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O presidente americano, Joe Biden, "monitora" de perto as manifestações na China, que exigem liberdades e o fim dos confinamentos impostos para combater a covid-19, informou nesta segunda-feira (28) a Casa Branca.

As autoridades chinesas tentavam nesta segunda-feira conter um movimento de insatisfação da população contra as restrições sanitárias e a favor de mais liberdade. No domingo, uma multidão saiu às ruas de várias cidades, no que parece ter sido a maior mobilização popular desde os protestos pró-democracia de 1989, que foram duramente reprimidas.

"(O presidente) está monitorando. Todos nós estamos. Então sim, é claro que o presidente está ciente" do que está acontecendo na China, declarou aos jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, sem especificar a reação de Biden às exigências dos manifestantes.

"O presidente não vai falar pelos manifestantes ao redor do mundo. Eles estão falando por si mesmos", completou.

No entanto, Kirby destacou o apoio dos Estados Unidos aos direitos dos manifestantes.

"As pessoas precisam ter o direito de se reunir e protestar pacificamente contra as políticas, leis ou imposições com as quais não concordam", disse Kirby.

"Estamos acompanhando a situação de perto, como era de se esperar", acrescentou.

Nesta segunda-feira, o Departamento de Estado sugeriu que Washington considera excessivas as políticas de confinamento contra a covid-19 na China.

"Acreditamos que será muito difícil para a República Popular da China conseguir conter esse vírus por meio de sua estratégia de 'covid zero'", disse um porta-voz do departamento.

A insatisfação cresce há meses devido às medidas rígidas das autoridades chinesas para controlar o coronavírus, incluindo longas quarentenas, confinamentos e restrições de viagem.

Fora do país, as comunidades chinesas também organizaram vigílias para homenagear as vidas perdidas por causa da política 'covid zero', como dos mortos no incêndio na cidade de Urumqi, na província de Xianjiang (noroeste) este mês. Muitos afirmam que o confinamento dificultou os trabalhos de resgate.

Em Los Angeles, mais de 100 pessoas se reuniram em frente ao consulado da China no domingo, relataram alguns participantes à AFP.

Michael Luo, um estudante de 25 anos, disse que sentia "raiva, tristeza e um pouco de frustração".

Enquanto isso, em Washington, cerca de 25 membros da comunidade uigur se concentraram nesta segunda-feira em frente ao Departamento de Estado para pedir uma maior pressão sobre Pequim.

"Queremos que emitam uma declaração formal condenando a perda de vidas, vidas uigures, e que peçam transparência total sobre o número real de mortes", disse Salih Hudayar, um uigur americano.

Ao comentar os protestos na China, Hudayar disse à AFP que estava "bastante surpreso por eles terem conseguido ir às ruas e se manifestar, e pelo menos expressar sua raiva".

"Como uigures não podemos fazer isso", disse. "Esperamos que a comunidade internacional apoie estes manifestantes para exigir que o governo chinês preste contas", concluiu.

Pela primeira vez na História dos Estados Unidos, um presidente em exercício - o democrata Joe Biden - completa 80 anos este domingo (20), mas a Casa Branca não prevê qualquer celebração pública.

No meio da tarde, a primeira-dama, Jill Biden, publicou uma mensagem afetuosa, com duas fotos do casal dançando vestindo smoking e traje de gala.

"Não há ninguém com quem eu prefira dançar além de você. Feliz aniversário, Joe! Eu te amo", tuitou Jill Biden.

Esta foi a única menção ao aniversário feita pela Casa Branca e, com nenhum evento público previsto, não há indícios de como ou até mesmo se o presidente vai comemorar a data.

Na véspera, a família Biden recepcionou uma grande festa na Casa Branca: o casamento da neta de Biden, Naomi, um evento fechado à imprensa.

Biden tem um assunto importante a discutir com sua família nos próximos dias - se irá tentar ou não a reeleição em 2024.

Em coletiva de imprensa em 9 de novembro, ele disse que "pretende" concorrer e afirmou que ele e a esposa vão "fugir" por uma semana em algum momento entre o Dia de Ação de Graças e o Natal para decidir em conjunto com sua família.

Biden prometeu tornar pública sua decisão no começo de 2023.

Várias pesquisas recentes indicam que a maioria dos americanos não quer que Biden volte a se candidatar.

Embora haja muitos nomes influentes com mais de 70 ou até mesmo 75 anos no cenário político americano, as eleições de meio de mandato trouxeram um início de mudança geracional no Partido Democrata.

A presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, de 82 anos, anunciou na quinta-feira sua decisão de não voltar a se candidatar ao posto.

Biden se submeteu a um extenso check-up médico há cerca de um ano e os exames atestaram que ele é um homem "saudável e vigoroso", em forma para o exercício da Presidência.

Mas as demandas do cargo também deixaram marcas em Biden, que agora apresenta rigidez ao caminhar e apresenta momentos de confusão.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o chefe de Estado da China, Xi Jinping, se reúnem nesta segunda-feira (14) em Bali para abordar suas muitas divergências e estabelecer "salvaguardas" a sua rivalidade antes da cúpula de líderes mundiais do G20.

O primeiro encontro presencial de Biden e Xi com ambos na presidência marcará o tom da reunião de cúpula, afetada de maneira antecipada pelas tensões geopolíticas, em particular as vinculadas à guerra na Ucrânia.

As divergências entre as duas maiores economias do planeta aumentaram nos últimos três anos: da concorrência comercial às polêmicas sobre a origem da pandemia de covid, passando pelas críticas aos direitos humanos na China ou a respeito do status de Taiwan.

Com as duas potências disputando influência política, econômica e militar no Pacífico, onde uma corrida armamentista acontece há vários anos, Biden quer estabelecer as "linhas vermelhas" na rivalidade.

O objetivo final é estabelecer "salvaguardas" e esclarecer as "regras ao longo do caminho". "Fazemos tudo isto para evitar que a concorrência vire um conflito", disse um alto funcionário da Casa Branca.

A delegação americana deseja convencer Pequim a pelo menos controlar a Coreia do Norte, após os vários lançamentos de mísseis este ano e os temores de um teste nuclear.

Xi, que adotou uma política externa mais agressiva, chega ao encontro de cúpula fortalecido depois de ter sido eleito para um histórico terceiro mandato e provavelmente com pouco incentivo para ajudar seu principal rival.

O presidente chinês chegou a Bali duas horas e meia antes da reunião, a sua segunda viagem ao exterior desde o início da pandemia.

