostra que houve encolhimento da produção e, provavelmente, foram fechadas empresas grandes e médias e abertas unidades de menor porte.

O presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Jaú, Caetano Bianco Neto, afirma que, nos últimos anos, várias empresas consideradas de grande porte para a atividade, com 300 a 400 funcionários, encerraram atividades. "Quando fecha uma grande, muitas vezes surgem outras três ou quatro micro e pequenas fabricantes, algumas inclusive abertas por ex-funcionários, mas com pouca mão de obra", diz Bianco Neto.

O polo calçadista de Jaú, referência nacional na produção de calçados femininos, já empregou 12 mil trabalhadores em meados dos anos 2000. Hoje tem 5 mil funcionários, diz Bianco Neto. Recentemente, ele e dirigentes da indústria de calçados das vizinhas Franca e Birigui entregaram ao governador João Doria (PSDB) um plano de recuperação do setor.

No grupo das que fecharam as portas, há indústrias nacionais e multinacionais. Algumas transferiram filiais para outras unidades da mesma companhia para cortar custos e outras acabaram com a produção, deixando um contingente de desempregados, parte deles sem receber salários e indenizações.

A indústria de autopeças Indebrás, na zona oeste de São Paulo, deixou de operar em abril e colocou na rua 150 funcionários. Com salários atrasados e sem verbas rescisórias, eles ficaram acampados em frente à fábrica por 48 dias. Após acordo na Justiça do Trabalho, a empresa propôs fazer o pagamento em 18 parcelas mensais.

"O receio é que a empresa pague as primeiras parcelas e depois suspenda o pagamento, como já ocorreu em acordos anteriores fechados por outras empresas", diz o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Érlon Souza.

Conjuntura difícil

A situação da indústria paulista se repete em todo o País. Além do encerramento das atividades de empresas de pequeno porte, grandes grupos fecharam unidades consideradas menos produtivas e concentraram a produção em outras mais modernas, quase sempre sem levar a mão de obra.

A fabricante de pneus Pirelli anunciou em maio o fechamento da unidade de Gravataí (RS) e a demissão dos 900 funcionários. A produção de pneus de motos será unificada à de pneus para carros em Campinas (SP) onde serão geradas 300 vagas ao longo de três anos. A empresa alega necessidade de reestruturação "tendo em vista o cenário conjuntural difícil do País".

Entre as empresas que fecharam fábricas este ano estão PepsiCo/Quaker (RS), PepsiCo/Mabel (MS), Kimberly-Clark (RS), Nestlé (RS), Malwee (SC), Britânia (BA) e Paquetá (BA). No ABC paulista, a autopeça Dura informou em janeiro que fecharia a fábrica em maio e demitiria 250 funcionários. Após greve e negociações envolvendo a prefeitura de Rio Grande da Serra e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a medida foi adiada.

Empregados 'abandonados'

José Marques da Silva, 22 anos de casa; Ademir Francisco Santos, 18 anos; Célio Florêncio Nogueira, 13 anos; Nelson Franco de Oliveira, 12 anos; e José Maria da Silva, 4,5 anos, chegaram ao trabalho no dia 28 de janeiro, ocuparam os postos e ligaram as máquinas, com outros 45 funcionários da Lustres Projeto, na zona sul de São Paulo. Após duas horas, descobriram que os donos tinham abandonado o negócio, deixando equipamentos e veículos no local.

Passados mais de cinco meses, suas carteiras de trabalho continuam assinadas, o que os impede de sacar o FGTS, de receber salário-desemprego e de conseguir outro emprego.

"Apareceu um serviço em uma metalúrgica no bairro da Lapa, mas, quando viram a carteira, não quiseram contratar porque não foi dada baixa", afirma Santos, de 59 anos. Ele era torneiro repuxador e levantava todos os dias às 3h40 para chegar ao trabalho às 6h30, pois mora em Francisco Morato. Hoje, sem salário, diz estar "com o nome sujo" por dívidas com o cartão de crédito.

Oliveira, de 55 anos, aguarda a liberação do FGTS para voltar com a família para o Piauí, de onde saiu em 1985 em busca de trabalho. "Minha intenção era ficar, mas agora São Paulo está tão ruim quanto o Piauí; a diferença é que lá o aluguel é mais barato", diz o ex-motorista. Casado e pai de duas meninas, de 4 e 11 anos, ele aproveitou o tempo parado para aprender um novo ofício que vai exercer no Piauí: afiação de alicates de unha.

É fazendo bicos, assim como a mulher, que presta serviços de manicure em casa, que tem conseguido pagar o aluguel, de R$ 800 mensais, e comprar alimentos. Ele vendeu o Corsa 1998, mas diz que a reserva financeira está no fim. "A gente está amarrado aqui há cinco meses; se demorar muito para liberar a carteira, só Deus sabe o que acontecerá."

