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Medina irá perder uma etapa do Mundial de Surf por não ter tomado a vacina contra Covid-19. A informação foi dada pelo próprio atleta, em live feita na Twitch.tv, jogando Fortnite. O surfista poderia ter tomado a vacina, já que o imunizante foi oferecido a todos os que representaram o Brasil em Tóquio. Sem estar imunizado, o marido de Yasmin Brunet perderá a etapa de Teahupoo, na Polinésia Francesa.

Na transmissão ao vivo, o surfista explicou que por ir a próxima etapa que será no México, teria que fazer quarentena de 10 dias para viajar para Teahupoo e por isso não daria tempo de ir, já que é uma seguida da outra, em intervalo de poucos dias. Ele só não explicou porque recusou a vacina.

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“Eu não vou para Teahupoo porque não tomei a vacina, aí tem que fazer 10 dias de quarentena. Aí não dá tempo de ir do México para lá, porque é uma seguida da outra. Vou ser obrigado a não ir, sacanagem. Mas de boa. Eu posso descartar uma etapa, então está de boa”, afirmou em trecho da live.

Prejuízo esportivo é menor

Medina é líder do Mundial de Surf, seguido pelo campeão olímpico Ítalo Ferreira, mas com boa vantagem. Ele pode ser campeão já no México.

Restando apenas três eventos, ele tem 46.720 pontos, seguido por Ítalo, com 33.555 e em terceiro, mais um brasileiro, Felipe Toledo, com 32.065.

Para garantir o título matematicamente, Gabriel Medina precisa vencer a etapa do México e torcer para que os outros dois compatriotas fiquem abaixo do 9º lugar.

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Na última semana, um atleta inglês de 42 anos morreu de Covid-19, após se recusar a receber a vacina contra a doença. John Eyers, de Southport, na Inglaterra, que praticava atletismo amador, escalava montanhas e levantava pesos. Pai, Eyers deixa também uma irmã gêmea e a sua mãe, com quem morava. Segundo o jornal britânico The Guardian, a irmã Jenny McCann o descreveu como “a pessoa mais apta e saudável que conheço”. Ela acrescentou que seu irmão escalou montanhas galesas e acampou quatro semanas antes de morrer.

A vítima foi levada à unidade de terapia intensiva após contrair o coronavírus, dizendo ao seu consultor antes de ser ventilado que gostaria de ter sido vacinado. A irmã disse que a morte de seu irmão foi "uma tragédia".

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“Ele achava que se contraísse a Covid-19, ele ficaria bem. Pensou que teria uma doença leve. Ele não queria colocar uma vacina em seu corpo. O (corpo) dele estava cheio de todas as drogas do hospital. Eles jogaram tudo contra ele”, disse McCann no Twitter. “Não deveria ter acontecido. Ele deixa uma mãe e um pai, uma irmã (eu) e uma filha de 19 anos. Meus dois filhos perderam seu tio divertido. O tio que sempre brincava com eles”

Tributos também vieram dos amigos de Eyers, com muitos o descrevendo como "uma pessoa incrivelmente em forma" e "uma das pessoas mais ativas e em forma" que eles conheciam.

Um amigo escreveu: “Ele tinha um grande amor por esportes e fitness competindo em fisiculturismo, triatlo, escalada e muito mais. Ele me ajudou alguns anos atrás, quando eu estava competindo enquanto eu estava lutando com minha preparação e ele foi o suporte e orientação extra que eu precisava para me ajudar no show”.

Os profissionais de saúde e os pacientes da Covid falam cada vez mais sobre o sentimento de arrependimento por não terem sido vacinados depois de ficarem gravemente doentes.

A Dra. Samantha Batt-Rawden, registradora sênior da unidade de terapia intensiva, disse que encontrou apenas um paciente em cuidados intensivos que recebeu as duas doses de vacinação e que a “vasta maioria” das pessoas que ela atendia não estava “completamente vacinada”.

Batt-Rawden disse que era difícil testemunhar a expressão de arrependimento no rosto dos pacientes quando eles ficavam doentes e precisavam usar um respirador. “Você pode ver que eles cometeram potencialmente o maior erro de suas vidas [em não tomar a vacina], o que é muito difícil”, disse ela, acrescentando que tinha ouvido pessoas contando aos membros da família sobre seu remorso.

A influencer e vencedora do BBB 21 Juliette Freire se vacinou nesta terça-feira (3). Ela publicou foto do momento em suas redes sociais, junto com texto em tom reflexivo sobre o atual momento político vivido no Brasil e sua história de vida.

Iniciando sua postagem com trecho de uma das músicas símbolo contra ditadura militar - “Apesar de Você”, de Chico Buarque - a paraibana cutucou o governo Bolsonaro, que ignorou protocolos sanitários e a compra das vacinas durante quase toda a pandemia.

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“Viver é um ato político. Viver no Brasil é resistir ao negacionismo que mata. Gratidão e respeito aos que lutam pelo futuro e respeitam a ciência”, escreveu.

Em seu texto, Juliette comparou tudo que viveu no BBB ao sentimento de quando saiu do reality, ter visto sua mãe já vacinada.

“Um dos sentidos mais fortes. No dia que saí, soube que mainha (sic) estava vacinada e meu coração aliviou”, descreveu.

Com seu jeito todo especial, Juliette finalizou sua publicação agradecendo a Deus e aos profissionais da saúde, em especial a Jaqueline, enfermeira que a vacinou.

“Eu vim da escola pública, da Universidade Pública, e honro a saúde pública e o SUS. Obrigada aos profissionais da linha de frente que, nesse momento, vejo em Jaqueline, profissional de saúde que aplicou a vacina em mim. Vacinem-se e continuem se cuidando.”, concluiu.

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Na altura em que o Brasil ultrapassa a marca dos 520 mil mortos pela Covid-19, é difícil não conhecer alguém que tenha perdido uma pessoa querida para a doença. Nos protestos que têm ocorrido no Brasil contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e a atuação do Ministério da Saúde, sobretudo após o escândalo da Pfizer, cada vez mais pessoas têm comparecido às ruas para compartilhar suas histórias de luto. No Recife, neste sábado (3), uma família inteira foi protestar por mais vacinas e para lembrar a morte de Maria Isis Melo Albuquerque, mãe, falecida aos 57 anos.

Filha, genro, avó, irmão: o grupo se reuniu junto aos demais manifestantes que saíram da Praça do Derby à Conde da Boa Vista para o 3J, como foi apelidado o ato. Os familiares vestiam camisas com uma foto da vítima, que morreu esperando por uma vacina. Segundo Maria Tatiana Melo Albuquerque, de 27 anos, filha de Isis, o grupo de vacinação para maiores de 50 anos só abriu quando a mãe já estava em um leito de UTI. No Recife, a vacinação contra a Covid-19 para pessoas com 50 anos ou mais foi iniciada em 3 de junho. Maria Isis morreu no último dia 5 de junho.

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“Inicialmente, ela se internou com os sintomas comuns da Covid e apresentava falta de ar, mas permaneceu no quarto e depois precisou ir para a UTI, mas em seguida foi intubada e dali o quadro não se reverteu mais. Minha mãe morreu esperando por uma vacina, mas nunca conseguiu sair de lá (do hospital)”, explica a mulher.

