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Quase 40 milhões de crianças no mundo não receberam uma dose da vacina contra o sarampo em 2021, um número recorde, de acordo com um relatório publicado nesta quarta-feira (22), que também estima que os níveis de imunização anteriores à pandemia de covid-19 não foram recuperados.

A pesquisa, publicada conjuntamente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, adverte que esta redução impede que seja garantida a imunização generalizada desse grupo contra uma doença potencialmente mortal.

O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que, embora as vacinas contra a covid-19 tenham sido desenvolvidas e implementadas em tempo recorde, os programas de imunização de rotina sofreram atrasos tremendos, deixando milhões de pessoas em perigo.

"Implementar os programas de imunização é absolutamente crítico. Por trás de cada estatística deste relatório há uma criança correndo perigo por uma doença prevenível", alertou Tedros em um comunicado.

De acordo com o estudo, 25 milhões de crianças não receberam a primeira dose e 14,7 milhões a segunda. O contágio de sarampo pode ser quase 100% evitável mediante a vacinação.

Mas, por ser uma doença bastante contagiosa, estima-se que seja necessário vacinar 95% da população com duas ou mais doses para gerar imunidade coletiva e manter a enfermidade dentro dos limites.

Em 2021, apenas 81% das crianças de todo o mundo receberam a primeira dose e 71% a segunda. Esta é a taxa de cobertura mundial mais baixa da primeira dose desde 2008.

Os cinco países com maior número de crianças pequenas que não receberam a primeira dose foram Nigéria, Índia, República Democrática do Congo, Etiópia e Indonésia.

Nenhuma região da OMS conseguiu chegar à imunidade generalizada para conter ou eliminar o sarampo, por isso o vírus pode se espalhar rapidamente. Desde 2016, dez países que haviam contido o sarampo anteriormente vivenciaram surtos da doença.

O sarampo se caracteriza por febre alta e manchas vermelhas na pele, mas o perigo da doença reside no fato de que ela pode ser contagiosa dias antes do aparecimento do eritema.

As complicações podem incluir pneumonia e encefalite aguda, que podem deixar sequelas permanentes. Entre uma e três de cada mil crianças no mundo morrem por complicações respiratórias e neurológicas da doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está trabalhando para desenvolver uma nova lista de patógenos prioritários que podem provocar uma pandemia ou surtos de uma doença e que exigiriam, portanto, monitoramento, anunciou o órgão da ONU nesta segunda-feira (21).

A OMS busca atualizar uma lista utilizada para pesquisa e desenvolvimento (P+D) e os investimentos mundiais, especialmente em vacinas, testes e tratamentos.

Como parte desse processo, iniciado na sexta-feira, a agência de saúde reuniu mais de 300 cientistas para observar mais de 25 famílias de vírus e bactérias.

Também irão analisar a chamada "Doença X", um patógeno desconhecido que poderia causar uma grave epidemia internacional.

“Focar em patógenos prioritários e famílias de vírus para pesquisa e desenvolvimento das contramedidas é essencial para ter uma resposta eficaz e rápida a epidemias e pandemias”, disse Michael Ryan, diretor de emergências da OMS.

"Sem investimentos significativos em P+D antes da pandemia de covid-19, teria sido impossível ter vacinas seguras e eficazes desenvolvidas em tempo recorde", acrescentou.

A lista foi publicada pela primeira vez em 2017. Atualmente, inclui os vírus da covid-19, ebola e marburg; febre de lassa, Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), vírus nipah, zika e a Doença X.

Para cada patógeno identificado como prioritário, os especialistas identificarão as lacunas de conhecimento e as pesquisas necessárias.

A lista revisada deve ser publicada antes de abril de 2023.

É comum que a expressão “cuidados paliativos” seja entendida muitas vezes de forma errada, como uma sentença de morte, quando não há nada mais a ser feito. Essas formas de se referir a essa assistência, tão importante em situações de doenças que ameaçam a continuidade da vida, reduzem a compreensão abrangente que o cuidado permite.

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil destacam que essa abordagem deveria estar presente desde o momento do diagnóstico de uma doença grave e que uma boa comunicação entre pacientes, médicos e familiares é o melhor caminho para a tomada de decisão nesses processos.

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Renata Freitas, diretora do Hospital do Câncer IV, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), unidade especializada em cuidados paliativos, avalia que a própria língua portuguesa prejudica o entendimento. “A gente conhece como paliativo aquilo que não tem jeito. Por exemplo: ‘ele fez só um paliativo, depois vem alguém aqui e conserta’. É a nossa ideia do que significa esse termo, mas é uma expressão importada. No exterior, não existe essa conotação de que não há nada mais a fazer”, explica. 

Para Karen Holzbecher, que acompanha a mãe, Amalia, de 86 anos, não foi fácil receber o encaminhamento para os cuidados paliativos. “Meu coração estava super apertado, porque eu não queria tomar uma decisão e dizer: ‘eu quero que seja feito isso’”, lembrou. A conversa com os profissionais de saúde e com a família ajudaram a entender aquele momento. “Eu pedi a Deus para que iluminasse tudo, mas eu achei que foi a melhor solução. O médico foi muito querido. Ele falou para mim que ela poderia ficar na mesa de cirurgia, além de ter que usar fralda a vida toda.” 

Há dois anos, Amalia Holzbecher, diagnosticada em 2019 com câncer no reto, é acompanhada mensalmente pelo Inca na unidade responsável pelos cuidados paliativos. “Eu sempre incluo ela nas decisões, em todas. Eu acho que isso faz bem e é muito importante que a pessoa se sinta ouvida. A pessoa não morreu, entendeu?”, afirma Karen. Em uma rotina acompanhada pelas filhas, Amalia tem mobilidade com a ajuda de uma bengala. “Eu brinco. Ela diz: ‘eu queria uma água’. Eu falo: ‘vai lá na geladeira pegar’. Para locomover, né? Ela vai e faz. Quer dizer para o problema que tem, ela está maravilhosa”, relata. 

Conceito

Em 2002, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou a definição de cuidados paliativos a partir do conceito surgido em 1990. “Cuidados paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que visa à melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”, diz o texto da organização.

O geriatra Toshio Chiba, chefe do Serviço de Cuidados Paliativos do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), destaca que os cuidados paliativos se aplicam desde o diagnóstico, com decisões como a escolha do tratamento, de invasibilidade, sobre o que fazer quando a doença não for passível de tratamento curativo, entre outras. Ele acrescenta que esses cuidados, embora não estejam direcionados à cura, são capazes de conter a progressão da doença e também de permitir conforto e qualidade de vida ao paciente.

“Já existem dados de que quanto mais precocemente uma equipe de cuidado entrar na assistência ao paciente e à sua família dentro desse cenário, dessa linha de cuidado da doença, maior a possibilidade não só de aumentar a qualidade de vida do doente, como também de impacto na sobrevida”, explica a diretora do Inca. Ela lembra que o cuidado paliativo está diretamente relacionado à decisão compartilhada. “Eu não posso dizer para o outro o que é qualidade de vida para ele”.

Nesse sentido, um plano de cuidado busca identificar questões como: quais são os valores do paciente, quais as crenças dele, quais as condições objetivas dele. “Levando-se em consideração que, normalmente, as questões de cognição, de entendimento, acabam piorando com o agravamento da doença é importante que essas conversas sejam iniciadas logo no início do acompanhamento para que isso seja registrado em prontuário e aquilo fique anotado: quais são os desejos daquele paciente”, acrescenta Renata.

Chiba lembra que é preciso sensibilidade ao abordar essas questões. “Não precisa ser num evento só, pode ser algo processual ou em etapas, conhecendo a pessoa, conhecendo a família dessa pessoa para abordar de uma forma adequada e poder ajudar nas decisões. Não para atormentar, falando das duras realidades, e empurrar a decisão para a família ou para o próprio paciente”, alerta o especialista.

