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O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou, nesta sexta-feira (18), que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) é "vítima" de um processo de tentativa de desgaste envolvendo a repercussão das investigações sobre a movimentação atípica do ex-assessor do seu filho, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL). Na quinta-feira (17), o Supremo Tribunal Federal (STF) paralisou a apuração do Ministério Público do Rio aberta após o jornal O Estado de S. Paulo revelar o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Para Lorenzoni, é preciso ter "cautela" e aguardar a manifestação da Justiça. "O governo, do ponto de vista do presidente Bolsonaro, tem muita tranquilidade, porque isso não tem rigorosamente nada a ver com o que envolve o presidente. Ele é, mais uma vez, vítima desse processo", afirmou.

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O vice-presidente do STF, ministro Luiz Fux, atendeu a um pedido da defesa do ainda Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e determinou a suspensão da investigação sobre movimentações financeiras atípicas do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz. A decisão de Fux paralisa a apuração e vale até o ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo no Supremo, analisar o caso depois que o tribunal retomar as suas atividades, em 1º de fevereiro.

Lorenzoni minimizou o movimento da defesa afirmando que o mesmo não prejudica o governo. "Esse é um caso circunscrito a um funcionário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Eu acho que existe, como eu disse, um grande esforço no sentido de desgastar o presidente Bolsonaro. O que o presidente Bolsonaro tem a ver com essas questões, né? Houve uma decisão do Supremo Tribunal Federal exatamente porque viu que tem alguns problemas nessa questão e na condução. Acho que temos de aguardar a manifestação da Justiça e o presidente tem absoluta tranquilidade, serenidade em relação a isso. E por mais que alguns veículos e alguns setores da sociedade brasileira forcem a barra, o governo não vai perder seu rumo não", disse.

Apesar da defesa do ministro, o pedido feito por Flávio Bolsonaro causou mal-estar no Palácio do Planalto. Nos bastidores, auxiliares do presidente e ministros disseram que a estratégia usada pela defesa tem potencial para provocar mais desgaste ao novo governo. Ao solicitar a suspensão das apurações, Flávio alegou que o cargo de senador lhe confere foro especial no STF. Contudo, a argumentação contradiz discurso de Bolsonaro, que sempre disse ser contrário ao foro privilegiado.

Questionado se, por ele ser filho do presidente, o ato não prejudicaria a imagem do governo, Lorenzoni negou: "Sim, mas ok. É filho dele. Mas, vamos lá. O filho dele nem é investigado. Olha a dimensão que tomou, sem o filho ser investigado. Ele não é réu, não tem processo aberto, não tem inquérito. Por isso que eu digo que precisamos ter cautela".

Movimentação atípica

O relatório do Coaf, revelado pelo Estado em dezembro do ano passado, apontou movimentações atípicas de servidores da Alerj. O órgão constatou que, de janeiro de 2016 a 31 de janeiro de 2017, Queiroz movimentou mais de R$ 1,2 milhão em uma conta bancária.

A quantia foi considerada incompatível com a renda do servidor, perto de R$ 23 mil mensais. Outros funcionários e ex-funcionários de 21 deputados também são investigados. Neste período de pouco mais de um mês, Queiroz e Flávio Bolsonaro faltaram aos convites para depor no procedimento criminal do Ministério Público fluminense.

A suspensão da apuração sobre as movimentações financeiras do ex-assessor ocorre na mesma semana em que o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, disse que pode encerrar a investigação e propor ação penal sem que Queiroz e Flávio prestem depoimento.

Reservadamente, um ministro do STF disse ao Estado nesta quinta que considerou que a reclamação feita pela defesa de Flávio levou o caso, até então circunscrito ao MP do Rio, para o Supremo - abrindo a possibilidade de a Procuradoria-Geral da República a investigar o senador eleito e, eventualmente, atingir até o presidente.

Ao ser questionado se não seria melhor para o governo que Flávio Bolsonaro desse logo as explicações sobre o caso, Lorenzoni contemporizou. Ele tem dado, ele tem falado. Acho que temos de aguardar os próximos passos. Temos de ter clareza: por que é mesmo que um ministro do Supremo Tribunal Federal indicado pelo PT interrompeu o processo? Porque alguma coisa há nesse processo. Então, acho que temos de ter prudência, aguardar", repetiu.

Em entrevista ao Estado, o ministro do Supremo Luiz Fux defendeu sua decisão de suspender as investigações. "Tomei uma medida de urgência provisória até o pronunciamento do ministro Marco Aurélio, que deve ocorrer daqui a nove dias úteis, quando acaba o recesso. A minha atuação antecedente e independente em todos os processos demonstra não ser inerente à minha atuação suspender investigações fundadas."

Desencontros do governo

Onyx Lorenzoni também minimizou os desencontros do início do governo. "Podemos pegar o Real Madrid ou o Palmeiras aqui no Brasil. Quando começa a Champions League, ou o Campeonato Brasileiro, o desempenho apresentado ao final é complemente diferente do que existe no início. É desconectado. Ou seja, por mais craques que existam num time de futebol, sempre leva um tempo para fazer os ajustes. Ainda mais em um governo, onde a maioria absoluta, quase unanimidade, nunca teve experiência no Executivo. Esses ajustes são normais. O problema é que, no Brasil, quando terminou o segundo turno das eleições, uma parte das mídias brasileiras, no dia 29, que sempre estiveram alinhadas com aqueles que estiveram no poder movidos pela parceira ideológica de esquerda, começou um terceiro turno eleitoral e que continua até o dia de hoje", disse.

Para o ministro, a eleição ainda "não terminou": "O terceiro turno eleitoral não terminou. Então, por exemplo, coisas muito pequenas e que não têm relevância alguma, ganham uma dimensão absurda. Estampam manchetes, depois tem os desdobramentos nos blogs, rádio e TV. Mas isso é parte da democracia e precisamos conviver com isso com bastante humildade para reconhecer que em algum momento podemos errar. Mas temos a firme determinação do presidente de acertar todos os dias e eles nos mobiliza a todos para que façamos um governo que sirva aos brasileiros e brasileiras".