Para Maria Tatiana, que leva o nome da mãe, Maria, o sentimento maior, além da saudade, é o de “revolta”. Para os familiares, Isis representou um elo e tinha participação importante na família. Era animada e gostava de reunir a todos.

“Minha mãe preenchia todos os vazios possíveis, parece até que perdemos 50 pessoas da família. Ela era uma alegria de viver, sempre se posicionou contra esse governo. Ela acolhia, juntava e unia a família. Eu me revolto ainda mais porque minha mãe tinha muita vontade de viver. Isso por culpa de um governo que não quis comprar vacinas, que negou, porque queria propina para comprar a vacina. Eu perdi o meu amor, a minha mãe”, completou a filha, em desabafo.

Protestos na capital pernambucana

No Recife, centenas de militantes voltaram a se reunir neste sábado (3) para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e demandar por mais vacinas contra a Covid-19. Esse foi o terceiro protesto no Recife que acontece de acordo com a convenção nacional, consecutivamente, após o 29M, em 29 de maio, e o 19J, em 19 de junho. A concentração foi iniciada por volta das 9h, na Praça do Derby, região central da cidade. O 3J, como foi apelidado o novo ato, foi adiantado diante dos novos escândalos associados ao Governo Federal.

Na capital pernambucana, centenas de militantes voltaram a se reunir neste sábado (3) para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e demandar por mais vacinas contra a Covid-19. Esse foi o terceiro protesto no Recife que acontece de acordo com a convenção nacional, consecutivamente, após o 29M, em 29 de maio, e o 19J, em 19 de junho. A concentração foi iniciada por volta das 9h, na Praça do Derby, região central da cidade. O 3J, como foi apelidado o novo ato, foi adiantado diante dos novos escândalos associados ao Governo Federal. Às 10h, a multidão seguiu sentido Avenida Conde da Boa Vista, em filas indianas, e se dispersou por volta do meio-dia.

O mote dos protestos continuou sendo o "vacina no braço e comida no prato”. Como nos protestos anteriores, movimentos sociais e populares, sindicatos, organizações feministas e da juventude encabeçam o levante em defesa também da manutenção do auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia. Também ouve mais ênfase ao desdobramento do Projeto de Lei 490/2007, que trata do futuro das terras indígenas no país. Lideranças de povos nativos também compuseram os participantes.

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Como nas últimas duas reuniões nacionais, a vereadora Liana Cirne (PT-PE) voltou a comparecer à mobilização, apesar dos eventos violentos que ocorreram no 29M, quando a parlamentar foi atingida por um disparo de spray de pimenta, lançado pela Polícia Militar durante uma tentativa de diálogo.

“Todo mundo está se cuidando porque essa é uma manifestação em defesa da vida. Sobretudo nesta semana em que a CPI descobriu cobrança de propina de um dólar por dose de vacina. Descobriu que nós deixamos de comprar as vacinas da Pfizer por causa da corrupção, para lucrar com as vacinas da Covaxin enquanto o povo brasileiro estava morrendo. Descobrimos que mais de 400 mil mortes da nossa população se deveu pela ambição de roubar, de corromper o dinheiro público e lucrar em cima de mortes. Não dá, chegamos ao limite. Esse governo não se sustenta”, disse Cirne ao LeiaJá.

Inicialmente prevista para o dia 24, a manifestação foi antecipada pela campanha ‘Fora Bolsonaro’ diante das recentes revelações feitas pela CPI da Covid no Senado, que associam Jair Bolsonaro e servidores da Saúde, bem como parlamentares da base do Governo, à denúncia de corrupção na compra superfaturada da vacina indiana Covaxin. Ao longo desta semana, estourou também a denúncia envolvendo pagamento de propina na aquisição das vacinas, o que esquentou os ânimos da oposição.

O ato seguiu em direção à Praça do Diário e foi pacífico nas suas três horas de duração. Houve presença da Autarquia de Trânsito e Transporte (CTTU), de agentes conciliadores e da Polícia Militar, que acompanhou os manifestantes, mas sem conflitos. A organização do protesto contou com equipes de biossegurança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para a higienização das mãos dos participantes, além da distribuição de máscaras e a organização do distanciamento social.

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Integraram oficialmente o ato as Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, integrantes do PT, do PCdoB e do PSOL, Central Única dos Trabalhadores, União Nacional dos Estudantes e a União dos Estudantes de Pernambuco.

A vereadora pelo PCdoB e escritora, Cida Pedrosa, também caminhava junto aos manifestantes, acompanhando um grupo de militantes e estudantes do seu partido.

“Eu não quero um genocida no poder. Um homem que está cometendo crime contra a humanidade, que jogou o Brasil na bancarrota. Bancarrota econômica, da saúde e social. Fora Bolsonaro! Vamos formar uma frente ampla para derrubar o coiso”, declarou, ao segurar uma bandeira da sigla.

Diante da tensão que assola a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) na Câmara e o Supremo Tribunal Federal (STF), que apreciam matéria prevista no Projeto de Lei 490/2007, lideranças indígenas aderiram também ao ato contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Recife, na manhã deste sábado (3). A principal reivindicação dos nativos é a anulação ou discussão do PL em audiência pública, por tratar de assuntos importantes para a sobrevivência e preservação da cultura indígena, como a demarcação de terras e respeito à expressão da fé.

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Parte dessa população tece fortes críticas ao Governo Federal, em especial à atuação através do Ministério do Meio Ambiente, que é investigado pela Polícia Federal por crimes de corrupção contra a administração pública e facilitação de contrabando por agentes públicos e empresários do setor madeireiro, na gestão do ex-ministro Ricardo Salles. Só em 2020, o desmatamento na Amazônia cresceu 30%, batendo o recorde dos últimos dez anos.

Uma das frentes a encabeçar o ato foi a associação indígena Karaxú Assikuka, primeira associação originária do país a ser criada em contexto urbano. Cerca de dez pessoas compareceram em nome da organização, liderada pela cacica Kyalonan Karaxú.

“Esse PL vem para destruir todos os direitos dos povos indígenas, inclusive o direito à terra, que é nosso direito sagrado. Precisamos que esse PL seja barrado, é um PL genocida e que tanto invade os (territórios) isolados, fazendo com que se flexibilize a entrada nas terras para a mineração e o garimpo, como também tira o direito às terras já demarcadas. Elas podem ser privatizadas e invadidas pelos grandes negócios, hidrelétricas e usinas nucleares. Precisamos barrar o PL pelo direito à vida, para salvar a Amazônia, para salvar o pulmão do mundo”, diz a cacica.

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O Projeto de Lei 490/2007

Na matéria, o ponto de maior interesse é a tese do marco temporal. A proposta garante como terras tradicionalmente ocupadas pelos indígenas brasileiros apenas aquelas que, na promulgação da Constituição de 1988, eram simultaneamente: por eles habitadas em caráter permanente; utilizadas para suas atividades produtivas; imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar; e necessárias à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.

A comprovação desses requisitos deverá ser devidamente fundamentada e baseada em critérios objetivos. A ausência da comunidade indígena na área pretendida em 5 de outubro de 1988 impede o direito à terra, salvo em caso de conflito possessório, fato que deverá ser devidamente comprovado.

