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O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, pediu nesta segunda-feira (30) que os parlamentares do país suspendam seus salários durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) como forma de ajudar às finanças do governo nacional e regional.

"Nessa guerra contra o coronavírus, todos estão fazendo sacrifícios enormes. E deve valer também para a política: deputados e senadores suspendam seus salários. O Movimento 5 Estrelas já doou mais de 3 milhões de euros para a emergência. O bom exemplo vale mais do que muitas palavras", escreveu o ministro em seu Twitter.

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O M5S, inclusive, começou uma campanha com diversos de seus líderes pelo corte dos salários nas redes sociais. O chefe da sigla e vice-ministro do Interior, o senador Vito Crimi, usou sua página do Facebook para mandar uma mensagem aos colegas, pedindo para "cortar o nosso salário".

"E não apenas um mês, seria muito cômodo. Vamos cortar os salários de hoje até o fim da legislatura", propôs Crimi afirmando que a medida economizaria até 60 milhões de euros por mês aos cofres públicos. Quem também fez coro à medida foi o vice-ministro de Desenvolvimento Econômico, Stefano Buffagni. "Acredito que todos os parlamentares, que trabalharam menos, devem fazer sua parte.

Acredito que esse não é um gesto que resolverá o caixa do Estado, mas é um gesto de respeito por todos os italianos. Esperamos que a oposição, sem polêmicas, faça isso também", disse o representante do Movimento.

O líder do M5S no Senado, Gianluca Perilli, abraçou a ideia e disse que os parlamentares "precisam fazer a sua parte, não só com o trabalho incessante na Câmara e no Senado", mas com uma "contribuição concreta e muito útil". A Itália vive uma crise sem precedentes na saúde pública por conta do novo coronavírus e, desde o dia 10 de março, está em isolamento total para frear a disseminação da doença. Até este domingo (30), eram 97.689 pessoas contaminadas pela Covid-19 e 10.779 mortes.

Da Ansa

Parlamentares de partidos de direita e de centro criticaram a atitude do presidente Jair Bolsonaro neste domingo (15). Ele participou da manifestação pró-governo em Brasília e interagiu com manifestantes.

O líder do Solidariedade na Câmara, Zé Silva (MG), disse que "muito mais importante do que a gente fala é o que faz". A presidente da Comissão de Cidadania e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), também foi sucinta nas palavras. Ela disse apenas que deixa "a fotografia e história falarem por si".

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A líder do PSL na Câmara, ex-partido de Bolsonaro, Joice Hasselmann (SP), disse que a atitude de Bolsonaro é incompreensível. "Não dá pra entender o comportamento irracional do presidente", disse. "Ou é maluquice ou irresponsabilidade. Nem Freud explica", afirmou.

O líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), classificou o comportamento do presidente como o de um "bufão". "Uma palhaçada com uma coisa tão grave como essa", disse. Alencar, que é médico e ex-secretário de Saúde na Bahia, disse que irá encaminhar um pedido aos presidentes do Senado e da Câmara amanhã pedindo que os R$ 30 bilhões de emendas, os quais a gestão ainda é disputada entre Congresso e Executivo, sejam destinados à saúde para combater o avanço do coronavírus.

O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), também fez críticas. "Não ajuda neste momento que nós estamos vivendo tantos desafios", disse. O emedebista, no entanto, afirmou que a manifestação não altera a relação entre Executivo e Legislativo. "Ele (o presidente) tem um estilo. A essa altura, o Congresso já sabe o que esperar. Acho que não muda nada, não."

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), primeiro parlamentar do Brasil a contrair coronavírus, declarou que teve uma agenda cheia no Congresso antes de receber o diagnóstico. Ele esteve em audiências com senadores, se reuniu com ministros e participou da sessão que derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à ampliação do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Outros 498 parlamentares, sendo 439 deputados e 59 senadores, estavam na votação. 

“Eu abracei meio Congresso. Você entra lá vindo de uma viagem internacional e acaba abraçando os caras. A gente gosta deles. Eles gostam da gente. A gente abraça, pergunta como foi [a viagem]. Estive com Rodrigo Maia, com Davi Alcolumbre, com Paulo Guedes, com Mandetta, com Ramos, numa reunião em que falei que deveríamos tomar providências e ter disciplina. Não precisamos esperar morrer um para depois fazer o que tem que fazer”, afirmou Nelsinho Trad, referindo-se aos ministros da Economia, Saúde e Secretaria de Governo. 

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O senador afirma ainda que tem “certeza” de que sua contaminação pelo COVID-19 se deu no avião presidencial. Ele fez parte da comitiva de Jair Bolsonaro nos Estados Unidos e diz ter viajado sentado na poltrona à frente do secretário de comunicação da presidência, Fábio Wajngarten. Trad é presidente da Comissão de Relações Exteriores e presidiu a reunião da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (CPCMS) no Senado e esteve com o embaixador da Síria, Mohamad Khafif.

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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, brincou que a redução nas viagens de parlamentares devido ao novo coronavírus, como medida de prevenção, "vai economizar muita passagem" para os cofres públicos. Os deputados e senadores têm direito de voltar semanalmente para os seus Estados e são reembolsados por isso.

Durante participação na comissão geral no Congresso, que ocorre nesta quarta-feira (11), para discutir o coronavírus, Mandetta recomendou que os congressistas podem fazer reuniões por vídeos com prefeitos e outras autoridades de suas respectivas regiões. Ele contou que tem adotado medidas semelhantes.

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Pouco antes, ao abrir a sessão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que tomará medidas para restringir o acesso à Casa.