O ministro também afirmou que a falta de experiência do futuro líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), não vai ser um problema. Para ele, basta "treino". "Olha, o Major, apesar de ser novato, é um homem muito inteligente. Ele passou num concurso público duríssimo como assessor da Câmara dos Deputados, já tem um conhecimento sobre como funciona a Câmara e nós vamos ajudar. Lembrar que, se somar o tempo do presidente na Câmara com o meu, dá mais de meio século. Vamos dar uma boa treinada e vai dar tudo certo".

O ministro falou ainda que não vai interferir na eleição no Congresso: "O governo tomou uma decisão: ele não intervir nas eleições da Câmara e do Senado. O governo vai respeitar a autonomia e independência dos Poderes. Todos os governos recentes que tentaram influenciar fortemente nas eleições legislativas, não funcionou. Queremos um governo de muito diálogo, trabalhar pelo convencimento. E se queremos um governo de diálogo, seria incoerente tentar interferir na eleição de outra Casa. É uma definição das bancadas e congressistas. A decisão que for tomada, vamos respeitar".

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse hoje (11) que a tendência do governo é apresentar uma única proposta de reforma da Previdência para o Congresso. Com isso, não seriam levadas propostas avulsas para categorias específicas. “Estamos discutindo dentro da equipe técnica e a tendência é uma única proposta preparando o sistema para o futuro. É a tendência nesse momento”, disse o ministro após solenidade no Clube do Exército.

Isso não significa que os militares serão incluídos na reforma preparada pelo governo Jair Bolsonaro. A possibilidade ainda está em estudo pela equipe técnica coordenada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O novo comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, que assumiu o posto nesta segunda-feira, é contrário à inclusão dos militares na reforma da Previdência.

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Na opinião do general, o sistema previdenciário das Forças Armadas não deveria ser modificado na reforma da Previdência. “A intenção minha, como comandante do Exército, se me perguntarem, [é que] nós não devemos modificar o nosso sistema”.

Segundo Lorenzoni, haverá uma “reunião preparatória” na próxima segunda-feira (14) para tratar da reforma, mas a proposta só será levada para apreciação do presidente na semana seguinte. Ele acrescentou que o governo trabalha por uma reforma que “não sacrifique ninguém”.

“Queremos uma reforma que não sacrifique ninguém. Onde salvemos o sistema previdenciário brasileiro, que seja possível o equilíbrio fiscal do Brasil. Vamos apresentar uma reforma que, ao mesmo tempo, permita o equilíbrio fiscal mas é fraterna, tem olhar humano para todos os brasileiros”.

Medidas provisórias

O ministro também disse que as medidas provisórias sobre flexibilização do posse de arma e de combate a fraudes previdenciárias devem sair no início da próxima semana. Segundo ele, os textos estão “nos ajustes finais”.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), usou 80 notas fiscais de uma empresa de consultoria pertencente a um amigo de longa data para receber RS 317 mil em verbas de gabinete da Câmara dos Deputados entre os anos de 2009 e 2018. As informações foram reveladas pelo jornal "Zero Hora" na manhã desta terça-feira, 8. Entre as 80 notas, 29 foram emitidas em sequência, o que indica que Lorenzoni teria sido o único cliente da firma.

A empresa chamada Office RS Consultoria Sociedade Simples pertence a Cesar Augusto Ferrão Marques, técnico em contabilidade filiado ao DEM, o partido de Lorenzoni. Marques também trabalhou em campanhas políticas do parlamentar. O jornal gaúcho informa, ainda, que Marques não tem registro no Conselho Regional de Contabilidade. Ele é o responsável pela contabilidade do DEM no Rio Grande do Sul - e também trabalhou em campanhas políticas do parlamentar.

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A empresa está inapta na Receita Federal por omissão de valores ao fisco e tem R$ 117 mil em dívidas tributárias. Entre janeiro de 2013 e agosto de 2018, não recolheu impostos, apesar de ter emitido 41 notas a Onyx Lorenzoni.

Ao "Zero Hora", Marques confirmou que trabalha com Lorenzoni há quase 30 anos como consultor tributário. Segundo ele, o ministro não é o seu único cliente. Marques, que tem outra companhia, disse que emite parte das notas fiscais por uma empresa ou por outra devido a questões tributárias.

Defesa

Em nota, o ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro negou irregularidades na contratação da empresa de consultoria. "Trata-se de consultoria tributária - não apenas para projetos meus e sim aconselhamento para todos os projetos em destaque nesta questão. Além do contato telefônico sempre que necessário, são realizadas reuniões semanais em Porto Alegre", diz o texto divulgado no Twitter do ministro.

Na nota, Lorenzoni alega, ainda, que a empresa faz acompanhamento da execução do orçamento geral da União para fins de emendas parlamentares indicadas por ele para centenas de municípios e entidades assistenciais gaúchas.

"Com relação aos recursos da campanha eleitoral, cabe esclarecer que a empresa prestou serviço para o partido e todos os candidatos. Desde a pré-campanha, incluindo treinamento jurídico e contábil. Todas as contas foram aprovadas sem apontamentos. Há um rígido acompanhamento sobre todas as questões."

Após virem a público divergências entre os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Economia, Paulo Guedes, ainda na primeira semana do novo governo, o presidente Jair Bolsonaro pediu que os dois abandonem as disputas internas e deem demonstrações de unidade. Os ministros fizeram nesta segunda-feira (7) um gesto inicial e, a convite de Onyx, Guedes almoçou com ele no gabinete da Casa Civil, no Palácio do Planalto.

Os dois fizeram questão de posar para fotos, tendo ao fundo o mapa do Brasil. Os sorrisos contrastavam com as idas e vindas da sexta-feira passada, dia 4, quando Onyx foi obrigado a desmentir que haveria aumento de impostos, após o próprio Bolsonaro confirmar a informação.

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O presidente pediu "coesão" dos ministros e, apesar de ter sido porta-voz de declarações desencontradas sobre importantes medidas econômicas do governo, determinou aos auxiliares uma espécie de lei do silêncio.

Mais do que problemas de comunicação, os desencontros escancararam uma queda de braço entre o núcleo político e a área econômica do governo, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo no sábado. Seguindo a solicitação de Bolsonaro, porém, Guedes negou essa divisão e disse não haver turbulências no horizonte.