No entanto, lideranças indígenas em todo o país reforçam a noção do direito à propriedade e moradia, alegando o bom uso da terra e a permanência dos povos originários no país desde o seu descobrimento até a atualidade.

Segundo o texto, a demarcação contará obrigatoriamente com a participação dos estados e municípios em que se localize a área pretendida e de todas as comunidades diretamente interessadas, sendo franqueada a manifestação de interessados e de entidades da sociedade civil, desde o início do processo administrativo demarcatório, a partir da reivindicação das comunidades indígenas. É assegurado aos entes federados o direito de participação efetiva no processo administrativo de demarcação de terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participa de ato político com motociclistas na manhã deste sábado (26), na cidade de Chapecó (SC). O evento começou pouco depois das 9h30, mas os apoiadores do presidente se reuniram mais cedo, às 7h. O presidente chegou a transmitir um trecho inicial do passeio em suas redes sociais. Apesar da pressão instaurada pela CPI da Covid no Senado, que investiga possíveis crimes de responsabilidade na condução da pandemia, Bolsonaro compareceu a Chapecó sem máscara e no meio de uma multidão.

Esse é o quarto passeio de motos realizado por Bolsonaro, que já promoveu atos similares em Brasilia, Rio de Janeiro e São Paulo. Assim como nos três eventos anteriores, as motociatas têm reunido milhares de apoiadores do presidente e adotado tom de campanha.

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O chefe do Executivo foi recebido pela população ainda em uma caminhada e chegou a passear de cavalo. Em seguida, o grupo de motociclistas seguiu às ruas centrais da cidade, liderados pelo presidente, à frente da aglomeração. Na garupa de Bolsonaro estava o prefeito da cidade, João Rodrigues (PSD-SC), também sem máscara.

A máscara é um item de proteção essencial e obrigatório na totalidade das cidades e estados brasileiros. De acordo com órgãos de saúde, como o próprio Ministério da Saúde brasileiro e a Organização Mundial da Saúde (OMS), a máscara é um item capaz de reduzir a chance de infecção, além da vacina. O presidente, no entanto, se vê contra o uso de máscaras e presa pelo “livre arbítrio”, apesar desse discurso ir contra a pasta da Saúde do seu governo e também contra as recomendações mundiais.

O presidente já chegou a divulgar mentiras usando uma pesquisa negacionista para indicar que o equipamento era prejudicial às crianças e citando que a máscara reduz a oxigenação, o que não é verdade. Ele foi autuado por "não cumprir com a exigência de uso de máscara de proteção facial nos espaços de uso aberto ao público" durante uma "motociata" em São Paulo.

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Ouvidos pela CPI da Covid nesta quinta-feira (24), Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil e representante do Movimento Alerta, e o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (RS), apresentaram números sobre a pandemia de Covid-19 no Brasil a partir de suas pesquisas que dão um retrato da resposta do país desde março de 2020, quando foi registrada a primeira morte pelo coronavírus. Ao comentar os resultados, os pesquisadores deixaram claro que a população indígena, a população negra (pretos e pardos), e a população pobre são as mais afetadas pela pandemia.

Durante o testemunho, dado na condição de convidado, Hallal também mostrou dados do seu grupo coordenado e que mostram que o Brasil poderia ter poupado quatro em cada cinco das mortes ocorridas por Covid nacionalmente. O número também pode ser lido da seguinte forma: 400 mil mortes evitadas, se o país tivesse conseguido, ao menos, entrar para a média mundial.

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Para os especialistas, o posicionamento anticiência e a falta de comunicação unificada por parte do Ministério da Saúde foram decisivos para que o Brasil chegasse à triste situação atual. Atualmente, o Brasil é o quarto país em número absoluto de doses aplicadas, o 78º que mais aplicou primeiras doses e o 85º que mais aplicou segundas doses ou primeiras doses da vacina Janssen. O Brasil também é, geograficamente, o segundo pior da América do Sul no índice de mortalidade, atrás apenas do Peru.

Entre os dez países mais populosos do mundo, a nação brasileira, novamente, ocupa a pior posição. O mesmo se repete entre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Entenda os dados por pesquisa:

Grupo Alerta de Jurema Werneck

— A pandemia provocou, em um ano (março de 2020 a março de 2021), 305 mil mortes acima do esperado no Brasil. Essas mortes ocorreram direta ou indiretamente por Covid-19 (99% de confiança);

— Se medidas eficientes de distanciamento social e controle tivessem sido adotadas, haveria uma redução de 40% no potencial de transmissão do vírus;

— Com política efetiva de controle baseada em ações não farmacológicas (uso de máscara, álcool em gel, distanciamento e isolamento, entre outros) 120 mil vidas poderiam ter sido poupadas no primeiro ano da pandemia no Brasil;

— Menos de 14% da população brasileira fez testes de diagnóstico para a Covid-19 até novembro de 2020. Pessoas com renda maior do que quatro salários mínimos consumiram quatro vezes mais testes do que pessoas que receberam menos de meio salário mínimo;

— Desigualdades estruturais tiveram influência sobre as altas taxas de mortalidade, atingindo principalmente negros e indígenas, pessoas com baixa renda e baixa escolaridade;

— 20.642 pessoas morreram em unidades de atendimento pré-hospitalares, sendo 20.205 em unidades públicas;

— Pessoas mais pobres tiveram o dobro do nível de infecções;

— População negra (pretos e pardos) tiveram o dobro da infecção dos brancos, enquanto a população indígena teve cinco vezes mais casos de infecção do que a população branca;

—Durante a fase três do estudo, no final de junho de 2020, o índice apontava 7,8% para os indígenas, enquanto 1,7% para brancos.

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Estudo Epicovid de Pedro Hallal

— Brasil tem 2,7% da população mundial e concentra quase 13% das mortes no mundo; Nesta quinta-feira (24), 33% das mortes mundiais por covid-19 aconteceram no Brasil;

— 4 de cada 5 mortes teriam sido evitadas se o Brasil estivesse na média mundial de óbitos pela covid-19, ou seja, 400 mil mortes não teriam ocorrido. No país, 2.345 pessoas morreram pelo coronavírus para cada um milhão de habitantes; média mundial é de 494 pessoas;

— Em março de 2020 havia seis vezes mais casos de contaminados por covid-19 que números oficiais. Hoje, seriam de 3 a 4 vezes mais que as estatísticas oficiais;

— Em comparação com os dez países com maior população, o Brasil tem o pior resultado de mortes por milhão de habitantes, assim como na comparação dos países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul);

— Na América do Sul, Brasil é o segundo país com mais mortalidade de covid-19 por milhão de pessoas, atrás do Peru;

— Em todas as fases do Epicovid, estudo realizado em 133 cidades, os mais pobres tiveram o dobro de risco de infecção na comparação com pessoas mais ricas;

— Na terceira fase (21 a 24 de junho), 7,8% dos indígenas tiveram contato com o coronavírus, contra 1,7% dos brancos, 4,5% dos pardos, 3,6% dos negros e 3,6% dos amarelos;

— Com relação à vacinação, o Brasil é o 4º em número absoluto em doses aplicadas, o 78º país que mais vacinou com uma dose e o 85º com a população imunizada;

— A demora em compras de vacinas anticovid teria causado entre 95,5 mil e 145 mil mortes.

