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Os metroviários decidiram encerrar a greve na noite desta terça-feira (3) e recusaram propostas de realizar nova paralisação na próxima semana. A decisão foi tomada durante assembleia da categoria.

Foram apresentadas propostas pela continuidade da greve, sem interrupção, e pelo encerramento da paralisação com nova assembleia no dia 8 ou 9 e greve no dia seguinte. Mas, essas propostas de retomar a paralisação na próxima semana foram derrotadas.

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O resultado da votação foi anunciado pouco depois das 21h. Foram 2.952 votos, dos quais 2.331 pelo encerramento da greve e 587 por mantê-la. A proposta de nova paralisação na próxima semana foi recusada por 1.161 metroviários.

A greve unificada desta terça-feira foi em protesto contra o plano da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) de desestatizar as empresas públicas. O interesse pela privatização de linhas de Metrô e da CPTM, bem como da Sabesp, já era anunciado por Tarcísio desde a época de campanha eleitoral, no ano passado.

A greve conjunta de 24 horas contra privatizações convocada pelos sindicatos de funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) afetou mais de 3 milhões de pessoas direta ou indiretamente na Grande São Paulo nesta terça-feira - só as linhas do metrô paralisadas têm média diária de 2,7 milhões de atendidos.

Os sindicalistas alegam que a entrega da operação ao sistema privado pode tornar os serviços mais caros e com pior qualidade. O grupo cita, como argumento, falhas frequentes, como lentidão e descarrilamentos, nas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, ambas administradas pela ViaMobilidade. Os erros levaram ao aumento de reclamação dos usuários do transporte e até investigação por parte do Ministério Público.

Na manhã desta terça-feira, em pronunciamento à imprensa sobre a greve, o governador Tarcísio de Freitas criticou o movimento organizado pelos sindicatos e ainda elogiou o trabalho das concessionárias que operam as linhas não afetadas pela greve. Por terem administração privada, as linhas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô e as 8-Diamante e 9-Esmeralda, da CPTM, não paralisaram as atividades em virtude do movimento de greve.

Linhas do metrô e trens metropolitanos em funcionamento nesta terça-feira (3):

Metrô

- Linha 1-Azul: fechada

- Linha 2-Verde: fechada

- Linha 3-Vermelha: fechada

- Linha 4-Amarela (ViaQuatro): funcionamento normal

- Linha 5-Lilás (Via Mobilidade): funcionamento normal

- Linha 15- Prata: fechada

Trens

- Linha 7-Rubi: de Caieiras à Luz

- Linha 8-Diamante (Via Mobilidade): funcionamento normal

- Linha 9-Esmeralda (Via Mobilidade): linha em operação e trecho entre Pinheiros a Jaguaré operando via singela

- Linha 10-Turquesa: fechada

- Linha 11-Coral: de Guaianases à Luz

- Linha 12-Safira: fechada

- Linha 13-Jade: fechada

Motivo de transtorno para os paulistanos ao longo desta terça-feira, 3, as greves nas linhas de metrô administradas pelo poder público, na CPTM e na Sabesp se transformaram rapidamente na mais nova arena de disputa eleitoral entre pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo em 2024. Os grevistas protestam contra a proposta do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que desde a campanha eleitoral no ano passado defende conceder a gestão de parte do sistema metroviário à iniciativa privada e privatizar a Sabesp sob o argumento de atrair mais investimentos e melhorar os serviços prestados à população.

Líder nas pesquisas até o momento, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) se tornou alvo de ataques dos adversários, entre eles o atual prefeito e adversário, Ricardo Nunes (MDB), porque o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, um dos responsáveis por convocar a paralisação, é presidido por Camila Lisboa, filiada ao PSOL. Os sindicatos querem um plebiscito sobre o tema e os metroviários decidem, em assembleia a partir das 18h, os rumos da greve nos próximos dias. Na CPTM e a na Sabesp, não estão previstas novas assembleias e a paralisação deve se restringir a esta terça-feira.

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Ao Estadão, Tarcísio disse que não pensa em eleição municipal. "Estou pensando em investimento e dando andamento a estudos que me comprometi na campanha a fazer", afirmou. "[É] Natural estudar o ingresso de capital privado para aumentar a capacidade de investimento do Estado", acrescentou. Ele tem sustentado que a greve é política, já que não se trata de reivindicações por melhores condições de trabalho para os servidores.

Em diversas ocasiões nas últimas semanas, o governador elogiou Nunes e disse que é fundamental o alinhamento entre o Palácio dos Bandeirantes e a prefeitura da capital, em sinalização de que pode apoiar a reeleição do chefe do Executivo da capital. Mais cedo nesta terça-feira, questionou como São Paulo pode ser governada por alguém "que não vai querer dialogar com o governo", em referência a Boulos.

Como resposta, Boulos, disparou contra Nunes e Tarcísio e disse que a greve é responsabilidade da administração do governador devido à "intransigência" de não ter aceitado liberar as catracas em vez de paralisar os serviços. Essa proposta foi apresentada pelos sindicatos e rejeitada pela Justiça do Trabalho.

"É lamentável que o governador queira fugir de sua responsabilidade ao atribuir aos outros um problema gerado por ele mesmo e ao tentar partidarizar o debate. Pior ainda é ver um prefeito que abandonou a cidade querer fazer disso (a paralisação) palanque eleitoral", declarou o deputado ao Estadão.

Elogiada nesta terça-feira (3) pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, uma das linhas de transporte público estadual de São Paulo privatizada apresentou falhas e está paralisada. Isso ocorre no mesmo dia em que funcionários das linhas públicas de Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) fazem paralisação, protestando contra a privatização.

Segundo a ViaMobilidade, concessionária do serviço, houve uma falha no sistema elétrico, o que provocou paralisação entre as estações Morumbi e Villa-Lobos Jaguaré, e os trens não estão operando em oito das 20 estações que compõem essa linha. O problema ocorre desde as 13h58. A ViaMobilidade informou que a operação é normal entre as estações Mendes-Vila Natal e Morumbi e no trecho entre Villa-Lobos Jaguaré e Osasco.

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Para tentar contornar o problema, ônibus da operação Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) foram acionados para atender os passageiros que utilizam esse trecho. Técnicos da ViaMobilidade estão atuando para apurar as causas da falha e normalizar a operação.

Das cinco linhas de metrô de São Paulo, três são públicas e operadas pelo Metrô (Verde, Amarela e Azul) e duas são privatizadas e operadas pela ViaMobilidade Quatro (Amarela) e Via Mobilidade (Lilás). O Metrô também opera o monotrilho, chamado de linha 15-prata.

Já a CPTM opera cinco linhas (Rubi, Turquesa, Coral, Safira e Jade), enquanto as linhas Esmeralda e Diamante foram concedidas à ViaMobilidade.

Greve

Desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, os paulistanos enfrentam muitas dificuldades para se locomover pela cidade por causa da greve. As quatro linhas operadas pelo Metrô (incluindo o monotrilho) estão totalmente paralisadas, enquanto na CPTM, as linhas Rubi e Coral funcionam parcialmente, e as linhas Turquesa, Safira e Jade também estão totalmente paralisadas.

Nesta terça-feira cedo, durante uma entrevista coletiva, o governador de São Paulo elogiou as linhas de transporte privatizadas e relativizou o problema constante que ocorre na linha 9-Esmeralda, que já foi alvo do Ministério Público. “As linhas apresentam falhas porque chegaram nas mãos da iniciativa privada extremamente deterioradas. Por que aconteceram os descarrilamentos? Porque nós tínhamos problemas de via permanente”, defendeu o governador.

