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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu nesta quinta-feira (30) em Madri que seu país e os aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) apoiarão a Ucrânia "o tempo que for preciso" para que não seja derrotada pela Rússia.

"Estaremos ao lado da Ucrânia, e toda a Aliança estará ao lado da Ucrânia, enquanto for necessário para garantir que ela não seja derrotada pela Rússia", disse Biden em entrevista coletiva ao final da cúpula da Otan na capital espanhola.

Biden informou que nos "próximos dias" será anunciado um novo pacote de ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia, no valor de 800 milhões de dólares.

"Pretendemos anunciar mais US$ 800 milhões" em sistemas de defesa aérea, artilharia e outras armas.

Washington já forneceu a Kiev mais de US$ 6 bilhões em ajuda militar desde o início da invasão russa da Ucrânia.

Além desse pacote de armas, o Departamento de Estado anunciou uma transferência de 1,3 bilhão de dólares em assistência econômica para a Ucrânia, depois que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, interveio por videoconferência na cúpula da Otan e lembrou que a guerra custa ao país US$ 5 bilhões a cada mês.

"A Ucrânia já desferiu um duro golpe à Rússia", elogiou Biden, citando como exemplo a retirada do exército russo da Ilha das Serpentes, uma posição estratégica no Mar Negro que havia sido conquistada por Moscou.

"Não sei como (o conflito) terminará, mas não terminará com uma derrota ucraniana nas mãos da Rússia", disse, confiante, o presidente dos EUA.

Finalmente, Biden pediu que o Congresso americano permita a venda de aeronaves militares F-16 para a Turquia.

"Deveríamos vender a eles os aviões F-16 e modernizar esses aviões também", disse Biden, esclarecendo que os Estados Unidos não condicionaram tal venda à Turquia para permitir que Ancara concordasse com a entrada da Finlândia e da Suécia na Otan.

O presidente Jair Bolsonaro esteve nos Estados Unidos na última semana para participar da IX Cúpula das Américas. Na quinta-feira (9), Bolsonaro teve uma conversa com Joe Biden, presidente dos EUA, que durou de 40 a 50 minutos e, dentre os temas, o presidente brasileiro pediu para Biden rever as taxas sobre aço por causa da sobretaxa criada por Donald Trump em 2018. 

Ainda no encontro, Bolsonaro chegou a pedir ajuda a Biden para vencer o ex-presidente Lula (PT) nas eleições de outubro. De acordo com fontes, Bolsonaro chegou a retratar Lula como um perigo para os interesses dos EUA e, enquanto isso, Biden destacou a importância de preservar a integridade eleitoral do Brasil e mudou de assunto quando se deu conta do pedido. 

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Ao classificar o pedido de Bolsonaro como “uma atitude de desespero”, o doutor em ciência política pela UFF e professor do curso de ciência política da Unicap e do curso de relações internacionais da Faculdade Damas, Antônio Lucena, informou que foi, “de certa forma”, um crime de lesa-pátria, que é um crime contra a pátria, em que ela foi ofendida ou atentado. 

“Você está pedindo que outro país interfira nas eleições para derrotar um opositor. Isso é o suprassumo de você ter uma interferência dentro de um processo eleitoral que se propõe a ser transferência pacífica de poder. Bolsonaro, além de não ter trato político, de ter endossado a questão das fraudes eleitorais nas urnas com Trump e Biden, ainda pede para Biden, que já tem pouco apreço por Bolsonaro, para interferir nas eleições aqui do Brasil”, expressou o especialista.

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Para ele, a ida do presidente aos EUA foi uma “sucessão de erros e escândalos”. “Também pode ser visto, de forma política, como desespero, porque tudo caminha para que 2022 seja o último ano do governo Bolsonaro”. 

Ainda sobre o desempenho de Bolsonaro no evento, Lucena afirmou que “não houve qualquer ganho para o Brasil”, o que é ruim, tendo em vista que um dos objetivos da Cúpula era o diálogo, sobretudo sobre as taxas do aço. “É para ficar atento como isso vai se desenrolar no futuro, mas esse era um dos objetivos e terminou não tendo [o diálogo]. A Cúpula das Américas também foi uma forma de trazer para a órbita dos Estados Unidos pelo menos o Brasil, que se não fosse ao encontro, ficaria esvaziado. O Brasil foi lá, participou, mas os ganhos não foram palpáveis”, observou.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) chamou de “crime de alta traição à pátria” a informação de que o presidente Jair Bolsonaro (PT) teria pedido ajuda a Joe Biden, na última quinta-feira (9), para enfrentar o pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. Ao UOL, o parlamentar adiantou que deverá entrar com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar o pedido de intervenção. 

A notícia foi publicada pelo site Bloomberg e confirmada por diplomatas brasileiros. De acordo com as informações internas, Biden ignorou a questão e os líderes não voltaram a falar sobre o assunto. Nas redes sociais, Randolfe disse que “em qualquer lugar do mundo, pedir a intervenção de uma nação estrangeira em assuntos internos é crime de alta traição à pátria”. 

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"Darei entrada em notícia-crime sobre isso, pedindo investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF), e ao mesmo tempo cabe mais um pedido de impeachment", adiantou Randolfe ao UOL. O senador disse, também, que Bolsonaro só não será afastado porque é aliado de outros dois "traidores da nação", Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e Augusto Aras, procurador-geral da República.

O senador amapaense avalia que nesse caso fica patente que temos algo além de um traidor e vendilhão da pátria. "É um personagem que não é digno de ocupar o cargo que ocupa, nem de falar em nenhum lugar em nome do Brasil", protesta. 

Repercussão 

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), diz que é humilhante para o Brasil ter um presidente assim. "Despreza a soberania popular. O que está negociando o vadio Bolsonaro em troca desse apoio?", questiona ela. "É a síndrome de vira-lata elevada à enésima potência, uma vergonha ter um presidente que suplica aos americanos por um golpe". 

Outro aliado de Lula, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) diz que essa iniciativa de Bolsonaro é sinal de desespero. "É algo nunca visto, esse instinto golpista", diz Renan.

 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ajuda a Joe Biden para enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas Eleições 2022 e derrotar o petista no pleito. O pedido teria acontecido durante um encontro da Califórnia, na costa dos Estados Unidos, na última quinta-feira (9), durante reunião da Cúpula das Américas. A informação, originalmente divulgada pelo site Bloomberg, foi confirmada pelo colunista Jamil Chade, do UOL. 