Censura

À CPI, Hallal afirmou ainda que um recorte étnico apresentado através dos resultados do Epicovid-19 foi censurado em evento no Palácio do Planalto, em junho de 2020. Na apresentação, seria exibido o alto grau de contágio dos indígenas do país, além do índice de mortalidade nessa população, junta à população negra (considerando pretos e pardos), e à população pobre. O slide foi retirado arbitrariamente do material. Segundo Hallal, a atitude pode ter sido do ex-secretário-executivo Elcio Franco. 

*Dados das pesquisas via Agência Senado

A CPI da Covid ouve nesta quinta-feira (24) o epidemiologista, pesquisador e professor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Pedro Hallal. O especialista é coordenador do estudo Epicovid-19, que estuda a incidência do coronavírus no Estado, e que foi descontinuado ainda em 2020, após intervenção do Ministério da Saúde. Durante o testemunho, dado na condição de convidado, Hallal mostrou dados obtidos através da pesquisa e que mostram que o Brasil poderia ter poupado quatro em cada cinco das mortes ocorridas por Covid nacionalmente. O número também pode ser lido da seguinte forma: 400 mil mortes evitadas, se o país tivesse conseguido, ao menos, entrar para a média mundial.

“O número de casos não é uma estimativa confiável. O Epicovid mostrou que haviam seis vezes mais casos do que o número oficial. A política de testagem é o que determina o número de casos. Isso é usado no mundo todo. Não há artigos científicos comparando a taxa de letalidade em localidades, mas a taxa de mortalidade. O Brasil tem 2,7% da população mundial e desde o começo da pandemia concentra cerca de 13% das mortes de Covid no mundo. Uma em cada três mortes por Covid foi no mundo foi no Brasil. Quatro em cada cinco mortes por Covid no Brasil estão em excesso, considerando o tamanho da população. Morreram 2.345 pessoas para cada um milhão de habitantes. Se estivéssemos na média mundial, teríamos poupado 400 mil vidas”, informou Hallal, enquanto exibia slides apresentando os dados.

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As mortes em excesso, segundo explicou a outra depoente, Jurema Werneck, executiva da Anistia Internacional, pertencem ao conceito de excesso que foge ao padrão considerado normal de mortalidade no país. Na presença de um evento mais grave na pandemia, há uma fuga dessa curva. O excesso mencionado foi calculado somente contemplando as primeiras 52 semanas epidemiológicas. Ele considera pessoas que morreram por Covid-19, diretamente, e por outras doenças naturais e estados mórbidos, não contabilizando mortes por outras razões, como violência, acidentes ou suicídios.

O cientista também mencionou “sete pecados capitais” na condução da pandemia por parte do Governo Federal. São eles a pouca testagem e rastreamento de contágio e isolamento; a demora para comprar vacinas e o desestímulo à vacinação; gestão de tratamento ineficaz; ausência de liderança do Ministério e de um comitê de crise; o desincentivo ao uso de máscara; abordagem clínica versus epidemiológica; falta de comunicação unificada.

Sobre os dois últimos, o pesquisador se estende. “A abordagem clínica foi usada para curar cada pessoa acometida pelo vírus, para comprar respiradores, garantir kit intubação e ampliar leitos, mas a pandemia precisa ser vencida, é preciso cessar o alcance do vírus. Faltou comunicação unificada, estimulando a população a usar máscaras e se proteger, o que não foi feito”, explicou o coordenador do Epicovid. Hallal acredita que a postura anti-ciência do Governo Federal foi decisiva para os resultados ruins da gestão.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou nesta quarta-feira, 16, a se opor ao uso de máscaras para mitigar a proliferação do novo coronavírus e criticou até mesmo a sinalização com pedidos de cumprimento da medida em painéis de rodovias paulistas. É o caso da rodovia dos Bandeirantes, a qual ele utilizou no sábado durante passeio de moto com seguidores. "O que dá para entender, um cara, no carro com a família dele, usando máscara?", perguntou. "A intenção do governo do Estado é multar. Quanto mais lei tem, pior é aquele País."

Bolsonaro também voltou a defender a imunização facultativa contra covid-19 e a criticar o do Senado, que aprovou a projeto do "passaporte da covid".

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A proposta segue para a Câmara e, se aprovada, vai para o aval de Bolsonaro. Ele prometeu vetá-lo. No documento, devem ser registradas informações sobre a vacinação dos cidadãos.

Para o presidente, a matéria foi pouco debatida. "Toma vacina quem quer", declarou.

Ele criticou práticas, que, em sua visão configuram mau uso de recursos por parte de governos estaduais no combate à pandemia. "Quando a gente manda dinheiro para o Estado fica a cargo do estado. Não tem mais nada a ver com o governo federal".

O presidente também disse que estará em uma nova "motociada", na cidade de Chapecó (SC), prevista para o último final de semana de junho.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) voltou às redes sociais para protagonizar mais um episódio de negacionismo científico, desta vez, resgatando a 'Revolta da Vacina' como um exemplo de vacinação em massa ou “vacinação compulsória”, nas suas palavras, que teria dado errado. As declarações foram feitas nesta terça-feira (15) através da conta do Twitter do filho do presidente Jair Bolsonaro, que já havia feito as mesmas comparações anteriormente.

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“As vacinas da COVID não seguiram os protocolos normais e reações adversas têm ocorrido. Excluir da sociedade quem não se sujeitar a tomá-la é, além de precipitado, contra a liberdade. Mesmo que eu esteja tendente a me vacinar não posso obrigar outros a fazê-lo”, escreveu primeiramente o deputado, iniciando fio de informações no Twitter.

E continuou: “Não posso me responsabilizar por essas reações adversas, a vacinação tem que ser uma decisão de cada um. Além disso, a Revolta da Vacina no Rio de Janeiro no início do século XX já nos ensinou que obrigar uma vacinação não termina bem”.

A Revolta da Vacina, ocorrida em 1904 na cidade do Rio de Janeiro, foi um motim popular e negacionista, responsável por um surto de varíola que causou milhares de internações na capital carioca. As autoridades, à época sob gestão de Pereira Passos, precisaram coordenar uma corrida aos postos de vacinação para conter a doença e o número de mortos.

Por fim, o deputado insiste na decisão de cada um, sem levar em conta que até mesmo aqueles que tomaram a vacina podem transmitir o coronavírus: “Por fim, a vacina traz uma proteção individual. Ainda que outras pessoas não a tomem isso não interfere na imunização de quem tomou”, completou.

Essa foi pelo menos a segunda vez que o conservador negou a vacinação da população geral usando o exemplo da revolta no século passado. O revisionismo histórico do filho do chefe do Executivo também teve espaço na mesma rede social em setembro de 2020, quando Eduardo disse que o “não é o papai Estado que vai te impor decisões sobre sua vida (ao menos o Estado federal)”.

A suspeita da existência de um Ministério da Saúde informal no combate à pandemia no Brasil foi reforçada por uma reunião do presidente Jair Bolsonaro com integrantes do grupo pernambucano Médicos pela Vida. Pleiteado pelos próprios profissionais, o grupo negacionista cobrou autonomia para receitar substâncias ineficazes contra o vírus, no encontro transmitido ao vivo pelo Facebook em setembro do ano passado. A informação é do site Marco Zero.