"Todo mundo acha que tem uma discussão entre nós, uma briga. Nós somos uma equipe muito, muito sintonizada", afirmou nesta segunda o titular da Economia, após citar o nome de Onyx.

O comentário foi feito durante a cerimônia de transmissão de cargo para o comando do Banco do Brasil, depois do almoço com o chefe da Casa Civil. No discurso, Guedes elogiou Onyx e fez de tudo para mostrar que não havia discórdia entre eles. A reportagem apurou, no entanto, que, nos bastidores, as desavenças continuam.

Logo pela manhã, ao participar da solenidade de posse dos novos presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes; do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy; e da Caixa, Pedro Guimarães, Bolsonaro afirmou que a aceitação do seu desconhecimento em muitas áreas "é sinal de humildade".

"Tenho certeza, sem qualquer demérito, de que conheço um pouco mais de política do que Guedes e ele conhece muito, mas muito mais de economia do que eu", disse. Em conversas reservadas, o presidente solicitou aos ministros que sempre lhe apresentem duas linhas de ação, sob o argumento de que a "visão política" cabe ao chefe do governo.

Empenhado em desfazer rumores de que Bolsonaro também está se desentendendo com Guedes, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, apelou nesta segunda-feira até mesmo para o inglês e chamou os dois de "best friends". "Não teve rusga nenhuma, nem rusga, nem carrinho por trás, nem tesoura voadora, não teve nada", declarou.

Uma nova reunião ministerial foi marcada para esta terça-feira, 8, quando o presidente pretende "alinhar" o discurso da equipe. Além disso, cada ministro terá de apresentar o "inventário" de problemas nas pastas e metas para os cem dias de governo.

Dúvidas

Na semana passada, a primeira de Bolsonaro no Planalto, houve divergências sobre as principais medidas do governo. Para completar o quadro de incertezas, uma declaração do presidente sobre a definição de idades mínimas para aposentadoria, no momento em que se discute a proposta de reforma da Previdência, provocou dúvidas que ninguém conseguiu explicar.

Bolsonaro chegou a anunciar mudanças nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e do Imposto de Renda, que também causaram ruídos e, depois, tiveram de ser negadas por Onyx e pelo secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra. O presidente disse que tinha assinado decreto aumentando o IOF para operações externas, sem dar detalhes. A elevação seria necessária para cobrir o rombo deixado pelo projeto que prorroga benefícios fiscais a empresas do Norte e Nordeste. Horas mais tarde, porém, tudo mudou.

Heleno creditou o "equívoco" de Bolsonaro à quantidade de informações recebidas por ele. "Acredito que aquilo foi fruto de uma primeira semana. O peso em cima das costas do presidente é muito grande e ele acaba ouvindo muita coisa sem ter tempo nem de conferir se o que ouviu está valendo ainda." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse hoje (4) que o governo não vai aumentar impostos. “É um princípio deste governo não haver aumento de carga tributária”, afirmou Onyx, ao explicar a sanção do projeto de incentivos fiscais para as superintendências de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Nordeste (Sudene).

Segundo Onyx, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) era uma das possibilidades para assegurar o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em virtude da aprovação dos incentivos fiscais para a Amazônia e o Nordeste, mas essa possibilidade foi afastada.

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“O presidente [Jair Bolsonaro] ontem [3] assinou a sanção. Este poderia ter sido o caminho de hoje, assinado o decreto. A solução [de não aumentar o IOF] foi encontrada porque a equipe da Receita e da Casa Civil buscou a solução. E nós optamos, validamos com o presidente, por essa solução”, afirmou o ministro.

De acordo com Onyx, o presidente Jair Bolsonaro “se equivocou” ao dizer que havia assinado o aumento do IOF. “Ele se equivocou. Ele assinou a continuidade do projeto da Sudam e da Sudene”, disse Onyx, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

Orçamento

O ministro Onyx Lorenzoni disse que os incentivos aprovados para Sudam e Sudene não terão influência em 2019 e, por isso, não atingem a LRF. Conforme Onyx, existe um prazo de 12 a 14 meses entre a empresa apresentar proposta para se beneficiar desses incentivos fiscais e de fato começar a usufruir desses benefícios.

“Portanto, colocamos lá que, para o exercício de 2020 e 2021, como a peça orçamentária será constituída em 2019, o governo fará a devida previsão orçamentária”, disse o ministro. “Sancionou porque é meritório, as regiões Norte e Nordeste precisam. Tinha que ter sido resolvido pelos governo que estava no poder.”

A Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), no entanto, ficou de fora. Segundo Onyx, a situação desta era diferente da da Sudam e da Sudene e comprometeria a LRF e o orçamento público. “Trata de uma prorrogação de cinco anos, podendo ser prorrogado por mais cinco. No caso da Sudeco, era a criação de um novo programa, e isso não é suportado pela peça orçamentária, nem pela Lei de Responsabilidade Fiscal. E por isso foi vetado.”

Além de um levantamento sobre a movimentação de pessoal nos últimos 30 dias do governo Michel Temer, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta quinta-feira (3), que o presidente Jair Bolsonaro determinou a revisão das movimentações financeira das pastas nos últimos dias de 2018. Onyx informou que foi detectada uma "movimentação incomum" no final da gestão anterior. O ministro anunciou ainda que as primeiras medidas do novo governo vão ser anunciadas na semana que vem.

Segundo o ministro, o alto volume de movimentação de recursos causou "estranheza", em especial nos últimos 15 dias do ano. "O presidente Bolsonaro quer um relatório de cada um dos ministros para ver para onde foi o dinheiro, por que foi feito e se há suporte", completou.

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De acordo com ele, Bolsonaro pediu aos ministros um levantamento sobre todos os imóveis do governo federal nos Estados, sobretudo nas capitais. A ideia é reunir todas as estruturas em um só local, liberando edifícios para a venda.

"É o nascedouro da ideia de uma Casa Brasil nas capitais. A União tem hoje cerca de 700 mil imóveis. Pensem o que isso significa em termos de custo de manutenção", afirmou. "Também serão revisados todos os contratos de locação de imóveis. Há contrassenso absurdo no aluguel desses espaços", acrescentou.