Lucas, que acompanha a mãe Alda Oliveira da Conceição, de 76 anos, também atendida no Inca, conta que a sensibilidade dos profissionais foi fundamental para a família. “Em momento algum eles usaram o termo ‘terminal’ ao se referir ao tratamento da minha mãe. Isso me deixou muito aliviado e ela se sentiu bem mais confortável para lidar com a situação”, afirma. A doença foi diagnosticada há 12 anos e, segundo o filho, vem progredindo, mas hoje a mãe “não se queixa de dores ou muitos incômodos”. Ela está há dois anos em cuidados paliativos e recebe “visitas semanais de profissionais diversos e dedicados”. 

Procedimentos

O médico do Icesp explica que alguns princípios ajudam a definir a conduta junto aos pacientes. “Respeito à autonomia, a gente busca fazer com que haja o mínimo de malefícios das intervenções, evitar tratamentos fúteis: ‘Ah, vamos fazer porque tem no mercado esse exame ou aquele procedimento’. Não. Vamos nos basear em evidência”, pondera.

Para Chiba, no entanto, não se trata de um cardápio de fast food a ser apresentado pelos profissionais para que a família decida. “[Trata-se] de escolher o recurso adequado para propiciar qualidade de vida ao paciente por meioi de uma comunicação bem adequada e decidir de forma proativa junto com os familiares”.

Ele reforça a importância de uma boa comunicação. “Não é empurrar para os familiares só porque é direito deles ou do paciente decidir. A gente precisa ter uma conversa suficientemente esclarecedora para tentar fazer o melhor e que seja adequada para aquela situação personalizada, não dá para colocar baseada em conduta médica”, diz.

O geriatra lamenta que essa abordagem ainda seja incipiente. “Todo mundo tem alguma história para contar, na UTI ou no pronto-socorro, em que a gente leva os familiares e não é ouvido, e vamos adotando as condutas do jeito que não era esperado ou compreendido. O processo de comunicação da doença, ou da fase aguda de uma doença que necessita dessas condutas, como pronto-atendimento, a UTI ou uma enfermaria, está, muitas vezes, desprovida dessa atenção, que chamamos de cuidados paliativos”.

Cuidado multidisciplinar

Renata reforça que os cuidados são feitos por equipe voltada para uma abordagem multidimensional. “Acreditando que não existem só os aspectos de sofrimento físico relacionados àquela doença, há toda uma dimensão psicológica, espiritual, social que vem junto com as dimensões físicas daquele sofrimento e que essa abordagem deve ser feita por uma equipe multiprofissional desde o diagnóstico".

De acordo com a médica, entre as pessoas envolvidas estão médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, psicólogo, assistente social, fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudiólogo, farmacêutico, o pessoal de capelania, voluntários e o pessoal administrativo.

Diante das condições de cada serviço, ela ressalta que há uma equipe mínima. “Seria médico, enfermeiro, psicólogo e um assistente social, mas o ideal é que os serviços tenham acesso a esses diversos profissionais para que a atenção seja realmente integral”, reforça.

Segundo Renata, existem basicamente três formatos para os cuidados paliativos. “O integrado é quando o grupo de cuidado paliativo entra com a equipe que, dentro da oncologia, a gente chama de terapias modificadoras da doença, que são a intervenção cirúrgica, a radioterapia, a quimioterapia. A equipe que está fazendo tratamento da doença oncológica atua junto com a de cuidado paliativo desde o diagnóstico”.

Em relação ao formato da oferta precoce, a OMS orienta que ele seja oferecido até oito semanas do diagnóstico. “Você tem ali um período para dar ao paciente acesso à equipe de cuidado paliativo também”, esclarece.

Existe ainda a oferta baseada na necessidade assistencial, que considera o fato de que muitos dos serviços não vão ter equipe suficiente para cuidar das pessoas desde o início. Esses grupos, então, organizam indicadores a partir dos sintomas. Os doentes com alta demanda são encaminhados aos cuidados paliativos, e aqueles com poucos sintomas são tratados pela equipe generalista.

Atendimento no Inca

Os pacientes admitidos no Inca, no Rio de Janeiro, podem ser atendidos em três unidades de acordo com a topografia do tumor. “O HC3, por exemplo, é a unidade que cuida de pacientes com câncer de mama, o HC2 a unidade que cuida de vítimas de câncer ginecológico e o HC1, que fica na Praça da Cruz Vermelha, é o que contém mais clínicas, cabeça e pescoço, tórax e abdômen”, diz a diretora.

O paciente é tratado pela equipe de oncologia e também recebe suporte multiprofissional. Quando não são mais aplicáveis terapias modificadoras da doença, ele é encaminhado para o HC 4. “Não existe mais benefício de se manter aquela terapia, seja quimioterapia ou novos procedimentos cirúrgicos, então ele é encaminhado à equipe especializada em cuidado paliativo, que fica no Hospital do Câncer 4.”

Ao ser admitido no HC 4, é avaliada a funcionalidade do paciente, por exemplo se ele tem mobilidade, para decidir se irá ao hospital para consultas ambulatoriais ou se terá uma equipe de assistência domiciliar. “No momento em que, durante esse acompanhamento, ele tem algum agravamento da situação clínica ou algum sintoma mal controlado e a equipe perceba que não vai conseguir manejar isso pelas consultas do ambulatório ou pela própria consulta domiciliar é sugerido então que seja internado”, explica Renata.

Após os ajustes medicamentosos, o paciente retorna à assistência de origem, ambulatorial ou domiciliar. “É normal que um paciente inicie o acompanhamento no ambulatório e depois seja encaminhado à assistência domiciliar, conforme seu estado ao longo da doença”, acrescenta. A internação hospitalar também é um modelo assistencial para pacientes que estejam em fim de vida e que tenham manifestado esse desejo, ou por meio da demanda familiar. “A gente faz assistência domiciliar em fim de vida também no domicílio”, diz Renata.

Cerca de dois terços da população mundial receberam ao menos a 1ª dose de uma das vacinas contra a Covid-19, mas a desigualdade entre as taxas de vacinação em diferentes lugares foi um dos fatores considerados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para manter o status de emergência sanitária internacional para a pandemia da doença no último 19 de outubro.

"Embora seja óbvio que a situação global melhorou desde que a pandemia começou, o vírus continua a sofrer mutações e a incerteza e muitos riscos permanecem", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. No total, o mundo teve 6,1 milhões de mortes.

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O presidente do Comitê de Emergências da OMS, o cirurgião Didier Houssin, relatou que, desde o começo da pandemia, foi a primeira vez que o grupo considerou revogar a declaração de emergência internacional. Pesaram incertezas como as chances de evolução do vírus, que pode sofrer mutações e escapar da imunidade conferida pelas vacinas, e a dificuldade de calcular o impacto clínico de futuras variantes sobre os sistemas nacionais de saúde e complicações da doença.

Para Carlos Magno Fortaleza, infectologista e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o cuidado adicional é justificado. "A Organização Mundial da Saúde tem uma noção muito clara da desmobilização de ações em relação à covid que vai ocorrer no momento em que ela declarar que a pandemia está terminada; um efeito dominó de desmonte de redes laboratoriais de diagnóstico, fechamento de leitos para internação e redução na vigilância da ocorrência de novos casos", avalia.

Cenário atual

A chegada das vacinas colocou o mundo em uma posição mais próxima do fim da ameaça sanitária apresentada pela Covid-19. Ainda assim, segundo dados reunidos pela Rede Análise Covid-19, cerca de 30% da população mundial está protegida com a dose de reforço aplicada após as duas primeiras doses do imunizante. Mas essa cobertura vacinal é discrepante - no continente africano, por exemplo, a dose de reforço foi aplicada em menos de 5% dos habitantes.

