Tópicos | Mercosul

Em encontro da cúpula do Mercosul, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira (2), que buscará um esforço para "desfazer opiniões distorcidas" sobre a política ambiental do Brasil no exterior. Bolsonaro disse que os próximos meses serão de "grandes desafios" para a América do Sul devido ao novo coronavírus e que será preciso conciliar a preservação de vidas com "o imperativo de recuperar a economia". Ele também defendeu a agenda reformista e fez acenos por novos acordos comerciais do bloco.

"Nosso governo dará prosseguimento ao diálogo com diferentes interlocutores para desfazer opiniões distorcidas sobre o Brasil e expor as ações que temos tomado em favor da proteção da floresta amazônica e do bem estar das populações indígenas", disse Bolsonaro no encontro, que acontece por videoconferência. A reunião teve início por volta das 10h.

##RECOMENDA##

O Mercosul é formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A Venezuela também fazia parte do bloco, mas teve a participação suspensa em 2017 por ruptura da ordem democrática. Sobre isso, Bolsonaro afirmou que espera que a Venezuela "retome o quanto antes o caminho da liberdade".

O presidente também lamentou que a Bolívia, que está em processo de adesão ao Mercosul, não tenha participado dos trabalhos do semestre. "Continuemos todos a defender de modo incansável o compromisso do Mercosul com a democracia", declarou.

Em sua fala, Bolsonaro afirmou que o Mercosul é um "aliado essencial" para a "ambiciosa agenda de reformas" que o seu governo tem buscado implementar. O objetivo, segundo ele, é tornar o Estado mais eficiente e a economia mais dinâmica.

"No ano passado, alcançamos uma conquista histórica ao conseguir aprovar a reforma da Previdência. Estamos empenhados agora em outras reformas. Temos atuado com o mesmo empenho na melhoria do ambiente de negócios, atração de investimentos e renovação da infraestrutura", disse Bolsonaro.

"Buscamos também mais e melhor inserção do Brasil na região e no mundo. E o Mercosul é nosso principal veículo para essa inserção. Os históricos acordos selados em 2019 com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) evidenciam que estamos no caminho certo", emendou.

Além do acordo de livre-comércio firmado com a União Europeia no ano passado, que ainda terá de passar por processo de ratificação, Bolsonaro disse que "o Brasil está disposto a avançar em outros entendimentos com parceiros mundo afora".

"Queremos levar adiante Canadá, Coreia, Cingapura e Líbano. Queremos expandir acordos vigentes com Israel e Índia e abrir novas frentes na Ásia. Temos todo interesse de buscar tratativas com países da América Central."

Desde que o Conselho Nacional de Trânsito (Cotran) determinou que os veículos emplacados por meio do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (DETRAN-PE), passariam a contar com a nova Placa de Identificação Veicular (PIV), no sistema padrão Mercosul, 10.471 mil placas foram instaladas só em Pernambuco. Outras 1.057 mil placas foram instaladas por opção do motorista. Como era de se esperar, Recife foi a cidade pernambucana que mais teve placas no padrão Mercosul instaladas, com 2.776 mil. 

Agora sem o intermédio do Detran, as placas devem ser vendidas pelas estampadoras diretamente ao consumidor. Cabe ao órgão de trânsito informar ao proprietário do veículo as empresas que estão credenciadas. No Brasil como um todo, não existe um preço padrão para as novas placas e cada estampador pode cobrar diferentes valores - o que exige que o consumidor pesquise os melhores preços. Em Pernambuco, as empresas estão cobrando valores em torno de R$ 160 a R$ 180. 

##RECOMENDA##

Desde o dia 31 de janeiro, as Placas Mercosul estão sendo exigidas em situações específicas como: primeiro emplacamento; roubo; furto; extravio ou dano; mudança de categoria; segunda placa traseira (a exemplo de reboque) e mudança de unidade federativa ou município. O proprietário também pode, de maneira voluntária, optar pela troca da placa antiga pela nova. 

Segundo o Detran-PE, a segurança é um dos principais benefícios do novo modelo de placas, uma vez que ela possui QR Code com gravação a laser, efeitos visuais e número de série criptografado, além de outros itens de segurança que dificultam a clonagem. O novo sistema amplia o número de combinações de placas, passando dos pouco mais de 175 milhões de possibilidades da placa com três letras e quatro números para 456 milhões de possibilidades, a partir da adoção da quarta letra no instrumento.

Desde que foi decidida a adoção da placa do Mercosul em 2014, a implantação no registro foi adiada seis vezes. Inicialmente, a medida deveria entrar em vigor no início de 2016, mas disputas judiciais levaram ao adiamento da adoção da placa para 2017 - mas um novo prazo foi dado para que os Detrans pudessem se adaptar ao novo modelo e credenciamento das fabricantes das placas.

Até o dia 31 de janeiro, cerca de 5 milhões de veículos já estavam emplacados com a Placa Mercosul no Brasil. O governo federal estima que até o final de 2023, o Brasil já esteja com quase toda a frota de veículos circulando com a nova PIV.

Como emplacar?

No site do Detran-PE os motoristas que irão fazer o emplacamento conseguem visualizar os locais autorizados para o serviço. No entanto, para realizar o primeiro emplacamento é preciso agendar - também no site. No dia marcado, é necessário levar a nota fiscal original do veículo emitida pela montadora ou revendedora autorizada. 

O Detran-PE alerta que a nota fiscal deve ser de, no máximo, 30 dias. Além dela, é preciso levar cópia de comprovante de residência, documento oficial com foto e um termo de constatação fornecido pela concessionária autorizada ou laudo de vistoria emitido pelo Detran. 

Começou a valer ontem a obrigatoriedade de placas no padrão Mercosul em todo o País. No primeiro dia da regra, porém, despachantes da cidade de São Paulo relataram que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP) ainda não emitia os documentos necessários para o novo registro. Além disso, até o fim da tarde só constava uma empresa com sede na capital na lista de autorizadas a fazer o novo emplacamento, mas o serviço ainda não era oferecido no local. Em nota, o Detran afirmou que o problema técnico foi resolvido e disse ter emitido "mais de 10 mil autorizações", sem especificar em quais cidades.