Segundo o portal, quando Bolsonaro abordou a questão eleitoral, o presidente estadunidense mudou de assunto e não o retomou mais. Nos Estados Unidos, Biden foi eleito através da ala democrata e tem no histórico político alianças mais próximas da esquerda liberal e identitária. A Bloomberg publicou ainda que Governo Federal e Casa Branca não comentaram o assunto. Já Bolsonaro afirma que saiu satisfeito do encontro com Biden. 

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"A experiência com ele foi simplesmente fantástica. Estou realmente maravilhado e acreditando nas suas palavras e naquilo que foi tratado reservadamente entre nós", afirmou na quinta-feira (9). 

De acordo com Chade, duas fontes da diplomacia brasileira confirmaram o pedido feito por Bolsonaro a Biden. Durante entrevista coletiva nesse sábado (11), Bolsonaro disse que mudou de opinião a respeito do líder estadunidense, ao ser questionado a respeito dessa reunião privada. Ele afirmou ainda que o encontro serviu como uma espécie de "reaproximação" com o atual presidente dos EUA. 

No entanto, o presidente brasileiro afirmou também que irá se encontrar com o ex-mandatário norte-americano Donald Trump antes das eleições no Brasil. "Conversei com ele essa semana e convidei como sempre. Ele quer, dois meses antes da eleição, encontrar comigo aqui ou lá", disse. 

Disputa pelo Planalto 

A última pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 8 de junho, mostrou o ex-presidente Lula eleito ainda no primeiro turno. No levantamento, o petista apareceu com 46% dos votos. Enquanto isso, Bolsonaro (PL) teve 30% dos votos. Quando os votos brancos e nulos foram descartados (como acontece na apuração dos votos), Lula saltou para 52,87% das intenções de votos válidos.  

 

O presidente Jair Bolsonaro desceu da posição de chefe de Estado para trocar provocações com o ator Mark Ruffalo nas redes sociais. Ele rebateu as críticas em uma piada com o nome do interprete do Hulk e menosprezou o trabalho do ator como um dos heróis do universo Marvel.

Antes do encontro entre o brasileiro e o presidente norte-americano Joe Biden na Cúpula das Américas, Ruffalo publicou uma mensagem de alerta para que o chefe da Casa Branca não confiasse em Bolsonaro. "O homem com quem você está se encontrando hoje não respeita a democracia e ameaça consistentemente um golpe", escreveu.

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Assim como Leonardo DiCaprio, o artista é uma das estrelas de Hollywood que criticaram publicamente a política promovida pelo brasileiro, especialmente à sua falta de comprometimento com a agenda ambiental.

Bolsonaro voltou às atenções ao ator e fez piada com seu nome para iniciar uma série de publicações em tom de zombaria. Ele diminuiu a atuação do personagem Hulk e disse que apenas está protegendo o Brasil. 

"Caro Mark Ruffles, calma! Tenho certeza que você nunca leu a Constituição brasileira, mas posso garantir que não é nada como os roteiros complicados do Hulk que você tem que memorizar: ‘AHGFRR’", respondeu.

O chefe de Estado ainda fez um comparativo com o confronto de super-heróis para rechaçar o posicionamento de Ruffalo, no qual o próprio Bolsonaro se identificou como o Capitão América e deixou para o ator o papel do vilão Thanos.

Por fim, afirmou que o "Hulk original" vivido no final da década de 70 pelo fisiculturista Lou Ferrigno era muito mais legal. "Ele não precisava de um computador para parecer forte e realmente entendia algo sobre a natureza", apontou.

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O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (9) que ficou "maravilhado" com seu homólogo norte-americano, Joe Biden, após reunião realizada horas antes em Los Angeles, a primeira entre ambos desde que o democrata assumiu o poder no ano passado.

"Foi excepcional, estou muito feliz. Posso dizer que estou maravilhado com ele. Não estou errando em falar dessa maneira. Ficamos quase meia hora conversando reservadamente", disse em entrevista à "CNN".

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Entre os pontos destacados, Bolsonaro afirmou que ambos falaram "abertamente sobre Amazônia" e que Biden "concorda conosco" - sem dar muitos detalhes. No passado, o político brasileiro criticou publicamente o democrata por conta de seu discurso de proteção da Amazônia.

O mandatário brasileiro, que sempre apoiou Donald Trump e chegou a falar em fraude nas eleições que deram vitória a Biden, está nos EUA para participar da Cúpula das Américas. Nesta quinta, um encontro bilateral entre os dois presidentes foi realizado e teve a duração prevista, de 30 minutos.

Na parte televisionada, a Amazônia foi o destaque principal.

Enquanto Biden reforçou a importância do ecossistema e pediu que Bolsonaro desse sua opinião sobre o apoio de outras nações no tema, o brasileiro leu um texto citando dados já falados por ele em outros discursos internacionais, além de falar de eleições e economia.

Da Ansa

Joe Biden terá nesta quinta-feira (9) sua primeira reunião desde que chegou à Casa Branca com o colega brasileiro Jair Bolsonaro, um encontro no âmbito da Cúpula das Américas, onde o presidente dos Estados Unidos defendeu unidade e diálogo.

"Vamos trabalhar para construir o futuro que esta região merece", disse Biden na quarta-feira ao final do discurso de abertura do evento, no qual afirmou que a democracia "é o ingrediente essencial para o futuro".

"Nossa região é grande e diversificada. Nem sempre concordamos em tudo, mas em uma democracia abordamos nossas divergências com respeito mútuo e diálogo", disse.

Uma afirmação que ele poderá colocar em prática nesta quinta-feira com o presidente de extrema-direita.

Inicialmente, Bolsonaro relutou em comparecer à Cúpula das Américas, mas um cenário de intensa atividade diplomática e a oferta de um encontro bilateral acabaram por convencê-lo.

Grande admirador do ex-presidente republicano Donald Trump, Bolsonaro tem pouca afinidade com Biden e foi um dos últimos líderes mundiais a reconhecer sua vitória eleitoral.

As divergências entre ambos são óbvias: o Brasil permanece neutro a respeito da guerra na Ucrânia, na qual os Estados Unidos lideram a mobilização ocidental e, assim como Trump, Bolsonaro levantou sem provas o fantasma de uma possível fraude eleitoral nas eleições presidenciais de outubro, quando enfrentará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Este será um dos temas abordados na reunião bilateral, quando Biden mencionará a importância de "eleições abertas, livres, justas, transparentes e democráticas", afirmou na quarta-feira Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional de Biden.