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, a tradicional fábrica de lustres e luminárias, aberta há 40 anos, foi vendida em 2017 e, desde então, a situação só piorou. "Já não depositavam o FGTS havia dois anos e os novos donos continuaram a não depositar", relata Silva, de 44 anos, o mais antigo funcionário do grupo. Subencarregado de expedição, ele vive com dois filhos, de 5 e 11 anos, e a mulher, que trabalha como auxiliar administrativa e banca os gastos da família.

Um grupo de 27 trabalhadores entrou na Justiça por meio do sindicato para conseguir a baixa da carteira e pelo menos receber o FGTS e o salário-desemprego. "Já tivemos duas audiências e a terceira, marcada para 3 de julho, foi remarcada para 2 de setembro", diz Silva. "Fomos abandonados há cinco meses e ainda teremos de esperar mais dois, sem ter certeza de que os juízes vão nos atender."

O faxineiro José Maria, de 55 anos, mora sozinho na comunidade de Heliópolis e aceita bicos como pedreiro, encanador, eletricista "ou qualquer outra coisa", mas diz que está difícil conseguir serviço. Ele também veio do Piauí há 30 anos e sempre trabalhou na área de limpeza. "Essa é a situação mais difícil que já passei na vida." Ele ajuda nos estudos do filho, de 21 anos, que quer "ver formado".

"Tenho enviado currículos, mas sem carteira liberada ninguém aceita", diz Nogueira, soldador, de 57 anos. Renan de Aquino, empregado por 11 anos, conseguiu a baixa na carteira e recebe salário-desemprego. O dono da Projeto não foi localizado.

Usina fechada abala Sud Mennucci

Anunciado em maio, o encerramento das atividades da Usina Santa Adélia Pioneiros, instalada há mais de 40 anos em Sud Mennucci, interior de São Paulo, já tem impacto na economia local. Produtora de açúcar, etanol e bioenergia, é a única grande indústria e a maior empregadora privada da cidade de 7,7 mil habitantes. Com o fechamento previsto para o fim de 2020 serão extintos 140 empregos na planta industrial e parte dos 500 do canavial.

Segundo o prefeito Julio Cesar Gomes (MDB), apesar do cronograma prever a continuidade das operações em duas safras, a produção de açúcar já foi encerrada. "Eles continuam produzindo etanol e bioenergia, mas já houve redução de mão de obra." As operações serão transferidas para a usina de Pereira Barreto, a 50 km de distância. Empresas terceirizadas que atuavam no transporte de cana foram dispensadas.

Gomes prevê impacto "monstruoso" na economia local. "Vamos ter uma perda significativa nos repasses de ICMS pelo Estado, incidente sobre a produção direta da usina, e também no ISS que as terceirizadas e oficinas pagam ao município."

O comércio também será afetado. "Mesmo que parte dos funcionários seja reaproveitada em Pereira Barreto, muitos vão passar a consumir lá. Já perdemos a oficina que fazia a manutenção da frota", diz Gomes.

O prefeito e lideranças da Câmara tentaram reverter o fechamento, mas não conseguiram. "Eles apontam a crise que afeta a economia e o setor sucroalcooleiro, mas garantiram que vão transferir parte dos funcionários. Também prometeram manter trabalhadores rurais, pois o cultivo da cana será mantido. Tenho dúvida, pois aos menos três fazendas arrendadas para o plantio foram devolvidas."

Gomes busca um plano B para evitar o colapso da economia. "Conseguimos incluir Sud Mennucci na relação de Municípios de Interesse Turístico do Estado e apostamos no turismo, pois estamos na beira de um Rio Tietê totalmente limpo, com belas prainhas. Um frigorífico que estava parado havia 15 anos está reabrindo e deve absorver 50 empregados. Também há investimentos na citricultura, o que implicará mais empregos no meio rural."

A Santa Adélia também tem usina em Jaboticabal, onde fica sua sede. O grupo atua no setor desde 1937 e foi um dos primeiros a aderir ao Proálcool nos anos 70. Em nota, informa que unificará a produção do polo noroeste em Pereira Barreto, "focada na melhoria da produtividade e eficiência operacional". Segundo a empresa, o volume de moagem na região será mantido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou nesta terça-feira (9) dois indicadores referentes ao mercado de trabalho, coletados em junho. O Indicador Antecedente de Emprego ( Iaemp) subiu 0,8 ponto e agora registra 86,6 pontos. O índice registrou este crescimento em junho após recuo nos quatro meses anteriores.

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) caiu 1,1 ponto, no mesmo período. Indo para 94,6 pontos, depois de registrar crescimento nos três meses anteriores. O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto menor o número, melhor o resultado. O Iaemp é uma combinação de resultados das sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor e mostra os rumos do mercado de trabalho no país.

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O ICD é construído com base em quatro faixas de rendas salariais. Em junho, a classe de renda que mais contribuiu para o recuo do ICD foi a dos consumidores com renda familiar mensal entre R$ 2.100 e R$ 4.800.