São Paulo fazia parte do grupo de Estados que ainda não haviam aderido à placa Mercosul - o primeiro a adotar foi o Rio, em 2018. A implementação chegou a ser adiada seis vezes até o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determinar, em junho, que a placa seria obrigatória no Brasil a partir de 31 de janeiro. Os Detrans tiveram seis meses para adaptação.

##RECOMENDA##

Conforme explicações do Detran-SP, a instalação da placa passa a ser em duas etapas. Primeiro, o motorista leva a nota fiscal do veículo e outros documentos a uma unidade da autarquia, que emite o Certificado de Registro do Veículo (CRV). Com o CRV em mãos, o condutor precisa se dirigir a uma estampadora credenciada, pagar pela placa e fazer a instalação.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, quatro despachantes da capital disseram, porém, que os Detrans ainda não estavam emitindo documentos. "Para mim, passaram que o sistema está em fase de adaptação e não iam emitir", disse Diego Aguiar, que foi de manhã à unidade Armênia, zona norte. "Quem comprou carro 0 km hoje (ontem) não vai sair com a placa nova." Com atuação na zona sul, o despachante Osmar José Ribeiro disse que o sistema estava "parado". "Até atrapalha nosso trabalho, porque a gente tem de explicar aos clientes que vai atrasar. Mas também acho que é preciso ser compreensivo. O sistema é novo, então é normal."

Parado

Durante a manhã, a Mercoplacas, na Praça Rolim de Moura, zona leste, era a única empresa com sede na capital credenciada para fazer o emplacamento, conforme o site do Detran-SP. Só à tarde, mais duas estampadoras na cidade - na Penha e na Vila Anastácio - foram incluídas na lista.

Às 11h30, havia dois funcionários na Mercoplacas, mas disseram que ainda não estavam prestando o serviço. Não havia clientes no local. Segundo eles, a previsão era iniciar o emplacamento só na segunda. "O sistema do Detran ainda não está funcionando", disse um deles. "Imagino que, quando começar, vai ficar uma fila muito grande." Após a reportagem ir ao local, Hudson Barreto, da Bridge Solutions, consultora da Mercoplacas, disse que a empresa está pronta. "Só estamos aguardando autorizações de emplacamento. Para cada carro, (o Detran) emite autorização", disse. "A loja está pronta e credenciada, só esperando cliente."

O Detran-SP disse, em nota, que os problemas com o sistema compartilhado foram resolvidos pelas empresas. O jornal também questionou se havia expectativa de aumentar a oferta de empresas na capital - uma vez que a tendência é de alta demanda. "O credenciamento não é por município, portanto todas as empresas podem prestar o serviço no Estado." Questionado sobre o total de autorizações emitidas na capital e no interior, o Detran-SP respondeu que, desde as 7 horas da manhã de ontem, concedeu "mais de 10 mil autorizações para emplacamento", sem dar detalhes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após sucessivos adiamentos, começa a valer nesta sexta-feira (31) o prazo para uso obrigatório da placa do Mercosul em veículos de todos os estados.

A data está de acordo com o que estipula a Resolução nº 780/2019 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de julho do ano passado, que determina a adoção do novo modelo de placas de identificação veicular (PIV) a partir de 31 de janeiro de 2020. Segundo o Ministério da Infraestrutura, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) que não aderir ao novo padrão, não conseguirá emplacar novos veículos.

##RECOMENDA##

A nova placa será obrigatória apenas nos casos de primeiro emplacamento. Para quem tiver o modelo antigo, a troca deverá ser feita no caso de mudança de município ou unidade federativa; roubo, furto, dano ou extravio da placa e nos casos em que haja necessidade de instalação da segunda placa traseira.

Nas outras situações, a troca da placa cinza pela do padrão Mercosul não é obrigatória. Com isso, os carros com a atual placa cinza podem continuar assim até o fim da vida útil do veículo.

O novo modelo apresenta o padrão com quatro letras e três números, o inverso do modelo atualmente adotado no país, com três letras e quatro números. O novo modelo permite mais de 450 milhões de combinações, o que, considerando o padrão de crescimento da frota de veículos no Brasil, pode levar por mais de 100 anos.

Também muda a cor de fundo, que passará a ser totalmente branca. A mudança vai ocorrer na cor da fonte para diferenciar o tipo de veículo: preta para carros de passeio, vermelha para os comerciais, azul para os oficiais, verde para veículos em teste, dourado para os automóveis diplomáticos e prata para veículos de colecionadores.

Todas as placas deverão ter ainda um código de barras dinâmico do tipo Quick Response Code (QR Code) contendo números de série e acesso às informações do banco de dados do fabricante e estampador do produto. O objetivo é controlar a produção, logística, estampagem e instalação das placas nos respectivos veículos, além da verificação de sua autenticidade.

"O novo emplacamento seguirá a lógica da livre concorrência, não havendo definição de preços por parte do governo federal. Na prática, os Detrans estaduais vão credenciar empresas capacitadas para não só produzir as placas como também vendê-las ao consumidor final. Portanto, o proprietário do veículo poderá buscar o valor mais em conta na hora de adquirir o item", informou o ministério.

Desde que foi decidida a adoção da placa do Mercosul, a implantação no registro foi adiada seis vezes. A decisão foi anunciada em 2014, e a medida deveria ter entrado em vigor em janeiro de 2016. Disputas judiciais levaram ao adiamento da adoção da placa para 2017. Mais prazo foi dado para que os órgãos estaduais de trânsito pudessem se adaptar ao novo modelo e credenciar as fabricantes das placas.