Os dois presidentes também discordam sobre a mudança climática. Bolsonaro considera que Biden tem uma "obsessão pela questão ambiental" devido às pressões para que o Brasil combata de maneira ativa o desmatamento na Amazônia.

A nona Cúpula das Américas é afetada pela ausência de vários presidentes, incluindo o mexicano Andrés Manuel López Obrador, descontente com a decisão de Washington de excluir os governos de Cuba, Nicarágua e Venezuela, por considerá-los ditaduras.

López Obrador enviou seu chanceler, Marcelo Ebrard, que considerou a exclusão um "erro estratégico" e disse que o México defende "refundar a ordem interamericana". "É evidente que a OEA e sua forma de atuar estão esgotadas", afirmou sobre a Organização dos Estados Americanos.

O governo dos Estados Unidos precisa atuar com cuidado para não perder influência em uma região na qual a China avança e se tornou a primeira ou segunda sócia comercial de muitos países.

A Cúpula das Américas deveria servir justamente para estimular a relação de Washington com os países latino-americanos e superar Pequim.

De acordo com o Council of Foreign Relations, o presidente chinês, Xi Jinping, visitou a região 11 vezes desde que assumiu o cargo, em 2013, e Joe Biden nenhuma desde janeiro de 2021.

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Washington não tem a intenção de reagir com anúncios financeiros astronômicos, explicou Jake Sullivan, e sim com ações para "desbloquear quantias significativas de financiamento privado".

Desde o início do evento, o governo americano anunciou algumas iniciativas: uma aliança para a prosperidade econômica, uma proposta de reforma do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e 1,9 bilhão de dólares do setor privado para estimular a criação de empregos e conter a migração a partir de Honduras, Guatemala e El Salvador, assim como a criação de um Corpo de Saúde das Américas para melhorar a formação de 500.000 profissionais da região.

Nesta quinta-feira, os líderes dos países participam na primeira sessão plenária. Na sexta-feira acontecerão as duas restantes.

Cinco projetos de compromisso devem ser adotados na cúpula para cinco áreas: governança democrática, saúde e resiliência, mudanças climáticas e sustentabilidade ambiental, transição para energia limpa e a transformação digital.

Além disso, durante o evento será adotada a chamada Declaração de Los Angeles sobre Migração. Enquanto os representantes dos países debatem, milhares de migrantes sem documentos avançam pelo México em uma caravana com destino aos Estados Unidos.

O presidente Jair Bolsonaro se reunirá pela primeira vez com o contraparte americano, Joe Biden, nesta quinta-feira (9), em Los Angeles, após ter mantido uma relação fria devido à sua proximidade com seu antecessor, Donald Trump.

Confira a seguir alguns dos temas que mais dividem os dois presidentes e marcarão o encontro, previsto à margem da Cúpula das Américas.

- "O Trump dos trópicos" -

Bolsonaro, conhecido como o "Trump dos trópicos", é um grande admirador do ex-presidente republicano, de quem copiou métodos e estratégias, segundo analistas, como sua preferência pelas redes sociais como meio para se comunicar.

O presidente brasileiro foi um dos últimos líderes mundiais a reconhecer a vitória de Biden sobre Trump, o que só fez 35 dias depois das eleições, em dezembro de 2020. Além disso, adotou o discurso do republicano de que pode ter havido "fraude" na votação.

Em seguida, prometeu uma relação "pragmática" e de "aproximação" com Biden, que de fato avançou pouco.

Na terça-feira, dois dias antes da reunião, Bolsonaro afirmou em uma entrevista que ainda duvida do resultado da eleição americana: "Trump estava muito bem. E muita coisa chegou para gente que a gente fica com pé atrás".

- Desafio ao sistema de votação -

Assim como Trump nos Estados Unidos, Bolsonaro levanta - sem provas - o fantasma de uma possível fraude orquestrada através do sistema de urna eletrônica para favorecer o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva, favorito nas pesquisas para a eleição presidencial del 2 de outubro.

Altos membros da Justiça brasileira e políticos opositores temem que as ameaças de Bolsonaro podem se tornar um desafio concreto ao resultado, caso ele seja derrotado.

Nesta quarta, um assessor de Biden afirmou que o presidente democrata "discutirá eleições abertas, livres, justas, transparentes e democráticas" com Bolsonaro.

- "Neutralidade" perante a Ucrânia -

A Ucrânia representa o mais recente episódio controverso na relação bilateral.

Em fevereiro, a visita de Bolsonaro ao presidente russo, Vladimir Putin, a quem ofereceu sua "solidariedade" dias antes de que invadisse a Ucrânia, gerou mal-estar nos Estados Unidos. O país garantiu que a viagem havia deixado o Brasil isolado da "grande maioria da comunidade internacional".

Bolsonaro declarou que mantém uma posição "neutra" em relação ao conflito.

- Desmatamento e mudança climática -

Biden tem sido um dos presidentes que mais aumentou a pressão sobre o governo brasileiro para que combata ativamente o desmatamento na Amazônia, que registrou os piores indicadores em uma década durante o mandato de Bolsonaro.

Durante sua campanha, o democrata prometeu se unir a outro países e disponibilizar um fundo milionário para que o Brasil detenha o desmatamento ou, caso contrário, sofra "consequências econômicas significativas".

Em uma cúpula climática organizada por Biden em abril de 2021, Bolsonaro prometeu buscar a neutralidade de carbono até 2050, dez anos à frente da meta anterior, não conseguindo convencer seus críticos de sua súbita conversão a uma agenda ambientalista.

Para Bolsonaro, o governo Biden tem uma "obsessão pela questão ambiental" que "dificulta um pouco" a relação, conforme declarou em agosto de 2021.

"É importante equilibrar a visão: Nós temos dever de casa e eles têm dever de casa. Não se trata de um pedindo coisas ao outro, mas os dois dizendo que vão fazer em termos dos compromissos que assumiram", afirmou à AFP Pedro da Costa e Silva, secretário das Américas do Itamaraty.

- Relação comercial estreita -

Apesar das desavenças diplomáticas, a relação comercial se mantém próxima.

Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Os intercâmbios entre os dos países ultrapassaram os 26 bilhões de dólares entre janeiro e abril deste ano, um aumento de 41% em relação ao mesmo período de 2021.