O governo chinês afirmou que espera que o encontro entre Xi e Biden volte a colocar as relações "no caminho certo".

"Esperamos que os Estados Unidos trabalhem em conjunto com a China, mantendo de maneira apropriada as diferenças sob controle, promovendo uma cooperação mutuamente benéfica e evitando mal-entendidos e erros de julgamento, para levar as relações EUA-China de volta ao caminho certo, para um desenvolvimento estável e saudável", disse a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, à AFP.

Na agenda de Xi Jinping também estão reuniões com os presidentes da França, Emmanuel Macron, da Argentina, Alberto Fernández, e com o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese.

- A sombra de Ucrânia -

O encontro bilateral pode ofuscar o início de uma reunião marcada pela guerra na Ucrânia, apesar dos esforços da Indonésia para tratar de questões como a cooperação econômica ou mudança climática.

O conflito não está oficialmente na agenda, mas suas consequências são difíceis de ignorar: aumento expressivo dos preços dos alimentos, encarecimento da energia, desaceleração da recuperação econômica após a pandemia e temores de recessão.

Com até 17 chefes de Estado e de Governo presentes na ilha paradisíaca da Indonésia, o grande ausente na mesa será o presidente russo, Vladimir Putin.

A Rússia será representada pelo ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, que afirmou rejeitar a "politização do G20, a introdução de questões não relacionadas e que deliberadamente provocam conflitos nas discussões".

Em uma aparente mensagem a Moscou, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, defendeu em Bali que a melhor coisa para a economia mundial é "acabar com a guerra da Rússia".

Em uma tentativa de permanecer neutra no conflito, a Indonésia driblou as pressões ocidentais para afastar Putin do evento, mas, ao mesmo tempo, convidou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que discursará por vídeo.

A reunião oficial acontecerá na terça-feira e quarta-feira, com três sessões de trabalho, concentradas na segurança alimentar e energética, saúde transformação digital.

Depois de várias reuniões prévias sem qualquer acordo pelas tensões geopolíticas, analistas consideram difícil que a reunião divulgue uma declaração conjunta dos líderes do bloco, que representa mais de 80% do PIB mundial.

O principal acordo anunciado antes do encontro é a criação de um fundo de 1,4 bilhão de dólares para a preparação a futuras pandemias, algo que a Indonésia, país anfitrião, considera insuficiente.

O bloco regional do Sudeste Asiático, a ASEAN, ganhou neste sábado (12) um novo membro surpresa do outro lado do mundo, pelo menos por um instante, graças a um deslize do presidente americano, Joe Biden.

"Quero agradecer ao primeiro-ministro pela liderança da Colômbia como presidente da ASEAN", declarou Biden, ao iniciar conversas com líderes regionais em Phnom Penh, presididas pelo primeiro-ministro cambojano, Hun Sen.

A Colômbia parece estar na mente do presidente americano, porque ele já havia cometido o mesmo erro ao deixar a Casa Branca para sua longa viagem à Ásia.

Biden disse aos jornalistas que estava "indo para a Colômbia", antes de se corrigir rapidamente: "quero dizer, Camboja".

O atual presidente dos Estados Unidos, que completa 80 anos este mês, é conhecido por suas inúmeras gafes cometidas durante grande parte de sua longa carreira em Washington.

O presidente americano, Joe Biden, chegou à Ásia neste sábado (12) com a promessa de pedir a seu homólogo chinês, Xi Jinping, que contenha as "piores tendências" da Coreia do Norte, quando os dois se reunirem pela primeira vez pessoalmente, durante a cúpula do G20 em Bali, Indonésia.

Em sua reunião durante a cúpula do G20 em Bali, na próxima segunda-feira (14), Biden dirá a Xi que a China tem "interesse em conter as piores tendências da Coreia do Norte", afirmou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, a repórteres.

Biden chegou hoje a Phnom Penh, capital do Camboja, para participar da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) antes de seguir para Bali.

Biden também dirá a Xi que, se o acúmulo de mísseis e de armas nucleares da Coreia do Norte "continuar nesse caminho, isso significará simplesmente um aumento da presença militar e de segurança dos Estados Unidos na região".

Falando a bordo do avião presidencial Air Force One pouco antes de aterrissar no Camboja, Sullivan disse que Biden não fará exigências à China, mas dará a Xi "sua perspectiva".

Ele observou que "a Coreia do Norte representa uma ameaça não apenas para os Estados Unidos, não apenas para a Coreia do Sul e o Japão, mas para a paz e a estabilidade de toda a região".

Se a China irá pressionar a Coreia do Norte, "será uma decisão deles", disse Sullivan.

No entanto, com a expectativa de que a Coreia do Norte teste uma arma nuclear e aumente suas capacidades de mísseis, "a situação operacional é mais grave no momento", concluiu Sullivan.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, engrossou o coro dos países que pedem uma ação internacional concertada para interromper o programa de mísseis de Pyongyang durante conversas com ASEAN, China e Coreia do Sul.

Tóquio e Seul estão cada vez mais alarmadas com a recente série de lançamentos de mísseis, incluindo um míssil balístico intercontinental.

Líderes das duas maiores economias do mundo, Biden e Xi conversaram por telefone várias vezes desde que Biden assumiu o cargo em janeiro de 2021, mas nunca se encontraram pessoalmente.

- Rivalidade regional -

Os dois terão muito o que conversar, em meio às inúmeras disputas entre Washington e Pequim sobre comércio e direitos humanos na região chinesa de Xinjiang e Taiwan.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos dois países que trabalhem juntos e advertiu, na sexta-feira (11), sobre o "crescente risco de que a economia mundial se divida em duas partes lideradas pelas duas maiores economias, Estados Unidos e China".

Antes do G20, Biden buscará fortalecer a influência de Washington no Sudeste Asiático em reuniões com governantes da ASEAN para contrabalançar a influência chinesa na região.

Nos últimos anos, a China vem intensificando sua presença por meio do comércio, da diplomacia e de seu poderio militar, em uma região que considera como sua área de influência.

Nesse sentido, Sullivan afirmou que Biden chega a Phnom Penh com uma agenda que enfatiza a política de seu governo de "aumentar" sua presença no Sudeste Asiático como um garantidor de estabilidade.

Biden disse que os Estados Unidos desejam colaborar com a ASEAN para "se defender das significativas ameaças que pesam sobre a ordem baseada em regras e no Estado de Direito".

