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Com elevadas taxas de desemprego no país, profissionais com ensino superior completo procuram se adaptar às mudanças do mercado de trabalho, a fim de conseguir espaço em áreas de atuação distintas de sua formação. Levantamento realizado pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp) aponta que 34,3% dos profissionais formados estão desempregados. Especialistas dão dicas sobre as principais formas de retornar ao cenário mercadológico.  

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) cerca de 13 milhões de pessoas estão atualmente desempregadas no Brasil. Ainda segundo o IBGE, 67% dos desempregados têm entre 18 e 39 anos. Dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) em fevereiro de 2018, apontam que o número de pessoas trabalhando por conta própria chega a 23,18 milhões.   

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O coach em Programação Neurolinguística (PNL), Jonnath Monteiro, destaca que o profissional que deseja retornar para o mercado de trabalho, precisa ter foco no ramo em que deseja atuar e, posteriormente, se preparar para ingressar na área de sua escolha. “Não adianta sair fazendo especializações e mudando de área quando não há uma meta pessoal. Por mais difícil que possa parecer, focar primeiro em suas próprias metas ajuda até a te deixar mais confiante para procurar emprego. E o mercado de trabalho vai perceber você está mais focado e confiante. Isso conta muito diante de uma contratação”, ressalta o especialista. 

Para Monteiro, exercitar suas habilidades é uma tarefa que o profissional deve colocar em prática estando empregado ou não. O coach afirma que a criatividade é peça fundamental para chamar atenção do mercado. “Estar desempregado é uma oportunidade para exercitar habilidades como criatividade, resiliência e autoconfiança. Você é a sua empresa. Você precisa se contratar primeiro. Não confunda esperar com deixar de agir. A vida é sua. A responsabilidade de você estar desempregado, no fim das contas, não pode ser do mercado de trabalho. Se, em último caso, não houver saída, encontre você mesmo um novo caminho. E se o novo caminho não é compatível com sua meta, use-o como degrau, para mais tarde se aproximar mais do que você quer”, afirma.  

A estudante do segundo período do curso de psicologia, Andressa Lira, vem se precavendo contra o desemprego realizando diversas especializações e atuando em diferentes áreas no mercado de trabalho. Aos 27 anos, após trancar a graduação de geografia no último período por perceber que não encontraria espaço no mercado, especializou-se em língua estrangeira e atualmente atua em uma escola de idiomas como professora de inglês. “Trabalhei um período da minha vida no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e quando fui demitida procurei fazer um curso de inglês para ampliar minha área de atuação profissional. Eu percebo que o mercado está cada vez mais contratando pessoas mais bem especializadas. Ampliando meus conhecimentos posso me precaver do desemprego”, explica.  

Andressa afirma que pretende terminar a graduação de psicologia e atuar na área, mas não descarta outros ramos profissionais. “O mercado de psicologia é amplo e vem crescendo bastante. Pretendo trabalhar como psicóloga, mas devido à instabilidade do mercado, sempre procuro enveredar em outras especializações para antever possíveis momentos de crise”, destaca.  

Segundo a gestora de Recursos Humanos, Flávia Belo, o profissional que deseja voltar ao mercado de trabalho deve especializar-se em sua área de atuação. “Se o profissional já tiver experiência na sua área, é melhor procurar especialização para voltar ao mercado. Você tem pessoas que estavam no cargo de gerentes de grandes empresas e querem ser psicólogos, isso é possível, mas é preciso estar disposto a abrir mão da carreira, do currículo e do possível salário”, diz. 

Flávia destaca que, em nível de empregabilidade, o mercado vem registrando uma tendência em profissionais que optam pela área de consultoria “Uma tendência no mercado de trabalho que temos observado em nível de empregabilidade, é que muitas pessoas saem das empresas e investem no ramo da consultoria. Isso vem acontecendo principalmente com profissionais que possuem cargos elevados, como por exemplo, grandes executivos de indústrias. Na maioria das vezes, esses profissionais já têm experiência na área e são bastante especializados na questão teórica”, conclui.   

 

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O fenômeno das ‘bikes’ vem crescendo cada vez mais no Brasil. Tornou-se comum visualizar pessoas realizando pedaladas coletivas, nos grandes centros urbanos do País. Mas não só para lazer que as bicicletas estão sendo usadas. O número de pessoas que estão trabalhando nas chamadas ‘bike-delivery’ está crescendo consideravelmente.

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Como o próprio nome sugere, os bike-deliverys são entregadores que, ao invés das tradicionais motos, usam a bicicleta como veículo de entrega dos produtos. Para muitos profissionais, a função vem sendo a forma de contornar a crise financeira que o País se encontra.

Na prática, a empresa responsável pelo app se vincula a restaurantes e começa a receber cadastros de ciclistas interessados em realizar as entregas. Depois de aprovados para desempenhar o serviço, os donos das bikes recebem as informações da ferramenta sobre onde há produtos para serem pegos e depois levados aos clientes finais dos restaurantes; a taxa repassada aos ciclistas por entrega custa a partir de R$ 6,50.

Nizroque Silva de Oliveira ficou desempregado em meados de maio de 2018. Durante um período conseguiu se manter com o seguro desemprego, porém, com o término do auxílio, ele se viu em sua situação complicada. Resolveu então ouvir a indicação de um amigo e se tornou um dos tantos bike-deliverys que atuam na Região Metropolitana do Recife. “Acabei ficando desempregado e já observava alguns amigos meus fazendo esse tipo serviço, tinha achado muito interessante. Com o término do seguro desemprego, eu resolvi entrar e me adaptei muito bem”, conta. Hoje, ele consegue uma renda exta em torno de R$ 450 mensais.

Além de fazer viagens por meio de aplicativos de entrega nos dias de semana, o rapaz de 34 anos trabalha em local fixo nos fins de semana – também como entregador. Atualmente, a função é sua única fonte de renda. “Trabalho na função há uns dois meses, no aplicativo estou há 14 dias. É desse serviço que sobrevivo, que consigo renda para sanar minhas necessidades mais básicas”, comenta. Nizroque ainda destaca outro fator que o faz gostar muito do serviço que presta. “Eu amo fazer atividades físicas, pedalar, estar sempre em movimento. É algo que me fez gostar mais deste trabalho”, exalta.

Além de ser mais uma alternativa para quem se encontra desempregado, o delivery de bicicleta pode ser um grande auxílio para quem quer compor a renda. Renato dos Santos, de 18 anos, está cursando o primeiro ano do ensino médio. Para ajudar a mãe e poder ter sua independência financeira, ele ingressou na função. “Eu faço cerca de 10 entregas por dia, dá para tirar uma coisinha legal. A renda eu uso para minhas necessidades e posso ajudar minha mãe em casa, já que moramos eu e ela”, explica o jovem. O estudante relata que é tranquilo conciliar as duas tarefas. Segundo ele, a rotina de descansar pela manhã, pedalar à tarde e focar nos estudos à noite é muito bem administrada. 