Por causa da greve, tanto o governo de São Paulo quanto a prefeitura paulistana decretaram ponto facultativo, o que fez diminuir um pouco a quantidade de pessoas que teriam que transitar pela cidade. A medida, no entanto, não aliviou o problema. Desde muito cedo muitas pessoas se aglomeravam em ônibus, estações e até no trânsito, com congestionamento muito acima do normal, segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Por volta das 17h, por exemplo, havia 282 quilômetros de congestionamento na cidade.

Prefeitura

Para tentar contornar a volta para casa, a Prefeitura de São Paulo informou ter adotado uma operação especial de transporte. Desde as 16h, a SPTrans, que administra o sistema de ônibus municipal, informou que mantém 100% da frota em circulação, com o reforço de mais 200 veículos para o pico da tarde.

Segundo a prefeitura, o passageiro que está no centro e tem como destino a zona leste poderá usar a linha 4310/10, que serve todo o eixo da linha 3-Vermelha. Outras 16 linhas serão prolongadas, iniciando suas viagens nas estações Tatuapé e Carrão, para oferecer mais opções aos passageiros nessas regiões.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerou que a greve no transporte na capital tem motivação política e associou a paralisação a "interesses políticos e ideológicos" e à eleição municipal de 2024. Em referência ao pré-candidato à Prefeitura do município, deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), Tarcísio questionou como a cidade será governada "por uma pessoa que não vai querer dialogar com o governo".

"Basta ver os vídeos das assembleias que percebemos essas motivações políticas, percebemos o que tem por trás, porque eles deixam muito claro. Infelizmente, nós temos hoje uma confusão de sindicato com partido político, um controle desses sindicatos por determinados partidos. Partidos que já mostram que não têm a menor disposição para dialogar. E que estão pleiteando, por exemplo, eleição municipal no ano que vem. O que será de uma cidade governada por uma pessoa que não vai querer dialogar com o governo?", disse o governador em entrevista coletiva concedida para comentar a greve unificada nesta terça-feira, 3.

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O governador afirma que não há diálogo com os grevistas. Camila Lisboa, que preside o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, é filiada ao partido de Boulos. A crítica de Tarcísio segue a mesma linha das declarações do prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que chamou greve no Metrô de "ideológica" e disse que a paralisação é "apoiada pelo PSOL". Nunes e Boulos devem se enfrentar pelo comando da Prefeitura no ano que vem.

Na manhã desta terça-feira, Tarcísio lamentou a greve e afirmou que a população está "refém de sindicatos". "Uma greve ilegal e abusiva, na qual nem mesmo a decisão da Justiça é respeitada e que tem como real objetivo promover o caos e atrapalhar a vida de quem realmente quer trabalhar por nosso Estado", afirmou.

Mais tarde, em entrevista à GloboNews, o governador voltou a apontar a necessidade de diálogo entre a Prefeitura de São Paulo e governo do Estado, enfatizando que isso acontece atualmente, com Ricardo Nunes no cargo. "De fato nós temos tido uma sinergia muito grande com a Prefeitura, então existem várias ações que precisam ser coordenadas. Não só na questão do enfrentamento à greve, como é o acionamento das linhas de ônibus, como é a questão do ponto facultativo. Mas no dia a dia, na construção de políticas públicas, e a capacidade de diálogo é fundamental. O cidadão ganha se tiver um bom alinhamento entre governo do Estado e Prefeitura", disse ele.

Boulos defendeu que a "grande responsável" pela greve é a intransigência do governo de São Paulo. "Os trabalhadores propuseram em juízo liberar as catracas em vez da paralisação, para não prejudicar os usuários. O Governo Estadual recusou a proposta. Apostou no conflito e não no diálogo", disse.

A greve unificada da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) fechou seis linhas completas e duas de forma parcial. A paralisação foi definida inicialmente para durar 24 horas.

Posteriormente, um novo encontro do grupo vai avaliar quais serão os desdobramentos da campanha contra as privatizações e terceirizações dos serviços. Funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, também estão paralisados em protesto.

As categorias querem o cancelamento, pelo governo do Estado, dos processos de privatização e terceirização das empresas públicas, além da realização de um plebiscito com a população sobre o tema.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), classificou, na manhã desta terça-feira (3), a greve deflagrada por funcionários do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) de "abusiva, ilegal e política". Funcionários da Sabesp também aderiram à paralisação contra as privatizações em estudo no governo paulista. "Vamos continuar estudando as privatizações (Metrô e CPTM) e a da Sabesp está mais adiantada, com consulta às prefeituras e ao TCM", destacou.

Na noite de segunda-feira (2), funcionários do Metrô, da CPTM e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) votaram e aprovaram a paralisação conjunta que começou à 0h desta terça-feira e tem previsão de duração de 24 horas. Nesta manhã, as linhas da CPTM e as doo Metrô, que não foram privatizadas, se encontravam paralisadas ou em operação parcial. No total, a paralisação do Metrô e da CPTM afetaram nove estações.

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"Infelizmente aquilo que a gente esperava tá se concretizando. Temos aí uma greve de Metrô, CPTM, uma greve ilegal, uma greve abusiva, uma greve claramente política, uma greve que tem como objetivo a defesa de um interesse muito corporativo. E quem tá entrando em greve tá se esquecendo do mais importante que é o cidadão", disse o governador na entrevista. Ele disse que não liberou as catracas "porque isso colocaria os cidadãos em risco". Essa decisão foi criticada pelos sindicalistas, pois segundo eles, com a liberação das catracas, os serviços não seriam paralisados.

Ao reiterar que a greve de hoje tem motivação política, o governador de São Paulo também que as direções dos sindicatos são compostas por partidos que "não dialogam" com a população, tanto que não cumpriram o acordo judicial de manutenção básica dos serviços no Metrô e na CPTM. "Ano que vem tem eleição (municipal) e os sindicatos já programam outras greve, é um abuso", frisou.

Na entrevista, Tarcísio disse que o governo está totalmente focado nesta terça nas medidas de contingência para minimizar "ao máximo" o impacto da greve no transporte sobre trilhos e nos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgotos na capital.

A greve desta terça-feira (3) que afeta o funcionamento de linhas do Metrô e da CPTM em São Paulo tem causado transtornos a passageiros que tentam se deslocar na capital e na região metropolitana. A paralisação tem feito com que haja uma peregrinação entre linhas que mantêm o funcionamento, aumentando o tempo do trajeto no início desta manhã. Além disso, os ônibus têm circulado mais cheios e os preços de corrida por aplicativo estão mais altos que a média diante da demanda.

A enfermeira Tatiana Souza, de 41 anos, prevê uma "verdadeira peregrinação", como ela mesmo descreve, para chegar ao trabalho nesta terça-feira por conta da greve. Funcionária de um hospital na região da Vila Mariana, na zona sul, normalmente ela vai até a Estação Corinthians-Itaquera, pega as linhas Vermelha e Azul do Metrô, e chega ao trabalho. O trajeto dura por volta de 45 minutos.

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"Hoje, por conta da paralisação, a ideia é ir de CPTM até a Estação Paulista, pegar a linha Amarela até a Estação Pinheiros, pegar a linha Esmeralda até a Estação Santo Amaro e, por fim, entrar na linha Lilás para chegar ao trabalho", disse. O tempo previsto é pelo menos o dobro do que ela gasta normalmente: 1h30. "Pelo menos uma colega de trabalho vai me acompanhar nessa."