Além das chances de que um grande número de pessoas não imunizadas aumente as possibilidades do surgimento de uma variante resistente à imunidade adquirida graças às vacinas disponíveis, o comportamento imprevisível do vírus também preocupa especialistas. Como apontam levantamentos como o Boletim InfoGripe da Fiocruz, o SARS-CoV-2 ainda não apresenta um padrão claro de sazonalidade - ao contrário de outras infecções respiratórias.

"Obviamente, está melhor que antes porque tem as vacinas, mas quando comparada com outras doenças que também têm vacinas para prevenir óbitos e reduzir internações (como gripe e sarampo) e comparada com ela mesma nos últimos seis meses, a covid-19 ainda está forte em bastante países", pontua Isaac Schrarstzhaupt, pesquisador e coordenador da Rede Análise Covid-19.

Nos últimos 50 dias, os países da União Europeia vivem o crescimento das médias móveis que mostram o aumento de óbitos e de novos casos da doença. No dia 9 de outubro, a média móvel de sete dias da taxa de crescimento de novos casos no bloco era de 40,53%; no dia 20, encontrava-se em 67,87%.

"A Europa está em uma onda bem visível em que aumentaram os casos, 15 dias depois, as hospitalizações e agora estão aumentando os óbitos. Quando a gente olha para o Brasil, a gente não vê esse movimento, mas há um porém: a gente quase parou de testar", explica Schrarstzhaupt.

Fim do estado de emergência

Para o professor da Unesp, a importância da testagem aumenta diante da flexibilização de medidas de prevenção contra a covid-19 e ainda mais quando se cogita o fim do status de emergência sanitária internacional. A possibilidade de identificar uma eventual tendência de aumento, analisa, é o preço a ser pago para que a retirada das medidas seja feita com certa tranquilidade.

"O que nós temos que manter de forma muito intensa é a rede laboratorial de diagnóstico e a acurácia da vigilância epidemiológica. Precisamos manter esse estado de alerta, que é diferente dos cuidados restritivos que nós precisamos manter nos anos anteriores", destaca.

Ainda que a situação do vírus não vá ser uniforme em todo o globo, Carlos Magno prevê que a decisão da OMS de levantar o status de emergência deve levar em consideração aspectos técnicos e políticos. "Provavelmente, ela vai considerar a situação da doença nos países que são mais conectados a outros por rotas de viagens e migrações, porque esses são os principais potenciais disseminadores, mesmo que algum país mais periférico ou menos conectado ainda esteja vivendo uma situação não controlada", explica.

A expectativa é que a situação seja reavaliada ao fim do ano, com a possibilidade de que o fim da emergência da pandemia seja, desta vez, decretado. (Com agências internacionais)

A tuberculose voltou a se propagar em todo mundo, devido à Covid-19 e a seus confinamentos, que limitaram os testes e o acesso aos cuidados - alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS), nesta quinta-feira (27), estimando que 1,6 milhão de pessoas morreram da doença no ano passado.

Segundo o relatório anual da OMS, 10,6 milhões de pessoas tiveram, em 2021, essa doença causada por uma bactéria que ataca principalmente os pulmões. Isso representa um aumento de 4,5% em um ano.

A taxa de incidência da doença (novos casos por 100.000 habitantes por ano) aumentou 3,6% entre 2020 e 2021, depois de ter diminuído cerca de 2% ao ano durante grande parte das últimas duas décadas.

Essa taxa aumentou entre 2020 e 2021 no mundo inteiro, exceto na África, onde as interrupções nos serviços de saúde, devido à pandemia de covid-19, tiveram um baixo impacto no número de pessoas diagnosticadas.

Em nível mundial, o número anual estimado de mortes por tuberculose diminuiu entre 2005 e 2019, mas as estimativas para 2020 e 2021 sugerem que essa tendência se inverteu.

A OMS calcula 1,6 milhão de mortes no ano passado, um retorno ao nível de 2017. Isso representa um aumento de mais de 14% em relação a 2019, quando essa doença contagiosa matou 1,4 milhão de pessoas. O número subiu para 1,5 milhão em 2020.

A maior parte do aumento de mortes foi registrada no ano passado em quatro países: Índia, Indonésia, Mianmar e Filipinas.

O domínio da tuberculose resistente a medicamentos também aumentou - em 3% entre 2020 e 2021 - com 450.000 novos casos de tuberculose resistente à rifampicina em 2021.

- Pobreza e desnutrição -

Segundo a OMS, "é a primeira vez, em muitos anos, que é relatado um aumento do número de pessoas doentes com tuberculose e tuberculose resistente aos medicamentos".

A pandemia da covid-19 desacelerou, consideravelmente, o progresso na luta contra essa doença. A disseminação da tuberculose põe em risco a estratégia estabelecida pela OMS, que visa a reduzir as mortes pela doença em 90%, e a taxa de incidência em 80%, até 2030, em relação a 2015.

A organização não perde a esperança, embora estime que a tuberculose terá continuado sua progressão em 2022.

"Se a pandemia nos ensinou alguma coisa, é que, com solidariedade, determinação, inovação e o uso equitativo das ferramentas, podemos superar graves ameaças à saúde. Vamos aplicar essas lições à tuberculose", declarou no relatório o diretor-geral da OMS, doutor Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A OMS destaca que é ainda mais urgente agir no contexto da guerra na Ucrânia, dos conflitos em outras partes do mundo, da crise energética mundial e dos riscos associados à segurança alimentar, porque estes elementos podem "agravar ainda mais alguns dos determinantes da tuberculose, como níveis de renda e desnutrição".

A tuberculose foi a 13ª causa de morte no mundo em 2019, e a primeira por doença infecciosa. Foi superada em 2020 pela covid-19, mas ainda fica à frente da aids, indica o relatório.

A maioria dos casos de tuberculose no ano passado foi registrada no Sudeste Asiático (45%), na África (23%) e na região do Pacífico Ocidental (18%). Oito países respondem por mais de dois terços dos casos globais: Índia, Indonésia, China, Filipinas, Paquistão, Nigéria, Bangladesh e República Democrática do Congo.

O brasileiro Jarbas Barbosa da Silva Jr. foi eleito nesta quarta-feira (28) diretor da Organização Pan-americana da Saúde (Opas) para um mandato de cinco anos, durante a 30ª Conferência Sanitária Pan-americana, celebrada em Washington, D.C., e transmitida ao vivo.

Este escritório regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS) é encarregada de promover políticas de saúde para a região e ganhou relevância no combate à pandemia da covid-19.

Médico sanitarista e epidemiologista, Barbosa da Silva Jr. conhece bem a organização, da qual é vice-diretor e na qual ocupou outros cargos no passado.

Especialista em saúde pública, também trabalhou no Ministério da Saúde brasileiro como diretor do Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI), e foi diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Por 21 votos a 16, Barbosa da Silva foi eleito na quarta rodada de uma votação secreta frente ao panamenho Camilo Alleyne, depois que nenhum dos dois obteve a maioria de 20 votos necessários na terceira votação.

Nas duas primeiras rodadas foram eliminados os outros três candidatos: a haitiana Florence Duperval Guillaume, a mexicana Nadine Flora Gasman Zylbermann e o uruguaio Daniel Salinas. Inicialmente, também estava na disputa o colombiano Fernando Ruiz Gómez, mas o governo do presidente Gustavo Petro retirou-lhe o apoio.

Barbosa assumirá o cargo em 1º de fevereiro de 2023, substituindo Carissa F. Etienne, da Dominica, que deixará o posto após dois mandatos, marcados, nos últimos anos, pelo enfrentamento da pandemia da covid-19.

