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Foi lançado, na manhã desta segunda (17), o 8º edital do Programa Audiovisual Funcultura. No lançamento, foram divulgadas algumas novidades para esta edição, sendo a maior delas o aumento do valor do incentivo, que passa de R$ 11,5 milhões para pouco mais de R$ 20 milhões. Com esse aumento, o Funcultura passa a ser o terceiro maior edital de audiovisual do país. O período de inscrições de projetos vai de 17 de dezembro de 2014 a 4 de fevereiro de 2015.

Outra novidade é a inclusão do critério Acessibilidade, que promove o acesso do produto cultural a pessoas com mobilidade reduzida ou com deficiência, seja auditiva, motora, visual ou intelectual. Este critério passará a valer até 5 pontos em qualquer categoria do projeto em audiovisual.

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Além destas mudanças foram foram incrementados os incentivos para algumas linhas das categorias Longa-Metragem e Produtos para TV. Nesta primeira, o montante subiu de R$ 4,9 milhões para R$ 9,8 milhões, e na segunda o aumento foi de R$ 2,2 milhões para R$ 5,6 milhões. Já para a categoria Curta e Média-Metragem, o teto passou de R$ 1,1 milhão para R$ 1,3 milhão. As categorias Difusão, Desenvolvimento do CineclubismoFormação, Pesquisa e Preservação e Revelando os Pernambucos permanecem com os mesmos valores do ano passado. No entanto, as linhas de ação Cineclubismo e Revelando os Pernambucos tiveram seus tetos aumentados, de R$ 20 e R$ 18 mil respectivamente, para R$ 25 mil.

Nesta segunda-feira (17), a Secretaria de Cultura de Pernambuco e a Fundarpe lançam o novo edital do Funcultura Audiovisual. Cineastas e produtores do setor audiovisual pernambucano contarão com uma verba de R$ 20.050.000 para o fomento a projetos culturais de Cinema e Vídeo, sejam eles curtas ou longas-metragens, programas de TV, cineclubes ou videoclipes. A apresentação do edital será realizada no Teatro Arraial, área central do Recife, às 10h.

Este é o 8º Edital do Programa de Fomento à Produção Audiovisual de Pernambuco – Funcultura/Fundo Setorial do Audiovisual 2014/2015. Ainda durante o lançamento do edital, o Conselho Consultivo do Audiovisual de Pernambuco tomará posse, o que está previsto na Lei Estadual nº 15.307/2014, a Lei do Audiovisual Pernambucano. 

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Serviço

Anúncio do 8º Edital do Funcultura Audiovisual 

Segunda-feira (17) | 10h

Teatro Arraial (Rua da Aurora, 453 - Boa Vista)

O candidato a governador Armando Monteiro (PTB) afirmou, nesta quarta-feira (24), que pretende, se eleito, regionalizar os editais do Funcultura, para ampliar a participação de eventos do interior no benefício disponibilizado pelo programa.  “Hoje os editais não são regionalizados”, observou o petebista, em entrevista a uma rádio local. O candidato do PTB também prometeu que vai profissionalizar a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). “A Fundarpe não tem estrutura e sequer um corpo técnico permanente”, avaliou.

Armando pontuou a necessidade de mapear os equipamentos culturais existentes em Pernambuco e estimular a ampliação de teatros e bibliotecas. O petebista também vai valorizar os artistas locais, sobretudo no pagamento dos cachês. “É preciso tratar essa questão de forma mais séria, valorizando os artistas locais”, sublinhou.

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Sob o viés econômico, o candidato do PTB grifou que vai favorecer a ampliação do mercado da economia criativa, como o design, audiovisual, cinema, música. “A cultura é também um vetor de crescimento econômico e tem que estar no centro da estratégia do incentivo do turismo”, considerou.

HABITAÇÃO E MOBILIDADE 

Na política habitacional, Armando disse que vai construir 50 mil unidades habitacionais. O petebista também prometeu rever, junto ao governo federal, a política de reajuste dos limites do programa Minha Casa Minha Vida, para que o projeto observe as características do mercado regional e atenda a realidade local. “O governo não pode decretar a redução do preço dos imóveis. Precisamos atuar de maneira articulada para que o Minha Casa Minha Vida possa oferecer uma melhor resposta em Pernambuco”, disse.

Sobre a questão da mobilidade urbana, Armando cravou que vai concluir os corredores Leste/Oeste e Norte/Sul, que já receberam os recursos do governo federal, mas que estão com as obras paradas e os ônibus estocados. Contudo, o candidato do PTB disse que vai construir mais corredores, como o da BR-101, o da 2ª Perimetral, em Afogados, e o da 3ª Perimetral, na Avenida Recife.

Armando também informou que vai realizar uma articulação com o governo federal para melhorar a frequência do metrô e a fazer uma renovação das composições. Com isso, será possível ampliar para 500 mil o número de usuários transportados diariamente. O candidato afirmou ainda que vai implantar o VLT e construir algumas linhas, como a que liga o Terminal Integrado Joana Bezerra, na área central do Recife, até Jaboatão dos Guararapes, e conectar esse ramal à Linha Sul, que se estende até o município do Cabo de Santo Agostinho.

Foi divulgado na manhã dessa sexta-feira (12) os 289 projetos selecionados pelo edital Funcultura Independente. O valor se destina a iniciativas de artistas e produtores independentes pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), mantido pelo Governo do Estado.

Dos projetos selecionados, 23 são de dança; 16 de circo; 3 de ópera; 32 de teatro; 24 de fotografia; 23 de literatura; 40 de música; 24 de artes plásticas, artes gráficas e congêneres; 37 de cultura popular e tradicional; 14 de artesanato; 34 de patrimônio; 14 de artes integradas e 5 de gastronomia. A lista dos projetos selecionados pode ser consultada no link e no final da matéria.

Marcelo Canuto, secretário de Cultura, Severino Pessoa, presidente da Fundarpe e Thiago Rocha, diretor de gestão do Funcultura estiveram presentes no evento de apresentação. Canuto aproveitou a ocasião para fazer um balanço do edital, que é o último da gestão. "O Funcultura apontou para a regularidade, permanecendo estável e recebendo um crescimento de 33% no investimento durante esta gestão, o que representa um incremento na política cultural" afirmou.

Antes do anúncio um grupo de produtores convidou os presentes a assinar um abaixo-assinado solicitando mais verba para o Funcultura Independente, principalmente da área de música, que segundo eles vem recebendo menos investimento pelo Fundo de Cultura. Segundo o grupo, o valor do Funcultura está estagnado desde 2010, mesmo com os projetos crescendo 53% nos últimos anos. O grupo também tem a expectativa de possuir um edital exclusivo para a área de música, assim como acontece com Cinema que nesse ano terá um aumento de R$ 8,5 milhões, fruto de uma parceria com a Ancine).

Em sua fala inicial Severino Pessoa, da Fundarpe, aproveitou o momento para comentar a requisição da classe. "A expectativa é termos uma melhora no próximo ano. Porém o momento de discutir isso vai chegar. Acredito que o próximo governo irá discutir essa questão, inclusive com separação de segmentos. Mesmo assim é importante salientar que nosso momento é bom" afirmou.

Segundo Marcelo Canuto, esse tipo de discussão é importante. "É um bom debate, que vem sendo discutido pela sociedade e pelo governo em diversas esferas, não apenas em cultura, somos solidários com o grupo" declarou.

O Funcultura vem do ICMS e é um reflexo do rendimento do estado. Segundo o presidente da Fundarpe, o valor do edital cresceu mais de 8 vezes na sua história, chegando a ser o segundo maior fundo de cultura do país.
Seleção

Este ano 1.664 projetos, com 1.286 passando pela primeira fase. Após 178 dias de análise, chegou-se a um número de 289 projetos selecionados, com destaque para a área de música e patrimônio. Os projetos são escolhidos pela Comissão Deliberativa do Funcultura, composta por 15 membros, levando em consideração o valor cultural, qualidade técnica do projeto, qualificação do produtor e equipe e também os aspectos sociais da proposta.

