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O ex-deputado estadual Fernando Cury foi condenado pela Justiça de São Paulo por ter importunado sexualmente a colega Isa Penna em 2020, durante uma votação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A decisão é da juíza Danielle Galhano Pereira da Silva, da 18ª Vara Criminal Central de São Paulo.  Cury foi condenado a 1 ano, 2 meses e 12 dias de reclusão em regime aberto, que foi substituída por multa de 20 salários mínimos e prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período.

O Código Penal define importunação sexual como o ato de “praticar contra alguém, e sem a sua anuência, ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”. A pena prevista é de reclusão de um a cinco anos. 

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“O depoimento da vítima foi corroborado pelo relato das testemunhas que estavam no local dos fatos e presenciaram a conduta do acusado, além das imagens feitas, as quais não deixam dúvidas de que ele importunou sexualmente a vítima, para atender sua lascívia, a abraçando por trás, encostando na vítima sem o seu consentimento, colocando a mão em seus seios, ainda que levemente e rápido. Não se extrai dos autos qualquer motivo para que a vítima se dispusesse a alterar a verdade, até mesmo porque há imagens que comprovam a narrativa apresentada por ela, inexistente qualquer razão para que buscasse deliberadamente prejudicar o acusado”, escreveu a juíza em sua sentença. Cabe recurso da decisão. 

A Agência Brasil tentou contato com as defesas de Isa Penna e de Fernando Cury, mas não obteve sucesso até este momento.

O caso Imagens gravadas pela própria Alesp na época mostraram que Isa Penna conversava com o então presidente da Casa, deputado Cauê Macris, quando Fernando Cury se aproximou dela por trás, tocando o seu corpo. Na ocasião, a então deputada chegou a registrar boletim de ocorrência e a denunciar Cury no Conselho de Ética da Assembleia.

Por causa desse episódio Cury acabou sendo expulso do Cidadania, partido ao qual era filiado.

A deputada estadual Isa Penna (PCdoB) entrou, nessa segunda-feira (25), com uma representação no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pedindo a cassação do deputado Delegado Olim (PP) por quebra de decoro parlamentar. Olim afirmou que a colega, vítima de importunação sexual na Casa, teve "sorte" de ser assediada, numa referência à projeção que teria conquistado após o caso.

Além da perda de mandato, Isa Penna também requer o afastamento preventivo de Olim da posição que exerce no Conselho de Ética. Ela protocolou ainda uma notícia-crime no Ministério Público de São Paulo em que pede instauração de procedimento de investigação criminal contra o deputado.

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Olim foi o relator do processo de Arthur do Val (União Brasil) no Conselho da Alesp e responsável pelo parecer que pede a cassação do ex-deputado pelos áudios com falas sexistas sobre mulheres ucranianas. Na declaração contestada por Penna, ele se referia a um episódio de dezembro de 2020, em que câmeras da Alesp flagraram o deputado Fernando Cury (sem partido) colocando as mãos nos seios de Isa Penna. Punido internamente na Casa, Cury foi suspenso de suas atividades por 180 dias.

"Sorte dela porque ela vai se eleger por causa disso. Ela só fala nisso", disse Olim, em entrevista ao podcast Inteligência LTDA na última quarta-feira, 20. Um dia após a declaração, o deputado ainda afirmou à TV Globo que Isa Penna tem o direito de se incomodar com sua fala e acrescentou que a indignação daria a ela "mais cinco minutos de fama".

"O jeito que eu coloquei, que eu errei, de expressar. Então ela está no direito dela e tudo bem, mais cinco minutos de fama, sem problema nenhum", afirmou.

Na ocasião, Olim também publicou nota em que disse que se "expressou mal" e que "a intenção era dizer que a deputada Isa Penna ficou mais conhecida com o caso infeliz e repugnante do assédio do deputado Fernando Cury".

Caso Cury

Durante a entrevista ao podcast, Olim também minimizou a atitude de Cury, a quem chamou de "um cara do bem", e disse que o colega estava bêbado no dia em que assediou Isa Penna.

Com base na declaração, a deputada também solicitou que o Conselho de Ética apure "eventual suspensão ou impedimento" de Olim no processo que culminou na punição de Fernando Cury.

Na ocasião, o primeiro voto de Olim no colegiado foi por uma pena mais branda a Cury, de quatro meses de afastamento, que a definida posteriormente em plenário.

"Tal conduta é necessária para que haja a garantia da regularidade dos processos éticos-disciplinares com julgadores imparciais, o que parece, não foi o caso de julgamento pregresso e que concluiu com penalidade mais branda a Fernando Cury", escreveu a defesa de Isa Penna.

"Delegado Olim é um deputado que, depois do assédio, já tentou me intimidar e falou de forma irônica sobre o caso com outros parlamentares. Só que, desta vez, ele fez isso em público", alegou, em nota, a deputada.

Em entrevista ao Estadão um dia após as declarações de Olim, a presidente do Conselho de Ética, Maria Lúcia Amary (PSDB), criticou a postura do deputado. "A fala foi absolutamente inoportuna, inconsequente em relação ao momento que estamos vivendo. O empoderamento das mulheres não se faz por essa vertente", afirmou. Ela lembrou ainda que, em caso de processo contra o parlamentar, ele não deverá votar enquanto membro do Conselho.

Procurada, a assessoria de imprensa de Olim não retornou até a publicação desta reportagem.

O deputado estadual Delegado Olim (PP), relator do processo de cassação de Arthur do Val (União Brasil) no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), disse que a deputada Isa Penna (PCdoB), vítima de importunação sexual na Casa, teve "sorte" de ser assediada e que o caso vai contribuir com a reeleição da parlamentar. Questionado pela fala, o parlamentar alegou que se "expressou mal", mas que os dois casos de importunação sexual "não podem ser comparados".

"Sorte dela porque ela vai se eleger por causa disso. Ela só fala nisso", disse, em entrevista ao podcast Inteligência LTDA nesta quarta-feira (20).