"Não é fácil seguir a liderança da doutora Etienne, mas estou, sim, convencido de que, com o mesmo compromisso que nós temos de fortalecer a qualidade de vida e a saúde, poderemos trabalhar de forma conjunta", afirmou Barbosa Jr., após sua eleição.

"Muito orgulhoso e contente", ele se comprometeu a dar continuidade aos valores que forjaram a organização, como "a solidariedade", e a conseguir que todos os países trabalhem de forma "coordenada para que se possa melhorar a qualidade de vida e a saúde na região".

Com mais de 177 milhões de casos e 2,8 milhões de mortos, as Américas estiveram, em alguns momentos, no epicentro da pandemia. Segundo o relatório apresentado na 30ª Conferência Sanitária Pan-americana da Opas, a crise de saúde global causada pelo coronavírus levou a uma queda de 2,9 anos na expectativa de vida desde 2019.

A organização, que completa 120 anos em 2022, tem 35 países-membros, que se estendem do Ártico à Terra do Fogo, e três Estados participantes: França, Holanda e Reino Unido.

Foi fundada em 1902 como Escritório Sanitário Internacional para fazer frente à propagação de doenças infecciosas em uma época de rápida expansão do transporte marítimo.

Em 1923, passou a se chamar Escritório Sanitário Pan-americano e, posteriormente, em 1958, Organização Pan-Americana da Saúde.

A Opas é tanto o escritório regional para as Américas da OMS quanto o organismo especializado em saúde do Sistema Interamericano.

A estrela do pop britânico Ed Sheeran e a lenda do basquete Shaquille O'Neal, entre outros, venderão itens pessoais on-line para arrecadar dinheiro em apoio ao trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Ucrânia.

Sete meses após a invasão russa da Ucrânia, a Fundação OMS lançou, neste sábado (24), uma loja virtual chamada "Human Kind", onde os usuários podem tentar ganhar artigos pessoais de celebridades. A Fundação OMS é uma organização independente que trabalha para arrecadar fundos e apoiar o trabalho da agência de saúde da ONU em crises globais.

Os fundos arrecadados apoiarão o trabalho da OMS na Ucrânia e nos países vizinhos, disse a fundação em um comunicado.

A expectativa é conseguir arrecadar em torno de US$ 53,7 milhões.

Além de Ed Sheeran e Shaquille O'Neal, outros artistas e atletas apoiam essa ação, incluindo a cantora britânica Ellie Goulding, o astro do pop Harry Styles, o artista Shepard Fairey e o campeão de boxe Wladimir Klitschko, cujo irmão mais velho, Vitali, é prefeito de Kiev.

A cantora britânica Annie Lennox, que doou um par de seus óculos de sol exclusivos, encorajou "todo mundo a fazer o que puder para apoiar o povo ucraniano".

"As imagens que chegam da Ucrânia, incluindo as de mulheres dando à luz em porões, são profundamente chocantes. A atenção médica é um direito humano que todos merecem", afirmou, no comunicado.

Segundo a OMS, mais de 12 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia para países europeus, e mais de um terço da população ucraniana (em torno de 17,7 milhões de pessoas) precisa de ajuda humanitária.

Até agora, a organização entregou 1.300 toneladas de suprimentos médicos para a Ucrânia.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou, nesta quarta-feira (14) que o fim da pandemia "está em vista". Ele pediu, no entanto, que governos acelerem ações para evitar que a oportunidade de controlar a Covid-19 seja perdida.

Em coletiva de imprensa, Tedros explicou que, na semana passada, o número de casos de coronavírus caiu ao menor nível desde março de 2020.

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"Nunca estivemos em melhor posição para acabar com a pandemia", ressaltou o diretor-geral da OMS.

Tedros comparou a atual situação com a reta final de uma maratona. "Podemos ver a linha de chegada. Estamos em uma posição vencedora. Mas agora é o pior momento para parar de correr", destacou.

O diretor da OMS exortou os países a vacinarem toda a população com maiores riscos associados à doença e a manterem as estratégias de testagem e sequenciamento do vírus.

Após quatro semanas de crescimento, o número de casos semanais de varíola dos macacos no mundo caiu 21%, conforme informou a Organização Mundial da Saúde (OMS), na quarta-feira (24). A região das Américas, porém, apresenta crescimento "contínuo" e "acentuado", o que preocupa a OMS. No acumulado, há 41.664 infecções confirmadas de 96 países, e 12 mortes.

A diminuição global nos últimos sete dias pode refletir os "primeiros sinais de queda" nos registros na Europa, segundo a OMS. A maioria dos casos notificados nas últimas quatro semanas foram na região das Américas (60,3%), seguida, então, da região Europeia (38,7%).

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"Há sinais de que o surto está diminuindo na Europa, onde uma combinação de medidas eficazes de saúde pública, mudança de comportamento e vacinação estão ajudando a prevenir a transmissão", destacou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, nesta quinta-feira, 25. "No entanto, na América Latina em particular, conscientização insuficiente ou medidas de saúde pública se combinam com a falta de acesso a vacinas, para atiçar as chamas do surto", advertiu.

Na última semana, 23 nações relataram aumento de casos - com os Estados Unidos sendo o que mais fez novas notificações - e 16 países não notificam novas infecções há mais de 21 dias. No total, os membros da OMS com mais casos acumulados são: EUA (14.049), Espanha (6.119), Brasil (3.450), Alemanha (3.295) e Reino Unido (3.225).

Jovens do sexo masculino representam 98,2% dos casos. Entre as notificações com orientação sexual informada, 95,8% são homens que fazem sexo com homens, que inclui gays e bissexuais. Isso não significa que só eles possam ser infectados.

Brasil

Até quarta-feira, 24, o Brasil já acumulava 4.144 confirmações da doença, conforme dados do Ministério da Saúde. Isso representa um aumento de 23,3% em relação ao total da semana anterior.

Os Estados com mais casos são: São Paulo (2.640), Rio de Janeiro (508) e Minas Gerais (221). Por ora, apenas um óbito foi registrado no País.

Conforme mostrou o Estadão, médicos têm recorrido à morfina e outros opioides para manejar a dor de pacientes com quadros graves da varíola dos macacos no Brasil. Cerca de 8% dos casos levaram à hospitalização. Para ser classificado assim, o quadro pode ser caracterizado por uma ou mais lesões que aumentam de tamanho a ponto de a dor ser descrita como insuportável.

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Dessa maneira, entende-se que o ambiente de convivência, envolvendo locais e pessoas, afeta diretamente a vitalidade, de forma positiva ou negativa.

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No Brasil, 5 de agosto é determinado como o Dia Nacional da Saúde, comemoração instituída em 1967 pela Lei nº 5.352. A data foi escolhida em homenagem a Oswaldo Cruz – grande médico e sanitarista que lutou pela erradicação de epidemias no Brasil, como febre amarela, peste bubônica e varíola – e tem como objetivo conscientizar a população a respeito do cuidado com o bem-estar.

Após 23 anos, em 1990, a legislação brasileira estabeleceu a criação do Sistema Único de Saúde – SUS. De acordo com Lei nº 8.080, as ações do SUS abrangem desde a participação de políticas de saúde até o controle e fiscalização de serviços e produtos utilizados pela população. Entre essas ações, encontram-se vigilância sanitária e epidemiológica, assistência terapêutica e farmacêutica, orientação alimentar e colaboração na proteção ambiental.