A maior nação da América Latina compra dos Estados Unidos - entre os principais produtos - óleos combustíveis ou minerais e motores e máquinas não elétricas. Enquanto tem como principais itens de exportação produtos semi-acabados de ferro ou aço e aeronaves.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu nesta quinta-feira (2) aos congressistas ações contra a violência com armas de fogo que atinge o país, e pediu a proibição da venda de armas de assalto como as usadas nos massacres ocorridos nos estados do Texas e de Nova York.

Biden pronunciou na Casa Branca um discurso transmitido pela TV em que apareceu na frente de 56 velas acesas, que representavam os estados e territórios americanos que sofrem com a violência armada.

"Quantas matanças mais estamos dispostos a aceitar?", questionou Biden, com uma voz que denotava irritação e que, por vezes, tornava-se quase um sussurro.

Biden classificou como "inconcebível" a recusa da maioria dos senadores republicanos a votar normas mais rígidas sobre as armas de fogo. "É hora de o Senado fazer alguma coisa", advertiu o presidente democrata, ressaltando que os congressistas "não podem falhar novamente com o povo americano".

O presidente americano acrescentou que, caso a proibição não seja obtida, a idade para comprar essas armas deveria aumentar de 18 para 21 anos.

Biden também pediu um aumento do controle dos antecedentes de compradores de armas, a proibição da venda de carregadores de grande capacidade e a obrigação de armazenar armas com segurança, e sugeriu a responsabilização das fabricantes por crimes cometidos com seus produtos.

"Nas últimas duas décadas, mais crianças em idade escolar morreram por causa de armas de fogo do que policiais e militares na ativa juntos. Pensem nisso", pediu Biden.

Enquanto os republicanos se recusam a endurecer as leis sobre armas, um grupo bipartidário de senadores conversou nesta quinta-feira sobre um pacote de controle de armas. Eles se concentraram na segurança escolar, no reforço dos serviços de saúde mental e nos incentivos para que os estados concedam aos tribunais autoridade para confiscar temporariamente as armas de pessoas consideradas uma ameaça, uma medida que Biden também pediu em seu discurso.

A republicana moderada Susan Collins disse que o grupo estava fazendo "rápidos progressos", enquanto o senador democrata Chris Murphy declarou que "nunca havia visto tantos republicanos sentados na mesa e dispostos a dialogar". "Algo diferente está acontecendo agora mesmo e espero que isso resulte em uma lei no Senado", disse Murphy à emissora MSNBC na quarta-feira.

Os congressistas estão conscientes de que correm o risco de perder o impulso se a urgência de reformas desatada pelos massacres se dissipar, e outro grupo menor está realizando discussões paralelas sobre a ampliação da verificação de antecedentes de compradores de armas.

O desafio político de legislar em um Senado dividido em partes iguais (50-50), onde a maioria dos projetos de lei precisa de 60 votos para a aprovação, significa que reformas de maior alcance têm poucas chances de prosperar.

Mitch McConnell, líder dos senadores republicanos, afirmou aos jornalistas que os congressistas estão se concentrando na "saúde mental e na segurança nas escolas", e não nas armas.

Por outro lado, os democratas na Câmara dos Representantes estão dispostos a aprovar uma lei muito mais ampla, mas, em grande medida, simbólica, que incluiria subir de 18 para 21 anos a idade mínima para comprar fuzis semiautomáticos.

A proposta provavelmente será aprovada na Câmara na próxima semana, antes de ser enterrada pela oposição republicana no Senado.

O presidente americano, Joe Biden, acelerou nesta segunda-feira (9) o envio de armamento à Ucrânia com base em uma medida criada durante a Segunda Guerra Mundial para ajudar aliados dos Estados Unidos a derrotarem a Alemanha nazista.

Biden assinou a ordem na Casa Branca e informou que seu país apoia os ucranianos "na defesa de seu território e sua democracia perante a guerra brutal de Putin".

Também disse estar pronto para fazer uma concessão política no Congresso para obter a aprovação rápida de 33 bilhões de dólares adicionais para apoiar a Ucrânia.

"Não podemos nos permitir um atraso neste esforço vital da guerra", disse em um comunicado, instando o Congresso a colocar "de imediato sobre minha escrivaninha" o projeto de lei de financiamento da Ucrânia.

Admitindo os bilhões de dólares gastos pelos Estados Unidos, Biden disse que "ceder à agressão é ainda mais caro".

A norma assinada por Biden, que facilita o fluxo de equipamento militar, "está baseada em um programa da Segunda Guerra Mundial para ajudar a Europa a resistir a Hitler", disse a Casa Branca.

A medida adotada pelo presidente Biden ocorre no dia em que se celebra a vitória aliada na Europa em 1945, que marcou a derrota da Alemanha de Hitler.

Biden também destacou que esta segunda marca o aniversário do Dia da Europa, que comemora o início da União Europeia em 1950 e a criação de uma "potência econômica" e uma "força global de paz".

A atualização do empréstimo ocorre horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, supervisar um desfile militar na Praça Vermelha, em Moscou, também comemorativo pela vitória soviética contra a Alemanha nazista.

Mais cedo, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, criticou o presidente russo, Vladimir Putin, por ter, segundo ele, dito algo "absurdo" e insultar a história ao apresentar a invasão russa da Ucrânia como uma operação defensiva.

"Chamar isto de uma ação defensiva é patentemente absurdo", disse Price a jornalistas.

"É um insulto aos que perderam a vida e aos que foram vítimas desta opressão sem sentido".

- "Passo histórico" -

Em um tuíte, o presidente ucraniano, Volodomir Zelensky, comemorou a medida e também relembrou a guerra contra a Alemanha.

"É um passo histórico. Estou convencido de que venceremos juntos outra vez. E que defenderemos a democracia na Ucrânia. E na Europa, como há 77 anos", escreveu.

Na década de 1940, os Estados Unidos e a União Soviética foram aliados por um curto período de tempo contra a Alemanha, seu inimigo comum.

Naquela época, o então presidente americano, Franklin Roosevelt, usou pela primeira vez a medida de empréstimo e arrendamento, que eliminou obstáculos burocráticos para canalizar bilhões de dólares em equipamentos a aliados europeus, inclusive os soviéticos.

Joe Biden e Barack Obama voltaram a se encontrar nesta terça-feira (5) durante a visita do ex-presidente dos Estados Unidos a seu ex-vice-presidente na Casa Branca. O objetivo do encontro era recuperar a força democrata antes das eleições de meio de mandato.