As novas placas já são usadas na Argentina, no Uruguai e no Paraguai. Dos 26 estados brasileiros, já aderiram ao modelo Mercosul o Acre; o Amazonas; a Bahia; o Espírito Santo; a Paraíba; o Paraná; o Piauí; o Rio de Janeiro; Rondônia; o Rio Grande do Norte e o Rio Grande do Sul.

"Atualmente são quase 5 milhões de veículos emplacados com a nova PIV. O governo federal estima que, até o fim de 2023, o Brasil já esteja com quase toda sua frota circulando com a nova placa", informou a assessoria do Ministério da Infraestrutura.

Uma conversa entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Paraguai Mario Abdo Benitez vasou nesta quinta-feira (5). Sem se dar conta de o microfone estava aberto, Bolsonaro disparou: “Não dá pra dar um golpe e continuar presidente? Quero continuar presidente, não dá pra dar um golpe, não?”.

Os questionamentos foram recebidos aos risos pelo presidente do Paraguai Mario Abdo Benitez durante a Reunião Plenária da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados.

##RECOMENDA##

O presidente brasileiro ainda complementou seu comentário sobre a esquerda, ao afirmar: “Tudo quando eles perdem, eles dizem que é golpe”.

[@#video#@]

 

 

O presidente da República, Jair Bolsonaro, chegou na manhã desta quinta-feira (5), ao local da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Bento Gonçalves, no interior gaúcho. Segundo a agenda, Bolsonaro se reuniu primeiro com o presidente paraguaio Mario Abdo Benítez, que assume nesta data a presidência do bloco.

Bolsonaro chegou acompanhado de sete ministros: Paulo Guedes, da Economia; Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central; Ernesto Araújo, das Relações Exteriores; Tereza Cristina, da Agricultura; Fernando Mandetta, da Saúde; Onyx Lorenzoni, da Casa Civil; e Osmar Terra, da Cidadania.

##RECOMENDA##

A reunião plenária entre os chefes de Estado dos países membro do Mercosul e Associados estava marcada para iniciar as 11 horas.

Às 12h30, serão assinados os atos acordados nessa cúpula. São esperados acordos sobre proteção mútua de indicações geográficas e tratados sobre transporte de produtos perigosos, sobre serviços financeiros, uma cooperação para defesa do consumidor e de reconhecimento mútuo de assinaturas digitais.

Além disso, em termos bilaterais, os técnicos discutem os termos de um acordo automotivo com o Paraguai e, ainda, a ampliação de voos semanais entre Brasil e Argentina - de 133 para 170.

Bolsonaro tem ainda na programação o plantio de vinhas e um almoço, marcado para 13h40.

Há previsão de uma declaração à imprensa às 14h45. O presidente deve deixar Bento Gonçalves às 17h40, segundo a agenda divulgada.

A partir desta sexta-feira (29), o Brasil deixará o grupo de trabalho que discute temas de educação do Mercado Comum do Sul (Mercosul). De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o país passará a fazer acordos através de reuniões bilaterais com as demais nações do bloco. 

Na opinião do ministro da Educação, Abraham Weintraub, as reuniões do grupo são caras e ineficientes. “Quem participa das reuniões recebe diárias, recebe custas, recebe tudo, discute-se um monte de coisa e nos últimos 28 anos quando a gente vai buscar os resultados eu não tenho o que mostrar”, disse o ministro. 

##RECOMENDA##

Weintraub também destacou que o Brasil não está saindo do Mercosul, apenas deixando de participar das reuniões para dar preferência a acordos bilaterais. “O impacto disso será economia de recursos para o pagador de imposto”, afirmou o ministro.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), as parcerias que já existem entre o Brasil e países do Mercosul serão mantidas sem prejuízo às partes envolvidas. Ainda de acordo com o MEC, representantes das demais nações do bloco já foram comunicados da decisão pelo ministro em uma reunião realizada na sede da pasta, em Brasília (DF).

LeiaJá também

--> MEC diz que universidades têm 'plantações de maconha'

--> MEC lança carteira de estudante digital

--> MEC divulga regras do Fies 2020

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (25) que "tudo pode acontecer na vida da gente", quando questionado se o Brasil pode deixar o Mercosul devido a mudança política na Argentina.

Em entrevista ao Valor, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que não está descartada a saída do Brasil do bloco. Bolsonaro voltou a torcer pela vitória de Lacalle Pou a presidente do Uruguai. "Espero, pelo que tudo indica, vai ser confirmado o Lacalle no Uruguai. Uma vez confirmando, vou ligar para cumprimentá-lo, e em março irei à posse", disse.

##RECOMENDA##

O presidente repetiu críticas ao presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández. "Agora, não vou à posse de um cara que se elege falando Lula Livre, não vou", declarou. Bolsonaro criticou proposta de Fernandez de congelar preços e subir salários. "Você acha que vai dar certo? Vai ser a primeira vez no mundo que dará certo. No Brasil tentaram várias vezes e não deu. Boa sorte para ele, só acho que não vai dar certo", afirmou.

Bolsonaro disse esperar que acordos feitos com Maurício Macri sejam mantidos. "Nada contra o povo, nem governo, queremos que contratos assinados sejam cumpridos", disse. Segundo o presidente, a ideia do Brasil será reforçar acordo com a União Europeia em encontro da cúpula do Mercosul, que ocorre de 2 a 6 de dezembro em Bento Gonçalves (RS). "Depende dos parlamentos. União Europeia e nossos aqui. A gente vai divulgar o que for possível. É muito bom para o comércio nosso e da Europa".

A tensão entre Jair Bolsonaro e o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, deve alterar normas do Mercosul, na avaliação de diplomatas e especialistas. A visão mais protecionista de Fernández contrasta com as políticas liberalizantes do governo brasileiro. Diante do alto grau de interdependência econômica, ajustes serão necessários.

Segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Brasil descarta a redução imediata da Tarifa Externa Comum (TEC) na próxima reunião do bloco, em dezembro, pouco antes da posse de Fernández. A intenção é que a tarifa cobrada sobre produtos de fora do Mercosul, hoje em 14% em média, fosse reduzida pela metade ao fim de períodos de quatro, seis ou oito anos, dependendo do setor econômico. Agora, o compasso é de espera para ver a direção que toma a Argentina.

##RECOMENDA##

Já em relação aos acordos comerciais, a previsão é que as negociações já em curso continuem - estão em andamento tratados com Canadá, Cingapura e Coreia do Sul. A saída do Brasil do Mercosul, segundo fontes do governo, está descartada. Se a Argentina for intransigente, a hipótese mais provável é negociar a flexibilização do bloco, para transformá-lo no que vem sendo chamado de "Mercosul Flex" - e abandonar a ideia de união aduaneira, como é hoje.

Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, prevê uma relação fria entre os dois, mas não acredita que Fernández coloque entraves no acordo de livre-comércio com a União Europeia, que criticou em junho. "Era um discurso eleitoral. A Argentina quer o acordo tanto quanto o Brasil. Eles têm interesse em vender produtos agrícolas para a Europa", disse.

Um eventual afastamento, segundo Barral, afetaria produtos brasileiros industrializados, especialmente nos setores automotivos, calçadista e têxtil. "A Argentina é um dos poucos países para o qual temos exportação de industrializados, justamente por conta do Mercosul. Não há outro mercado para o qual o Brasil pode exportar rapidamente produtos industriais."

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, lembra que o comércio entre os dois países caiu muito neste ano com a crise argentina. Segundo ele, Brasil e Argentina já têm "problemas suficientes" e cita as negociações entre EUA e China, que podem obrigar os chineses a comprar mais produtos americanos, afetando exportações argentinas e brasileiras. "Não adianta os presidentes trocarem farpas. Ideologia é uma atividade abstrata que não aumenta exportações. O que exportamos são bens e serviços."

A tensão também preocupa diplomatas. Juan Pablo Lohle, ex-embaixador argentino no Brasil, diz que nunca viu tanta animosidade entre líderes dos dois países na história recente. "Se Bolsonaro quer abrir o Mercosul, é uma posição respeitável, mas que não deveria ser discutida pela imprensa", afirma.

Recentemente, Bolsonaro sugeriu "afastar" a Argentina do bloco, caso Fernández travasse a abertura comercial. Para Lohle, o desfecho da briga depende do resultado de outras eleições na região. "Precisamos ver o que ocorre no Uruguai, pois pesquisas apontam que a Frente Ampla (esquerda, no poder há 15 anos) pode perder. A tendência seria os uruguaios costurarem essa relação."

Para Jorge Hugo Herrera Vegas, também ex-embaixador no Brasil, declarações atravessadas podem causar transtornos reais. "A relação entre os dois países é de Estado, não de governos. Desde 1983", lembrou.

Nesta segunda-feira, 28, Bolsonaro voltou a criticar Fernández, que pediu a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso em Buenos Aires. "Lamento. Não tenho bola de cristal, mas acho que a Argentina escolheu mal", disse o brasileiro durante visita aos Emirados Árabes. "O primeiro ato do Fernández foi 'Lula livre', dizendo que está preso injustamente. Já disse a que veio."

O que pode conter o duelo é a interdependência econômica. A Argentina é o quarto maior parceiro comercial do Brasil, atrás de China, EUA e UE. "Não há dúvida de que eles não se entendem, mas a realidade dos países se sobrepõe às vontades individuais", disse o ex-embaixador brasileiro na Argentina José Botafogo Gonçalves. "A interdependência é grande."

De acordo com ele, o Mercosul precisa se atualizar por outra razões. "A TEC tem de mudar - e nisso o Paulo Guedes tem razão. Precisamos de novas regras aduaneiras, para passarmos de uma zona de proteção para uma zona de competição."

Para Oliver Stunkel, da Fundação Getúlio Vargas, outro problema é a narrativa liberal do Brasil, que se enfraqueceu com a derrota de Mauricio Macri e a crise no Chile. "Os kirchneristas, a princípio, não querem sair do Mercosul, mas também não pretendem acompanhar a liberalização rápida que o Brasil propõe." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Parlamentares do Conselho Nacional da Áustria, que é a Câmara Baixa do Legislativo local, aprovaram uma resolução obrigando o governo federal a vetar, nas instâncias europeias, o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

Ainda que tenha sido apresentada e aprovada no subcomitê de assuntos da UE do Parlamento austríaco, a proposta é vinculante - ou seja, enquanto vigorar, tem de ser seguida pelo governo federal - e não precisa mais passar pelo plenário da Casa. O movimento ocorre a poucos dias das eleições parlamentares na Áustria, antecipadas para 29 de setembro.

##RECOMENDA##

A decisão pegou de surpresa representantes do Brasil em Bruxelas, capital europeia, e foi vista por integrantes do governo brasileiro como uma "jogada de pressão".

No entanto, diplomatas brasileiros ainda veem a possibilidade de a medida ser revertida pelos parlamentares austríacos nos próximos meses, mesmo que isso traga "custos" políticos ao Brasil e ao Mercosul.

Segundo um diplomata, "faz parte do jogo haver pressão dos setores contrários ao acordo". Um dos pontos que chamaram a atenção na aprovação da moção foi o fato de que quase todos os partidos do subcomitê da UE do Parlamento austríaco apoiaram a medida, com exceção dos liberais Neos. Os parlamentares austríacos citaram as queimadas na Amazônia como motivo para a moção contra o acordo com o Mercosul.

Questionada sobre a iniciativa, a porta-voz da Comissão Europeia, Mina Andreeva, apontou que o Executivo da UE "nunca comenta debates políticos dentro dos parlamentos nacionais dos Estados-membros", mas ressaltou "ser importante ter em mente" que o processo de ratificação do acordo entre os blocos europeu e sul-americano "ainda não começou".

