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A soltura do ex-ajudante de ordens Mauro Cesar Barbosa Cid após sua delação ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) provocou reações de parte da comunidade jurídica. Começaram a circular nas redes sociais cobranças aos que antes criticavam a Lava Jato por adotar o mesmo procedimento: só soltar o investigador após ele se transformar em delator.

O caso Cid trouxe de volta à redes sociais o vídeo de um julgamento da Corte em que o ministro Gilmar Mendes chama de "perversão" e "tortura" soltar presos após acordo de delação premiada. Ele se referia a um processo da Lava Jato, operação também criticada por advogados pela estratégia de manter investigados presos até que se tornavam delatores.

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"É muito grave para a Justiça ter esse tipo de vexame. As pessoas só eram soltas depois de confessarem e fazer acordo de leniência. Isso é uma vergonha e nós não podemos ter esse tipo de ônus. Coisa de pervertidos. Claramente se tratava de prática de tortura, usando o poder do estado. Sem dúvida nenhuma se trata de pervertidos incumbidos de funções públicas", disse Gilmar Mendes em um julgamento no dia 9 de maio.

Na ocasião, a segunda turma do STF analisava um habeas corpus de Sergio de Souza Boccaletti, ex-engenheiro da Petrobras. Ele e Mário Ilineu Miranda foram presos na Lava Jato suspeitos de serem operadores de propinas pagas a políticos do MDB. Boccaletti estava em liberdade condicional e teve essas restrições revogadas no julgamento do dia 9 de maio. Na sessão, o minsitro Dias Toffoli também fez críticas à estratégia de aplicar sanções aos investigados para que façam delação.

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No feriado da Independência, quinta-feira, 7, a Polícia Federal fechou um acordo de colaboração premiada com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Ele estava preso desde o dia 3 de maio, dia em que a PF deflagrou a operação Venire, para colher provas da suposta fraude dos cartões de vacinação do ex-presidente e sua filha.

Dois dias depois, no sábado, 9, o ministro Alexandre de Moraes aceitou a delação e colocou Mauro Cid em liberdade. O ex-ajudante de ordens também é peça central na investigação do caso das joias sauditas. Ele e o pai, Mauro Cesar Lourena Cid, são suspeitos de articularem um esquema internacional de venda de joias e presentes de ato valor que Bolsonaro ganhou durante agendas oficiais.

Garantistas x delação

O acordo de colaboração premiada faz parte da legislação penal brasileira há décadas, mas se consagrou no âmbito da operação Lava Jato e, por isso, virou objeto de duras críticas entre os garantistas processuais. O ex-defensor público Caio Paiva criticou a decisão de Moraes. Argumentou que a assinatura de acordo não deveria ser vinculada à soltura do investigado. "Ministro Alexandre de Moraes errou ao criar um contexto em que a prisão de Mauro Cid só se justificava até ele celebrar acordo de colaboração premiada", escreveu em sua rede social.

O professor de direito Bruno Seligman de Menezes também usou sua rede para apontar problemas na decisão de Moraes no caso de Mauro Cid. "Não me agrada a concessão de liberdade provisória a partir da homologação de um acordo de colaboração premiada", escreveu ele, afirmando que os erros da Lava Jato não deveriam se repetir.

O procurador Douglas Fischer, que atuou na Lava Jato, respondeu o professor de direito Bruno Menezes nas redes sociais: "Até agosto de 2018 foram feitas 197 colaborações no âmbito da Lava Jato. Desses casos, quantos estavam presos e quantos foram soltos após as colaborações e as razões de cada caso?" O docente criticou a liberdade de Cid pós delação.

No site do Ministério Público Federal consta que, até agosto de 2021, a operação homologou 140 delações. O número varia por causa de anulações feitas pela Justiça.

O ex-defensor público e professor Caio César Paiva diz que, no ambiente legal da delação, o "devido processo legal é um mero estorvo".

"Quando a concessão da liberdade coincide com a celebração de um acordo de colaboração premiada, é natural que se pense que a prisão tinha esse propósito: obter a delação. A Lava Jato errou. O Ministro Alexandre de Moraes também. O Estado não pode prender ninguém para aguardar uma delação", afirma Paiva.

Advogados que se destacaram fazendo oposição aos métodos da Lava Jato ainda não se pronunciaram sobre o caso de Mauro Cid. Boa parte deles apoiou a candidatura de Luiz Inácio Lula a Silva.

Procurado pela reportagem, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas, um grupo de juristas próximo ao governo, defendeu que a delação de Mauro Cid seja recebida "com cautela".