Sem máscara, três pernambucanos participaram do evento e pousaram para fotos ao lado de três dos principais propagadores de informações falsas sobre a pandemia no Brasil: o presidente Bolsonaro, a oncologista Yamaguchi - refutada diversas vezes na CPI da Covid-19 - e o deputado Osmar Terra (MDB-RS), que errou em suas previsões contra a doença.

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Estiveram presentes o oftalmologista e líder do Médicos pela Vida, Antônio Jordão, o pneumologista e coordenador, Blancard Torres, e a pediatra Tilma Belfort. Ao todo, o movimento conta com sete médicos, desses cinco são pernambucanos.

Em determinado momento, Blancard reclamou de uma advertência que teria recebido do Hospital Português por indicar tratamento precoce e criticou as medidas restritivas determinadas pelo governador Paulo Câmara (PSB) para evitar a piora da pandemia.

“Porque eu falei (em um vídeo) que os genocidas eram os governadores, como Paulo Câmara, e os prefeitos, (como) Geraldo Júlio. Eles negam essas medicações”, sugere sem provas.

O grupo negacionista também reclamou da postura do Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe), que é contra o tratamento precoce, apesar de defender a autonomia profissional, e pediu que Bolsonaro proteja os médicos que receitam os medicamentos sem eficácia comprovada.

"Como eu posso fazer vídeo instruindo o povo se eu não tenho o presidente dizendo que não pode me atacar? porque se me atacar, ataca o senhor. Eu sou o seu soldado, você é meu capitão. O senhor tem que estar ao meu lado", afirmou Blancard.

Gabinete das sombras

O presidente respondeu que os conselhos deveriam pedir ação preventiva para os médicos receitarem o tratamento com tranquilidade. Em determinado momento, o virologista Paolo Zannoto solicitou a criação de um "shadow cabinet" - gabinete das sombras - para lidar com a pandemia longe dos holofotes.

Embora as ações da CPI da Covid apontem para a elucidação de desvios de recursos federais e comportamentos controversos de políticos e profissionais da saúde, antes do início dos depoimentos, o grupo publicou um abaixo-assinado em que nega as vacinas e as medidas de prevenção. Em contrapartida, pedem que a inalação de hidroxicloroquina seja indicada como alternativa ao tratamento.

Após o vexame do depoimento de Nise Yamaguchi na Comissão, o Médicos pela Vida emitiram nota em repúdio às “posturas inaceitáveis de políticos”. Um dia depois, o Conselho Federal de Medicina se posicionou “para manifestar sua insatisfação com a postura de membros da CPI".

Após a repercussão da movimentação paralela, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitou a convocação de Osmar Terra (MDB-RS) e do médico Paolo Zanotto na CPI da Covid.

Em sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na manhã desta segunda-feira (17), o deputado federal Giovani Cherini (PL-RS), vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, afirmou que o uso de máscaras de proteção pode ter piorado o câncer que levou à morte do ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), nesse domingo (16).

Segundo o parlamentar, “as células precisam de respiração” e as máscaras impedem o usuário de respirar apropriadamente. Nenhuma das declarações feitas tem comprovação científica, mas o deputado é um opositor do item de proteção, considerado o mais importante para impedir a disseminação do coronavírus.

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"Falaram tanto do nosso querido e saudoso Bruno Covas, fui colega dele na Câmara. A máscara que ele usou durante toda a campanha pode ter prejudicado o câncer que ele teve. Porque as células precisam de respiração. Isso é ciência! Respirar é ciência!", afirmou.

Na comissão, o debate sobre o uso obrigatório de máscaras, acatado pela maioria dos estados brasileiros, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi trazido à tona. Durante a sessão, a deputada psolista Fernanda Melchionna pediu que a presidente Bia Kicis (PSL-DF) utilizasse a proteção sobre o rosto enquanto presidia a reunião do colegiado, que foi presencial.

Kicis disse que só utilizaria a máscara quando estivesse "ouvindo", não enquanto estivesse "falando".O deputado Gervásio Maia (PSB-PB) também solicitou que a deputada e  Carlos Jordy (PSL-RJ) fizessem o uso de máscaras. Ambos os parlamentares afirmaram que estavam sem usar máscaras para falar e tomar café e água durante a sessão.

Em seguida, vieram as declarações de Cherini, que não só mencionou, sem comprovação científica, o suposto uso prejudicial de máscaras de proteção no caso de Bruno Covas, como também afirmou que o “Brasil está mais ansioso” porque as pessoas usam máscaras por muito tempo. O bolsonarista é um ferrenho opositor à medida de proteção e prevenção.

"Eu só gostaria de informar a todos os membros que falam tanto em ciência, ciência, ciência, que eu também defendo a ciência. Só que eu defendo que as pessoas respirem e nós vamos ter uma matança de gente por usar máscara em praça, praia, absurdo, dentro do carro sozinho. De tanta doença mental que as pessoas estão passando, de uma forma desinformada, doentia, politicamente. Porque eu aprendi uma coisa no mundo holístico que eu vivo: respirar é tudo na vida", disse o deputado.

E continuou: "Vocês imaginem ficar oito horas com uma máscara sem respirar. Problemas mentais, doenças de toda a ordem que vamos ter, ansiedade… A população brasileira está sofrendo de ansiedade sabe por quê? Por uso de máscara", concluiu Cherini. Sâmia Bonfim (PSOL-SP) tentou rebater a fala do vice-líder governista, mas Bia Kicis não a permitiu.

Segundo uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), feita no trimestre de maio, junho e julho de 2020, 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa na pandemia do novo coronavírus. O percentual tem média de 30% nos outros países e revelam um alerta para a saúde mental dos brasileiros, que pode ser prejudicada a longo prazo pelos efeitos da pandemia.

No entanto, os pesquisadores mencionam sintomatologia referente ao estresse, ansiedade e depressão, tendo ligação com questões socioeconômicas e culturais, como renda e escolaridade, que tendem a ser mais baixas no Brasil; uso de máscaras nunca foi mencionado. Ainda segundo o estudo, o impacto da pandemia na saúde mental deve ser considerado crise de saúde pública.

Cidades ferrenhamente bolsonaristas, que elegeram, em 2018, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com 50% ou mais dos votos válidos, destacam-se entre os 5.570 municípios brasileiros como as mais vulneráveis à infecção ou morte por Covid-19. Nos municípios onde o presidente teve mais da metade dos votos no segundo turno das últimas eleições, o risco de infecção foi 299% e o de mortes, 415% maior do que nos municípios onde ele perdeu a eleição. O foco do estudo é mostrar os efeitos fatais do negacionismo na população, diante da crise na Saúde.

Os dados constam em nova pesquisa, publicada em 28 de abril, por estudiosos do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da Universidade de Toronto, no Canadá, e do Ibmec, intitulada “Os efeitos desastrosos dos líderes na negação: evidências da crise do COVID-19 no Brasil”.

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Quando o escopo filtra as localidades onde o chefe do Executivo obteve mais de 70% dos votos no segundo turno, o resultado é pior: chega a 567% a mais a chance de se infectar e a 647% o risco de ir a óbito, do que em uma cidade onde ele teve menos de 30% dos votos. Isso equivale a sete vezes mais mortes nas cidades onde Bolsonaro ganhou com ampla margem.