Medidas

Na reunião, Mandetta disse que a comissão terá que pensar em formas de disciplinar atestados médicos por faltas no trabalho para evitar que os pacientes com suspeita ou confirmação da doença tenham que voltar às unidades de saúde para pegar o documento. A ideia do ministro é facilitar o processo para evitar novos contágios.

Mandetta afirmou, ainda, que a sua maior preocupação é "superproteger" o grupo de maior risco, que são idosos e pessoas com doenças crônicas.

Deputados e senadores passaram a cobrar um posicionamento dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre os vídeos enviados por Jair Bolsonaro para contatos do WhatsApp em que convocam a população a sair às ruas, no dia 15 de março, em defesa do governo e contra o Congresso. O disparo das mensagens foi revelado pela colunista Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo. Maia, em viagem à Europa, e Alcolumbre, que passou o carnaval em Macapá, ainda não se manifestaram.

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), fez a cobrança pelo Twitter. "Mais de 10 horas das graves revelações feitas pela Vera Magalhães e ainda não houve manifestação dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. A democracia exige defesa e retaliação ao ocorrido", escreveu.

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Os atos foram convocados na semana passada, após articulação do Congresso para derrubar vetos de Bolsonaro ao projeto que obriga o Executivo a pagar todas as emendas parlamentares. O movimento é também em defesa do ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que fez críticas aos parlamentares.

Entre representantes do Centrão e da oposição, há quem aponte crime de responsabilidade do chefe do Planalto. Uma ação efetiva, porém, ainda depende de negociação com os líderes da Câmara e do Senado. "É uma decisão política, mas que o presidente está provocando uma situação de esgarçamento do tecido democrático para ampliar seus poderes, isto é inquestionável", afirmou o deputado Fábio Trad (PSD-MS) ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Nos bastidores, parlamentares avaliam ser necessário esperar um desgaste maior do governo antes de qualquer tentativa para reduzir o poder de Jair Bolsonaro. Uma ação como um pedido de impeachment poderia ser "um tiro no pé", capaz de fortalecer a imagem do presidente da República, dizem parlamentares reservadamente.

Derrubar todos os vetos de Bolsonaro ao projeto que amplia o orçamento impositivo entrou novamente no radar, mas a negociação ainda não avançou. "O presidente precisa ser chamado à responsabilidade institucional do cargo e a Câmara e o Senado devem deixar claro que não temem esses arroubos autoritários do presidente e da sua base. A resposta à quebra da institucionalidade deve ser dada dentro da institucionalidade", escreveu o deputado Marcelo Ramos (PL-AM) nas redes sociais.

A oposição na Câmara quer reunir Maia e Alcolumbre para discutir ações. No Senado, parlamentares contrários ao governo já falam em impeachment. "Os líderes das instituições democráticas precisam se posicionar de forma clara às inferências, se comprovadas, (do) presidente da República contra o Congresso. Como líder do PT no Senado estamos alinhados a todas as forças contra este crime de responsabilidade", escreveu o senador Rogério Carvalho (SE), nas redes sociais.

Ex-aliado e ex-correligionário de Bolsonaro, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) também atacou o presidente nas redes sociais. "Traidor da pátria é traidor da democracia. Vou defender o Congresso, vou defender a democracia que jurei defender. E não tenho medo de você, Bolsonaro. Vai ter que me prender e me matar. Mas vou estar ao lado da democracia."

Um grupo de deputados e senadores entrou com um pedido de impeachment no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro da Educação Abraham Weintraub, que está sendo denunciado por crime de responsabilidade. PT, Rede, MDB, PSDB, Cidadania e outros partidos encorpam o pedido. 

“Com isso, nós fizemos tudo o que estava ao nosso alcance e prezamos demais o apoio de cada um de vocês. Temos um abaixo assinado de apoio ao pedido de impeachment e eu peço que vocês assinem e divulguem o quanto antes e o quanto puderem", pede a deputada Tabata Amaral (PDT).

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Desde o início de sua gestão, Weintraub se envolve em polêmicas, sendo o erro no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) um dos piores vexames. Os parlamentares denunciam o ministro por quebra de decoro e pelo princípio da impessoalidade, já que em meio à crise do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Abraham atendeu ao pedido de um apoiador feito pelo Twitter pedindo para que a prova da sua filha fosse corrigida novamente. 

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O Ministério da Economia e a Secretaria de Governo da Presidência da República editaram nesta terça-feira, 4, a Portaria Interministerial nº 43 que flexibiliza o prazo para a indicação das emendas parlamentares individuais de execução obrigatória, as chamadas emendas impositivas. A Portaria está publicada em edição extra do Diário Oficial da União que circula nesta terça.

Hoje, termina o prazo para a indicação dos beneficiários das emendas e da ordem de prioridade do pagamento. Os parlamentares tinham solicitado um prazo maior, o que, de certa forma, é atendido pela portaria de hoje. Em ano de eleições municipais, a pressão por recursos nos redutos eleitorais aumenta e o Congresso quer garantir o repasse de recursos antes do pleito de outubro.

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Ao definir procedimentos e prazos para operacionalização das emendas impositivas, a Portaria Interministerial diz que os autores de emendas poderão ajustar as informações das indicações no período de 5 a 16 de fevereiro de 2020, para fins de saneamento preliminar de impedimentos de ordem técnica decorrentes da não indicação de beneficiário. Ou seja, os parlamentares ganharam um prazo a mais para fazer os ajustes e indicações.

Os parlamentares, porém, seguem com o risco de ficar sem a garantia dos repasses neste ano. Isso porque a portaria também diz, no artigo 13, que "a fim de manter a regularidade da execução orçamentária das emendas, os Órgãos Setoriais do SPOF deverão se abster de efetuar empenho em favor de beneficiário sem valor priorizado pelo respectivo autor". Com isso, o governo está deixando claro que não vai se comprometer com o pagamento se os congressistas não fizerem a indicação corretamente.