Um número animador é o aumento da quantidade de projetos da Zona da Mata (28%) e do Sertão (50%) selecionados, o que segundo o diretor de gestão do Funcultura, é final da interiorização do edital.

Os autores dos projetos não-aprovados irão receber as notas relativas em cada critério de avaliação até o dia 26 de setembro. Pedidos de reconsideração serão recebidos até 03 de outubro pessoalmente na sede da Fundarpe ou através do e-mail funcultura.edital2013@gmail.com.

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O Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura e da Fundarpe, anunciam do resultado final  do Edital Funcultura Independente 2013/2014  na sexta-feira (12/09), às 11h, no Museu do Estado de Pernambuco, lozalizado no bairro das Graças. Após o anúncio, o resultado estará disponível no portal Cultura PE.

Ao todo, o edital disponibilizará uma verba de R$ 22 milhões, por meio do incentivo direto a projetos de música, teatro, cultura popular, literatura, patrimônio, artes plásticas gráficas e congêneres, dança, fotografia, artes integradas, circo, de artesanato, gastronomia e ópera.

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Foram 1.516 projetos inscritos, 1.286 foram habilitados na fase preliminar da seleção, após isso, as propostas habilitadas passaram por julgamento do mérito cultural  realizado pela Comissão Deliberativa do Funcultura, que conta com especialistas de cada linguagem artística.

O Projeto de Lei (PL) 2058/2014, do deputado estadual Betinho Gomes (PSDB), que faz várias alterações na lei do Fundo de Incentivo à Cultura de Pernambuco (Funcultura), deverá passar por algumas revisões nos próximos dias. Isso porque, de acordo com o próprio parlamentar e com o diretor do Funcultura, Tiago Rocha, houve um equívoco na formulação da proposta baseada na lei original do Funcultura de 2002, sem as modificações posteriores garantidas por lei que incluem, por exemplo, as áreas culturais Artes Integradas, Formação e Capacitação e Gastronomia à lei. 

Nesta quarta-feira (20), Betinho Gomes publicou no Diário Oficial do Estado (DO) um texto que, segundo ele, retiraria todas as alterações no Projeto de Lei que não fossem relacionadas ao Artigo 5º, relacionado à linha de financiamento do Funcultura. “Depois do alerta da reportagem fiz as mudanças necessárias, porque como falei ontem (terça, 21) nosso objetivo era apenas incrementar as emendas parlamentas à receita do Funcultura”, explica Betinho. No entanto, o LeiaJá consultou a edição do DO desta quarta-feira (20), mas apesar de haver um texto reformulado sobre o Projeto de Lei 2058/2014, as ditas ‘mudanças’ não foram publicadas. 

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Projeto de Lei altera linha de financiamento do Funcultura

Repercussão no Funcultura depois da proposta

Por telefone, Tiago Rocha disse que antes da proposta de Betinho Gomes ser enviada à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) não houve contato com a diretoria do Funcultura. “Não sei dizer se teve alguma conversa com a Secretaria de Cultura (Secult/PE), mas depois que vimos a publicação da proposta emitimos um parecer técnico, assinado pelo secretário, com um posicionamento crítico sobre esse projeto que retira conquistas do próprio Governo em diálogo com a sociedade civil”, comenta o diretor do Fundo pernambucano.

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“Esse projeto nos causou surpresa, e o entendimento que tivemos foi de que o deputado fez uso da lei original do Funcultura, de 2002, sem as alterações. O próprio parlamentar entrou em contato conosco para confirmar o equívoco e avisar que a alteração já havia sido publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (20)”, disse Tiago Rocha. Perguntando se já havia visto a publicação no DO, o diretor do Funcultura negou, mas ressaltou que a proposta será mais uma vez analisada pela Secult/PE. “Já solicitamos ao deputado uma cópia da nova proposta para que outro parecer técnico seja emitido”, explica ele. 

Equívocos da proposta de Betinho

O parlamentar ressalta que o objetivo da lei seria apenas alterar o Artigo 5º, incorporando as emendas parlamentas à receita do Funcultura. Mas além dessa mudança, houve por falta de atenção alterações no Artigo 6° da lei original do Funcultura (que cita as áreas culturais as quais se destinam os recursos do Fundo), e no Artigo 4º (que depois de atualizado retira a obrigatoriedade de cadastro mínimo de seis meses como produtor cultural para inscrever projetos no Fundo). Outro equívoco do Projeto de Lei do deputado está no Artigo 7º, relocando a gestão do Funcultura para a Secult/PE, ao invés de manter na atual gestora Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). “Pelo organograma do Estado, a estrutura do Funcultura é vinculada à Fundarpe. É natural que permaneça assim e qualquer alteração implicaria numa reforma geral neste organograma”, comenta Tiago Rocha.

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Discussão com a sociedade

Ainda de acordo com o diretor do Funcultura, o Projeto de Lei de Betinho Gomes toca em assuntos mais complexos na estrutura do Fundo. “Especificamente acerca da alteração que incorpora as emendas parlamentares à receita do Fundo, é importante que seja aprofundado este debate. Entramos em contato com o nosso departamento jurídico e já foi constatado que não há impedimento para esta alteração, mas toda a emenda terá que ser revertida para o Funcultura em geral, e não a uma linguagem ou projeto específico. Além disso, tem que ver a questão do calendário, porque o Funcultura tem o seu e as emendas tem outro”, ressalta ele. 

Questionado sobre a importância de uma audiência pública para tratar do assunto, Tiago Rocha seguiu o protocolo e tocou a bola para o deputado. “A princípio, essa é uma competência de quem propôs essa alteração na lei do Funcultura. Mas ressalto que o debate com a sociedade é de extrema importância e que estamos à disposição”. 

Para o parlamentar do PSDB, não há necessidade de se convocar uma audiência pública para discutir a proposta que muda a lei do Funcultura. “Não tem muito sentido fazer um debate sobre algo que só altera a fonte de financiamento do Fundo de Incentivo à Cultura. Mas se houver necessidade, vamos fazer um diálogo. Não sei se esse é o melhor momento por ser um período eleitoral e a casa (Alepe) não estar tão cheia”, opina o deputado. A proposta ainda será votada na Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) até o dia 23 de setembro, para depois passar pelas outras comissões permanentes da Alepe.

“Já a questão do Orçamento Impositivo, que é mais complexo porque mexe na Constituição do Estado, vale a pena uma discussão mais ampla, porque as emendas parlamentares são bem soltas no âmbito da cultura, e essa minha proposta cria um mecanismo que vai evitar tudo isso”, defende Betinho Gomes. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No dia 1° de agosto passado, o deputado estadual Betinho Gomes (PSDB) encaminhou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) o Projeto de Lei (2058/2014), que incorpora as emendas parlamentares como receitas legais do Fundo de Incentivo à Cultura do Estado (Funcultura) e faz outras alterações na Lei 12.310/2002, que cria o Funcultura. A proposta, que ainda será votada na Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) para depois passar pelas outras comissões permanentes Alepe, traz alguns detalhes considerados como retrocessos pela classe artística envolvida com o Fundo. É que no Projeto de Lei de Betinho Gomes não estão presentes as áreas culturais Artes Integradas, Formação e Capacitação e Gastronomia, conquistas da sociedade garantidas por lei e presentes no Artigo 6° da lei original. Além disso, há uma mudança no Artigo 7°, a qual fará com que o Funcultura passe a ser gerido pela Secretaria de Cultura do Estado (Secult/PE), em substituição à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), atual gestora do Fundo. A matéria, no entanto, ainda não seguiu para votação.

Em contato com a Secult/PE e Funcultura, a resposta obtida pela reportagem foi de que ainda não há um parecer em relação ao caso. Os órgãos apenas informaram que ainda emitirão um parecer sobre o assunto. 