“O Sr. Jair Bolsonaro é o arquétipo de um líder em negação. O atual presidente do Brasil fez uma sequência de discursos para televisão e rádio minimizando a gravidade da pandemia COVID-19. O conteúdo das comunicações do Sr. Bolsonaro minimizou os efeitos da doença, desconsiderou a importância do distanciamento social e estimulou a adoção de tratamentos sem comprovação científica de eficácia”, diz o documento, assinado pelos professores Sandro Cabral, Nobuiuki Ito e Leandro Pongeluppe.

Os cientistas organizaram um painel de dados dos 5.570 municípios com observações diárias de 25 de fevereiro de 2020 a 18 de fevereiro de 2021 sobre o número de infecções confirmadas e o número de mortes devido à Covid-19. Eles verificaram o que aconteceu após cinco discursos realizados por Bolsonaro, transmitidos abertamente por redes de TV e rádio de 6 de março de 2020 a 8 de abril de 2020. Foram usados também dados do Tribunal Superior Eleitoral sobre as eleições de 2018.

No arquivo de pesquisa, as cidades que lideram a lista não são identificadas, mas os gráficos confirmam as informações já divulgadas em 2018, que identificam maior concentração de votos a favor do presidente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

O LeiaJá conversou com Sandro Cabral, professor do Insper/UFBA, que afirmou que ele e os colegas de trabalho optaram por “não estigmatizar as cidades e suas populações” através da pesquisa. O pesquisador também dá mais detalhes sobre o artigo.

“Nós escolhemos esses discursos porque, apesar dele (Bolsonaro) estar se comunicando todos os dias, ele fala para uma bolha. Fala em uma live particular semanal, no Twitter ou nos grupos do WhatsApp, por onde ele também se comunica somente para os seus seguidores. Escolhemos os discursos de TV porque assim, ele fala para o Brasil inteiro. Assim a gente sabe o impacto daquela mensagem de uma forma ampla, independente de se tratar de um município bolsonarista ou não”, aponta Cabral sobre a seleção dos discursos.

Também segundo o especialista, nas 52 primeiras semanas não houve nenhum discurso, depois de abril, sobre a pandemia. Após esse período, Bolsonaro se pronunciou nacionalmente no feriado de 7 de setembro e no Natal. O presidente comenta assuntos cotidianos sobre a Covid à imprensa ou aos seguidores nas redes sociais. Seu último discurso nacional foi em março deste ano, com uma leve mudança de tom, mas ainda marcado por sinais da desinformação e do negacionismo, sempre mencionando os entraves econômicos.

“Criamos um falso dilema entre economia e saúde, que são vistos como antagônicos, quando não são. Pelo contrário, preservar a saúde é preservar a economia. Se fossemos dar um valor à quantidade de mortos, de vidas perdidas que temos, quanto isso não acumularia? O prejuízo econômico das vidas abreviadas, sem falar no sofrimento das famílias. Nosso problema maior se concentra em uma ação descoordenada (do Governo Federal), em priorizar o que não é prioridade”, continua o co-autor do artigo.

O professor explica ainda que, nessas cidades em que as pessoas apoiaram, majoritariamente, Bolsonaro, os prefeitos, se não são governistas, mesmo que sejam da oposição, são mais suscetíveis à abertura do comércio e às flexibilizações, por pressões administrativas ou mesmo da própria população. Além disso, há também os que fazem parte da bolha negacionista, que se opõem ao uso de máscaras e defendem a economia em primeiro lugar, o que respinga em eleitos e não eleitores do presidente.

“A gente espera uma articulação central, um Governo Federal que nos mande sinais, mas se dele nós recebemos sinais contrários à contenção do vírus, dá nisso: 400 mil mortos, estamos empilhando corpos”, articula, por fim, Sandro Cabral, reafirmando também que a doença tem o poder de nos isolar do resto do mundo, pois quem sofre com as sanções diplomáticas são os brasileiros.

“Com o posicionamento do Brasil, nós sofremos as sanções. Barreiras sanitárias para o país, voos cancelados, relações ruins com outros líderes. O mundo pode querer se proteger e se isolar da gente”, conclui.

As manifestações de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que ocorreram em todo o país neste sábado (1º) deverão piorar o cenário da pandemia em São Paulo. Foi o que afirmou o coordenador do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo, Paulo Menezes, em entrevista ao UOL.

Contrários às normas sanitárias de combate à Covid-19, os bolsonaristas se aglomeraram na Avenida Paulista para apoiar o presidente, o voto impresso, defender a volta da ditadura e criticar o isolamento social.

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"Com a manifestação, que certamente recebeu pessoas de várias regiões do estado, de outras cidades, é alto potencial de ter impacto negativo nos dados de contaminações, internações e mortes", disse Menezes.

"A situação em São Paulo vem melhorando, mas, nas últimas semanas tivemos uma retomada de atividades não essenciais, principalmente comércio e serviços, com um aumento de circulação de pessoas. Isso foi planejado, mas já é motivo de acompanhamento próximo pela possibilidade de interrupção da melhora dos índices", falou ainda ao UOL.

Atualmente, São Paulo registra uma ocupação de 78% dos leitos de UTI e na última semana reabriu alguns serviços essenciais e comércio de modo geral.

O Parlamento Europeu organizou, nesta quinta-feira (29), um debate para discutir a pandemia de coronavírus na América Latina, que virou uma sessão de críticas ao "negacionismo" e à "necropolítica" do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

O objetivo da sessão era discutir o impacto da pandemia na região e as possibilidades de ajuda da União Europeia (UE) aos esforços dos governos nacionais para enfrentar a Covid-19.

Em particular, as discussões pretendiam analisar a relação entre o elevado nível de desigualdades sociais e econômicas no continente, assim como o avanço fora de controle da pandemia, mas as denúncias contra Bolsonaro dominaram por completo a sessão.

"Por ação ou omissão, a necropolítica de Bolsonaro constitui um crime contra a Humanidade que deve ser investigado", afirmou o eurodeputado espanhol Miguel Urbán.

Outro eurodeputado espanhol, Jordi Solé, advertiu que a gestão da crise de saúde por parte do presidente brasileiro pode "transformar o país em uma incubadora de novas cepas" do coronavírus.

Para a legisladora portuguesa Isabel Santos, a situação no Brasil é mais difícil por causa do "irracional negacionismo de Bolsonaro", a quem acusou de "fazer tudo para que a população não seja vacinada".

"Não é um erro, e sim uma irresponsabilidade deliberada", completou.

Os legisladores conservadores que participaram no debate também apresentaram críticas, mas sem mencionar o nome do presidente brasileiro.

Para o português Paulo Rangel, o impacto da pandemia foi agravado "por erros políticos e por visões negacionistas, como é o caso do Brasil".

O eurodeputado espanhol Leopoldo López afirmou que é necessário "destacar a negação da gravidade por parte dos governantes de alguns dos países com maior população".

A comissária europeia da Estabilidade Financeira, Mairead McGuiness, destacou que a UE já destinou 38 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 a 30 países da América Latina por meio do mecanismo internacional COVAX.

O Senado brasileiro instalou esta semana uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação do governo na pandemia de coronavírus, no momento em que o número de mortos no país se aproxima de 400.000.