Ambos os entrevistados destacam que o segredo no negócio é saber a hora certa de atuar. Segundo eles, o horário do almoço e do jantar é o momento que rende mais lucro. “Eu espero chegar o período de pico, que é o horário de almoço e fico até umas 15h. Depois de uma pausa volto no final da tarde que é quando o movimento volta a crescer”, comenta Nizroque. 

Georgia Sanches é Regional Manager da Rappi – uma das empresas precursoras do serviço no Brasil e que atua em outros países da América Latina -. Segundo a gestora, atualmente 30 mil pessoas realizam a função nos países onde a instituição atua. Para ela, o serviço é tendência mundial e deve se intensificar ainda mais. “A função vem como combate ao trânsito dos grandes centros urbanos. Tudo que você precisa, sem ter a necessidade de você sair de casa para ter isso. Não precisa pegar trânsito e nem se arriscar ou ter um custo de modalidade”, comenta.

Georgia explica que o objetivo da empresa é expandir anda mais o número de funcionário de transporte alternativo. “O que a gente faz aqui é dar oportunidades para outras pessoas. Na Rappi, você precisa ter só uma bicicleta para ter mais uma renda adicional no mês”, exalta. Segundo ela, o número de pessoas que aderiram a prática e o crescimento de usuários demonstram que ação está sendo um sucesso. “O feedback é super positivo. Principalmente no Nordeste, tanto pelo número de entregadores, quanto de números de estabelecimentos parceiros e de usuários também”, finaliza. 

Nizroque Silva afirma que o sucesso dos bike-delivery ainda está no começo. O entregador diz que, pelo que vê, o serviço tem potencial para crescer ainda mais. “Na minha projeção, essa profissão tem muito que expandir, ainda tem muito a evoluir. O Brasil ainda vai ouvir falar muito dos Bike delivery”, projeta o entusiasmado entregador.

A taxa de desocupação fechou o trimestre móvel no mês de outubro em 11,7%, caindo 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (maio/julho), quando a taxa foi 12,3% - confirmando que o desemprego continua em queda no país.

Ainda assim, o país fechou o trimestre móvel encerrado em outubro com uma população de 12,4 milhões de pessoas desempregadas, número que, no entanto, registra 4% inferior ao do trimestre encerrado em julho – menos 517 mil pessoas sem emprego.

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As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da pesquisa nacional por amostra de domicílio - Pnad Contínua. Em relação ao mesmo trimestre móvel de igual período do ano passado, quando a taxa de desemprego estava em 12,2%, com queda de -0,5 ponto percentual.

Os dados do IBGE indicam que a população ocupada no final de outubro chegava a 92,9 milhões, um aumento de 1,4% (mais 1,2 milhão de pessoas) em relação ao trimestre de maio a julho deste ano; e mais 1,5% (1,4 milhão de pessoas) na comparação com o trimestre de agosto a outubro de 2017.

Segundo a pesquisa, as 12,4 milhões de pessoas que integravam a população desocupada no trimestre móvel encerrado em outubro representava uma queda de 4,0% (menos 517 mil pessoas) frente ao trimestre de maio a julho de 2018. No confronto com igual trimestre de 2017, houve redução de -3,1% (menos 389 mil pessoas).

Taxa de subutilização

Uma análise detalhada da Pnad Contínua mostra que a taxa de subutilização e de pessoas desalentadas contínua apontando relativa estabilidade, o que reforça a tese de que o desemprego vem caindo em decorrência da informalidade.

A taxa de subutilização da força de trabalho, por exemplo, que ficou em 24,1% no trimestre de agosto a outubro, caiu apenas 0,4 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, quando estava em 24,5%. Em relação ao mesmo trimestre de 2017, o quadro foi de estabilidade (23,8%).

O mesmo ocorreu em relação à população subutilizada que ficou estável em 27,2 milhões, em comparação ao trimestre de maio a julho deste ano (27,6 milhões). Em relação ao mesmo trimestre de 2017 (26,6 milhões), esse grupo cresceu 2,6% (mais de 696 mil pessoas).

Já o número de pessoas desalentadas fechou o trimestre móvel encerrado em outubro em 4,7 milhões, também ficando estável em relação ao trimestre maio a julho, mas chegando a subir 10,6% em relação ao mesmo trimestre de 2017, quando haviam 4,7 milhões de pessoas nestas condições – 4,3% da força de trabalho.

O número de empregados no setor privado com carteira assinada foi de 32,9 milhões de pessoas, ficando estável em ambas as comparações.

O amontoado de papéis colados nas paredes traduz em letras recém-aprendidas desejos inocentes. Bolas, bonecas, videogames e carrinhos são alguns dos pedidos feitos ao Papai Noel dos Correios, no Centro do Recife. Ali, no meio das milhares de cartas enviadas ao projeto social que presenteia crianças em situação de vulnerabilidade, um papel destoa. O esforço de uma caligrafia e o colorido da folha passariam despercebidos aos olhares menos atentos, mas o pedido contido nela tem um teor bem diferente: Shirley de Melo, de 51 anos, quer de presente de Natal um emprego.

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“Bom dia senhores dos Correios ou de outras empresas: meu nome é Shirley de Melo tenho 51 anos e moro em Peixinhos. É o seguinte; eu sei que vocês presenteiam crianças, mas mesmo assim eu me veio o interesse de escrever para pedir ajuda. Mais eu não venho pedir dinheiro roupa sapato nem tão pouco brinquedo, eu preciso de um emprego gente, pois estou desempregada a quase 5 anos e já estou cansada de colocar currículo e nada minha gente. Eu tenho o 2º grau completo só não tenho experiência na carteira mas sei fazer de tudo um pouco, sou também diarista, folguista e faço outros serviços”.

A autora da carta mora a oito quilômetros do imponente prédio no qual depositou sua esperança. No bairro de Peixinhos, em Olinda, Região Metropolitana do Recife, leva uma vida ainda mais simples do que o brasileiro com renda média é capaz de imaginar. O benefício recebido pelo Bolsa Família é totalmente voltado para sua alimentação. Para conseguir pagar R$ 130 de aluguel mensal, vende mungunzá aos domingos pelas ruas da cidade. A rotina é puxada. Acorda junto com o sol. Liga o fogo enquanto prepara o carrinho de mão a ser arrastado ao longo do dia. Sai de casa às seis. Só volta quando tudo acaba. Anda o quanto for necessário pelos bairros da cidade até achar compradores cada vez mais escassos. “O movimento foi caindo porque o pessoal foi ficando sem dinheiro. Já ouvi gente dizer que não dava três reais no mungunzá porque precisava dar três reais no pão”, recorda.

A ideia de escrever o pedido foi tomada de supetão quando ela viu uma reportagem com a ação dos Correios na televisão. “As crianças diziam o que queriam, uma bicicleta, uma barbie, ai eu pensei ‘Sabe de uma coisa? vou escrever uma carta e seja o que Deus quiser’”, conta. Pegou o caderno, a caneta e reescreveu o pedido três vezes. Aproveitou uma ida ao Centro do Recife para colar o pedido junto ao das crianças. “Quando cheguei lá ainda fiquei me tremendo, pensando se ia botar ou não”, lembra. Decidiu por colocar e esperar ansiosamente uma resposta ou ao menos um convite de entrevista. Nenhum dos dois chegou até o momento.