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Em 21 de dezembro de 2020, as câmeras do circuito interno da Alesp flagraram o deputado Fernando Cury (sem partido) colocando as mãos nos seios da colega. Punido internamente na Casa, ele foi suspenso de suas atividades por 180 dias. Na ocasião, o primeiro voto de Olim no Conselho de Ética foi por uma pena mais branda a Cury, de quatro meses.

Perguntado sobre a diferença entre as penas de Cury, que sofreu apenas o afastamento, e de Arthur, que pode ser cassado, Olim argumentou que o integrante do MBL já tinha advertências anteriores na Casa. Ele também minimizou a atitude de Cury no Plenário.

"Ele (Cury) bebeu. Ele é um cara do bem, todo mundo adora. O que fez ali nunca vai esquecer". "Não dá para falar que são coisas meio parecidas", afirmou.

No Twitter, Isa Penna disse que irá pedir o afastamento de Olim de seu cargo no Conselho de Ética e que avalia entrar com uma representação contra ele por quebra de decoro parlamentar. "É inaceitável o que você disse ao meu respeito no podcast Inteligência Ltda, e eu irei até as últimas consequências", escreveu

Em nota, Olim disse que se "expressou mal" e que "a intenção era dizer que a deputada Isa Penna ficou mais conhecida com o caso infeliz e repugnante do assédio do deputado Fernando Cury".

"A fala foi absolutamente inoportuna, inconsequente em relação ao momento que estamos vivendo. O empoderamento das mulheres não se faz por essa vertente", afirmou ao Estadão a presidente do Conselho de Ética, Maria Lúcia Amary. Se houver representação contra Olim, o rito da Casa pede que a solicitação seja objeto de um parecer, que não pode ser votado pelo deputado enquanto membro do Conselho.

A deputada estadual Isa Penna (PSOL-SP) revelou que, em um ataque direcionado a ela, sua família teve o endereço residencial vazado na internet, como forma de intimidação. A parlamentar é alvo de ameaças de morte e de estupro há alguns meses e vive uma rotina de medo, acompanhada por autoridades policiais. Em novo boletim de ocorrência, feito no último dia 1º, registrou ameaças recebidas na semana passada. Para sua segurança, a agenda pública da deputada será suspensa, com algumas atividades realizadas sob sigilo. A informação é da Folha de S. Paulo. 

As ameaças foram comunicadas ao Conselho Nacional de Direitos Humanos. O gabinete de Isa Penna ainda entrou com um pedido de proteção parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e tem adotado medidas de segurança recomendadas pela ONG Terra de Direitos, especializada em atendimento e assistência a defensores de direitos humanos.  

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Esses ataques têm como origem fóruns on-line que sobrevivem de conteúdo misógino e criminoso, além de estarem associados à extrema direita. Penna, além de socialista, é ativista por causas de minorias que geralmente se chocam com os interesses do espectro político oposto. 

"Evidências indicam que, possivelmente, o agressor tem contato com grupos extremistas que participam de fóruns misóginos criminosos na internet", afirma, em nota, o mandato de Penna. Segundo a defesa de Penna, o remetente é o mesmo usado para fazer ameaças racistas contra o ator e atual participante do Big Brother Brasil, Douglas Silva. Desde então, os advogados de Penna e Silva estão em contato para apurar se há outras evidências em comum. 

Nas redes sociais, Isa Penna relatou que está se acostumando com a situação e que já encara as ameaças com frieza. "A gente vai até se desumanizando um pouco. Mas sempre deixo muito claro que não tem nenhuma menina inocente aqui e que não saiba fazer política", afirmou na semana passada. 

"Ser mulher no Brasil é perigoso. Inclusive, eu me preparo para esse tipo de momento. Fica uma sensação ruim, e me concentro nos protocolos de segurança para não ser pega desprevenida", completou. 

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O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo recebeu nesta quarta-feira, 15, a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado contra o deputado estadual paulista Fernando Cury (Cidadania) por importunação sexual à colega Isa Penna (PSOL).

A decisão foi unânime entre os 24 desembargadores que compõem o colegiado. O entendimento do relator, José Salette, foi de que há fortes indícios de ato libidinoso, o que justifica a abertura da ação penal. Com isso, ele vira réu no processo.

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A denúncia foi apresentada em abril pelo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubbo, que viu ato libidinoso sem consentimento, cuja pena é de até cinco anos de reclusão.

"O deputado Fernando Henrique Cury agiu com clara intenção de satisfazer sua lascívia, praticando atos que transcenderam o mero carinho ou gentileza, até porque não tinha nenhuma amizade, proximidade ou intimidade com a vítima, violando assim, também, o seu dever funcional de exercer o mandato com dignidade", escreveu o chefe do MP de São Paulo na ocasião.

A análise, no entanto, foi atrasada por sucessivas tentativas frustradas de intimação do deputado. Ele demorou seis meses até ser localizado pelo oficial de Justiça para então apresentar sua defesa prévia.

Em seu segundo mandato, Fernando Cury passou a estampar manchetes depois que foi denunciado por assédio sexual por Isa Penna em meados de dezembro. O episódio aconteceu durante uma sessão orçamentária e foi transmitido ao vivo pelo canal da Assembleia Legislativa de São Paulo no YouTube. No vídeo, a deputada aparece conversando com o presidente da Casa, Cauê Macris (PSDB), quando Cury se aproxima da Mesa Diretora e se posiciona atrás dela, colocando a mão na lateral de seus seios.

Em depoimento ao Conselho de Ética, Cury chegou a pedir desculpas à colega de parlamento 'por qualquer tipo de constrangimento e por qualquer tipo de ofensa' que ele tenha causado. De acordo com o deputado, o abraço foi 'um gesto de gentileza' por interromper a conversa dela com o presidente da Assembleia. Especialistas ouvidos pelo Estadão já haviam indicado que o deputado poderia ser processado pelo crime de importunação sexual.

