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O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o operador Lúcio Funaro foram condenados na segunda-feira, 20, respectivamente, a pagar multas de R$ 5 milhões e R$ 3,9 milhões pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Cunha e Funaro foram acusados de obter ilegalmente ganhos de quase R$ 2 milhões - R$ 971 mil e R$ 823 mil, respectivamente - junto à Prece, fundo de pensão dos funcionários da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae). Os ganhos irregulares ocorreram entre 2003 e 2006, por meio de operações no mercado financeiro que foram combinadas para que fundos exclusivos da fundação tivessem prejuízo.

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O processo foi instaurado pela CVM em 2012 para apurar operações realizadas entre 2003 e 2006. De acordo com a autarquia, durante dois anos e cinco meses Cunha, Funaro, outros 35 investidores e gestores causaram prejuízos de R$ 39 milhões à Prece. No total, 16 acusados foram condenados a pagar cerca de R$ 183 milhões.

Em apenas um dos fundos exclusivos analisado pela CVM, as operações no mercado futuro durante o período investigado deram ao participante da Prece retorno de R$ 100 para cada R$ 1.000 investidos, quando poderia ter alcançado R$ 1.100 se tivesse aplicado em um fundo de índice.

No julgamento, o colegiado abriu mão de utilizar provas produzidas por Funaro nos depoimentos que prestou em seu processo de delação premiada, mas considerou depoimentos de Cunha. A decisão de desconsiderar a delação do operador foi tomada em reunião extraordinária, realizada no dia 9, para evitar o retardamento ainda maior do desfecho do caso.

Funaro se defendeu alegando, entre outras coisas, que os fatos já estavam prescritos, ou seja, fora do prazo legal de punição. Pediu que o julgamento fosse adiado até que uma ação judicial movida por ele para evitar o uso das provas fosse julgada.

Reincidente

Essa é a segunda vez que a CVM julga um processo sobre esse tipo de prática com recursos da Prece. No primeiro julgamento, em 2012, Cunha não havia sido arrolado. Já Funaro foi absolvido das acusações. Na época, a CVM aplicou multas de cerca de R$ 20 milhões a 12 acusados, que depois tiveram a sentença confirmada pelo Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN).

Essas transações ficaram conhecidas como "operações com seguro". Isso porque um dos lados do negócio, onde estavam Cunha e Funaro, sempre ganhava e a Prece sempre perdia.

No processo, a CVM considerou como indício de irregularidade as altas taxas de sucesso dos acusados com as operações e os vínculos interpessoais entre eles. Para isso, recorreu a fatos apurados na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, que apontou ligações entre Funaro e José Carlos Batista, acusado nesse e em outros quatro processos da CVM por práticas semelhantes.

No voto, o diretor-relator, Gustavo Borba, declarou que a relação entre Cunha e Funaro "é considerada fato público e notório". No fim do julgamento, o advogado de Cunha, Leonardo Bueno, declarou que não há provas desse relacionamento. "Se não há prova concreta, acreditamos que temos chances de reverter isso no conselho de recursos (Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal (PF) apontou em seu relatório final da Operação Cui Bono? que o Grupo Bertin pagou R$ 57,3 milhões em propina ao doleiro Lúcio Funaro entre 2013 e 2015 para obter empréstimo de R$ 2 bilhões da Caixa Econômica Federal para construir o trecho leste do Rodoanel, em São Paulo. Funaro é apontado como operador político do MDB da Câmara e, segundo a PF, teria dividido o dinheiro com o deputado federal cassado Eduardo Cunha e com o vice-presidente do banco à época Geddel Vieira Lima. Ambos estão presos.

Segundo a PF, o trio agiu para facilitar a liberação de recursos da Caixa para a SPMar, concessionária de rodovias do Grupo Bertin responsável pela construção do trecho leste e administração do trecho sul do Rodoanel. A obra foi iniciada em 2011 e concluída em 2015. A partir da colaboração premiada de Funaro, a PF obteve planilhas e notas fiscais que indicam 63 transações feitas pela Contern, construtora da Bertin que executou a obra, para duas empresas do doleiro entre 2013 e 2015.

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O histórico de pagamentos mostra que o Grupo Bertin pagou para Funaro até 2,9% sobre cada valor liberado pela Caixa à SPMar. No dia 28 de março de 2013, por exemplo, foram liberados R$ 340 milhões para a concessionária, que teria pago comissão de R$ 8,16 milhões ao doleiro. Segundo Funaro, ele ficava com 20% do valor, enquanto que 50% era repassado para Geddel e 30% para Cunha.

Deflagrada em janeiro de 2017, a Cui Bono investigou irregularidades cometidas na vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa entre 2011 e 2013, período em que foi comandada por Geddel. A investigação teve origem na análise de conversas registradas em um celular apreendido na casa de Cunha e foi concluída neste mês com 16 pessoas indiciadas por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de Justiça. Entre os indiciados estão os irmãos e sócios do Grupo Bertin, Natalino, Reinaldo e Silmar Bertin.

Em 2016, a força-tarefa da Lava Jato já havia identificado pagamentos de R$ 6,2 milhões da SPMar para uma empresa do operador Adir Assad, acusado de lavar dinheiro em obras de São Paulo. O caso é investigado pelo Ministério Público Estadual. Além do trecho leste, também são alvos da Lava Jato as obras dos trechos sul e norte do Rodoanel, nas quais empreiteiras denunciaram pagamentos a agentes públicos, como os ex-diretores da Dersa Paulo Vieira de Souza e Mário Rodrigues Júnior, e políticos do PSDB.

Defesa

Em nota, a concessionária SPMar afirmou que "as empresas da família Bertin só poderão se manifestar após conhecer, de fato, o teor do referido relatório da Polícia Federal" e que "se mantêm à disposição das autoridades para prestar eventuais esclarecimentos".

Já a Caixa afirmou que as denúncias "são objeto de apurações internas que correm sob sigilo". O banco também afirmou que "está em contato permanente com as autoridades, prestando irrestrita colaboração com as investigações".

A Agência Reguladora de Transportes de São Paulo (Artesp), que fiscaliza as concessões rodoviárias, afirmou que "a SPMar vem cumprindo com suas obrigações contratuais" e que "a obtenção dos recursos para realizar seus investimentos e compromissos é de competência das concessionárias junto aos seus investidores e financiadores não havendo participação da Artesp nesse processo".

A defesa de Funaro informou que ele "continuará colaborando de modo efetivo com as autoridades". As defesas de Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima não se manifestaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O corretor Lúcio Bolonha Funaro entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) informações complementares do seu acordo de colaboração premiada assinada no ano passado. Entre os documentos apresentados estão planilhas que, segundo o delator, revelam o caminho de parte dos R$ 10 milhões repassados pela Odebrecht ao MDB na campanha de 2014. Os valores teriam como destinatário alguns integrantes do grupo político do presidente Michel Temer. A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pelo O Estado de S. Paulo.