'Despetização'

O ministro-chefe da Casa Civil afirmou que a ideia do novo governo é estender a exoneração dos cargos de confiança feitos em sua pasta para todo o Executivo e administração indireta. Além de critérios técnicos, serão consideradas questões políticas, como quem foi responsável pela indicação do servidor e qual sua visão ideológica.

"O primeiro critério é técnico, de competência, e depois a avaliação de como chegou, quem é que indicou, para tentar tirar essas pessoas da atual Casa Civil, e isso pode perpassar demais ministérios também. Não tem sentido termos pessoas que defendem outra lógica, outro sistema político", justificou após participar da primeira reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro.

Nesta quinta-feira, foram exonerados todos os ocupantes de cargos de confiança da Casa Civil, num total de 320 pessoas. Ao antecipar a decisão, ontem, Onyx disse que o objetivo era a iniciar a "despetização", a fim de que o governo possa operar "livre de amarras ideológicas". Hoje, ao ser questionado se a medida não seria uma espécie de caixa às bruxas, ele negou. "Não tem isso. E justamente para não ter é que nós exoneramos todos os comissionados", reagiu.

Onyx afirmou, ainda, que a Casa Civil foi usada como exemplo e que Bolsonaro deixou os demais ministros "autorizados a proceder de maneira semelhante ou ajustada". O objetivo, de acordo com ele, é reproduzir o critério de escolhas técnicas nos cargos de segundo e terceiro escalão e depois na esfera regional, mas "respeitando a afinação com o projeto que foi vencedor na eleição".

"A sociedade decidiu por maioria dar basta nas ideias socialistas e comunistas que levaram ao caos do desemprego e da educação nas escolas, que, em vez de educar, doutrinam. A sociedade fez escolha muito clara e cabe a nós respeitar. Estamos aqui para servir sociedade", declarou.

Segundo ele, o atual governo tem a coragem de fazer o que a gestão do presidente Michel Temer não teve. "Precisamos e teremos a coragem para fazer o que talvez tenha faltado para o governo que terminou, de logo no início ir limpando a casa, porque esse é único jeito de tocar nossas ideias, nossos conceitos", disse.

Conselhos

Onyx falou com a imprensa após a primeira reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro depois da posse. No encontro, também foi decidido que serão revisados todos os conselhos existentes da administração direta.

"O Conselhão (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) já foi extinto. E vamos revisar todos os conselhos que existem. Contam-se a casa das centenas de conselhos e todos com volume muito grande de pessoas, o que traz custos", informou.

Ele disse que há conselhos que se sobrepõem a outros e são repetidos em diferentes pastas e que isso será reavaliado. "Vai ser feito um pente-fino em conselhos da administração direta."

Rodrigo Maia

O ministro-chefe da Casa Civil evitou comentar o apoio do PSL, partido de Jair Bolsonaro, à candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ), seu correligionário, para a presidência da Câmara. Em coletiva de imprensa, Onyx voltou a dizer que o governo não vai interferir nas disputas do Congresso.

"O governo não vai interferir, quer seja para a presidência da Câmara, quer seja na do Senado. Todos os governos que tiveram algum grau de intervenção na Presidência, os governos todos erraram, basta avaliar meses subsequente a isso", declarou o ministro.

Onyx também reafirmou que Bolsonaro é um "homem de muito diálogo" e "vem surpreendendo". "Esse vai ser ano de muito diálogo com Parlamento", assegurou aos jornalistas.

Em troca do apoio, o PSL, que terá 53 deputados em 2019, negociou com Maia a chefia da Comissão de Cidadania e Justiça (CCJ), da Comissão de Finanças e Tributação e também uma vaga na mesa diretora. Com isso, o PSL amplia exponencialmente seu poder na Casa.

Indicação

Questionado sobre a decisão de manter a nomeação do ex-ministro Carlos Marun para o conselho da Itaipu, feita ao apagar das luzes do governo Michel Temer, Onyx respondeu que o intuito é respeitar a decisão em relação a um auxiliar que era da confiança do presidente anterior.

Segundo o BR18, a decisão não poderia ser anulada, pois trata-se de "ato jurídico perfeito", aquele que, após realizado, não pode ser revisto.

Essa foi a informação repassada pela assessoria ao presidente Jair Bolsonaro. E foi a razão que obrigou Bolsonaro a recuar da sua decisão de exonerar Marun, informou a Coluna do Estadão.

A primeira reunião do presidente Jair Bolsonaro com a equipe ministerial, realizada nesta quinta-feira (3) no Palácio do Planalto, durou cerca de três horas. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que foi uma conversa de “alinhamento” com cada ministro. Segundo ele, será feito um “pente fino” em todos os conselhos que atuam na administração direta.

Onyx reiterou que o governo vai "fazer a reforma da Previdência", mas não entrou em detalhes. A reunião, que ocorreu dois dias depois da posse, foi concentrada em temas prioritários de cada área. Uma próxima reunião com os ministros foi agendada para o dia 8.  

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Desburocratização e enxugamento da máquina pública e melhoria da qualidade de serviços prestados à população brasileira foram alguns dos temas abordados. Hoje mais de 300 funcionários comissionados que integravam a Casa Civil da Presidência da República na última gestão foram exonerados. A medida foi adotada para uma nova composição de equipe, mais alinhada com o novo governo.

Ao lado do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, e do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o presidente Jair Bolsonaro comanda sua primeira reunião ministerial no Palácio do Planalto. Em imagem divulgada pela assessoria de imprensa da Casa Civil, estão presentes todos os 22 ministros e também alguns assessores na Sala Suprema.

A reunião começou por volta das 9h e, segundo Onyx antecipou, servirá para discutir o cronograma de medidas que serão implementadas inicialmente pelo governo. O grupo, chamado de Conselho de Governo, também vai debater pautas conjuntas. O encontro é fechado e ainda não há previsão de declarações após o término.