Maria Adelina, 42 anos, empregada doméstica, decidiu pegar ônibus para chegar ao seu local de trabalho, no Morumbi. Com dificuldade para conseguir pesquisar o trajeto, ela pediu o celular de um colega emprestado para utilizar a internet e descobriu que levaria cerca de uma hora e meia a mais que o normal. "Atrapalhou bastante. De metrô é tudo mais fácil. Além disso, com certeza os ônibus vão estar todos cheios", disse.

No Jabaquara, os portões amanheceram fechados, com cartazes de greve e um grupo de metroviários explicando para a população os motivos da paralisação. O movimento de passageiros era pequeno, mas algumas pessoas, como Josemir Teixeira, 29 anos, pintor, não sabiam sobre a paralisação e deram de cara com a porta ao chegar na estação a caminho do trabalho.

Em razão da greve unificada aprovada em assembleia-geral na noite de segunda-feira (2) a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) estão sendo afetadas desde o início da manhã desta terça-feira (3).

Na noite de segunda, os funcionários do Metrô, da CPTM e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) votaram e aprovaram a paralisação conjunta que começou à 0h desta terça-feira, e já vinha sendo alertada pelos sindicatos desde a semana passada. A paralisação das atividades deve durar 24 horas.

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Quais linhas estão sendo afetadas pela greve desta terça-feira?

Metrô

- Linha 1-Azul: fechada;

- Linha 2-Verde: fechada;

- Linha 3-Vermelha: fechada;

- Linha 15-Prata: fechada.

CPTM

- Linha 7-Rubi: de Caieiras a Luz;

- Linha 10-Turquesa: fechada;

- Linha 11-Coral: de Guaianases a Luz;

- Linha 12-Safira: fechada;

- Linha 13-Jade: fechada.

No início da manhã desta terça-feira, todas as linhas de gestão pública da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) já se encontravam paralisadas ou em operação parcial. As linhas 10-Turquesa, 12-Safira e 13-Jade amanheceram fechadas, enquanto as linhas 7-Rubi e 11-Coral estão, desde as 5h15, operando parcialmente. Enquanto isso, as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, de trens metropolitanos, administradas pela iniciativa privada, seguem em funcionamento normal.

No Metrô, apenas as linhas 4-Amarela e 5-Lilás, da iniciativa privada, permanecem operantes, o restante das linhas amanheceu de portas fechadas.

Paralisação causa transtornos a passageiros

Moradora do Jardim Santo Antônio, na zona leste da cidade, a técnica de enfermagem Katia Angelina, de 38 anos, se preparou para pedir um carro de aplicativo por volta de 5h. A ideia era tentar driblar a greve e chegar a tempo no trabalho em uma instituição em Indianópolis, na zona sul. Em vão, mesmo pedindo com antecedência, a corrida estava mais cara.

"Não tinha como pagar isso, então vim de ônibus para a Estação Corinthians-Itaquera para tentar carro de aplicativo daqui", disse ela, que normalmente vai de Metrô para o trabalho. O expediente começava às 8h. Ao chegar na estação, encontrou o local bem mais cheia que o normal. O preço da corrida estava R$ 70. "Está bem mais alto, mas não tenho o que fazer, vou tirar do meu bolso."

Do outro lado da cidade, no Jabaquara, na zona sul da capital paulista, os portões também amanheceram fechados, com cartazes de greve e um grupo de metroviários explicando para a população os motivos da paralisação. O movimento de passageiros era pequeno, mas algumas pessoas não sabiam sobre a paralisação e deram de cara com os portões fechados ao chegarem na estação, como foi o caso do pintor Josemir Teixeira, de 29 anos, que também foi pego de surpresa.

"Eu moro na divisa com Diadema e trabalho na Raposo Tavares. Pego o Metrô todo dia por volta das 6h", conta Josemir. "A empresa em que eu trabalho não falou nada da greve. Eu descobri agora. Avisei para eles e estão mandando um encarregado para me buscar, porque não tem como eu ir de ônibus daqui."

Seguindo a orientação dos próprios metroviários, alguns trabalhadores, como o encanador José Veneranda, de 31, optaram por tirar uma foto do portão da estação fechado com indicativo de greve para justificar a falta no trabalho. Sentado em frente à entrada, ele afirmou que iria enviar a fotografia ao RH da empresa em que trabalha, na Barra Funda. "Não tem como ir de ônibus até lá", afirma, mostrando quanto tempo demoraria o trajeto por ônibus.

Parte dos passageiros demonstrou apoio à paralisação, mesmo dizendo não compreender completamente a pauta de reivindicações. "Eles estão certos, tem que lutar mesmo", diz Veneranda. No entanto, o motivo da greve não parece claro, mesmo com as explicações dos metroviários na porta da estação. A maioria das pessoas acredita que eles lutam por aumento de salário - na verdade, a pauta é barrar possíveis privatizações no serviço, alegando que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) já estaria negociando a concessão de mais linhas do metrô e da CPTM à iniciativa privada.

Categorias protestam contra plano de privatização

As categorias são contra a privatização das três empresas públicas. Os sindicatos alegam que a transferência das operações ao setor privado, por parte da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), carece de maior discussão com a sociedade e que projetos do tipo podem piorar a qualidade dos serviços.

"Queremos o cancelamento de todos os processos de privatização e terceirização das empresas públicas, e exigimos realização de um plebiscito oficial para consultar a população sobre as privatizações das empresas", disse Camila Lisboa, presidente do sindicato dos metroviários, na assembleia desta segunda.

As entidades afirmam que a concessão de linhas de transporte e a operação da rede de água e esgoto vão piorar a qualidade dos serviços. O principal argumento dos sindicalistas é o aumento das falhas nas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM, o que resultou em mais queixas dos usuários no início deste ano.

A privatização desses dois ramais de trens viraram alvo de investigação do Ministério Público e motivo de dor de cabeça para o governo paulista, que aplicou multas e fez uma série de reuniões para resolver o impasse. A ViaMobilidade, consórcio que assumiu as linhas, tem afirmado fazer obras de melhorias e colocado novos trens em operação.

Os engenheiros do Metrô, porém, decidiram não participar da greve. O comunicado foi emitido após liminar do TRT da 2ª Região, que indeferiu recurso interposto contra a decisão pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo e, no mesmo documento, estendeu os efeitos da decisão ao Sindicato dos Engenheiros do Estado (SEESP), incluindo o pagamento de multa diária de R$ 500 mil. O Sindicato dos Engenheiros, então, recuou da participação na greve e, na noite desta segunda-feira, comunicou a decisão à direção do metrô.

Em virtude do movimento de greve, o governo de São Paulo decretou ponto facultativo em órgãos públicos - com isso, consultas, exames e demais serviços públicos agendados para esta terça deverão ser remarcados.

Também com o objetivo de diminuir os impactos da paralisação, a Prefeitura da capital paulista suspendeu o rodízio de veículos para esta terça (continuará funcionando normalmente para caminhões) e ampliou o itinerário de 26 linhas municipais de ônibus.

As linhas 4-Amarela e 5-Lilás, de metrô, e as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, de trens metropolitanos, administradas pela iniciativa privada, funcionam normalmente, segundo a Via Quatro e a Via Mobilidade.