O clima do reencontro foi ao mesmo tempo nostálgico, festivo e bem-humorado.

"Bem-vindo de volta à Casa Branca. Parece os velhos tempos", disse Biden a seu ex-chefe em um Salão Leste lotado, na qual eles entraram juntos sob aplausos de funcionários e membros do Congresso.

Esta foi a primeira vez de Obama nas salas históricas da sede do governo americano desde que deixou o cargo há cinco anos, quando entregou o poder a Donald Trump.

"Vice-presidente Biden", disse Obama ao microfone, antes de corrigir-se entre risos: "Isso foi uma brincadeira".

Biden deu sequência à brincadeira apresentando-se como "o vice-presidente de Barack Obama".

Para Biden, que serviu por dois mandatos como braço direito do primeiro presidente negro dos EUA, antes de desistir da aposentadoria para vencer Trump nas eleições, também foi um momento comovente.

Afetado pelas consequências da pandemia de covid-19, a inflação galopante, uma oposição republicana obstrucionista e a invasão russa da Ucrânia, em pouco mais de um ano o presidente conheceu as dificuldades reais de seu cargo. Seus índices de aprovação nas pesquisas estão muito ruins. Ficaram estagnados na faixa de 40%, com poucos sinais de melhora.

O motivo para a reunião, no entanto, é um acontecimento político feliz: o 12º aniversário da Lei de Assistência Acessível, considerada uma grande conquista interna de Obama.

Conhecido popularmente como Obamacare, o plano de saúde subsidiado ampliou o acesso a serviços médicos a milhões de pessoas em um país onde muitos não têm condições financeiras para consultar um médico ou dentista e podem entrar em falência no caso de uma cirurgia de emergência.

Os republicanos já investiram em reiteradas tentativas de eliminar o plano que denunciam como socialismo, mas o Obamacare sobreviveu à maioria dos ataques e, no mandato de Biden, foi ampliado.

"Apesar das grandes dificuldades, Joe e eu estávamos determinados", disse Obama. "Eu tinha a intenção de obter a aprovação da assistência de saúde mesmo que isso me custasse a reeleição, o que por um tempo parecia que iria acontecer."

- Almoço poderoso -

O verdadeiro objetivo da reunião entre Biden e Obama era mais amplo: uma oportunidade para reforçar a marca centrista de Biden e tranquilizar os democratas que acreditam que as pesquisas preveem uma inevitável derrota eleitoral em novembro, com os republicanos recuperando o controle do Congresso.

Além de falar sobre política sanitária, a Casa Branca observou que o 44º presidente e o atual 46º almoçaram juntos, como costumavam fazer uma vez por semana durante o governo Obama.

"São amigos de verdade, não apenas amigos de Washington", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.

Dizem que amigos verdadeiros são raros em Washington, mas Barack e sua esposa Michelle Obama são com certeza populares entre os democratas. E este brilho pode ser pulverizado no partido.

No entanto, tratando-se das eleições de meio de mandato, Obama não é exatamente o melhor modelo: seus democratas foram derrotados no Congresso nas eleições de 2010 e 2014.

Por outro lado, Obama demostrou com sua reeleição em 2012 que um presidente pode sobreviver a terremotos - talvez uma lição para Biden em 2024, quando pode enfrentar novamente uma batalha contra Trump.

Obama, com suas famosas habilidades retóricas ainda intactas, pediu aos democratas que não percam sua autoconfiança.

"Estou fora do circuito, mas sei como as pessoas podem estar desanimadas com Washington", afirmou.

Em seu discurso, Biden deu a entender que a assistência para a saúde poderia ser um dos elementos da tentativa dos democratas de manter o controle do Congresso.

"Se os republicanos voltarem ao poder, eles tentarão revogar a Lei de Assistência Acessível", alertou. "Então prestem muita atenção, pessoal."

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, está a ponto de deixar seu cargo para trabalhar no canal de televisão MSNBC, anunciaram nesta sexta-feira (1º) o site Axios, o canal CNN e o jornal New York Times.

Psaki, que retornou nesta sexta-feira à famosa sala de imprensa da Casa Branca depois de alguns dias de ausência por ter sido diagnosticada com covid-19, se esquivou de responder a preguntas sobre o seu futuro.

"Vocês não vão se livrar de mim ainda", brincou ao responder a um jornalista, e acrescentou: "Não tenho nada a confirmar sobre a duração de meu [cargo] de serviço público" ou "sobre projetos futuros".

Jen Psaki também foi perguntada sobre os problemas éticos que podem surgir se continuar trabalhando como porta-voz enquanto negocia um cargo com um meio em particular.

"Esta administração impõe a todos uma série de obrigações legais e éticas rígidas [...] enquanto as discussões com futuros empregadores. [...] Respeitei [essas regras] e fui mais além", afirmou.

Segundo o site de notícias Axios, o primeiro a revelar a informação, Jen Psaki, de 43 anos, está em negociações com a MSNBC, uma emissora progressista que já recrutou a ex-porta-voz da vice-presidente Kamala Harris, Symone Sanders.

Segundo a CNN, Psaki permanecerá no cargo até o popular jantar anual da Associação dos Correspondentes da Casa Branca (WHCA, na sigla em inglês), que acontece em 30 de abril e cujas duas últimas edições foram canceladas por causa da pandemia.

A atual porta-voz presidencial disse em 2021 que tinha a intenção de ocupar o cargo apenas por mais um ano, porque queria passar mais tempo com seus dois filhos pequenos.

Após ocupar vários cargos no governo durante os dois mandatos de Barack Obama, Psaki se juntou à CNN em 2017 como comentarista de política. Depois, em novembro de 2020, integrou a chamada equipe de "transição", responsável por preparar a chegada de Joe Biden à Casa Branca.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recusou-se nesta segunda-feira (28) a se retratar após dizer que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, "não deve permanecer no poder". O americano afirma que expressou "uma indignação pessoal" e não "uma política" de favor da mudança de regime.

"Não me retrato por nada. Qquero deixar claro que não estava nem no momento, nem agora, articulando uma mudança de política. Eu estava expressando a indignação moral que sinto, não peço desculpas por meus sentimentos pessoais", disse Biden a repórteres na Casa Branca.

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Vários líderes e analistas independentes consideraram um erro o comentário feito por Biden em Varsóvia ao final de uma viagem diplomática de três dias.