- Xi presente, Putin ausente -

Biden e Xi chegam ao G20 apoiados por conquistas em casa. O Partido Democrata, de Biden, apresentou resultados surpreendentemente positivos nas eleições de meio de mandato americanas, enquanto Xi garantiu um histórico terceiro mandato presidencial.

No congresso do Partido Comunista da China em outubro, Xi advertiu para um clima geopolítico desafiador, sem citar os Estados Unidos diretamente.

A cúpula de Bali também marcará o retorno diplomático de Xi desde o início da pandemia da covid-19, quando ele interrompeu suas viagens internacionais.

Xi também se reunirá com o presidente francês, Emmanuel Macron, antes de viajar para Bangcoc para a cúpula do fórum Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).

Quem não estará em Bali é o presidente russo, Vladimir Putin, rejeitado por países ocidentais após a invasão da Ucrânia. Estará representado por seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

No encontro, Lavrov argumentará que os Estados Unidos desestabilizam a região da Ásia-Pacífico com sua política de confrontação, segundo a agência de notícias russa TASS.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, participará virtualmente da cúpula do G20, depois que a ASEAN rejeitou seu pedido para falar.

O presidente Joe Biden conversou por telefone nesta segunda-feira (31) com Luiz Inácio Lula da Silva sobre a "relação sólida" entre Estados Unidos e Brasil, e ambos os líderes se comprometeram a cooperar para enfrentar "desafios comuns", informou a Casa Branca após a vitória eleitoral do petista.

"Os dois líderes conversaram sobre a relação sólida entre Estados Unidos e Brasil e se comprometeram a continuar trabalhando como parceiros para abordar desafios comuns, incluindo a luta contra a mudança climática, proteger a segurança alimentar, a democracia e a gestão da migração regional", indicou a Casa Branca em comunicado.

Biden insistiu que as eleições no Brasil, em que Lula derrotou Bolsonaro por uma margem estreita de 50,9% contra 49,1%, foram "livres, justas e críveis", como já havia afirmado no domingo, pouco depois do anúncio dos resultados.

O presidente americano elogiou "a força das instituições democráticas do Brasil", segundo o comunicado.

"As instituições democráticas do Brasil realizaram ontem o que pode ser descrito como uma eleição exemplar", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

O Brasil é "uma democracia líder na região, um país com o qual compartilhamos uma série de interesses importantes", afirmou em sua coletiva de imprensa diária.

"Há muitas oportunidades de cooperação, muitas oportunidades para aprofundar nossa cooperação entre nossos dois países em várias frentes, mas a eleição, é claro, terminou ontem e a posse ainda está a alguns meses de distância, então eu não gostaria de me adiantar", acrescentou.

Em sua primeira reação após a vitória, Lula garantiu que vai combater o desmatamento e que "o Brasil está de volta" ao cenário internacional.

Desde a confirmação da vitória nas urnas, Lula se reuniu com o presidente argentino, Alberto Fernández, e conversou com vários líderes estrangeiros.

Bolsonaro ainda não foi a público reconhecer a derrota na eleição.

Líderes de vários países e políticos brasileiros parabenizaram o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pela vitória no segundo turno das eleições, neste domingo (30).

O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, parabenizou o presidente recém eleito. Pelas redes sociais, FHC disse que "venceu a democracia, venceu o Brasil!"

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Candidato à Presidência no primeiro turno pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Ciro Gomes cumprimentou Lula pelas redes sociais. “Desejo ao presidente eleito toda a felicidade na honrosa missão a si concedida pela maioria de nosso povo brasileiro”, disse.

Apoio internacional

Diversos líderes internacionais já manifestaram apoio ao presidente eleito. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, cumprimentou a vitória de Lula por meio de nota.

"Envio meus cumprimento a Luiz Inácio Lula da Silva em sua eleição para ser o próximo presidente do Brasil por meio de eleições livres, justas e confiáveis. Espero que trabalhemos juntos para continuarmos a cooperação entre os dois países nos meses e anos a seguir".   

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que ambos enfrentarão unidos "muitos desafios comuns".

O presidente do Chile, Gabriel Boric, também usou o twitter para parabenizar o presidente eleito.

Ao cumprimentar Lula, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau afirmou que "está ansioso para trabalhar" com o futuro presidente.

"O povo do Brasil falou. Estou ansioso para trabalhar com @LulaOficial para fortalecer a parceria entre nossos países, entregar resultados para canadenses e brasileiros e avançar em prioridades compartilhadas – como proteger o meio ambiente. Parabéns, Lula!"

O presidente do Panamá, Nito Cortizo, afirmou esperar que os países continuem "trilhando juntos o caminho da amizade e da cooperação em benefício de nossas nações".

O embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, também parabenizou Lula pela vitória, por meio do Twitter: "Parabéns, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pela vitória nas eleições! Estamos felizes com a perspectiva de ampliarmos juntos e aprofundarmos ainda mais as relações Brasil-Alemanha".

Joe Biden, o presidente de mais idade na história dos Estados Unidos, disse nesta sexta-feira (21) que tem a "intenção" de voltar a se candidatar à Casa Branca em 2024, e que sua esposa Jill acredita que ele não deveria "rejeitar" essa possibilidade.

"Não tomei essa decisão formalmente, mas é a minha intenção concorrer outra vez, e temos tempo para tomar essa decisão", disse Biden, que completa 80 anos no próximo mês, em uma entrevista à emissora MSNBC.

"Minha esposa acredita que estamos fazendo algo muito importante e que eu não deveria rejeitar [concorrer novamente]", acrescentou. Se for reeleito, terminaria o seu segundo mandato com 86 anos.

Biden voltou a insinuar que parte da motivação para se apresentar à reeleição seria a contraposição a uma candidatura de Donald Trump, e acrescentou que seu filho Beau, morto em 2015, teria lhe pedido que concorresse "dependendo do adversário".

Biden também explicou que se fizesse um anúncio formal de sua candidatura à reeleição, isso modificaria o seu status legal. "Uma vez que eu faça esse compromisso, aparecerão uma série de regulações e eu teria que me comportar como um candidato a partir deste momento", argumentou.

A pressão sobre Biden acerca de sua eventual candidatura crescerá após as eleições de meio mandato de 8 de novembro, nas quais as pesquisas indicam que o Partido Democrata poderia perder o controle do Congresso frente aos republicanos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, promoveu nesta quinta-feira seu plano de investimento em infraestrutura, durante uma visita à Pensilvânia em apoio ao candidato ao Senado John Fetterman, cuja carreira poderia ser chave para que os democratas não percam o controle do Congresso nas eleições de meio de mandato ("midterms"), em 8 de novembro.