Os funcionários também definiram pontos de piquetes. Os ferroviários deverão se juntar nas estações da Luz, Mauá, Pirituba e Francisco Morato; enquanto os metroviários organizam manifestações nos pátios de Itaquera, Belém, Oratório, Tamanduateí e na estação Ana Rosa. Os piquetes dos trabalhadores da Sabesp estão programados para os seguintes endereços: Avenida Santos Dumont, Rua Sumidouro, Avenida Santo Amaro e Rua Sebastião Preto, na Mooca.

A liberação de catracas chegou a ser sugerida pelo Sindicato dos Metroviários, mas a Justiça do Trabalho não autorizou a medida. E segundo o sindicato, não haverá interrupção do fornecimento de água.

Governo critica movimento grevista

O governo de São Paulo define o movimento como "ilegal" e "abusivo". "É absolutamente injustificável que um instrumento constitucional de defesa dos trabalhadores seja sequestrado por sindicatos para ataques políticos e ideológicos à atual gestão", afirmou a gestão Tarcísio em nota.

O governador do Estado deve fazer um pronunciamento nesta terça, às 7 horas, junto com os presidentes das três companhias, para detalhar as medidas de contingência para diminuir os impactos da paralisação de parte do transporte de São Paulo, e nos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgotos na capital.

"É importante esclarecer à população que a greve não foi convocada para reivindicar questões salariais ou trabalhistas, mas sim para que os sindicatos atuem, de forma totalmente irresponsável e antidemocrática, para se opor a uma pauta de governo que foi defendida e legitimamente respaldada nas urnas", continuou o governo.

A gestão Tarcísio afirma ainda que os debates para a privatização devem ser feitos em audiências públicas "e não por meio da ameaça ao impedimento do direito de ir e vir do cidadão". "É por meio do processo de escuta de diálogo das desestatizações que os sindicatos contrários devem se manifestar, de forma democrática, convencendo atores políticos e a própria sociedade de que a proposta do governo de São Paulo não é a ideal", disse em nota.

O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT) concedeu na sexta-feira, 29, liminares ao Metrô e à CPTM determinando a operação de 100% dos serviços no horário de pico (6h às 9h e das 16h às 19h) e de 80% nos demais horários, com multa de R$ 500 mil para cada um dos sindicatos em caso de descumprimento. Na Sabesp, a taxa de trabalhadores que devem atuar é de 85% e a multa, de R$ 100 mil.

Suspensão do rodízio

A Prefeitura de São Paulo anunciou a suspensão do rodízio de veículos na capital nesta terça-feira, em função da greve de 24 horas realizada pelos funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp.

Aulas da rede estadual são suspensas

A Secretaria da Educação do Estado decidiu suspender as aulas da rede na capital e região metropolitana nesta terça-feira em razão da paralisação no transporte. "A dispensa foi definida para que nenhum estudante ou trabalhador seja prejudicado com eventuais faltas, na impossibilidade de chegar até a escola", informou a pasta.

Segundo a administração estadual, todas as provas serão reagendadas, "inclusive nas escolas que estão aplicando a repescagem da Prova Paulista, a avaliação bimestral aplicada em toda a rede". "A Seduc-SP também organizará a reposição de aulas, em data a ser divulgada em breve."

Funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) agendaram greve conjunta para terça-feira, 3.

As categorias protestam contra o plano de privatizações de linhas metroferroviárias e da estatal de saneamento, uma das principais promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nesta segunda-feira, 2, os servidores aprovaram, em assembleia, a paralisação.

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O governo classifica a mobilização como "política". Os sindicatos, por sua vez, afirmam que o objetivo é ampliar a participação da sociedade e evitar a piora dos serviços.

A Justiça já determinou 100% de operação do metrô e da CPTM em horários de pico. O sindicato dos metroviários, por sua vez, promete recorrer da decisão por considerá-la um "ataque ao direito constitucional de greve".

O que para e o que funciona

- As linhas do metrô 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô devem paralisar atividades, segundo o sindicato;

- As linhas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô, operadas pela iniciativa privada, não serão afetadas;

- O sindicato prevê paralisação de todas as linhas da CPTM de gestão pública, ou seja, as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-jade;

- Já as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda seguirão operando na terça-feira, pois são administradas pela iniciativa privada.

- Na Sabesp, os trabalhadores dizem que não haverá interrupção no abastecimento de água.

Funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) agendaram uma greve conjunta de 24 horas para a terça-feira (3). As três categorias farão uma assembleia coletiva na noite de segunda (2) para uma votação simbólica que deve confirmar a greve, de acordo com os sindicalistas.

A paralisação é contra os projetos de privatizações do governo, que inclui linhas da rede metroferroviária e a estatal de saneamento. Os sindicatos dizem que querem discutir mais esses planos com a sociedade e evitar a piora do serviço. A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem chamado a greve de "política" e afirmado que os projetos de concessão à iniciativa privada estão sendo debatidos.

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Quais linhas devem parar?

As linhas do metrô 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô devem paralisar atividades, segundo o sindicato

As linhas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô, operadas pela iniciativa privada, não serão afetadas

O sindicato prevê paralisação de todas as linhas da CPTM de gestão pública, ou seja, as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade

Já as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda seguirão operando na terça-feira, pois são administradas pela iniciativa privada

Como vai ser nos horários de pico?

Na sexta-feira, 29, o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT) concedeu liminares ao Metrô e à CPTM determinando a operação de 100% dos serviços no horário de pico (6h às 9h e 16h às 19h) e de 80% nos demais horários, com multa de R$ 500 mil para cada um dos sindicatos em caso de descumprimento. No caso da Sabesp, o porcentual de trabalhadores que devem atuar é de 85% e a multa, de R$ 100 mil.

"O serviço é de vital importância à sociedade paulista que se locomove pela Grande São Paulo, servindo o Metrô como ‘coluna vertebral’ da distribuição do transporte público e, portanto, a precária atividade afetaria inclusive a outros tantos ramos importantes da sociedade, hospitais, segurança pública, escolas etc, dado que o tráfego de automóveis na capial já se encontra há muito saturado", escreveu o desembargador do Trabalho Celso Ricardo Peel Furtado de Oliveira.

Haverá liberação de catracas?

A liberação de catracas chegou a ser sugerida pelo Sindicato dos Metroviários, mas a Justiça do Trabalho não autorizou a medida.

Os serviços da Sabesp serão afetados?

Segundo o sindicato, não haverá interrupção do fornecimento de água. No dia da paralisação, os funcionários realizarão um ato junto à sede da companhia no bairro da Ponte Pequena, região central.

Liberdade terá ruas abertas no domingo, co

As obras de construção da Linha 17-Ouro do metrô de São Paulo, que estavam suspensas após o governo rescindir o contrato com o Consórcio Monotrilho Ouro (CMO), serão retomadas. Nesta quinta-feira (31) o Estado assinou contrato com uma nova construtora, que será responsável por retomar os serviços. Agora, a previsão é de que as obras sejam concluídas no segundo trimestre de 2025, e a linha entre em operação no ano seguinte.

Os trabalhos serão concluídos pela Agis Construção S.A. A ordem de serviço será assinada no próximo dia 11, e a partir daí a empresa terá 30 dias para retomar as obras, que estão 80% concluídas. A previsão é de que sejam necessários mais 18 meses para a entrega em definitivo.

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"A retomada das obras é um anúncio importante, mas exige sobriedade. Não é momento para qualquer celebração porque a sociedade aguarda esta entrega há uma década", reconheceu Júlio Castiglioni, presidente do Metrô. "O conturbado histórico desta obra da Linha 17 exige mais trabalho e menos palavras."