"Pelo amor de Deus, este homem não pode permanecer no poder", afirmou.

Biden disse que não está preocupado com a escalada das tensões com Putin após os comentários. "Me dirigia ao povo russo, dizendo a eles o que pensávamos." "Eu não me importo com o que ele pensa", acrescentou.

O governo ucraniano afirma que até 10.000 pessoas podem ter sido mortas desde o início da invasão de Putin há mais de um mês.

Ataques russos perto de Kiev cortaram a eletricidade de mais de 80.000 casas, apesar de Moscou aparentemente anunciar que mudaria seus objetivos de guerra para se concentrar no leste da Ucrânia.

Biden deixou as portas abertas, no entanto, ao afirmar que uma reunião com Putin dependeria "do que ele quer falar", sobre "se há algo em um encontro que possa acabar com esta guerra e reconstruir a Ucrânia".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reuniu-se neste sábado (26), em Varsóvia, com dois ministros ucranianos para demonstrar seu apoio ao país invadido pela Rússia e questionou que Moscou tenha limitado seus objetivos militares, depois de um mês de duros combates.

Na capital polonesa, Biden teve seu primeiro encontro com membros do governo de Kiev desde o início da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Na conversa com o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, e o da Defesa, Oleksiy Reznikov, tratou-se do "compromisso inabalável [dos Estados Unidos] com a soberania e com a integridade territorial da Ucrânia", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos americano, Ned Price.

Depois disso, Biden se reuniu com o presidente polonês, Andrzej Duda, a quem reiterou o "compromisso sagrado" dos Estados Unidos com o pacto de defesa coletiva da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em uma mensagem dirigida aos países da fronteira com a Ucrânia preocupados com a ofensiva russa.

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão com o objetivo de destruir as capacidades militares desta ex-república soviética e derrubar o governo pró-ocidental de Volodymyr Zelensky. Um mês depois, porém, as tropas russas parecem longe dos avanços esperados: não conseguiram capturar quase nenhuma cidade importante, e os ataques a civis são cada vez mais letais.

Na sexta-feira, um funcionário russo de alta patente anunciou, inesperadamente, que a partir de agora a ofensiva se concentrará na "libertação" de Donbass, no leste do país, já parcialmente dominado por grupos separatistas pró-Moscou.

O chefe do Estado-Maior adjunto das Forças Armadas, Serguei Rudskoy, afirmou que esta nova orientação se deve ao fato de "os principais objetivos da primeira fase da operação terem sido alcançados" e "as capacidades de combate das forças ucranianas terem sido reduzidas de maneira significativa".

Essa aparente mudança de estratégia coincide com informações, por parte do Ocidente, de que Moscou perdeu um sétimo general na guerra e que um coronel foi abatido por seus próprios homens. Os russos também enfrentam uma contra-ofensiva em Kherson, a única cidade importante capturada até agora.

Biden disse, no entanto, que não está convencido de que o anúncio de uma mudança de estratégia russa corresponda à realidade. Questionado em Varsóvia por um jornalista sobre as implicações dessa mudança, Biden respondeu: "Não tenho certeza de que tenham mudado".

Neste sábado (26), a cidade de Lviv, no extremo-oeste da Polônia, relativamente pouco afetada pela guerra até o momento, foi alvo de dois bombardeios que deixaram cinco feridos, informou o governador regional.

O prefeito de Chernigov (norte) alertou, por sua vez, que as tropas russas apertaram o cerco, e agora é praticamente impossível retirar civis e feridos desta cidade localizada a 120 km de Kiev.

Desde o início da invasão, mais de 10 milhões de ucranianos (em torno de 25% da população) tiveram de abandonar suas casas, e 3,7 milhões deixaram o país. Destes, 2,2 milhões foram para a Polônia, segundo dados das autoridades ucranianas e da ONU.

Após encontro com refugiados ucranianos na Varsóvia, Biden chamou o presidente russo, Vladimir Putin, de "açougueiro". Em ocasiões anteriores, durante o conflito, já havia se referido a ele como um "criminoso de guerra".

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia, por sua vez, de estimular uma perigosa corrida armamentista, ao alardear suas armas nucleares. Em discurso por videoconferência no Fórum de Doha, Zelensky também pediu ao Catar que aumente sua produção de gás natural, para evitar a pressão russa sobre a União Europeia (UE). O bloco ainda é altamente dependente das importações de hidrocarbonetos russos.

Na sexta-feira, Estados Unidos e UE anunciaram a criação de um grupo de trabalho para reduzir a dependência da Europa de energia fóssil da Rússia, prevendo a entrega de gás americano.

O avião do presidente da Polônia, Andrzej Duda, teve de fazer um pouso de emergência em Varsóvia nesta sexta-feira (25).

O mandatário voava para Rzeszów, cidade perto da fronteira com a Ucrânia onde ele se encontraria com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mas a aeronave teve de voltar à capital polonesa devido a um problema ainda não especificado.

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No entanto, o chefe de gabinete de Duda, Pawel Szrot, disse à agência Reuters que o líder polonês não correu nenhum perigo. A Polônia é o país que mais recebeu refugiados da guerra na Ucrânia, com 2,2 milhões, segundo a ONU, de um total de mais de 3,7 milhões.

Da Ansa

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na segunda-feira (21) à noite que é "claro" que a Rússia está considerando o uso de armas químicas e biológicas na Ucrânia, ao mesmo tempo que advertiu para uma resposta "severa" do Ocidente caso decida seguir adiante.

"Ele está de costa para a parede", disse Biden sobre o presidente russo, Vladimir Putin, ao recordar que Moscou acusou recentemente Washington de armazenar armas químicas e biológicas na Europa.

"Simplesmente não é verdade, eu garanto a vocês", declarou a líderes empresariais em Washington.

"Também estão sugerindo que a Ucrânia tem armas químicas e biológicas. Este é um sinal claro de que ele (Putin) está considerando usar ambos os tipos (de armas)", ressaltou.

Sua advertência segue as declarações feitas por seu governo no início do mês, assim como por outras nações ocidentais, depois que autoridades russas acusaram a Ucrânia de tentar esconder um suposto programa de armas químicas apoiado pelos Estados Unidos.

"Agora que a Rússia fez as falsas alegações... todos nós devemos permanecer atentos para a possibilidade de que a Rússia utilize armas químicas ou biológicas na Ucrânia, ou crie operações de bandeira falsa usando as armas", tuitou a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.