Como abordado pela OMS, o bem-estar mental também é relevante e deve receber atenção. Klaudia Sadala, psicóloga clínica e professora da UNAMA - Universidade da Amazônia, observa que para ter saúde é necessário que as diversas áreas da vida estejam, minimamente, harmônicas. “A saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais, mas um estado onde o sujeito se sinta capaz de realizar enfretamentos diante as adversidades vivenciadas, nos mais variados contextos de vida”, explica.

Klaudia destaca que existem elementos essenciais para a manutenção do bem-estar mental, como empregabilidade, renda, educação, saneamento básico, moradia, proteção contra a violência e rede social de apoio, e outros que são agravantes, como vivência familiar conturbada, relações tóxicas, poucas horas de sono de qualidade, ausência de atividades físicas e uso excessivo de telas.

A psicóloga considera que todas as experiências que provocam tensão e comprometem o equilíbrio emocional das pessoas levam à necessidade de suporte; porém, para procurar auxílio profissional, não é necessário esperar que situações de sofrimento ou adoecimento aconteçam. “Buscar entender nossas emoções, pensamentos e comportamentos e buscar estratégias de enfrentamento para os desafios da vida é uma importante ferramenta. Neste sentido não precisamos vivenciar um problema para buscar este processo”, pondera.

O SUS oferece atendimento psicológico gratuito nos Centros de Atendimento Psicossocial – CAPS, promovendo acesso à população geral. Como observa Klaudia, o Brasil possui um alto índice de ansiedade e depressão quando comparado a outros países da América Latina e, após a pandemia do covid-19, os números aumentaram. “O SUS deve potencializar suas políticas públicas em saúde mental, pois, ainda que os números sejam alarmantes, pouco avançamos para alcançar as proporções que a pandemia nos impôs”, ressalta.

Em 2020, o presidente Jair Bolsonaro, por meio do decreto Nº 10.530, de 26 de outubro, autorizou investimentos de instituições privadas em Unidades Básicas de Saúde – UBS, o que gerou um clima preocupante no setor público. O decreto foi revogado, dois dias depois, em decorrência da sua repercussão negativa, pelo Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 453/20.

A prática de parcerias público-privadas já é comum na saúde e em outros setores da ciência no Brasil. Entretanto, devido às UBS serem a porta de entrada para o SUS, o decreto gerou preocupações e desaprovação, visto que isso poderia implicar ações de privatização no sistema.

Everaldo Otoni, médico generalista residente de Medicina de Família e Comunidade, trabalha no SUS há 2 anos, em Santarém/Pará, e acredita que o cenário incerto em que o país se encontrava quando da publicação do decreto e os problemas enfrentados com a pandemia geraram dúvidas se, de fato, a opção seria viável. “Entendo que por um lado seria interessante, visando os benefícios ao usuário, uma vez que a modernização e os investimentos seriam potencializados. Porém, a privatização desordenada poderia prejudicar os prestadores de serviços, talvez com maiores jornadas ou decréscimos nos salários”, elucida.

O médico fala que trabalhar no SUS é prazeroso e, ao mesmo tempo, desafiador, principalmente em relação à remuneração precária, mas que, apesar dos obstáculos, o sistema está em uma constante evolução a passos curtos. “O SUS é um sistema de extrema importância no Brasil, especialmente quando paramos pra pensar que mais da metade da população brasileira jamais teria condições de arcar com despesas de saúde particulares”, declara.

Para que a saúde humana seja plena, é necessário que haja uma relação indissociável com o bem-estar animal e equilíbrio ambiental. Dessa forma, compreende-se o conceito de Saúde Única. Liliane Carneiro, médica veterinária e coordenadora da Comissão de Residência Multiprofissional em Saúde do Instituto Evandro Chagas – IEC, afirma que, ao melhorar a qualidade de vida dos animais, é possível melhorar, também, dos humanos e do meio ambiente, o que nos leva, por exemplo, à redução de doenças.

A médica veterinária ressalta que a interação homem-animal traz muitos benefícios para a saúde mental, o que, consequentemente, colabora para todo o organismo. “É cientificamente comprovado que ter um animal de estimação em casa ajuda consideravelmente na redução de sintomas de ansiedade, estresse e depressão. Segundo dados de estudos, há relatos de 75% de melhora na saúde mental em decorrência da relação com seu animal de estimação”, diz.

Em relação à saúde pública brasileira, Liliane considera que a reflexão e a discussão sobre o tema são muito importantes. Ela cita a proposta do Ministério da Saúde de um sistema sustentável e 100% digital. “Isso vem sendo notado nas diversas plataformas digitais que o governo criou e vem disseminando com acesso rápido a informações, porém a atenção básica ainda está esquecida e é nisso que o país precisa melhorar”, destaca.

Boa alimentação e exercícios físicos

A nutricionista Aline Reis acredita que saúde é o equilíbrio entre o bem-estar social, mental e do corpo físico, para o qual a alimentação é extremamente importante, considerando que as nossas escolhas alimentares influenciam na preservação e no tratamento de algumas doenças, como diabetes, hipertensão arterial e alguns tipos de câncer.

Aline afirma que a alimentação também é importante para o bem-estar mental e social. Para ela, alimentar-se de maneira saudável deve incluir os aspectos biopsicossociais do indivíduo. “Ela não é sinônimo de ‘comer limpo e tudo natural’ o tempo todo e devemos considerar o comer para socializar (comer social) com amigos e família como parte de uma alimentação saudável”, complementa.

A nutricionista explica que algumas vitaminas e minerais estão na base produtiva de neurotransmissores atuantes em nosso cérebro e cita a discussão sobre a alimentação saudável fazer parte do tratamento da depressão, ansiedade e demais doenças psiquiátricas. “Isso sem falar nos transtornos alimentares, que envolvem também aspectos relacionados à imagem corporal, história de vida da pessoa, entre outros”, acrescenta.

Todos precisam de uma alimentação equilibrada – carboidratos, proteínas e gorduras – e rica em vitaminas minerais. Aline ressalta que a melhor forma de consumir esses nutrientes é pela alimentação variada em frutas, legumes e verduras. “É nesse contexto que entram a individualidade, a análise do que é possível fazer e a orientação nutricional especializada para que este hábito seja instaurado e permaneça para o resto da vida”, explica.

Devido à correria da rotina, muitas pessoas escolhem uma alimentação mais “rápida”, com industrializados e processados. Para facilitar o acesso a alimentos saudáveis, a nutricionista destaca o hábito de organizar marmitas.

“Deixar todos os alimentos que serão consumidos nos próximos dias já organizados, cortados, prontos ou semiprontos para consumo é uma estratégia que facilita o consumo de frutas, legumes e verduras, pois ter esses alimentos acessíveis na hora da fome aumenta as chances de consumi-los", observa.

Segundo dados do II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar (II VIGISAN) no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, mais da metade da população brasileira (125,2 milhões) vive em algum grau de insegurança alimentar no país, sendo que, destes, 33,1 milhões passam fome.

Esses dados refletem não somente a pandemia, mas também a ineficácia de políticas públicas governamentais para a garantia do Direito Humano a Alimentação Adequada e Saudável, afirma Aline Reis. Para a nutricionista, a longo prazo, a primeira forma de lidar com isso é votar em candidatos que levantam a bandeira em defesa desse direito, da Segurança Alimentar e Nutricional e Soberania Alimentar.

“Pensando no curto prazo, pois quem tem fome tem pressa, os alimentos da região e que estão na safra costumam estar mais baratos. Além disso, a compra dos alimentos no final da feira, o famoso horário da xepa, também pode ser mais interessante para aqueles que possuem baixa renda”, aponta.

A nutricionista afirma que aliar a nutrição à prática regular de atividade física é a base para prevenir e tratar algumas doenças e, indo além, a aliança desses dois pilares deve se fazer presente mesmo quando não há alguma doença diagnosticada. “Não podemos esquecer que uma boa noite de sono também deve ser priorizada quando falamos de uma vida saudável, além de algumas práticas que nos últimos anos vêm ganhando espaço, como a meditação e ioga”, destaca.