O ato publicado hoje diz ainda que os órgãos setoriais do Sistema de Planejamento e Orçamento Federal (SPOF) deverão analisar as propostas dos beneficiários indicados e cadastrarão os impedimentos de ordem técnica no módulo orçamento impositivo do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP) até 15 de maio de 2020. Caberá à Secretaria de Orçamento Federal consolidar divulgar as justificativas de impedimento de ordem técnica até 21 de maio de 2020. A Secretaria de Governo deverá comunicar aos autores das emendas individuais sobre esses impedimentos até 25 de maio de 2020.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, deverá ser alvo de artilharia de parlamentares de vários partidos na retomada dos trabalhos nesta segunda-feira (3). A crise provocada pelos erros nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) levou deputados da oposição a prepararem uma ofensiva contra o ministro. O objetivo é aumentar a pressão sobre o chefe da pasta.

Integrante da Comissão de Educação, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) já solicitou nova convocação do ministro para que ele apresente explicações "de forma técnica, transparente e detalhada" tanto sobre o erro quanto sobre as providências adotadas pelo ministério.

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O cronograma joga a favor de Weintraub. Os trabalhos legislativos serão reiniciados amanhã, mas as comissões temáticas, como a de educação, só voltam a se reunir no fim do mês. Para manter o tema em evidência, parlamentares da oposição não descartam tentar convocá-lo a depor no plenário ou pedir para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acelere a recomposição dos colegiados.

Na quinta-feira, 30, Maia atacou Weintraub publicamente ao dizer que o ministro atrapalha o Brasil e brinca com o futuro de crianças. Relator da comissão externa que produziu um diagnóstico das ações do MEC no ano passado, o deputado Felipe Rigoni (PSB-ES) avalia como necessária uma nova convocação de Weintraub. O Estado revelou, em novembro, que o trabalho apontou paralisia e ineficiência na pasta.

"Nosso papel agora é mostrar para a sociedade que é uma escolha do governo manter uma pessoa dessa qualidade na frente do seu ministério mais importante", afirmou o deputado.

O governista Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) avalia que a estratégia da oposição acabará por fortalecer o ministro. "Quanto mais o tom da classe política engrossar, mais o fortalece. O estilo do presidente é ao contrário da lógica", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Além de turbinarem o fundo eleitoral com mais R$ 1,8 bilhão, deputados e senadores terão outros R$ 5,2 bilhões para distribuírem em suas bases eleitorais no ano que vem. A proposta de Orçamento para o ano que vem feita pelo relator Domingos Neto (PSD-CE) prevê um acréscimo de R$ 7 bilhões. Esse dinheiro extra sairia de uma nova projeção de recursos que o governo tem a receber de dividendos de estatais.

A União usa dividendos de empresas como a Petrobras e o Banco do Brasil para compor o orçamento da máquina pública. Com a nova estimativa de ganhos, a projeção de receita passou de R$ 1,637 trilhão para R$ 1,644 trilhão. Parte dessa diferença foi remanejada para amppliar o fundo eleitoral para R$ 3,8 bilhões.

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Segundo Neto, os R$ 5,2 bilhões restantes serão direcionados pelos parlamentares para áreas como saúde, educação e infraestrutura.

Além de prever R$ 7 bilhões de dividendos de estatais a mais que a proposta original do governo, a proposta de Neto previu um corte de de R$ 1,7 bilhão no dinheiro reservado para 15 ministérios do governo federal.

"É um corte de remanejamento. Todos os anos, o Congresso faz um corte linear para criar folga no Orçamento para as bancadas poderem fazer suas indicações", disse Domingos Neto. Segundo ele, o dinheiro que saiu dos ministérios vai voltar para a sociedade "em forma de emendas". "Esse dinheiro não sumiu do Orçamento", afirmou. "O governo tem que entender que, agora, o orçamento é do Congresso e não do Planalto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a sede da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpria pena por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o Twitter brasileiro foi dominado por publicações que repercutem a liberdade do petista. Parlamentares da situação, de centro e da oposição também se engajaram no tema.

"A liberdade de Lula repara apenas parte da trama para tirá-lo do páreo em 2018. Condenado sem provas por um conluio, a justiça só será restabelecida com a anulação da sentença por parcialidade do juiz", escreveu o senador Renan Calheiros (MDB-AL), um dos parlamentares mais críticos da operação Lava Jato.

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A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também comemorou a saída do ex-presidente da prisão: "emoção por Lula, pela democracia e pelo Brasil. Gratidão pelas pessoas que ficaram em vigília cada dia desta injusta prisão. A verdade sobre o processo falso de Moro foi desmascarada pela #VazaJato por jornalistas livres. Temos um país pelo qual lutar. Um povo para amar".

Deputados da ala antipetista criticaram o ex-presidente e também o Supremo Tribunal Federal (STF). A liberdade a Lula foi concedida a partir da decisão do plenário da Corte, tomada nesta quinta-feira, 7, de que condenados pela Justiça só poder cumprir pena após seus processos transitarem em julgado, alterando a jurisprudência que levou Lula e outros condenados da Lava Jato à prisão.

"Lula sai da cadeia, discursa e ataca o que chama de 'lado podre' da PF, MPF, PF e judiciário, referindo-se à Lava Jato. É o coice na cara do brasileiro consumado. Valeu STF!", provocou a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). A deputada Dayane Pimentel (PSL-BA) disse que Lula terá de enfrentar "uma política com uma renovação estrondosa no Congresso Nacional" que mostrará a "Lula e sua corja o que é patriotismo e compromisso com a população: leis, manifestações, discursos, reflexões... Lula, você ouviu falar de nós, agora vai ter que nos enfrentar", publicou.