COM A PALAVRA, A DEFESA DA DEPUTADA ISA PENNA

"A defesa da Deputada ISA Penna considera correta a decisão do Órgão Especial do TJSP de receber a denúncia e determinar o prosseguimento da ação penal contra o Deputado Fernando Cury, uma vez que houve crime de importunação sexual."

Danyelle Galvão, Celina Frias e Mariana Serrano

COM A PALAVRA, O DEPUTADO FERNANDO CURY

A reportagem entrou em com a defesa e com a assessoria do deputado e, até a publicação desta matéria, ainda aguardava resposta. O espaço permanece aberto a manifestações.

Em março, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) sugeriu uma punição atenuada ao deputado Fernando Cury (Cidadania) pela importunação sexual contra a colega Isa Penna (PSOL). A decisão do colegiado, formado por oito homens e só uma mulher, acabou revertida em plenário - que aprovou um prazo maior, de seis meses, para o afastamento de Cury.

A reportagem conversou com a deputada Isa Penna logo após a votação no Conselho de Ética. Na ocasião, a deputada disse 'não ter dúvidas' de que a composição da comissão, majoritariamente masculina, influenciou a deliberação.

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Desde então, a própria Isa, ao lado da deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), lidera uma campanha nacional do PSOL pela paridade de gênero em Conselhos de Ética do Poder Legislativo. Os órgãos são responsáveis por cuidar do procedimento disciplinar que vai definir a aplicação de penalidades em casos de descumprimento das normas relativas ao decoro parlamentar.

Nesta sexta-feira, 9, as duas apresentam projetos de resolução para estabelecer a obrigatoriedade da paridade de gênero na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e no Congresso Nacional. Em paralelo, articulam com outros parlamentares do PSOL para que também apresentem propostas semelhantes em suas respectivas Casas Legislativas.

Até aqui, a campanha teve adesão nas Assembleia do Rio de Janeiro, Bahia, Ceará e Distrito Federal e nas Câmaras de Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), São Paulo (SP), Santo André (SP), São Carlos (SP), Mogi das Cruzes (SP), Guarulhos (SP), Recife (PE), Natal (RN) e Aracaju (SE).

Na justificativa do projeto, Isa Penna explica que a ideia é reforçar a participação das mulheres nos espaços políticos institucionais e, ao mesmo tempo, melhor o desempenho das Casas Legislativas no acolhimento e tratamento de denúncias especialmente relacionadas à quebra de decoro parlamentar em decorrência de violência de gênero.

"No Brasil, apesar do artigo 5o, inciso I, do Texto Constitucional estabelecer a igualdade entre homens e mulheres, a realidade da vida pública e política passa ao largo disso. Há uma enorme dificuldade das mulheres acessarem os espaços políticos dos Poderes e quando o acessam enfrentam barreiras de exclusão e de violência de gênero constante - como perseguições, desacreditamento, assédio moral e sexual", escreve a deputada.

A pedido do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Carlão Pignatari (PSDB), a sessão extraordinária desta quinta-feira (1º), que daria continuidade à análise da punição ao deputada Fernando Cury (Cidadania) no caso de assédio contra a deputada Isa Penna (PSOL), ocorrido em dezembro passado, no Plenário da Assembleia, foi encerrada para que o debate sobre o caso seja retomado pelo Colégio de Líderes da Casa, que estava reunido antes do início da sessão.

"Essa discussão que nós estamos fazendo aqui não vai levar a nada", disse o presidente da Alesp, ao defender o encerramento da sessão, que durou cerca de meia hora. "Eu gostaria de pedir a todos vocês que a gente aceite que se levante essa sessão e voltemos lá no Colégio de Líderes", pediu. O tucano convocou uma nova sessão plenária para o início da tarde.

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Antes de a sessão ser suspensa, a deputada Isa Penna disse ter "muita esperança" na discussão de hoje de que será aprovado "o que é correto". A defesa da parlamentar é pela cassação do mandato de Cury. Isa, no entanto, reconheceu que tal penalidade não teria apoio da maioria dos parlamentares. Por isso, segundo a deputada, a aprovação do afastamento de Cury por seis meses já significaria um avanço "tímido" do caso.

"É importante não aprovar aquele relatório aprovado no Conselho de Ética", defendeu Isa. O parecer do colegiado, aprovado em 5 de março, prevê o afastamento de Cury por 119 dias, de modo que seu gabinete continue em funcionamento e o suplente não precise ser convocado. "Se os deputados aprovarem o afastamento de seis meses, na minha opinião, é um tímido passo", avaliou a deputada do PSOL. "Minha defesa e a minha luta continuará sendo pela cassação", ressaltou.

Saída política

Antes do fim da sessão, Pignatari insistiu no argumento sobre a necessidade de buscar uma "saída política" para o assunto, já que, segundo ele, uma saída jurídica, por meio da apresentação de emenda pela cassação de Cury não é possível. "A nossa sociedade hoje quer a cassação do deputado. Isso é muito claro", disse o presidente da Casa, que considerou a situação "muito difícil, tanto para um quanto para outro".

A sessão de hoje era uma continuação das discussões iniciadas na quarta-feira, 31. O adiamento da decisão sobre o caso Cury, que Pignatari desejava encerrar ontem mesmo, pode ser considerado como a primeira derrota do novo presidente da Alesp. O tucano abriu o plenário virtual decidido a pautar o projeto de resolução aprovado pelo Conselho de Ética sem qualquer tipo de modificação.

Questionado por diversas vezes sobre a possibilidade de apresentação de emendas, o presidente se mantinha irredutível ao negar cada "questão de ordem" apresentada ao longo do dia pelos deputados. A mudança se deu já no fim da tarde mediante a disposição de deputados da oposição e situação em permanecer obstruindo o processo de votação.