Na segunda-feira, Biden também reiterou que uma ação deste tipo provocaria uma resposta "severa", mas até agora indefinida de aliados do Ocidente.

Putin "sabe que haverá consequências graves por causa da frente unida da Otan", afirmou, sem especificar quais ações a aliança adotaria.

A Rússia convocou, nesta segunda-feira (21), o embaixador do Estados Unidos em sinal de protesto, depois que o presidente Joe Biden qualificou o líder russo, Vladimir Putin, de "criminoso de guerra" em virtude do conflito na Ucrânia.

"Esse tipo de declaração do presidente americano, que não é digna de um político de alto escalão, pôs as relações russo-americanas à beira da ruptura", disse o Ministro das Relações Exteriores da Rússia em comunicado.

Segundo a nota, o embaixador John Sullivan recebeu uma carta formal de protesto pelas "recentes declarações inaceitáveis" de Biden. Além disso, o documento adverte que "as ações hostis contra a Rússia receberão uma resposta firme e decisiva".

Biden qualificou Putin como um "criminoso de guerra" em declarações à imprensa na semana passada, em meio aos intensos combates na Ucrânia, desde que Moscou enviou dezenas de milhares de tropas ao país.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, havia denunciado que as palavras de Biden faziam parte de uma retórica "inaceitável e imperdoável".

Por sua vez, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, reafirmou hoje que os Estados Unidos viam "provas claras" de que os russos "intencionalmente tem os civis como alvo e realizam ataques cegos".

"Os comentários do presidente Biden da semana passada se referem ao horror da brutalidade da Rússia contra um vizinho inocente", assinalou.

Por outro lado, Ned Price não quis confirmar o risco de "ruptura" nas relações diplomáticas.

"Pensamos que é importante manter canais de comunicação com a Rússia" e uma embaixada americana em Moscou e uma russa em Washington, "sobretudo durante estes tempos de tensão" e "de conflito", afirmou o porta-voz aos jornalistas.

Os Estados Unidos alertaram a China nesta quinta-feira para qualquer tentativa de "apoiar a agressão russa" contra a Ucrânia, onde novos bombardeios deixaram mais de 20 mortos no leste.

O presidente dos EUA, Joe Biden, ameaçará amanhã seu par chinês, Xi Jinping, com represálias se a China "apoiar a agressão russa" com uma ajuda militar, antecipou o secretário de Estado Antony Blinken.

O secretário estimou que os ataques da Rússia contra civis constituem crimes de guerra e acusou Moscou de não fazer "esforços significativos" na frente diplomática para resolver o conflito.

Essas advertências são feitas após uma série de relatos de bombardeios contra alvos civis, que já deixaram centenas de mortos desde o início da invasão à Ucrânia ordenada há três semanas pelo presidente russo, Vladimir Putin.

Kiev, onde o cerco das tropas russas é cada vez mais intenso, saiu hoje de um toque de recolher de 35 horas.

- 'Prestar contas' -

O Ministério russo da Defesa negou ter atacado ontem um teatro na cidade portuária de Mariupol, sudeste da Ucrânia, sitiada há mais de duas semanas pelas forças de Moscou.

Segundo autoridades locais, havia mais de mil refugiados no teatro. A ONG Human Right Watch (HRW), que destacou a falta de dados, citou a presença de pelo menos 500 pessoas.

As informações chegam a conta-gotas e em ocasiões contraditórias. A Ucrânia e os países ocidentais acusam a Rússia, que atribui o ataque a milicianos de extrema direita ucranianos.

O teatro de Mariupol "foi fortemente bombardeado hoje, embora servisse como um abrigo bem conhecido e claramente identificado para civis, incluindo crianças", denunciou o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, que também citou relatos de ataques russos contra a cidade de Mikolaiv.

"Esses ataques deliberados a civis e infraestruturas civis são vergonhosos, reprováveis e totalmente inaceitáveis", criticou Borrell, acrescentando que "os autores dessas graves violações e crimes de guerra, bem como líderes governamentais e comandantes militares, terão que prestar contas".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou ontem de "criminoso de guerra" seu par russo, Vladimir Putin, e anunciou o envio de uma grande ajuda militar à Ucrânia, onde civis foram atingidos em ataques a padarias, mercados e teatros.

"Acho que Putin é um criminoso de guerra", respondeu Biden a uma jornalista na Casa Branca. Sua secretária de imprensa, Jen Psaki, esclareceu em seguida que Biden "falava com o coração", depois de ver imagens de "ações bárbaras de um ditador brutal durante sua invasão de um país estrangeiro".

A resposta russa não demorou. "Consideramos inaceitável e imperdoável tal retórica do chefe de Estado cujas bombas mataram centenas de milhares de pessoas em todo o mundo", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov.

Cerca de 30 mil pessoas deixaram Mariupol na última semana, e outras 350 mil "continuam se escondendo em abrigos e porões" daquela cidade, segundo a prefeitura. Mais de 1.200 pessoas morreram em ações violentas em Mariupol desde o início da guerra, de acordo com fontes ucranianas.

As pessoas que conseguiram fugir da cidade descrevem uma situação humanitária crítica e relataram que tiveram que beber neve derretida e fazer fogo para cozinhar a pouca comida disponível.

"Piorava a cada dia. Não tínhamos energia elétrica, água ou comida. Não era possível comprar nada, em lugar nenhum", disse à AFP uma mulher que se identificou apenas como Darya.

- 'Novo muro' na Europa -

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, denunciou que a Rússia está erguendo um novo "muro" na Europa, "entre a liberdade e escravidão", em mensagem de vídeo transmitida na câmara baixa do Parlamento alemão.

Zelensky também criticou a Alemanha, que, durante anos, resistiu a romper os laços econômicos, em particular no setor de energia, com a Rússia.

A Otan rejeitou os pedidos da Ucrânia de envolvimento direto no conflito, pelo temor de provocar a Terceira Guerra Mundial entre beligerantes com enormes arsenais nucleares.

Até o momento, proporcionou ajuda militar. Joe Biden anunciou que os Estados Unidos também apoiarão a Ucrânia para adquirir novos sistemas de defesa antiaérea. Apesar desse cenário, Putin repetiu em uma reunião do governo que a operação se desenvolve "com sucesso".