O acordo com o Consórcio CMO havia sido rescindido de forma unilateral pelo Metrô por descumprimentos contratuais na execução dos trabalhos e no atendimento ao cronograma de obras. Apesar disso, o governo do Estado manteve ativo o contrato de fabricação dos trens, que estão sendo feitos na China.

A construção da Linha 17 se arrasta desde 2011. Nos primeiros oito anos, foram construídas parte das estações e da via elevada, mas atrasos nas execuções causaram rompimentos dos acordos com as empresas responsáveis.

Uma nova leva de licitações foi realizada em 2020, momento em que o governo definiu a empresa para a fabricação dos trens e sistemas - que segue em execução - e que deu ao CMO o contrato para concluir sete das oito estações da Linha 17, além do Pátio Água Espraiada e da via elevada. Esse acordo, porém, foi rompido em maio. O Metrô ainda multou o consórcio em R$ 118 milhões.

A Linha 17-Ouro ligará o Aeroporto de Congonhas à estação Morumbi, da Linha 9-Esmeralda da CPTM - e deveria estar em operação desde 2014. Ela seria um legado da Copa do Mundo no Brasil. A linha é vista como importante por interligar de forma direta o aeroporto à rede de transporte, além de atender a um trecho populoso da zona sul da cidade. Paraisópolis, onde a linha deve passar, é a segunda maior comunidade da capital.

A greve mais longa do metrô do Recife chegou ao fim na manhã desta segunda (28). Após 26 dias de negociações, os metroviários restabeleceram o serviço e reabriram as estações que atendem cerca de 170 mil passageiros diariamente.

O término da paralisação foi votado pelos trabalhadores na noite dessa sexta (25), em uma assembleia convocada pelo Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) na Estação Recife, na área Central da capital.

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Apesar do retorno integral da operação decorrente de algumas conquistas pleiteadas pelos metroviários, a categoria se mantém em estado de greve e agendou uma nova reunião para o dia 5 de setembro.

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A Polícia Civil de São Paulo investiga as circunstâncias da morte de um homem de 30 anos agredido na estação da Luz (Linha 1-Azul) do Metrô na última segunda-feira (21), de acordo com testemunhas.

Passageiros ouvidos pela polícia afirmam que Jefferson Fernandes da Silva discutiu com outro passageiro, não identificado. Silva foi agredido com um soco no rosto, caiu no chão e teria levado um chute na cabeça. O motivo da discussão não foi informado. A vítima foi socorrida à Santa Casa de Misericórdia pelos agentes do Metrô e morreu na última quarta-feira (23) em decorrência das agressões.

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"Os agentes de segurança do Metrô foram chamados para atender uma pessoa que tinha sido agredida por volta das 16h30 do dia 21/8, na estação Luz (Linha 1-Azul). A vítima foi levada pelos agentes para atendimento no Pronto Socorro mais próximo", diz nota do Metrô.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso é investigado pela Delegacia do Metropolitano (Delpom), que requisitou imagens de câmeras de segurança do local.

A experiência negativa da privatização do metrô de Minas Gerais vem impulsionando a luta dos metroviários do Recife contra o controle da iniciativa privada. Última capital a ter o serviço privatizado, Belo Horizonte viu o preço da tarifa subir e os trabalhadores atravessarem um movimento de desligamentos e perda de direitos, com as mulheres sendo as mais afetadas. 

Nesta quinta (24), a greve no Recife chegou a 19 dias e se tornou a mais longa da história dos trabalhadores na cidade. Apesar do apoio unânime da categoria, há o receio que a paralisação não surta a pressão esperada e a mobilização termine como em Minas Gerais, onde o transporte foi privatizado mesmo após 34 dias de greve. 

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Alda Santos se pronuncia em assembleia do Sindmetro-MG.  Reprodução/Redes Sociais

A principal queixa dos mineiros se deve à retirada de direitos, sendo mais contundente contra as mulheres que operam o modal. A presidente do Sindicato dos Metroviários (Sindmetro-MG) Alda Santos criticou o que enxerga como insensibilidade com as pautas das mulheres. 

"Havia vários direitos para que a mulher pudesse trabalhar, pudesse ter seus filhos e pudesse ter uma vida tranquila. A empresa já retirou vários direitos como a nossa licença-maternidade de seis meses para 120 dias; até a criança fazer 18 meses, ela tinha 2h de amamentação e isso foi cortado; os pais que têm filhos autistas ou com necessidades especiais tinham o horário flexível e isso também foi cortado; tá cortando também a estabilidade da gestante e, quando ela tinha uma atividade que pode trazer risco a sua gravidez, ela geralmente trocava de área ou ia para o administrativo", elencou a líder sindical. 

Demissões antes do primeiro semestre

A categoria caracteriza a relação com os novos patrões pela falta de diálogo, seja para firmar novos acordos ou manter os antigos. "Mudou todo o nosso contrato de trabalho. Ela tá fazendo tudo que ela quer", reclamou Alda. 

Ao longo dos seus 38 anos, o metrô de Belo Horizonte chegou a ser tocado por 1.800 colaboradores, mas foi sendo desidratado e, hoje, 900 pessoas participam da operação, estima o sindicato. Em sua chegada, a empresa garantiu que nenhum funcionário seria cortado no primeiro ano de gerência. Contudo, sem a estabilidade pelo serviço federal, mais de 600 funcionários foram desligados em cinco meses de privatização. 

Funcionários do metrô de BH protestam contra privatização.  Reprodução/Redes Sociais

 A maioria dos cortes foi feito no Plano de Demissão Voluntário (PDV), que abriu cerca de 1.400 vagas de uma só vez. "Se todos os empregados quisessem sair, todo mundo sairia na mesma data", apontou Alda.  

Outros 200 trabalhadores foram demitidos por justa-causa ou já não enxergavam perspectiva e aceitaram a rescisão consensual. "Tudo aquilo que ela puder economizar e ir cortando dos trabalhadores é o que ela vai fazer", acrescentou. 

Privatização garante melhorias

A frustração dos passageiros com a privatização em Belo Horizonte é exposta nos comentários do novo perfil oficial nas redes sociais. “Não está correto esperar 20 minutos entre uma viagem a outra não em pleno meio de semana, não. Aumenta a passagem e diminui a viagem. O trabalhador só se ferra (sic)”, escreveu um seguidor. 

“Quero ver melhorias, que andei de metrô esses dias e não ver nenhuma melhoria. Nem parece que foi privatizado”, emendou outro passageiro. “Por que na Estação Central só funciona um caixa para comprar passagens ou recarregar?”, questiona um usuário. 

“Onde tem que trabalhar dois só tem um [...] a estação como Eldorado, que é uma estação grande, você vê trabalhando uma pessoa no bloqueio e duas na bilheteria. Vilarinho que é uma estação enorme tá do mesmo jeito", mencionou a presidente do Sindmetro-MG. 

Luiz Soares debate continuidade da greve no Recife com metroviários.  Reprodução/Redes Sociais

A realidade em Pernambuco é de um sistema inseguro, que se sustenta entre as falhas recorrentes e o canibalismo dos próprios equipamentos para driblar a falta de recursos. "Só sendo um super-herói", chegou a comparar Luiz Soares, presidente do Sindmetro-PE. 

"Aqui a gente tem maquinistas que operam uma linha totalmente deficitária. Se não for esse maquinista, qualquer outro maquinista de outro estado não consegue operar", descreveu. 