Desde o início da pandemia no Brasil, em fevereiro de 2020, Bolsonaro se opôs às medidas de isolamento social, rejeitou o uso de máscara, questionou a eficácia das vacinas e defendeu o uso de remédios, como a hidroxicloroquina, sem eficácia comprovada contra a doença.

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O número de casos e mortes causadas pela covid-19 continua crescendo no Brasil de forma alarmante. Apesar dos avanços da ciência e da medicina e das diversas pesquisas feitas ao longo do tempo, uma parte significativa das pessoas no país e ao redor do mundo insiste em negar a existência e o desenvolvimento do vírus. Esse comportamento é reforçado por aqueles que negam a evolução científica em si, o que acarreta graves consequências.

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Diego Santos, professor de História na UNAMA - Universidade da Amazônia, explica que o negacionismo científico começou a surgir por volta dos séculos 15 e 16, quando a chamada Ciência Moderna direcionou um olhar diferente para o cosmo, para a sociedade e para a astronomia, criando também relações diferentes com a religião. Mais tarde, nos séculos 17 e 18, surgiram diversas teorias. Uma delas foio a Teoria Heliocêntrica, de Nicolau Copérnico.

“A partir dali começa, pautado em afirmações religiosas muito influenciadas pelo período da Idade Média, começa o primeiro grande negacionismo. Porém, o termo negacionismo vai estar muito mais associado ao século 20 e principalmente ao período do holocausto, quando se nega o holocausto, se nega o que houve dentro das práticas do nazismo e do fascismo. Isso começa a trazer dúvidas que descambam até a nossa sociedade”, observa Diego.

O professor afirma que o exemplo do holocausto é muito forte e que está muito próximo de nós por causa do período da Segunda Guerra Mundial, em 1939 a 1945, momento em que muitos judeus foram mortos em campos de concentração. Ele também cita o movimento que se contrapunha aos efeitos do cigarro, na década de 1950, nos Estados Unidos.

“A ideia era colocar uma dúvida nas pessoas que consumiam o cigarro, pra saber se ele provocava câncer ou não. A própria indústria do cigarro estimulava essa ideia da dúvida, negando ou pelo menos criando uma ideia de dúvida em relação ao uso intensivo do cigarro”, explica.

Segundo Diego, o negacionismo encontra um terreno fértil especialmente entre as pessoas que não estão tão próximas da ciência e porque se respalda na desinformação. O professor destaca o papel da Igreja na formação histórica do Brasil e cita a forte presença das igrejas evangélicas no país nos últimos 30 anos. 

“A forma como a comunicação se faz hoje também prejudica bastante. Muitas das coisas que não seriam tomadas como verdades tornam-se verdades absolutas. No passado, era muito mais porque havia certo privilégio em relação ao conhecimento. Hoje é pela demasia. Hoje se tem (informações) de tal maneira que não se sabe efetivamente o que é verdade ou não. As pessoas não procuram saber, não procuram cruzar as fontes, pra saber se aquela informação é verdadeira ou não”, complementa.

O professor alerta para uma crise do conhecimento e aponta consequências negativas. Segundo ele, no século 19, thavia algo para ser descoberto. Hoje, existe algo para negar. Diego comenta que Robert Proctor, professor de História da Ciência na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, chama isso de Agnotologia – negação do saber científico.

“Já se está vivendo esse processo, de dificuldade de compreensão das coisas e de colocar em xeque todo o conhecimento científico produzido até hoje, como é o caso, inclusive, do processo de vacinação. Era até comum no século 19 e no início do século 20, quando a gente teve a Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro. As pessoas colocaram a questão de se vacinar ou não e qual era o sentido da vacina”, exemplifica.

O professor afirma que o negacionismo mais perigoso e ameaçador é aquele que questiona a própria preservação da vida. “É muito mais ameaçador o negacionismo em relação à covid-19, em relação às vacinas testadas e aprovadas do que o negacionismo vinculado ao terraplanismo (discurso de que a Terra é plana). Ele é muito mais do campo de vista teórico. Ambos são ruins e problemáticos diante dos seus questionamentos”, salienta.

Diego analisa o ceticismo em comparação ao negacionismo e afirma que todo e qualquer pesquisador e cientista deve ser um cético, já que o ceticismo incentiva o pensar através de interrogações. Entretanto, o negacionismo é negar aquilo que está posto e atribuído a um conhecimento e, por isso, precisa e deve ser combatido.

“Como fazer isso? Eu acredito que a educação seria um caminho dos mais frutíferos. Sem uma base educacional, você aceita e passa a ter uma compreensão limitada das coisas, das relações. Não quer dizer que a religiosidade seja a culpada disso, mas que se tenha a possibilidade de interação e de compreensão dessa verdade através das suas diversas possibilidades. Não existe uma única interpretação”, afirma o professor.

Pacto coletivo

“O negacionismo se torna algo extremamente negativo na medida em que ele afeta um pacto coletivo de política pública para a segurança da comunidade como um todo”, explica Bárbara Araújo Sordi, professora do curso de Psicologia da UNAMA.

De acordo com a professora, os grupos contrários à ciência crescem com a desinformação. Para ela, é preciso entender o contexto político atual para identificar como o negacionismo se manifesta. “É diante desse cenário de fake news que a gente tem um fortalecimento de alguns grupos políticos que começam a criar uma ‘teoria da conspiração’ e que ao mesmo tempo questionam políticas públicas e a própria ciência em si”, diz.

Assim como o professor Diego Santos, Bárbara também acredita que o investimento na educação é uma das formas de combate ao negacionismo. “Precisamos investir nos estudos científicos, nas nossas universidades, na educação, na saúde básica, nas campanhas de saúde e fazer com que a população tenha a compreensão das medidas de segurança, da importância dos estudos epidemiológicos, das práticas de promoção e prevenção de saúde”, explica a professora.

Repercussão epidemiológica

Dirceu Costa dos Santos, professor e coordenador do curso de Biomedicina da UNAMA, diz que no contexto da covid-19 o negacionismo fortalece a repercussão epidemiológica no que se refere ao número de casos, assim como a pressão em cima dos sistemas público e privado de saúde. Resultado: aumento do número de óbitos.

“No contexto a médio e longo prazos, esse aspecto acaba sendo muito prejudicial. As pessoas acreditam em todo o processo de prevenção e de cuidados, mas acabam sendo contaminadas por esse grupo pequeno que descaracteriza a importância da ciência nesse sentido”, explica.

Dirceu afirma que o negacionismo compromete não só o processo de formação das novas gerações, mas também o nível de investimento científico e o nível de creditação dos cientistas brasileiros que já enfrentam diversas dificuldades no trabalho por causa da falta desse investimento. “A gente precisa ter um nível de preocupação muito grande em dissipar de forma muito rápida esse tipo de pensamento, principalmente para a mídia e para a população que não tem acesso a informações científicas e com respaldo”, alerta.

O biomédico expõe o negacionismo como o filho mais velho da desinformação, sendo o produto básico da falta de formação adequada em termos educacionais e em todos os níveis, desde a formação básica até a formação superior. “É o resultado de uma mídia que não busca as informações ou as fontes das informações mais adequadas para serem disseminadas, e eu falo de redes sociais de forma geral e ele é, na verdade, conseqüência da falta de investimento”, complementa.