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Emendas parlamentares e PEC no Funcultura

De acordo com o parlamentar Betinho Gomes, a proposta foi criada após a polêmica envolvendo as emendas parlamentares voltadas para apresentações e shows musicais divulgadas pela imprensa. “Pensamos nisso no intuito de que a Alepe possa discutir uma boa iniciativa e superar esse episódio”, sugere Betinho.

Segundo ele, o Projeto de Lei 2058/2014 foi criado com o único objetivo de alterar o artigo 5° da Lei 12.310/2002, que fala do financiamento do Funcultura. “Antes não estava previsto a inclusão de emendas parlamentares neste processo, então fizemos essa alteração”, comenta o deputado. “Outra coisa que fiz foi um projeto de Emenda Constitucional (PEC), e essa é mais complexa porque requer maioria absoluta, para alterar a lei que cria o Orçamento Impositivo. A ideia é que toda emenda voltada para a área da cultura seja obrigatoriamente encaminhada ao Funcultura, gerando um mecanismo de controle que abre espaço para outros produtores”, argumenta Betinho. A PEC, que conta com coautoria de Terezinha Nunes (PSDB), vai de encontro com o que normalmente acontece, quando a verba pode ser repassada para prefeituras ou contratação de shows de artistas específicos. 

Opinião da classe artística

Para o produtor cultural Antônio Gutierrez, realizador de eventos como o Continuum, festival que conta com recursos aprovados na linha Artes Integradas do Funcultura, o deputado deveria ter convocado os segmentos culturais para um debate antes de colocar a matéria em votação. “Não conheço o projeto nem o parlamentar, mas um Estado que tem uma cultura diversificada e com tantas linguagens não pode passar por esse retrocesso. Talvez o deputado nem saiba direito o que é o Funcultura”, opina Gutierrez. Em paralelo, Leidson Ferraz, pesquisador cultural das artes cênicas e que já teve projetos aprovados no Funcultura, também faz uma reflexão parecida sobre o caso. “Eu acho que ele deve ter enviado o projeto com base em algo antigo. Tem gente que nem sabe que existem estes novos itens. Acho que se é uma conquista da sociedade, só tenho a lamentar, mas acredito que foi falha de atenção dele”, pontua Leidson.

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A professora, chef de cozinha e pesquisadora Ana Cláudia Frazão é outra produtora cultural que lamenta a falta de atenção de Betinho Gomes na hora de propor um novo projeto de lei para o Funcultura. “Hoje quando pensamos na representação de Pernambuco, a gastronomia é uma dessas áreas de destaque. É contraditório tirar algo que não é só apenas uma conquista da sociedade, mas um dever do Governo do Estado que tem que apoiar o segmento. Ele (o deputado) deve ter sido muito mal informado, e a assessoria nem deve ter tido o cuidado de fazer uma pesquisa mais aprofundada. Acho que tem que convocar os produtores para que isso seja resolvido antes que aconteça um desastre”, opinou Ana Cláudia, que de 2008 até hoje tem ao menos um projeto aprovado por ano no Funcultura, na área de gastronomia. 

Correção por parte do deputado

Sobre as alterações no Artigo 6° da Lei 12.310/2002, que tratam das áreas culturais que podem receber recursos auferidos pelo Funcultura, Betinho Gomes admite a falta de atenção na hora de montar o Projeto de Lei 2058/2014. “O projeto não tem o objetivo de mudar nada além da linha de financiamento do Fundo. Vou checar essa informação e aproveitar que a matéria ainda não foi votada para alterar o texto. Agradeço inclusive o alerta da reportagem sobre o caso”, comenta o deputado estadual. Já em relação ao Artigo 7° do Projeto de Lei 2058/2014, o parlamentar declara que não haverá grandes mudanças, já que a Secult/PE é a atual responsável pela Fundarpe. A relatoria do projeto de lei ficou sob responsabilidade do deputado estadual Antonio Moraes (PSBD) e a expectativa é que a proposta seja analisada pelo CCLJ até o dia 23 de setembro deste ano. 

 

Filho do escritor Maximiliano Campos, neto de Miguel Arraes, um dos incentivadores do Movimento de Cultura Popular (MCP) na década de 60, sobrinho do cineasta Guel Arraes e amigo íntimo do escritor Ariano Suassuna, Eduardo Campos, como homem público, também deixou um legado para a cultura pernambucana. Entre outras marcas, duas áreas receberam maior atenção do ex-governador do Estado: os investimentos no Fundo Pernambuco de Incentivo à Cultura (Funcultura) e o cinema pernambucano, que conta atualmente com um orçamento fixo anual no Funcultura na ordem de R$ 11,5 milhões.

Foram mais de sete anos à frente do Governo de Estado (de 2007 a 2014) e, consequentemente, das políticas públicas implantas em Pernambuco. No âmbito da cultura, quando Eduardo Campos assumiu o governo a instituição responsável pela elaboração e gestão das políticas culturais do Estado era a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), que até 2011 estava vinculada à Secretaria de Educação. Ainda em 2007, Ariano Suassuna, escritor cuja recente morte emocionou o ex-governador no dia do anúncio, foi nomeado secretário especial de Cultura de Pernambuco, cargo vinculado ao gabinete do governador, mas sem responsabilidade de gestão cultural.

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Retrospectiva: Eduardo Campos e a Cultura de Pernambuco

Em 2011, início do segundo mandato de Campos, foi criada a Secretaria de Cultura (Secult/PE), que passou a centralizar e responder pelas políticas culturais de Pernambuco, incluindo a Fundarpe.  A Secult/PE inicialmente contou com Fernando Duarte como o primeiro secretário, mas hoje é comandada por Marcelo Canuto. Segundo informações da Secult/PE, em 2007 o orçamento destinado para a cultura foi de R$ 46 milhões, e para 2014 a previsão orçamentária estava na ordem de R$ 133 milhões. Em relação à gestão da Fundarpe, Severino Pessoa passou a responder pela presidência do órgão público em 2011.

Campos morre no mesmo dia do falecimento de Arraes

Investimentos no Funcultura

Criado em 2003, o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura foi uma das iniciativas públicas na cultura que mais cresceu em recursos durante a gestão de Eduardo Campos. Antes de 2007, primeiro ano da gestão socialista no Estado, o Fundo tinha um orçamento médio de R$ 4 milhões ao ano. A partir do primeiro ano de governo de Campos, o orçamento subiu para R$ 8,1 milhões e hoje conta com R$ 33,5 milhões de caixa, garantidos pela Lei 15.225/2013. Desse montante, R$ 11,5 milhões são destinados ao Funcultura Audiovisual – também criado em 2007 e voltado para o fomento do cinema local.

Funcultura Audiovisual e cinema pernambucano

Atualmente, o Edital do Programa de Desenvolvimento do Audiovisual de Pernambuco – Funcultura Independente está na sua sétima edição. Com incentivo do Governo do Estado, realizadores e profissionais do cinema podem inscrever projetos nas áreas de produção, difusão, formação e pesquisa na área audiovisual. Dentre os projetos contemplados este ano, além dos novos realizadores, cineastas com mais anos de estrada também integram a lista. Alguns exemplos são Lírio Ferreira, com Sangue Azul, Renata Pinheiro, com Amor, Plástico e Barulho, Cláudio Assis, com Piedade, Marcelo Pedroso, com Brasil S/A, Gabriel Mascaro, com Ventos de Agosto, e Prometo Um Dia Deixar Essa Cidade, de Daniel Aragão

Kleber Mendonça Filho, diretor de filmes premiados como O Som Ao Redor, lamentou a morte do ex-governador de Pernambuco no Facebook. “A importância de Eduardo Campos na área de cinema-cultura em Pernambuco já é histórica, factual, creio que livre de partidarismos. Tratou o cinema pernambucano com respeito, pela primeira vez. Eu lembro como era antes. Salvou o Cinema São Luiz da extinção, transformando-o num equipamento de cultura, o que não é pouca coisa", comentou o cineasta pernambucano, relembrando ainda o momento em que Campos convidou os realizadores para discutir sobre a sétima arte produzida no Estado.