Busca por outros meios de deslocamento

Diante de um sistema que tenta sobreviver com a falta de investimento, o arquiteto urbanista e mestre em Transporte e Infraestrutura Urbana, Fábio Oliveira, traçou um paralelo entre a péssima qualidade do serviço e a debandada de passageiros.  

“A gente vêm percebendo a diminuição das pessoas que usam transporte público. As pessoas estão migrando mais para o carro porque o Recife tem um serviço cada vez pior de transporte público e o metrô em um processo de sucateamento com quebras praticamente diárias”, avaliou. 

Movimentação na bilheteria da Estação Recife.  Júlio Gomes/LeiaJá Imagens/Arquivo

Encarecimento do serviço

A primeira mudança das privatizações certamente é o aumento das tarifas. Em Belo Horizonte, o bilhete saltou subitamente de R$ 4,50 para R$ 5,30. "Como o metrô vai competir com o BRT? O trem tá batendo lata. É a primeira vez em 30 anos que o metrô custa mais que o ônibus em BH", afirmou Alda Santos. 

Em uma leitura dos efeitos da privatização em outros estados, Fábio Oliveira discorda da relação exata entre privatização e melhorias: “o serviço ser privatizado não é garantia de que ele vai funcionar bem”. 

"O que a gente tem visto é que em outras capitais do Brasil, a privatização não atendeu de maneira satisfatório o principal, que é a qualidade do serviço ofertado ao cidadão [...] diante do que o metrô representa e do que ele é capaz de entregar, a gente viu que não foram bons resultados com a privatização”, resumiu o arquiteto. 

Interesse do setor privado

Um questionamento é feito pela multidão de trabalhadores que discute a greve nas assembleias realizadas na Estação Recife: se a iniciativa privada tem tanto interesse nesse mercado, por que não investe em um local que ainda não tem metrô?  

Estruturar um sistema metroviário do zero é uma fortuna, sem falar na burocracia por autorizações, e todo esse esforço já foi feito pelo governo federal. Sem a finalidade de gerar lucros, o metrô representa uma pauta essencialmente social. 

Trilhos, composições, estações e catracas custaram bilhões de reais em impostos e continuam sendo mantidos pelos passageiros. Por outro lado, as empresas concessionárias que assumem o controle do metrô têm o subsídio bilionário da União garantido para manter a projeção de margem de lucro.  

Composto por 19 estações e apenas uma linha, o sistema metroviário mineiro atende a 85 mil pessoas diariamente. No fim de março, a gestão saiu das mãos do governo federal e foi cedida pelos próximos 40 anos à única empresa que se interessou no leilão.  

Governador Romeu Zema comemora leilão do metrô com empresários. Reprodução/Cauê Diniz/B3

O transporte foi negociado às pressas, em um lance único de R$ 25,75 milhões, valor considerado aquém em relação à estrutura montada com recursos públicos. 

Com o contrato, a nova administradora espera receber R$ 3,2 bilhões em recursos públicos nos próximos 30 anos. Cerca de R$ 2,8 bilhões pagos pela União e R$ 440 milhões repassados pelo Governo de Minas Gerais, oriundos do acordo com a Vale para reparar os danos da tragédia de Brumadinho.  

A negociação do metrô de Minas Gerais se envolveu em denúncias de vazamento do edital do leilão e acesso privilegiado a determinados empresários por parte do governo de Romeu Zema (Novo). Após o negócio fechado, a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, enviou um pedido à Justiça Federal para tentar suspender a venda, mas a provocação não teve êxito. 

Geraldo Alckmin discursa em reunião na FIEPE. Rachel Andrade/LeiaJá Imagens/Arquivo

Em Recife, diretores da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) se encontraram com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e externaram o desejo do empresariado em adquirir a concessão do metrô, sendo uma das demandas prioritárias da entidade. 

Em contrapartida, os contratos de privatização também exigem a modernização do transporte. Em Belo Horizonte, a única linha espera ser requalificada, bem como a construção de sete estações para a criação da segunda linha.

A prazo para a entrega da primeira estação é nos quatro anos e a conclusão de todo o projeto até o fim do 6º ano de concessão. O Sindimetro-MG relata que corre a informação de que a intenção da administradora é construir a nova linha em formato singelo, com apenas uma via para as viagens. 

Passageiros do metrô do Recife.  Júlio Gomes/LeiaJá Imagens/Arquivo

A garantia constitucional ao transporte e ao direito de ir e vir dependem de uma boa mobilidade urbana, seja ela a pé, de bicicleta, de carro ou transportes público. Fábio aponta que entre 70% e 80% da população se desloca no transporte público e o metrô se mostra ainda mais fundamental por suas características como um transporte de massa.  

Com a capacidade de levar mais pessoas em menor tempo, o modal consegue tirar 20 ônibus das ruas, sem poluir como os veículos à combustão, e não sofre a influência dos congestionamentos por percorrer em via segregada.  

Com um sistema metroviário mais complexo, 1.547 metroviários operam 36 estações e 3 linhas - entre elas a do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) - no Recife, onde 180 mil pessoas são transportadas diariamente.  

Metroviários se unem em protesto em frente ao Palácio do Planalto. Reprodução/Redes Sociais

Na cobrança por investimentos para requalificar o transporte nas principais capitais do país e retirar o setor do Plano Nacional de Desestatização (PND), os metroviários de Pernambuco protestaram em frente ao Palácio do Planalto, no Distrito Federal, com as bases de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul – outro estado com forte ameaça de privatização. 

. "Estamos nos mobilizando, continuaremos lutando. Durante a época de campanha, o presidente se comprometeu com essa categoria, para a retirada da CBTU do PND e por mais investimentos no Metrô do Recife. Mas, infelizmente, Lula segue a ideia do governo Bolsonaro e avança com essa ideia de entregar a CBTU nas mãos dos empresários", criticou Soares.  

O sindicato movimentou o Poder Público

Deputados e senadores conhecem instalações do metrô do Recife. Reprodução/Redes Sociais

A manifestação repercutiu na visita técnica de deputados e senadores nas instalações de Pernambuco. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também indicou que o metrô do Recife vai integrar o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) do governo federal.

O modal foi classificado na categoria transporte eficiente e sustentável como “estudo”, dentro do eixo que trata sobre mobilidade urbana sustentável. Conforme o PAC, serão destinados R$ 11,2 bilhões nos próximos anos para tocar a situação do transporte público em todo o país. 

Imagens gravadas por usuários do serviço de transporte coletivo mostram um homem sendo agredido por seguranças do Metrô de São Paulo, na capital, nesta terça-feira, 23. O vídeo que flagrou as agressões foi publicado pelo padre Júlio Lancellotti, que atua com pessoas em situação de rua, em sua rede social.

De acordo com testemunhas, o homem coletava materiais para reciclagem quando sofreu a abordagem violenta. O Metrô informou que os seguranças foram afastados.

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As cenas gravadas mostram quando o homem já está cercado por três seguranças e um deles o agride com um cassetete. "Eu estou falando para você ir embora", ela diz. Em seguida, outro segurança dá uma rasteira e o derruba. Quando o homem se levanta, o mesmo segurança desfere um golpe de cassetete em sua cabeça. As agressões se deram em um corredor de acesso, sob uma placa indicando a Rua Paranabi e a Avenida Tucuruvi, na zona norte da cidade.

O material que o homem carregava ficou espalhado pelo piso da estação. A vítima não foi identificada. Segundo as testemunhas, depois de apanhar, o homem, que seria um morador de rua, foi obrigado a deixar o local sem levar nada.