Quanto à importância de se acreditar na ciência, Dirceu comenta que, em termos de pesquisas na área da saúde geral, trata-se de um trabalho que é o fruto de um processo muito longo de formação. “Estamos falando de pessoas que passaram 15, 20, 30 anos estudando com investimento, principalmente no Brasil, muito restrito e muito escasso, mas de qualquer forma estamos falando de fruto de um trabalho muito sério, de pessoas extremamente competentes e reconhecidas no mundo inteiro”, analisa.

O biomédico aponta que a sociedade deve se posicionar de uma forma a orientar, explicar e esclarecer as dúvidas de pessoas que não tiveram, de alguma forma, acesso a informações adequadas dentro do seu processo de formação. “Não existe política sem preocupação com a saúde pública e com o processo de formação educacional do seu país. Nós temos a obrigação de trabalhar em prol da elucidação da importância da ciência, de entender e de seguir as orientações que são disseminadas corretamente pelos cientistas no sentido de proteger a população e salvar vidas”, finaliza Dirceu.

Por Alana Bázia e Isabella Cordeiro.

 

 

 

 

 

Neste domingo (11), apoiadores do presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) saíram às ruas de diversas cidades na Marcha da Família Cristã pela Liberdade, em tentativa de repetir as famosas marchas conservadoras de 1964.

A quase homônima Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em 1964, reuniu grupos conservadores religiosos que respaldaram o golpe militar ocorrido naquele ano, sendo realizada em mais de uma ocasião pedindo a deposição do então presidente da República, João Goulart.

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Dessa vez, os manifestantes foram às ruas com faixas contra medidas restritivas de combate à COVID-19, incluindo a recente decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) de garantir que governos locais imponham restrições a aglomerações em cultos religiosos com o objetivo de conter o avanço de casos e mortes pela doença.

A principal cidade do protesto foi Brasília, onde algumas centenas de manifestantes marcharam na Esplanada dos Ministérios. Além das faixas de apoio a Bolsonaro, contra as medidas de restrição e de pedidos de intervenção militar, foram erguidas diversas bandeiras de Israel e do Brasil-Império nos protestos.

Nas redes sociais, imagens e vídeos foram compartilhados mostrando a marcha em outras cidades, como em Campinas, interior de São Paulo, além da capital paulista, Natal, Belo Horizonte e também no Rio de Janeiro e Niterói. Nessas cidades as manifestações foram menores que a realizada em Brasília, com exceção de São Paulo e Rio de Janeiro, onde centenas se reuniram na Avenida Paulista e em Copacabana, respectivamente.

A marcha contra medidas de restrições sociais ocorre em meio ao pico de casos e mortes da COVID-19 no Brasil. Atualmente, a média móvel diária de óbitos supera três mil no país, que acumula mais de 351 mil mortes causadas pela doença e convive com um quadro de colapso sanitário e hospitalar.

Confira algumas imagens compartilhadas nas redes sociais:

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Da Sputnik Brasil

O deputado Gil Diniz (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (1), durante sessão plenária da Assembleia Legislativa do estado de São Paulo (Alesp), que teve Covid-19 e ficou internado durante sete dias no Hospital Santa Marcelina, em Itaquera, na Zona Leste paulista. Do período em que permaneceu hospitalizado, passou três dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Diniz é bolsonarista e dedica as redes sociais à propaganda conservadora, sendo conhecido como o ‘Carteiro Reaça’.

Na Alesp, o parlamentar era visto sem máscara de proteção com frequência e chegou a colocar um cartaz proibindo o uso do utensílio em seu gabinete. Em 24 de março, ele participou de uma sessão online da Alesp diretamente de um hospital, usando uma pulseirinha de paciente.

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"Foi um período extremamente difícil, mas, para mim, pedagógico. Vi casos de óbito, também de pessoas que saíram curadas. Foi um momento de reflexão, de agradecer muito a Deus pela minha vida, por estar com vocês no parlamento de São Paulo, a honra que eu tenho de ser deputado", declarou o deputado em sessão virtual com os demais parlamentares da Alesp.

Diniz, que não se considera um negacionista, diz que a placa contra o uso de máscaras foi colocada em tom irônico e que ele opta, sim, por não usar durante as reuniões, mas que que os demais podem e devem usar se essa for a opção mais confortável. Nas suas redes sociais, onde é bastante ativo, ainda não fez nenhuma declaração sobre o período internado.

Ainda durante a sessão, agradeceu a um enfermeiro chamado Wagner, parte da equipe que cuidou dele no hospital e, por fim, agradeceu pela própria vida.

"Fico muito feliz de ter a minha saúde reestabelecida. Ter passado, olhando nos olhos desse vírus maldito, que tem tirado a vida de muitos brasileiros e paulistas. Temos que enfrentá-lo e colocar todas as nossas forças e recursos para enfrentar esse que é o principal problema do país, do estado e porque não do mundo, nesse momento", finalizou.

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou na manhã desta segunda-feira, 22, em São Paulo, que "o negacionismo passou a ser uma brincadeira de mau gosto, macabra e medieval", e que "não será uma minoria desordeira e negacionista que fará pautar o povo brasileiro e o Brasil nesse momento que nós precisamos de união", diante da pandemia do coronavírus.

Pacheco evitou fazer críticas diretas ao presidente Jair Bolsonaro ou a seus apoiadores e não fez relação direta entre esses grupos e os a que ele se refere como "negacionistas". "Há dois caminhos que podemos seguir na pandemia. É o caminho da união nacional e o caminho do caos nacional. Cabe a nós, responsavelmente, com amor ao Brasil, escolhermos o melhor caminho."

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As declarações foram feitas durante a posse da nova diretoria da Associação Comercial de São Paulo, ao lado do presidente do PSD, ex-ministro Gilberto Kassab. Pacheco defendeu um grande pacto envolvendo o Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF), a Presidência da República, governadores e prefeitos para combater a pandemia.

"Gostaria, em nome desse momento em que vivemos no Brasil, invocar o aspecto humano, a solidariedade, a compaixão, a empatia e é por isso que proponho um grande pacto nacional do presidente da República, Jair Bolsonaro, do presidente da Câmara, Arthur Lira, do Senado Federal, do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, do doutor Augusto Aras, procurador-geral da República, dos governadores de Estado, dos prefeitos municipais", disse.

"Que possamos sentar à mesa e entender que a situação é gravíssima e que precisamos encontrar os pontos de convergência. As divergências sempre existirão, mas que sejam dirimidas da melhor forma possível dentro do que a Constituição determina. Cada qual tem o seu ponto de vista, mas não façamos prevalecer o ponto de vista individual sobre o senso comum de urgência e de necessidade de solução destes problemas nacionais que atingem severamente a vida de brasileiros e a economia", disse o senador.

A palestra do senador teve ainda defesas de medidas econômicas de médio e longo prazo para o enfrentamento das consequências da pandemia, citando a criação, no País, de um programa de renda mínima. "Um programa de renda mínima, de renda cidadão, tem todo o apoio, e vejo esse ambiente no Senado, para que seja instituído no Brasil, e que mescle o valor da assistência com o valor também do estímulo ao trabalho, porque não há programa social melhor no mundo do que a geração de trabalho e emprego para as pessoas", disse.

Pacheco disse ainda cobrar do Ministério da Economia ações de socorro, em especial para pequenas e médias empresas, durante o período de crise.

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