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FPNC e Sistema Nacional de Cultura

Criado em 2008, segundo ano de governo de Eduardo Campos, o Festival Pernambuco Nação Cultural (FPNC) se tornou um momento de culminância das diversas ações e políticas culturais do Estado. Além dos shows de atrações nacionais e locais, o evento congrega mostras de todas as linguagens artísticas, como cinema, teatro, dança, circo, fotografia e artesanato, entre outras, além de encontros de cultura popular e de povos tradicionais, oficinas e seminários.

De 2007 a 2011, a média era de cinco edições do festival realizadas por ano. A partir do início do segundo mandato de Eduardo Campos e com as mudanças na gestão das políticas culturais do Estado, o festival passou a ter uma média de dez edições anuais - com destaque para o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), que passou a integrar o FPNC - e a percorrer todas as regiões pernambucanas.

No que diz respeito ao Sistema Nacional de Cultura (SNC), no dia 22 de novembro do ano passado o governador de Pernambuco Eduardo Campos anunciou a adesão do Estado ao Sistema Nacional de Cultura (SNC), após boatos de que a Secretaria de Cultura seria extinta. Pernambuco tem agora dois anos para estruturar o Plano Estadual de Cultura e reformular o Conselho Estadual de Cultura, as duas pendências que faltam para a inserção completa no sistema. Já há um projeto de lei que cria este novo conselho em discussão, e em relação ao Plano Estadual de Trabalho, a Secult/PE informa que está recompondo sua Comissão Interna de Trabalho para cumprir a agenda de reuniões, fóruns e validação com a sociedade civil. No entanto, prazos ainda não foram divulgados.

A designer, ilustradora e artista visual Nathália Queiroz revela na exposição Água suas aquarelas, feitas com as nuances do azul e suas possibilidades. Ao todo, cinco obras ficarão expostas no espaço externo do Monde Design Urbain, Galeria Joana Darc. A exposição é gratuita e ficará aberta ao público até o dia 28 de agosto, mas a visitação deve ser agendada por telefone.

A mostra é uma iniciativa do Portal Nuvem, é um projeto de Gustavo Marques, da Nuvem Produções com o incentivo do Funcultura. Até fevereiro de 2015, serão apresentados nove novos artistas pernambucanos através do portal. O vídeo que faz parte do projeto já está no ar, no canal Nuvem Produções no Youtube.

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Portal Nuvem e a venda de arte contemporânea online

Feita a partir da observação da água, a série ilustrada percorre os sentimentos vários que a sociedade busca aprisionar. Nathalia desenvolve também projetos de intervenções urbanas, foto e vídeo com o olho.coooletivo, o projeto NanquimParede ilustrando paredes de lares pela cidade, é colunista quinzenal no blog Vacatussa, percorre zines e publicações independentes com ilustrações, textos e fotografias.

Serviço

Exposição Água 
Até 28 de agosto na Nuvem
Galeria Joana Darc - Pina
Gratuito
81 8175 7208

 

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Desde a última quinta-feira (7) que a Galeria Amparo 60, em Boa Viagem, sedia a exposição There was a boy, do prodígio Ramonn Vieitez. A mostra, composta por 20 pinturas produzidas entre 2011 e 2014, é a primeira do artista na galeria e conta com curadoria de Adriano Casanova. A grande maioria das peças é em óleo sobre tela, e falam um pouco sobre o mistério da juventude, suas descobertas e sobre o amor. A entrada é gratuita.

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Interessados em visitar a exposição, feita com recursos do Funcultura, podem ir ao espaço de segunda a sexta, das 9h às 13h e das 14h às 19h, e aos sábados das 10 às 14h (com agendamento prévio) até o dia 12 de setembro. O projeto surgiu a partir da música Nature boy, de Nat King Cole, uma canção que conta a história de um personagem inspirado na temática da mostra. O título da exposição surgiu, inclusive, da primeira frase da letra da canção. 

As obras em exibição não devem ser vistas como uma série. Parte delas é o resultado de uma investigação desenvolvida desde 2011 e que o artista segue dando continuidade. A outra é mais uma busca poética sobre temas recorrentes no seu trabalho, a criação de um personagem central que vivencia diversas situações. 

Serviço

There was a boy, de Ramonn Vieitez

Até 12 de setembro de 2014.

Segunda a sexta | 9h às 13h, 14h às 19h

Sábados | 10h às 14h (com agendamento prévio)

Galeria Amparo 60 (Av. Domingos Ferreira, 92 A - Boa Viagem)

81 3033 6060

Provavelmente Hilton Lacerda, diretor do filme Tatuagem e roteirista de uma série de filmes pernambucanos, já perdeu as contas de quantos prêmios já recebeu com seu último trabalho. A coleção de canecos ficou ainda maior com os seis prêmios recebidos durante a sétima edição do Festival de Cinema de Triunfo, realizado no Sertão de Pernambuco, todos dedicados ao filme inspirado no grupo recifense Vivencial Diversiones, que fez sucesso na década de 70. Recentemente, Tatuagem também foi indicado ao Grande Prêmio da Academia Brasileira de Cinema em várias categorias, incluindo melhor longa de ficção, ao lado do também pernambucano 'O Som ao Redor', de Kleber Mendonça Filho. Tanta repercussão sobre o filme ainda impressiona Hilton, sem dúvidas um dos nomes mais importantes do atual cinema de Pernambuco, um cinéfilo cheio de projetos em curso. Um deles é o papel de roteirista no filme Big Jato, de Cláudio Assis, cujas gravações começaram nesta quinta-feira (8). Há também um projeto aprovado no Funcultura, intitulado Contos que Vejo, série televisiva que terá participação de outros cinco diretores conterrâneos, além da opinião do cineasta sobre o legado deixado por Fernando Spencer. O LeiaJá conversou com Lacerda em Triunfo, durante o festival, encerrado neste sábado (9).

Tatuagem foi o filme mais premiado do 7° Festival de Cinema de Triunfo, com seis troféus. Como você recebe essa honraria?

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É a primeira vez que apresento um filme no festival de Triunfo e ser recebido dessa forma, dentro de casa, é muito especial. É bastante excitante na verdade, na minha cabeça. Eu não sou uma pessoa muito preocupada se vai ganhar prêmio ou não, mas quando ganho fico muito contente. Tem uma coisa de vaidade que fica satisfeita e o ego ser massageado de vez em quando não faz mal a ninguém.

Na conversa que o LeiaJá teve contigo na Fundaj, em novembro do ano passado, você falou da surpresa que estava tendo com a repercussão do filme, mas de lá pra cá essa repercussão positiva tem se repetido a cada festival. Como é lidar com essa situação de sempre encontrar as salas lotadas?

Eu fico muito impressionado com isso de mesmo depois de um ano o filme estar vivo ainda. A experiência do (Cinema) São Luiz é muito engraçada, porque Tatuagem está em exibição por lá há oito meses. A gente fica seguindo como as pessoas acompanham o trabalho, mas também realimentamos o público.  Recentemente lançamos numa edição do Som na Rural o CD da trilha sonora do filme, feita pelo DJ Dolores. Seria bom que os filmes tivessem essa repercussão, principalmente os de Pernambuco. A gente não faz nosso trabalho pra agradar o público, mas é sensacional quando você consegue manter um diálogo.

Tatuagem foi recentemente indicado ao prêmio de melhor longa-metragem de ficção pela Academia Brasileira de Cinema, além de outras categorias, ao lado do também pernambucano O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho. Como foi que você recebeu essa notícia e com que expectativa você vai lidar com ela?