Além de Barros Munhoz (PSDB), Carlos Giannazi (PSOL) e Campos Machado (Avante), passaram a defender a inclusão de emendas a deputada Janaína Paschoal (PSL), que chegou a pedir a cassação de Cury, Gil Diniz e diversos representantes do PT, além da própria Isa Penna.

A decisão sobre a punição ao deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) no caso de assédio contra a colega Isa Penna (PSOL) ocorrido em dezembro passado, no Plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), pode chegar a um desfecho nesta quinta-feira (1º), durante sessão extraordinária na Casa. A sessão de hoje é uma continuação da iniciada ontem, que teve mais de sete horas de duração.

Nesta quarta, após o presidente da Casa impedir o Plenário da Alesp de votar a cassação - e não apenas a suspensão - do mandato de Cury, o presidente da Assembleia, deputado Carlão Pignatari (PSDB), buscou, ao convocar para esta manhã uma reunião do Conselho de Líderes para chegar a uma "saída política" para o caso.

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Na abertura da sessão pela manhã, a deputada Isa Penna disse ter "muita esperança" na discussão de hoje de que será aprovado "o que é correto". A defesa da parlamentar é pela cassação do mandato de Cury.

O recuo de Pignatari para uma possível mudança na pena de 119 dias estabelecida pelo Conselho de Ética da Casa se deu após pressão de parlamentares de vários partidos. Além da cassação, deputados propuseram votar a pena de seis meses, sugerida inicialmente pelo deputado Emídio de Souza (PT), relator do caso no Conselho de Ética.

O adiamento da decisão sobre o caso Cury, que Pignatari desejava encerrar na quarta, pode ser considerado como a primeira derrota do novo presidente da Alesp. Eleito com o apoio de 65 dos 94 parlamentares, o tucano abriu o Plenário virtual decidido a pautar o projeto de resolução aprovado pelo Conselho de Ética sem qualquer tipo de modificação.

Ao depor no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania), acusado pela deputada Isa Penna (PSOL) de importunação sexual, disse que o abraço que deu na colega "foi um gesto de gentileza", e pediu desculpas "por qualquer tipo de constrangimento e ofensa". Na sessão, Isa Penna afirmou que foi "revitimizada".

O Conselho de Ética avalia se houve quebra de decoro parlamentar quando Cury, durante uma sessão plenária, abraçou Isa Penna por trás, tocando região próxima aos seios da deputada, que reagiu. A cena foi filmada pelas câmeras da Casa.

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"O abraço que eu dei na deputada Isa Penna foi um gesto de gentileza porque eu iria interromper a conversa que ela estava tendo." Na ocasião, Isa Penna falava com o presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB).

"Eu queria aqui, mediante esse Conselho, fazer o que eu já fiz, no dia do fato ocorrido (...), queria mais uma vez pedir desculpas para a deputada Isa Penna por qualquer tipo de constrangimento e por qualquer tipo de ofensa que eu tenha causado naquela noite e naquela madrugada, em função desse evento", afirmou. Ele estendeu o pedido de desculpas ao Conselho e a todos os deputados.

Cury concordou que sua ação constrangeu Isa e disse que vai rever seu jeito de abraçar as pessoas. "Esse episódio me traz muito aprendizado, e a partir de hoje, inclusive, eu preciso rever esse comportamento, porque muitas das pessoas se sentem constrangidas com isso", disse o parlamentar. "Quer dizer que esse meu jeito hoje não é tolerado por grande parte das pessoas, que possam se sentir constrangidas e ofendidas através desse gesto, através desse carinho, através de um abraço, através de um beijo."

Grande parte do tempo da sessão foi usada para depoimentos solicitados pela defesa de Cury - mulheres que não estavam presentes no dia do episódio defenderam a índole de Cury. Algumas delas afirmaram que Isa havia "interpretado mal" os acontecimentos.

Foram ouvidas sete mulheres, além de um perito contratado pela equipe de Cury, que disse não ser possível afirmar que o parlamentar tenha tocado os seios da colega. A deputada Erica Malunguinho e o deputado Barros Munhoz (PSDB) solicitaram que o Conselho chame um perito próprio.

Na oitiva, após discussão, Isa Penna acusou o advogado de Cury de se aproveitar de questões regimentais para silenciar a sua fala, e afirmou que estava sendo "revitimizada".

O deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) depõe nesta quarta-feira, 24, ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) sobre o caso em que é acusado de assediar sua colega, a parlamentar Isa Penna (PSOL). A oitiva foi solicitada pela defesa do parlamentar.

Em dezembro de 2020, o deputado colocou a mão na lateral dos seios de Penna, episódio que foi transmitido ao vivo pela TV Alesp. Formalmente, ele responde na Assembleia por quebra de decoro, um processo em que a punição mais severa seria cassação do mandato. No entanto, parlamentares articulam uma saída consensual sobre punição que será aplicada: a tendência é determinar a suspensão temporária do mandato.

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O Estadão apurou que o deputado Campos Machado (Avante), membro do Conselho de Ética e um dos parlamentares mais influentes na Casa, é quem tem conduzido essa articulação. Pessoas no entorno de Penna admitem que, embora ainda trabalhem pela cassação de Cury, veem esse desfecho como improvável.

No caso de suspensão de Cury, ainda há uma discordância em relação ao tempo que deverá durar o castigo. Se a punição superar 120 dias, será nomeado o suplente do parlamentar, que pode trocar as nomeações de seu gabinete. Já uma suspensão de duração inferior equivaleria a uma licença. Nas duas hipóteses, ele pode ficar sem receber o salário.

Ao Estadão, o relator do processo, Emídio de Souza (PT), afirmou que não participa das articulações e lembrou que ainda há mais etapas no processo. "Vou ouvir (o Cury) e depois, baseado no que tem, na defesa, elaboro o relatório", explicou. Ainda não há prazo para a entrega do relatório, que terá que ser votado pelo Conselho e, depois, pelo plenário da Assembleia.