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O novo ministro da Casa Civil da Presidência, Onyx Lorenzoni, editou portaria que determina a exoneração ou a dispensa de ocupantes em 31 de dezembro de 2018 de cargos em comissão ou funções de confiança na pasta. Ficam de fora da lista de corte servidores, empregados e militares lotados na Subchefia para Assuntos Jurídicos ou na Imprensa Nacional, que preparam os atos do governo. O Diário Oficial da União (DOU), por exemplo, é publicado pela Imprensa Nacional.

O total de exonerados nessa condição soma 320 pessoas, segundo cálculo do próprio ministro. Ao anunciar as exonerações, Onyx disse que o governo de Jair Bolsonaro não pode manter servidores petistas ou de ideologias que não se identificam com o projeto "de centro-direita". "Nós vamos 'despetizar' o Brasil", disse.

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A relação nominal das dispensas deve ser publicada nos próximos dias. O ministro explicou que ainda fará uma espécie de chamada oral para saber como cada um dos ocupantes dos cargos chegou ao governo. Onyx negou, porém, que a prática seja uma caça às bruxas ideológica. "Para não sair caçando bruxa, primeiro a gente exonera e depois a gente conversa", afirmou. "O governo é novo e vem aí um novo Brasil: ou afina com a gente ou troca de casa. Simples assim." O processo de reavaliação dos funcionários, chamado por Onyx de "revisão", durará cerca de duas semanas.

A portaria de Onyx, publicada no DOU de hoje, também encerra as cessões, as requisições e as colocações em disponibilidade de pessoal. Neste caso, a decisão só terá efeito se, em sete dias, o secretário executivo da Casa Civil não manifestar expressamente o interesse pela manutenção do servidor.

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, reforçou em entrevista o aceno feito à oposição durante seu discurso de transmissão de cargo, nesta manhã. Onyx disse ter se reunido mais cedo com o presidente Jair Bolsonaro e concluído que o novo governo deveria demonstrar "humildade e maturidade" de "estender a mão" aos adversários neste início de gestão.

"A eleição tem que ser superada e o entendimento tem que surgir", afirmou, acrescentando que exemplos de outros países demonstram que o Brasil poderia se beneficiar de um pacto nesse sentido. "Conversei com o presidente nesta manhã e entendemos que nos cabia fazer o primeiro gesto", emendou.

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Onyx evitou polemizar sobre a criação de cargos comissionados em posições de chefia no Itamaraty. A publicação da notícia no Diário Oficial repercutiu na diplomacia, por contrariar a tradição da pasta de nomear diplomatas de carreira para a vaga. Onyx disse que cada ministro recebeu do presidente eleito "carta branca" para definir o desenho de cada pasta. "Se o ministro Ernesto (Araújo) pediu, é porque tinha necessidade", disse.

Ao deixar a Granja do Torto, no final da tarde desta segunda-feira, 31, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, saiu do carro para abraçar e tirar selfies com os apoiadores do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que se aglomeravam nos portões da Granja, e antecipou um pouco do discurso da posse, marcada para amanhã.

Onyx contou que já terminaram de revisar o texto, que será lido na Câmara amanhã à tarde. "Vai ser um discurso de muita fé num Brasil que vai mudar com muita humildade, como é do jeito dele. E aquela coisa, curto, papo reto, direto. É o Bolsonaro", afirmou, após uma série de fotos e um pedido aos bolsonaristas. "Vamos continuar orando tá? Para que nós ajude a acertar, não errar".

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Questionado se o presidente pretende tratar da reforma da Previdência em seu discurso, o futuro ministro desconversou: "Deixa ele relaxar, se preparar e curtir amanhã". Ele evitou responder sobre o fato de ter utilizado verba pública para fazer campanha para Bolsonaro, como mostrou nesta segunda-feira o jornal Folha de S. Paulo.

Mais cedo, ao entrar na Granja, Onyx parou o carro e falou rapidamente com os apoiadores. Com bandeiras do Brasil penduradas nos ombros e camisetas com o rosto do presidente eleito estampado, cerca de 30 pessoas gritaram em coro "ô Bolsonaro, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver", enquanto passa o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Ele fez um vídeo da multidão e a promessa de mostrar as imagens para o presidente.

O presidente eleito está reunido na Granja do Torto com amigos e familiares, onde deve passar a virada do ano. Mais cedo, um dos irmãos de Bolsonaro, o comerciante Renato Bolsonaro também foi tratado como celebridade na entrada da Granja, onde está hospedado.

Renato passou pelo menos meia hora tirando fotos e gravando vídeos com bolsonaristas direcionados para diferentes Estados. Em certo momento, disse brincando que serviria como "genérico" do irmão, caso ele não possa conhecer os apoiadores pessoalmente.

Além das selfies, ele tirou fotos com um cartaz de apoio ao futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, com os dizeres: "O homem mais odiado do Brasil pelos petistas e pelos corruptos. Mas é o mais respeitado pelo povo brasileiro".

Em 2016, Renato foi exonerado do cargo de assessor especial na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), após reportagem do SBT afirmar que ele não aparecia para trabalhar, embora constasse como funcionário do gabinete do deputado estadual André do Prado (PR) por três anos. Segundo a assessoria de imprensa do parlamentar, o Ministério Públicou chegou a pedir esclarecimentos na época, mas não houve acusação formal.

Em clima de festa e na expectativa de conhecer o presidente eleito, apoiadores de Bolsonaro se reuniram durante o dia em frente do portão da Granja. No portão que divide os apoiadores e a imprensa da residência oficial, penduraram faixas de Corumbá (MS) e Colatina (ES), em homenagem ao presidente eleito. Em uma caixa de som, tocam músicas da campanha, intercaladas com o hino brasileiro.

É da cidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que veio uma das principais apoiadoras do presidente eleito, Jair Bolsonaro, para acompanhar a cerimônia de posse. A professora Wilma Silvestre saiu de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, que fica a mais de 2 mil quilômetros de Brasília, para tentar conhecer Bolsonaro pessoalmente. E diz que só deixará a capital federal quando isso acontecer.

Pelo segundo dia consecutivo, Wilma está com a família na entrada do Granja do Torto, onde deve ficar até de madrugada. Através de um grupo de Whatsapp, ela também organiza uma celebração de Ano Novo no local com outros apoiadores do presidente eleito. Nem todos os 50 participantes do grupo devem vir, pondera Wilma, mas o combinado é que cada um traga um prato de comida para a ceia e que venham vestidos de branco ou de verde e amarelo, cores da bandeira.