Shirley na porta de sua casa, no bairro de Peixinhos, em Olinda / Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

O último dia oficial de carteira assinada de Shirley a leva de volta para as festas natalinas: 26 de dezembro de 2013. Enquanto ia para escola com seus tardios 46 anos em busca da educação básica nunca conquistada na infância, trabalhava na casa de uma família e guardava a vontade de um futuro melhor em recortes de jornais. “Via as vagas das firmas e cortava tudinho. Pensava ‘vou botar o currículo para terminar meus estudos’”, conta.

Queria entrar em um curso técnico de enfermagem para atender aos mais necessitados, mas uma mudança proposta pelos patrões no horário da então empregada doméstica a motivou a pedir demissão. Perdeu o emprego e só restou a esperança. Enviou currículos para todas aquelas firmas recortadas e mesmo com o tão desejado segundo grau completo, conquistado após quatro anos de aulas noturnas, nunca foi chamada. Nem ao menos para uma conversa. Se o dinheiro não vinha, o jeito era se adequar. Saiu do quarto no qual morava e procurou um espaço mais barato para viver.

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Hoje, entre as paredes sem reboco de dois cômodos, ela coleciona valiosos presentes. Uma televisão dada pelo irmão, uma geladeira presenteada por outro, o retrato da mãe em uma parede. A mulher, que morreu de tuberculose quando Shirley tinha apenas 13 anos, era analfabeta e teve outros oito filhos. Em meio a uma vida de pobreza extrema, ensinou para cada um deles que trabalhar desde cedo é necessário para quem quer se sustentar. “Eu não tenho vergonha de falar que vim de família humilde. Eu comecei a trabalhar com doze anos em casa de família. Dessa casa em diante já passei por muita humilhação”, rememora. Pendurada na parede, dona Maria da Conceição é a única companheira de casa de Shirley. Assiste à luta da filha impassível, congelada no tempo em uma fotopintura. 

O que faria então aquela mulher que nunca ganhou um presente de natal na infância acreditar que os períodos festivos trariam a oportunidade única de, após cinco anos, ter um emprego de carteira assinada? A necessidade de respirar. Falta um porto para Shirley ancorar após meia década imersa em um mar impiedoso de desemprego, nadando ao lado de 27,6 milhões de brasileiros. A falta de fôlego é agravada a cada ano acrescido na sua vida, não pelo cansaço, mas pelas portas fechadas para quem é mais velho entre os nadadores. “Eu corro atrás até de cursos, mas quando entro no site vejo que é para 18, 25, 30 anos. Não tenho mais essa idade”. A vontade de trabalhar e a conclusão do ensino médio não são suficientes. Restam os pequenos e informais impulsos dados na venda do mungunzá, nas faxinas arrumadas. Se mantendo de ponta de pé enquanto aguarda uma salvação, mesmo em forma de Papai Noel.

Quem quiser entrar em contato com Shirley pode mandar mensagem para o WhatsApp pelo número (81) 98781-6967 ou ligar para o telefone da filha dela, Laís, (81) 986494551. 

Na manhã desta terça-feira (20), fotos de uma fila quilométrica formada nas imediações da BR 101 - Sul, próximo às instalações da fábrica da Ambev, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, circularam nas redes sociais. Mensagens davam conta de que mais de mil pessoas foram ao local para participar de uma seleção de emprego para o Shopping Palladium Santo Agostinho, que, de acordo com um anúncio publicado também nas redes, será construído no terreno de uma antiga fábrica.

Segundo dados do Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) trimestral divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017 Pernambuco registrou o número de mais de 700 mil desempregados. Presentes nessa lista e também na fila quilométrica em busca de uma vaga, as amigas Sônia Silva e Valéria Lima saíram do município de Ribeirão, localizado Zona da Mata de Pernambuco, às 5h30 para participar da seleção. Animadas, elas encontraram uma fila gigantesca ao chegar. “Era por volta das 7h e já estava enorme. Tinha cerca de umas 2 mil pessoas. Uma agonia enorme. Estamos aqui na esperança de conseguir um emprego, como todos”, explica Valéria, que atua como cabeleireira, mas nunca teve a carteira assinada.

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Desempregada há mais de dez anos, Sônia ainda revela que tomou conhecimento da oportunidade por meio da amiga. “É um emprego, não é? Estou vivendo de bicos e corro para tudo que é seleção. Quando ela disse que viu no e-mail a vaga, me preparei e decidimos vir juntas”, conta. As duas esperavam sentadas em um pequeno batente à beira da grade do local há mais de 4 horas.

Com início marcado para 8h, a seleção acabou recebendo um número grande de interessados. Com tanta gente, a confusão foi grande. De acordo com os presentes, a grade do local foi arrombada e a dinâmica do processo seletivo foi modificada. “Eu estava já lá dentro, pronto para ser entrevistado junto com outras 20 pessoas. Mas a confusão foi tanta que quando alguns invadiram a administração decidiu cancelar e informaram que apenas receberam os currículos e depois ligavam. Uma pena. Cheguei muito cedo, mas não consegui. Vou esperar de toda forma”, detalha Aristóteles Júnior, de 32 anos. Dempregado há 2 anos, ele conta que já tem experiência na área de construção civil.

A falta de organização deixou diversos interessados frustrados. Antônio Herculano, de 56 anos, chegou às 6h20 na fila. Ele explica que tomou conhecimento da vaga por meio do whatsapp. “Mesmo com tanta desorganização, ainda tenho a esperança de conseguir uma oportunidade. Até com essa idade. Tenho experiência e cursos. Preciso do emprego. Lá em casa não trabalhamos nem eu, nem minha esposa. Temos dois filhos, qualquer coisa é bem vinda”, explica. Sem emprego há dois anos, Antônio conta que desconfiou a princípio da vaga. “Moro aqui no Cabo e não entendi como funcionaria um shopping aqui, mas decidi arriscar”, completa.

O baiano Edinelson dos Santos, de 32 anos, que veio a Pernambuco em busca de uma melhor qualidade de vida, passou mais de oito horas na fila. Ele explica que também recebeu a notícia da seleção pelo whatsapp e chegou às 2h da manhã. “Fui vendo a fila crescer e fiquei impressionado. Tenho que correr atrás. Sou eu por eu aqui no Pernambuco. Entreguei meu currículo ao rapaz. Espero que me chamem”, enfatiza. Ele ainda detalha que desconfiou da vaga por não ter conhecimento sobre o novo shopping. “Espero que seja verdade mesmo. Acordei muito cedo, não quero perder meu tempo”, reforça.