As planilhas têm por objetivo sustentar a versão dada em delação de que o corretor teria retirado R$ 1 milhão do escritório do amigo e ex-assessor de Temer, o advogado José Yunes, a pedido do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Funaro, no seu acordo, disse que os valores pagos pela Odebrecht eram de Michel Temer e que o então vice-presidente teria ordenado o envio de parte dos valores para Geddel. "Dirigentes da Odebrecht utilizaram o doleiro Alvaro Novis para fazer com que os valores destinados a Temer chegassem nas mãos de Yunes", disse o corretor.

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Nas planilhas entregues por Funaro, as entradas e saídas apontadas somam o mesmo R$ 1 milhão que teria sido encaminhado à Geddel.

Yunes chegou a prestar um depoimento na PF sobre a retirada de valores em seu escritório. De acordo com sua versão, ele teria servido de "mula" para o ministro Eliseu Padilha. O repasse citado por Funaro foi revelado nas delações de executivos da Odebrecht e teria sido acordado em uma reunião no Palácio do Jaburu com a participação de Temer. As novas informações fornecidas pelo corretor, atualmente em prisão domiciliar, serão utilizadas no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) cujos alvos são Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.

A inclusão de Temer na investigação foi solicitada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. No entendimento da PGR, a delação da Odebrecht aponta para o recebimento de propina por Temer, Padilha e Moreira em troca de benefícios em temas relacionados a Secretaria de Aviação Civil, à época sob o comando de Moreira Franco.

Defesas

Em nota, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que, em respeito à Justiça, "só se pronunciaria nos autos do processo".

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República afirmou, por meio de nota, que as acusações noticiadas por conta de informações complementares de delação premiada que o corretor Lúcio Bolonha Funaro entregou à Procuradoria-Geral da República tem "como único objetivo manter campanha difamatória contra o presidente Michel Temer sem que as investigações produzam fatos reais". "Ou seja, são apenas ficções em série", diz a nota.

A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto disse ainda que todas as atribuições do coronel João Batista Lima Sobrinho em campanhas do presidente Michel Temer "sempre foram pautadas pela legalidade, lisura e correção". "Essa velha acusação volta a ser requentada hoje pelas autoridades sem que haja provas reais", afirma a Secom.

Na nota, o Planalto reforça que os "depoimentos continuam repletos de contradições e incoerências". "Inclusive com relação a outras delações já homologadas pela Justiça, sem que se façam as confrontações", destaca. Auxiliares do presidente citam, por exemplo, a delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho que traria declarações distintas às apresentadas por Funaro.

O diretor jurídico da J&F Francisco de Assis e Silva rebateu nesta quarta-feira, 29, a versão de Lúcio Funaro sobre as notas do bunker dos R$ 51 milhões atribuídos a Geddel e Lúcio Vieira Lima. O doleiro afirmou à PF reconhecer uma marca do Banco Original, pertencente à holding, nos papéis que envolviam os maços de dinheiro encontrados no apartamento em Salvador, alvo da Operação Tesouro Perdido. Já o delator da J&F diz nunca ter dado dinheiro a Funaro e também alega não reconhecer a tal marca no material usado para envolver as cédulas.

O depoimento de Funaro consta em relatório que atribuiu lavagem de dinheiro e associação criminosa aos irmãos peemedebistas, seus homens de confiança, Job Brandão e Gustavo Ferraz, e à matriarca da família, Marluce Vieira Lima.

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Para a PF, as investigações sobre o apartamento em Salvador aonde foram encontrados R$ 51 milhões no âmbito da Operação Tesouro Perdido revelam indícios de corrupção passiva conexos com a Operação Cui Bono?, que investiga Geddel por desvios à época em que era vice-presidente da Caixa Econômica Federal.

Um dos depoimentos que embasaram a tese de que o dinheiro do bunker tem origem ilícita é o de Funaro.

Ao ser apresentado a fotos dos maços de dinheiro encontrados no bunker de Salvador, Funaro disse reconhecer referências ao Banco Original do Agronegócio, da J&F. "Lúcio Funaro informou que os valores envoltos em ligas, com um pedaço de papel onde havia impresso o valor constante do maço de dinheiro, era exatamente como retirava o dinheiro dos seus doleiros e repassava para Geddel", afirmou a PF no relatório.

O operador ainda "mencionou que o dinheiro envolto com cinta contendo a inscrição 'BOA', era na verdade uma referência ao Banco Original do Agronegócio". Segundo o relatório, Funaro disse "sabia disso porque já teria recebido dinheiro da mesma maneira do diretor jurídico do Grupo J&F Investimentos, senhor Francisco de Assis, e na ocasião o alertou sobre a facilidade de rastreamento do dinheiro".

O diretor jurídico da J&F, no entanto, rebate a versão do delator e afirma que "refuta veementemente a versão de Lúcio Funaro de que teria dado dinheiro ao doleiro".

Ele também afirma que "desconhece que a inscrição BOA, numa cinta envolvendo dinheiro, se refira a Banco Original do Agronegócio, como Funaro disse em depoimento à Polícia Federal".

A reportagem entrou em contato com a defesa de Lúcio Funaro, mas ainda não obteve retorno.

A defesa do corretor Lúcio Bolonha Funaro entregou à Justiça Federal um bilhete com uma suposta anotação do ex-deputado Eduardo Cunha indicando uma conta no exterior para realização de pagamentos ilícitos. O documento foi entregue em mãos ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, durante audiência da ação penal derivada da operação Sépsis nesta segunda-feira, 6.

A conta indicada no bilhete é do ex-vice-presidente de Fundos e Loteria da Caixa Fabio Cleto, apontado como operador de Cunha e Funaro no fundo de investimento do FGTS. Os três, o ex-deputado Henrique Meirelles e Alexandre Margotto, ligado a Funaro, são réus no processo que apura o pagamento de propina por grandes empresas para conseguir aportes milionários do FI-FGTS.

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O objetivo da defesa de Funaro com a juntada do bilhete no processo é sustentar a versão dada pelo corretor em acordo de colaboração premiada na qual ele indica Cunha como líder do esquema e um dos destinatários de propina.

Durante seu interrogatório, Cunha afirmou que irá pedir à Procuradoria-geral da República um "reexame" da delação de Funaro e solicitou que seja feia uma perícia no bilhete para comprovar que a letra não é dele.