Além de Cury, serão ouvidos nesta quarta-feira um perito e oito testemunhas mulheres arroladas pela defesa para, segundo a peça entregue pelos advogados do deputado, fornecer prova "de seu passado sempre respeitoso". Isa Penna também terá o direito de se manifestar na sessão, caso queira.

Também deverá ser juntada uma segunda representação contra Cury acerca do mesmo episódio formulada pelas deputadas que integram a Procuradoria Especial da Mulher na Alesp. A segunda representação é assinada pelas deputadas Maria Izabel Noronha (PT) - procuradora especial -, Marcia Lia (PT) e Marina Helou (Rede), procuradoras adjuntas. Elas defendem que o parlamentar sofra consequências mais severas.

"A punição é fundamental. Lutar por uma punição exemplar neste caso é lutar contra a violência de gênero e garantir que todas as mulheres possam ser respeitadas em todos os espaços, inclusive na política", argumentou Helou ao Estadão.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) decidiu, na manhã desta quarta-feira (10), abrir processo de cassação do deputado estadual Fernando Cury (Cidadania), por importunação sexual. O parlamentar foi flagrado pelas câmeras da Alesp no dia 1º de dezembro colocando a mão na lateral dos seios da deputada Isa Penna (PSOL), que o acusa de assédio sexual.

A decisão se deu por unanimidade. Todos os dez deputados que compõem o colegiado votaram pela abertura do processo que pode levar o parlamentar a perder o mandato. Mas, apesar de o grupo ter decidido prosseguir com a denúncia, Fernando Cury segue sua atuação parlamentar como deputado, sem qualquer tipo de punição ou restrição até que o processo seja encerrado pelo mesmo conselho. A partir de agora, testemunhas serão convocadas por ambos os lados ainda dentro do grupo, que terá de apresentar e votar um relatório final a ser posteriormente encaminhado ao plenário da Alesp.

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Antes da votação ser iniciada, o advogado Roberto Delmanto, que representa Fernando Cury, solicitou ao conselho que considerasse a deputada Erica Malunguinho (PSOL) impedida de votar por ela já ter se manifestado favorável sobre o processo de cassação em suas redes sociais. "É a mesma coisa que um juiz afirmar que o réu é culpado antes de seu julgamento", disse Delmanto.

A presidente do conselho, Maria Lucia Amary (PSDB), colocou o pedido da defesa em votação e Erica teve então seu direito de manifestação garantido pelos colegas também por unanimidade. Na abertura da sessão, o mesmo pedido de impedimento havia sido feito em relação ao deputado Alex de Madureira (PSD) e também não foi acolhido.

Dois dias depois de o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) entregar a sua defesa prévia no caso de importunação sexual que corre na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa decide, nesta quarta-feira (10), se abre um processo de cassação. Em dezembro, o deputado colocou a mão na lateral dos seios da parlamentar Isa Penna (PSOL), episódio que foi transmitido ao vivo pela TV Alesp.

No documento, Cury pede que os deputados do PSOL Carlos Giannazi, Erica Malunguinho e Monica Seixas sejam considerados parciais e não participem da deliberação do conselho - formalmente, o deputado do Cidadania responde na Assembleia por quebra de decoro.

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A defesa de Cury argumenta que, como Giannazi, Erica e Seixas foram arrolados como testemunhas na representação que Isa Penna enviou ao Ministério Público - medida que pode levar Cury a responder a um processo penal -, eles não poderiam participar da avaliação na Alesp sobre suspensão ou perda de mandato.

Ao Estadão, Monica, que assina com Isa Penna a representação ao Conselho, classificou a defesa prévia de Cury como "um ato desesperado". "Ele tenta se defender a partir da imposição de ritos do código penal ao regimento interno da Casa. Mas a Alesp tem o seu rito estipulado, tem dispositivos que estão assegurados. Não vejo como ele possa ter sucesso fora dos ritos regimentais da Casa", disse a deputada.

A defesa de Cury alega ainda que pessoas interessadas no desfecho a favor de Isa Penna, "por pertencer ao mesmo partido político", não podem avaliar o caso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Indiciado no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) após ser acusado de importunação sexual pela deputada Isa Penna (PSOL), em sua defesa prévia, o deputado Fernando Cury (Cidadania) negou que apalpou o seio da colega de Casa. A suspeita foi flagrada pela câmera da Alesp durante a votação do orçamento do estado, no dia 16 de dezembro do ano passado.

Além do processo que corre na Alesp, Cury enfrenta denúncias dentro do próprio partido e no Ministério Público de São Paulo. Na defesa apresentada nessa segunda-feira (8), o advogado Roberto Delmanto Jr. sugere que o gesto de assédio foi um 'rápido e superficial abraço' e que o deputado 'jamais teve uma única queixa de desrespeito às mulheres, mas sim elogios".

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No documento de 32 páginas, Delmanto Jr. tentou distanciar o caso dos altos índices de violência contra a mulher no Brasil. "Não estará em julgamento, aqui, o machismo da sociedade brasileira [...] muito menos se pode conceber o deputado Fernando Cury como se ele 'personificasse' ou 'encarnasse' os homens machistas de nosso país, buscando, nele, expiar culpas que não são deles", aponta.

O suspeito ainda verifica que há contradição no discurso de Penna ao anexar parte de uma entrevista da deputada a qual afirma "não ter dito que seu seio foi apalpado". No mesmo material, Isa diz ter sido assediada e que "quem vir o vídeo pode tirar suas próprias conclusões", pontua O Globo.

A defesa ainda pede que três testemunhas de acusação sejam consideradas suspeitas por imparcialidade. São elas: Carlos Gianazzi, Mônica Seixas e Erica Malunguinho, todos do PSOL. Em contraposição, Isa Penna pede a suspeição do deputado Alex Madureira (PSD), que conversava com Cury antes do suposto assédio.