Depois da repercussão nas redes, as primas Cicleia Rodrigues, 31, e Jaqueline Santana, 30, chegaram ao local por volta das 11h da manhã. Com currículos em mãos, as duas estavam na Agência de Emprego do Recife, na Av. Rio Branco, no centro da cidade, e decidiram entregar a documentação na esperança da vaga. “Estou desempregada há dois anos e oito meses e minha prima há mais de um ano. Estamos juntas na luta por uma oportunidade. Estavámos no facebook e apareceu a publicação com a seleção. Não sei o que esperar desse shopping, mas na necessidade a gente vai e demonstra interesse para todas as empresas”, admite Cicleia.

A seleção foi compartilhada no perfil de uma rede social da suposta empresa. Na publicação, são descritas mais de de 500 vagas em diversas áreas. A suposta contratação será imediata e selecionados colaborarão com na construção do empreendimento, que tem data marcada para inauguração no próximo dia 1º de dezembro. A publicação ainda informa que o processo seletivo será realizado apenas nesta terça-feira (20). Para participar, interessados devem levar currículo e documentação necessária para contratação.

Entre as oportunidades disponibilizadas estão vagas para eletricista, encanador, pedreiro, servente, gesseiro, bombeiro civil, serviços gerais, pintor, soldador, vendedor, gerente de loja e outros.  O novo centro comercial seria locado em uma área rodeada de indústrias e promete a entrega de 320 lojas e funcionamento das 9h às 00h. A equipe de reportagem do LeiaJá entrou contato com os responsáveis da seleção, mas os mesmos preferiram não atender a imprensa.

O Shopping tem o mesmo nome de um empreendimento em Curitiba (PR). Ao ser procurada, a empresa curitibana explica que não tem nenhuma relação com o novo centro comercial previsto para Pernambuco. A Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho afirmou, por meio de nota, que “recebeu com surpresa a notícia dessa suposta construção e esclarece que não há qualquer projeto em análise na Secretaria de Planejamento e Controle Urbano”. A nota ainda detalha que a área está sob a tutela da AD DIPER - Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco. A reportagem ainda aguarda posicionamento da Agência em relação a construção do shopping.

Um em cada quatro desempregados brasileiros procura trabalho há mais de dois anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (14). Isso significa que dentre os 12,5 milhões de desempregados no Brasil no terceiro trimestre deste ano, 3,197 milhões se encontravam nessa condição.

O número bateu novo recorde histórico e representa 25,6% do total de desempregados do país e um aumento de 350 mil pessoas em um ano. No segundo trimestre, encerrado em junho, o número era de 3,162 milhões, 24% do total.  

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Segundo os dados do IBGE, o número de brasileiros em busca de emprego há menos de um mês também aumentou, ao mesmo tempo em que diminuiu o daqueles que buscam por uma vaga há mais de um mês e há menos de dois anos. Ao todo, 5 milhões de pessoas procuram trabalho há mais de um ano.

No terceiro trimestre, o rendimento médio dos trabalhadores foi de R$ 2.222. O IBGE estima que a renda de quem tem carteira assinada foi de R$ 2.134, valor 60% maior do que o dos trabalhadores sem carteira (R$ 1.328).

Além disso, 74,1% dos empregados no setor privado tinham carteira assinada, contra 75,3% no mesmo período de 2017. Os estados com os percentuais mais altos foram Santa Catarina (88,4%), Rio Grande do Sul (82,8%) e São Paulo (81,1%). Já os menores ficaram com Paraíba (54,9%), Piauí (54,1%) e Maranhão (51,1%).

Enquanto o percentual de trabalhadores sem carteira assinada teve um aumento de 4,7% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo intervalo de tempo do ano passado, o crescimento foi de 5,5%, 601 pessoas a mais. Os maiores índices foram observados no Maranhão (48,9%), Piauí (45,9%) e Paraíba (45,1%), e os menores foram no Rio Grande do Sul (17,2%) e em Santa Catarina (11,6%).

A taxa de desocupação no Brasil caiu para 11,9% no terceiro trimestre de 2018, mas chega a 14,4% na Região Nordeste, a 13,8% para a população parda e a 14,6% para a preta - grupos raciais definidos na pesquisa conforme a declaração dos entrevistados. Quando analisado o gênero, as mulheres, com 13,6%, têm uma taxa de desemprego maior que a dos homens, de 10,5%.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa consta na Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnad Contínua Tri). É considerada desocupada a pessoa com mais de 14 anos que procurou emprego e não encontrou.

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Quatro estados do Nordeste estão entre os cinco com maior desemprego: Sergipe (17,5%), Alagoas (17,1%), Pernambuco (16,7%) e Bahia (16,2%). Apesar disso, a maior desocupação verificada no terceiro trimestre de 2018 foi no Amapá, onde o percentual chegou a 18,3%.

A Região Sul tem a menor taxa de desocupação do país, com 7,9%, e Santa Catarina é o estado com o menor percentual, de 6,2%. No trimestre anterior, a Região Sul tinha taxa de desocupação de 8,2% e o Nordeste, 14,8%.

Do contingente de 12,5 milhões de pessoas que procuraram emprego e não encontraram, 52,2% eram pardos, 34,7% eram brancos e 12% eram pretos. Tais percentuais diferem da participação de cada um desses grupos na força de trabalho total: pardos (47,9%), brancos (42,5%) e pretos (8,4%).

O IBGE informou ainda que, no terceiro trimestre de 2018, o número de desalentados somou 4,78 milhões de pessoas. O contingente ainda está próximo dos 4,83 milhões contabilizados no segundo trimestre, o maior percentual da série histórica. O IBGE considera desalentado quem está desempregado e desistiu de procurar emprego.

O percentual de pessoas desalentadas chegou a 4,3% e tem sua maior taxa no Maranhão e em Alagoas onde chega a 16,6% e 16%. O Maranhão também tem o menor percentual de trabalhadores com carteira assinada (51,1%).

No terceiro trimestre deste ano, 74,1% dos empregados do setor privado tinham carteira assinada, percentual que ficou estável em relação ao trimestre anterior.

Além de ter a menor taxa de desemprego do país, de 6,2%, Santa Catarina também tem o menor percentual de desalentados, de 0,8%, e o maior percentual de trabalhadores com carteira assinada, de 88,4%.

A taxa de subutilização da força de trabalho no Brasil foi de 24,2%, o que representa 27,3 milhões. Esse número soma quem procurou emprego e não encontrou, quem não procurou, quem procurou e não estava mais disponível para trabalhar e quem trabalha menos de 40 horas por semana e que gostaria de trabalhar mais.

A população ocupada somou 92,6 milhões de pessoas. Esse total tem 67,5% de empregados, 4,8% de empregadores, 25,4% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2,4% de trabalhadores familiares auxiliares.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi alvo de crítica do presidente eleito, Jair Bolsonaro, para quem a pesquisa relativa ao mercado de trabalho "é uma farsa". "Vou querer que a metodologia para dar o número de desempregados seja alterada no Brasil", disse, ao conceder entrevista à TV Bandeirantes no início da noite de segunda-feira (5). Bolsonaro afirmou ainda que gostaria que o instituto de pesquisa divulgasse os dados de emprego e não de desocupação, como é feito atualmente. Para especialistas ouvidos pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) e pelo jornal O Estado de S. Paulo, o presidente eleito demonstrou desconhecimento do tema.