O professor e coordenador do curso de Educação Física na UNINASSAU – Belém, Márcio Cerveira, acredita que ter saúde ou estar saudável é estar em equilíbrio com as práticas de exercício regulares, manter alimentação saudável, usufruir o que a vida oferece de melhor e, acima de tudo, ter saúde mental para lidar com as adversidades do dia a dia.

O professor explica que cuidar da saúde física deixou de ser apenas sobre o corpo, incluindo também a saúde mental, nutricional e relacional. Segundo ele, os estudos apontam altos índices de pessoas adoecendo mentalmente, até mesmo atletas de alto rendimento. “Nesse sentido, é de suma importância que cuidemos de tudo, mas sem esquecer da saúde mental que fará toda a diferença nesse equilíbrio”, reafirma.

Márcio Cerveira aponta que os exercícios físicos geram diversos efeitos no organismo e liberam hormônios que promovem o bem-estar, como a endorfina, serotonina – também conhecida como o hormônio da felicidade –, adrenalina, somatotrofina ou hormônio do crescimento e o cortisol, que tem a função de proteger a nossa saúde.

O professor afirma que estar bem fisicamente e mentalmente vai refletir na vida sentimental, profissional e na vida social. “Quanto mais sou saudável, mais tenho disposição para buscar meus propósitos de vida; quanto menos sou saudável, mais tempo consumo em tentar melhorar minha saúde deixando de lado as demais áreas”, acrescenta.

Márcio Cerveira salienta que o último censo do Ministério da Saúde mostrou inúmeras cidades brasileiras com insuficiência em práticas de atividades físicas, colaborando para o aumento de doenças ocupacionais, obesidade e transtornos psicológicos. “Uma sociedade sedentária fará com que inúmeros setores da economia sofram com tal comportamento. Por isso, exercitem-se!”, orienta.

Por Isabella Cordeiro e Lívia Ximenes (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que o Brasil receberá, por intermédio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), o primeiro lote de vacinas contra a "monkeypox", chamada no país de "varíola dos macacos". A informação já havia sido antecipada pelo chefe da pasta federal, que informou, no último mês, a possível chegada de 50 mil antivirais no mês de setembro. A nova declaração foi feita nesta segunda-feira (1º), mas não há informações sobre o lote chegar antes do previsto.

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O antiviral a ser recebido é o tecovirimat. De acordo com a comunidade internacional, a solução é promissora em reduzir a duração dos sintomas e o tempo em que o vírus fica ativo em um paciente com varíola, diminuindo, assim, o perigo de novas infecções. 

Segundo a última atualização do Ministério da Saúde, até o momento, o Brasil registra 1.369 casos confirmados de varíola dos macacos no país. O estado com mais casos é São Paulo, que tem 1.031 confirmações.  

No último dia 23 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos como emergência de saúde pública de interesse internacional. 

A monkeypox é causada por um poxvírus do subgrupo orthopoxvírus, assim como ocorre por outras doenças como a cowpox e a varíola humana, erradicada em 1980 com o auxílio da vacinação. O quadro endêmico no continente africano se deve a duas cepas distintas. 

 

 De acordo com o Ministério da Saúde, até o momento o Brasil registrou 978 casos da varíola dos macacos, conhecida como monkeypox, nesta quarta-feira (27). 

A maior parte dos casos foi registrado no estado de São Paulo, que soma o total de 744 pessoas infectadas. Logo em seguida aparece o Rio de Janeiro com 117 número de casos. Em terceiro lugar fica Minas Gerais com 44, em quarto o Paraná com 19, Distrito Federal com 15 e Goiás com 13.

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Caindo no número de infectados,  Bahia registra 5 casos, Santa Catarina e Ceará com 4, Rio Grande do Sul e Pernambuco aparecem com 3 e isoladamente com 2 casos o Espírito Santo. Por fim, os estados que possuem apenas um registro de caso são Tocantins, Mato Grosso e Acre.

 Essa quantidade no número de casos reafirma o alerta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) fez no último sábado (23), que trata a varíola dos macacos como uma "emergência de saúde global". A decisão pode levar a um maior investimento no tratamento da doença e avançar na luta por vacinas, que estão em falta.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta quarta-feira (27) aos homossexuais, comunidade mais afetada pela doença, a redução do número de parceiros sexuais, diante do avanço do surto da varíola do macaco.

A melhor maneira de proteger-se "é reduzir o risco de se expor" à doença, explicou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante uma entrevista coletiva em Genebra.

"Para os homens que fazem sexo com outros homens, isso significa, por enquanto, reduzir o número de parceiros sexuais e trocar contato com qualquer nova relação para poder informá-los" em caso de sintomas, para que possam se isolar, explicou Ghebreyesus, que no sábado (23) ativou o nível máximo de alerta da ONU para conter a doença.

Desde o começo de maio, mais de 18 mil casos da varíola do macaco foram detectados em 78 países do mundo. Segundo o chefe da OMS, 70% dos casos estão na Europa e 25% na América.

Até agora, apenas cinco pessoas da África morreram pela doença e 10% dos casos exigiram internação hospitalar para controlar a dor causada pela infecção nos pacientes.

O órgão internacional insistiu contra qualquer tipo de estigmatização, o que poderia levar contaminados a esconder a doença e propiciar a disseminação.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu neste sábado, 23, que o surto de varíola dos macacos (monkeypox) configura uma emergência global de saúde. Especialistas explicam que o alerta chama atenção para a necessidade de bloquear a transmissão da doença, mas que cada país deve agir conforme o cenário local. No Brasil, o Ministério da Saúde articula compra de vacinas e o Estado de São Paulo pensa até em produzi-las.

Uma emergência de saúde pública de importância internacional (Pheic, em inglês), conforme a OMS, é um "evento extraordinário" que apresenta risco através da propagação internacional e requer resposta global coordenada. A declaração de emergência serve, principalmente, como um apelo para atrair mais recursos e atenção para o surto.

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O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, dividiu os países em quatro grupos e expediu recomendações temporárias específicas para cada um deles. São eles: países sem histórico da doença ou que não detectaram um caso por mais de 21 dias; estados-membro com casos recentemente importados; nações com transmissão zoonótica (entre animais e humanos) conhecida ou suspeita de varíola dos macacos; países com capacidade de fabricação de vacinas e diagnóstico.

Embora a organização não tenha listado qual país está em cada grupo, é possível deduzir que a maioria deles, incluindo o Brasil, está no segundo. Para esses, algumas das orientações são: implementar ações de resposta com o objetivo de interromper a transmissão entre humanos; relatar à OMS casos prováveis e confirmados; isolar os casos durante o período infeccioso; rastrear contatos de infectados; considerar o uso direcionado de vacinas para profilaxia pré-exposição em pessoas em risco de exposição (que podem ser desde profissionais de saúde até comunidades com alto risco de exposição).

Marcelo Otsuka, infectologista e vice-presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), avalia que o alerta da organização chama atenção para a necessidade de controlar a doença e impedir a disseminação dela. "Indica que temos que tomar os devidos cuidados para bloquear essa cadeia de transmissão", explica.

Ele explica que as implicações para cada país vão depender da capacidade de resposta e situação de cada um em relação à introdução da varíola dos macacos. "Cabe aos serviços de saúde de cada país, entender onde aperta o calo."

"Não podemos permitir não haver uma fiscalização, uma vigilância para detecção e acompanhamento adequado dos casos. Se tivéssemos feito isso com o coronavírus, talvez tivéssemos tido uma redução muito mais drástica do número de casos e não como foi de uma maneira geral", alerta. Porém, frisa, não seria necessário o alerta da OMS para que essas atitudes fossem tomadas.