Kim Kataguiri (DEM-SP), criticou o PT pela militância contra o fim da prisão após condenação em segunda instância: "Cunha livre, Eduardo Azeredo livre e Sérgio Cabral livre. Parabéns, petistada, soltaram o ladrão de vocês (que não vai servir de nada porque está com os direitos políticos cassados) e ainda fizeram a alegria dos corruptos dos outros partidos. Golaço!"

Os deputados italianos votam nesta terça-feira (8) uma reforma constitucional para reduz em um terço o número de parlamentares, uma promessa eleitoral do Movimento 5 Estrelas, cujo objetivo é economizar 500 milhões de euros por legislatura.

Em virtude dessa reforma, antiga promessa do M5E, o número de eleitos passaria de 945 para 600. Atualmente, a Itália possui o segundo maior parlamento da Europa, atrás do Reino Unido (1.455 membros) e à frente da França (925).

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O número de deputados seria reduzido de 630 para 400, enquanto o número de senadores diminuiria de 315 para 200.

Luigi Di Maio, líder do M5E, tornou essa reforma uma condição para uma aliança com o Partido Democrata (PD, centro-esquerda) após a ruptura no início de agosto da coalizão governamental do M5E com a Liga (extrema direita) de Matteo Salvini.

Segundo o movimento, baseado na rejeição da "velha política", a redução no número de parlamentares deve gerar uma economia de cerca de 500 milhões de euros por legislatura (cinco anos na Itália). E permitir que ambas as câmeras trabalhem com mais eficiência.

Di Maio argumenta que esses fundos podem ser reinvestidos em escolas, hospitais e ajudar pessoas desfavorecidas.

Até agora, os social-democratas se opunham a essa reforma, mas finalmente concordaram em apoiá-la, estabelecendo certas condições, incluindo uma revisão da lei eleitoral para tentar frear a Liga, o primeiro partido da Itália com 32% de intenções de voto.

O antídoto para DP seria injetar uma boa dose de proporcionalidade.

A votação, marcada para esta terça-feira, é a quarta e última sobre este assunto. Como se trata de uma modificação da constituição, o Senado e a Câmara dos Deputados devem votar duas vezes o mesmo texto para que ele possa entrar em vigor.

A declaração do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que disse ter ido armado para uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2017, com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes, causou reação de deputados e senadores.

Em um evento no Rio nesta sexta-feira, 27, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) desabafou: "Hoje descobrimos que o procurador-geral queria matar ministro do Supremo. Quem vai querer investir num país desse?". O assunto também ocupou, na manhã dessa sexta, a lista dos tópicos mais comentados no Twitter.

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Nas redes, parlamentares falam de Janot e Gilmar Mendes, desde uma manifestação de solidariedade até anotações de que a fala do ex-procurador teria sido 'irresponsável'.

"Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele e depois me suicidar", afirmou o ex-PGR em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira, 26.

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) manifestou solidariedade a Janot e afirmou que Gilmar Mendes 'sempre teve pouco escrúpulo'.

Já o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) considerou as declarações do ex-PGR "irresponsáveis" e indicou que a declaração poderia influenciar outras pessoas. A deputada Erika Kokay (PT-DF) anotou: "É o império da barbárie".

 

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) pediu paz: "Quando o ódio dá lugar aos argumentos diante das divergências, chega a hora de repensar se o extremo é mesmo o melhor caminho a ser seguido. Por mais paz e por mais exemplos de engrandecimentos do ser humano."

Um grupo de senadores e deputados contrários ao projeto dos partidos, aprovado nesta quarta-feira (18) pela Câmara, pressiona o presidente Jair Bolsonaro para que ele vete a maior parte da medida. A ideia é que a caneta presidencial retome o texto costurado pelo Senado e mantenha apenas a brecha para aumentar o valor do fundo eleitoral, retirando as demais benesses, como as que podem facilitar a prática de caixa 2. O bloco é formado por parlamentares do Podemos, Novo, Cidadania e PSL, que juntos reúnem 80 deputados e 11 senadores.

A Câmara "resgatou" ontem dois pontos que, segundo analistas, podem facilitar a prática de caixa 2. Um deles é a anistia a multas por desaprovação de contas de campanha. O outro é o que permite que o pagamento de advogados não entre no limite de gastos de campanha e possa ser quitado por doações de pessoas físicas sem limite de valor.

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A ideia de formar um grupo para pressionar o presidente começou a ser gestada no fim da noite de ontem, enquanto a votação do projeto ainda estava em curso, pela presidente do Podemos, Renata Abreu (SP), que começou a convocar colegas para ir até Bolsonaro. "Já conversei com parlamentares de diversos partidos e vamos pedir o veto. Queremos deixar só o que foi aprovado no Senado", diz o líder do Podemos na Câmara, José Nelto (GO). "O principal é que os senadores tiraram a flexibilização que facilitava a prática do caixa 2".

Segundo Nelto, esse mesmo grupo quer evitar o aumento do fundo eleitoral na tramitação da Lei Orçamentária Anual. "Vamos tentar manter o mesmo valor de 2018", diz.

Entre as regras que beneficiam as legendas no projeto, estão ainda uma brecha para aumentar o valor destinado ao fundo eleitoral, a autorização para usar recursos públicos na construção de sede partidária, a contratação de advogados para defender filiados investigados, a volta do tempo de propaganda em rádio e TV e a permissão para que dinheiro do fundo eleitoral seja usado para pagar multas e impulsionar conteúdo na internet, o que hoje é proibido.