Desde que saiu esse resultado que eu estou em viagem. Estava no Sertão com o Cláudio (Assis) dando uma revisão geral no roteiro de Big Jato, conversando com os atores. Mas essa notícia é muito bacana e mostra o impacto que o cinema pernambucano vem tendo. Sou muito feliz de estar o tempo inteiro ao lado de O Som ao Redor, e isso tem se repetido direto. Teve um prêmio que eu gosto bastante, chamado Carlão, feito pelas pessoas que escrevem críticas em blogs de cinema, cineastas bem bacanas, e de todas as categorias que tinha por lá O Som ao Redor e Tatuagem só não levaram o de melhor atriz e alguma outra que não me lembro. Toda as outras foram pra gente. E isso é bom porque dá uma revigorada. A gente teve muita pouca janela de exibição e essas coisas são muito importantes pra gente ir enchendo o papo de grão em grão. 

'Tatuagem' marcada na pele do cinema de Triunfo

Você falou das gravações de Big Jato, novo longa de Cláudio Assis. Como está a produção do filme?

Eles começaram a filmar nesta última quinta-feira (7). Eu adoro ficar em set, mas dessa vez só fui pra conversar com os atores, ver o texto com eles, as locações, tudo com base no roteiro que fiz com Renata Pinheiros. E é um filme de Cláudio Assis, o que o torna incrível e vai marcar uma nova fase no cinema feito por ele. Uma coisa engraçada que ocorreu foi essa junção entre eu, Cláudio e Xico Sá. Faz tempo que a gente queria se juntar pra trabalhar e tivemos um ensaio no Febre (do Rato). Será o maior prazer estar ao lado desse pessoal de novo.

Como é estar num set de filmagens com Cláudio Assis? E a relação entre vocês?

Minha relação com ele é muito longa. Cláudio se desenha uma pessoa, mas na verdade ele é muito diferente. Os sets de Cláudio são incríveis e muito divertidos, não é aquela coisa pesada e carregada. Cada diretor tem sua forma de trabalhar, algumas pessoas são imperiosa, outras carrascas, mas Cláudio é muito engraçado. Recentemente eu estava com o Matheus Nachtergaele lá em Pesqueira lembrando-se de quando Cláudio era produtor do Amarelo Manga e, diante de uma cena, falou ‘Matheus, você desce aquela escada, faz a sua ‘munganga’ e sai’. A gente ficou rindo daquela situação. É mais ou menos por ai a energia de trabalhar com ele.

Triunfo propicia networking espontâneo entre cinéfilos

Falando em parceria, como é trabalhar com o DJ Dolores, que há um tempo tem se especializado cada vez mais em trilhas para cinema?

Eu escrevi o roteiro e eu indicava todas as músicas, dizia o que gostaria de ter em cada cena. Mas depois o Dolores pegou o roteiro e refez as músicas em cima dele. Então eu costumo dizer que ele é quase um roteirista também. Se fosse dar um gênero pra Tatuagem, provavelmente seria um ‘melodrama musical’, porque a ideia foi muito pautada nesse sentido.

As marcas deixadas pelo Festival de Cinema de Triunfo 

Tem um projeto seu aprovado no Funcultura Audiovisual que vai ter a participação dele e de outros diretores, chamado Contos que Vejo. Você pode falar mais sobre essa proposta?

Esse projeto pega cinco contos nordestinos e um que eu escrevi pra amarrar. A gente vai narrar toda história a partir de uma linha que a gente vai dar, e a unidade da série será onde se passa a narrativa, que é na cidade de Desterro, estamos pensando seriamente também em fazer aqui em Triunfo. A ideia é que cada episódio seja dirigido por um diretor diferente. Já tem Cláudio (Assis), Lírio (Ferreira), Marcelo Gomes, Paulo Caldas. A gente está vendo ainda alguns nomes e pode ser que role também Adelina Pontual, mas é um projeto que estamos apostando muito. Uma coisa que discutimos entre nós é o porquê de não conseguirmos levar para a televisão a realidade do cinema que Pernambuco faz. Não falo de qualidade técnica, mas de impacto e informação. Acho que está na hora de ocupar esses espaços, senão vamos perder de vez.

Feedbacks constantes no Festival de Cinema de Triunfo

No que diz respeito aos espaços de exibição de filmes em Pernambuco, O LeiaJá publicou no mês passado uma matéria que explica como o Recife vai mais que duplicar sua quantidade de cinemas não comerciais até o final de 2015, com a chegada dos Cinemas da UFPE, Cinema do Museu (Fundaj) e Cinema do Porto (Porto Digital). Como você enxerga esse novo cenário?

Eu acho que isso é meio urgente, porque as janelas que são oficiais estão fechadas pra produção da gente. Não é justo que você tenha uma produção tão interessante como a que temos em Pernambucano e não ter quórum. E as janelas daqui são comandadas por um grupo só que estão interessados em resultados imediatos. Quando você trabalha num cinema que é mais alternativo e menos dependente dessa situação, o resultado é ótimo. Um exemplo foi uma sessão de Amarelo Manga que fizemos na Fundaj Derby e que deu muita gente. Não é o mesmo resultado que você tem quando exibe num cinema comercial. E tem muita coisa por traz disso, é como se existisse uma guerra surda de amantes do cinema que não querem ir pra shopping pra ver filme. Eu mesmo acho chato e desgastante essa condição. Acho que isso deve fazer parte da política do Estado. Do mesmo jeito que tem política pra fazer filme, tem que ter pro olhar, e isso é bem urgente.

A sétima edição do Festival de Cinema de Triunfo fez uma homenagem a Fernando Spencer, cineasta pernambucano que faleceu recentemente e que marcou a história da sétima arte no Estado. Fala um pouco sobre a influência e o legado que esse personagem deixou para as próximas gerações de cineastas.

Na minha fala de abertura da sessão de Tatuagem durante o festival eu devia ter falado sobre o Spencer, mas eu sou muito tímido e na hora travo e esqueço tudo. Mas Spencer tem uma coisa muito engraçada. Eu fiquei amigo dele principalmente durante as gravações de Baile Perfumado, de Lírio (Ferreira e Paulo Caldas). Ele era muito apaixonado pelo o que fazia, mas ao mesmo tempo ele tinha ideias de umas coisas que eram muito bacanas. Eu me lembro que ele tinha a sacada de fazer um encontro entre John Wayne (ator americano que fez vários filmes de faroeste) e Lampião. Era uma pessoa adorável e conversar com ele sobre cinema era dividir uma grande aula. Acho essa homenagem mais que justa. A perda dele só não é maior do que o legado que ele deixou aqui.

Os alunos do curso Deleitura: de quadro a quadro, criado pela Livrinho de Papel Finíssimo em parceria com a Fabrica-si e Núcleo de Produção Engenho Digital, irão apresentar seus resultados reunidos no fanzine Sótão HQ. O lançamento da publicação será realizado nesta sexta-feira (11), às 19h, no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães, na Rua da Aurora, Boa Vista, área central do Recife. A entrada é gratuita.

Sótão HQ é resultado de 128 horas/aulas do curso que contou também com recursos do Funcultura. Ao longo dos encontros, cada participante desenvolveu a sua história desde a concepção do roteiro até o pensamento sobre a divulgação e distribuição dos livretos. 

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Os alunos participaram de quatro módulos, que foram Concepção e Roteiro, Ilustração, Arte-Finalização e Publicação, ministrados respectivamente por Rodrigo Acioli, Tiago Acioli, Camilo Maia e Sabrina Carvalho. Todo o processo pode ser acompanhado através do site do curso

O acesso às atividades e material necessário foi totalmente gratuito. As 50 vagas oferecidas foram disputadas por 133 candidatos que enviaram textos sobre seu envolvimento com as HQs e sua expectativa com relação ao curso. As aulas foram realizadas no Recife e em Goiana, por onde a exposição já passou no último dia 6 de julho, no Sesc Ler Goiana. 