Biden desembarcou em Pittsburgh, onde visitou uma ponte em reforma que deseja converter em símbolo do sucesso de seu programa de investimento em infraestruturas, antes de seguir para uma arrecadação de fundos na Filadélfia ao lado de Fetterman, um democrata que pretende ingressar no Senado após as eleições de 8 de novembro.

O plano que os democratas conseguiram aprovar em um Congresso dividido é "o maior investimento" na história do país, disse o presidente perto da ponte Fern Hollow. "Não há lugar melhor para falar sobre a reconstrução da coluna vertebral dos Estados Unidos, a classe média", acrescentou.

"Quero sintam o que eu sinto: orgulho do que podemos fazer quando trabalhamos juntos", continuou Biden, em um discurso destinado a reunir os democratas três semanas antes das eleições de meio de mandato.

Analistas consideram a Pensilvânia um dos poucos estados cruciais que os democratas devem ganhar para manterem o controle do Senado. Na Câmara dos Representantes, a luta promete ser ainda mais difícil.

- Disputa acirrada -

John Fetterman, cuja corpulência, tatuagens e preferência por moletons e bermudas cargo o fazem uma das figuras mais incomuns da campanha eleitoral, recebeu o presidente com um terno mais clássico.

O vice-governador da Pensilvânia desde 2019 e ex-prefeito de Braddock, cidade atormentada pela desindustrialização, enfrenta a acirrada concorrência do republicano Mehmet Oz, um médico que virou estrela de televisão.

Nem mesmo um derrame em maio o tirou da disputa. Um relatório médico divulgado esta semana declarou que Fetterman, de 53 anos, está em condições de concorrer a um cargo público e trabalhar. Um debate ao vivo em 25 de outubro testará o candidato, cujo desempenho será observado de perto em busca de sinais de fraqueza física ou cognitiva.

A disputa ficou, no entanto, mais apertada, pondo em xeque as esperanças democratas de manter o já frágil domínio do partido no Congresso. A última média das pesquisas mostra que a vantagem de quase 11 pontos de Fetterman em meados de setembro diminuiu para cerca de cinco pontos.

Até agora, as tentativas de Biden de ajudar seu partido tiveram um efeito limitado. Seus pífios índices de aprovação, abaixo de 40%, não ajudam em nada.

Em discursos recentes, Biden prometeu proteger o direito ao aborto e mostrou sua disposição de enfrentar o alto preço da gasolina. A três semanas da eleição, porém, os americanos parecem estar se inclinando para a mensagem republicana de que os democratas estão falhando na gestão da economia.

- Ventos contrários -

Uma pesquisa divulgada nesta semana pelo jornal "The New York Times" com o Instituto Siena mostrou que, entre os prováveis eleitores, 26% citaram a economia como sua principal preocupação, e 18%, a inflação, a maior taxa em quatro décadas no país. Este é um problema que Biden não conseguirá resolver rapidamente. E, mesmo nos assuntos em que ele se sente seguro, as coisas também não são tão simples.

Em um discurso apaixonado, na terça-feira (18), Biden aproveitou a indignação com a decisão da Suprema Corte, em junho, de derrubar Roe vs. Wade, a qual consagrou o direito ao aborto em todo país há meio século, visando a conquistar votos da esquerda e do centro.

Prevendo uma revolta das mulheres nas urnas, o democrata declarou que os republicanos "ainda não viram nada". Na pesquisa do NYT/Siena, porém, apenas 5% dos entrevistados disseram que o aborto era sua preocupação número um.

As eleições de meio de mandato são tradicionalmente difíceis para o partido da situação, motivo pelo qual uma grande derrota democrata não seria uma surpresa.

Segundo especialistas do boletim eleitoral Larry Sabato's Crystal Ball, da Universidade da Virgínia, o partido do presidente parecia estar voltando à realidade, após grandes esperanças de sucesso.

"Os habituais ventos contrários de meio de mandato continuam para os democratas. É difícil para um partido prosperar com um presidente impopular e com o público preocupado com questões como economia e inflação", disseram na quarta-feira (19).

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, irá "reavaliar" a relação com Riade, afirmou nesta terça-feira (11) a Casa Branca, depois de uma coalizão de nações produtoras de petróleo liderada pela Arábia Saudita tomar o lado da Rússia para reduzir a produção global.

A Opep+, que agrupa os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) liderada pela Arábia Saudita com seus 10 parceiros liderados pela Rússia, irritou a Casa Branca na semana passada com sua decisão de reduzir a produção em dois milhões de barris por dia a partir de novembro, aumentando os temores de uma disparada dos preços.

Biden "deixou muito claro que este é um relacionamento que precisamos continuar reavaliando, que precisamos estar dispostos a revisitar", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, à CNN.

"Certamente, diante da decisão da Opep, acredito que essa seja a postura do presidente", completou.

A decisão da Opep+ foi vista como uma derrota diplomática para Biden, que viajou à Arábia Saudita em julho para encontrar-se com o príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman, apesar de ter jurado tornar o reino um Estado "pária" internacionalmente em função do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018.

O desentendimento com a Arábia Saudita acontece em um momento delicado para o Partido Democrata de Biden, que encara eleições de meio de mandato em novembro com o aumento da inflação como um argumento-chave da oposição republicana.

Biden "está pronto para trabalhar com o Congresso para pensar como deveria ser essa relação no futuro", acrescentou Kirby, esclarecendo que conversas formais sobre o tema ainda não foram iniciadas.

Kirby falou um dia após o democrata Bob Menendez, presidente do influente Comitê de Relações Exteriores do Senado, pedir a Washington o fim de toda cooperação com Riade.

Menendez disse que a Arábia Saudita decidiu "financiar" a guerra da Rússia na Ucrânia com uma medida que denunciou como uma concessão a Moscou que prejudicaria a economia global.

- "Escolheram a Rússia" -

"Os Estados Unidos devem congelar imediatamente todos os aspectos de nossa cooperação com a Arábia Saudita, incluindo vendas de armas e cooperação de segurança além do absolutamente necessário para defender o pessoal e os interesses americanos", disse Menendez.

"Como presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, não aprovarei nenhuma cooperação com Riade até que o reino reavalie sua posição em relação à guerra na Ucrânia", garantiu.

A cooperação entre Estados Unidos e Arábia Saudita foi selada após a Segunda Guerra Mundial, brindando ao reino proteção militar em troca de acesso americano ao petróleo.