O infectologista Fábio Araújo, que atende no Instituto Emílio Ribas e no Centro de Referência e Treinamento para DST/Aids de Santa Cruz, na Vila Mariana, explica que, na prática, o alerta fará com que autoridades sanitárias nacionais e internacionais tomem algumas atitudes. "Agora, essas pessoas vão ter que tomar essa decisão se vai ter vacina e onde nós vamos buscar a vacina", exemplifica. Além disso, trabalhar com mais afinco no fornecimento de informação à população, bem como o estabelecimento de uma rede nacional para testagem e diagnóstico.

Brasil

O alerta da autoridade internacional, conforme Araújo, ocorre em um momento de "crescimento exponencial" da doença no País. "Existe uma demanda absurda de pacientes. Eles estão comparecendo em peso e aparecendo de maneira super desorientada."

O País registrou 696 casos e investiga outros 336 suspeitos, segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados na sexta-feira, 22. Conforme a secretaria estadual de saúde, São Paulo tem 538 infecções confirmadas de 33 cidades. A capital concentra 442 delas.

Otsuka lembra que o Brasil já tem casos autóctones. "Já existe a circulação do vírus."

Nova pandemia?

Na visão de Otsuka e Araújo, por definição, o surto atual já poderia ser considerado uma pandemia. "Uma pandemia se caracteriza pela expansão mundial de uma doença", fala Araújo. Isso não significa, porém, que a resposta seja na mesma intensidade do que a dada à de covid-19. "A gravidade é menor a princípio", pondera Otsuka.

O sanitarista Gonzalo Vecina discorda. Ele acha que o surto só deve ser visto como pandemia se houver transmissão local "forte". O médico destaca que, ao contrário da covid-19, a doença, por ora, tem taxa de infectividade e mortalidade baixas. O que preocupa, pondera, é o longo período de latência.

"Você pode conviver com ela até 40 dias e durante 40 dias é infectante." Por isso, teme que o vírus encontre um hospedeiro animal - ou seja, que a doença se torne uma zoonose. "Se ele encontra outro animal que seja hospedeiro dele, fora da África, você estabelece um novo ciclo.

O que o Brasil precisa fazer?

Otsuka avalia que o primeiro passo é difundir os protocolos de investigação. "Esses cuidados de triagem, de rastreio, de análise epidemiológica são o primeiro ponto."

Araújo indica que informação é crucial. Principalmente, para a população de homens que fazem sexo com homens (HSH), que, conforme a OMS, representam a maior parte dos casos. Isso não significa que outras pessoas não podem se infectar.

O que dizem as autoridades brasileiras

O Ministério da Saúde destacou, em comunicado, que o País está preparado para enfrentar a varíola dos macacos e que articula, com a OMS, a compra de vacinas para combater a doença. "De forma que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) possa definir a estratégia de imunização para o Brasil", informou.

Em nota, o governo estadual destacou que avalia a possibilidade da compra e produção de vacinas. "Com o objetivo de controlar a disseminação da varíola causada pelo vírus monkeypox." E também que o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) tem alinhado as diretrizes técnicas com toda a rede de saúde e informando a população quanto ao cenário epidemiológico e as medidas de prevenção e controle da doença.

A Secretaria Municipal da Saúde da capital informou, em nota, que "está com toda a operação de atendimento, diagnóstico e monitoramento em pleno funcionamento para o atendimento aos casos de monkeypox". A pasta destacou que a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) foi responsável por orientar as unidades de saúde para a identificação e monitoramento precoce dos casos.

Surgimento dos casos

O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endêmica. Desde então, países da Europa, assim como Estados Unidos, Canadá e Austrália, confirmaram casos.

Transmissão

Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%.

O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.

Sintomas

Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e, ao final, crostas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias. Muitos casos não tem apresentações clínicas (assintomático).

Prevenção

De acordo com o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de países endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem se abster de comer ou manusear caça selvagem.

Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes ferramentas para evitar a exposição ao vírus, além do contato com pessoas infectadas.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou neste sábado (23) que a varíola do macaco é uma emergência de saúde global.

O anúncio de Tedros vem no momento em que o surto de casos de varíola do macaco afeta 15.800 pessoas em 72 países, segundo dados atualizados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) até 20 de julho.

Tedros expressou "sua preocupação" com o aumento do número de casos de varíola do macaco na quinta-feira, durante a abertura da reunião do comitê de emergência de especialistas, que estuda se o atual surto da doença justifica ou não o mais alto nível de alerta.

"A varíola do macaco está fora de controle, não há razão legal, científica ou de saúde para não declarar uma emergência de saúde pública de magnitude internacional", disse no Twitter na sexta-feira Lawrence Gostin, especialista americano em direito da saúde pública e diretor do Centro de Direito da Saúde da OMS.

Desde o início de maio, foi detectado um aumento incomum de casos fora dos países da África Central e Ocidental onde o vírus é endêmico, espalhando-se por todo o mundo, com um alto número de infecções na Europa.

A varíola do macaco - detectada pela primeira vez em humanos em 1970 - é menos perigosa e contagiosa do que a varíola, erradicada em 1980. Na maioria dos casos, os pacientes são homens relativamente jovens, que têm relações homossexuais e geralmente vivem em cidades, disse a OMS.

De acordo com um estudo do New England Journal of Medicine com 528 pessoas em 16 países – o maior até o momento – 95% dos casos foram transmitidos sexualmente.

Na sexta-feira, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou estender o uso de uma vacina contra a varíola para combater a propagação da varíola do macaco, que já é usada em vários países.

Em 2013, a UE aprovou a vacina Imvanex, da empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, para prevenir a varíola. Seu uso agora é estendido devido à sua semelhança com o vírus da varíola do macaco.

A OMS recomenda vacinar as pessoas de maior risco, bem como os profissionais de saúde que possam estar expostos à doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) se mostrou preocupada com a quantidade de casos confirmados de varíola dos macacos e também com o crescente número de países com confirmações, em nova reunião do comitê de emergência para avaliação do surto, nesta quinta-feira (21). Conforme o diretor-geral, Tedros Adhanom, já são mais de 14 mil notificações recebidas vindas de 71 nações.

"Continuo preocupado com o número de casos, em um número crescente de países", disse Adhanom, no discurso de abertura da reunião. Ele destacou que é "agradável" notar uma aparente tendência de declínio em alguns países, "mas outros ainda estão vendo um aumento, e seis países relataram seus primeiros casos na semana passada."

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O comitê se reuniu pela primeira vez no final de junho e decidiu que, naquele momento, o surto não configurava uma emergência de saúde pública de importância internacional (PHEIC, em inglês). Uma PHEIC é um "evento extraordinário" que apresenta risco através da propagação internacional e requer "resposta internacional coordenada". Desde 2007, a organização só soou esse alerta seis vezes. Atualmente, apenas a covid-19 e o poliovírus têm esse status.

No dia 6 de julho, quando havia 6 mil notificações de 58 países, o diretor-geral declarou que reuniria os especialistas novamente. No anúncio, Adhanom frisou que a testagem "continua sendo um desafio" e que era "altamente provável" que um número "significativo" de casos não estivessem sendo testados.

Nesta quinta, Adhanom destacou que as considerações da reunião anterior haviam ajudado a "delinear a dinâmica desse surto". "À medida que o surto se desenvolve, é importante avaliar a eficácia das intervenções de saúde pública em diferentes ambientes, para entender melhor o que funciona e o que não funciona."