Serviço

Lançamento do fanzine Sótão HQ

Sexta (11) | 19h

MAMAM (Rua da Aurora, 265 – Boa Vista)

Gratuito

 

O Centro Social Dom João Costa, no Alto Zé do Pinho, Zona Norte do Recife, receberá na próxima sexta-feira (27) a exibição de documentários e reportagens de rádio que foram realizados pelos alunos dos cursos de Comunicação Comunitária, projeto da TV Capibaribe em associação com a Rádio Alto-Falante. As sessões dos trabalhos, que tiveram como tema a cultura pernambucana e brasileira, terão início às 15h. A entrada é gratuita e aberta ao público.

Realizados com patrocínio do Funcultura, os cursos tiveram duração de três meses e atingiram cerca de 250 alunos de comunidades do Recife. Os primeiros programas a serem exibidos serão o Voz Comunitária e Voz da Rua, com a participação de Beth de Oxum, Cajú e Napoleão Assunção. 

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Às 17h, o público poderá conferir os documentários Tu Visse a Cultura do Alto e Resistência Cultural, que abordam as questões da cultura e da comunicação nas comunidades envolvidas pelo projeto. Os vídeos contam com belas imagens de apresentações e entrevistas com o Maracatu Estrela Brilhante, o Afoxé Ylê de Egbá e a Escola de Samba Unidos do Escailabe, entre outros.

Serviço

Exibição de documentários e programas de rádio dos cursos de Comunicação Comunitária

Sexta (27) | 15h

Centro Social Dom João Costa (Rua Acaica, 70 – Alto do Zé do Pinho)

Gratuito

(81) 9472 8789

A Secretaria de Cultura de Pernambuco e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) irão divulgar na próxima segunda-feira (16) o resultado do 7º Edital de Audiovisual – Funcultura 2013/2014. O anúncio será realizado às 10h no Teatro Arraial, na Boa Vista. O governo irá destinar R$ 11,5 milhões para a produção, difusão, formação e pesquisa na área de audiovisual.

De 370 projetos inscritos no edital, 309 foram habilitados. Entre eles 52 são de Longa-metragem (21 para etapa de desenvolvimento, 17 de produção, 6 de finalização e 8 de distribuição), 104 de Curta-metragem (sendo 16 para o prêmio Ary Severo), 49 de Produtos para televisão, 28 de Formação, 27 de Difusão, 23 de Desenvolvimento de Cineclubismo, 16 de 'Revelando os Pernambucos' (curtas por região do Estado) e 10 de Pesquisa. A categoria Preservação não teve nenhum projeto inscrito.

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O curso Opera Studio do Recife está com inscrições abertas para cantores de opera. Para participar, as pessoas interessadas, com idade acima de 16 anos, deverão realizar a inscrição até o dia 27 de junho, através da página exclusiva da ficha de cadastro. Durante a inscrição é necessário enviar currículo e o link contendo gravação de uma atuação em vídeo

O curso é voltado para professores e alunos de canto, cantores profissionais, pianistas, alunos e professores de piano. Os professores Marcelo Ferreira, Dr. Jeremy Reger, Vitor Philomeno, Leonardo David, e Márcio Rodrigues acompanharão os alunos nas aulas em grupo e individuais. O curso conta com o incentivo do Funcultura e apoio do Conservatório Pernambucano de Música.

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Nesta terça-feira (20) o espaço térreo do Casarão da Toyolex, no bairro das Graças, passou a ser sede de seis exposições que fazem parte da segunda edição do projeto eART PE. O encontro, que reúne o artesanato tradicional, o conceitual e um recorte das artes plásticas que não estão nas feiras convencionais, segue aberta para visitação até o dia 30 de maio, das 12h às 22h. A entrada é gratuita.

O circuito é composto por uma mostra em São Paulo e cinco na Região Metropolitana do Recife, e pretende divulgar as obras de arte popular e artesanato para públicos sensíveis às artes visuais. O projeto conta com recursos do Funcultura e apoio do 3emeio. 

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Participam da segunda exposição do eART os artistas Adelina Figueiredo, Alexandre Almeida, Alfredo Lima, Analucia Longman, Clóvis Fazio, Dayse Pontes, Guga Burkhardt, Iara Tenório, Iramaraí, João Lopes, Nicola e Suely Brasileiro. As exposições poderão ser conferidas durante todo o ano no site do eART.

Serviço

Exposição eArt PE 

Casarão da Toyolex (Av. Rui Barbosa, 1105 – Graças)

Até 30 de maio | 12h às 22h

Gratuito

De quarta-feira (21) a domingo (24) será realizada a segunda edição do Pequeno Encontro da Fotografia, evento dedicado à promoção do diálogo entre variadas linguagens e mídias no campo da fotografia. A programação completa está disponível no site do encontro, que conta com incentivo do Funcultura e será distribuído em diversos equipamentos públicos, praças e ruas de Olinda. A entrada é gratuita.

Durante quatro dias, o Pequeno Encontro da Fotografia contará com uma intensa programação de palestras, oficinas, exposições, projeções, expedição fotográfica e lançamentos de livros, entre outras atividades, proporcionando um diálogo entre o público interessado (participantes), moradores da cidade e importantes nomes do cenário da fotografia nacional como Ricardo Hantzschel, João Castilho, João Urban, Gilvan Barreto, Felipe Russo e Patrícia Gouvêa.

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A abertura de todas as exposições será às 19h da quarta-feira (21), com destaque para a mostra inédita no Nordeste Aproximações, de João Urban, no Salão do Mercado da Ribeira, e para Minha Olinda, de Roberto Rômulo, no Tribuna Sabores Ibéricos. Outros espaços da cidade alta que receberão as mostras fotográficas são Minas Bistrô, IPHAN Olinda, Estação 4 Cantos (Café), Espaço Cultural Terraço de Olinda, Canto dos Artistas, Trattoria Don Francesco, Galeria Café Aloma Bandeira e Centro de Cultura Luiz Freire.

Serviço

II Pequeno Encontro da Fotografia

Quarta (21) a domingo (24)

Cidade Alta de Olinda

Gratuito

Foram mais de sete anos à frente do Governo de Estado e, consequentemente, das políticas públicas implantas em Pernambuco. No âmbito da Cultura, o ex-governador Eduardo Campos, ao longo dos seus dois mandatos (2007-2011 e 2012-2014) trouxe avanços significativos, a exemplo da implantação no calendário de eventos do Festival Pernambuco Nação Cultural, da ampliação do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), e da criação de uma secretaria específica para o setor, a Secretaria de Cultura (Secult), em 2011. Por outro lado, algumas mazelas envolvendo a gestão cultural em Pernambuco não foram sanadas, a exemplo do abandono de alguns equipamentos culturais, como o Museu de Imagem e Som de Pernambuco (MISPE), do atraso crônico na divulgação dos resultados do Funcultura e da demora na adesão pernambucana ao Sistema Nacional de Cultura (SNC).

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Mudanças na gestão da Cultura

De acordo com a Secretaria de Cultura, em 2007, quando Eduardo Campos assumiu o Governo do Estado, a instituição responsável pela elaboração e gestão das políticas culturais do Estado era a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), que até 2011 estava vinculada à Secretaria de Educação e sob a presidência de Luciana Azevedo. Ainda em 2007, Ariano Suassuna foi nomeado secretário especial de Cultura de Pernambuco, cargo vinculado ao gabinete do governador e sem responsabilidade de gestão cultural.

Em 2011, início do segundo mandato de Eduardo Campos, foi criada a Secretaria de Cultura, entidade que passou a centralizar e responder pelas políticas culturais de Pernambuco, incluindo a Fundarpe, e contou com Fernando Duarte como o primeiro secretário. Mas desde outubro do ano passado, Marcelo Canuto é o gestor da pasta. Em relação à Fundarpe, Severino Pessoa passou a responder pela presidência do órgão público em 2011, após uma investigação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que afastou Luciana Azevedo do cargo.