"A gente só sai depois que vir o Bolsonaro. Elegemos o presidente, ele existe, mas ninguém viu ainda", afirmou. "Eu digo que a gente vai passar o Ano Novo na casa do Bolsonaro, que agora é a nossa casa também."

Meron Vaurek também veio de longe: 1300 km de carro com a esposa e a filha para conhecer a capital federal e ir à posse de Bolsonaro, para quem fez campanha em Goioerê (PR). "A maioria dos brasileiros gostaria de estar aqui, me sinto lisonjeado. Vim conhecer aqui a Granja e vai que ele aparece! É minha expectativa", disse.

O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, que assumirá a chefia da Casa Civil no próximo governo, afirmou nessa quinta-feira (27) que, "no momento certo", a proposta de reforma da Previdência será apresentada. Sem indicar prazos, ele disse que as equipes que estudam o assunto estão afinadas.

"Isso está cada vez mais maduro, os grupos estão muito afinados. No momento certo, quando o presidente comandar, ela vai aparecer", afirmou o ministro, ao apresentar a agenda dos primeiros 100 dias para o próximo governo, resultado dos trabalhos realizados pela equipe de transição.

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Onyx Lorenzoni afirmou que a equipe econômica, sob comandada do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, trabalha para zerar o déficit nas contas públicas já no próximo ano. A meta do governo, no entanto, ainda prevê déficit em 2019 no valor de R$ 139 bilhões.

"O ministro Paulo Guedes e toda a sua equipe estão super debruçados para tentar, esse é um sonho nosso, zerar o déficit no próximo ano", disse. 

O ministro extraordinário da Transição, Onyx Lorenzoni, afirmou nessa terça-feira (11) que o tiroteio que terminou com cinco pessoas mortas na Catedral Metropolitana de Campinas (SP) não vai mudar a disposição do futuro governo em liberar a posse de armas de fogo no país. "São coisas completamente diferentes", disse.

Para Onyx, os governos do PT, com o auxílio do MDB, desrespeitaram a vontade da população que votou contra o desarmamento no referendo sobre o tema em 2005. "O presidente [Jair Bolsonaro] pretende respeitar a vontade expressa pela maioria da população naquele momento, o direito à legítima defesa. Vamos respeitar isso dentro da lei", disse.

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Bancadas

O ministro disse também que a equipe de transição pretende conversar com partidos da oposição na série de encontros com as bancadas da Câmara e do Senado. "Tem algumas áreas que vamos ter que enfrentar de transformações do Brasil no próximo ano que terão que ser fruto de um grande pacto nacional", disse.

Onyx afirmou que ainda é cedo para saber quantos deputados o futuro governo terá em sua base de apoio, mas contou que nesta quarta-feira (12), a equipe de transição já terá conversado com cerca de 310 parlamentares.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL),  reúne-se com pouco mais de 20 parlamentares do DEM, no gabinete de transição no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. É o sexto encontro com bancadas parlamentares em menos de duas semanas. Ele já conversou com o MDB, PR, PRB, PSDB, Podemos e PSD. Ainda hoje outros três partidos serão recebidos no gabinete de transição.

Bolsonaro tem reiterado nos encontros que estabelecerá uma outra relação com o Legislativo, colocando fim ao tradicional “toma lá dá cá”. Segundo ele, a prática de oferecimento de cargos públicos em troca de apoio nas votações do Congresso será substituída pela valorização das legendas com garantia de liberação de emendas parlamentares e participação em projetos do governo federal.

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O primeiro compromisso do dia de Bolsonaro foi no Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal, na capital. Segundo informações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o pai treinou tiros no local.

“[Eu] me sinto extremamente honrado em ser o primeiro presidente eleito do Brasil a visitar o COT, unidade de operações especiais e contra-terrorismo da PF”, publicou no Twitter.

Ainda hoje Bolsonaro participa de um almoço com a turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Também irá à Igreja Batista Central de Brasília.

A futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também mantém agenda oficial no CCBB. Ela, que chegou a Brasília há dois dias para acompanhar a diplomação de Bolsonaro, reuniu-se nesta quarta-feira (12) com representantes de entidades de portadores de deficiência.

O ministro extraordinário de transição, Onyx Lorenzoni, e o ex-deputado Leonardo Quintão (MDB-MG), que integrará o núcleo político do futuro governo, fizeram um gesto de aproximação junto à bancada do PSDB no Senado nesta terça-feira, 11. Lorenzoni e Quintão disseram que querem estabelecer um "diálogo pessoal" com os tucanos, sobretudo, nas pautas econômicas e prometeram que terão um coordenador do governo também no Senado.

O almoço da bancada do PSDB no Senado acontece, regularmente, toda semana, no gabinete do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que é ex-presidente do partido. Onyx e Quintão procuraram os tucanos e pediram para participar do encontro para falar com o grupo. "Foi uma visita de cortesia à bancada, para dizer que vai ter um coordenador aqui no Senado, quer ter um diálogo pessoal. Ele (Onyx) trouxe Quintão com ele. (Disse que) não vai impor nada, vai ser um tipo de negociação diferente de agora por diante. Não vai ser nada atropelado", afirmou Tasso.

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A reportagem do Broadcast/Estadão apurou que senadores do PSDB estão insatisfeitos com a falta de interlocução com o governo. Os tucanos julgam que a equipe de articulação política tem dado atenção apenas à Câmara dos Deputados e criticam a falta de um interlocutor do novo governo na Casa. Nos bastidores do Senado, a escolha de Quintão foi vista com desconfiança já que ele não tem estatura política para conversar com os senadores, já que era deputado e não tem trânsito no Senado Federal.

Na conversa, Onyx e Quintão também falaram sobre a eleição para a Presidência do Senado. Sem citar nominalmente o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que tem se articulado para disputar o cargo, mostraram restrição apenas ao nome do emedebista.