O presidente da República, Michel Temer, rebateu nesta terça-feira, 31, acusação de que recebeu R$ 2 milhões de propina do Grupo Bertin, em 2010, escamoteada como forma de doação declarada à Justiça Eleitoral, na sua primeira campanha a vice-presidente, na chapa da ex-presidente Dilma Rousseff.

A acusação veio do delator e corretor Lúcio Bolonha Funaro, que confessou operar propinas para o PMDB, em depoimento mais cedo na 10ª Vara Federal, em Brasília. Segundo ele, Temer recebeu valores pagos por uma empresa do ramo de energia controlada pelo Bertin, que produz proteína de origem animal.

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Funaro também disse que parte da propina foi para o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso e também é réu na ação penal derivada da Operação Sépsis, e ao ministro Moreira Franco, secretário-geral da Presidência. O delator afirmou que Moreira foi "tesoureiro da propina" de Temer. A ação penal apura desvios na Caixa Econômica Federal, que administra o fundo de investimento do FI FGTS.

"Se não me engano, Eduardo Cunha ficou com R$ 1 milhão. R$ 2 milhões foram destinados ao presidente Michel Temer", afirmou Funaro. Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República afirmou que Temer "contesta de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos, ainda mais partindo de um delator que já mentiu outras vezes à Justiça".

A Presidência também comentou as doações do PMDB recebidas naquele ano e afirmou que as contribuições não têm relação com a financiamentos do FI FGTS. "Em 2010, o PMDB recebeu 1,5 milhão de reais em três parcelas de 500 mil reais como doação oficial à campanha, declarados na prestação de contas do Diretório Nacional do partido entregue ao TSE. Os valores não têm relação com financiamento do FI FGTS", diz a nota.

Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria Geral da Presidência ainda não respondeu.

O corretor Lúcio Bolonha Funaro afirmou ao juiz Vallisnney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, em Brasília, que o presidente Michel Temer, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, e o ex-deputado Eduardo Cunha teriam recebido parte da propina paga por uma empresa de energia do grupo Bertin, que atua no setor de proteína animal.

O interrogatório de Funaro é no âmbito a ação penal derivada da operação Sépsis, que investiga a atuação de integrantes do grupo político do PMDB da Câmara na vice-presidência de Fundos e Loteria da Caixa. Além do corretor e de Cunha são réus no processo o ex-deputado Henrique Eduardo Alves, o ex-vice-presidente da Caixa Fabio Cleto e o ex-sócio de Cleto, Alexandre Margotto.

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Segundo Funaro, Temer teria recebido de forma indireta por meio de uma doação oficial ao PMDB na campanha de 2010. Na disputa, o peemedebista era o candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff.

"Se não me engano, Eduardo Cunha ficou com R$ 1 milhão; R$ 2 milhões foram destinados ao presidente Michel Temer", afirmou Funaro. Sobre Moreira Franco, o delator afirmou ter certeza que ele recebeu parte desse dinheiro proveniente do Bertin.

Ainda de acordo com o delator, em 2010, Moreira Franco teria deixado o cargo que ocupava na Caixa para exercer a função de "tesoureiro de propina" para Temer.

Vampeta

Além dos repasses para Temer, Funaro citou vários pagamentos efetuados ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Segundo o delator, desde 2003, quando começou sua relação com Cunha, ele comprou carros e pagou a compra de um apartamento para o ex-deputado. O imóvel teria sido adquirido do ex-jogador do Corinthians, Vampeta. "Paguei com cheque de uma empresa minha", afirmou Funaro.

O jornal O Estado de S. Paulo procurou a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto (Secom), mas ainda não houve resposta oficial sobre as acusações de Funaro contra o presidente Temer e o ministro Moreira Franco.

O ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, Moreira Franco, afirmou, por meio de sua assessoria, que seu advogado não teve acesso a investigação e desqualificou o depoimento em que o corretor Lúcio Funaro diz que o ministro era um dos que sabiam do esquema na Caixa Econômica Federal operado pelo ex-vice-presidente de Fundos e Loterias do órgão Fabio Cleto. "Repudio a suspeita. Toda afirmativa proveniente de delatores assumidamente criminosos não merece credibilidade", disse o ministro, em nota.

Em audiência na Justiça Federal em Brasília nesta sexta-feira, 27, Funaro foi perguntado pela Procuradoria da República sobre quem dentro do PMDB tinha conhecimento do esquema de Cleto: "Geddel (Vieira Lima) com certeza, Lúcio (Vieira Lima) com certeza, Henrique (Eduardo Alves), Michel Temer, Moreira Franco, Washington Reis", elencou Funaro. Funaro não deu mais detalhes à menção que fez ao nome de Temer e do ministro Moreira Franco.

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O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha disse que irá "desmentir tudo", ao fim da audiência do delator Lucio Funaro na qual o corretor afirmou que o peemedebista teve participação em esquema de propina na Caixa.

"Eu vou desmentir tudo. É uma repetição do que já está na delação e no meu interrogatório eu vou fazer a minha defesa e mostrar as mentiras que estão sendo faladas", afirmou Cunha.

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Cunha e Funaro são réus na ação penal originada a partir da operação Sépsis, que investiga um esquema de irregularidades nos contratos do FI-FGTS, administrado pela Caixa.

Os dois ficaram frente a frente durante o depoimento. O interrogatório de Funaro foi suspenso e será retomado na próxima terça-feira, 31. Já o interrogatório de Cunha foi postergado para o próximo dia 6.

O ex-presidente da Câmara disse que poderá falar com a imprensa depois de prestar o depoimento.

O corretor Lúcio Funaro afirmou na tarde desta sexta-feira, 27, que se encontrou "no mínimo" 780 vezes com o ex-deputado Eduardo Cunha, ao detalhar em depoimento à Justiça Federal a relação e os negócios que mantinha com o peemedebista. "Uma relação que durou aí 15 anos e eu encontrei pelo menos uma vez por semana com o deputado Eduardo Cunha. São 780 encontros no mínimo", disse Funaro ao juiz Vallisney de Oliveira, fazendo a conta de cabeça. Cunha foi "centenas" de vezes no escritório de Funaro, disse o delator. Segundo ele, o peemedebista tinha liberdade para entrar no escritório e sentar na cadeira do corretor para receber "quem quiser".

Funaro presta depoimento nesta tarde à Justiça Federal em Brasília e confirma informações de sua delação premiada. O corretor confirmou a divisão de dinheiro de propina com Cunha. Ele mencionou, por exemplo, que tinha uma sala em seu escritório para guardar dinheiro.

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O corretor também afirmou que o peemedebista gastava "na própria política" o dinheiro que arrecadava. Segundo ele, "tem político que guarda para si" e outros que usam o valor para angariar apoio na política. "Eduardo Cunha usou 100% na própria política, sou convicto de que tudo o que ele tem e arrecadou gastou na própria política", disse Funaro.