"A delação não pode ser o único meio de prova e as circunstâncias precisam ser analisadas. Recebemos (a delação de Cid) com cautela e esperamos ele (Cid) traga outros indícios e provas que corroborem o que ele afirma. A delação, por si só, continua sendo um instrumento medieval, constrangedor e inadequado na nossa avaliação", diz Carvalho.

O Exército informou neste domingo, 9, que, atendendo à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, vai afastar o tenente-coronel Mauro Cid de suas funções. A instituição diz que o ex-ajudante de ordens da Presidência vai ficar agregado ao Departamento-Geral do Pessoal sem ocupar cargo.

Mauro Cid deixou o Batalhão do Exército em Brasília na tarde deste sábado, 9, após quatro meses após ser preso na Operação Verine - investigação sobre suposto peculato eletrônico com a inserção de dados falsos nos sistemas do SUS para a emissão de carteiras de vacinação fraudadas em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras pessoas.

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A soltura foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, que, também neste sábado, 9, homologou a delação premiada de Mauro Cid, que pode levar os investigadores a sanarem lacunas e avançarem nas apurações mais sensíveis que miram o ex-presidente Bolsonaro.

Como mostrou o Estadão, o ex-ajudante de ordens é peça-central nos inquéritos que se debruçam sobre os ataques às urnas eletrônicas, os atos golpistas, as fraudes no cartão de vacinação do ex-chefe do Executivo e o suposto esquema de venda de joias e presentes entregues a Bolsonaro.

Cid deixou o cárcere, mas tem que cumprir uma série de medidas ordenadas por Moraes. No rol de restrições impostas ao tenente-coronel está seu afastamento do Exército. O militar está usando tornozeleira eletrônica, está proibido de deixar o País e teve seu passaporte cancelado. Também não pode se comunicar com outros investigados, usar as redes sociais.

Terá de se apresentar todas as segundas-feiras ao juízo de execuções de Brasília, a começar do próximo dia 11. Está proibido de deixar a capital federal, devendo ficar em recolhimento domiciliar durante as noites e os fins de semana. Também teve suspensos eventuais porte de armas e registro de CAC.

A liberação atende a um pedido da defesa de Cid. A avaliação do ministro Alexandre de Moraes foi a de que a manutenção da prisão já não seria mais 'adequada e proporcional', considerando, especialmente, que o tenente-coronel já depôs diversas vezes à Polícia Federal. O magistrado destacou especialmente três oitivas do ex-ajudante de ordens - dos dias 25 e 28 de agosto e do dia 1º de setembro. Segundo Moraes, os depoimentos esclareceram as provas obtidas anteriormente pela Polícia Federal.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a soltura de Max Guilherme Machado de Moura, ex-segurança e assessor do ex-presidente da República Jair Bolsonaro.

Max Guilherme estava preso desde 3 de maio e é investigado no âmbito da apuração sobre a inserção de dados falsos no cartão de vacina do ex-presidente, a mesma operação que prendeu o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid.

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A informação da soltura foi confirmada pelo advogado Admar Gonzaga, que defende Max Guilherme no processo.

De acordo com o defensor, não havia mais motivos para a manutenção da prisão, mas a investigação continua. Ou seja, pode ter novos desdobramentos.

A decisão de Moraes não é pública e o processo corre em sigilo. Segundo o advogado, a decisão foi emitida na quarta-feira (6) e a soltura de fato ocorreu na quinta-feira (7). Max Guilherme saiu da prisão usando tornozeleira eletrônica.

Max Guilherme foi sargento da Polícia Militar do Rio e atuou na segurança de Bolsonaro durante o mandato do ex-presidente.

Ele era visto frequentemente ao lado de Jair Bolsonaro nas conversas com apoiadores no Palácio da Alvorada. Ele foi candidato a deputado federal pelo Rio nas eleições do ano passado, mas não foi eleito.

Junto com Max, foram presos no mesmo dia Mauro Cid e outro assessor de Bolsonaro, Sergio Cordeiro.

A Polícia Federal apontou um esquema de fraude em carteiras de vacinação que beneficiou o ex-presidente, sua filha Laura e aliados.

O objetivo, de acordo com as investigações, era obter vantagem indevida em situações que necessitassem de comprovação da vacina contra a covid-19, como em viagens internacionais.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve prestar depoimento hoje à Polícia Federal na investigação sobre esquema de fraudes em dados de vacinação da Covid-19.

Segundo a PF, os certificados de imunização do ex-presidente e da filha dele, Laura, foram adulterados "para burla de restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos em meio à pandemia". O celular do ex-presidente foi apreendido na Operação Venire, no último dia 3.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve prestar depoimento à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 16, na investigação sobre um esquema de fraudes em dados de vacinação da Covid-19.