Para o líder do Novo, Marcel Van Hattem (RS), a decisão do Senado de rejeitar todas as alterações na lei de partidos políticos havia sido muito bem recebida pela sociedade. "A Câmara, infelizmente, acabou frustrando em grande parte a expectativa popular", afirma Van Hattem. "Esperamos que o presidente da República vete as alterações feitas na Câmara - até porque o próprio Bolsonaro sempre se manifestou contra a existência do fundo eleitoral, que não usou durante a sua campanha, e certamente é contra os demais usos do dinheiro público do fundo partidário propostos por esse projeto", diz.

O líder do Cidadania na Câmara, Daniel Coelho (PE), diz que a bancada irá se reunir para decidir se o partido vai até Bolsonaro ou não pedir os vetos, mas afirma que o partido é a favor da derrubada do projeto. "Eu, particularmente sou a favor do veto total, mas se manter o entendimento do Senado já resolve 90% do problema", afirma.

Sem fundo

José Nelto diz ainda que abrirá mão do uso do fundo eleitoral para suas futuras campanhas. Ontem, ele teve um embate com presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no plenário da Casa.

"Vou fazer uma pergunta ao deputado José Nelto, que está dizendo que eu não estou respeitando o Regimento Interno. Vossa Excelência, poderia dizer no microfone se o seu partido utilizará o recurso do fundo eleitoral no próximo ano, porque aí fica claro que a sua posição é contra a votação no dia de hoje. Fica transparente, democrático, e cada um assume a sua responsabilidade no dia de hoje", questionou Maia ontem no plenário. "Nós assumimos, eu assumo a minha responsabilidade de não usar, no ano que vem, o fundão eleitoral", respondeu o líder do Podemos.

Havia pressa para aprovação do projeto entre as lideranças da Câmara, porque, para que as novas regras possam valer já nas eleições municipais no ano que vem, a lei tem de ser publicada até, no máximo, um ano antes de 4 de outubro de 2020. O presidente Jair Bolsonaro tem até 15 dias úteis para sancionar o texto.

Em semana decisiva para a Reforma da Previdência, o presidente Jair Bolsonaro lançou a reedição de um programa de incentivo ao voluntariado e disse que o trabalho de agentes públicos é comparável ao de voluntários. Ele também afirmou que o voto de deputados e senadores é "muito importante" e deve "vir do coração".

"O momento que passamos aqui hoje, quando se fala em voluntariado, isso começa no nosso trabalho. E vocês sabem que o trabalho de vocês é importante, vocês são voluntários também, e o que vocês fazem nos seus respectivos ministérios de forma corajosa, altruísta... Vocês sabem que muita gente depende de vocês", disse.

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Ao citar deputados e senadores, Bolsonaro disse que o voto "sim ou não dos parlamentares é muito importante". "O voto de vocês deve vir do coração", declarou. Vamos juntos fazer um Brasil melhor porque todos somos voluntários."

Moro

Sem citar diretamente o ministro Sérgio Moro (Justiça) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro falou que "teve um homem lá atrás que teve muita coragem, primeiro quando decidiu pela condenação de um outro". "E esse mesmo homem renunciou a uma vida pregressa para continuar aqui e continuar fazendo mais. O ser humano não tem limites", discursou Bolsonaro.

No centro de uma polêmica por conta de supostos diálogos com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o ministro da Justiça ficará afastado do cargo na próxima semana "para tratar de assuntos particulares". A licença vai valer de 15 a 19 de julho e foi autorizada por despacho presidencial publicado ontem no Diário Oficial da União. A assessoria do ministério acrescentou que se trata de uma licença não remunerada prevista em lei.

Evento

Em moldes semelhantes ao do programa "Viva Voluntário", lançado no governo do ex-presidente Michel Temer, Bolsonaro participou hoje do lançamento do novo Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado: o Pátria Voluntária. A primeira-dama, Michelle, será a presidente do conselho, que também é composto por 12 ministros do governo. A mulher de Sergio Moro, Rosângela, está entre os 12 integrantes do Conselho que representam a sociedade civil, junto a nomes como o da cantora Elba Ramalho.

A bancada do PT na Câmara protocolou nesta terça-feira, 9, uma representação junto à Procuradoria-Geral da República para cobrar a investigação da suposta compra de votos por meio de liberação de emendas ao Orçamento para garantir votos a favor da aprovação da reforma da Previdência. A representação pede que se investigue o presidente Jair Bolsonaro e os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Economia, Paulo Guedes.

A iniciativa surgiu após denúncias de que o governo havia prometido liberar R$ 40 milhões em emendas para cada deputado que votar a favor da proposta. O documento cobra da PGR o acompanhamento da execução orçamentária e a liberação de emendas para identificar eventuais ilícitos civil, administrativo, penal ou crime de responsabilidade.

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Na representação, o partido afirma que a liberação de emendas apenas para os que apoiarão a reforma dá uma vantagem a esses deputados em suas bases eleitorais, o que poderia interferir na campanha municipal de 2020. "A liberação de recurso visando fazer com que os beneficiários (parlamentares e correligionários) cheguem ao pleito municipal em condições mais vantajosas, em detrimento dos demais candidatos, configura, desde logo, grave abuso do poder político e financeiro (às custas do erário), devendo ser obstado imediatamente, para que o próprio sistema democrático e a lisura do pleito não sejam antecipadamente comprometidos", diz o texto.

O governo de Jair Bolsonaro liberou R$ 1,13 bilhão em emendas parlamentares voltadas para a área da saúde. A decisão está formalizada em 37 portarias editadas na segunda-feira, 8, à noite em duas edições extraordinárias do Diário Oficial da União (DOU) publicadas com data da segunda-feira.

A liberação dos recursos ocorre na semana em que o governo trabalha na conquista de votos de deputados pela aprovação da reforma da Previdência na Câmara. O processo de votação da proposta deverá ser iniciado ainda nesta terça e se estender até o fim da semana.