Segundo a Secretaria de Cultura, desde 2007 o princípio da gestão cultural no Estado tem sido difundir e fomentar todos os setores artístico-culturais pernambucanos, com foco na valorização da cultura popular, incluindo as manifestações dos povos tradicionais, como os quilombolas e os indígenas. E, para que isso se concretize, o orçamento estadual para a Cultura tem sido ampliado. Em 2007, o orçamento destinado foi de R$ 46 milhões, e para 2014 há uma previsão orçamentária na ordem de R$ 133 milhões. 

Funcultura Independente

Criado em 2003, o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura foi uma das iniciativas públicas que mais teve avanços significativos durante a gestão de Eduardo Campos. Até 2007, primeiro ano da gestão socialista no Estado, o Fundo contemplava todas as linguagens artísticas e tinha um orçamento de, em média, R$ 4 milhões ao ano. A partir do primeiro ano de Eduardo Campos como governador, o orçamento subiu para R$ 8,1 milhões e hoje conta com R$ 33,5 milhões de caixa, dos quais R$ 11,5 milhões são destinados ao Funcultura Audiovisual – também criado em 2007 e voltado para o fomento do cinema pernambucano.

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Em linhas gerais, de 2007 até 2013, foram investidos R$ 142,1 milhões e contemplados 1863 projetos culturais. No final de 2013, o ex-governador sancionou a Lei 15.225/2013 que assegura um montante mínimo de recursos para o Funcultura de R$ 33,5 milhões (sendo R$ 11,5 milhões para o Audiovisual e R$ 22 milhões para as outras linguagens). Mas apesar de tantos avanços, uma atitude recorrente por parte do Funcultura e que tem prejudicado o cronograma dos projetos proponentes é o anúncio, com meses de atraso, do resultado das iniciativas contempladas pelo fundo. Segundo a assessoria do fundo estadual, a Fundarpe repassou 46% dos R$ 33,5 milhões destinados aos projetos aprovados no ano passado.

Festival Pernambuco Nação Cultural 

Criado em 2008, o Festival Pernambuco Nação Cultural (FPNC) é um momento de culminância das diversas ações e políticas culturais do Estado. Além dos shows de atrações nacionais e locais, o evento congrega mostras de todas as linguagens artísticas, como cinema, teatro, dança, circo, fotografia e artesanato, entre outras, além de encontros de cultura popular e de povos tradicionais, oficinas e seminários. De 2007 a 2011, a média era de cinco edições por ano.

A partir do início do segundo mandato de Eduardo Campos e com as mudanças na gestão das políticas culturais do Estado, o festival passou a ter uma média de dez edições anuais - com destaque para o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), que passou a integrar o FPNC - e a percorrer todas as regiões pernambucanas. Neste ano, a caravana do Pernambuco Nação Cultural começou na Mata Norte, com ações em Goiana e mais dez cidades da região, e a programação segue até o próximo dia 13 de abril.

Concursos e premiações

Consequência direta do FPNC, o Concurso de Fotografia Pernambuco Nação Cultural já teve sete edições. O prêmio é de R$ 5 mil para cada vencedor e as fotos circulam em exposição nas edições do Festival Pernambuco Nação Cultural. O objetivo é dar visibilidade aos fotógrafos profissionais e amadores do Estado.   

o Prêmio Pernambuco de Literatura, que em 2014 completou duas edições, foi criado com o objetivo de fomentar a produção literária em todas as macrorregiões do estado. Além das publicações dos títulos vencedores pela Companhia Editora de Pernambuco, os vencedores de cada macrorregião levam um prêmio no valor de R$ 5 mil. Há ainda um prêmio especial de R$ 15 mil para um dos cinco vencedores. 

Equipamentos Culturais de Pernambuco

De acordo com a Secretaria de Cultura, a rede de equipamentos culturais da Secult/Fundarpe em funcionamento é composta pelo Cinema São Luiz, a Casa da Cultura Luiz Gonzaga, o Museu da Imagem e do Som, o Museu do Estado de Pernambuco, o Museu de Arte Contemporânea, o Teatro Arraial, a Torre Malakoff, o Museu de Arte Sacra de Pernambuco, a Estação Cultural Senador José Ermírio de Moraes, o Museu do Barro de Caruaru, o Espaço Pasárgada, o Museu Regional de Olinda (Mureo) e o Cine Teatro Guarany (Triunfo). 

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Na lista de reformas e melhorias nos equipamentos culturais de Pernambuco durante a gestão de Eduardo campos, destaque para o Cinema São Luiz, adquirido e restaurado pelo Governo do Estado e que está com um processo licitatório em andamento para compra de um novo sistema de som e projeção digital. Além disso, há a promessa por parte da Secretaria de Cultura de entregar dois novos equipamentos para a população: o Centro Cultural Miguel Arraes e a Estação Central Capiba (Museu do Trem).

No entanto, um exemplo de espaço público importante para a cultura pernambucana e que está fechado há muitos anos é o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (MISPE), que desde 2007 não está acessível à população. O casarão do início do século 19, que fica na Rua da Aurora, no centro do Recife, está abandonado e o acervo do museu abrigado na Casa da Cultura. A diretoria de gestão de equipamentos da Fundarpe informou à imprensa, em agosto do ano passado, que a obra estava em curso e que o prazo de entrega seria em 2014. Atualmente, o acervo do museu - que conta com mais de seis mil peças - está disponível apenas para pesquisadores.

Sistema Nacional de Cultura

No dia 22 de novembro do ano passado o governador de Pernambuco Eduardo Campos anunciou a adesão do Estado ao Sistema Nacional de Cultura (SNC), após boatos de que a Secretaria de Cultura seria extinta. Mas o LeiaJá publicou uma matéria no dia 18 de fevereiro deste ano explicando que, na verdade, ainda falta muito para que a terra dos altos coqueiros faça parte do SNC. Além da publicação do acordo de cooperação entre o Governo do Estado e o Ministério de Cultura (MinC) no Diário Oficial da União, que só aconteceu no último dia 26 de fevereiro, é necessário que o Estado tenha um órgão gestor (Secretaria de Cultura), um fundo de cultura (Funcultura), prepare um Plano Estadual de Cultura com duração de dez anos e tenha um Conselho de Política Cultural com 50% de participação da sociedade civil.

A partir o anúncio no Diário Oficial da União, Pernambuco terá dois anos para estruturar o Plano Estadual de Cultura e reformular o Conselho Estadual de Cultura, as duas pendências que faltam para a inserção completa no sistema. A Secretaria de Cultura chegou a anunciar que a a nova composição do Conselho Estadual de Cultura está em fase de conclusão e que o projeto de lei seguiria para a Assembleia Legislativa até o final de fevereiro passado, mas até o momento não há informações sobre o assunto. Em relação ao Plano Estadual de Trabalho, a Secult/PE informa que está recompondo sua Comissão Interna de Trabalho para cumprir a agenda de reuniões, fóruns e validação com a sociedade civil. No entanto, prazos não foram divulgados.

Em entrevista concedida ao LeiaJá e publicada no último dia 3 de fevereiro, Canuto não poupou críticas ao SNC. “Eu acho que é um avanço, mas ainda tem muita incerteza. Primeiro, qual é o valor que vai ter para o Sistema? Falou-se em R$ 170 milhões para todos os Estados brasileiros, mas só o Funcultura tem R$ 33 milhões. O SNC é legal, mas na execução faltou pedra para fazer. Política cultural não tem jeito, tem que ter orçamento”, afirmou o secretário.