Bolsonaro é o principal investigado no inquérito. A PF já identificou que os certificados de imunização do ex-presidente e da filha dele, Laura, foram adulterados. O celular pessoal de Bolsonaro foi apreendido.

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Ele nega ter se vacinado. A primeira-dama Michelle Bolsonaro disse que Laura também não foi imunizada contra a Covid-19.

Entenda em cinco pontos o que Bolsonaro precisa esclarecer:

Conta no ConecteSUS

O ex-presidente deve ser questionado sobre quem tinha acesso à sua conta no aplicativo ConecteSUS. A plataforma foi usada por um computador registrado no Palácio do Planalto para emitir os cartões falsos de vacina em nome de Bolsonaro.

A PF identificou ainda um acesso ao perfil pelo celular do ex-ajudante de ordens presidencial, o tenente-coronel Mauro Cid, preso preventivamente na Operação Venire.

O e-mail funcional do ex-ajudante de ordens estava vinculado ao perfil de Bolsonaro na plataforma. O e-mail pessoal do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial da Presidência da República, também foi usado, em uma atualização do cadastro - o que na avaliação dos investigadores enfraquece a versão de que Mauro Cid agiu sozinho. Câmara continuou assessorando Bolsonaro após o governo.

Mauro Cid

Braço direito do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid foi pivô de investigação. O inquérito teve como ponto de partida a quebra do seu sigilo de mensagem. A PF acredita que ele tenha tentado fraudar os cartões de vacina da mulher e das filhas.

O objetivo, segundo o inquérito, seria burlar a exigência do comprovante de vacinação para viagens internacionais. As restrições sanitárias entraram em vigor no auge da pandemia.

A PF deve questionar Bolsonaro sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens. Durante o governo, Mauro Cid se tornou o braço-direito e uma espécie ‘faz-tudo’ do ex-presidente. Ele deve ser ouvido na próxima quinta-feira.

Fraudes em Duque de Caxias e em São Paulo

A Polícia Federal investiga três registros falsos de vacinação contra a covid-19 inseridos no cartão do ex-presidente. As vacinas, que segundo a PF nunca foram aplicadas, constam como tendo sido ministradas em Duque de Caxias (RJ) e em São Paulo. Bolsonaro deve ser perguntado sobre onde estava nas datas.

Laura

O certificado de vacinação contra a Covid-19 da filha mais nova do ex-presidente, Laura Firmo Bolsonaro, de 12 anos, foi emitido em inglês pelo aplicativo ConecteSUS no dia 27 de dezembro de 2022, um dia antes dela embarcar para Miami, nos Estados Unidos.

A Polícia Federal defende que o ex-presidente e a ex-primeira-dama respondam pela falsificação do certificado de vacinação da filha. Isso porque Laura é menor de idade. A PF pretende questionar Bolsonaro sobre as fraudes envolvendo a adolescente.

Motivação política

A Polícia Federal acredita que as fraudes nos dados da vacinação tenham sido motivadas pela guerra ideológica travada pelo ex-presidente na pandemia. O objetivo, segundo a investigação, seria manter o núcleo duro bolsonarista ‘coeso’.

Os investigadores veem conexão com a investigação das milícias digitais, que se debruça sobre a atuação de grupos organizados na internet para espalhar ataques e notícias falsas. A PF chegou a dizer que as falsificações nos cartões de vacina são a ‘materialização no mundo real’ de uma estratégia que busca ganhos ideológicos, político-partidários e financeiros.

Preso preventivamente na investigação sobre as fraudes em dados da vacinação contra a covid-19, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência no governo Jair Bolsonaro, trocou de advogados.

O criminalista Rodrigo Roca, que tem proximidade com a família do ex-presidente, sobretudo com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), deixou a defesa. Ele afirma que a decisão foi motivada por 'razões de foro profissional e impedimentos familiares'.

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Os advogados Bernardo Fenelon e Bruno Buonicore assumiram o caso. A troca marca um distanciamento do do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em relação ao ex-presidente.

Mauro Cid foi o pivô da investigação sobre o suposto esquema de adulteração de certificados de vacina e é considerado uma figura central no inquérito. Ele foi preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito também levou a Polícia Federal a fazer buscas na casa de Bolsonaro e a apreender o celular do ex-presidente.

Meses atrás, Rodrigo Roca deixou a defesa de outro aliado de Bolsonaro preso por ordem do STF: o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

O subprocurador-geral Lucas Furtado, que atua em nome do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), pediu nesta segunda-feira, 8, a suspensão da pensão de R$ 22,8 mil paga pelo Exército ao major da reserva Ailton Gonçalves Moraes.