"Ele (Onyx) coloca como sempre que o governo não gostaria...ele não fala Renan, mas fala que gostaria que o Senado não ficasse distante do recado que as urnas deram. E que tem vários candidatos aí se colocando, conversando. Contemplou meu nome (Tasso), mas não se comprometeu. Falou que o governo não tem restrição a vários nomes colocados, citou Alvaro Dias (PODE-PR) e Davi Alcolumbre (DEM-AP).

O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, confirmado para a Casa Civil, disse hoje (7), em São Paulo, que há setores que tentam destruir a reputação do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e que é necessário separar “o joio do trigo”.

A afirmação foi em resposta a um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentação financeira atípica de um ex-assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-SP).

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"Setores estão tentando destruir a reputação do sr. Jair Messias Bolsonaro. No Brasil, a gente tem que saber separar o joio do trigo. Nesse governo é trigo. (...) Onde é que estava o Coaf no mensalão, no petrolão?", disse o ministro, que participou de um debate com empresários em São Paulo.

O relatório do Coaf, divulgado esta semana pelo jornal O Estado de  São Paulo, informa que o ex-assessor e policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz teria movimentado R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 -  valores supostamente incompatíveis com sua renda declarada. Uma das transações seria um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Nota emitida esta semana pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro confirmou ter aproveitado informações do Coaf na Operação Furna da Onça. Isso ocorreu, segundo o MPF, devido "ao fato de existirem indícios de movimentações financeiras ilícitas envolvendo deputados estaduais suspeitos de prática do crime de corrupção e lavagem de dinheiro”. Ainda segundo o Ministério Público, “nem todos os nomes ali citados (no relatório) foram incluídos nas apurações, sobretudo porque nem todas as movimentações atípicas são, necessariamente, ilícitas”. Flávio Bolsonaro não está entre os investigados na operação. 

Questionado sobre a origem desse dinheiro, Onyx reagiu de forma impaciente. "Eu lá sou investigador? Qual é a origem do dinheiro? Quando o senhor [repórter que havia feito a pergunta] recebeu este mês? Não tem cabimento essa sua pergunta", esbravejou o ministro, antes de abandonar a entrevista. " Um milhão eu não recebi", respondeu o repórter.

Antes, o ministro havia criticado o PT. "Não dá para querer achar que [o governo] é igual ao do PT. Não é, nunca vai ser e os homens e mulheres que estão aqui são do bem. A turma do mal está do lado de lá. O problema é que a aliança ideológica que se construiu no Brasil faz com que vocês queiram misturar um governo decente e honesto com a lambança que o PT fez em 14 anos." Onyx afirmou ainda não ter medo de ser "canetado" por Bolsonaro em decorrência de suspeitas e investigações de irregularidades. "Eu gosto tanto da caneta Bic dele que eu subscrevo a declaração dele [Jair Bolsonaro]", disse.

Flávio Bolsonaro

Pelo Twitter, Flávio Bolsonaro informou não ter conhecimento de qualquer "informação que desabone a conduta do ex-assessor parlamentar". Segundo ele, Queiroz foi exonerado em outubro, a pedido, para se aposentar. Ele destacou que Queiroz trabalhou por mais de dez anos como seu segurança e motorista e construiu uma "relação de amizade e confiança" com o ex-assessor.

Corrupção

Onyx disse ainda que “nunca” teve “nada a ver com corrupção”. A afirmação ocorre no momento em que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a abertura de uma petição autônoma específica para analisar as acusações de caixa dois feitas por delatores da J&F ao futuro ministro da Casa Civil.

“Agora, com a investigação autônoma, eu vou poder esclarecer isso tranquilamente, porque eu nunca tive nada a ver com corrupção. A gente não pode querer ser hipócrita de querer misturar um financiamento e o não registro do recebimento de um amigo, esse erro eu cometi e sou o único que teve coragem de reconhecer.”

Onyx acrescentou que não teme nada em relação às suspeitas de caixa 2. Após afirmar publicamente que havia errado, o ministro tatuou o versículo bíblico: “A verdade vos libertará”. “Eu sempre fui um combatente da corrupção, nunca ninguém vai me ver envolvido com corrupção”.

Nesta semana o presidente eleito, Jair Bolsonaro, e o futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, reafirmaram a confiança em Onyx.

O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou hoje (4) que “nada preocupa” em relação à abertura de um processo para apurar o suposto recebimento de doações de campanha não declaradas - caixa dois - envolvendo o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, confirmado para Casa Civil, e a empresa J&F, proprietária do frigorífico JBS.

 "Nada preocupa. Em havendo qualquer acusação robusta de irregularidade, estamos acertados com o ministro Moro [Sérgio Moro, que comandará o Ministério da Justiça e Segurança Pública], nós tomaremos uma providência", disse o presidente eleito durante entrevista coletiva.

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Segundo Bolsonaro, qualquer providência só será tomada se houver acusações "robustas" envolvendo Onyx ou outros auxiliares.

A decisão de abrir o processo foi tomada hoje pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para Bolsonaro, não há preocupação no momento. A abertura do procedimento para investigar a acusação foi uma iniciativa da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e trata-se de uma fase ainda preliminar de apuração. 

Nota

 À noite, Onyx divulgou nota em que afirma receber “com muita tranquilidade” a decisão de Fachin. De acordo com o ministro, será a oportunidade para esclarecer os fatos e a verdade de “forma definitiva”.

“Tal procedimento me dará oportunidade de esclarecer, com a verdade e de forma definitiva, perante o Poder Judiciário, as questões relativas ao fato, a exemplo do que já foi feito diante da opinião pública de meu estado e da sociedade brasileira.”

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou nesta terça-feira, 4, que confia no trabalho do ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni. Indicado como futuro ministro da Casa Civil, Onyx é alvo de processo preliminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para analisar acusações de caixa 2 feitas por delatores da JBS.

"O que vi, e eu assisti de perto, foi um grande esforço (de Onyx) para aprovar as dez medidas (contra a corrupção). Na ocasião, ele foi abandonado pela grande maioria dos seus pares, por razões que não vêm aqui ao caso, mas mostrou comprometimento pessoal naquela oportunidade com a causa anticorrupção. Então ele tem a minha confiança pessoal em relação a esse trabalho", declarou Moro à imprensa.