No debate no Conselho Nacional austríaco que levou à aprovação da resolução em que houve posição majoritária dos partidos pelo veto ao acordo, a ministra de Sustentabilidade e Turismo do atual governo de transição do país, Maria Patek, apontou que existem "questões em aberto". Na sua visão, ainda é necessário esclarecer onde a UE poderá de fato traçar "linhas vermelhas" contra descumprimentos de padrões ambientais.

Apesar de o Brasil e as queimadas na Amazônia não serem citados pela assessoria de imprensa do Parlamento austríaco, o eurodeputado Bernd Lange, presidente da Comissão de Comércio do Parlamento Europeu, o fez: "Na dúvida, a floresta tropical é mais importante do que um acordo comercial. Por isso, vale parar Bolsonaro e fazer pressão".

Fundos

Na quarta-feira, um grupo de 230 investidores institucionais internacionais de mais de 30 países, que tem sob gestão US$ 16,2 trilhões, pediu em carta "ação urgente" para conter os "incêndios devastadores" na Amazônia com as queimadas. Entre os signatários estão o HSBC Asset Management, o grupo francês BNP Paribas, o grupo japonês Mitsubishi UFJ Trust e entidades brasileiras como a SulAmérica Investimentos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ratificação do acordo entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) a e União Europeia (UE) depende em grande parte das ações do Brasil em relação aos incêndios na selva amazônica, declarou a porta-voz da Comissão Europeia.

A União Europeia e o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) assinaram em 28 de junho um acordo de livre comércio que estavam negociando há duas décadas.

##RECOMENDA##

"Quanto ao acordo comercial com o Mercosul, é difícil imaginar uma ratificação harmoniosa por parte dos países da UE se a selva amazônica continuar ardendo, muito dependerá também das ações do Brasil a este respeito", disse a porta-voz da Comissão Europeia, Mina Andreeva.

A entrada em vigor requere o ajustamento dos textos no sentido jurídico e técnico e a ratificação pelos parlamentos dos países membros do bloco sul-americano, pelo Parlamento Europeu e pelos países membros da União Europeia.

No entanto, no contexto dos incêndios na Amazônia, vários países da UE anunciaram a possibilidade de não apoiar o acordo comercial com o Mercosul.

Em 27 de agosto, o ministro das Relações Exteriores de Alemanha, Heiko Maas, enfatizou que a política climática e ambiental tem uma importância fundamental para a avaliação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, relembrando que o Brasil se comprometeu a lutar contra o desmatamento.

O número de incêndios na Amazônia triplicou no período de um ano, passando de 10.421 em agosto de 2018 para 30.901 no mês passado, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Da Sputnik Brasil

O Reino Unido uniu-se à Alemanha nesse sábado (24) ao criticar a decisão do presidente francês, Emmanuel Macron, de obstruir um acordo comercial entre a União Europeia e o grupo Mercosul dos países sul-americanos para pressionar o Brasil contra incêndios florestais - além de levar a questão à cúpula dos países ricos, o G-7, em Biarritz..

Em uma declaração surpresa anteontem, Macron disse que havia decidido se opor ao acordo UE-Mercosul e acusou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro de mentir quando minimizou as preocupações com as mudanças climáticas. Em sua chegada para a cúpula, ontem, Macron fez um apelo para que "todos os países ajudem o Brasil e outros países sul-americanos a combater os incêndios na Floresta Amazônica". Neste sábado, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, reforçou as críticas. "É difícil imaginar ratificação harmoniosa (do acordo) enquanto o Brasil permitir essa destruição."

##RECOMENDA##

Já o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, criticou essa postura, um dia depois de o escritório da chanceler alemã Angela Merkel ter feito o mesmo em Berlim. "Há todo tipo de pessoa que usará qualquer desculpa para interferir no comércio e frustrar acordos comerciais", disse. Johnson afirmou, porém, temer a "irreversibilidade" da destruição florestal e prometeu "apoio aos brasileiros". Na sexta, 23, um porta-voz de Angela Merkel disse que não concluir o acordo "não é a resposta apropriada para o que está acontecendo no Brasil agora".

Após o presidente Bolsonaro ver na intervenção de Macron uma intervenção indevida - e cogitar até chamar o embaixador francês para cobrar explicações -, o francês virou alvo de críticas do governo. O secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, usou suas redes sociais ontem para rechaçar "pitacos" e dizer que "Macron não consegue controlar o racismo nem o antissemitismo de seu país". Seu colega de Meio Ambiente, Ricardo Salles, observou nas redes sociais que há mais fogo em Angola e Congo do que na Amazônia e citou possível interesse dos "ineficientes agricultores franceses".

Com o telefonema anteontem de Donald Trump e do presidente Bolsonaro, o governo brasileiro espera que os Estados Unidos indiquem, durante o G-7, que só aceitarão discutir os incêndios na região da floresta amazônica com a presença e participação do Brasil. Isso, segundo interlocutores do governo brasileiro, foi tratado na conversa entre os dois presidentes.

Protestos

Com Biarritz fechada para a cúpula do G-7, manifestantes antiglobalização e ambientalistas se reuniram em cidades na fronteira franco-espanhola para cobrar atenção à agenda ambiental. Houve confronto com tropas de segurança. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Mercoul e a Associação Europeia de Livre-Comércio (EFTA, na sigla em inglês) - formada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein - fecharam ontem, em Buenos Aires, um acordo de livre-comércio. Integrantes da equipe econômica consideraram esse acordo mais abrangente e ambicioso do que o firmado com a União Europeia no fim de junho.

Do ponto de vista político, a conclusão das negociações com países europeus trouxe uma conquista para o presidente Jair Bolsonaro em meio à troca de farpas com alguns líderes do bloco.

##RECOMENDA##

O secretário especial de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, disse que as negociações concluídas ontem foram "bastante abrangentes" e envolvem desde redução de tarifas à facilitação de serviços e investimentos. Uma nota com os detalhes do acordo deve ser divulgada hoje pelo Itamaraty.