"Quem recebe Bolsa Família é tido como empregado. Quem não procura emprego há mais de um ano é tido como empregado. Quem recebe seguro-desemprego é tido como empregado. Temos de ter uma taxa não de desempregados, e sim de empregados. Não tem dificuldade para ter isso aí e mostrar a realidade para o Brasil", afirmou, em resposta a uma pergunta sobre os últimos dados do IBGE referentes à contínua queda do desemprego. Em setembro, o IBGE registrou 12,5 milhões de desocupados, um recuo de 3,7% em relação à pesquisa anterior.

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As estatísticas relativas ao mercado de trabalho são divulgadas mensalmente dentro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). As informações são coletadas em 210 mil residências, em 3,5 mil municípios de todas as regiões do País. A série histórica foi iniciada em janeiro de 2012, em substituição à Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que não era tão abrangente e não atendia às últimas recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Ao contrário do que Bolsonaro afirmou, as pessoas beneficiadas pelo programa social Bolsa Família não são inseridas na Pnad Contínua como empregadas. A qualificação na estatística depende da atividade que estejam exercendo. Se realizarem algum trabalho, ainda que não remunerado, podem ser consideradas ocupadas. Mas podem também entrar na conta de força de trabalho subutilizada ou mesmo não ser inserida na população economicamente ativa.

Da mesma forma, não são considerados empregados os que buscam um reposicionamento no mercado há mais de um ano ou os que recebem o seguro do governo, ao contrário do que afirmou o presidente eleito. "Evidentemente, Bolsonaro estava mal informado", disse o sociólogo Simon Schwartzman, presidente do IBGE de 1994 a 1998. Ele destacou, porém, que o Instituto possui um conselho técnico que pode analisar mudanças na divulgação dos dados, apesar das metodologias utilizadas seguirem definições da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Comissão de Estatística da ONU.

O IBGE disse apenas que não recebeu qualquer notificação do governo reivindicando mudanças na metodologia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A taxa de desemprego ficou em 11,9% no terceiro trimestre deste ano. O índice, medido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad-C), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é inferior aos 12,4% registrados no segundo trimestre deste ano e no terceiro trimestre do ano passado.
 
A população desocupada ficou em 12,5 milhões, ou seja, 3,7% a menos do que no segundo trimestre deste ano e 3,6% a menos do que no terceiro trimestre de 2017. Já a população ocupada somou 92,6 milhões de pessoas, um aumento de 1,5% tanto em relação ao segundo trimestre deste ano quanto em relação ao terceiro trimestre de 2017.

A Pnad-C também avaliou neste trimestre a taxa de subutilização da força de trabalho, que é o percentual de pessoas desocupadas, que trabalham por menos horas do que poderiam ou que estão na força de trabalho potencial.

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Comparação numérica

A taxa ficou em 24,4% no terceiro trimestre deste ano, abaixo do 24,6% do trimestre anterior e relativamente estável em relação ao 23,9% do terceiro trimestre do ano passado.
 
A população subutilizada somou 27,3 milhões de pessoas, estável em relação ao trimestre anterior, mas 2,1% superior ao terceiro trimestre de 2017.
 
O número de pessoas desalentadas (aquelas que não procuram emprego porque acham que não vão conseguir) ficou em 4,8 milhões, estável em relação ao trimestre anterior e 12,6% acima do mesmo trimestre de 2017 (4,2 milhões).

Já a taxa de desalentados entre o total da força de trabalho foi de 4,3%, relativamente estável em relação ao segundo trimestre deste ano (4,4%) e acima dos 3,9% do terceiro trimestre do ano passado.
 
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores no terceiro trimestre ficou em R$ 2.222, estável em ambas as comparações. Também manteve estabilidade a massa de rendimento real habitual (R$ 200,7 bilhões).

O medo dos brasileiros em relação ao desemprego diminuiu 2,2 pontos percentuais em setembro e ficou em 65,7 pontos, mas permanece elevado e acima da média histórica de 49,7 pontos, de acordo com o levantamento trimestral divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O índice varia de zero a 100 pontos e números acima de 50 indicam temor de perder o emprego.

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A maior queda foi registrada no Sudeste, com o recuo de 5,8 pontos entre julho e setembro, ante o aumento de 4,8 pontos registrado entre março e junho.  No entanto, o medo do desemprego nessa região, que chegou a 64 pontos, é o segundo maior do país. Em primeiro lugar está o dos moradores do Nordeste, onde o índice atingiu 73,1 pontos em setembro.

Já no Sul, o medo do desemprego aumentou para 62,7 pontos em setembro e ficou 0,8 ponto acima do registrado em junho. Assim, a preocupação de ficar sem emprego na região é maior do que a verificada no Norte e no Centro-Oeste, regiões em que o índice subiu 2,3 pontos em setembro e alcançou 60,9 pontos.

O levantamento também mostra que o medo de ficar desemprego é maior entre as mulheres (72,5 pontos), enquanto entre os homens o índice registrado em setembro chegou a 62,7. Uma diferença de 9,8 pontos.

Para realizar essa edição da pesquisa, a CNI entrevistou 2 mil pessoas em 126 municípios entre os dias 22 e 24 de setembro.

O desemprego afeta 12,7 milhões de brasileiros, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). Os dados são de junho a agosto deste ano.

Além disso, a taxa de pessoas ativas desalentadas, ou seja, pessoas acima de 14 anos que não conseguiram emprego por falta de experiência ou por serem jovens ou idosas demais para determinados cargos ou fora, são de 4,8 milhões no mesmo período.

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Pessoas que trabalham com carteira assinada são de 33 milhões. Já pessoas que trabalham por conta própria são de 23,3 milhões.

A taxa de desemprego em 19 países que têm o euro como moeda única caiu 8,1% em agosto, ante 8,2% em julho, e atingiu o menor nível desde novembro de 2008, quando chegou a 8%, informou a agência europeia de estatísticas Eurostat nesta segunda-feira (1º).

Entre os 19 países que usam o euro, a menor taxa de desemprego foi registrada na Alemanha (3,4%), seguida pela França (9,3%) e Itália (9,7%). Os índices mais altos foram registrados na Espanha (15,2%) e na Grécia (19,1%).

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Ao todo, 13,22 milhões de pessoas estavam desempregadas na zona do euro em agosto, um declínio de 102 mil em relação ao mês anterior. Em toda a União Europeia, 16,66 milhões de pessoas estavam sem emprego, com uma taxa inalterada de 6,8%.

O Brasil tem 12,7 milhões de pessoas desocupadas. Este é o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), relativa ao trimestre de junho a agosto deste ano.

Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação, que mostra o índice de desemprego no país, no período foi de 12,1%. Esta indica uma queda de 0,6% em relação ao trimestre anterior: 12,7%.