Antes de Funaro, o também delator Alexandre Margotto prestou depoimento e disse ter visto um funcionário supostamente ligado a Cunha ir buscar dinheiro vivo no escritório do corretor. Funaro afirmou: "Eu tinha uma sala no escritório à parte, que era sala onde ficava o dinheiro". Ele falou que chegou a ter R$ 5 milhões em espécie. "O Alexandre (Margotto) trabalhou lá até 2013. Em 2013 foi quando Cunha se candidatou a líder do PMDB da Câmara. Foi uma época que o Cunha precisou de dinheiro. Ele (Margotto) pode ter visto o Altair (emissário de Cunha) pegando dinheiro, sim", disse Funaro.

O corretor Lúcio Funaro e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha estão frente a frente. Funaro implicou diretamente o peemedebista na sua delação. Os dois, que estão presos, participaram de audiência na 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, na Operação Sépsis, que investiga desvios em contratos do FI-FGTS, administrado pela Caixa.

Funaro afirmou que conhecia também o ex-ministro Henrique Eduardo Alves - outro réu na ação oriunda da operação Sépsis. Ele disse que esteve "várias vezes" com Henrique Alves e menciona um encontro deles na casa do empresário Joesley Batista, no qual também estavam presentes Cunha e o ex-diretor da J&F Ricardo Saud.

Funaro afirmou que Cleto sabia que iria operar pagamentos "desde o momento que entrou" na Caixa. "Não ia pedir um cargo no governo na Caixa para não ganhar nada. E ninguém indica alguém que não seja para ter algum proveito ou financeiro ou político", disse Funaro sobre a indicação de Cleto, patrocinada pelo PMDB.

O corretor Lúcio Funaro disse em audiência na Justiça Federal em Brasília nesta sexta-feira, 27, que o presidente Michel Temer tinha consciência de esquema na Caixa Econômica Federal que era operado pelo ex-vice-presidente de Fundos e Loterias do órgão Fabio Cleto. Ao falar sobre o caso, Funaro foi perguntado pela Procuradoria da República sobre quem dentro do PMDB tinha conhecimento do esquema de Cleto: "Geddel (Vieira Lima) com certeza, Lúcio (Vieira Lima) com certeza, Henrique (Eduardo Alves), Michel Temer, Moreira Franco, Washington Reis", elencou Funaro.

Funaro presta depoimento na 10ª Vara Federal em Brasília na Operação Sépsis, que investiga desvios a partir de contratos da Caixa. Cleto afirmou em depoimento na mesma audiência que Cunha e Funaro intermediavam o repasse de propina para garantir a empresas a liberação de contratos com a Caixa. No depoimento, Cleto falou que sua indicação para a Caixa foi patrocinada por Cunha, que levou seu nome a Henrique Eduardo Alves.

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Funaro não deu mais detalhes à menção que fez ao nome de Temer e do ministro Moreira Franco. O corretor detalha, no entanto, relação próxima com Eduardo Cunha - que assiste o depoimento presente na audiência da 10ª Vara. Os dois são réus, assim como Cleto, Henrique Eduardo Alves e o delator Alexandre Margotto.

Cleto afirmou que mantinha Funaro ou Cunha informados sobre as empresas que tentavam operações com o FI-FGTS. Os dois a partir daí procuravam as empresas para negociar pagamento de propina e davam sinal a Cleto sobre como ele deveria votar naquela operação. "Aprovada, algum tempo depois eles me comunicavam o porcentual que supostamente tinham conseguido e me pagavam um porcentual disso, pré-aprovado", afirmou Cleto.

Procurado, o Palácio do Planalto não havia se manifestado até a publicação da reportagem.

O corretor Lúcio Funaro se emocionou em audiência na Justiça Federal em Brasília nesta sexta-feira, 27, ao falar sobre a prisão e a família. "Passou a fase de querer vaidade, querer poder. Faz 1 ano e meio que minha filha está vindo aqui nas audiências, o sr (disse ao juiz) conheceu ela um bebê. Eu não quero mais passar por isso. Faz um ano e meio que eu não vejo meu pai. Não tenho coragem de chamar ele para me visitar", disse Funaro, chorando.

A esposa de Funaro, que acompanha a audiência, também chorou nesse momento. Ele está preso desde julho do ano passado e fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) no final de agosto.

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Ainda emocionado, Funaro falou sobre as operações financeiras que fez - e que geraram pagamento de propina. "Foram operações financeiras, mas que não são permitidas e eu tinha que saber isso. Se não é permitido é proibido. Se é proibido pode me levar para a cadeia. Eu não tinha essa concepção dentro da minha cabeça", afirmou o corretor, que negou que atuasse como um doleiro. Sobre sua situação na cadeira, disse ao juiz que "não tem condição nem de se mexer, quanto mais arrumar briga com os outros".

Funaro disse que quer sair da prisão para fazer faculdade, como previsto em seu acordo de delação, e "arrumar a vida".

Na delação, Funaro implicou o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Os dois estão sentados frente a frente na 10ª Vara Federal em Brasília para interrogatórios da Operação Sépsis, que investiga desvios a partir de contratos da Caixa. O corretor disse que estava em uma posição "chata" frente a Cunha.

"É uma posição chata estar sentado aqui, mas é uma posição que eu tive que assumir. Assim como eu aceitaria se a mulher dele tivesse sido presa e ele tivesse que delatar. Eu iria aceitar. Minha irmã foi presa, eu não tinha outra opção", disse o corretor, que reforçou que ninguém o obrigou a buscar o acordo.

"Eduardo sempre foi um cara muito correto. Nunca atravessou - por exemplo, se o Joesley (Batista) queria fazer uma operação, ele (Cunha) falava 'você vai ter que falar com o Lúcio'", disse Funaro.

Ele disse que almoçava constantemente com Cunha e sempre "respeitou muito" a opinião do peemedebista. "Se ele falasse para mim uma coisa, eu iria respeitar. Sempre teve uma ascendência. Não por imposição, mas por ser uma pessoa mais velha que eu respeitava", disse Funaro, sobre sua relação com Cunha.

Já foram interrogados também Margotto e o ex-vice presidente da Fundos e Loteria da Caixa, Fábio Cleto. Cleto afirmou que Cunha e Funaro intermediavam o repasse de propina para garantir a empresas a liberação de contratos com a Caixa. No depoimento, Cleto falou que sua indicação para a Caixa foi patrocinada por Cunha.