O chefe de Estado russo também condenou as sanções impostas pelos países ocidentais em resposta à invasão, depois que Moscou foi excluída da maior parte do sistema financeiro ocidental, e afirmou que as medidas fracassaram.

Em nível global, a guerra pode custar um ponto percentual ao crescimento mundial ao longo de um ano caso os efeitos sobre os mercados de energia e financeiros perdurem, advertiu a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).

A Europa será a região mais afetada pelas consequências econômicas da ofensiva, segundo a organização.

- 'Modelo ucraniano' -

Mais de 3 milhões de pessoas fugiram do país, a maioria mulheres e crianças, segundo a ONU. Zelensky afirmou nesta quinta-feira que 108 crianças morreram na guerra.

Representantes de Kiev e Moscou conversaram por videoconferência em várias ocasiões esta semana. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a delegação russa está "fazendo grandes esforços e está disposta a trabalhar dia e noite, mas que os ucranianos não mostram tanto afinco".

Na quarta-feira, ele afirmou que um "compromisso" poderia ser alcançado para acabar com o conflito se a Ucrânia aceitar virar um país neutro, com base nos modelos da Suécia ou Áustria.

Mas o negociador ucraniano, Mikhailo Podolyak, destacou que o modelo da Ucrânia neste momento "só pode ser ucraniano".

Cada vez mais isolada, a Rússia desistiu de submeter uma resolução humanitária sobre a Ucrânia a votação no Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta sexta-feira, por não contar com o apoio de seus aliados mais próximos, indicaram fontes diplomáticas.

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou nesta quarta-feira (16) o mandatário russo, Vladimir Putin, de "criminoso de guerra" pela violenta invasão da vizinha Ucrânia.

"Eu penso que ele é um criminoso de guerra", respondeu Biden a uma jornalista que o questionou na Casa Branca durante a saída de um evento dedicado à luta contra a violência doméstica.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que Biden estava "falando com o coração" depois de ver imagens na televisão de "ações bárbaras de um ditador brutal em sua invasão de um país estrangeiro".

Psaki detalhou que "um procedimento jurídico [estava] ainda em curso no Departamento de Estado" com respeito a uma qualificação legal de "crimes de guerra" cometidos pela Rússia na Ucrânia.

O Kremlin reagiu quase que instantaneamente, qualificando de "inaceitável e imperdoável" as declarações de Biden.

"Consideramos inaceitável e imperdoável semelhante retórica por parte de um chefe de Estado, cujas bombas mataram centenas de milhares de pessoas em todo o mundo", declarou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, citado pelas agências TASS e Ria Novosti.

Até agora, nenhum funcionário americano tinha utilizado publicamente os termos "criminoso de guerra" ou "crimes de guerra", ao contrário de outros Estados e organizações internacionais.

O responsável pela política externa da União Europeia, Josep Borrell, por exemplo, classificou na semana passada de "atroz crime de guerra" o bombardeio russo de um complexo que abrigava uma maternidade e um hospital pediátrico em Mariupol, que deixou três mortos, entre eles uma criança, e 17 feridos.

"O que vimos do regime de Vladimir Putin com relação ao uso de munições lançadas sobre civis inocentes, isto já constitui, na minha opinião, um crime de guerra", assinalou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no dia 2 de março.

Por outro lado, o procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, que investiga denúncias de crimes de guerra na Ucrânia, visitou o país e falou por videoconferência com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou nesta quarta-feira a instituição.

Putin ordenou uma invasão em larga escala da Ucrânia há três semanas, dizendo que a Rússia quer forçar a desmilitarização do país vizinho e a derrubada do governo pró-ocidente.

As Forças Armadas da Ucrânia, que estão recebendo um enorme fluxo de armas dos países ocidentais, vêm resistindo e conseguindo frear, em grande medida, o avanço russo. Com isso, as tropas russas têm recorrido cada vez mais aos bombardeios sobre áreas civis.

Mais de três milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia desde o começo da invasão, segundo a agência de migração das Nações Unidas, a OIM.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta terça-feira (8) que a Rússia nunca poderá controlar toda a Ucrânia e prometeu que a guerra "nunca será uma vitória" para o presidente Vladimir Putin.

Da Casa Branca, Biden atacou Putin apontando que a guerra está custando um preço "horrível" e já gerou dois milhões de refugiados.

"A Rússia pode seguir avançando a um custo horrível, mas isso já está claro: a Ucrânia nunca será uma vitória para Putin", declarou o presidente americano. "Putin pode conseguir tomar uma cidade, mas jamais conseguirá controlar o país."

Apesar de sanções ocidentais sem precedentes, o líder russo prosseguiu com sua ofensiva militar e levou 13 dias para aceitar estabelecer "corredores humanitários" a partir de quatro cidades ucranianas.

Kiev classificou os corredores como um golpe publicitário, pois muitas das rotas de saídas levam à Rússia ou a seu aliado Belarus. Os dois lados se acusam mutuamente de violações do cessar-fogo.

O número de refugiados que cruzam as fronteiras da Ucrânia para escapar das cidades devastadas por bombardeiros e ataques aéreos ultrapassou os dois milhões, na pior crise do tipo na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com a ONU.

Diante da crise humanitária, Biden prometeu que apoiaria seus aliados: "Os EUA compartilharão a responsabilidade de cuidar dos refugiados para que o custo não recaia por completo nos países europeus que fazem fronteira com a Ucrânia."

"A guerra de Putin causou um enorme sofrimento em uma perde desnecessária de vidas, de mulheres, crianças, todos", ressaltou o presidente americano, que acusa seu par russo de atacar civis indiscriminadamente, em escolas, hospitais e apartamentos. "Mas Putin parece determinado a continuar seu caminho assassino custe o que custar."

Vários funcionários americanos afirmaram que o objetivo de Washington é limitar o conflito à Ucrânia, impedindo sua expansão e um confronto direto - e potencialmente nuclear - com Putin.

Segundo oficiais de inteligência dos Estados Unidos, a Rússia está se preparando para uma guerra prolongada, portanto, Washington prevê ajudar militarmente a resistência ucraniana a contra-atacar.

"Seguiremos ajudando o valente povo ucraniano na luta por seu país", disse Biden, que prometeu "apoiá-los contra a tirania, a opressão e os atos violentos de subjugação".

"Quando a história dessa guerra for escrita, a guerra de Putin contra a Ucrânia terá deixado a Rússia mais fraca e o resto do mundo, mais forte", declarou.

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