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Levantamento da ONG Contas Abertas, divulgado pelo jornal O Globo, mostra que, nos primeiros cinco dias de julho, o governo empenhou R$ 2,5 bilhões de emendas parlamentares. A reportagem não detalha se nesse montante está incluído o valor da liberação da saúde.

Além dos valores, as portarias indicam municípios de vários Estados que estão habilitados a receber os recursos das emendas, que, segundo o ato, serão aplicados para "incremento temporário do Limite Financeiro da Assistência de Média e Alta Complexidade (MAC)".

Uma sala de guerra para defender a Previdência, um estúdio de TV no gabinete para transmissões ao vivo em mais de 30 canais nas redes sociais, uma fábrica de 'meme' pronta para viralizar um discurso ou um bate-boca. A renovação política impôs uma nova maneira de deputados e senadores se comunicarem no Congresso.

O objetivo é o mesmo: vencer a guerra da narrativa política na internet. Dos R$ 10 milhões usados desde fevereiro pelos 513 deputados de suas cotas parlamentares para divulgação de atividades, metade foi colocada em empresas ligadas à comunicação digital.

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Uma das principais investidas no mundo virtual é o gabinete de inteligência da Previdência, que foi montado pelo governo no Parlamento. Em uma sala da liderança do Congresso, cinco técnicos do Ministério da Economia e uma especialista em comunicação acompanham, em tempo real, as discussões nas comissões e nos plenários na Casa, tentando captar temas que têm potencial de gerar debate nas redes. No fim do dia, o que se quer é ganhar a "guerra de versões", se a Previdência é boa ou ruim.

Um tópico recorrente nas discussões monitoradas pelo grupo, por exemplo, é a proposta de capitalização da Previdência. O governo quer um sistema que funciona como um tipo de poupança, na qual o trabalhador terá de economizar para garantir sua própria aposentadoria no futuro. Grupos contrários à proposta costumam utilizar o modelo chileno como exemplo para desqualificar a ideia.

Durante a sua participação na Comissão Especial da Reforma da Previdência da Câmara, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi confrontado sobre o tema. O deputado José Guimarães (PT-CE) declarou: "o Chile é hoje um país com uma legião de idosos pobres, é o país onde mais se comete suicídio." Foi o momento de o time virtual agir. Em pouco menos de uma hora, governistas já tinham às mãos estatísticas, dados, banners e imagens para divulgar em suas redes sociais e grupos de WhatsApp.

"A ideia é melhorar a comunicação. Quanto mais rápida e direta a resposta, menos impacto negativo teremos lá na frente", afirmou David Rebelo Athayde, coordenador geral de Economia e Justiça do Ministério da Economia, deslocado para atuar na equipe do gabinete de inteligência da Previdência.

Selfie

No Congresso Nacional, os celulares em punho se tornaram onipresentes, com parlamentares filmando discursos no plenário, registrando atos ou transmitindo entrevistas ao vivo. As fotos e vídeos vão direto para as redes sociais e para grupos de WhatsApp ligados aos parlamentares.

"É direto e rápido. Não tem mais intermediário", afirmou o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que conta com uma estrutura de 12 pessoas - sendo três nomeadas em seu gabinete - divididas em Brasília, Goiana e Rio de Janeiro para produzir conteúdos e alimentar 30 perfis do apresentador nas redes. No gabinete, ele grava cinco vídeos por dia em um estúdio montado com chroma-key e um mini camarim.

Em sua primeira votação na Casa, durante a escolha do presidente do Senado, em fevereiro, Kajuru propôs uma enquete a seus seguidores para decidir como votar. Após duas rodadas de questionamentos, optou pelo nome de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para o posto.

Até mesmo reuniões a portas fechadas vão parar nas redes sociais, como foi o caso do encontro entre o presidente Jair Bolsonaro e deputados na entrega do pacote de mudanças no Código de Trânsito. Na última quarta-feira, Bolsonaro foi recebido no gabinete do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A imprensa não teve o acesso liberado, mas tudo o que se passava lá dentro pôde ser acompanhado ao vivo pelas páginas de alguns deputados, que filmavam o encontro e transmitiam em tempo real.

Redes

O uso das redes sociais como canal de interação com os eleitores ganhou outras proporções na atual legislatura - boa parte eleita mais com a ajuda das novas mídias e menos por meio de solas de sapato gastas nas tradicionais rodas políticas ou visitas a bases eleitorais.

Nascidos políticos nas redes sociais, jovens parlamentares como Tabata Amaral (PDT-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP) e Marcel Van Hattem (Novo-RS) mantêm ativos seus berços virtuais. A deputada paulista tem uma equipe de comunicação composta por três pessoas que cuidam das redes. A prioridade é produzir formatos simples que agreguem conteúdo. Tabata gasta R$ 15 mil por mês da verba de gabinete com uma consultoria digital que apoia seu posicionamento estratégico, produção de conteúdo, monitoramento e trabalho de inteligência em redes, além de assessoria de imprensa.

Van Hattem tem um assessor de imprensa e editor de vídeo, que também filma e fotografa, para cuidar das redes. O líder do Novo abusa de produções curtas, editadas, com potencial de viralizar. Com dois funcionários formados em design gráfico, Kim Kataguiri (DEM-SP) tem um departamento de memes. A principal função da dupla é "monitorar" a atuação do parlamentar do DEM a fim de criar publicações em vídeo e imagens para as redes sociais.

Há duas semanas, uma cena chamou a atenção no Plenário da Câmara. Na votação da reestruturação ministerial do governo Bolsonaro, com plenário lotado, fotógrafos flagraram dezenas de deputados, a maioria do PSL, fazendo selfies e 'lives' durante a discussão da medida provisória que redefiniu o desenho da Esplanada dos Ministérios, reduzindo de 29 para 22 pastas.