Para tentar provar seu respeito às mulheres, Cury arrolou oito testemunhas femininas. Agora, a presidente do Conselho de Ética da Alesp, Maria Lúcia Amary (PSDB), deve marcar uma reunião para indicar o relator do caso. O indicado terá 15 dias para apresentar o parecer.

Posteriormente, um colegiado composto por nove parlamentares vai decidir se absolve, adverte, suspende ou se o mandato de Cury será cassado. A decisão depende do aceno de pelo menos cinco membros.

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A deputada estadual Isa Penna (PSOL) protocolou um ofício solicitando à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) informações sobre o SOS Violência Contra a Mulher. Como o Estadão revelou no dia 17 deste mês, o órgão virou um "serviço fantasma" dentro da Casa e, apesar de constar no organograma oficial, não funciona há quase sete anos e é desconhecido dos próprios parlamentares.

No documento, protocolado dia 19, Isa solicita dados referentes à designação de servidores ao SOS, às ações de combate à violência contra a mulher realizadas e ao orçamento do programa. Os ofícios foram encaminhados ao secretário-geral de Administração da Alesp e também à presidente interina da Comissão de Direitos Humanos, a deputada Adriana Borgo (PROS), responsável pela coordenação do SOS.

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Segundo a deputada, com a resposta ao ofício, o gabinete vai avaliar qual medida tomar. Ela afirmou, no entanto, que vai exigir a volta do funcionamento do SOS. Criado em 2013 com o intuito de combater e denunciar casos de agressão de gênero em São Paulo, o SOS Violência Contra a Mulher ficou esvaziado a partir de 2015. Além de receber e encaminhar denúncias de violência a órgãos competentes, o serviço criado pelo ex-deputado petista Adriano Diogo tem entre suas atribuições a implementação de ações para o combate à violência contra mulheres; a promoção de seminários, audiências e eventos; e a oferta de orientação psicológica e jurídica gratuita às vítimas.

Assédio

Ao Estadão, Isa afirmou que não vê como "coincidência" o fato de estar lutando por justiça na Alesp em um caso de assédio ao mesmo tempo em que precisa pedir informações sobre um órgão que, em tese, deveria estar prestando socorro às mulheres. "Isso é sintomático. É como a sociedade e a política ignoram e deslegitimam o que nós passamos todos os dias, seja dentro de casa, no trabalho ou dentro de um transporte. As políticas públicas deveriam fazer muito mais pelas mulheres, as instituições deveriam dar exemplo de como se comportar com celeridade em um caso de assédio, e também não extinguir um órgão sem prestar contas", afirmou ela.

Em dezembro do ano passado, o deputado Fernando Cury (Cidadania) foi flagrado colocando a mão na lateral dos seios da parlamentar do PSOL. Na Alesp, o caso deve ser julgado pelo Conselho de Ética apenas com a volta das atividades na Casa, mas a deputada tenta reunir o apoio de outros deputados para convocar uma sessão extraordinária e antecipar a análise.

Já a investigação criminal foi autorizada no dia 19 pelo desembargador João Carlos Saletti, do Tribunal de Justiça de São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Cidadania recorreu, nessa quinta-feira (21), da decisão que suspendeu o procedimento ético-disciplinar a que o deputado estadual Fernando Cury responde internamente no partido por importunação sexual contra a deputada Isa Penna (PSOL). A legenda contesta a alegação de "cerceamento de defesa" e defende que todos os procedimentos previstos no regramento partidário foram adotados. O partido defende que o parlamentar teve "prazo para apresentar a defesa, direito a depoimento oral, do qual abriu mão, e que a oitiva de testemunhas, uma alternativa à sustentação oral, foi dispensada porque nenhuma das pessoas indicadas pela defesa presenciou as cenas filmadas na Assembleia".

"Foi oportunizado ao Sr. Fernando Cury efetivo acesso à ampla defesa e ao contraditório, mesmo sendo a fase no Conselho de Ética eminentemente investigativa. Fato este incontroversamente comprovado pelas três manifestações feitas por sua defesa nesta fase investigativa do processo administrativo - sem olvidar que a própria defesa do autor afirma ter orientado ao mesmo para não comparecer diante do Conselho de Ética do Partido", apontam os advogados do partido na petição endereçada à juíza Thaissa Guimarães, da 20ª Vara Cível de Brasília.

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A magistrada deferiu a liminar no último dia 12 que suspendeu o processo interno do Cidadania contra Cury. Ela acolheu parcialmente um pedido da defesa do parlamentar, que questionava a competência do Conselho de Ética Nacional da legenda para analisar o caso.

No recurso à Justiça Federal do DF, o partido aponta que o ato que ensejou o processo ético-disciplinar foi flagrado pelas câmeras da Assembleia Legislativa de São Paulo, sendo que o vídeo foi amplamente divulgado. Nessa linha, os advogados da legenda argumentam que "considerando a gravidade dos fatos e a inegável repercussão negativa para o partido", a análise do caso pelo Conselho de Ética nacional "garante máxima isenção à apuração".

A contestação apresentada à juíza Thaissa Guimarães pede a extinção da ação movida por Cury por se tratar de matéria a ser decidida em âmbito partidário e pedem a condenação do deputado por litigância de má-fé.

O parecer do Conselho de Ética do Cidadania foi pela expulsão de Fernando Cury. Ao Estadão, o advogado do parlamentar, Roberto Delmanto Junior, afirmou que dá como certa a medida. Para ele, o partido tenta "defenestrar" Fernando Cury o quanto antes.

Além de ser analisada internamente em seu partido, a conduta de Cury também vai ser discutida no âmbito da Assembleia Legislativa de São Paulo. No último dia 11 Isa Penna formalizou um pedido para que a casa convoque uma sessão extraordinária ainda neste mês para julgar o caso. Quatro dias depois, o desembargador João Carlos Saletti, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), ainda autorizou a abertura de investigação criminal contra Fernando Cury.