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A PNAD Contínua considera desempregada a pessoa que está sem trabalho, mas que tenha procurado emprego no período de até 30 dias antes da pesquisa.

O contingente da população ativa desalentada (4,8 milhões) no trimestre de junho a agosto de 2018 subiu em relação ao trimestre anterior (4,720 milhões). Em relação ao mesmo trimestre de 2017 (4,2 milhões), houve alta (3,9%).

São consideradas desalentadas pessoas com idade acima de 14 anos que não conseguiram emprego por não ter experiência, porque são jovens ou idosas demais para o cargo ou ficam fora da localidade.

Taxa estável

O IBGE estima que 4,3% estiveram nesta situação no trimestre de junho a agosto de 2018. A taxa ficou estável em relação ao trimestre anterior (4,4%) na comparação com o mesmo trimestre de 2017 (17,8%).

A taxa de subutilização - que soma desocupados, subocupados ou força de trabalho potencial - ficou estável.

No trimestre de junho a agosto foi de 24,4%, contra 24,6% do trimestre anterior. Em números absolutos foi de 27,5 milhões, 27,6 milhões no trimestre anterior e 26,8 milhões no mesmo trimestre de 2017.

A população ocupada é hoje de 92,1 milhões, um crescimento de 1,3%, ou mais de 1,2 milhão de pessoas, em relação ao trimestre móvel anterior. Em relação ao mesmo período de 2017, houve alta de 1,1%: 91,1 milhões.

O número de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada se manteve em 33 milhões. Já o número de pessoas que trabalham por conta própria cresceu 1,5% em relação ao trimestre anterior: 23,1 milhões.

O País tinha 12,707 milhões de pessoas em busca de emprego no trimestre encerrado em agosto deste ano. Apesar do patamar elevado de desemprego, houve melhora em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Há menos 407 mil desempregados em relação a um ano antes, o equivalente a um recuo de 3,1%. O total de ocupados cresceu 1,1% no período de um ano, o equivalente à criação de 1,020 milhão de postos de trabalho. O contingente de inativos avançou 1,6%, 1,009 milhão de pessoas a mais nessa condição.

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Como consequência, a taxa de desemprego passou de 12,6% no trimestre até agosto de 2017 para 12,1% no trimestre encerrado em agosto de 2018.

O nível da ocupação, que mede o porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 54,1% no trimestre até agosto deste ano, ante 53,6% no trimestre até maio. No trimestre até agosto do ano passado, o nível de ocupação era de 54,0%.

Massa de salários

A massa de salários em circulação na economia cresceu R$ 5,031 bilhões no período de um ano, para R$ 199,852 bilhões, uma alta de 2,6% no trimestre encerrado em agosto de 2018 em relação ao mesmo período de 2017, puxada pelo aumento no número de pessoas trabalhando.

Na comparação com o trimestre terminado em maio deste ano, a massa de renda real subiu 1,3%, com R$ 2,510 bilhões a mais. No mesmo período, 1,195 milhão de postos de trabalho foram criados.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados ficou estável na comparação com o trimestre até maio, apenas R$ 1 a menos. Em relação ao trimestre encerrado em agosto do ano passado, a renda média subiu 1,3%, para R$ 2.225, R$ 29 a mais que o salário de um ano antes.

Em ano eleitoral, pouco a pouco as ruas começam a ser tomadas por vários rostos, cores e músicas em busca do apoio dos eleitores. As campanhas tomam conta das vias públicas, assim como as pessoas que passam a trabalhar para publicitar os candidatos.

Entre rostos e nomes de candidatos que tentam ser eleitos, há outros menos conhecidos, que não estão estampados em santinhos e adesivos ou têm jingles em carros de som, mas são peças-chave nesse contexto: as pessoas que trabalham na rua, efetivamente fazendo a campanha acontecer. O LeiaJá acompanhou a rotina desses colaboradores, seja na condição de trabalhador temporário ou como militantes. Eles atuam de várias maneiras para ajudar na prospecção de votos nos semáforos e grandes vias do Recife. 

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Rodrigo* está desempregado e, através da indicação de um amigo que trabalha com um candidato a deputado, conseguiu uma vaga de emprego temporário, ganhando cerca de R$ 1.000 a R$ 1.200 para trabalhar durante 45 dias de campanha, que se encerrará no dia 6 de outubro, de acordo com o calendário da Justiça Eleitoral. 

A contratação, de acordo com Rodrigo, não teve nenhum contrato formalizado por escrito, mas ele afirma que se sentiu seguro porque tudo foi debatido e explicado tanto pela equipe da campanha quanto pelo candidato para quem ele está trabalhando. 

Ele conta que o seu dia a dia de trabalho “é bem simples, entregando panfleto, adesivo, falando um pouco sobre o deputado para quem tem dúvidas”, durante dois turnos, totalizando seis horas por dia, de segunda a sexta-feira. 

Questionado sobre como é, para ele, estar na rua, lidando com as pessoas, com o calor, com o trânsito no semáforo e tendo que passar muito tempo  em pé, Rodrigo diz que, para ele, essas particularidades do trabalho na rua são tranquilas e não causam problemas por já ser acostumado, devido a trabalhos que já desempenhou na rua. 

Ao ser perguntado se o trabalho tem sido válido, Rodrigo responde que sim, pois o ajuda a pagar suas dívidas causadas pelo desemprego. “Se tiver segundo turno, eu estou disposto a trabalhar de novo”, complementa.

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Eleitor se conquista

André* atua fiscalizando o trabalho de Rodrigo e de outros entregadores de panfletos e adesivos na Praça do Derby, junto à Avenida Agamenon Magalhães, Centro do Recife, além de cuidar da escolha das pessoas que serão recrutadas para a campanha. Ele explica que ao receber os currículos, liga para a pessoa para obter mais informações sobre o perfil dos candidatos e entender quem pode se adequar melhor ao trabalho. 

“Quando ligo para a pessoa, eu pergunto e dou preferência a quem já trabalhou na rua ou com campanhas, que já sabe como é o dia a dia, sabe que aguenta. O primeiro dia de trabalho é um teste para ver se a pessoa é simpática e carismática ou só fica mostrando o panfleto ou adesivo calada, porque assim não arrecada voto. Tem que ter essa postura de conquistar o eleitor”, conta o fiscal. 

André afirma também que, durante as 12 horas por dia em que ele fica na rua fiscalizando o trabalho dos profissionais contratados para a campanha, também observa a conduta de cada colaborador para se certificar de que a pessoa de fato distribuirá todo o material para os possíveis eleitores. 

“Terceirização” para campanhas

Com uma realidade de contratação um pouco diferente, Maria Aparecida Freire tem 21 anos e trabalha como promotora de eventos, ligada a uma agência que, diante do surgimento de uma nova demanda por mão de obra, avalia quem entre seus profissionais está livre para o novo serviço. Assim, a jovem começou a fazer campanha para um candidato a deputado, com um contrato formal que prevê uma jornada de dez horas de por dia durante quase um mês. 