Ele foi preso preventivamente na Operação Venire, que investiga um esquema de adulteração de dados nos sistemas do Ministério da Saúde para fraudar certificados de vacinação contra a covid-19. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também é investigado.

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A pensão é paga desde outubro de 2008. Quem recebe é a mulher do ex-major, Marinalva Barros, porque ele pediu para ser registrado como 'morto' nos sistemas do governo.

Essa é uma prerrogativas dos militares: eles podem ser dados como 'mortos fictos' para que seus beneficiários legais recebam a pensão correspondente ao posto.

Ailton foi expulso do Exército em 2006 por conduta 'incompatível' com a carreira. A ficha inclui acusações de abuso sexual, agressão, desacato e quebra da hierarquia.

A representação enviada ao TCU critica o 'anacronismo' e a 'imoralidade' dos pagamentos e pede a suspensão liminar das pensões. O ofício foi encaminhado ao gabinete do ministro Bruno Dantas, presidente do tribunal.

"Em face do prejuízo iminente, não só para o erário, mas sobretudo para a moralidade da Administração Pública no Brasil, bem assim estando presente a fumaça do bom direito, representada na escandalosa concessão de pensão com fundamento na morte de quem todos sabem que está vivo, e que foi expulso do cargo que ocupava por comportamento incompatível com a honra da instituição, a questão ora em consideração encerra as condições necessárias e suficientes para que (...) seja adotada medida cautelar", diz um trecho do documento.

Além de questionar o caso do ex-major, o MP junto ao TCU pede que o tribunal derrube a prerrogativa da chamada 'morte ficta'. O órgão afirma que o mecanismo é 'inteiramente incompatível com o regime das pensões militares ao tornar a expectativa de vida do contribuinte objeto de ficção'.

Advogado e militar da reserva, Ailton Gonçalves Moraes Barros foi um dos presos preventivamente na Operação Venire da Polícia Federal, que investiga um possível esquema de fraudes em dados de vacinação da covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Os investigadores suspeitam que foi quem conseguiu lançar os dados falsos na plataforma para beneficiar a mulher do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro no Palácio do Planalto.

Nascido em Alegrete (RS), Ailton foi para o Rio de Janeiro ainda na infância. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ailton tem 61 anos, é major reformado e detém de um patrimônio declarado de R$ 388 mil. Nas redes sociais, ele se intitula como Oficial da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e paraquedista militar e civil.

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A primeira tentativa de Barros em entrar na política foi em 2006, quando disputou uma cadeira de deputado federal do Rio de Janeiro pelo PFL. Em 2020, ele concorreu a uma vaga de vereador na cidade fluminense pelo PRTB, mas também não foi eleito. Em 2022, quando foi candidato a deputado estadual pelo PL, não foi eleito novamente e acabou ficando como suplente. Na eleição do ano passado, inclusive, ele se apresentava como o "01 de Bolsonaro".

Ailton é apontado como uma espécie de intermediário de um braço do esquema junto à prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo a Polícia Federal, ele teria levantado lotes enviados ao Rio de Janeiro e cadastrado duas doses da Pfizer em nome de Gabriela Santiago Ribeiro Cid, mulher do ex-ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid. O advogado também conseguiu um cartão físico de vacinação para a mulher de Mauro Cid.

Após o 'êxito', Ailton pediu uma 'contrapartida' a Cid: que o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro intermediasse encontro cujo tema seria o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco - crime ocorrido em 2018. A ideia era um encontro com o cônsul dos Estados Unidos para resolver problema relacionado a seu visto - ligado ao envolvimento do nome do ex-parlamentar com o caso Marielle.

A permuta entre Ailton e Cid é descrita pela Polícia Federal com base em mensagens trocadas entre os dois pelo celular. Em uma mensagem enviada ao coronel, Ailton afirma: "Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a porra toda. Entendeu? Está de bucha nessa parada aí."

Em meio às apurações da Operação Venire, a Polícia Federal encontrou mensagens do advogado e militar da reserva Ailton Gonçalves Moraes com "tratativas para a execução de um golpe de Estado e possível tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito". Os diálogos levaram a PF a pedir o compartilhamento de informações com o inquérito sobre os atos golpistas do 8 de janeiro.

Segundo representação da PF reproduzida na decisão que abriu a ofensiva na quarta-feira, dia 3, arquivos de áudio e capturas de tela de mensagens trocadas no WhatsApp "evidenciaram a arquitetura do plano criminoso pelo grupo investigado".

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Um interlocutor frequente de Ailton Moraes era o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex ajudante de ordens do ex presidente Jair Bolsonaro.