*Foto: Alesp

O desembargador João Carlos Saletti, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), autorizou a abertura de investigação criminal do deputado estadual Fernando Cury (Cidadania), que apalpou o corpo de Isa Penna (PSOL), também parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo. Saletti determinou que a presidência da Casa legislativa entregue à Justiça as filmagens que mostram o deputado assediando a colega de legislatura.

Além disso, foi solicitado que os deputados Cauê Macris, Carlos Eduardo Pignatari, Alex de Madureira, Barba, Gilmaci dos Santos Barbosa, Roberto Morais, Carlos Gianazzi, Ricardo Melão, André Prado e as deputadas Erika Malunguinho e Professora Bebel prestem depoimento, na condição de testemunhas do fato. A decisão acolhe o pedido realizado pela Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo.

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A reportagem busca contato com a defesa de Fernando Cury. O espaço está aberto para manifestações do parlamentar.

A juíza Thaissa de Moura Guimarães, da 20ª Vara Cível de Brasília, deferiu liminar, nessa terça-feira (12), determinando a suspensão do processo ético-disciplinar que o Cidadania abriu contra o deputado estadual paulista Fernando Cury por assédio à deputada Isa Penna (PSOL). A magistrada acolheu parcialmente um pedido da defesa do parlamentar, que questionava a competência do Conselho de Ética Nacional da legenda para analisar o caso.

A decisão foi proferida após o advogado de Cury, Roberto Delmanto Junior, encaminhar uma petição à Justiça Federal de Brasília apontando que a deliberação do Diretório Nacional do Cidadania sobre o processo ético-disciplinar contra o deputado está prevista para esta quarta-feira (13). Nessa linha, a defesa pediu reconsideração de uma decisão anterior que havia negado a suspensão do processo.

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Ao analisar o pedido liminar novamente, Thaissa ponderou que após novas informações serem juntadas aos autos, houve a comprovação de algumas alegações da defesa de Cury: a de que o procedimento contra o parlamentar teve início no Diretório Nacional do Partido e a de que não houve na representação detalhamento da conduta praticada pelo deputado, "limitando-se o ofício a mencionar termos genéricos tais como 'lamentáveis fatos' e 'conduta absolutamente incompatível com os princípios do partido".

"Há que se registrar que, embora o vídeo aparentemente deixe claro a conduta à qual se refere o procedimento ético, estando em causa a perda da função de líder do partido na Assembleia Legislativa de São Paulo, deve haver pormenorização da conduta para ensejar oportunidade de defesa e contraditório ao Requerente, princípios constitucionais que também devem ser observados em procedimentos administrativos", registra a decisão.

A Comissão de Ética do Cidadania havia informado ao juízo que a representação contra Cury foi subscrita pelo presidente do Diretório Nacional, Roberto Freire e o presidente Regional do Cidadania de São Paulo, deputado federal, Arnaldo Jardim: "de ofício, ambos dirigentes determinaram a abertura do procedimento junto à Comissão de Ética Nacional, sendo assim, vencido o que reza o Código de Ética Partidário".

No entanto, a magistrada considerou que o Código de ética do Cidadania estabelece que a "competência para receber a representação cabe à Comissão Executiva Regional se o denunciado for um dos seus membros, deputado estadual, prefeito, vice-prefeito, secretário de Estado ou equivalente, governador ou vice-governador".

Ao suspender o processo ético-disciplinar contra Cury, Thaissa registrou ainda que a manutenção do procedimento na Comissão Executiva Nacional "também repercutiria no direito do parlamentar de recorrer à Comissão hierarquicamente Superior, o que poderá ensejar a nulidade do procedimento pela afronta aos princípios ampla defesa e do duplo grau de jurisdição".

No último domingo, 10, o Conselho de Ética do Cidadania emitiu relatório recomendando a expulsão de Fernando Cury. Em nota, a relatora do procedimento , Mariete de Paiva Souza indicou que o comportamento do deputado é "descabido" e "rasteiro". "Na direção totalmente oposta dos fatos ocorridos está o Cidadania, que tem em seu programa o compromisso assumido com as bandeiras feministas contra a violência e a exclusão. Por isso, nada menos que sermos exemplares", defendeu Mariete.

Ao Estadão, o advogado Roberto Delmanto Junior afirmou que dá como certa a expulsão do parlamentar do Cidadania. Para ele, o partido tenta "defenestrar" Fernando Cury o quanto antes. "Que processo é esse que tem prazo de 15 dias úteis? Nunca vi isso na minha vida. É um processo só para cumprir tabela", sustenta. "Isso tudo é um simulacro, um teatro, um mise-en-scène. É uma encenação de um processo, um processo fake".

Além de ser analisada internamente em seu partido, a conduta de Cury também vai ser discutida no âmbito da Assembleia Legislativa de São Paulo. Na semana passada, Isa Penna formalizou um pedido para que a casa convoque uma sessão extraordinária ainda neste mês para julgar o caso.

A parlamentar considerou a decisão da juíza Thaissa de Moura Guimarães "importante" porque "a busca por celeridade (para julgamento do caso) não é por nenhum tipo de excepcionalidade ou conduta diferenciada". "Queremos sim a Justiça. Assédio é crime. Não podemos deixar que num momento como esse, numa casa legislativa, a democracia seja ferida".

A deputada estadual Isa Penna (PSOL) apresentou na semana passada um requerimento em que solicita a convocação de uma sessão extraordinária na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), ainda neste mês, para analisar o caso de assédio envolvendo o deputado Fernando Cury (Cidadania). Em dezembro do ano passado, durante uma sessão, Cury foi flagrado colocando a mão na lateral dos seios da parlamentar.

Neste domingo (10) o Conselho de Ética do Cidadania emitiu um relatório em que recomenda a expulsão de Cury do partido. A decisão final cabe ao diretório nacional do partido.