A estratégica relação, salpicada de crises foi retomada pelo antecessor de Biden, o republicano Donald Trump, em cujo mandato Riade representou um quarto das exportações de armas dos Estados unidos, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz.

A aproximação continuou com Biden. Em agosto, o Departamento de Estado anunciou a compra por parte da Arábia Saudita de caças e de 300 sistemas de mísseis Patriot MIM-104E, usados para derrubar mísseis balísticos e de cruzeiro de longo alcance, no valor de US$ 3,05 bilhões.

A Arábia Saudita enfrentou recentemente ameaças de foguetes lançados pelos rebeldes huthis do Iêmen, que recebem armamento e tecnologia iraniana.

Biden afirmou na semana passada que buscaria alternativas para evitar aumentos do preço da gasolina.

Isso pode incluir a liberação de mais petróleo da Reserva Estratégica americana, potencialmente mais perfurações internas, bem como medidas mais drásticas, incluindo limites às exportações.

O pedido de Menendez para congelar a venda de armas tem o apoio de vários parlamentares democratas, como o senador de Connecticut Chris Murphy, que disse à CNN que Washington deu carta branca a Riade por muito tempo.

"Durante anos olhamos para o outro lado enquanto a Arábia Saudita esquartejava jornalistas, participava de repressão política massiva, por um motivo: queríamos que, quando as coisas fossem mal, quando houvesse uma crise global, os sauditas nos escolhessem ao invés da Rússia", declarou.

"Bem, não o fizeram. Escolheram a Rússia", completou.

Com seu chamado para expandir o Conselho de Segurança da ONU, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, retomou as negociações paralisadas há vários anos, mas as perspectivas de reforma permanecem fracas.

Na Assembleia Geral anual da ONU, que terminou nesta segunda-feira (26), não faltaram discursos recorrentes do mundo em desenvolvimento sobre a suposta injustiça do Conselho de Segurança de 15 membros, no qual os cinco países vencedores da Segunda Guerra Mundial - Reino Unido, China, França, Rússia e Estados Unidos - detêm poder de veto.

Mas desta vez membros ocidentais do órgão, exasperados com o uso entusiástico do veto pela Rússia, que pode bloquear qualquer ação do Conselho sobre a invasão da Ucrânia, juntaram-se ao pedido de reforma.

Biden afirmou que os membros permanentes do Conselho deveriam usar o veto em situações "extraordinárias" e pediu uma ampliação do número de membros. Ele apoiou a criação de assentos permanentes para a África e a América Latina, ao mesmo tempo em que reiterou o apoio americano aos pedidos do Japão e da Índia.

"Chegou a hora de esta instituição se tornar mais inclusiva para que possa responder melhor às necessidades do mundo hoje", disse Biden.

Embora um alto funcionário americano tenha enfatizado "a seriedade" da proposta de Biden, ele reconheceu que não haverá um processo imediato de reforma.

"Isso nunca seria um ditado ou um fato consumado. A ideia sempre foi ouvir ideias e comparar notas", disse o funcionário, que se recusou a dizer se os Estados Unidos apoiariam o poder de veto para eventuais novos membros permanentes.

- Tomar a frente -

Richard Gowan, que acompanha as Nações Unidas para o International Crisis Group, considerou que o governo americano sabe que deve mostrar algum progresso sobre o assunto antes da próxima Assembleia Geral, em setembro de 2023.

"Caso contrário, Biden enfrentará acusações de ter levantado a ideia sem seriedade", disse Gowan.

"Dito isso, não acredito que o Estados Unidos tenha em mente um modelo claro de reforma, ou um plano muito detalhado do que fazer depois", acrescentou.

Gowan estimou que a posição de Biden foi uma resposta à crescente preocupação com um Conselho de Segurança cujos diplomatas estavam lendo generalidades pré-escritas em uma sessão enquanto a Rússia atacava a Ucrânia.

"Acho que os EUA tinham uma opção simples. Poderiam ignorar a questão, defender seus privilégios de veto e enfrentar acusações de estarem implicitamente do lado da Rússia para defender um sistema muito falho", disse Gowan.

"Ou poderiam tomar a frente de outros membros da ONU e se posicionar como um líder de reforma em potencial. Foi muito mais inteligente seguir esse segundo caminho."

O mais perto que a ONU esteve de uma reforma foi em 2005, quando Brasil, Alemanha, Índia e Japão lançaram uma candidatura conjunto para vagas permanentes.

A China se opôs fortemente a um assento para o Japão, potência rival na Ásia e aliado dos Estados Unidos, enquanto os outros três enfrentaram graus variados de descontentamento de seus respectivos vizinhos.

Os Estados Unidos viram pouca urgência em pressionar por uma reforma da ONU sob o governo do então presidente George W. Bush, que contornou o Conselho de Segurança para invadir o Iraque, um fato constantemente citado pela Rússia ao questionar o discurso de Biden.

- "Direito legítimo" -

O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse no sábado que Brasil e Índia eram "fortes candidatos" para a ampliação do Conselho de Segurança. Os países integram o chamado grupo BRICS, junto com a China e a África do Sul.

Diplomatas ocidentais veem essa postura como uma tentativa de semear divisões entre as duas potências em desenvolvimento e a Alemanha e o Japão, que se opuseram firmemente à invasão da Ucrânia pela Rússia.

William Pomeranz, diretor do Instituto Kennan do Centro Internacional para Acadêmicos Woodrow Wilson, duvida que a Rússia dê luz verde para qualquer possível reforma que dilua seu poder de veto.

"Acham que foi por isso que lutaram na Segunda Guerra Mundial e o que ganharam legitimamente" - o direito de vetar qualquer coisa que vá contra os interesses russos, disse Pomeranz.

O presidente Vladimir Putin "tornou a soberania e a existência da Rússia como grande potência uma de suas principais causas; não prevejo que a Rússia esteja disposta a aceitar qualquer reforma do Conselho de Segurança da ONU", acrescentou.

O ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, pediu que os esforços de reforma sejam "sinceros" e não sejam bloqueados por táticas processuais.

Há um "reconhecimento generalizado de que a arquitetura atual é anacrônica e ineficaz", disse Jaishankar. “Também se percebe como profundamente injusto negar a continentes e regiões inteiros uma voz em um fórum que delibera sobre seu futuro”.

O presidente americano Joe Biden recebe nesta sexta-feira (16) seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, em uma nova aproximação dos Estados Unidos, depois da cautela de Johannesburgo em condenar a Rússia por sua invasão à Ucrânia.

O presidente americano prevê tratar "vários temas, entre eles, a crise climática, como o desenvolvimento do comércio e do investimento... e outros desafios globais urgentes", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, na quinta-feira.