"Apesar de não terem obtido êxito na tentativa de golpe de Estado, sua atuação, possivelmente, foi um dos elementos que contribuíram para os atos criminosos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023, fato que demonstra a necessidade da pertinente autorização judicial para compartilhamento dos elementos informativos ora identificados com os autos do Inquérito 4923/DF", ressaltou a corporação na representação levada ao STF.

A fraude nos cartões de imunização das filhas do ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid incluiu o registro de vacina contra a covid que não estava autorizada para crianças e adolescentes. Na data da suposta vacinação, as filhas menores de idade não poderiam ter tomado a vacina Janssen, como havia sido inserido no sistema do Ministério da Saúde, porque o imunizante só pode ser aplicado em maiores de 18 anos.

O tenente-coronel Mauro Cid é apontado pela Polícia Federal como articulador do esquema que falsificou certificados para ele, sua família, para o ex-presidente Jair Bolsonaro e a filha Laura. Procurada, a defesa dele não se manifestou.

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A investigação da PF apontou que o militar e as filhas teriam tomado três doses de vacina no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A imunização teria ocorrido em 2021, nas seguintes datas: 22 de junho e 8 de setembro, com Pfizer e 19 de novembro com doses da Janssen.

Segundo os investigadores, os dados foram inseridos no sistema do Ministério da Saúde mais de um ano depois da suposta aplicação em Duque de Caxias. As informações foram incluídas na plataforma da pasta em 17 de dezembro do ano passado. A PF afirma que, naquela data, as filhas de Mauro Cid tinham 5 anos, 14 anos e 18 anos.

No período da suposta imunização, em 2021, as filhas de Mauro Cid eram menores de idade e não poderiam ter sido vacinadas com doses de Janssen. O imunizante é permitido pela Agência Nacional De Vigilância Sanitária (Anvisa) apenas para população acima de 18 anos. Não pode ser usado no Brasil nem como dose de reforço para menores de idade.

A filha mais nova de Mauro Cid não poderia nem ter tomado a vacina da Pfizer. Nas datas da imunização, a criança não se encaixava em nenhuma faixa etária autorizada pela Anvisa.

A agência aprovou em 16 de dezembro de 2021 a aplicação da vacina para crianças de 5 a 11 anos. Em 16 de setembro de 2022, a Anvisa autorizou o imunizante para a população de 6 meses e 4 anos.

Segundo a PF, o objetivo era emitir certificados de vacina em nome de pessoas que não haviam sido efetivamente imunizadas. Mensagens de WhatsApp analisadas pela Polícia Federal indicam que meses antes da suposta imunização em Caxias, o aliado de Bolsonaro criticava a vacina. Em 29 de abril de 2021, o militar escreveu para sua mulher. "Eu não vou tomar...nem as crianças."

O inquérito aponta que a ideia dos investigados era burlar a exigência do comprovante para viagens internacionais, driblando restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos em meio à pandemia. As fraudes teriam ocorrido a partir de Duque de Caxias e do município de Cabeceira, interior de Goiás.

A PF afirma que os certificados de vacina de Bolsonaro e da filha Laura, de 12 anos, teriam sido adulterados às vésperas da viagem da família para os Estados Unidos, em dezembro do ano passado. O inquérito aponta ainda que o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tinham "plena ciência" da fraude.

Na quarta-feira, 3, ao deflagrar a Operação Venire contra o esquema de fraude em comprovantes de vacina, a Polícia Federal esteve na casa de Bolsonaro, em Brasília. Os agentes fizeram buscas e apreenderam o celular do ex-presidente.

Foram presos preventivamente Mauro Cid, os assessores do ex-presidente, Max Guilherme e Sergio Cordeiro, o secretário de Governo de Duque de Caxias João Carlos Brecha, o sargento Luís Marcos dos Reis e o advogado Ailton Gonçalves Moraes Barros, que foi candidato a deputado estadual no Rio pelo PL em 2022.

O ex-presidente contestou a vacina contra a covid durante todo o seu mandato. Bolsonaro afirma não ter sido vacinado nem ter imunizado a filha. Ele nega adulteração em cartão de vacina e diz que operação da PF é para "criar fato". Procurada, a defesa de Mauro Cid não se manifestou.

O deputado federal e vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, Washington Quaquá (PT-RJ), criticou a operação da Polícia Federal que teve como alvo Jair Bolsonaro (PL). "Parem de espetáculo", afirmou o parlamentar nas redes sociais.

"Que Bolsonaro cometeu crimes e terá que pagar por eles eu concordo e não tenho dúvidas (sem anistia!). Que seja feito o devido processo legal e lhe deem o direito de defesa! Mas ações espetaculosas e desmoralizantes por parte do Judiciáro e da Polícia Federal não só não têm meu apoio como têm meu repúdio!", publicou o deputado.

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Ele também mencionou a Operação Lava Jato e disse que todos têm direito à "proteção de sua imagem" antes do trânsito em julgado (fim de todos os prazos de recurso). O deputado arrematou com "não contem comigo pra ter um peso e duas medidas!"

Quaquá foi prefeito de Maricá, cidade a 60 quilômetros da capital carioca, por dois mandatos seguidos. Desde o começo deste ano, ele exerce seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados.

Recentemente, Quaquá polemizou nas redes ao publicar uma foto ao lado de Eduardo Pazuello (PL-RJ), ministro da Saúde de Bolsonaro durante a gestão da pandemia da Covid-19. Como mostrou o Estadão, o PT recebeu pedidos de que o deputado fosse expulso do partido.

A Polícia Federal (PF) investiga a suspeita de um terceiro registro falso de vacina contra a covid-19 inserido no cartão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A informação incluída nos sistemas do Ministério da Saúde aponta que Bolsonaro teria tomado uma vacina da Janssen no dia 19 de julho de 2021 em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro de Peruche, na zona Norte de São Paulo.

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Bolsonaro estava em Brasília na data. O ex-presidente passou quatro dias internado com obstrução intestinal em um hospital particular de São Paulo e recebeu alta no dia 18 de julho de 2021, quando voltou para o Distrito Federal.

A investigação da PF aponta que o tenente-coronel Mauro Cid, que na época era ajudante de ordens da Presidência da República, acessou o aplicativo ConecteSUS do próprio celular e baixou um certificado de vacinação, contendo a suposta dose da Janssen, em nome de Bolsonaro.

Uma investigação preliminar foi aberta na Controladoria Geral da União (CGU) nos últimos dias do governo Bolsonaro para apurar se houve adulteração.

A Polícia Federal acredita que um esquema de fraudes nos registros de vacinação foi usado pelo 'circulo próximo' do ex-presidente para burlar exigências sanitárias na pandemia e, ao mesmo tempo, manter de pé o discurso ideológico contra a imunização.

Além do certificado de Bolsonaro, a PF identificou manipulações nos registros de imunização da filha dele, Laura, de 12 anos, às vésperas de uma viagem aos Estados Unidos.

Com aval do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), os investigadores deflagraram ontem a Operação Venire. O celular de Bolsonaro foi apreendido e Mauro Cid, seu braço direito, preso.

Informações extraídas do celular de Jair Bolsonaro, apreendido na manhã desta quarta-feira (3), pela Polícia Federal, no âmbito de investigação sobre suposta fraude no cartão de vacinação do ex-presidente, podem ser usadas como provas em outros inquéritos em andamento. A apreensão do aparelho ocorreu durante a Operação Venire, da PF, que prendeu preventivamente o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Os agentes fizeram buscas na casa do ex-presidente e recolheram seu celular.

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Segundo a advogada Jacqueline Valles - mestre em Direito -, quando é cumprido um mandado de busca e apreensão, ele delimita os objetos a serem confiscados.

"A lei determina que sejam especificados no mandado o que se busca. E se o material apreendido legalmente contiver indícios de outros crimes, eles podem, sim, ser usados em outras investigações", afirma Jacqueline Valles.

Em sua avaliação, se a PF encontrar no celular de Bolsonaro informações que o vinculem a outros crimes investigados, 'a prova é válida, sim'.

Na operação desta quarta, a PF prendeu, além do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, o PM Max Guilherme Machado de Moura, o capitão da reserva Sérgio Rocha Cordeiro, o coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, o ex-major Ailton Gonçalves Moraes Barros e o secretário municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha. Todos estão supostamente ligados a um esquema de adulteração do cartão de vacinação de Bolsonaro contra a covid-19.

A advogada explica que existe um princípio no Direito que permite, ainda, usar provas obtidas nessa investigação para iniciar outras investigações.

"A Teoria da Serendipidade é muito aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça na legalidade do encontro de provas de crimes diferentes aos que se investiga", assinala a jurista.

Segundo ela, 'isso é muito comum nas interceptações telefônicas'.

"A polícia está investigando, por exemplo, um crime de tráfico e descobre, por meio daquelas escutas, outros crimes. Segundo essa teoria, caso a polícia descubra novos crimes ao analisar o conteúdo do celular, isso também pode motivar a abertura de novos inquéritos policiais", destaca Jacqueline.

Horas depois de a Polícia Federal deflagrar operação que investiga suposta inserção de dados falsos no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro, o governo federal publicou uma montagem nas redes sociais com uma imagem do Zé Gotinha e a mensagem "vai viajar para o exterior? Regularize suas vacinas".

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"Muitos países ainda exigem o protocolo de vacinação para que brasileiros possam visitar. Portanto, informe-se antes de viajar. Além disso, é fundamental para a saúde pública que todos e todas estejam vacinados", diz o texto que acompanha a imagem.

Batizada de Venire, a operação da PF deflagrada nesta quarta-feira, 3, também investiga suspeita de adulteração no cartão de vacinação da filha de Bolsonaro, Laura, que garantem não ter se imunizado contra a covid-19.

Segundo a Polícia Federal, as provas colhidas até o momento indicam que Bolsonaro tinha "plena ciência" da inserção fraudulenta dos dados de vacinação, a qual pode ter sido realizada com o objetivo de gerar vantagem indevida para o ex-presidente relacionada a fatos e situações que necessitem de comprovante de vacina contra a covid-19. De acordo com os investigadores, os documentos alterados teriam servido para burlar restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos em meio à pandemia.

Como mostrou o Estadão, o certificado de vacinação de Laura Bolsonaro, de 12 anos, foi emitido em inglês pelo aplicativo ConecteSUS no dia 27 de dezembro de 2022, um dia antes dela embarcar para Miami, nos Estados Unidos.

Pela manhã, pouco depois da divulgação da notícia de que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, foi preso sob suspeita de fraudar a carteira de vacinação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou "Bom dia e boa quarta-feira!" em sua conta pessoal no Twitter.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), disse nesta quarta-feira, 3, que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é alvo de uma tentativa de assassinato de reputação. Segundo o senador, a operação de busca e apreensão na casa de Bolsonaro pela manhã foi desnecessária.

"Há uma tentativa orquestrada e declarada de assassinar a reputação do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro", declarou Flávio. "Como não conseguem envolvê-lo em esquema de corrupção nenhum, ficam buscando qualquer coisa que resulte numa prisão arbitrária dele ou numa inelegibilidade sem qualquer fundamento. Hoje, sem qualquer necessidade, autorizam a busca e apreensão na casa do ex-presidente Bolsonaro por causa de cartão de vacinação", disse ele.

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O senador argumentou que uma falsificação de cartão de vacinação não beneficiaria Jair Bolsonaro. Flávio afirmou que, quando presidente, Bolsonaro tinha passaporte diplomático e não precisava comprovar vacinação contra a covid-19 para entrar em país nenhum. De acordo com o senador, a operação desta quarta-feira foi uma "pescaria". Ou seja, buscas das autoridades sem objeto específico para encontrar algo que incrimine uma pessoa. "Joga uma rede, uma tarrafa, puxa e vê o que vem agarrado nela", disse.

Flávio Bolsonaro também afirmou que um dos alvos da mesma operação já foi acusado de participar do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), no Rio de Janeiro, em 2018. "Será que a intenção é tentar mais uma vez vincular Bolsonaro ao assassinato da Marielle?", declarou Flávio.

"Essa narrativa criminosa de mais uma vez tentar envolver Bolsonaro com esse assunto, desculpa a palavra, é escrota. Isso é muito escroto", disse o senador. "Tenho certeza que o presidente Bolsonaro vai esclarecer tudo como tem feito todas as vezes em que é chamado a colaborar com a Justiça. E eu espero que a Justiça promova Justiça de verdade", declarou ele.

Ao autorizar a Operação Venire, que investiga suposta falsificação de dados de vacinação da covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou a Polícia Federal (PF) apreender armas e o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A PF fez buscas na casa do ex-presidente, em Brasília, nesta quarta-feira, 3, onde apreendeu o celular dele. O Estadão apurou que o passaporte e as armas não foram encontradas. Bolsonaro voltou ao Brasil no final de março, depois de passar três meses nos Estados Unidos.

O certificado de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aponta que ele teria recebido três doses da vacina contra a covid-19: uma Janssen e duas Pfizer.

O cartão foi emitido pelo aplicativo ConecteSUS por um computador cadastrado no Palácio do Planalto. Bolsonaro nega ter se vacinado.

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A Polícia Federal (PF) identificou que o computador usado para acessar o aplicativo em duas ocasiões, nos dias 22 e 27 de dezembro de 2022, pertence à Presidência da República e está cadastrado no Palácio do Planalto.

A investigação aponta ainda que um terceiro acesso foi feito no dia 30 de dezembro pelo celular do ex-ajudante de ordens presidencial, o tenente-coronel Mauro Cid, preso preventiva nesta quarta-feira, 3, na Operação Venire.

"Os dados encaminhados não revelaram qualquer anormalidade em relação aos acessos realizados ao aplicativo ConecteSUS pelo usuário do ex-Presidente da República", diz um trecho da representação da Polícia Federal.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou à Polícia Federal que não vai prestar depoimento nesta quarta-feira, 3, no âmbito da Operação Venire, que investiga a suposta adulteração de cartões de vacinação do ex-chefe do Executivo e de sua filha Laura. A decisão foi tomada em reunião com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, apurou o Estadão/Broadcast.

Com a condução coercitiva restrita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a Justiça pode pedir a prisão do ex-presidente para tentar garantir o depoimento, o que ainda não está no radar das autoridades.

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A Polícia Federal fez buscas na casa do ex-presidente na manhã desta quarta-feira, e prendeu o tenente coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, e outros assessores de Bolsonaro.

Os investigadores apreenderam o celular de Bolsonaro. Ao deixar sua casa na manhã desta quarta-feira, 3, o ex-presidente reforçou que nem ele, nem sua filha Laura foram vacinados contra a covid-19. Ele se disse "surpreso" com a ofensiva e alegou "não existe adulteração de sua parte" e "que nunca lhe foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum".

Batizada de Venire, a operação cumpriu mais três mandados de prisão preventiva e vasculhou 16 endereços em Brasília e no Rio de Janeiro. As ordens foram expedidas no bojo do inquérito das milícias digitais, que tramita sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-presidente Jair Bolsonaro terá de prestar depoimento à Polícia Federal, no âmbito da Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. A Polícia Federal realizou buscas na casa do ex-chefe do Executivo e apreendeu os celulares de Bolsonaro e da ex-primeira dama Michelle. A PF identificou que a carteira de vacinação de Bolsonaro sofreu adulteração.

Como informou o Estadão/Broadcast, o secretário de Cultura e Turismo do município de Duque de Caxias (RJ), João Carlos Brecha, que está entre os presos nessa operação da PF, é suspeito de inserir dados falsos na carteira de vacinação do ex-presidente Bolsonaro. Brecha teria acessado o sistema do ConectSus e inserido dados de vacinação no Estado do Rio de Janeiro em outubro de 2022, entre o primeiro e o segundo turno da eleição. Procurado pela reportagem antes de ser preso, ele disse que desconhecia qualquer procedimento envolvendo seu nome e que, se fosse notificado, apresentaria resposta às suas indagações. Disse ainda que não tinha "nenhuma relação com o ex-presidente ou com sua família".

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Na operação deflagrada nesta quarta-feira, 3, a PF prendeu também o tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e mais dois ex-seguranças do ex-mandatário Max Guilherme e Sergio Cordeiro.

Batizada Venire, a ofensiva cumpriu ainda mais três mandados de prisão preventiva e vasculhou 16 endereços em Brasília e no Rio de Janeiro. As ordens foram expedidas no bojo do inquérito das milícias digitais, que tramita sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a PF, as inserções falsas sob suspeita se deram, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, e "tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários".

A ofensiva aberta nesta quarta mira supostos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

Alvo da Operação Venire da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, 3, por suspeita de adulteração em seu cartão de vacina, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha feito qualquer fraude no documento ou que tenha se imunizado contra a covid-19, como consta no sistema do Ministério da Saúde. Na saída de sua casa em Brasília, onde a PF apreendeu seu telefone celular, Bolsonaro afirmou que a operação policial de hoje é para "criar um fato".

"Fico surpreso com a busca e apreensão na casa do ex-presidente para criar um fato", disse Bolsonaro, confirmando informação publicada mais cedo pelo Estadão/Broadcast de que a defesa do ex-presidente vai se defender com a tese de interferência política por parte do governo Lula na Polícia Federal para justificar a operação, que também prendeu dois auxiliares do ex-presidente, Mauro Cid e Max Guilherme.

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De acordo com Bolsonaro, seu celular levado pelos policiais não tem senha porque ele não tem nada a esconder. "Nunca me foi pedido cartão de vacina, não existe adulteração da minha parte", defendeu-se o ex-presidente. "Não tomei vacina porque li a bula da Pfizer, só isso e mais nada", acrescentou.

Ele ressalta que sua filha, Laura Bolsonaro, também não tomou vacina, apesar de a PF ter identificado vacinação e agora investiga a possibilidade de fraude no documento. "Em momento nenhum falei que tomei a vacina, e não tomei", seguiu, em linha com a campanha antivacina contra a covid-19 feita ao longo de seu governo. "Que bom se estivéssemos em um país democrático para discutir todos os assuntos. Tem assunto proibido no Brasil e um deles é vacina", reclamou Bolsonaro.

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