"Este episódio não é um fato isolado. É uma maneira normal de agir dos seguranças do metrô. Não adianta só afastar esses que são identificados. A segurança do metrô é truculenta, é violenta sistematicamente, continuamente e estruturalmente", disse o padre Júlio à reportagem.

Em nota, o Metrô lamentou o ocorrido e disse que não tolera qualquer forma de violência ou discriminação. "A companhia instaurou um processo para apurar rigorosamente os fatos e determinou o imediato afastamento dos agentes de segurança", disse a empresa.

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Autoridades se reuniram nesta segunda-feira (21), em um auditório da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), para debater as pautas relacionadas ao metrô do Recife (Metrorec). A audiência pública aconteceu durante a tarde, após uma manhã de vistorias em estações de metrô na cidade, assim como a visita ao espaço onde ficam alocados os metrôs inativados, conhecido como “cemitério dos metrôs”. 

Participam da audiência o presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), Luiz Soares, o superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Dorival Martins, além de parlamentares como o senador Humberto Costa (PT-PE) e deputado federal Túlio Gadelha (Rede-PE).   

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Orçamento antigo 

Uma das demandas dos metroviários é o reajuste salarial e do piso da categoria. O último pedido feito pelo Sindmetro-PE foi um aumento de 7%, mas a proposta dada pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST). Além disso, o pedido de retirada da CBTU do Programa Nacional de Desestatização (PND). Segundo Dorival Martins, as ações que precisam ser feitas dependem de um orçamento que está além da realidade atual da administração do transporte. “A gente pegou um orçamento que não foi esse governo que fez, na verdade, então eles estão fazendo uma série de ajustes. Então tá o que tá sendo possível tá sendo realizado. E as negociações continuam” afirmou Martins. 

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Público no auditório da Unicap. Foto: Rachel Andrade/LeiaJá

Parlamentares participam dos debates 

Presente na audiência, o deputado federal Túlio Gadelha explanou que as necessidades do metrô vão além de reajuste salarial dos servidores, evidenciando os investimentos urgentes que devem ser feitos em toda a estrutura do equipamento. “Além de mais investimentos para a expansão da linha, precisa-se de investimentos para aquisição de novos carros, investimento para manutenção das linhas, requalificação do quadro de servidores e funcionários que temos hoje na CBTU. São 1500, mas estudos mostram que precisa, pelo menos, de 2500 pessoas trabalhando”, afirmou ao LeiaJá. 

“Como todo o sistema metroviário é custoso, nunca será superavitário. Por isso que precisa de investimentos públicos. Por isso que a discussão de privatização é uma discussão perigosa. Porque não existe empresa que tem interesse de assumir uma gestão de uma empresa que é deficitária por sua natureza. Então a gente tem que discutir parcerias públicos-privadas, mas de maneira que o Estado ou o Governo Federal façam a gestão desse equipamento”, complementou. 

O parlamentar listou alguns dos pontos que precisam ser levados em consideração no cálculo dos investimentos financeiros que devem ser demandados, seja por meio de uma parceria público-privada ou algum adiantamento, como do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Há possibilidade de investimentos do BNDES já foi comprovada que se precisa de 245 milhões pra recuperação da via permanente que é a via, são as vias férreas, né? O sistema de eletrificação também precisa de 304 milhões pra recuperação do material rodante que são os carros que se precisam ser reformados, precisam de reparos e fazer os que estão andar também e de 260 milhões de reais pra recuperação e requalificação das edificações. Então a gente tem esses estudos feitos juntos aos metroviários, tem acompanhado essa pauta, só que agora a gente precisa de apoio do Governo Federal para fazer esses investimentos substanciais”, declarou. 

Única solução é ‘retomada dos investimentos’ 

De acordo com a vereadora do Recife Liana Cirne (PT), a imagem de sucateamento do metrô acaba sendo usada como justificativa para uma possível privatização. “Vou usar como como exemplo Santa Cruz, o meu time, que às vezes a gente tem a impressão de que houve um plano de precarização do clube para se vender a proposta da sua privatização, da sua venda, como algo que é a única solução. Então a gente cria um problema para apresentar uma falsa solução. O metrô só tem uma solução de fato que é a retomada dos investimentos”, declarou a vereadora. 

“A privatização de serviços públicos sempre implica o aumento da tarifa pro usuário e a piora da qualidade dos serviços. Só que quando você precariza tanto o serviço a ponto de todo mundo começar a criticar, você propõe uma falsa solução, essa solução seria a privatização, e as pessoas podem comprar uma ideia equivocada de que essa solução resolveria o problema”, disse Cirne. 

 

O metrô do Recife recebeu, nesta segunda-feira (21), uma visita guiada de parlamentares federais e estaduais. Frente à greve da categoria metroviária, que já dura 19 dias, uma comitiva do Congresso Nacional aceitou a provocação de instituições locais sobre uma vistoria às instalações do modal. Participaram da mobilização o senador Humberto Costa (PT-PE), os deputados federais Renildo Calheiros (PCdoB-PE) e Tulio Gadêlha (Rede-PE), e os deputados estaduais Dani Portela (Psol) e João Paulo (PT). 

O objetivo da vistoria guiada, realizada junto a representantes da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e o Sindicato dos Metroviários (Sindmetro), foi identificar as dificuldades enfrentadas pelo sistema de transporte e buscar possíveis soluções. 

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Toda a segunda-feira (21) foi dedicada a uma agenda metroviária, que começou pelas instalações da CBTU, incluindo o Centro de Controle Operacional, o Centro de Controle e Monitoramento da Segurança, o Centro de Manutenção de Cavaleiro e Estação Joana Bezerra. No momento da visita, as estações estavam fechadas e um trem foi operado unicamente para finalizar a vistoria. Desde que a categoria entrou em greve, o metrô só opera nos horários de pico. 

“A qualquer momento vai haver uma solução [para a greve] e o metrô não deixará de funcionar por essa razão. O que nos deixa preocupados é o que nós vimos com a falta de peças, de manutenção, de quadros; e que, com isso, a gente venha a ter uma paralisação técnica do metrô e isso aí realmente é danoso. Além disso, temos vários déficits de máquinas e trens. A decisão precisa ser tomada rapidamente”, disse o senador Humberto Costa ao LeiaJá.

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Apesar dos visitantes ainda não terem um posicionamento definido ou unânime, a maioria acredita que o metrô do Grande Recife tem sido sucateado nos últimos anos e, pouco a pouco, perdido o redirecionamento de recursos. Humberto Costa chamou a situação de “estarrecedora” e foi acompanhado pelos outros legisladores.  

“O que nós vimos foi uma situação estarrecedora, mas, ao mesmo, tempo vimos o potencial muito grande que o metrô tem, seja pela expertise dos seus funcionários ou pela estrutura que ele tem, que é muito grande. Antes de se fazer qualquer discussão, deve-se garantir que o processo de sucateamento pare. Para isso, o Governo Federal precisa fazer um investimento significativo para a recuperação de máquinas, de oficinas, dos trens. Essa é a mensagem que a gente vai levar para o Senado e, mais uma vez, para o ministro das Cidades. Estamos nessa cobrança desde o início do mandato do presidente Lula”, completou o petista. 

Na tarde desta segunda-feira (21), haverá uma audiência pública, dividida em dois momentos, e voltada a ouvir metroviários e empresários. O ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, não pôde comparecer à visita, mas enviou um representante. Por outro lado, os parlamentares já se organizam para fazer propostas orçamentárias ao Governo Federal. 