Um filme também pode emocionar pessoas cegas ou com baixa visão. Mas para que o resultado seja satisfatório é necessário que o público conte com um recurso chamado audiodescrição. Esta profissão estará em evidência durante o VerOuvindo, festival inédito e voltado para pessoas com deficiência visual, marcado para começar nesta sexta (4), às 14h, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Derby. O evento, que conta com recursos do Funcultura e pretende trazer expectadores de vários cantos do Estado, será realizado até a próxima segunda (6), sempre às 14h. A programação é gratuita.

O projeto prevê o deslocamento de mais de 80 pessoas com deficiência de várias cidades, como Garanhuns, Caruaru e Bezerros, que fazem parte de instituições como a Associação Pernambucana de Cegos (Apec) e Instituto dos Cegos. “Algumas destas pessoas nunca foram ao cinema na vida por conta da deficiência, mas finalmente terão a oportunidade de conhecer esta arte”, opina Liliana Tavares, coordenadora do festival.

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Nesta sexta (4), o VerOuvindo promove uma mostra competitiva formada por filmes com audiodescrição, algo que também nunca aconteceu no Brasil. “Selecionamos dez curtas metragens que serão avaliados por uma comissão julgadora formada por profissionais da área e que escolherá o Melhor Roteiro (1º, 2º e 3º lugar) e Melhor Locução. Haverá também um prêmio para o melhor trabalho segundo júri popular. Na ocasião, serão distribuídas cédulas em braile para que o público possa participar da votação”, revela Liliana Tavares, coordenadora do festival. Dos dez trabalhos selecionados dois são pernambucanos.

No domingo (6) será a vez da exibição dos filmes Língua Mãe, de Fernando Weller e Leo Falcão, e Colegas, de Marcelo Galvão. “Este último terá audiodescrição ao vivo feita por Márcia Caspary, do Rio Grande do Sul, que virá especialmente para o festival”, comenta Liliana. Na segunda (7), três curtas fazem parte da programação, Café Aurora, de Pablo Polo, Viagem à Marte, de Toinho Castro, e Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho. Em seguida, será realizado um debate sobre a produção da audiodescrição para filmes entre os diretores, profissionais de área e o público. Ainda na segunda serão divulgados os premiados da mostra competitiva.

Setor da audiodescrição

Segundo a coordenadora, vários festivais já abriram os olhos para a profissão da audiodescrição. “O Festival Stop Motion fez um dia voltado para trabalhos do tipo no ano passado. O Festival de Cinema Silencioso também colocou um filme neste formato na programação. O que a gente quer é isso: que os diretores de filmes queiram cada vez mais participar de eventos assim. O mercado ainda é incipiente, começou agora. É uma profissão dura, difícil, que deve estar totalmente ligada ao trabalho do diretor, mas no final também é arte. A gente descreve com palavras as imagens dos filmes”, explica Liliana Tavares.

O VerOuvindo conta também com curadoria de Karina Galindo e foi idealizado com o objetivo de divulgar a audiodescrição e torná-la uma categoria de premiação nos festivais de cinema. “Inscrevemos o projeto mais uma vez no Funcultura e ele passou pela primeira avaliação. Estamos na torcida porque o que queremos é que o evento se torne um festival comum na agenda da cidade”, ressalta Liliana.

Serviço

VerOuvindo - I Festival de Filmes com Audiodescrição do Recife

Sexta (4) a segunda (7)

Cinema da Fundaj (Rua Henrique Dias, 609 – Derby)

Gratuito

(81) 3073 6689

Confira a programação completa: 

Sexta (4)

Abertura do festival

Mostra competitiva com os filmes:

Engano (RJ)

Terra a Gastar (BA)

Como atravessar a sala (RJ)

Visceral (PE)

Pérolas do Açúcar (PE)

A Ilha (RJ)

Ecos da Terra (BA)

Brancos Elefantes (CE)

Vírginia Menezes: cantora e professora de canto (RJ)

Seu Arlindo vai a loucura (SP)

Sábado (5)

Língua Mãe, de Fernando Weller e Leo Falcão, 81min. 

(Audiodescrição: Silvia Farias/ consultoria: Roberto Cabral) 

Crianças do Brasil, de Portugal e de Angola se encontram através da música. Um documentário sobre a preparação do um espetáculo de Naná Vasconcelos em comemoração aos 50 anos da capital brasileira.

Domingo (6)

Colegas, de Marcelo Galvão, 94min. 

(Audiodescrição: Márcia Caspary- RS, voice over) 

Colegas é uma divertida comédia que aborda de forma inocente e poética coisas simples da vida através do olhar de três jovens com síndrome de Down apaixonados por cinema. Um dia, inspirados pelo filme Thelma & Louise, eles resolvem fugir no Karmann-Ghia do jardineiro (Lima Duarte) em busca de seus sonhos: Stalone quer ver o mar, Marcio quer voar e Aninha busca um marido pra se casar. Eles partem do interior de São Paulo rumo à Buenos Aires. Nessa viagem, enquanto experimentam o sabor da liberdade, envolvem-se em inúmeras aventuras e confusões como se a vida não passasse de uma eterna brincadeira.

Segunda (7)

Exibição de três curtas seguidos de um debate sobre a produção da audiodescrição para filmes com os diretores e com os audiodescritores e o público.

Café Aurora – Pablo Polo, 19min30s

(Audiodescrição Andreza Nóbrega /consultoria: Roberto Cabral

Um especialista na preparação de cafés admira secretamente uma artista plástica. Ela, por sua vez, é cliente costumeira do Café Aurora. O encontro desses dois personagens nos leva a um mundo de sensações diferenciadas. Um mundo em que as palavras valem menos do que a percepção.

Viagem à Marte – Toinho Castro, 9min41s

(Audiodescrição: Gisele Silgom/ consultoria: Milton Carvalho)

Uma grande guerra, uma fuga para Marte, um novo mundo... 'Viagem a Marte' é uma narrativa de ficção cientí­fica construída a partir de outras narrativas. A proposta do filme é contar uma história nova a partir de imagens que já existem, imagens de arquivo. Velhos documentários sobre a corrida espacial e sobre a Segunda Grande Guerra são as fontes que alimentaram a história dessa viagem.

Recife Frio – Kleber Mendonça Filho, 24min. 

(Audiodescrição: Liliana Tavares/ consultoria: Milton Carvalho) 

Um documentário de uma TV estrangeira examina os efeitos da mudança em toda uma cultura que sempre viveu em clima quente e relata eventos inexplicáveis que transformaram a capital pernambucana numa cidade fria e chuvosa, revolucionando costumes de toda uma sociedade que surgiu tropical.

Divulgação dos premiados da mostra competitiva

Por causa de problemas técnicos no Teatro Barreto Júnior, a peça Anjo Negro, de Nelson Rodrigues, que deveria ter estreado no último sábado (22), teve seu início de temporada adiada para este sábado (29), às 20h. O espetáculo é encenado pelo grupo recifense O poste Soluções Luminosas e fica em cartaz até o dia 04 de maio. As entradas custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

Dirigido por Samuel Santos e com incentivo do Funcultura, esta é a primeira montagem oficial de Anjo Negro por um grupo do Recife. O espetáculo mescla o texto de Nelson Rodrigues com elementos ancestrais, como feiticeiras, Orixás e até mesmo os vestuários, todos repugnados pelo negro Ismael, personagem principal da história.

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Anjo Negro

As histórias de Nelson Rodrigues são atemporais e refletem questões como o preconceito racial, que é trabalhado em Anjo Negro. Neste texto, a questão é tratada de forma paradoxal. O negro Ismael odeia sua própria cor e repudia tudo o que está associado a sua etnia, desde a religião aos hábitos culturais. Ele é odiado por sua mãe e casado com a branca Virgínia, contra a sua vontade. Juntos, eles se tornam cúmplices de algumas atrocidades. 

Serviço
Anjo Negro, por O Poste Soluções Luminosas
29 de abril a 4 de maio
Sábados e domingos | 20h
Teatro Barreto Júnior (Rua Estudante Jeremias Bastos, s/n - Pina)
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Censura: 18 anos

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