Enquanto esperava o ônibus que a levaria da frente de um comitê até a rua onde exerceria sua função, Maria estava usando boné, adesivos e também um “pirulito” nas costas. Ela explica que o trabalho é cansativo e tem desafios a encarar como o calor do Recife em dias ensolarados.

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Para muitas das pessoas que estão pelas ruas do Recife prospectando votos para candidatos com programas de governo ou atuação parlamentar dos mais diversos tipos, a maior motivação é a necessidade de burlar o desemprego ou de aumentar a renda familiar que não vem sendo suficiente. 

No entanto, apesar do descrédito que a política tem mostrado no Brasil ao longo dos últimos anos, ainda há pessoas que buscam participar da política e das campanhas de forma ativa, de dentro, por acreditar em um político e no projeto de sociedade que ele promete defender. É o caso do professor de história e filosofia Leandro Recife, que tem 40 anos de idade e já trabalhou em “umas oito ou nove eleições”, segundo ele, dividindo seu tempo entre o emprego que o sustenta, as horas de descanso e os momentos livres que pode dedicar ao trabalho de campanha na rua. 

Neste ano, ele está fazendo campanha para um candidato a deputado estadual e uma candidata a governadora que são do mesmo partido. O motivo, de acordo com o militante, é a convicção que ele tem nos modelos de sociedade defendidos pelos candidatos. 

Perguntado sobre como é lidar com questões como cansaço, horas em pé e calor, ele explica que, por não ter uma obrigação formal de estar na rua, uma vez que não está sendo pago, o horário é flexível e definido por ele junto a outros militantes. 

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No fim do ano passado, ainda sob a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência e com projeções de crescimento do PIB em 2018 que chegavam a superar os 3%, havia um certo otimismo em relação à queda do desemprego. Mas a realidade tem se mostrado bem diferente. A cada divulgação de dados sobre trabalho no País, consolida-se a convicção que o desemprego será um dos desafios mais urgentes a serem enfrentados por quem vencer a eleição para a presidência em outubro.

Dados anunciados na quinta-feira, 17, pelo IBGE mostram o tamanho desse desafio. No segundo trimestre, o número de pessoas que estão há mais de dois anos procurando emprego chegou ao recorde de 3,162 milhões. O total de desalentados, que são as pessoas que desistem de procurar emprego por acreditar que não vão mais encontrar, também foi recorde: 4,833 milhões. A taxa de desemprego do País, que estava em 11,8% em dezembro, fechou o segundo trimestre em 12,4% - são quase 13 milhões de desocupados.

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Ironicamente, a própria disputa eleitoral é apontada como uma das causas da manutenção da desocupação em níveis tão altos. Com um cenário totalmente incerto, empresas seguram investimentos e, consequentemente, a abertura de novas vagas. "Estamos num momento de elevada incerteza, sem saber quem é o candidato com mais chances, o que vai fazer, o que propõe", diz José Ronaldo de Castro Souza Júnior, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). "Isso obviamente segura a retomada."

Ao defender suas propostas para o combate ao desemprego, os candidatos à Presidência convergem pelo menos na necessidade de o País retomar a estabilidade econômica para garantir a abertura de novas vagas de trabalho. Os programas de governo registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trazem menções ao equilíbrio fiscal e falam ainda em aumentar investimentos em educação técnica para capacitação de mão de obra, além de destravar obras de infraestrutura, como medida emergencial para reduzir a taxa de desocupação entre os brasileiros.

A intenção de investir infraestrutura aparece nos planos do PT (que registrou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato), da Rede (de Marina Silva) e do MDB (cujo candidato é o ex-ministro Henrique Meirelles).

Os programas também citam a capacitação de mão de obra. Alvaro Dias, do Podemos, promete aliar desenvolvimento tecnológico e de educação como forma de encarar o desemprego. Geraldo Alckmin, do PSDB, propõe investir na qualificação técnica de jovens e parcerias com universidades; e Ciro Gomes, do PDT, vê necessidade de atuar na preparação dos desempregados.

Ciro também fala em alcançar o equilíbrio fiscal já nos primeiros dois anos de governo, caso seja eleito em outubro, enquanto Jair Bolsonaro (PSL) aposta na adoção completa de um "liberalismo econômico" para equilibrar as contas públicas. Já Alckmin fala em abrir a economia para fazer o comércio exterior representar 50% do PIB do País. Estreante na política, o candidato do Novo, João Amoêdo, sai em defesa do livre-comércio e da simplificação dos impostos para empreendedores.

Candidato do PSOL, Guilherme Boulos propõe revogar integralmente a reforma das leis trabalhistas, em vigor desde 2017, fala em uma política de valorização de salário mínimo e promete fortalecer a organização sindical no País.

Para o pesquisador de Economia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas Fernando de Holanda Barbosa, os ajustes fiscais são o principal caminho para abordar o problema do desemprego. "O Brasil precisa mostrar um ambiente estável e que o descompasso fiscal tem alguma solução em vista. Se a economia não cresce, é difícil solucionar o problema do desemprego. Para isso, é necessário tomar uma série de medidas e fazer reformas", disse ele.

Gasto público

Barbosa critica as propostas "emergenciais" que consideram como ponto de partida o aumento de gasto público. "A solução não é tentar criar emprego a fórceps gastando dinheiro. Esse tipo de medida dura temporariamente, mas resolve só o curto prazo."

Professor da Universidade de São Paulo Ruy Braga, especialista em sociologia do trabalho, afirma que o desemprego precisa ser atacado por vários "ângulos", além do viés econômico. "Temos de ter políticas para criação de novos empregos, mas também para absorver os milhões de trabalhadores que estão no subemprego. A questão é prioridade para as famílias." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A 1ª Feira da Empregabilidade, em Maceió, atraiu centenas de pessoas na manhã desta quinta-feira (16). Os interessados em garantir uma ficha para a oportunidade enfrentaram uma enorme fila que dava voltas em quarteirão.

De acordo com a reportagem da TV Pajaçu, afiliada da TV Record na região, alguns dos presentes tinham chegado no dia anterior, por volta das 21h, para conseguir uma das mil fichas distribuídas. Na oportunidade, os interessados podem realizar o cadastro de currículo para emprego ou estágio, agendamento para tirar a carteira de trabalho, inscrição em cursos e outros serviços gratuitos.

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A inicativa conta a com a participação das empresas: SINE, IEL, CIEE, CRESCER, Grupo Ferreti, Polishop, EmpregosAL, MR. CART. Para realizar o cadastro, é necessária apresentação dos seguintes documentos: carteira de identidade (RG); carteira de trabalho (CTPS); CPF; PIS; comprovante de residência; currículo atualizado e, para a vaga PCD, laudo médico.

Organizada por uma escola técnica particular de Maceió, a feira acontece até às 17h desta quinta (16), na sede da escola Grau Técnico, localizada na Avenida Tomás Espíndola, em frente à Praça Centenário Feira da Empregabilidade, no bairro Farol, capital Alagoana.