“A maior preocupação que temos é de o equipamento público ser devolvido à população. São quase 200 mil usuários por dia, é um equipamento necessário para uma cidade [Recife] que tem um dos piores trânsitos do mundo e o pior do país. Há preocupação em reestabelecer o funcionamento do metrô, de debater a tarifa – que aumentou de R$ 1,60 para R$ 4,25 – e fazer com que os trabalhadores possam voltar a usar esse modal como forma de transporte”, declarou Túlio Gadêlha. 

A deputada estadual Dani Portela acrescentou: "Temos um dos metrôs mais caros do país. Imagine para um trabalhador assalariado pagar mais de R$ 4 numa passagem e nas piores condições que se pode ter. Os trabalhadores do metrô faziam denúncias muito antes da greve. Nessa visita, pudemos observar isso de perto, ver as condições precárias nas quais os trens se encontram. Fomos no chamado 'Cemitério dos Trens', onde há vários trens desativados; fomos na oficina mecânica, que tem dificuldade para funcionar. Encontramos trabalhadores em condições precárias, sem fardamento, sem uniforme."

Os congressistas citaram interesse em obter, com o Governo Federal, a quantia de R$ 2 bilhões em investimentos, contemplando a obtenção de 20 novos trens. Do montante, R$ 900 milhões seriam dedicados às aquisições, de acordo com Gadelha, e R$ 800 milhões para a manutenção das linhas e também das vias móveis, que têm equipamentos da década de 1980.

Nesta segunda (21), a greve dos metroviários superou a paralisação de 2010 e se tornou a mais longeva da categoria em Pernambuco. Mobilizados desde o dia 2 de agosto, os trabalhadores contabilizam apenas 16 dias.

Em 2010, a greve do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) perdurou 15 dias e foi a mais longeva da categoria no estado. Desde a deflagração da atual greve, 19 dias se passaram, mas a totalidade não é contabilizada pela associação já que as atividades foram retomadas por três dias para atender ao pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT).

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Após as negociações de reajuste salarial com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) serem frustradas, os trabalhadores travaram uma batalha judicial e voltaram a operar com 100% da capacidade do sistema apenas nos horários de pico da manhã e noite. A categoria também cobra a continuidade da gestão com o governo federal com a retirada do metrô do Plano Nacional de Desestatização (PND).

Nesta segunda (21), deputados e senadores realizaram uma inspeção nas instalações no Centro de Manutenção de Cavaleiro e Estação Joana Bezerra para identificar as dificuldades enfrentadas pelo sistema de transporte e buscar possíveis soluções.

Anunciaram participação os senadores Humberto Costa (PT), Teresa Leitao (PT) e Fernando Dueire (MDB); também confirmaram presença os deputados federais Túlio Gadêlha (Rede), Renildo Calheiros (PCdoB), Carlos Veras (PT) e a vereadora do Recife Cida Pedrosa (PCdoB) 

O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) recebeu, neste sábado (19), a denúncia de um funcionário do metrô do Recife (MetroRec) informando que uma das estações da cidade foi aberta e ativada a partir das 5h da manhã. Segundo a determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), o metrô deve funcionar com 100% de sua frota nos horários de pico, iniciando às 5h30. O Sindmetro-PE afirma que, fora do horário determinado, “qualquer acidente ou tragédia que aconteça com as vítimas será integralmente de responsabilidade da direção da CBTU.” 

Um funcionário do metrô, que teve sua identidade preservada pelo sindicato para evitar possíveis represálias, gravou o momento em que chegou na estação Werneck, às 5h02. A bilheteria estava fechada, mas as catracas de acesso já estavam ligadas, com passageiros circulando na plataforma.  

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O denunciante, que escreveu diretamente ao presidente do Sindmetro-PE, Luiz Soares, afirma que procurou o supervisor da empresa contratada responsável pela segurança do Metrô, que informou que "estava cumprindo ordens do CCM (Centro de Controle e Monitoramento), inclusive para abrir sem bilheteria aberta, ou seja, abdicando da renda (erário público)”. 

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O LeiaJá procurou a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), mas não obteve resposta até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos da estatal sobre o ocorrido. 

Confira a mensagem enviada pelo trabalhador: 

"Prezado Sr. Luiz Soares, 

Informo que hoje, 19 de agosto, quando cheguei na estação Werneck às 5h e 10 min, enquanto aguardava o horário combinado no TRT6 (Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região) para desempenhar minhas funções, o vigilante - seguindo orientação do seu supervisor imediato, abriu a estação antes do horário acordado sem autorização, consentimento e mesmo sem informar a nenhum funcionário da CBTU presente. A bilheteria ainda estava fechada. A CP (Chefe de Posto) desceu e fechou a estação quando soube do ocorrido.  

Após a reabertura no horário acordado. O supervisor da BBC (empresa contratada responsável pela segurança do Metrô) esteve na estação e informou que estava cumprindo ordens do CCM (Centro de Controle e Monitoramento), inclusive para abrir sem bilheteria aberta, ou seja, abdicando da renda (erário público).  

Solicito providências para que esse tipo de assédio não ocorra novamente. E que a empresa cumpra o acordo que ela mesma solicitou no TRT6.” 

 

O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) acatou a determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) e retomou as viagens do metrô do Recife em horários de pico, a partir desta sexta (18). Ainda em greve, o sistema volta a operar com 100% da capacidade das 5h30 às 8h30 e das 17h às 20h. 

Na noite da segunda (14), a desembargadora Nise Pedroso, presidente do TRT-6, aceitou o pedido da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e deferiu o funcionamento do sistema apenas nos horários de maior movimentação de passageiros, sendo facultativa a abertura nos outros períodos. A decisão em caráter liminar também impôs multa diária de R$ 60 mil em caso de descumprimento e o sindicato foi condenado.

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Na mesma noite, lideranças do Sindmetro-PE realizaram uma caravana ao Distrito Federal com cerca de 100 trabalhadores para protestar contra a privatização do transporte. A decisão ainda não havia sido atendida, mas, após reunião ainda em Brasília, foi acertada a continuidade da greve por tempo indeterminado - que completou 16 dias - com a volta das atividades apenas nos horários de pico.

Na manhã desta quinta (17), o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) se reuniu com bases sindicais de outros estados em um protesto em frente ao Palácio do Planalto, no Distrito Federal, para cobrar a permanência da administração federal do metrô.  

Em seu 15º dia de greve, mais de 100 trabalhadores participaram da caravana a Brasília para reivindicar a retirada do metrô do Recife do Plano Nacional de Desestatização (PND). Outra demanda da categoria é a aprovação do Acordo Coletivo de Trabalho 2023-2025, com reajuste de 7% no salário. 

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"Estamos nos mobilizando, continuaremos lutando. Durante a época de campanha, o presidente Lula se comprometeu com essa categoria, para a retirada da CBTU do Plano de Desestatização e por mais investimentos no Metrô do Recife. Mas, infelizmente, Lula segue a ideia do governo Bolsonaro e avança com essa ideia de entregar a CBTU nas mãos dos empresários. Não iremos deixar", informou o presidente do Sindmetro-PE, Luiz Soares.  

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Luiz ainda salientou que o Governo Lula foi eleito pelos trabalhadores e não pela classe empresarial. "Queremos um metrô público, estatal federal e de qualidade para as pessoas. Precisamos de investimentos no Metrô e só Governo Federal tem o aporte necessário para entregar as melhorias necessárias no sistema", avaliou. 

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