No redesenho da MP, o governo sofreu uma derrota simbólica: os deputados tiraram o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do comando do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Para os parlamentares da base do governo, no entanto, o mais importante naquele momento era justificar o resultado da votação 'para fora'.

"Tenho que responder aos meus eleitores, não para aqui", afirmou o coronel Tadeu, que admite ser mais importante estar nas redes do que debater no Congresso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O compromisso do presidente Jair Bolsonaro de indicar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para a próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF) "abriu a guarda" para uma nova série de ataques a Moro no Congresso. Na avaliação de parlamentares ouvidos pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Bolsonaro expôs o ministro antecipadamente e aumentou o desgaste que Moro vem enfrentando na Câmara e no Senado.

Pelas regras atuais, Bolsonaro terá de indicar um nome para o STF em novembro do ano que vem, quando o ministro Celso de Mello completa 75 anos de idade e deverá se aposentar compulsoriamente. A promessa de indicar Moro foi revelada por Bolsonaro em entrevista no domingo, 12. A indicação precisa passar pelo Senado antes de ser confirmada.

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Para o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), Jair Bolsonaro "queimou a largada". "A minha avaliação é que ele queimou a largada simplesmente porque todos nós sabemos que a pessoa com maior capacidade, tanto jurídica quanto moral, para ter essa indicação é o Sergio Moro", disse Olimpio. "Acabou sendo contraproducente. O meu amigo Bolsonaro, no afã de valorizar o Sergio Moro, acabou o expondo, nesse momento, desnecessariamente", afirmou o líder do partido do presidente no Senado.

Olimpio afirmou ainda que a fala de Bolsonaro foi um gesto de afago ao ministro após a comissão de deputados e senadores que analisou a reforma administrativa do governo votar para tirar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) da Justiça e Segurança Pública e transferir o órgão para o Ministério da Economia.

"Eu tenho certeza que a intenção do presidente foi valorizar o Sergio Moro do tamanho que ele merece ser valorizado principalmente em uma semana de revés que não foi o Moro que teve, foi o Brasil", declarou Olimpio, sobre a votação que mudou o Coaf de pasta e restringiu o poder de investigação dos auditores da Receita Federal.

Na avaliação do líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), é "estranho" Bolsonaro ter antecipado a intenção de indicar Moro a mais de um ano do tempo para a nomeação. "É fato que o anúncio desse compromisso com tanta antecipação o colocará exposto durante esse período", afirmou o emedebista. "O que chama a atenção foi ele ter sido nomeado como ministro da Justiça diante de um compromisso anterior de ser ministro do Supremo", emendou.

A exposição, na opinião desses líderes, ainda não desgastaria Moro a ponto de o ministro não ter votos suficientes no Senado para ser confirmado para a vaga. "Não há menor preocupação", disse Olimpio. Eduardo Braga, por sua vez, lembrou que nenhum nome foi recusado na Casa após a indicação de um presidente da República. "Ultimamente tudo tem acontecido pela primeira vez, mas não creio que seja o caso", comentou o líder do MDB.

PEC da Bengala

No Congresso, a oposição articula incluir dentro da reforma da Previdência uma cláusula que aumenta o "tempo de serviço" do Judiciário, alterando a chamada "PEC da bengala". Na prática, a idade de aposentadoria compulsória subiria de 75 para 80 anos, impedindo Bolsonaro de fazer indicações para o STF durante o mandato.

Dois líderes do Centrão, bloco que reúne PP, DEM, PR, PRB e Solidariedade, relataram terem sido procurados por deputados do PT para anunciar a nova estratégia de ataque a Moro. Os líderes informaram que iam se ausentar deste debate por enquanto. "Ia parecer retaliação. E é", afirmou um deputado do PP.

Se aprovada, a medida pode estender a permanência dos ministros do Supremo Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. Os dois são os únicos que terão que deixar o cargo compulsoriamente por conta do limite de idade durante o governo Bolsonaro, abrindo uma vaga a Moro. "Na hora que o cara vira candidato, se ele tinha 100% já perdeu um porcentual porque adversários à mesma vaga com influência política vão começar a tentar diminuir a imagem dele (de Moro) no afã natural de lutar pela vaga", disse o senador Major Olimpio.

Na Câmara, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) tenta colher assinaturas para uma PEC que propõe o inverso do articulado pela oposição. A parlamentar do partido de Bolsonaro quer reduzir para 70 anos a idade de aposentadoria compulsória dos ministros da corte. Ela já diz ter mais de 100 das 181 assinaturas de deputados e 27 de senadores necessárias para prosseguir com a proposta.

Parlamentares fizeram, nesta terça-feira, 7, manifestações de apoio ao assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, após críticas que o general e outros militares do Palácio do Planalto têm recebido do escritor Olavo de Carvalho, apontado como um guru do presidente Jair Bolsonaro.

Nas declarações de parlamentares, tanto na Câmara quanto no Senado, o discurso majoritário foi que as declarações de Olavo de Carvalho causam obstáculos ao governo e à discussão de temas relevantes no Congresso Nacional. "O Olavo de Carvalho vive nos EUA e acaba atrapalhando as pessoas que querem ajudar o Brasil com seus comentários e suas colocações. Chegamos a um momento que o Brasil precisa de pessoas para ajudar a construir", escreveu no Twitter o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que defendeu o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Alberto Santos Cruz, outro militar alvo das críticas de Carvalho. "É um homem que tem ajudado o Brasil, o governo, o presidente Bolsonaro e tem ajudado muito na articulação política. Em relação ao Olavo de Carvalho, ele não está ajudando o Brasil."

