Nesta sexta-feira (25), o vereador Neto (PMN), foi ouvido pela Comissão de Ética e Decoro parlamentar da Câmara Municipal de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O parlamentar foi indiciado pelas Operações Ponto Final I e II, além de intimidação à testemunhas, mas, na Comissão, só respondeu sobre a primeira operação da Polícia Civil.
A ouvida aconteceu por cerca de 1h30, o vereador chegou sozinho à Câmara e o depoimento foi acompanhado por apenas um advogado. Em poucas palavras, Neto informou que a reunião foi satisfatória. “Antes de todos que estão querendo esclarecimentos, eu quero isso venha a ser esclarecido o mais rápido possível. Então estarei pronto, para o setor administrativo aqui da Câmara, como também do Judiciário. Estou pronto, a qualquer momento, para ajudar a Justiça, estou à disposição da Justiça e da Câmara. São vários questionamentos, está na ata. Várias perguntas, várias respostas e tudo tranqüilo”, disse o parlamentar.
##RECOMENDA##Neto é apontado pela Polícia Civil como um dos líderes das duas ações, na Câmara Municipal, para conseguir dinheiro para os vereadores, mediante aprovação de projetos do Executivo e criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para chantagear o prefeito José Queiroz. Teve sua prisão preventiva decretada por três vezes, porém, duas foi considerado fugitivo.
O advogado de defesa, Gilberto Santos, disse que os vereadores estão aproveitando os depoimentos para estabelecer a defesa na Comissão de Ética. “Do depoimento de Neto posso dizer que foi bastante proveitoso, deixa algumas circunstâncias bastante esclarecedoras, porque ele deixou claro que nunca discutiu o projeto de lei com nenhum membro do Executivo, nem o prefeito, nem qualquer dos seus auxiliares, secretários, servidor público, então ficou claro que ele sempre tratou os projetos de leis com seus assessores ou com os seus colegas vereadores de oposição”, finalizou o advogado.
O relator da Comissão de Ética, vereador Marcelo Gomes, ressaltou que a necessidade dos depoimentos. “Isto é uma necessidade, um imperativo legal do nosso regimento, em casos de processos administrativos disciplinares de quebra de decoro parlamentar é necessário e importante para que a Comissão possa apurar e formar o seu conhecimento. Cada depoimento é diferente, o primeiro exige um debater maior, porque é um caso único na nossa cidade. Nunca na história de Caruaru, no poder Legislativo, houve questões como essas”, frisou o vereador.
As ouvidas têm um sistema próprio de funcionamento. Acontece, inicialmente, a qualificação, as defesa faz questionamentos sobre o processo e depois o presidente da Comissão, vereador Ricardo Liberato passa a palavra para a Comissão, em seguida pela relatoria, para que sejam feitos os questionamentos, que devem ser respondidos pelo vereador investigado da forma como achar que deve. Em seguida o presidente volta à questionar os membros da Comissão sobre dúvidas e, após esclarecidas as últimas dúvidas, a defesa faz perguntas ao vereador que esta sendo ouvido.
Na terça-feira (30) acontecerá a ouvida do vereador Jajá (sem partido) e, na terça-feira (31), Val de Cachoeira Seca (DEM), dará o seu depoimento à Comissão. Val é considerado um dos líderes dos dois esquemas, junto com o vereador Neto.