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Em dezembro, a Procuradoria da Alesp afirmou que o Conselho de Ética só poderia se reunir durante o recesso se a maioria absoluta dos deputados da Casa (48) e o presidente Cauê Macris (PSDB) entendessem que o julgamento é "urgente" e de "interesse público".

Até agora, Isa tem o apoio de 18 deputados para antecipar a análise do caso. Entre os que concordaram estão Janaína Paschoal (PSL), Leci Brandão (PCdoB), Delegada Graciela (PL) e Major Mecca (PSL). Além dos 18 deputados, devem assinar a requisição toda a bancada do PT - composta por dez parlamentares.

Procurado nesta segunda, 11, Cury afirmou que não iria comentar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Conselho de Ética do Cidadania emitiu relatório neste domingo, 10, recomendando a expulsão do deputado estadual Fernando Cury (SP), que apalpou a colega Isa Penna (PSOL-SP) em sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em dezembro. A decisão final sobre expulsá-lo ou não agora cabe ao diretório nacional do partido.

Segundo nota emitida neste domingo pelo Cidadania, o comportamento de Cury é "descabido" e "rasteiro", nas palavras da relatora do procedimento no Conselho de Ética da legenda, Mariete de Paiva Souza. "Na direção totalmente oposta dos fatos ocorridos está o Cidadania, que tem em seu programa o compromisso assumido com as bandeiras feministas contra a violência e a exclusão. Por isso, nada menos que sermos exemplares", defendeu Mariete.

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Procurado pelo Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, disse que ainda não tinha conhecimento da decisão do Conselho de Ética. "Você me surpreendeu. Vou tomar conhecimento e encaminhar para o diretório nacional. E aí discutir quando convocar a reunião para a deliberação", afirmou à reportagem.

Freire não quis antecipar seu voto, mas garantiu que "não haverá delongas" para o Cidadania bater o martelo sobre o caso.

Fernando Cury foi flagrado apalpando Isa Penna em plenário, que registrou um boletim de ocorrência contra o deputado estadual por assédio sexual. Ele, que encostou as mãos na lateral do corpo da colega, chamou o ato de "abraço" e se recusou a fazer sua sustentação oral no Conselho de Ética do Cidadania em audiência da última quinta-feira, 7.

A deputada estadual de São Paulo Isa Penna (PSOL) enviou nesta segunda-feira (29) uma representação ao Ministério Público do Estado pedindo a apuração da gestão do governador João Doria (PSDB) na condução da pandemia da Covid-19.

No documento, a parlamentar questiona polêmicas recentes envolvendo o tucano: desde a viagem à Miami no Natal após o endurecimento das restrições para frear a disseminação do novo coronavírus até a regressão de todo o Estado de São Paulo para a fase amarela do plano estadual de contingência um dia após o prefeito Bruno Covas (PSDB) ter sido reeleito na capital.

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Para Isa Penna, é preciso investigar se o governador cometeu improbidade administrativa e atentou contra a saúde pública. Isso porque, na avaliação da deputada, além de ter descumprido normas estabelecidas por seu próprio governo ao viajar aos Estados Unidos, Doria teria atrasado deliberadamente a divulgação de dados sobre a nova escalada da pandemia em São Paulo em um cálculo político para não comprometer a candidatura tucana na capital paulista.

"O governo do estado não pode omitir informações para justificar a sua escolha em não realizar ato administrativo de interesse público, como a atualização do Plano de SP, com a possível regressão de fases de alguns municípios", apontou a deputada.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, o governador se desculpou pela viagem aos Estados Unidos, classificada por ele como um 'erro'. Doria decidiu retornar a São Paulo pouco depois de aterrissar na Flórida diante da informação de que seu vice, Rodrigo Garcia (DEM), havia testado positivo para o novo coronavírus.

Procurada, a Secretaria de Saúde de São Paulo afirmou que o governo 'jamais privilegiou qualquer candidato' e voltou a atribuir o adiamento da reclassificação do plano estadual contra a Covid-19 após as eleições municipais a 'inconsistências' no sistema federal do Ministério da Saúde de notificação de casos e óbitos.

COM A PALAVRA, A SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE

"A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo lamenta que a parlamentar ignore a importância das diretrizes de combate à pandemia de covid-19, com intensificação de protocolos e restrições para evitar a transmissão do novo coronavírus, adotadas pelo Governo de SP. Lamenta ainda que a própria deputada não conheça um instrumento de consulta pública e total transparência onde estão disponibilizados todos os dados, investimentos e orientações relacionadas ao enfrentamento da pandemia em SP (www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus).

Todas as medidas adotadas pelo Governo do Estado de São Paulo são pautadas pela Ciência e pela Saúde, com estatísticas oficiais e verídicas. Fazer política com vidas em jogo, contrariando definições técnicas e voltadas à salvar vidas, é um desrespeito ao papel previsto inclusive na Constituição para os parlamentares.

Ciente e comprometido com a missão de salvar vidas, o Governo jamais se furtou de tomar decisões, mesmo que difíceis, e jamais privilegiou qualquer candidato. A reclassificação do Plano São Paulo ocorreu tão logo houve segurança nos indicadores epidemiológicos da covid-19, que ficaram prejudicados por quase duas semanas devido a inconsistências no sistema federal do Ministério da Saúde de notificação de casos e óbitos. São Paulo foi prudente e por segurança reprogramou a atualização do Plano SP do dia 16 para o dia 30. Isso evitou que regiões fossem reclassificadas para a fase verde, com flexibilização que acarretaria em maior transmissibilidade do vírus.

Assim, após a estabilização do sistema e normalização das notificações, verificou-se um crescimento de 6,6% na média diária de novas internações e de 11,8% de óbitos entre os dias 15 e 28 de novembro. Justamente por isso, o Governo do Estado não poderia ficar inerte e nem fugir à sua responsabilidade de monitorar o cenário, orientar e agir, realizando a reclassificação do Plano no dia 30 de novembro."

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