O corretor Lúcio Funaro e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB/RJ) ficaram frente a frente na tarde desta quinta-feira, 26. É o primeiro encontro dos dois desde que a delação de Funaro, que implica diretamente o peemedebista, veio a público. Os dois, que estão presos, participaram de audiência na 10.ª Vara da Justiça Federal em Brasília.

Delator e delatado são réus na Operação Sépsis, que investiga desvios em contratos do FI-FGTS, administrado pela Caixa. A previsão no calendário da Justiça Federal é que Funaro e Cunha prestem depoimentos nesta sexta-feira, 27.

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Nesta quinta, o juiz Vallisney de Oliveira interrogou o também delator Fábio Cleto, ex-vice presidente de Fundos e Loteria da Caixa. Em delação premiada, Cleto afirmou que Cunha e Funaro intermediavam o repasse de propina para garantir a empresas a liberação de contratos com a Caixa. No depoimento desta quinta-feira, Cleto corroborou as informações prestadas em delação.

Ele foi ouvido por meio de videoconferência. No depoimento, falou que sua indicação para a Caixa foi patrocinada por Cunha. Segundo ele, Lúcio Funaro disse que entregaria o currículo do administrador a Cunha, quem, por sua vez, iria repassar o nome ao então líder do PMDB na Câmara, o ex-ministro Henrique Eduardo Alves. Todos são réus na ação que tramita na 10ª Vara de Brasília, assim como Alexandre Margotto.

Cleto afirmou que mantinha Funaro e Cunha informados sobre as empresas que tentavam operações com o FI-FGTS. Os dois a partir daí procuravam as empresas para negociar pagamento de propina e davam sinal a Cleto sobre como ele deveria votar naquela operação. "Aprovada, algum tempo depois eles me comunicavam o porcentual que supostamente tinham conseguido e me pagavam um porcentual disso, pré-aprovado", afirmou Cleto.

Segundo ele, 80% da propina arrecadada era destinada a Cunha e 20% para Funaro. Dos 20% do corretor, uma parte (20%) era destinada a Cleto e outra (20%) para Alexandre Margotto - ex-sócio de Cleto, quem o apresentou ao operador.

Ele disse nunca ter questionado o alto valor destinado a Cunha. "Nunca foi citado nominalmente para quem seria ou qual seria metodologia de distribuição, mas era claro que não era esse 80% para a conta dele só. Não me pareceu (Eduardo Cunha) uma pessoa ambiciosa de querer ter grandes fortunas. Acredito que tinha uma função institucional de arrecadação", afirmou Cleto, ao ser questionado se tinha ciência de distribuição da propina arrecadada por Cunha dentro do PMDB.

"Meu objetivo era passar quatro anos na Caixa, valorizar meu currículo e voltar para o mercado privado, que era onde eu sempre ganhei bastante dinheiro, ganhava bônus bem agressivos. Eu sabia que o lugar para ganhar dinheiro com consciência limpa era o mercado privado", afirmou Cleto. Ele recebeu valores em conta no exterior.

Ele disse ao juiz que fazia reuniões com Cunha todas as terças-feiras às 7h30 da manhã, no apartamento funcional do então deputado ou na residência oficial, quando o peemedebista assumiu a presidência da Câmara.

O interrogatório de Cleto deve continuar na manhã desta sexta-feira, 27. Além dele, há previsão de ouvir Cunha, Funaro, Henrique Eduardo Alves e Margotto.

Através das redes sociais, o ex-ministro e advogado da ex-presidente Dilma Roussef, José Eduardo Cardozo, anunciou que vai usar a delação do doleiro Lúcio Funaro para pedir a anulação do impeachment nesta terça (17).

Em quatro pontos, Cardozo sustenta que o processo deve ser anulado, visto que ficou demonstrado que o ex-deputado Eduardo Cunha, hoje preso, comprou votos de parlamentares para viabilizar o afastamento de Dilma. A defesa da ex-presidente acredita que o Poder Judiciário "não poderá deixar de se pronunciar a respeito".

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chamou neste domingo (15) de "incompetente" o advogado de defesa do presidente Michel Temer, Eduardo Carnelós. O parlamentar disparou críticas após Carnelós ter classificado como "vazamento criminoso" a divulgação dos vídeos da delação do operador financeiro Lúcio Funaro, que atingem Temer. "Não teve vazamento. O advogado é incompetente", disse Maia à Coluna do Estadão.

Os vídeos da delação de Funaro foram divulgados no site da Câmara em 22 de setembro, junto com os outros documentos relacionados à segunda denúncia contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) por organização criminosa. O material foi enviado pela presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, por meio de ofício expedido em 21 de setembro, uma semana após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar a denúncia.

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Após receber o ofício da presidente do STF, o secretário-Geral da Mesa Diretora, Wagner Soares, determinou que os vídeos fossem divulgados. Soares assumiu o posto por indicação de Maia. A divulgação do material ocorreu na mesma semana em que o presidente da Câmara disparou duras críticas a Temer e ao PMDB, em razão do assédio dos peemedebistas a parlamentares do PSB com os quais o DEM negociava filiação.

Após Maia criticá-lo, o advogado de Temer divulgou nova nota neste domingo fazendo um "mea culpa". "Quando divulguei nota ontem, referindo-me a vazamento que qualifiquei como criminoso, desconhecia que os vídeos com os depoimentos de Funaro estavam disponíveis na página da Câmara dos Deputados. (...) Não poderia supor que os vídeos tivessem sido tornados públicos. Somente fiquei sabendo disso por meio de matéria televisiva levada ao ar ontem.", afirmou.

"Jamais pretendi imputar ao presidente da Câmara a prática de ilegalidade, muito menos crime, e hoje constatei que o ofício encaminhado a S. Ex.ª pela Presidente do STF, com cópia da denúncia e dos anexos que a acompanham, indicou serem sigilosos apenas autos de um dos anexos, sem se referir aos depoimentos do delator, que também deveriam ser tratados como sigilosos", acrescentou o advogado do presidente da República.

Na nota divulgada no sábado, 14, Carnelós criticou as autoridades que permitiram ou promoveram o vazamento, pois, na avaliação dele, elas deveriam "respeitar o ordenamento jurídico". Ele atacou também a imprensa, afirmando ser inaceitável a "publicidade espetaculosa à palavra de notório criminoso, que venceu a indecente licitação realizada pelo ex-PGR para ser delator, apenas pela manifesta disposição de atacar o Presidente da República."

No vídeo da delação, divulgado inicialmente pelo jornal Folha de S. Paulo, Funaro diz que era "lógico" que o ex-assessor especial do presidente Michel Temer José Yunes sabia que havia entregue a ele uma caixa com dinheiro em setembro de 2014. Diz, também, que Temer tentou favorecer empresas que atuam no porto de Santos (SP) durante tramitação da Medida Provisória (MP) dos Portos, em 2013.