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Poucas vezes nos últimos 22 anos os brasileiros ficaram tão preocupados com o emprego quanto agora. O Índice do Medo do Desemprego subiu para 67,9 pontos em junho, valor que está 4,2 pontos acima do registrado em março, e está entre os maiores das série histórica iniciada em 1996. Só em maio de 1999 e em junho de 2016, o indicador alcançou 67,9 pontos, informa a pesquisa divulgada nesta segunda-feira (9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

“O índice está 18,3 pontos acima da média histórica de 49,6 pontos”, diz o levantamento. O indicador varia de zero a cem pontos. Quanto maior o índice, maior o medo do desemprego.

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“O medo do desemprego voltou para o maior nível que tinha alcançado durante a crise, porque a recuperação da economia está muito lenta e as pessoas ainda não perceberam a queda da inflação e a melhora no emprego”, afirma o gerente-executivo de Pesquisas e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

De acordo com a pesquisa, o medo do desemprego cresceu mais para os homens e as pessoas com menor grau de instrução. Entre março e junho, o indicador subiu 5,6 pontos para os homens e 2,8 pontos para as mulheres. Para os brasileiros que têm até a quarta série do ensino fundamental, o índice subiu 10,4 pontos entre março e junho e alcançou 72,4 pontos.  Entre os que possuem educação superior, o índice subiu 0,6 ponto e passou de 59,9 para 60,5 pontos.

Satisfação com a vida - O levantamento mostra ainda que a satisfação com a vida também diminuiu. O Índice de Satisfação com a Vida caiu para 64,8 pontos, o menor nível desde junho de 2016, quando alcançou 64,5 pontos. O indicador varia de zero a cem pontos. Quanto menor o indicador, menor é a satisfação com a vida. “Isso é reflexo do aumento do desemprego e de outras questões que envolvem a baixa expectativa sobre a  melhora da situação financeira das pessoas e até mesmo as incertezas políticas”, avalia Fonseca. “Os dois indicadores mostram que as perspectivas da população para o futuro são pessimistas. As pessoas ainda não estão confiantes de que o país está saindo da crise”, completa.

Conforme a pesquisa, queda do índice de satisfação com a vida foi maior na região Sul, onde o indicador caiu 5,3 pontos entre março e junho e ficou em 63,8 pontos. Nas demais regiões, a retração foi inferior a 2,3 pontos. Nos estados do Sul, o índice é menor do que o das demais regiões. 

O levantamento ouviu 2 mil pessoas em 128 municípios entre os dias 21 e 24 de junho.

Da assessoria da CNI

O desempregado no Brasil tem um perfil: é mulher, nordestina, e com idade entre 18 e 24 anos. Ela tem ensino fundamental incompleto e mora em regiões metropolitanas. É o que consta da seção Mercado de Trabalho, da Carta de Conjuntura, divulgada hoje (25) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Tendo por base dados obtidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o estudo identifica um comportamento distinto da ocupação, dependendo da idade do trabalhador e de seu grau de instrução. De acordo com o Ipea, o recuo da taxa de desocupação ocorre “de modo disseminado em todas as categorias, sendo mais significativo nas regiões Norte e Centro-Oeste e no grupo de trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos, com ensino médio incompleto e não residente nas regiões metropolitanas”.

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Na comparação com os números obtidos em 2017, os estados que registraram aumento da desocupação foram Piauí, Sergipe, Maranhão, Pernambuco e Rio de Janeiro. Já os estados que apresentaram queda mais acentuada no índice de desemprego foram Amazonas, Tocantins, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Idoso

A população ocupada com idade superior a 60 anos aumentou em 8%, percentual bem acima ao do registrado na população de trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos, que aumentou 0,9% no primeiro trimestre de 2018, na comparação com o mesmo período de 2017. Entre os com ensino médio incompleto, a ocupação aumentou 10%. Já entre os com ensino fundamental, a ocupação recuou 9%.

Na avaliação do Ipea, o crescimento dos mais idosos na força de trabalho tem ocorrido pelo fato de a parcela de idosos que decidem deixar a força de trabalho e ir para a inatividade vem recuando, e não devido ao aumento do número desses trabalhadores que estão saindo da inatividade e retornando ao mercado de trabalho.

Alguns fatores são citados pelos pesquisadores como relevantes para explicar a permanência dos mais velhos no mercado de trabalho. Um deles está relacionado à busca por um aumento na renda. O outro fator está relacionado ao aumento de expectativa de vida do brasileiro.

Desemprego

Citando números divulgados pelo PNADC, o estudo mostra que em abril o desemprego voltou a cair, após ter apresentado aumento no primeiro trimestre de 2018, na comparação com o último trimestre de 2017. Se comparado aos números de abril do ano passado, o recuo do desemprego ficou em 0,7 ponto percentual (p.p.). A construção civil apresentou saldos mensais positivos mas, no acumulado de 12 meses, o setor continua apresentando “destruição de empregos”, segundo o Ipea.

“Em maio de 2018, esse setor abriu mais de 3 mil vagas com certeira assinada, apresentando um resultado bem superior ao observado no mesmo mês de 2017”. O setor que apresentou maior dinamismo foi o de serviços, com um saldo positivo líquido próximo a 190 mil novos postos de trabalho nos 12 meses até maio.

Autora da pesquisa, Maria Andréia Lameiras avalia que apesar de o mercado ter apresentado sinais de melhora nos últimos trimestres, dados recentes apontam uma estabilidade que “coloca em dúvida o ritmo da recuperação”. Devido à desaceleração do crescimento da população ocupara, a taxa de desocupação vem se mantendo em torno de 12,5%. “Viemos de um período de retração muito grande. Nossa recuperação apresenta bases ainda frágeis, com muita informalidade, o que traz alta volatilidade para o setor, tanto em termos de ocupação, quanto de rendimento”, explicoua pesquisadora do Ipea por meio de nota.

No primeiro trimestre de 2018, o grupo instituído pelos chamados desalentados – pessoas que não procuram emprego por não acreditarem na possibilidade de conseguir uma vaga – voltou a avançar “de forma mais significativa, correspondendo a quase 3% do total da população em idade ativa”. De acordo com o Ipea, o aumento desse grupo “ocorreu por conta da migração de trabalhadores que até então estavam ocupados, mas ao perderem seus postos de trabalho transitaram diretamente para o desalento, ao invés de permanecerem na desocupação”, não estando, portanto, relacionado a pessoas que estavam sem emprego e desistiram de procurar emprego.

A taxa de desemprego da zona do euro caiu de 8,6% em março para 8,5% em abril, segundo dados publicados hoje pela agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. O resultado veio em linha com a projeção de analistas consultados pelo The Wall Street Journal. A taxa de março foi revisada para cima, de 8,5% originalmente.

Em abril, o número de desempregados no bloco europeu teve queda de 56 mil em relação ao mês anterior, informou a Eurostat. Fonte: Dow Jones Newswires.

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