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No plenário do Senado, parlamentares pediram a palavra para criticar Olavo e defender a ala militar do Planalto. "Chega de achincalhe, chega de deboche, chega de palavras pequenas, chega de xingamentos. Se não quer ajudar a carregar o piano, pelo menos saia de cima e pare de fazer peso", disse o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), citando o escritor.

Declarações no mesmo sentido também vieram da oposição. O líder da minoria na Casa, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), manifestou solidariedade a Villas Bôas e aos militares "que têm sido ofendidos, agredidos pelo ideólogo central deste governo".

Na Câmara, a bancada do MDB emitiu uma nota para manifestar desagravo ao ex-comandante do Exército afirmando que, sob o comando dele, o Brasil realizou uma eleição pacífica em 2018. "É por esse motivo que devemos, sempre que possível, ouvir sua voz. Ela é, indubitavelmente, a voz de um democrata", diz a nota.

A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), não quis defender ou criticar algum dos dois lados. "Eu não falo sobre isso. O Olavo é meu amigo, os militares são meus amigos. Acho que ambos são importantíssimos", disse Joice, se afastando de comentar se havia desgaste com os embates. "Não é problema da líder do governo no Congresso, eu não me meto em questões que envolvam disputa de tuíte pra lá ou pra cá", afirmou a líder, emendando ser favorável à "pacificação nacional".

O Congresso gastou nos últimos dez anos R$ 2,8 bilhões para ressarcir deputados e senadores por despesas como alimentação, combustível, fretamento de aeronaves, hospedagem e passagem aérea. Até hoje sem mecanismo para checar se o serviço descrito na nota fiscal foi de fato prestado, o chamado cotão parlamentar da Câmara completa dez anos de sua criação no mês de maio.

O ato que criou o cotão na Câmara foi assinado pelo então deputado Michel Temer como reação ao escândalo conhecido como "farra das passagens", que revelou o uso descontrolado de verba para comprar voos nacionais e internacionais até mesmo para parentes. O esquema, que perdurou de 2007 a 2009, resultou no oferecimento de denúncia contra 443 ex-deputados. Além desses, outros nove inquéritos civis foram abertos por uso irregular da cota ao longo dos dez últimos anos. Nenhum caso foi punido até hoje pelo Congresso ou pela Justiça.

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Um levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo revela que até hoje foram reembolsados R$ 2,5 bilhões em despesas de deputados. No Senado, o cotão foi criado em 2011 pelo então senador José Sarney (MDB). O acumulado desde 2009 mostra que os senadores geraram despesas no valor de R$ 300 milhões.

As passagens aéreas seguem no topo do ranking dos pedidos de ressarcimento atendidos pelos deputados. Em dez anos, os deputados receberam da Casa R$ 489 milhões para fazer face a essa despesa. Apesar do volume de recursos, a assessoria da Câmara informou que na década houve redução de 20% da despesa. No Senado, o reembolso com passagens em dez anos soma R$ 50 milhões em valores corrigidos. Também é a maior despesa.

O segundo maior gasto na Câmara é com a divulgação da atividade dos deputados, que custou R$ 410 milhões. Os deputados ainda pediram e receberam ressarcimento de R$ 180 milhões para cobrir despesas com consultorias, pesquisas e trabalhos técnicos e outros R$ 170 milhões para combustível. No Senado, as categorias de gastos não são individualizadas. É possível saber que foram reembolsados R$ 61 milhões para despesas com locomoção, hospedagem, alimentação, combustível e lubrificante.

Bolso

 

Como se trata de reembolso, na maioria dos casos, os congressistas fazem o pagamento do próprio bolso e recebem o dinheiro de volta mediante apresentação da nota fiscal. Com salário de R$ 33,7 mil, cada parlamentar tem direito a cota que varia, a depender da distância do domicílio, de R$ 30 mil a R$ 45 mil, no caso da Câmara, e de R$ 21 mil a R$ 41 mil no caso do Senado. Em algumas despesas há um teto. Os deputados podem pedir reembolso mensal de R$ 12 mil para aluguel de carro e R$ 6 mil para combustível, por exemplo.

Uma vez autorizados, os pagamentos não passam por uma análise para comprovar a prestação do serviço. Considera-se que há presunção de boa-fé dos congressistas. Eventuais irregularidades que vierem a público são de responsabilidade do próprio parlamentar. O confronto de notas costuma gerar dúvidas sobre as prestações de serviços. Entre 2012 e 2013, os então deputados Henrique Eduardo Alves (MDB-RN) e Lúcio Vieira Lima (MDB-BA) alugaram carros de uma empresa que não tinha nenhum veículo. Os órgãos de controle concluíram que não era possível comprovar a denúncia passados cinco anos.

Em relatório inédito do Tribunal de Contas da União (TCU) obtido pelo Estado, auditores apontam que a Câmara e o Senado em geral "isentam-se de quaisquer responsabilidades pelo conteúdo, licitude ou legitimidade dos gastos", e a realidade é que as cotas podem ser usadas de maneira ilícita. O processo aberto para apurar irregularidades no cotão está na pauta da próxima terça-feira. "Os parlamentares aproveitam-se da natureza dos controles e das regras flexíveis e apresentam notas com gastos ilegítimos", diz o relatório. "Cabe repensar a própria necessidade de existência das cotas parlamentares", conclui.

O diretor-geral da Câmara dos Deputados, Sérgio Sampaio, disse que é inviável verificar serviços pagos pelos 513 deputados em milhares de municípios. Ele afirmou que a Câmara trabalha para tornar automático o armazenamento digital de notas. A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, afirmou que a área administrativa não tem competência para realizar a fiscalização após realizado o reembolso das cotas. "A maior fiscalização é o cidadão." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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