Na primeira denúncia apresentada pela PGR contra Temer, por corrupção passiva, a presidente do STF também enviou para a Câmara os vídeos da delação da JBS, que basearam a peça acusatória. Da mesma forma, Rodrigo Maia ordenou que o material fosse divulgado no site da Casa, o que foi feito pela Secretaria-Geral da Mesa Diretora.

A Polícia Federal (PF) cruzou as informações prestadas pelo corretor Lúcio Funaro em delação premiada com movimentações financeiras de empresas do setor de saúde e constatou que doações a políticos e pagamentos a Funaro coincidem com o período em que o Congresso discutia medidas provisórias para a área.

O levantamento consta nas investigações do "quadrilhão" do PMDB da Câmara, denunciado pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Os investigadores analisaram dados de três HDs apreendidos na casa da irmã do delator, Roberta Funaro, e cruzaram com informações do corretor e de outro colaborador, Nelson Mello, ex-diretor do grupo Hypermarcas.

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Em um dos casos analisados pela PF, os investigadores encontraram indícios de que o peemedebista Manoel Júnior, vice-prefeito de João Pessoa, atuou em favor das redes Amil e D’Or na MP 656 de 2014. A medida tratava da abertura de capital estrangeiro para hospitais e planos de saúde. Júnior propôs três emendas que previam permissão de capital estrangeiro. O texto original, segundo a PF, não abordava o tema.

Nas planilhas de Funaro, Júnior aparece na movimentação financeira com o apelido Bob - no codinome "bob-paraíba". Em 2 de outubro de 2014, conforme a PF, há pagamento de R$ 150 mil em benefício dele, sendo que R$ 50 mil foram pagos no escritório de Funaro e o restante por meio de transferências para contas "bob-paraíba".

"Pela coincidência de datas, tais pagamentos se deram no mesmo período da proposta da emenda. A abertura para capital estrangeiro trouxe margem de lucro bilionária a Rede D’Or", escreveu a PF. O relatório aponta ainda doações da Amil a campanhas de candidatos do PMDB em 2014, no valor de R$ 12 milhões, entre eles o deputado cassado Eduardo Cunha (RJ).

Emendas

O documento mostra ainda a movimentação de parlamentares em favor da Hypermarcas, como a emenda que incluiu a permissão de comercialização de remédios que não precisam de prescrição médica em supermercados. A emenda foi incluída pelo ex-deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) em medida provisória que tinha objetivo de isentar a cobrança de PIS e Cofins de produtos a pessoas com deficiência. Cunha também teria atuado em favor da empresa, segundo Funaro.

No entanto, a então presidente Dilma Rousseff vetou parcialmente a MP sob alegação de que a mudança "dificultaria o controle" da comercialização e poderia "estimular a automedicação". Funaro disse que houve o veto porque Nelson Mello não conseguiu acerto com a Anvisa.

Em nota, a Rede D’Or afirmou que não foi beneficiada com a MP. “A Rede D’Or São Luiz não foi beneficiada com a aprovação da referida lei. Todos os aportes feitos na empresa poderiam ter sido viabilizados por outros mecanismos, como a emissão de debêntures, mesmo na legislação anterior. A aprovação da lei possibilitou a entrada no mercado de fundos estrangeiros concorrentes na aquisição de hospitais, impactando negativamente a estratégia da empresa. A empresa reforça ainda que nunca fez nenhuma doação aos políticos citados na referida delação e nega veementemente qualquer envolvimento no caso.”

Por meio de nota, a Hypermarcas disse que já se "manifestou publicamente em diversas ocasiões para prestar esclarecimentos relacionados à atuação de seu ex-diretor de Relações Institucionais Nelson Mello". O advogado Délio Lins e Silva Júnior disse que a atuação parlamentar de Cunha "sempre se deu dentro dos limites legais". Sandro Mabel não foi localizado. Manoel Júnior não respondeu aos contatos da reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O corretor Lúcio Bolonha Funaro afirmou, em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), que o presidente Michel Temer foi um dos destinatários de propina paga pela Odebrecht e Andrade Gutierrez em uma obra da estatal Furnas no Rio Madeira, em Porto Velho, Rondônia. As duas empreiteiras são sócias de Furnas na Santo Antônio Energia, responsável pela implantação e operação da Hidrelétrica Santo Antônio, obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Além de Temer, teriam recebido propina os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, os dois presos atualmente por conta de desdobramentos da operação Lava Jato. Funaro não cita os valores da propina.

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De acordo com o delator, Cunha lhe contou que a propina foi acertada pelos executivos Benedicto Júnior, da Odebrecht, e Otávio Azevedo, da Andrade. "Os valores foram recebidos por Eduardo Cunha e, posteriormente, foi repartido entre com Henrique Eduardo Alves, Arlindo Chinaglia e para Michel Temer", diz Funaro em depoimento prestado em 24 de agosto de 2017 e anexado à denúncia oferecida por Rodrigo Janot contra Temer por organização criminosa e obstrução de Justiça.

Ainda segundo o delator, "provavelmente os pagamentos foram feitos parte em espécie e parte em doação de campanha, como era feito de costume na maioria dos casos."

"Cunha costumava ir na casa de Octávio Azevedo, localizada perto do aeroporto, quando ia a São Paulo. Que não sabe precisar, nesse caso, o valor total pago e os percentuais da divisão. Que Arlindo Chinaglia recebeu parte da propina porque era presidente da Câmara e ajudou a convencer o governo a entregar a presidência de Furnas para Eduardo Cunha", explica Funaro em seu relato.

Em suas delações, os executivos Henrique Valladares, Augusto Roque Dias Fernandes Filho, José de Carvalho Filho e Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o "BJ", todos da Odebrecht, disseram aos investigadores que um grupo de quatro parlamentares recebeu cerca de R$ 50 milhões em propina para ajudar a empreiteira baiana e a Andrade Gutierrez na licitação de Santo Antônio.

Entre os citados pelos delatores, estão dois elencados por Funaro em seu depoimento: o ex-deputado Eduardo Cunha e o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). O petista teria recebido R$ 10 milhões e Cunha teria embolsado outros R$ 20 milhões. Os delatores citam ainda o senador Romero Jucá, R$ 10 milhões, e o ex-assessor de Michel Temer, Sandro Mabel (PMDB-GO), que teria amealhado R$ 10 milhões. Todos os repasses, segundo os delatores, teriam sido divididos entre os centros de custo da Odebrecht e da Andrade Gutierrez.