Em audiência pública nesta segunda-feira (8), especialistas debateram a relação entre a proposta de reforma da Previdência em tramitação e o desemprego no país. Para uns, a reforma é indispensável para o crescimento econômico do país. Para outros, a reforma não resolverá o problema e poderá agravá-lo. O debate foi feito na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

Para Rogério Nagamine Constanzi, do Ministério da Economia, o Brasil passa por um envelhecimento populacional muito rápido e precisa se planejar para o futuro. O especialista também afirmou que o país precisa lutar para reverter a taxa de desemprego, que começou a cair de forma muito discreta agora. Rogério disse ainda que há uma grave crise fiscal e que muitos minimizam o problema.

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Já Clóvis Scherer, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), acredita que se preocupa com a falta de poder de consumo que a reforma da Previdência vai gerar, o que, segundo ele, afastaria o investimento dos empresários no país. Para o economista, existem pontos da reforma que são positivos, mas, em geral, ela agrava a situação dos trabalhadores de baixa renda.

O senador Paulo Paim (PT-RS), que presidiu a audiência, e o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), questionaram sobre a diferença de tratamento dada aos políticos na reforma. Segundo Styvenson, as pessoas o questionam muito sobre a situação dos políticos.

“O símbolo do privilégio somos quem hoje está político. Na verdade, as pessoas me enxergam como o privilegiado: “você vai mexer na Previdência de todo mundo e não mexe na de vocês próprios”. Seria uma forma de esclarecer para as pessoas, porque eu abri mão da Previdência especial”, disse o senador.

Paulo Paim disse que não entendeu porque o pedágio do político é de 30%. Para o senador deveria ser maior e não deveria ser diferente das outras regras de transição.

“Quem entrar no sistema, seja vereador, seja o que for, ninguém mais vai ter essa aposentadoria diferenciada. Eu só não entendi por que que aqueles que estão no sistema não terão um pedágio que seja de 100%, de 50% e por que essa proposta de 30% não foi aceita para os outros”, questionou Paim.

Segundo Rogério, se o Congresso achar que esse pedágio deve ser alterado, ele poderá alterar. O representante do Ministério da Economia afirmou ser positiva essa preocupação de isonomia.

“Não consigo conceber que haja regras previdenciárias diferentes por ser do setor privado, do setor público ou por ser político”, afirmou.

Ao final da audiência, Paim ressaltou que espera uma boa revisão da reforma da Previdência por parte do Senado, diferentemente do que houve com a reforma trabalhista.

“O apelo que eu faço é que os senadores aprofundem o debate, ajustem o que for necessário e que depois volte para a Câmara. Se o Senado não exercer mais seu papel de revisar e discutir, qual é o papel do Senado?”, disse Paim.

Também estiveram presentes na reunião representantes de centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Confederação dos Trabalhadores em Transporte e Logística e da Central dos Sindicatos Brasileiros.

*Da Agência Senado

 

O Índice do Medo do Desemprego cresceu 2,3 pontos em relação a abril e alcançou 59,3 pontos em junho. O indicador está acima da média histórica, que é de 49,9 pontos, mas está 8,6 pontos menor do que o registrado em junho de 2018, informa a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (3) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

 “A situação está um pouco melhor do que há um ano. Ainda assim há uma certa frustração com o mercado de trabalho que, na verdade, reflete o fraco desempenho da economia. Com isso, quem sai para procurar emprego não encontra tão facilmente”, diz o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.   

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Conforme a pesquisa, o medo é maior entre as pessoas com mais de 45 anos de idade e com menor grau de instrução. Entre os brasileiros que têm entre 45 e 54 anos, o índice do medo do desemprego subiu 7,1 pontos frente a abril e ficou em 60,1 pontos em junho. Entre as pessoas, cujo grau de instrução vai até a quarta série do ensino fundamental, o medo do desemprego aumentou 6,1 pontos na comparação com abril e atingiu 65,1 pontos em junho.

A pesquisa mostra ainda que o medo do desemprego é maior no Nordeste, onde o índice alcançou 66 pontos em junho. O índice é menor na região Sul, onde ficou em 47,9 pontos, abaixo da média nacional. 

Para reverter essa situação, é preciso, fundamentalmente, que o Brasil volte a criar empregos. “Com a economia crescendo e as empresas empregando mais, a população encontrará emprego mais facilmente e a confiança aumentará”, acrescenta Castelo Branco.

A frustração dos brasileiros nestes primeiros meses de 2019 também aparece no Índice de Satisfação com a Vida. O indicador caiu 0,5 ponto na comparação com abril e ficou em 67,4 pontos em junho, abaixo da média histórica de 69,6 pontos. Mesmo assim, está 2,6 pontos acima do verificado em junho de 2018. A queda na satisfação com a vida é maior entre as pessoas que têm curso superior. Nesse estrato da população, o Índice de Satisfação com a Vida caiu de 71,4 pontos em abril para 68,6 pontos em junho. 

O acompanhamento dos índices de satisfação com a vida e de medo do desemprego antecipa o que vai ocorrer com o consumo das famílias. Pessoas menos satisfeitas com a vida e com medo de perder o emprego tendem a reduzir o consumo, o que aumenta as dificuldades de recuperação da economia.   

A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre 20 e 23 de junho.

Da assessoria da CNI

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