"É mais um passo decisivo no processo de inserção econômica internacional do Brasil e de abertura comercial. Isso não apenas expande os nossos mercados de destino como ajuda na recepção de investimentos de qualidade", afirmou Troyjo.

De acordo com o secretário, o Brasil será beneficiado, principalmente, com o acesso privilegiado a exportações de carne bovina, frango, milho, café, frutas e suco de frutas para os países do bloco.

Para o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, o acordo é "mais ambicioso" do que o assinado em junho com a União Europeia. Cobre 98% do comércio bilateral e envolve bens agrícolas e industriais, serviços, investimentos, compras governamentais, facilitação de comércio e barreiras regulatórias.

O compromisso é que a EFTA zere imediatamente as tarifas de importação cobradas hoje de produtos exportados pelo Mercosul para a região. Já o bloco sul-americano vai levar 15 anos para chegar às tarifas zero, sendo 85% das taxas retiradas nos primeiros dez anos.

Produtos como café, frutas e soja terão tarifas zeradas imediatamente. Para alguns produtos, foram estabelecidas cotas para exportação sem tarifas, que serão adicionadas aos volumes vendidos hoje. No caso da carne bovina, a cota adicional será de 25,5 mil toneladas. Para frango, será de 78 mil toneladas e, para milho, de 77 mil toneladas.

Conclusão

As negociações com a EFTA começaram em janeiro de 2017 e chegaram a uma conclusão na décima rodada de negociações, em Buenos Aires, na sexta-feira. Ferraz ressaltou que a região da EFTA tem o maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do mundo e tem um PIB conjunto de US$ 1,1 trilhão, duas vezes o PIB da Argentina, que é um dos principais parceiros do Brasil.

A corrente de comércio do Brasil com a EFTA foi de US$ 8,5 bilhões, entre bens e serviços. As principais exportações brasileiras para o bloco são produtos químicos, ouro, soja, café e aviões, enquanto as compras são de farmacêuticos, químicos e máquinas e equipamentos.

O Mercosul continua negociando outros acordos com diferentes países. Os processos de negociação mais avançados envolvem Coreia do Sul, Cingapura e Canadá. Ontem,o presidente Donald Trump saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro e disse que está animado com as perspectivas de futuros acordos entre eles.

Do lado político, Bolsonaro celebrou o resultado nas redes sociais. "Mais uma grande vitória de nossa diplomacia de abertura comercial", escreveu no Twitter.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que o acordo é "um passo importante na estratégia de abertura comercial do Brasil e na maior inserção internacional da indústria". Também destacou que as exportações brasileiras para os países da EFTA estão no menor nível da última década e que o acordo deve "reverter esse cenário". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira em evento do Santander que, se o candidato da ex-presidente Cristina Kirchner vencer as eleições na Argentina e quiser fechar o Mercosul, atrapalhando o acordo com a União Europeia, o Brasil sairá do bloco. "E se a Kirchner quiser fechar (o Mercosul para acordos externos)? Se quiser fechar, a gente sai do Mercosul. E se quiser abrir? Então vou dizer bem-vinda moça, senta aí", disse.

Ele minimizou ainda um agravamento da crise da Argentina e seu impacto para o Brasil. Segundo ele, a indústria automotiva só é tão afetada porque a economia brasileira é muito fechada. "Nosso foco é recuperar a nossa dinâmica de crescimento. Desde quando o país, para crescer, precisou da Argentina? Quem disse que esse é o modelo que a gente quer, queremos ter indústria competitiva", disse.

##RECOMENDA##

Ao falar sobre a reforma da Previdência, Guedes afirmou que vai tentar, "mais para frente", passar um regime de capitalização no Congresso. Em relação à reforma tributária, afirmou que não haverá surpresas e que o governo garantirá previsibilidade. "Há previsibilidade, não tem susto, não tem surpresa. Não vem um imposto único e acabou tudo. Vamos pegando os impostos, simplificando, criando bases, tentando reduzir alíquotas", disse.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (14), no litoral piauiense, que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, anunciado em junho deste ano, vai beneficiar o setor da fruticultura brasileira. “Uma das coisas mais importantes [do acordo], lá fora não terá mais barreira para importar as frutas produzidas no Brasil, a tarifa será zero. Então, a fruticultura aqui de Parnaíba [PI] será pujante, vamos exportar mais ainda para a Europa. Com isso, vem emprego, vem desenvolvimento”, disse.

O acordo entre os blocos econômicos prevê a eliminação de tarifas para diversos produtos, como frutas, suco de laranja, café solúvel, peixes, crustáceos e óleos vegetais, além de cotas para a venda de carnes, açúcar e etanol.

##RECOMENDA##

Bolsonaro visitou, nesta quarta-feira, o Perímetro Irrigado dos Tabuleiros Litorâneos do Piauí, em Parnaíba, e reforçou os esforços do governo federal em concluir os canais de irrigação do projeto. “A vocação de Parnaíba é a fruticultura. Nós estamos fazendo muitos esforços para a arranjar recursos para essa área. Queremos concluir os canais de irrigação para que possa trazer trabalho e desenvolvimento para vocês”, disse.

O projeto de irrigação capta água do Rio Parnaíba por meio de um canal com 1,3 mil metros. Estruturado pelo Departamento Nacional de Obras Contras as Secas (Dnocs), o empreendimento é gerido pelos próprios produtores.

Nos cerca de 1,4 mil hectares já irrigados são produzidas frutas orgânicas como acerola, abacaxi, banana, manga e goiaba, com grande volume para exportação. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, há outros 2,4 mil hectares equipados e prontos para o manuseio da terra. O potencial total de irrigação é de 8,4 mil hectares, que deverão ser usados na segunda etapa do projeto.

Escola militar

Após o sobrevoo no perímetro irrigado, Bolsonaro participou da inauguração da escola militar do Serviço Social do Comércio (Sesc). Em entrevista à imprensa, o presidente elogiou a obra e reforma do prédio histórico e disse que “o que vale, além de uma boa estrutura, são bons professores para ensinar a molecada no caminho certo”.