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Moro manifestou apoio ao futuro ministro da Casa Civil após o ministro do STF, Edson Fachin determinar a abertura de uma petição autônoma específica, etapa anterior ao inquérito, para analisar as acusações de caixa 2. Ele atendeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Questionado sobre o assunto, Moro disse que questões pertinentes ao ministro Onyx devem ser indagadas a ele.

Pesam sobre Onyx o relato e planilhas dando conta de pagamentos de R$ 100 mil em 2012 e R$ 200 mil em 2014. O deputado federal admitiu em uma entrevista radiofônica ter recebido R$ 100 mil e pediu desculpas.

Na manifestação enviada pela PGR ao Supremo na semana passada, Raquel Dodge pediu a separação dos trechos das delações da JBS sobre caixa 2 específicos sobre dez autoridades que eram deputados e senadores à época dos fatos narrados e que seguirão com prerrogativa de foro em 2019, entre elas Onyx Lorenzoni. Eles serão alvo de procedimentos semelhantes, que podem resultar na abertura de inquérito ou mesmo em formulação de denúncia.

Registro sindical

Moro afirmou ainda que a intenção de transferir para a estrutura da pasta a função específica de análise e concessão de registros sindicais - atualmente no Ministério do Trabalho - tem como objetivo eliminar as práticas denunciadas de fraudes, corrupção e tráfico de influência nesta atividade. Mas não deu como garantida a transferência.

"Isso é algo que esta sendo definido e debatido. Há uma intenção de transferir essa parte do registro sindical para Justiça. É um setor que teve muita corrupção no passado, pelo menos o que foi divulgado pela imprensa e apurado em investigações. E o objetivo dessa transferência é, sob o guarda-chuva do MJ, eliminar qualquer vestígio de corrupção. Mas não é algo assim que está algo totalmente delimitado. Se for transferido, certamente será bem cuidado esse setor", disse Moro.

O ministro extraordinário da transição de governo e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou nesta segunda-feira, 3, que a estrutura do novo governo contará com 22 ministérios. Durante coletiva de imprensa realizada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da transição, o ministro apresentou o desenho do novo governo - que conta com sete pastas a mais do que o presidente eleito Jair Bolsonaro prometeu durante a campanha. Até o momento, Bolsonaro anunciou 20 nomes e falta definir quem vai chefiar as pastas do Meio Ambiente e Direitos Humanos. Onyx disse que os nomes podem ser divulgados esta semana ou não.

De acordo com o ministro, a equipe de Bolsonaro começou a formular a estrutura em setembro do ano passado, sob comando de Abraham Weintraub. Como adiantou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Abraham vai assumir a secretaria executiva da Casa Civil.

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Onyx disse ainda que amanhã o presidente eleito vem a Brasília e começa a conversar com as bancadas dos partidos sobre "novo relacionamento" com o Congresso.

"Amanhã começamos a conversar com as bancadas para estabelecer com clareza a forma como vai ser o novo relacionamento. Todos vocês são testemunhas de aonde nos levou o presidencialismo de coalizão, o toma lá, dá cá", disse o futuro chefe da Casa Civil.

O futuro ministro afirmou que não pode apresentar divisão por secretarias porque o ajuste fino é complexo. "Queremos acabar com sombreamento (entre ministérios), temos muito trabalho", disse.

Após reclamações de dirigentes partidários, que se disseram alijados da formação do novo governo, a equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) vai buscar aproximação das bancadas parlamentares dos principais partidos que poderão compor a base do próximo governo no Congresso.

Bolsonaro tem reuniões previstas com ao menos duas delas na próxima semana e o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), já deu início a reaproximação nos últimos dias.

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Os encontros com as bancadas partidárias começaram a ser organizados depois que líderes de siglas da provável base aliada de Bolsonaro expressaram insatisfação com a forma com que o futuro presidente está organizando o seu governo.

O modelo de negociação política adotado por Bolsonaro para a formação do primeiro escalão tem causado desconforto entre os "caciques" dos partidos do chamado Centrão. Dirigentes ficaram de fora das conversas para a composição dos ministérios, o que foi tratado diretamente com deputados representantes de segmentos econômicos e sociais, reunidos em frentes parlamentares.

Agora, nessa reaproximação, o primeiro encontro de Bolsonaro será na terça-feira, dia 4, com o MDB, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde se concentra a equipe de transição. O partido de Michel Temer ganhou a nomeação de um ministro na última quarta-feira (28), o deputado Osmar Terra (MDB-RS), para a Cidadania.

O nome do emedebista, no entanto, seguiu a estratégia bolsonarista e surgiu de uma indicação da Frente Parlamentar da Assistência Social e não do partido. A reunião de terça, no entanto, não deve servir para articulação e deverá ser apenas um espaço para Bolsonaro ouvir o partido.

Já na quarta-feira, 5, Bolsonaro conversará pela primeira vez com a bancada do PR. O encontro foi acertado na quarta-feira entre os deputados e Lorenzoni. O futuro ministro participou de uma reunião na sede do partido, onde fez um discurso para afagar os presentes, ressaltando a importância do Congresso para o Executivo e apresentando diretrizes do novo governo.

Não houve, porém, articulações sobre cargos ou questões como as presidências da Câmara e Senado. "Ele explicou como o governo deverá promover a interlocução com os deputados", disse José Rocha, líder do PR na Câmara. "Ele está convidando ex-parlamentares para compor essa interlocução".

O novo governo deve ainda realizar um encontro com a bancada do PRB, sem data definida até o momento.

Apesar da aproximação, restam agora poucas vagas no primeiro escalão e os partidos devem tentar negociar cargos nos Estados e posições no segundo escalão. Mesmo nas frentes suprapartidárias, há insatisfações.

Causou desconforto a indicação de Terra ao Ministério da Cidadania, depois que Bolsonaro ignorou as três indicações de nomes feitas pela bancada evangélica. Parte dos evangélicos defende agora que o grupo retire seu time de campo e não faça novas indicações, enquanto outros parlamentares da frente ainda querem pleitear uma das pastas restantes. "Acredito que a frente não foi feita para indicar ministros e tenho esperança de que a gente não caia mais nesse erro", afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), membro da frente evangélica.

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