Grande parte dos casos continua a ser relatada por homens que fazem sexo com homens (HSH), que incluí gays e bissexuais, conforme Adhanom. Para ele, o padrão ao mesmo tempo em que representa uma oportunidade para implementar intervenções de saúde pública direcionadas, é também um "desafio". "Porque em alguns países, as comunidades afetadas enfrentam discriminação com risco de vida." Ele também frisou que há risco de estigmatização da comunidade, o que tornará o surto ainda mais difícil de controlar.

Surgimento dos casos

O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endêmica. Desde então, países da Europa, assim como Estados Unidos, Canadá e Austrália, confirmaram casos.

Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%.

O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.

Sintomas

Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e, ao final, crostas. Segundo a Organização Mundial de Saúde, os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias.

Prevenção

De acordo com o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de países endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem se abster de comer ou manusear caça selvagem. Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes ferramentas para evitar a exposição ao vírus, além do contato com pessoas infectadas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reúne nesta quinta-feira (21) o comitê de especialistas em varíola do macaco para determinar se o atual aumento de casos é uma emergência de saúde pública de alcance internacional, seu nível mais alto de alerta.

Nas últimas semanas, mais de 14.500 casos foram registrados em 70 países, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a agência de saúde pública dos Estados Unidos.

"Independentemente da recomendação do comitê, a OMS continuará fazendo todo o possível para conter a varíola do macaco e salvar vidas", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da agência da ONU, em entrevista coletiva na quarta-feira.

Na primeira reunião, em 23 de junho, a maioria dos especialistas recomendou a Tedros que não pronunciasse a emergência de saúde pública de alcance internacional.

Detectado no início de maio, o inusitado ressurgimento de casos de varíola do macaco fora dos países da África central e ocidental, onde o vírus é endêmico, se espalhou por todo o mundo, tendo a Europa como epicentro.

Descoberta pela primeira vez em humanos em 1970, a varíola do macaco é menos perigosa e contagiosa do que a varíola, que foi erradicada em 1980.

A maioria dos casos é detectada em homens entre 18 e 50 anos.

Em 14 de julho, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (CEDC) registrou 7.896 infecções pelo vírus da varíola do macaco. A Espanha é o país mais afetado, com 2.835 casos, seguido da Alemanha (1.924), França (912), Holanda (656) e Portugal (515).

A agência de saúde trabalha em paralelo com os Estados-membros e especialistas para avançar na pesquisa e no desenvolvimento em torno do vírus.

"Embora vejamos uma tendência de queda em alguns países, outros estão enfrentando um aumento e 6 países registraram seus primeiros casos na semana passada", afirmou Tedros.

"Alguns países têm menos acesso a diagnósticos e vacinas, o que dificulta o registro e a interrupção dos casos" quando os estoques de vacinas estão baixos, acrescentou.

A empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, o único laboratório que produz uma vacina autorizada contra a varíola do macaco, informou na terça-feira que recebeu um pedido de 1,5 milhão de doses, a maioria para serem fornecidas em 2023, de um país europeu cujo nome não revelou e os Estados Unidos encomendaram 2,5 milhões de doses.

A crise da Covid-19 e a desinformação estão por trás da queda contínua mais acentuada da vacinação infantil contra outras doenças em quase três décadas, segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Unicef divulgado nesta quinta-feira.

A proporção de crianças que recebem as três doses da vacina contra a difteria, o tétano e a poliomielite (DTP) caiu de 86% em 2019 para 81% em 2021. Essa vacina é usada como indicador-chave de cobertura de imunização em todo o mundo.

A queda em 2020 e 2021 ocorre após uma década de melhoras. "Isso é um alerta vermelho para a saúde infantil. Estamos assistindo à maior queda contínua da imunização infantil em uma geração", declarou Catherine Russell, diretora executiva do Unicef. "As consequências serão medidas em número de vidas."

As razões desse declínio são múltiplas: conflitos, aumento da desinformação e problemas de oferta ou continuidade de cuidados relacionados à pandemia de Covid. Esperava-se a partir de 2021 uma recuperação, mas as taxas de vacinação continuaram caindo em todas as regiões do mundo. A baixa cobertura levou a surtos evitáveis de sarampo e poliomielite nos últimos 12 meses, segundo o relatório.

A notícia chega no momento em que as taxas de desnutrição também estão em alta. Uma criança desnutrida possui um sistema imunológico mais fraco, portanto é mais propensa a desenvolver casos graves dessas doenças evitáveis.

A pandemia da covid-19 está "longe de ter terminado" - advertiu o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta terça-feira (12).

"Novas ondas do vírus mostram, mais uma vez, que a covid-19 está longe de ter terminado", disse Tedros, em uma entrevista coletiva em Genebra.

“À medida que as hospitalizações e a transmissão da covid-19 aumentam, os governos devem implementar medidas, como o uso de máscaras, melhor ventilação e protocolos de detecção e tratamento”, acrescentou, alguns dias após a divulgação, por parte da OMS, dos resultados da última reunião do comitê de emergência da covid-19, na sexta-feira passada (8).

A agência das Nações Unidas anunciou, por decisão unânime do comitê, a manutenção da pandemia de covid-19 na categoria de "emergência de saúde pública de âmbito internacional", o nível de alerta máximo da organização.

A comissão ressaltou a diminuição dos testes de detecção e do sequenciamento do genoma, o que torna "cada vez mais difícil" a avaliação do impacto das variantes da covid-19. Destaca, ainda, "a inadequação da vigilância atual" da pandemia.

O comitê observa o recente aumento do número de casos de covid-19 em diferentes regiões do mundo, assim como a falta de medidas de saúde pública adaptadas nas regiões afetadas pelo ressurgimento de casos.

Os casos de sífilis e sífilis congênita, uma infecção sexualmente transmissível que pode ser transmitida de mãe para filho com possíveis efeitos devastadores, aumentaram nas Américas, alertou nesta terça-feira (5) a Organização Pan-americana da Saúde (Opas).

Calcula-se que 4,6 milhões de pessoas tenham sífilis na região, segundo a revisão epidemiológica lançada em junho pela Opas.

Em 2020, os países das Américas reportaram 29.147 casos de sífilis congênita e cifras preliminares de 2021 registram mais de 30.000 casos desta infecção transmitida de mãe para filho.

"O número de pessoas afetadas continua sendo inaceitavelmente alto para uma doença que não devia mais existir", afirmou Marcos Espinal, vice-diretor interino da Opas, citado em um comunicado, insistindo em que existe tratamento e que seu custo é acessível.

A sífilis pode causar problemas neurológicos, cardiovasculares e dermatológicos nos adultos e ser transmitida na gravidez, "algo que pode provocar aborto espontâneo, morte fetal ou pouco depois do nascimento, prematuridade ou deficiências graves nos recém-nascidos", adverte a Opas.

Em 2016, a Assembleia Mundial da Saúde fixou a meta de reduzir os novos casos de sífilis em 90% entre 2018 e 2030, e os novos caso de sífilis congênita a menos de 50 por 100.000 crianças nascidas vivas.

Atualmente, a incidência de sífilis congênita na região é de 200 por 100.000, ou seja, muito superior a este objetivo.

"Devemos testar todas as mulheres na primeira consulta pré-natal, antes da 20ª semana e no terceiro trimestre da gravidez, e tratar de forma imediata com penicilina as positivas, assim como seus bebês, para evitar a transmissão", recomenda Rodolfo Gómez Ponce de León, assessor regional em saúde sexual e reprodutiva da Opas, citado no mesmo comunicado.

"Para evitar a reinfecção, também é necessário tratar os companheiros das gestantes", acrescentou.

A Revisão Epidemiológica sobre Sífilis da Opas mostra que na América Latina em 2020 só foram oferecidos testes de detecção da doença a apenas 59% das grávidas.

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