A previsão é de que a comitiva presidencial deixe Parnaíba no início da tarde, com previsão de chegada a Brasília às 15h20.

 

Um acordo firmado em julho pelos membros do Mercosul permite que o Brasil não dependa da Argentina para colocar em vigor o tratado de livre-comércio negociado com a União Europeia. O acerto, feito na última reunião de chefes de Estado do bloco, realizada na Argentina, foi proposto pelo governo de Mauricio Macri e permite que, após a assinatura formal do acordo e o aval do Parlamento Europeu, as novas regras tarifárias passem a valer para o país que obtiver aprovação do texto pelo seu Congresso.

Até então, um acordo comercial negociado pelo Mercosul só poderia vigorar depois de o texto ter passado pelas casas legislativas de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

##RECOMENDA##

A medida vale somente para os temas econômicos e comerciais, que estabelecem, por exemplo, a eliminação das tarifas de importação. Os capítulos com acertos políticos e de cooperação, que envolvem compromissos na área ambiental, estão fora. Esses só passam a valer após aprovação pelos parlamentos de todos os membros da União Europeia e do Mercosul.

A medida tornou-se um "seguro" para o Brasil diante das chances cada vez maiores de vitória da chapa da oposição, formada por Alberto Fernández e a ex-presidente Cristina Kirchner.

Durante a campanha, Fernández afirmou que o tratado fechado com a União Europeia, que prevê o fim de tarifas de importação para boa parte dos produtos em até 15 anos, precisaria ser revisto. Segundo o candidato, que é alinhado à esquerda e chegou a visitar o ex-presidente Lula na carceragem da Polícia Federal, o acordo condenará a Argentina à "desindustrialização" e só foi fechado porque Macri tinha motivações eleitorais.

Um economista do mercado financeiro argentino, no entanto, vê essa posição de Fernández mais como um discurso de campanha. "É algo muito grande para se jogar para trás. Durante o kirchnerismo, Fernández não se opôs ao acordo. É normal que o tom de sua campanha seja contrário as ações de Macri", afirmou.

Brasil. O governo Jair Bolsonaro vê em Macri um aliado e festejava o "alinhamento ideológico" entre as duas administrações. Contava, inclusive, com o atual presidente argentino para avançar em outras negociações comerciais e implementar uma reforma dentro do próprio Mercosul - para a equipe econômica, o bloco deveria se tornar uma zona de livre-comércio.

Havia torcida aberta no governo brasileiro para mais quatro anos de Macri. A vitória de Fernández ameaça, na visão do governo, a agenda de reformas.

"É previsível que um governo peronista seja menos amigável ao Mercosul e ao Brasil, sobretudo com as pretensões do governo Bolsonaro de reduzir tarifas unilateralmente e promover novos acordos de livre-comércio", disse Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior.

A medida aprovada em julho, que cria a possibilidade de uma espécie de "fast track" na implementação do acordo com os europeus, era vista pela diplomacia brasileira justamente como uma forma de blindar o tratado com os europeus dos humores políticos da região.

O novo governo argentino assumirá o país em dezembro e, até lá, o Brasil dificilmente terá terminado a tramitação interna do tratado. O processo de aprovação de acordos internacionais são tradicionalmente morosos no Brasil. Eles precisam passar pela Câmara e pelo Senado e cumprir um longo percurso dentro do Executivo até ser "internalizado", no jargão técnico.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (31) estar preocupado com possíveis "armadilhas" no acordo comercial do Mercosul com a União Europeia, que possam prejudicar um futuro acordo com os Estados Unidos. A declaração foi dada a jornalistas após o presidente se reunir, no Palácio do Planalto, com o secretário de comércio norte-americano, Wilbur Ross, que cumpre agenda oficial no Brasil.

"Todo mundo está preocupado com algumas armadilhas, todo mundo preocupado com isso aí, que você talvez possa, no acordo [União Europeia] com Mercosul, ter algum problema ao assinar um acordo com EUA. Isso vai em cima até numa questão de inteligência, todo mundo tem que se preocupar com isso daí, tem que saber se porventura há armadilhas ou se não há. A gente parte do princípio não há", afirmou. Pouco antes, o presidente também participou da cerimônia de troca da Grande Guarda Presidencial, na sede do Poder Executivo.

##RECOMENDA##

Em evento realizado na terça-feira (30), na Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo, Wilbur Ross argumentou que há diferenças entre as exigências para comércio com a União Europeia e com os Estados Unidos. Nesse caso, parâmetros e padrões relacionados a diversos setores econômicos, bem como indicadores e regulação sanitária, por exemplo, poderiam travar um eventual acordo com o Brasil, já que o país pode ter aderido aos padrões europeus no acordo fechado recentemente entre o Mercosul e a União Europeia. Ele deixou claro que há interesse dos EUA em estabelecer livre comércio com o Brasil, mas pediu cuidado para que o país "não caia em armadilhas" que dificultem um acordo futuro com os americanos.

"Nós temos diferenças com a Comissão Europeia em alimentos, químicos, automóveis, farmacêuticos, em todo tipo de setor. A gente também tem problemas com a visão deles em indicadores geográficos de alimentos e em um monte de regulações sanitárias e fitossanitárias. Então, o que quero advertir é que, por favor, tenham cuidado para não caírem em armadilhas [regulatórias] que sejam inconsistentes com o acordo de livre comércio conosco", disse, sem dar detalhes.

Bolsonaro classificou a reunião com Ross em Brasília como "excelente" e avaliou que as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos estão aquém do potencial. "Acho que nosso comércio, dois países que tem juntos mais de 500 milhões de habitantes, é muito fraco", afirmou. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2018, as exportações de produtos brasileiros aos país norte-americano representou cerca de 12% do total, somando US$ 28,7 bilhões.