Defesa

A reportagem questionou o Palácio do Planalto que afirmou que a posição do presidente Temer é a mesma contida em nota divulgada na quarta-feira, 13. Na nota, a Presidência da República afirma que as declarações do corretor Lúcio Funaro não são dignas de crédito. "Versões de delator já apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como homem que traiu a confiança da Justiça não merecem nenhuma credibilidade. O criminoso Lúcio Funaro faz afirmações por 'ouvir dizer' ou inventa narrativas para escapar de condenação certa e segura", diz o comunicado.

O deputado Arlindo Chinaglia foi procurado, mas ainda não respondeu à reportagem. O advogado Délio Lins e Silva Júnior, responsável pela defesa de Cunha, também não retornou aos contatos. A Odebrecht e a Andrade Gutierrez foram procuradas, mas ainda não se posicionaram. O advogado Marcelo Leal, defensor de Henrique Alves, não retornou aos contatos.

A Polícia Federal identificou, entre planilhas do corretor Lúcio Funaro, notas fiscais relativas a pagamentos de supostas propinas que o delator teria operado em nome do dono da Gol, Henrique Constantino. O empresário, que tenta acordo de colaboração, é citado em diversos trechos dos anexos de Funaro como pagador de vantagens indevidas a peemedebistas em troca de edições de Medidas Provisórias. Entre os itens identificados nos documentos do doleiro pela PF e confirmados por ele, está a compra de um Porsche Cayenne, pelo executivo da empresa aérea, para o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Acionista da Gol Linhas Aéreas, Constantino afirmou à Lava Jato ter feito pagamentos para Cunha (PMDB-RJ) e ao corretor Lúcio Funaro, em troca de apoio na liberação de valores do fundo de investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

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Ele tenta acordo de colaboração com os investigadores de Curitiba e Brasília desde que passou a ser citado nas Operações Sépsis e Cui Bono?, que investigam desvios na Caixa Econômica Federal. A Gol já assinou acordo de leniência que prevê multa de R$ 12 milhões.

No âmbito do relatório que concluiu pela existência de um "Quadrilhão do PMDB" na Câmara dos Deputados e embasou a última flechada do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer, a Polícia Federal destaco uma suposta atuação pelos peemedebistas em benefício do "Grupo Constantino" no âmbito de edições de medidas provisórias e da liberação de empréstimos pela Caixa Econômica Federal.

"Desse modo, fica demonstrada que a empresa BRVIAS, pertencente ao Grupo Constantino, também alvo da 'Operação Sépsis', a qual foi comentada no tópico anterior, beneficiava-se da sistemática ilícita para obtenção de recursos junto à Caixa Econômica Federal, contando com a participação ativa de Geddel Quadros Vieira Lima, quando este era Vice-Presidente de Pessoa Juridica da CEF, bem como do ex-Deputado Federa Eduardo Cunha", afirma a PF

Já no âmbito de influência no Legislativo, a Polícia Federal identificou, por meio de quebra de sigilo telefônico, análise de planilhas apreendidas e na delação premiada do doleiro Lúcio Funaro, a suposta compra de Medidas Provisórias em benefício das empresas de Constantino. Uma delas é a MP 563/2012, posteriormente convertida em lei, que desonerou a folha do setor de transporte rodoviário municipal e intermunicipal. A outra é a MP n° 652/2014, que flexibilizaria a participação de capital estrangeiro nas companhias aéreas brasileiras.

O suposto lobby na Câmara Federal em prol de leis que beneficiavam a Gol e outras empresas de Henrique Constantino teria sido feito com ajuda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo entende a Polícia Federal. Em delação premiada, Lúcio Funaro auxiliou a corporação a decifrar pagamentos e mensagens relativas à compra de Medidas Provisórias.

Em um diálogo entre Constantino e Cunha, em 2013, o empresário lamenta: "Infelizmente os 'vermelhos e os azuis' não vão ajudar", "Que era realmente importante e que ele só poderia 'apresentar a sua parte'", diz a fala.

Segundo a Polícia Federal, "planilhas controlavam o movimento financeiro diário de Lúcio Bolonha Funaro, verifica-se que as propinas foram pagas por Henrique Constantino" por meio de cinco formas de repasses. Em depoimento, o dono da Gol chegou a admitir que fez pagamentos à campanha de Gabriel Chalita, ex-secretário de Educação dos governos Alckmin e Haddad.

A versão foi corroborada pela delação de Lúcio Funaro, que ainda cita uma suposta interferência do presidente Michel Temer em torno do pedido a Constantino para que doasse ao então candidato à Prefeitura de São Paulo, em 2012.

"Lúcio Funaro controlava o recebimento de recursos financeiros advindos de Henrique Constantino por meio de uma planilha específica denominada Henr Const.xls. Essas transações foram detalhadas no âmbito do Relatório de Análise de Polícia Judiciária Nº 110/2017 - GINQ/DICOR/PF, de modo que deixaremos de reapresentá-las aqui neste", anota a PF.

Delação

Funaro ainda afirmou, em delação, que, pouco antes de ser preso, se reuniu com Henrique Constantino em São Paulo, aonde tratou sobre um suposto crédito de R$ 100 mil com o empresário. O doleiro diz que "esse valor era referente a um saldo era referente a uma nota fiscal emitida por uma empresa do deputado Eduardo Cunha contra uma empresa do Grupo Constantino".

Segundo Funaro, "o objetivo dessa operação era possibilitar que a empresa do Deputado Eduardo Cunha tivesse caixa oficial para pagar um veículo Porshe Cayene adquirido da empresa Auto Miami".

Jesus.com.

Quando Eduardo Cunha foi preso, em outubro de 2016, a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba apontou que empresas ligadas ao empresário Henrique Constantino teriam pago propinas ao deputado cassado por meio de transferências à Jesus.com - de Cunha e Cláudia Cruz, sua mulher. Os pagamentos também são citados no acordo de leniência da Gol.

Em 2015, quando Cunha era apenas alvo de um pedido de inquérito pela Procuradoria-Geral da República, foi identificada uma frota de carros de luxo em nome da Jesus.com: um Porsche Cayenne (R$ 429.478 mil) um Ford Edge V6 (R$ 120.165 mil) e um Ford Fusion NA WD GTDI (R$ 92.693).

Defesas

"A Gol informa que conduziu uma investigação interna conduzida por auditores externos independentes e não localizou quaisquer atos ou atividades relacionados à negociação citadas pela reportagem. A companhia segue à disposição das autoridades para prestar informações".

A defesa de Constantino também se manifestou: "Referente à compra do veículo para Eduardo Cunha, Henrique Constantino afirma que desconhece essa informação".

A reportagem fez contato com a assessoria de Gabriel Chalita e não obteve resposta. Da mesma forma procurou o advogado Délio Lins e Silva, defensor de Eduardo Cunha. O espaço está aberto para as manifestações dos citados.

O corretor Lúcio Bolonha Funaro afirmou em seu acordou de colaboração premiada que o presidente Michel Temer tem negócios com a empresas Rodrimar e por isso influenciou diretamente a aprovação da MP 595/13, conhecida como Medida Provisória dos Portos, para defender interesses de grupos ligados a ele. A MP foi aprovada em maio de 2013.

Na segunda-feira, 12, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou abertura de inquérito para investigar a relação de Temer com a Rodrimar, que atua no Porto de Santos (SP). "Os elementos colhidos revelam que Rodrigo Rocha Loures, homem sabidamente da confiança do Presidente da República, menciona pessoas que poderiam ser intermediárias de repasses ilícitos para o próprio Presidente da República, em troca da edição de ato normativo de específico interesse de determinada empresa, no caso, a Rodrimar S/A", assinalou Barroso ao abrir a investigação contra Temer.

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Em sua colaboração, Funaro, que é apontado como principal arrecadador de propina do grupo político de Temer, o PMDB da Câmara, não citou valores. Mas segundo o corretor, após a aprovação da MP, ele acredita que tenham recebido comissão o presidente Temer, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves. Funaro também não soube informar como foi operacionalizado os pagamentos, mas que Cunha teria contado sobre a atuação no caso dos Portos.

"Após a provação da MP acredita que tenham recebido uma comissão pela aprovação da mesma as seguintes pessoas dentre outras: Temer, Cunha, Henrique Alves (que era presidente da câmara a época), o Ministro dos Transportes, tendo conhecimento de repasses por Gonçalo Torrealba proprietário do Grupo Libra", diz o anexo sobre o tema.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou em 2016 que graças a uma emenda parlamentar incluída por Cunha na nova Lei de Portos, o Grupo Libra foi o único beneficiário de uma regra que permitiu a empresas em dívida com a União renovar contratos de concessão de terminais portuários. Na campanha de 2014, o Grupo Libra doou R$ 1 milhão para Temer, então candidato à vice-presidência.

"Essa referida Medida Provisória foi feita para beneficiar os grupos já instalados nos Portos, tendo Eduardo Cunha como o articulador e o responsável pela arrecadação frente a algumas empresas tinham interesse na redação dessa MP", explica Funaro em um dos anexos aos quais o jornal teve acesso.

Defesas

Em nota divulgada nesta quarta-feira, 13, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República afirmou que as declarações do corretor Lúcio Funaro não são dignas de crédito. "Versões de delator já apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como homem que traiu a confiança da Justiça não merecem nenhuma credibilidade. O criminoso Lúcio Funaro faz afirmações por 'ouvir dizer' ou inventa narrativas para escapar de condenação certa e segura", diz o comunicado.

A Presidência também contestou a afirmação de que Temer, quando vice-presidente, tramava diariamente com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a deposição de Dilma Rousseff. "No caso do impeachment, o delator se arvora estar bem melhor informado do que os jornalistas de vários veículos de comunicação de Brasília, que acompanharam de perto todo o caso e noticiaram acordo fechado por Eduardo Cunha com o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, pelo qual ele teria apoio do PT na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. Esses veículos publicaram que, como o PT não cumpriu seu acordo, Cunha deu seguimento ao pedido de impeachment", argumentou o Planalto.

O advogado Délio Lins e Silva Júnior, que defende Eduardo Cunha, afirmou que não vai se manifestar até a delação de Funaro ter seu sigilo baixado.

A assessoria de imprensa da Rodrimar divulgou nota sobre o assunto. "A Rodrimar recebeu serenamente a notícia de autorização do Supremo Tribunal Federal para a abertura de um inquérito determinado a apurar se o setor portuário foi beneficiado pelo recente 'decreto dos portos'. Em seus 74 anos de história, a Rodrimar nunca recebeu qualquer privilégio do Poder Público", diz o texto.

"Prova disso é que todos os seus contratos estão atualmente sendo discutidos judicialmente. O 'decreto dos portos' atendeu, sim, a uma reivindicação de todo o setor de terminais portuários do país. Ressalte-se que não foi uma reivindicação da Rodrimar, mas de todo o setor. Os pleitos, no entanto, não foram totalmente contemplados no decreto, que abriu a possibilidade de regularizar a situação de cerca de uma centena de concessões em todo o país. A Rodrimar, assim como seus executivos, estão, como sempre estiveram, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento que se fizer necessário".

A reportagem entrou em contato pelo telefone apontado na página do Grupo Libra como sendo o canal de comunicação com a empresa e encaminhou e-mail para o endereço disponível na site da companhia, mas não obteve resposta. O espaço permanece aberto para manifestação.

A defesa do corretor e delator Lúcio Bolonha Funaro protocolou petição no Supremo Tribunal Federal (STF) na qual informa que sua residência em São Paulo (SP) foi invadida no domingo, 10. No documento enviado ao STF, o advogado do corretor, Bruno Espiñeira, afirma que a esposa de Funaro, Raquel Pitta, e sua filha moram na casa e que a tentativa de invasão se deu por meio do imóvel vizinho, de propriedade do empresário Joesley Batista.

"Durante a invasão, os (três) indivíduos atingiram a varanda dos quartos da residência e, ao serem vistos, fugiram sem levar nada", afirma a defesa do delator.

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Funaro assinou um acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-geral da República no último dia 22 de agosto. A delação foi homologada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, no dia 5 de setembro. Parte do seu acordo foi utilizada pela Polícia Federal no relatório final sobre o "quadrilhão" do PMDB da Câmara dos Deputados.

"Ainda que tais fatos não estejam, em princípio, diretamente relacionados ao acordo de colaboração, ou seja, mesmo ante à inicial ausência de elementos comprobatórios para afirmar que a situação consistiu em intimidação, esta defesa, prudentemente em atenção ao requerido artigo da lei que rege a colaboração premiada, requer o encaminhamento da presente petição, do documento que a instrui e do vídeo do sistema interno de vigilância da residência à Polícia Federal", diz trecho da petição.

Apontado como integrante do núcleo operacional/financeiro do PMDB da Câmara, Funaro detalhou aos investigadores como intermediava a coleta e distribuição de propina para políticos do grupo do presidente Michel Temer. No pedido entregue ao STF, a defesa do delator pede que sejam tomadas providências para garantir sua segurança.

"Protesta-se, desta forma, pela tomada das providências pertinentes e pela garantia dos direitos e da segurança do colaborador Funaro e de sua família, caso seja constatado que tal incidente teve relação com seu acordo", conclui.

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