Ramaphosa chega a Washington um mês depois que o diplomata americano Antony Blinken viajou para a África do Sul, onde prometeu que os Estados Unidos fariam mais para ouvir os africanos.

Washington redobrou seus esforços nos últimos meses para fortalecer os laços com a África, onde está preocupado com a crescente influência da Rússia e da China.

Biden, que não esteve na África até agora, está organizando uma grande cúpula em Washington em dezembro com líderes do continente.

"O cenário atual tem suas razões e eu acho que nunca devemos tentar fingir que a história não existiu", disse a ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, nesta semana, convidada pelo think tank CFR em Washington.

A África do Sul não esquece o apoio da União Soviética à resistência contra o regime do apartheid, em comparação com os períodos de cooperação ocidental com o antigo regime supremacista branco.

"O que eu não gosto é que me digam o que fazer. Não vou me deixar ser pressionada", alertou Pandor durante a visita de Blinken, questionada sobre a posição da África do Sul contra a Rússia.

Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro, a África do Sul assumiu uma posição neutra e não se uniu aos apelos para condenar Moscou.

Um alto funcionário da Casa Branca disse na quinta-feira que espera "ouvir as opiniões da África do Sul sobre como trazer uma solução justa para o conflito" na Ucrânia.

Outra questão sensível: a China, com a qual a África do Sul mantém relações muito boas.

Os dois presidentes também vão discutir a ajuda prometida pelos países ocidentais para a transição energética da África do Sul, disse o alto funcionário dos EUA, que pediu para não ser identificado.

A África do Sul, onde o carvão desempenha um papel muito importante, recebeu a promessa de 8,5 bilhões de dólares de vários países desenvolvidos para abandonar este combustível. Mas o país teme que essa promessa de financiamento aumente sua dívida.

Apesar das diferenças, autoridades sul-africanas disseram ser muito mais simpáticas a Biden do que a seu antecessor republicano Donald Trump, que durante seu mandato falou da África em termos particularmente ofensivos.

"Ninguém se desculpou por isso até hoje", lembrou a ministra das Relações Exteriores da África do Sul.

Um referendo sobre Donald Trump e suas ideias "extremistas" em vez de um voto sobre Joe Biden e seus defeitos: é assim que o presidente americano gostaria que seus compatriotas enxergassem as eleições legislativas de meio de mandato, que renovam a Câmara Baixa e parte do Senado, previstas para novembro.

O democrata de 79 anos, que tem baixa popularidade, embora venha crescendo nas pesquisas, sempre repete: "Não me comparem a Deus, me comparem à alternativa". Uma forma sutil de dizer que seus defeitos são menores se comparados aos de seu principal adversário, o ex-presidente Donald Trump.

De fato, Biden atacou seu antecessor e os republicanos "extremistas" em seu discurso de quinta-feira na Filadélfia, onde classificou os seguidores do MAGA (Make America Great Again, bordão de Trump) como inimigos da democracia.

Com uma virulência incomum, o presidente proclamou: "Donald Trump e os republicanos do MAGA representam o extremismo que ameaça a própria fundação de nossa República". Os representantes da direita radical "se alimentam do caos. Não vivem à luz da verdade, mas à sombra da mentira".

Nem todos são uma ameaça

No entanto, o presidente garantiu nesta sexta-feira que não fazia referência a todos os eleitores de Trump, mais de 74 milhões de pessoas em 2021. "Não vejo todos os apoiadores de Trump como uma ameaça para a democracia", declarou Biden a um grupo de jornalistas na Casa Branca.

"As pessoas que votaram em Donald Trump e o apoiam hoje não votaram para atacar o Capitólio, não votaram para anular as eleições", completou.

O The New York Times ofereceu uma análise da postura do presidente: "Se perguntarem aos americanos se apoiam o Sr. Biden, é possível que digam que não. Se perguntarem se o apoiam contra o Sr. Trump, só podem responder que sim. Pelo menos essa é a teoria da Casa Branca".

E a Casa Branca também está por trás da teatralidade do evento na Filadélfia, onde Biden discursou ao pé do prédio onde a Constituição americana foi adotada, sob jogos de luz vermelha e sombras profundas, e com dois soldados atrás do presidente.

O uso destas simbologias para um discurso de campanha foi questionado não só por conservadores.

Um dos porta-vozes da Casa Branca, Andrew Bates, afirmou no Twitter que as falas de Biden são "alertas bem fundamentadas" e "tudo menos políticas".

No entanto, ao abordar questões como a defesa da democracia e do direito ao aborto, Biden tenta ofuscar os argumentos favoritos usados pela campanha republicana sobre economia e crime.

Estratégia e riscos

As eleições de meio de mandato sempre representam um teste para o partido no poder, que nem sempre consegue manter ou aumentar sua posição no Congresso.

Para Wendy Schiller-Kalunian, cientista política da Universidade de Brown, a estratégia dos democratas não é isenta de riscos.

"Os grupos-chave desta eleição são os simpatizantes republicanos dos subúrbios residenciais e os eleitores independentes" mais inclinados à direita, analisou.

"Se Biden fizer com que tudo seja sobre Trump, pode dar errado e encorajar este eleitorado a votar" nos republicanos, acrescentou Schiller-Kalunian, professora de assuntos públicos e internacionais.

Samuel Goldman, professor de ciência política da Universidade George Washington, estima que "os eleitores indecisos decidem sobre questões específicas como a economia" e que a prioridade de Biden é "galvanizar os apoiadores democratas".

Em suma, Biden enfrenta o mesmo dilema de todos os presidentes americanos: ser ao mesmo tempo chefe de Estado e líder de um partido.

"Devido à polarização ideológica, a fragmentação da mídia e a queda da confiança nas instituições, é cada vez mais difícil desempenhar os dois papéis ao mesmo tempo", analisou o cientista político.

O presidente americano, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira (24) que a maioria dos egressos do ensino superior nos Estados Unidos que mantêm dívidas estudantis terão um alívio de 10.000 dólares.

"Cumprindo minha promessa de campanha, minha administração está anunciando um plano para dar um alívio às famílias trabalhadoras e de classe média, enquanto se preparam para retomar os pagamentos dos empréstimos estudantis federais, em janeiro de 2023", tuitou Biden.

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O desconto de 10.000 dólares, anunciado a três meses das eleições de meio de mandato, tradicionalmente difíceis para o Partido Democrata no poder, só se aplica a quem ganhar menos de 125.000 dólares ao ano.

Para quem frequentou a universidade com ajuda do governo por meio das bolsas Pell, o alívio será de 20.000 dólares.

Segundo um estudo da universidade da Pensilvânia, o alívio de 10.000 dólares por si só custaria ao Estado cerca de 300 bilhões de dólares.

O gasto é necessário não só por questões de justiça social, mas também para que os "Estados Unidos ganhem a competição econômica do século XXI" graças à educação, justificou o presidente de 79 anos, durante um discurso posterior.

Segundo Biden, o desconto será financiado com a redução do déficit, alcançada em seu mandato.

- Joe classe média -

O presidente democrata, apelidado de "Joe Classe Média", volta a se apresentar como um defensor deste grupo socioeconômico, em oposição à redução de impostos para empresas, decretada por seu antecessor, o republicano Donald Trump.

A discussão sobre a dívida estudantil foi de fato intensa, como ocorre toda vez que se propõe transferir gastos privados à esfera pública em saúde e educação nos Estados Unidos.

Mas a decisão, que demandou mais de um ano de trabalho da Casa Branca, foi saudada por personalidades do Partido Democrata.

Os senadores Chuck Schumer e Elizabeth Warren evocaram em nota "um gigantesco passo rumo à resolução da crise da dívida estudantil".

Já para o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, tratou-se de uma reforma "profundamente injusta" e "uma bofetada para todas as famílias que fizeram sacrifícios para poupar para (pagar) a universidade" e conseguiram quitar a dívida por completo.

A decisão também divide os especialistas.

Alguns consideram que o gesto financeiro é arriscado em um momento em que os Estados Unidos enfrentam uma alta dos preços.

Foi o caso de Jason Furman, ex-conselheiro econômico do ex-presidente Barack Obama, que advertiu no Twitter que é "inconsequente jogar 500 bilhões de dólares de gasolina no fogo da inflação".

Por outro lado, o economista-chefe da agência Moody's, Mark Zandi, avaliou que o impacto da medida sobre o crescimento e a inflação seria "marginal".

- Problema de décadas -

O problema da dívida estudantil dura décadas nos Estados Unidos.

As universidades com frequência podem custar entre 10.000 e 70.000 dólares ao ano, deixando os graduados com uma dívida avassaladora quando entram no mercado de trabalho.

Segundo estimativas do governo, a dívida média dos estudantes americanos quando se formam é de 25.000 dólares, um montante que muitos demoram anos ou até décadas para pagar.

No total, cerca de 45 milhões de universitários devem em todo o país 1,6 trilhão de dólares, segundo a Casa Branca.

A promessa de amortizar a dívida estudantil "é a razão pela qual muitas pessoas da minha idade e da minha geração votaram nele (Joe Biden), porque é algo que nos afeta fortemente", ressaltou Amarie Betancourt, de 20 anos, estudante na Howard University de Washington.

"Já é uma bênção que parte (da dívida) seja anulada", acrescentou Vivian Santo-Smith, estudante de ciência política na mesma universidade privada, historicamente relacionada com a comunidade afro-americana.

Biden ressaltou, no entanto, que a moratória sobre o reembolso dos empréstimos estudantis instaurada durante a pandemia terminará no fim do ano, e que será preciso começar a pagar a dívida após a dedução do perdão parcial decretado nesta quarta.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, testou negativo em um exame neste sábado (6) para Covid-19, poucos dias depois de ser diagnosticado pela segunda vez com a doença.

"O presidente continua se sentindo muito bem", afirmou o médico de Biden, Kevin O'Connor, em um comunicado. "Esta manhã, seu teste de antígeno SARS-CoV-2 foi negativo".

O chefe de Estado testou positivo pela primeira vez em 21 de julho e sofreu um efeito "rebote" da doença em 30 de julho.

Isolado na Casa Branca há uma semana, Biden pretende retomar suas viagens em breve.

De acordo com sua agenda oficial, o democrata viajará ao estado do Kentucky, que sofreu inundações devastadoras recentemente.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pretende restaurar no sistema de saúde as normas antidiscriminatórias voltadas para pessoas trans, que foram eliminadas no mandato de seu antecessor, Donald Trump, anunciou a Casa Branca nesta segunda-feira (25).

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês) reforçará uma disposição da Lei de Tratamento Acessível - conhecida popularmente como Obamacare - que proíbe discriminações por motivos de raça, cor, origem, sexo, idade e deficiência.

"Todo mundo nos Estados Unidos deveria poder obter o atendimento que precisa de qualquer provedor de saúde no país, especialmente se esse provedor está recebendo financiamento do HHS", comentou o secretário de Saúde, Xavier Becerra.

"Queremos garantir que os americanos não sejam discriminados quando tentarem acessar o atendimento que necessitam", acrescentou.

Segundo grupos de defesa, as pessoas transgênero e não-conformantes de gênero enfrentam uma discriminação endêmica no atendimento médico, como assédios ou mesmo a negação total de cuidados.

Além das implicações para as pessoas trans, a lei também "deixa claro que a discriminação por razão de sexo engloba a discriminação por gravidez ou condições relacionadas, incluindo a 'interrupção da gravidez'", conclui o comunicado.

No início do mês, o HHS emitiu um guia para 60 mil farmácias de todo o país "lembrando suas obrigações em virtude das leis federais de direitos civis", já que recebem fundos federais.

O guia foi distribuído após vários relatos de que até mesmo em estados onde o aborto segue sendo legal, algumas farmácias se negavam a fornecer medicamentos com receita para interromper a gestação.

A nova regulamentação também exigirá às entidades que providenciam treinamento para seus funcionários sobre a prestação de serviços de assistência linguística às pessoas com nível de inglês limitado.

Becerra disse que, após um período aberto para comentários, espera que a norma entre em vigor no próximo ano.

A Casa Branca informou, em boletim médico divulgado neste sábado, que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, "continua a melhorar" dos sintomas de covid-19. Segundo o médico Kevin OConnor, os sintomas do presidente incluem dor de garganta, coriza, tosse e dor no corpo e estão menos incômodos. OConnor afirmou que Biden concluiu na noite de ontem o segundo dia completo de tratamento com o Paxlovid, antiviral da Pfizer contra a doença, e que seguirá com o tratamento. "O presidente está respondendo ao tratamento como esperado", disse o médico.

De acordo com o governo norte-americana, Biden testou positivo para covid na manhã da última quinta-feira (21). Ao informar a infecção, a Casa Branca ressaltou que Biden já tomou todas as doses necessárias da vacina contra a covid-19, incluindo duas de reforço.

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No boletim, OConnor informou também que, de acordo com sequenciamento preliminar do vírus, provavelmente Biden foi infectado com a cepa BA.5,subvariante da ômicron altamente contagiosa. "Esta é a variante SARS-CoV-2 que é responsável por 75-80% das infecções no Estados Unidos neste momento", disse. Biden continuará em isolamento social e em acompanhamento médico, concluiu o médico no boletim.

O coordenador de Covid-19 da Casa Branca, Ashish Jha, disse à imprensa que a Casa Branca identificou 17 pessoas, incluindo funcionários do alto escalão e membros do Congresso, que são considerados contatos próximos de Biden. Nenhum deles testou positivo para covid-19, segundo ele. A primeira-dama Jill Biden testou negativo para covi-19 na manhã de sexta-feira em Wilmington, de acordo com um porta-voz, que disse que ela continua sem sintomas. A vice-presidente Kamala Harris também testou negativo para covid na quinta-feira, de acordo com um funcionário da Casa Branca. Desde que anunciou o diagnóstico do presidente, a Casa Branca enfatizou que Biden, 79 anos, continua exercendo suas funções.

O presidente chinês Xi Jinping enviou uma mensagem ao seu homólogo americano, Joe Biden, nesta sexta-feira, desejando-lhe uma "rápida recuperação", depois que o presidente americano testou positivo para a Covid-19, informou a CCTV.

"Gostaria de expressar minha mais profunda simpatia a ele e desejar-lhe uma rápida recuperação", escreveu Xi na carta.

Biden, que tem sintomas leves, insistiu na quinta-feira que estava "muito bem" e disse que continuaria trabalhando na Casa Branca.

Este é o primeiro contato público entre os dois líderes desde sua última cúpula virtual há quatro meses, enquanto as relações entre as duas superpotências mundiais continuam se deteriorando devido às diferenças sobre a questão de Taiwan, a invasão russa da Ucrânia e a concorrência no setor de tecnologia, bem como a questão dos uigures.

Os dois dignitários falaram em 18 de março em uma videoconferência na qual Biden alertou Xi para descartar ajudar a Rússia em sua ofensiva na Ucrânia.

No início desta semana, Biden disse que ligaria para Xi nos "próximos dez dias", semanas depois que os principais diplomatas dos dois países se reuniram em uma tentativa de diminuir a crescente retórica sobre Taiwan.

Pequim criticou recentemente a viagem que a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, planeja fazer a Taiwan em agosto. Seria a visita oficial de mais alto nível em décadas à ilha autônoma, que a China afirma fazer parte de seu território.

A embaixada dos Estados Unidos no Brasil afirmou nessa terça-feira (19) que as eleições brasileiras “servem como modelo para o mundo”, um dia depois de Jair Bolsonaro questionar, sem provas, a segurança das urnas eletrônicas, em reunião com embaixadores.

"As eleições brasileiras, conduzidas e testadas ao longo do tempo pelo sistema eleitoral e instituições democráticas, servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo", ressaltou a embaixada americana em nota divulgada por sua assessoria de imprensa.

O presidente brasileiro se reuniu na última segunda (18) no Palácio da Alvorada com dezenas de embaixadores e diplomatas estrangeiros e, sem apresentar provas, criticou, em discurso de quase uma hora, a transparência da justiça eleitoral e a segurança das urnas eletrônicas.

"Os Estados Unidos confiam na força das instituições democráticas brasileiras. O país tem um forte histórico de eleições livres e justas, com transparência e altos níveis de participação dos eleitores", diz a nota da representação dos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse aos líderes árabes neste sábado (16) que Washington permanecerá totalmente comprometido com o Oriente Médio e não cederá sua influência para outras potências mundiais.

"Não vamos nos afastar, nem deixaremos um vácuo para que seja preenchido por China, Rússia, ou Irã", afirmou Biden, durante uma cúpula em Jidá, na costa do Mar Vermelho, na Arábia Saudita.

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Última parada da viagem de Biden ao Oriente Médio, a cúpula reúne os seis membros do Conselho de Cooperação do Golfo, assim como Egito, Jordânia e Iraque.

Biden pretendia aproveitá-la para falar da volatilidade dos preços do petróleo e expor sua visão sobre o papel de Washington na região.

Na sexta-feira (16), ele se reuniu com o rei Salman, da Arábia Saudita, e com o governante saudita "de fato", o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. As agências de Inteligência americanas afirmam que ele "aprovou" a operação de 2018 que matou o jornalista Jamal Khashoggi.

O príncipe herdeiro sempre negou qualquer envolvimento na morte de Khashoggi, assassinado no consulado do reino em Istambul. Seus restos mortais nunca foram encontrados.

Em suas declarações neste sábado, Biden disse aos líderes árabes ali reunidos que "o futuro será conquistado por países que liberarem todo potencial de suas populações (...), onde os cidadãos possam questionar e criticar os líderes sem medo de represálias".

A invasão russa da Ucrânia revelou uma divergência anteriormente impensável entre Washington e seus principais aliados do Oriente Médio - Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos -, gigantes do petróleo cada vez mais independentes no cenário internacional.

- Convite -

Também neste sábado, Biden convidou seu colega dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohamed bin Zayed Al-Nahyan, para visitar os EUA, em um gesto de reaproximação após meses de tensões pela guerra na Ucrânia e outras questões.

"Ambos entendemos que os desafios que enfrentamos hoje apenas tornam muito mais importante que passemos mais tempo juntos. Quero convidá-lo formalmente para os Estados Unidos, ao Salão Oval, antes do final do ano", disse Biden em uma reunião bilateral em Jidá, na Arábia Saudita.

Há anos governante "de fato" dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohamed assumiu o cargo, formalmente, em maio, após a morte de seu meio-irmão, xeque Khalifa.

Este rico estado do Golfo abriga tropas americanas e é um parceiro estratégico de Washington há décadas, mas seus laços econômicos e políticos com a Rússia são cada vez maiores.

O embaixador dos Emirados nos Estados Unidos, Yousef al-Otaiba, admitiu em março que as relações com Washington estavam passando por um "teste de estresse".

Esta declaração foi dada depois que os Emirados se abstiveram em uma votação do Conselho de Segurança da ONU sobre uma resolução pela retirada russa da Ucrânia.

O conselheiro político do xeque Mohammed, Anwar Gargash, disse a jornalistas na sexta-feira que os laços entre os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos têm "questões a serem resolvidas".

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