Entre os principais produtos exportados estão aviões, óleos brutos de petróleo e produtos semimanufaturados de ferro e aço. O Brasil importa principalmente combustível refinado, como gasolina e óleo diesel.

Crise no Paraguai

Bolsonaro também foi questionado por jornalistas sobre a crise política desencadeada no Paraguai, após a revelação da ata de um acordo entre o Brasil e o país vizinho, voltado para a compra de energia elétrica produzida pela Usina de Itaipu. O caso, que resultou na renúncia do chanceler Luis Castiglioni e do embaixador paraguaio no Brasil Hugo Caballero, aumentou a pressão sobre o presidente Mário Abdo Benítez, que corre o risco de sofrer um processo de impeachment.

"Sabe como é que funciona, lá é muito rápido o impeachment. Ontem eu conversei com o Silva e Luna, o presidente da parte brasileira de Itaipu. Estamos resolvendo este assunto. Pode deixar que o Marito vai ser reconhecido pelo bom trabalho que está fazendo no Paraguai", disse Bolsonaro.

A polêmica envolvendo a ata do acordo, aprovada em maio, também causou as demissões do presidente da Administração Nacional de Eletricidade (Ande), Alcides Jiménez, e do diretor paraguaio de Itaipu, Alberto Alderete. As demissões foram anunciadas na última segunda-feira (29) pelo porta-voz da presidência do Paraguai, Hernán Hutteman, que disse terem sido aceitas pelo presidente Mario Abdo Benítez.

Pesou nas demissões a acusação de que a ata do acordo havia sido debatida e aprovada sem a devida transparência. Autoridades e congressistas afirmaram que o acordo negociado seria prejudicial ao Paraguai e que poderia causar um prejuízo de até US$ 300 milhões. O Congresso paraguaio aprovou essa semana um projeto para anular os termos da ata. O texto diz que o governo deve encarar toda negociação "com o Brasil sobre Itaipu na base da transparência, em particular da plena soberania hidrelétrica". O projeto diz ainda que as negociações devem ocorrer com a ampla participação dos poderes do Estado. A decisão foi ratificada pelo presidente paraguaio. Com a revogação, o acordo volta a ser renegociado, no nível técnico, disse comunicado oficial da Presidência paraguaia.

 

O desmatamento na Amazônia disparou na primeira metade de julho e superou o percentual registrado no mesmo mês inteiro em 2018, colocando em risco o acordo comercial firmado entre o Mercosul e a União Europeia (UE), após 20 anos de negociações.

De acordo com dados preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mais de 1 mil quilômetros quadrados de floresta foram derrubados na primeira quinzena de julho, o equivalente a 68% a mais em relação a todo o mês de julho de 2018.

##RECOMENDA##

As informações, obtidas após análises de imagens de satélites, ainda mostram que o desmatamento até o momento é o maior já registrado em um mês desde agosto de 2016. Além disso, acontece depois de um crescimento no resultado anual comparado nos meses de maio e junho.

Segundo especialistas, este aumento é consequência da política a favor do desenvolvimento na região aplicada pelo presidente Jair Bolsonaro. Os dados, no entanto, são apenas preliminares, e os números finais equivalentes aos últimos 12 meses ainda serão divulgados.

No mês passado, o texto do tratado de livre comércio entre União Europeia e Mercosul apresentou um artigo no qual os signatários se comprometem com a plena implantação do Acordo de Paris sobre o clima, assinado em 2015, no qual o Brasil prometeu zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.

O documento ainda precisa ser ratificado, porém tem enfrentado resistência entre os países membros do bloco, incluindo a Itália, que já pediu para o acordo ser rejeitado.

Da Ansa

O governo pretende trabalhar em cima de uma reforma tributária mexendo apenas em impostos federais, com perspectiva de redução da carga tributária ao longo dos anos. É o que afirmou o presidente Jair Bolsonaro (PSL) nesta quarta-feira (17).

De acordo com Bolsonaro, uma das mudanças é a redução da alíquota máxima do Imposto de Renda de 27,5% para 25%. Neste sentido, pessoas jurídicas pagariam até 34% de imposto.

##RECOMENDA##

Ainda segundo o Governo Federal, outra proposta é unificar impostos e contribuições federais como o PIS, Cofins, IPI e o IOF em um imposto único. Em entrevista a jornalistas após participar da cúpula do Mercosul, na Argentina, Bolsonaro afirmou que a proposta é diminuir a carga tributária no país.

"O que nós queremos fazer, conforme explanação do Marcos Cintra, no dia de ontem, na reunião de ministros, é mexer só com os tributos federais. Uma tabela de Imposto de Renda de, no máximo, 25%, e dar uma adequada. E nós queremos, segundo o próprio Onyx Lorenzoni falou, no dia de ontem, na reunião, nós queremos, ano a ano, ir reduzindo nossa carga tributária", disse o presidente.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o governo venezuelano, dessa vez durante a Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul. Durante discurso na sessão plenária do evento, o presidente disse que não quer para nenhum outro país da América do Sul o que hoje vem acontecendo com a Venezuela. E aproveitou para sinalizar pela eleição de Maurício Macri na Argentina, que disputa com Cristina Kirchner.

"Não queremos nem mais em nenhum outro país da América do Sul o que vem acontecendo com a nossa Venezuela. Pedimos a Deus que nos dê inteligência para que o futuro da Venezuela seja esse nosso hoje, de democracia. Como pode uma país tão rico chegar onde chegou? E a gente sabe como nasceu, o populismo e a irresponsabilidade e um projeto de poder que não tinha limites", disse, completando: "A responsabilidade do voto é de cada um de nós, para aquele que tem compromisso com liberdade, democracia e prosperidade possa ocupar o cargo na nação. Não há mais espaço para governos autoritários".

##RECOMENDA##

Ele ainda afirmou que não deseja que os países da América do Sul formem uma única "pátria grande". "Queremos países autônomos e democráticos", disse.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando