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O gostinho de "quero mais" da Olimpíada está tendo um impacto grande na venda de ingressos para os Jogos Paralímpicos, que serão realizados de 7 a 18 de setembro no Rio. O sucesso da competição em alguns aspectos ajudou a despertar o interesse do torcedor, que pode encontrar bilhetes mais acessíveis para ver de perto grandes estrelas esportivas e ainda entrar em arenas que deixarão de existir depois dos Jogos.

"A gente continua com uma demanda muito alta e costuma ser assim mesmo, quando chega do meio para o final da Olimpíada, a procura aumenta", explicou Donovan Ferreti, diretor de ingressos do Comitê Organizador Rio-2016. Ele conta que desde o último sábado as vendas foram subindo, passando de 16 mil bilhetes para 50 mil no domingo, 100 mil na segunda-feira, 133 mil na terça e com expectativa de aumentar ainda mais nos próximos dias.

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No Parque Olímpico da Barra, por exemplo, algumas instalações serão desmontadas como o Estádio Aquático e a Arena do Futuro. Então o torcedor terá uma última oportunidade de conhecer esses dois palcos dos Jogos. "Outro detalhe importante é que o todo dia tem medalha e hino nacional do Brasil, pois o País é uma potência paralímpica", continuou Donovan, ciente de que o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) traçou como meta ser Top 5 na competição.

A venda de ingressos para a Paralimpíada foi muito lenta no início, pois tinha a concorrência da Olimpíada e a divulgação maior era em cima da competição que vinha antes. Mas o Comitê Organizador já imaginava que haveria um aumento da procura na segunda metade do mês de agosto, principalmente pelo torcedor brasileiro.

Um dos trunfos é o preço popular dos bilhetes. Se levar em conta a meia-entrada, existem ingressos partindo de R$ 5 e chegando até R$ 130 (final do basquete em cadeira de rodas) para as sessões esportivas. Já para a cerimônia de abertura, o bilhete custa entre R$ 100 e R$ 1.200. "As demandas altas são para as finais de basquete em cadeira de rodas, o futebol de 5 e as sessões de natação", disse Donovan.

Ele lembra que as vendas de ingressos para a Paralimpíada já ultrapassaram 600 mil bilhetes dos 2,5 milhões disponíveis. A expectativa é de negociar 80% do total. "Nos Jogos Olímpicos, a previsão era vender 86% e vendemos 94% dos ingressos. Queremos que as pessoas venham e tenham um programa em família. Só para se ter uma ideia, a média de permanência das pessoas no Parque Olímpico foi de oito horas".

Para o torcedor brasileiro, alguns nomes chamam atenção na hora da compra. Um deles é o de Daniel Dias, nossa versão do "Michael Phelps". Ele tem 16 medalhas paralímpicas, sendo 11 de ouro. Ele deve disputar seis finais no torneio. Outro grande nome da natação é Clodoaldo Silva, em sua despedida dos Jogos.

No atletismo, destaque para Terezinha Guilhermina, Felipe Gomes, Silvânia Costa e Shirlene Coelho. A paracanoagem terá Luís Carlos Cardoso, enquanto que no tênis em cadeira de rodas o destaque é Natália Mayara.

A Paralimpíada do Rio deve ser a maior da história com a presença de cerca de 4.350 atletas de 160 países. Na disputa estarão em jogo 528 medalhas.

O papa Francisco recebeu nesta quarta-feira (24) uma delegação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), na Praça de São Pedro, em Roma. Estiveram presentes representando os atletas brasileiros Sergio Froes, do hipismo, e Jovane Guissone, campeão paralímpico da espada na esgrima em cadeira de rodas nos Jogos Paralímpicos de Londres. O vice-presidente do CPB, Ivaldo Brandão, e o diretor de relações institucionais da entidade, Luiz Garcia, também participaram do encontro.

O papa deu a benção aos atletas e desejou sorte nos Jogos Paralímpicos do Rio, que serão disputados entre os dias 7 e 18 de setembro. Ele ganhou de presente um agasalho da equipe brasileira do esgrimista Jovane Guissone. Na audiência geral aos fiéis na Praça de São Pedro, o santo padre também fez uma saudação especial aos atletas e aos membros dos CPB, do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) e do Comitê Paralímpico Italiano que se preparam para o Rio-2016.

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"Na hora em que eu vi que o Papa estava vindo na nossa direção, eu nem acreditei. Foi algo inesquecível, um momento muito especial. Ele me abençoou, abençoou meus pertences e nos desejou sorte e muita energia positiva nos Jogos Paralímpicos. Ele também nos pediu que rezássemos pelas vítimas do terremoto na Itália", disse Jovane Guissone, se referindo ao grande tremor que causou estragos e provocou vários mortes nesta quarta-feira em solo italiano.

Para Sergio Froes, o encontro dará ainda mais motivação na reta final de preparação para a competição no Rio. "Eu volto daqui para a França, onde estamos fazendo a preparação do hipismo, ainda mais motivado e com mais satisfação para chegar aos Jogos no Rio. Foi uma honra encontrar o Papa", afirmou Sergio.

Enquanto o cavaleiro chega ao Brasil no dia 4 de setembro para a disputa dos Jogos Paralímpicos, Guissone retorna ao Brasil nesta quinta-feira e se junta aos outros esgrimistas da equipe brasileira na fase final de treinamentos no CT Paralímpico em São Paulo.

Cinco atletas paraenses já estão integradas à seleção brasileira de basquete feminino sobre rodas. Perla Assunção, Vivi Almeida, Cleia Costa, Lia Maria e Andreia Farias treinam no Rio de Janeiro, onde disputarão a Paralimpíada, que começa para elas no dia 8 de setembro, em jogo contra a equipe da argentina.

Lia Maria e Andreia Farias foram as primeiras paraenses a chegar no Rio. Perla, Vivi e Cleia chegaram no final de semana. Elas embarcaram no Aeroporto Internacional em Belém com direito a despedida calorosa de amigos e familiares, além do técnico da equipe All Star Rodas, de Belém, Wilson Caju.

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Caju, que comandou a seleção brasileira nas paralimpíadas de Pequim (2008) e Londres (2012) comemora a participação das experientes paratletas em mais uma competição internacional. Nos dois jogos anteriores, no entanto, o número de paraenses na equipe era maior.

Confiança - “Em Pequim, o time tinha dez paraenses. Em Londres foram oito atletas daqui, todas do All Star Rodas. O Pará ainda segue um grande celeiro de talentos para a seleção de basquete”, comentou o treinador, em entrevista à Agência Pará. Caju deixou o comando da equipe nacional em 2013.    

Wilson Caju, que treina cerca de 120 paratletas no All Star Rodas, confia em uma boa campanha da equipe no Rio. A seleção brasileira se destaca na América do Sul, mas ainda não alcançou o nível das equipes dos EUA, Canadá e da Alemanha. Nos últimos jogos, ficou em nono lugar.

O comitê da Rio 2016 precisou utilizar parte da verba disponível para a Paralimpíada na Olimpíada que se encerra no domingo (21). Faltando menos de um mês para o início das competições para atletas portadores de necessidades especiais, a competição ficou ameaçada por conta de um déficit nas contas do evento, que foram deixadas de lado em favor da realização dos Jogos Olímpicos. Segundo o Ministério Público Federal, os valores apresentados na prestação de contas não “fecham” desde 2010, conforme dados revelados pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Com isso, foram cortadas despesas do evento no montante de R$ 900 milhões, na esperança de que pudesse ser evitado o prejuízo.

A Paralimpíada será realizada com utilização de dinheiro público, ao contrário do que foi dito desde a eleição do Rio de Janeiro como cidade-sede. Cerca de R$ 250 milhões serão repassados, R$ 150 milhões pela prefeitura e o restante pelo governo federal, depois que uma liminar derrubou uma decisão judicial que impedia a ação. Estatais e agências públicas como Petrobras, BNDES, Embratur, Apex (empresa de promoção do Brasil no exterior) e Caixa Econômica Federal fecharão um acordo para financiar os valores. O presidente interino Michel Temer esteve na tarde de ontem no Rio de Janeiro para avaliar o decorrer da Olímpiada e confirmou presença na abertura da Paralimpíada.

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Na manhã de hoje, Eduardo Paes, prefeito do Rio, explicou que o repasse de dinheiro da prefeitura para completar o orçamento já era previsto em contrato e que o esforço seria para não utilizá-lo, mas, como a venda de ingressos não atingiu o valor esperado, declarou: "Como a gente ia saber que o povo não ia comprar ingressos?" Paes disse ainda que o valor repassado pode diminuir caso as vendas melhorem nos próximos dias ou durante as competições. O próximo passo é aguardar o recurso de uma decisão do TRE-RJ que proibiu o repasse do dinheiro por entender que há fins eleitoreiros na medida.

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Desde o início da tarde desta terça-feira (31), o Recife se mobiliza e volta os olhares para o desfile da Tocha Olímpica que corta a cidade de norte a sul. Dentre os personagens que participaram do desfile, muitos atletas, funcionários de empresas e blogueira. No entanto, um dos destaques foi a pernambucana Suely Guimarrães, medalhista no paratletismo nos Jogos Paralímpicos, conquistando ouro em Barcelona e Atenas, e bronze em Atlanta. 

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“Toda essa emoção de estar levando a tocha dá esperança, vontade, garra e determinação que todo atleta precisa”, conta emocionada a paratleta consagrada, que fez seu percurso de 200 metros na Avenida Jean Emile Favre, no bairro do Ipsep, Zona Sul do Recife. 

O orgulho de participar do momento foi exaltado por Jeziel Bezerra, paraplégico escolhido para conduzir o símbolo olímpico pelas ruas. “Estou muito feliz por fazer parte dessa celebração com a tocha olímpica no Recife. Para mim, isso era algo inimaginável!”, detalha. 

Jeziel contou que o convite foi feito há dois meses e desde então estava ansioso para que essa terça-feira chegasse. Além disso, destacou que, a contar desta data, faltam apenas 100 dias para o início das Paralimpíadas Rio 2016. "É muito representativo participar deste evento faltando apenas 100 dias para os Jogos, na minha cidade e com toda essa importância que tem as Olimpíadas”, declarou Jeziel.

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Com informações de Lívio Angelim 

Markus Rehm, maior astro do esporte paralímpico na atualidade, está mais próximo de conquistar vaga para disputar os Jogos Olímpicos do Rio. Um amplo estudo encomendado à Universidade Alemã do Esporte não encontrou sinais de que ele se beneficia da sua prótese de carbono na perna direita para seus excelentes resultados no salto em distância.

O estudo realizado conjuntamente com a Universidade do Colorado, dos EUA, e com o Instituto Nacional de Ciência Industrial Avançada e Tecnologia de Tóquio, no Japão, descobriu que atletas com prótese têm menor capacidade de corrida, mas uma técnica melhor de salto. A pesquisa deixa em aberto a questão se a prótese ajuda ou atrapalha Rehm.

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Para Wolfgang Potthast, pesquisador da Universidade Alemã do Esporte, "é difícil, senão impossível" determinar a vantagem obtida, ou não, pela prótese em forma de gancho que Rehm carrega a partir do seu joelho direito. Ele teve que amputar o membro após um acidente de wakeboard aos 14 anos.

"O estudo não identificou qualquer vantagem a partir da prótese, e eu acho que para mim é um bom resultado. Eu quero deixar o esporte olímpico e paralímpico próximos de novo. Quero dar aos dois lados a chance de lucrar com isso", disse nesta segunda-feira o saltador alemão.

Markus Rehm venceu o campeonato nacional de 2014, mas não foi convocado pela Federação Alemã de Atletismo para disputar o Europeu do ano passado, uma vez que a entidade entende que ele a prótese poderia dar a ele uma vantagem injusta.

O saltador, que fez no Mundial Paralímpico do ano passado um resultado que faria dele também campeão no Mundial de Atletismo, entre atletas sem deficiência, sempre contestou essa versão. Para o presidente do Comitê Paralímpico Alemão, Friedhelm Julius Beucher, "essa não é uma questão de justiça, mas de discriminação".

Rehm participou este ano de um evento na Praça Mauá, no Rio, mas seu resultado aparece numa sessão à parte do ranking mundial, descrita como "prótese de perna não sancionada". Até o ano passado, os resultados do alemão contavam normalmente para o ranking da Associação das Federações Nacionais de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), que decidiu discutir se permite ao alemão competir em seus eventos oficiais.

Com o estudo em mãos, Rehm tem mais chance de ser liberado para repetir o sul-africano r Oscar Pistorius e ser o segundo atleta com prótese a participar dos Jogos Olímpios no atletismo. A diferença é que Pistorius não era uma ameaça aos rivais do ponto de vista da briga pelo pódio e a única desculpa era de que sua prótese poderia machucar um adversário.

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) negociava desde 2012 para fazer a gestão do novo Centro de Treinamento em São Paulo, mas com a publicação do decreto no Diário Oficial nesta terça-feira (24), a entidade não tem clareza se poderá realizar a tarefa. O documento permite "o uso, a título gratuito e pelo prazo de 1 (um) ano, em favor do Comitê Paralímpico Brasileiro - CPB, de um imóvel identificado como 'Centro Integrado de Avaliação e Laboratório da Condição Funcional do Atleta Paraolímpico', localizado nas dependências do Centro de Esporte, Cultura e Lazer, do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga".

O próprio governador paulista, Geraldo Alckmin, se manifestou sobre a assinatura e disse que o CPB será o responsável pela administração do espaço pelo prazo de um ano, mas sem detalhar muito. "Por meio dessa cessão de uso, o Comitê Paralímpico Brasileiro vai fazer a manutenção das atividades. Mas, o local também está aberto aos clubes e outras entidades com a mesma finalidade. Ou seja, é para todos que necessitem, pois será um grande centro pra servir o Brasil", afirmou.

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O CPB tinha conversas avançadas para fazer a gestão do CT e está disposto a pagar R$ 30 milhões por ano para fazer a manutenção do local, além de bancar equipamentos do laboratório e academia. Mas nesse novo formato de parceria, a entidade está receosa em seguir adiante com o projeto.

"O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) está em contato com a secretaria de governo do Estado de São Paulo e espera resolver a questão do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro o mais brevemente possível. O objetivo é que o CPB possa fazer a gestão do CT como havia sido combinado desde as primeiras tratativas, antes mesmo do início das obras", disse, por meio de uma nota.

O Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro é considerado o principal legado dos Jogos Paralímpicos do Rio para a infraestrutura dos esportes adaptados no País. A instalação, pioneira no Brasil, conta com espaços para treinamentos, competições e intercâmbios de atletas e seleções. A expectativa é de que ele também permitirá o desenvolvimento das ciências do esporte, com atuação interdisciplinar, envolvendo medicina, fisioterapia, psicologia, fisiologia, biomecânica, nutrição e metodologia do treinamento, entre outras áreas. O espaço abrigará 15 modalidades e muitos atletas esperavam treinar lá já na próxima semana.

Sem garantias de que poderá fazer a gestão completa do novo Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, para além dos próximos 12 meses, o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) não escondeu a frustração na cerimônia que marcou o início das atividades do espaço. Andrew Parsons reclamou que até a parceria com o governo do Estado estava ameaçada com alterações que ele não esperava no decreto que regula a atuação do CPB no centro.

"A gente veio aqui para um momento de celebração e de início de trabalho. Mas a gente sai daqui com muita dúvida sobre o nosso papel na gestão do centro de treinamento e nosso relacionamento com o governo do Estado de São Paulo", afirmou Parsons, visivelmente abalado. Ele não quis se alongar na resposta e evitou fazer mais comentários sobre o assunto.

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O evento contou com a presença do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e de Leonardo Picciani, o novo ministro do Esporte. Apesar de muitos atletas e medalhistas paralímpicos estarem presentes, Parsons não foi convidado a falar no microfone para os presentes e o nome do CPB não apareceu nas comunicações oficiais do governo. Isso já causou uma estranheza inicial para a entidade, mas a ducha de água fria foi quando descobriu que o texto a ser publicado nesta terça-feira no Diário Oficial será diferente do discutido no processo de construção do espaço.

Pouco antes da cerimônia, Parsons deu entrevista falando sobre a importância daquele centro de treinamento de alto rendimento e de como o CPB pretendia investir para manter o local funcionando. Mas, logo que subiu ao palco, mudou a fisionomia e lamentou a mudança de rota. A ideia inicial era que o trabalho pudesse ser realizado lá a longo prazo. A entidade construiria academia e laboratório, por exemplo, mas agora já não sabe como será em 2017.

A secretária estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, afirmou que não percebeu qualquer constrangimento entre CPB e governo do Estado e minimizou o ocorrido. Ela informou que será preciso esperar a publicação do decreto, mas que ele contará com o termo de "permissão de uso" para o CPB.

"O decreto diz que nos próximos 12 meses o CPB tem uma permissão de uso do Centro. A linguagem oficial é diferente, não usa expressões como 'gerir'. Mas eles (CPB) estarão aqui dentro tomando conta das instalações. Os empréstimos precisam ser pontuais, têm de ter data para começar e acabar, depois vamos fazer uma parceria com um outro formato, com outra dimensão legal que certamente vai privilegiar a presença do CPB aqui por muito mais tempo", completou.

A secretária revelou que após a Paralimpíada será feito um chamamento público para que surjam propostas para o CT e espera que o CPB participe. "O governo tem que trabalhar com transparência", frisou. Linamara explica que o Centro de Treinamento está dentro do Parque Fontes do Ipiranga e que o Estado não pode abrir mão da responsabilidade que tem. "O CPB vai se encarregar de todas as atividades relacionadas a treinamentos, isso significa também áreas como fisioterapia e condicionamento físico. Essas ações estão dentro do termo de cooperação e serão responsabilidades deles."

Inicialmente, o CPB se mostrou disposto a bancar os R$ 30 milhões anuais para a gestão do espaço em recursos advindos da Lei Piva. A entidade tem receita estimada em R$ 130 milhões. Porém, com o imbróglio sobre quem vai gerir de fato o espaço, a entidade está com dúvidas se vai fazer todos os investimentos necessários com equipamentos porque não sabe quem tomará conta do espaço, que abrigará 15 modalidades paralímpicas, no futuro.

Belém sedia, a partir desta quinta-feira (14) e até o próximo domingo (17), o Torneio Regional Centro-Norte de Goalball. O campeonato será realizado no Ginásio de Educação Física da Universidade do Estado do Pará (Uepa), campus III, localizado na avenida João Paulo II, no bairro do Marco, em Belém. O torneio começa a partir das 15 horas. Participam da competição equipes dos Estados do Pará, Brasília, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Amazonas. São 19 times, nas categorias masculino e feminino.

A modalidade foi criada em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e pelo alemão Sepp Reindle, com o objetivo de reabilitar veteranos da Segunda Guerra Mundial que ficaram cegos. Na quadra, os atletas, três de cada lado, são ao mesmo tempo arremessadores e defensores. Eles lançam com as mãos e defendem com o corpo as bolas (com guizo dentro) jogadas em direção ao gol adversário. Ganha quem fizer mais gols durante os dois tempos.

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A capital paraense será representada pela equipe da Unidade Educacional Especializada José Álvares de Azevedo (UEEJAA), coordenada pela Educadora Física Kátia Tadaiesky. Outras associações da capital que trabalham com educação para pessoas deficiência visual também vão participar do torneio de goalball.

O Goalbaal é um esporte paralímpico, e hoje o Brasil lidera os rankings mundial feminino e masculino da modalidade. Os atletas usam da agilidade, habilidade e coragem, para dar um show de estratégias ofensivas e defensivas, arremessando uma bola que pesa 1,25 kg e alcança até 100km/h.

Em entrevista ao portal LeiaJá, Kátia Tadaiesky, que é Educadora Física e Treinadora da equipe (UEEJAA) desde 2006, contou que o goalball é um esporte que contribui muito para o desenvolvimento do atleta. "O goaball é uma ótima maneira de organizar a motricidade e psicomotricidade do atleta com falta da visão. Por meio desse esporte o atleta passa a melhorar seu condicionamento físico deixando a insegurança de lado e superando muitas adversidades", informou.

A educadora destacou a importância do goalball em sua vida. "Trabalhar com o goalball e com pessoas que possuem deficiência sempre foi o meu objetivo. Eu gosto muito de esporte, de jovem, e da pessoa com deficiência porque você pode observar a evolução dessa pessoa a cada dia. Vê a contribuição do que estamos fazendo é uma coisa impagável. O goalball não forma só atletas, ele forma pessoas, cidadãos de bem e com propósitos", afirma.

Larissa Souza, que é universitária e atleta de goalball desde 2007, disse o que o goalball representa para ela. "O goalball é mais que um esporte. Ele é uma forma de continuarmos sonhando, pois nos ajuda em diversos aspectos. Para continuar no time de goalball precisamos estar estudando e ter boas notas. Talvez se não fosse o goalball eu não teria a mesma disposição para estudar. Poder representar o Pará em competições regionais e nacionais é um dos grandes presentes que o goalball me deu", contou.

Para Alexsandro Lopes, atleta da equipe masculina de goalball, a modalidade trouxe liberdade para sua vida. "Como deficiente visual, eu penso que o goalball é uma maneira de dar mais liberdade para nós atletas que não podemos ver. Esse esporte veio para mostrar que não é porque temos uma deficiência que devemos ficar em casa sem fazer nada. Graças ao goalball eu pude conhecer muitas pessoas que hoje são como uma família para mim. Esse esporte deu uma nova direção para minha vida", afirmou.

Podem participar do Goalball pessoas diagnosticadas com baixa visão ou perda total, de acordo com a avaliação técnica. Para ficarem em igualdade na quadra eles usam uma viseira, completamente vedada, para inibir qualquer entrada de luz.

Programação Centro Norte de Goalball

14/04/2016
14h - Congresso técnico
15h – Abertura - Uepa Campus III
15h30 às 23h- Competição na Uepa Campus III

15/04/2016
8h às 22h – Competição na Uepa Campus III

16/04/2016
8h às 20h30 – Competição na Uepa Campus III

17/04/2016
8h às 11h30 – Competição na Uepa Campus III
11h30 - Premiação e encerramento

Equipes confirmadas:

Masculino

Associação Brasiliense de Deficientes Visuais - ABDV/DF
Associação de Deficientes Visuais do Baixo e Médio Amazonas - ADEVIBAM/PA
Associação dos Deficientes Visuais de Parauapebas - ADVP/PA
Associação Rondonopolitana de Deficientes Visuais - ARDV/MT
Associação De e Para Cegos do Pará - ASCEPA/PA
Associação Souza Filho de Artes Marciais - ASFAM/PA
Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial - CETEFE/DF
Instituto dos Cegos do Mato Grosso - ICEMAT/MT
Instituto Sul-Matogrossense para Cegos Florivaldo Vargas - ISMAC/MS
Unidade Educacional Especializada José Álvares de Azevedo - UEEJAA/PA
União dos Atletas Cegos do Distrito Federal - UNIACE/DF

Feminino

Associação de Deficientes Visuais do Baixo e Médio Amazonas - ADEVIBAM/PA
Associação Mato-grossense dos Cegos - AMC/MT
Associação De e Para Cegos do Pará - ASCEPA/PA
Federação de Esportes Paralimpico do Estado do Amazonas - FEPAM/AM
Instituto dos Cegos do Mato Grosso - ICEMAT/MT
Instituto Sul-Matogrossense para Cegos Florivaldo Vargas - ISMAC/MS
Unidade Educacional Especializada José Álvares de Azevedo - UEEJAA/PA
União dos Atletas Cegos do Distrito Federal - UNIACE/DF

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Os Jogos Olímpicos deste ano já têm a presença assegurada de pelo menos 2,75 milhões de brasileiros. Esse é o número de ingressos já vendidos para a Olimpíada, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pelo Comitê Rio-2016. Em contrapartida, a Paralimpíada, que acontece em setembro, está com os ingressos encalhados - apenas 330 mil foram comercializados até o momento.

Os 2,75 milhões de bilhetes vendidos representam 74% da meta de arrecadação prevista pelo Rio-2016 com ingressos. O número é aproximadamente a metade do total destinado aos brasileiros. "Ingressos deixou de ser problema, mas 100% (do valor esperado) seria melhor", afirmou Mário Andrada, diretor de Comunicação do comitê.

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Futebol, basquete, vôlei, atletismo e handebol são as modalidades mais procuradas. Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Bahia são os estados de onde partiram mais pedidos.

Algumas das sessões mais procuradas ainda têm tíquetes disponíveis. É o caso da Cerimônia de Encerramento da Olimpíada, da decisão do basquete feminino, das quartas de final do basquete masculino e da disputa do ouro no futebol feminino. E há ainda muitos bilhetes para as preliminares de basquete masculino, alguns dos quais custando R$ 50. "Vale lembrar que o dream team (seleção americana de basquete masculino), para ganhar o ouro, também tem que jogar as preliminares. É uma chance de ter acesso a alguns dos maiores atletas do mundo", ponderou Andrada.

Na outra ponta, os ingressos dos Jogos Paralímpicos estão encalhados. Do total de três milhões de bilhetes, apenas 330 mil foram vendidos, número que representa 11% dos tíquetes disponíveis. "Estamos abaixo da expectativa", reconheceu Mario Andrada. Atletismo, natação, Cerimônia de Abertura, basquete em cadeira de rodas e vôlei sentado são os eventos mais procurados.

Faleceu na noite dessa quarta-feira (27), em Natal, vítima de parada cardíaca, o atleta Joseano dos Santos Felipe, campeão parapan-americano de levantamento de peso na categoria até 107kg. No sábado (23), ele havia ganhado a medalha de ouro no evento-teste da modalidade, na Arena Carioca 1, no Rio, batendo o recorde continental.

A morte de Joseano, que tinha 42 e era treinado pelo próprio filho, aluno de educação física, foi lamentada pelo ministro do Esporte, George Hilton. "Trata-se de uma perda dolorosa para a comunidade esportiva brasileira. Não só pelo que fez no passado recente, mas, sobretudo, pelo que faria no futuro, nos Jogos Paralímpicos do Rio, quando tinha tudo para se consagrar como medalhista paralímpico e, assim, encorajar outros brasileiros a seguir seu exemplo e sua vivência no esporte"

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Natural de Tacima (Paraíba), Joseano era policial militar no Batalhão de Operações Especiais (Bope) de Natal (Rio Grande do Norte), quando foi alvejado em uma troca de tiros e ficou paraplégico. À época, aos 27 anos anos, tentava impedir a fuga de Valdetário Carneiro, criminoso famoso no Nordeste, do presídio de Alcaçuz, em Nísia Floresta (RN).

Foi na Sociedade Amigos do Deficiente Físico (Sadef) que ele descobriu o esporte. "Um rapaz viu meu perfil e perguntou se eu queria treinar. Até então eu vivia em depressão, não saía nem na frente de casa. O esporte que me voltou à vida novamente", contou o próprio atleta, em entrevista publicada na segunda-feira pelo Portal 2016, do governo federal.

Treinado pelo filho, Felipe Michel, desde 2014, Joseano estava perto de uma vaga no Rio-2016. Ele era o sétimo do ranking paralímpico, que vai classificar oito atletas por categoria.

A delegação brasileira não conseguiu repetir, em Doha, o desempenho do País nas mais recentes edições do Mundial Paralímpico de Atletismo. A competição chegou ao fim neste sábado (31) no Catar e o Brasil conquistou 35 medalhas, sendo apenas oito delas de ouro. Em Lyon (França), em 2013, haviam sido 40 e 16, respectivamente. Em Christchurch (Nova Zelândia), em 2011, os brasileiros não ganharam tantas medalhas (30), mas foram ao alto do pódio 12 vezes.

Principal nome do atletismo paralímpico brasileiro e astro dos Jogos de Londres, em 2012, Alan Fonteles não brilhou em Doha. Depois de um ano sabático, ficou com a prata nos 200m da classe T44. Marcou 22s04, longe do seu recorde mundial, que é 20s66. O ouro da prova foi para o norte-americano Richard Browne.

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Yohansson Nascimento, que corre na classe T47 (ele não tem as mãos), venceu os 200m, com 21s90 (recorde pessoal) e foi prata nos 100m. Petrúcio Ferreira, recordista mundial dos 200m, está machucado e não competiu em Doha.

Na classe T11 (para cegos totais), Felipe Gomes venceu os 100m e foi prata nos 200m, enquanto Daniel Guedes ganhou os 400m e ficou com bronze nos 200m. Nos 400m, Felipe chegou na frente, mas o guia dele, Jorge Pereira Borges, pisou na linha em uma curva e acabou desclassificando o corredor cego.

Entre as mulheres da mesma classe, o Brasil também teve problemas com guia. Terezinha Guilhermina, mais rápida do mundo desde 2006, chegou a pedir a substituição do seu guia, Guilherme Santana, antes do tiro de largada da final dos 200m. Ele alegou lesão muscular, mas correu ao lado dela e ajudou a repetir a prata dos 400m. Nos 100m, já com outro guia, Rafael Lazarini, não conseguiu chegar à final.

Ainda na classe T11, Renata Bazone venceu os 800m, mas chorou pela colombiana Maritza Buitrago. A rival, que é sua amiga, ganhou a prova, mas foi desclassificada porque, exausta, quase caiu nos metros finais e foi amparada pelo guia, o que é proibido pelas regras da modalidade.

Em número de medalhas, o Brasil só ficou atrás de China (84), Rússia (69) e EUA (38), as três potências do esporte. Pelo total de ouro, entretanto, também Grã-Bretanha, Tunísia e Polônia superaram o Brasil.

O Programa Vencer desta semana mostra o uso do esporte como instrumento de inclusão. Jogar bocha tem ajudado pessoas com deficiência e formado campeões na modalidade paralímpica. Para mostrar isso de perto, o jornalista James Alcides foi até a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para acompanhar o treinamento das pessoas que praticam o esporte.

James entrevista o coordenador geral de bocha no Nordeste, Luis Carlos, e o treinador Hendrick Silva. Eles explicam como funciona a modalidade, detalham a preparação dos alunos para as competições e os projetos futuros para o esporte.

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Ainda nesta edição, no quadro Vencedores da História, o público vai conhecer um pouco da história do ator Cristopher Reeve - que inspirou gerações e fez o homem acreditar que podia voar, ao interpretar o Super Man nas telas do cinema. Cristopher Reeve sofreu um acidente que o deixou tetraplégico, mas se tornou um grande vencedor e construiu uma história de sucesso.

Todos os detalhes você acompanha no vídeo. O Vencer é apresentado por James Alcides e exibido toda semana no Portal LeiaJá.
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A velocista Terezinha Guilhermina e o atleta de goalball Leomon Moreno foram eleitos os atletas paralímpicos do ano em premiação realizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). O evento ocorreu na noite de quarta-feira no auditório do Hotel Sofitel, em Copacabana, zona sul do Rio. Também foram premiados 22 atletas representando cada modalidade paralímpica, além dos melhores técnicos de esportes individual e de equipe, e o atleta revelação do ano.

Terezinha é um dos principais nomes do País para os Jogos Paralímpicos do Rio/2016. Em 2014, a atleta deficiente visual venceu a maior parte das provas internacionais na categoria T11 nos 100m e 200m. Ganhou o Grand Prix de Dubai (Emirados Árabes Unidos), o Open de Berlim (Alemanha) e o Open de São Paulo, liderando o ranking mundial nas duas provas.

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Ao lado do seu guia, Guilherme Santana, a atleta comemorou o título. "Estou muito alegre e agradecida. Tenho me mantido no topo do ranking e isso é um desafio contínuo. Esse prêmio é uma motivação a mais para eu seguir crescendo. Porque todas as minhas adversárias vão tentar me superar." Muito elogiada pelo visual digno de "Oscar", ela justificou. "Sou vaidosa. Além disso, queria fazer uma homenagem para uma pessoa especial, que é meu guia."

Destaque do goalball - modalidade ainda pouco conhecida no País, Leomon Moreno, também deficiente visual, foi a surpresa da noite ao desbancar o multicampeão mundial da natação Daniel Dias e o campeão mundial do futebol de 5 Ricardo Alves.

"A campanha foi grande mesmo", brincou o atleta. "O goalball ainda vai trazer muita emoção para o Brasil." Neste ano, Moreno foi campeão mundial em Espoo (Finlândia), sendo artilheiro da competição com 51 gols em dez jogos. Também foi campeão do Regional Nordeste e da Copa Brasil, ambas em João Pessoa (PB).

A premiação contou com a presença de várias autoridades do esporte. Antes da entrega dos troféus, o presidente da Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, exaltou o desempenho dos atletas brasileiros. "Diziam que o Brasil nunca seria uma potência paralímpica. Hoje, é o sétimo melhor do mundo."

CONFIRA OS VENCEDORES:

Técnico modalidades individuais - Luiz Carlos Araújo (bocha).

Técnico modalidades coletivas - Alessandro Tosin (goalball).

Atleta revelação - Rafael Vansolin (halterofilismo).

Atletismo - Claudinei dos Santos

Basquete em cadeira de rodas - Leandro de Miranda

Bocha - Maciel Santos

Canoagem - Luis Carlos Cardoso

Ciclismo - Suelito Gohr

Esgrima em cadeira de rodas - Jovane Guissone

Futebol de 5 - Ricardo Alves

Futebol de 7 - Jan Francisco

Goalball - Leomon Moreno

Halterofilismo - Marcia Menezes

Hipismo - Sergio Oliva

Judô - Willians Araújo

Natação - Daniel Dias

Remo - Josiane Dias

Rúgbi em cadeira de rodas - Alexandre Keiji

Tênis de mesa - Bruna Alexandre

Tênis em cadeira de rodas - Daniel Rodrigues

Tiro com arco - Andrey Muniz

Tiro esportivo - Débora Campos

Triatlo - Jorge Fonseca

Vela adaptada - Mario Czascke

Voleibol sentado - Renato Leite

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O programa Vencer desta sexta-feira (06) traz os detalhes da exposição Caravana Vencedores, produzida pelo fotógrafo Sérgio Dutti. Há dois anos percorrendo o Brasil, a exposição já passou por várias cidades e tem como temática a luta diária dos atletas paralímpicos. Para falar sobre a mostra, o jornalista James Alcides conversa com o artista, que relata como foi a sua carreira e a concepção das fotos.

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“A proposta do projeto seria de mostrar 60 fotos das mais importantes imagens que estão contidas no livro Vencedores (publicação do próprio Dutti que inspirou a exposição). A ideia era levar às áreas de grande público para que as pessoas passassem a conviver com o esporte paralímpico. Desde o começo do ano passado até agora, essa é a 13ª grande cidade que a gente visita”, explica Dutti.

Ainda durante a conversa, o fotógrafo também explica a sensação pessoal de realizar este tipo de trabalho. “Eu não era um fotógrafo especialista em esporte. Quando eu comecei a fazer o esporte paralímpico, tive que reaprender a fotografar porque, além do esporte ser uma atividade muito difícil de ser fotografada, quando o atleta tem uma deficiência física, o movimento não é igual a de outro”, comenta. Confira o programa completo no vídeo acima.

O programa Vencer é exibido toda sexta-feira aqui, no Portal LeiaJá.

O Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) anunciou, nesta quinta-feira (23), o chamado "Guia de Classificação" para os Jogos Paralímpicos do Rio/2016. No documento, que especifica como serão distribuídas as vagas para 18 das 22 modalidades que serão disputados no Brasil, também foram divulgadas novas expectativas do IPC.

De acordo com o órgão, a expectativa é que a próxima Paralimpíada seja disputada por 2.659 homens e 1.691 mulheres, num total de 4.350 atletas. É uma variação mínima em relação aos Jogos de Londres, quando competiram 4.302 pessoas. Porém, o número de atletas femininas crescerá quase 10% (em 2012 foram 1.523 competidoras), enquanto o total de homens cairá (foram 2.779 na última Paralimpíada).

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O documento também revela que 25 novas medalhas de ouro serão distribuídas, num total que foi de 503 em Londres para 528 no Rio. Desse total, 264 são reservas a provas masculinas e 226 a femininas. Trinta e oito disputas na próxima paralimpíada são em competições mistas, boa parte delas na bocha e no hipismo. Novidade para 2016, a canoagem terá seis provas, apenas.

Como de costume, a modalidade que mais deverá trazer atletas para o Brasil é o atletismo, com estimados 1.110 atletas, mais de um quarto do total. Em seguida aparece a natação, com esperados 630 competidores. Tênis de mesa (276), basquete em cadeira de rodas (264) e ciclismo (230) vêm na sequência. O Guia de Classificação garante que todos os países terão direito a dois convites (um homem e uma mulher) no atletismo ou na natação, caso solicitem.

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) divulgou nota, nesta tarde de quinta-feira, para decretar luto oficial de três dias pela morte do ciclista paralímpico João Alberto Schwindt Filho, de 35 anos. A entidade informou que o atleta faleceu em um acidente de moto ocorrido nesta última manhã, em Corumbá (GO).

O ciclista participou neste ano dos Jogos Paralímpicos de Londres, esteve presente no Parapan de Guadalajara de 2011 e representou o Brasil em Mundiais. "João era um atleta bastante comprometido com o esporte, esforçado e uma grande esperança de medalhas na modalidade. Estamos bastante tristes com esta fatalidade", afirmou o diretor técnico do CPB, Edilson Alves Tubiba, por meio da nota oficial divulgada pela entidade.

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João Alberto Schwindt Filho participou da classe C5 do ciclismo de estrada da Paralimpíada de Londres, na qual ficou em quarto lugar. Antes disso, ele obteve uma medalha de ouro e uma de bronze no Parapan de Guadalajara. No último dia 19, o ciclista foi eleito o melhor atleta brasileiro de sua modalidade em 2012 no Prêmio Paralímpicos, promovido pelo CPB.

Brasiliense, João Filho sofreu um atropelamento quando tinha 14 anos de idade e naquela ocasião teve parte de sua medula espinhal lesionada no acidente, fato que prejudicou os movimentos do seu braço direito. E, partir de 2007, ele passou a competir no ciclismo na categoria C5 e conseguiu ter sucesso na modalidade.

O velocista Alan Fonteles, carrasco do astro sul-africano Oscar Pistorius nas provas de atletismo, foi o porta-bandeira do Brasil na cerimônia de encerramento da Paralimpíada de Londres, neste domingo, no estádio Olímpico. Atletas do país, como Therezinha Guilhermina, estiveram entre os destaques apresentados no resumo dos Jogos antes do show da banda Coldplay e da cantora Rihanna.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, recebeu a bandeira paralímpica e a cerimônia foi seguida de um show brasileiro de oito minutos e difícil compreensão para o público inglês. Começou com a dança do passinho, passando por diversos ritmos brasileiros até a chegada de Carlinhos Brown, Paralamas do Sucesso e Thalma de Freitas cantando o samba "É hoje". O tradicional verde e amarelo foram substituídos pelo branco.

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A chama paralímpica foi apagada por dois dos destaques da equipe britânica, a nadadora Ellie Simmonds e o velocista Jonnie Peacock. E um show conjunto de Coldplay, Rihanna, Jay-Z encerraram a festa. Será um desafio e tanto para o Brasil fazer um evento tão bem organizado e com uma torcida tão apaixonada em 2016.

FESTA EM LONDRES - Para a maioria dos atletas brasileiros, o domingo foi de confraternização com os fãs em Londres. Durante o encontro com a imprensa em uma estação de metrô próximo da Vila Paralímpica, várias pessoas se aproximaram pedindo autógrafos ou para tirar fotos com os medalhistas, a maioria portando os frutos de suas conquistas. O nadador Daniel Dias e Alan Fonteles estavam entre os mais assediados.

Todos comemoraram os seus feitos já pensando em 2016. Fonteles, por exemplo, já fala de novos rounds contra o Oscar Pistorius no Rio - vai lutar por vaga nos 200 e nos 400 metros dos próximos Jogos. Daniel Dias também promete trabalho duro para fazer bonito em casa. Nesta segunda-feira será dia dos britânicos celebrarem os seus atletas paralímpicos, que deverão receber homenagens.

Ao mesmo tempo, os atletas também fazem reivindicações. Therezinha apela para que os comandantes no poder público invista na acessibilidade das pessoas com deficiência. "Pensem, por exemplo, na hora de comprar um ônibus em comprar um que seja adaptado. Ninguém escolhe ser um cadeirante ou ter uma deficiência".

Outro pedido especial dos atletas cegos é de que seus guias também tenham direito ao bolsa-atleta. A proposta está em trâmite no congresso.

O Brasil teve um penúltimo dia da Paralimpíada de Londres dourado, perto de confirmar a meta de terminar os Jogos em sétimo lugar. Neste sábado, aconteceu a consagração de Daniel Dias, que ganhou seu sexto ouro individual e teve a companhia de Shirlene Coelho, Dirceu Pinto, Maciel Santos e da seleção brasileira de futebol de cinco, todos campeões durante o dia. Oscar Pistorius brilhou em sua última corrida do programa, os 400 metros, e deixa Londres com duas medalhas de ouro e uma prata.

Daniel Dias termina a Paralimpíada com o status de maior atleta do Brasil. O nadador atingiu sua meta de ganhar os seis ouros em provas individuais que disputou ao vencer nos 100 metros classe S5. Gostaria de também ter conquistado medalhas nos revezamentos, mas saiu da piscina mais do que satisfeito. Com a missão cumprida, o normalmente tranquilo nadador quebrou o protocolo para dar vazão às emoções.

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"Tive um ano muito difícil", lembrou o nadador com os olhos marejados. "Minha mãe passou por cirurgia (na tireoide, 15 dias antes dos Jogos), meu técnico teve de ser operado (problemas cardíacos) e tive treinar um mês sozinho, fora que eu perdi minha avó um mês antes da viagem para Serra Nevada", relembra. Mas, para ele, todo o sacrifício valeu a pena com a conquista das medalhas. "Acho que o sabor da vitória é ainda melhor por tudo isso."

O nadador deseja que seu desempenho em Londres ajude a incentivar outras pessoas com deficiência no Brasil a se interessar mais por esportes. "Eu espero que apareçam mais atletas como eu."

Embora quisesse conquistar o ouro em todas as suas cinco provas individuais, André Brasil, outro destaque da natação, também se disse satisfeito com os três ouros e as duas pratas que conseguiu. Seu desejo é que a torcida não o veja como pessoa deficiente, mas como atleta, e ele deixa sua mensagem: "Não tem olímpico e nem paralímpico. É natação."

Muitas horas antes, porém, o País já comemorava novas medalhas. Pela manhã, a brasileira Shirlene Coelho conquistou o ouro no arremesso do dardo, classe F37/38. A atleta quebrou seu recorde mundial ao atingir 37.86 pontos. "É muita emoção. Esperei quatro anos para sair de uma de Paralimpíada com uma medalha de ouro e recorde mundial novamente", disse. "Na primeira (em Pequim/2008) teve recorde mundial, mas foi uma prata com gosto de ouro. Agora foi o ouro verdadeiro. A prata de Pequim estava engasgada, agora desengasgou total."

Na sequência do atletismo, a seleção brasileira de futebol de cinco deu um show de técnica e sagrou-se tricampeã paralímpica ao vencer a França por 2 a 0, com gols de Bill e Jefinho. "Agora vai demorar 16 anos para alguém superar a gente", comemorou o autor do primeiro gol. Para Jefinho, foi uma das campanhas mais difíceis. "Antes do campeonato sofremos com problemas de lesões, mas dentro de quadra superamos estas dificuldades." Ricardinho, destaque brasileiro no campeonato ao lado do goleiro Fábio, foi um dos que tiveram de superar problemas físicos antes dos Jogos. "Na hora da dificuldade a gente mostrou que tinha brio para superar e conquistar os resultados."

A bocha trouxe mais três medalhas ao Brasil: dois ouros e um bronze. Dirceu Pinto ganhou na BC4 ao derrotar o chinês Zheng Yuansen por 5 a 2. Na mesma categoria, Eliseu dos Santos foi bronze ao vencer o britânico Sthepen McGuire por 5 a 3. Maciel Souza Santos foi ouro na categoria BC2 ao vencer o chinês Zhiqiang Yan por 8 a 0.

Para fechar a noite e as provas do atletismo no Estádio Olímpico, Oscar Pistorius e Alan Fonteles estavam na final dos 400 metros classe T44. O sul-africano sobrou na pista e ganhou a medalha de ouro com o tempo de 46s68. Fonteles ficou fora do pódio, mas o atletismo do Brasil deu sua colaboração ao quadro de medalhas com uma prata, de Lucas Prado, e um bronze, de Felipe Gomes, nos 100 metros classe T11. O vencedor foi o chinês Lei Xue.

O italiano Alessandro Zanardi, ex-piloto de Fórmula 1, encerrou neste sábado a sua participação nos Jogos Paralímpicos de Londres com mais uma medalha. Ele subiu ao pódio pela terceira vez ao conquistar a prata na prova de equipes mistas do ciclismo de estrada, realizada no circuito de Brands Hatch.

Vittorio Podesta, Zanardi e Francesca Fenocchio completaram o percurso de 18 quilômetros em 30min50, na segunda colocação. Os italianos foram 43 segundos mais lentos do que o trio norte-americano, que completou a disputa em 30min03. A Suíça terminou na terceira colocação, com o tempo de 30min58.

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Antes da prova deste sábado, Zanardi já tinha competido duas vezes e garantido duas medalhas de ouro. O italiano venceu a prova de contra-relógio da categoria H4 na quarta-feira. Na sexta-feira, ele ganhou a disputa de estrada na mesma categoria.

Zanardi competiu na Fórmula 1 entre 1991 e 1994, pelas equipes Jordan, Minardi e Lotus, e também em 1999, pela Williams. Em 2001, quando estava na Champ Car - categoria em que foi campeão em 1997 e 1998 -, o italiano sofreu um gravíssimo acidente em Lausitz, na Alemanha, e perdeu as duas pernas. Apesar disso, continuou ligado ao automobilismo e participou de provas do Mundial de Turismo entre 2005 e 2009.

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