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Um dos integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, declarou que é necessário melhorar o ambiente jurídico onde se tramita ações contra os “poderosos”. Ele participou, nessa sexta-feira (12), do I Congresso Internacional de Direito Penal e Processo Penal promovido pela UNINASSAU.

Carlos Fernando chegou a dizer que criminoso poderoso nunca é punido. “É preciso melhorar o ambiente jurídico onde se tramita ações contra poderosos porque nós somos muito bons para encarcerar os pobres. Está aí as nossas prisões demonstrando isso. Entretanto, quantos desses estão encarcerados hoje são poderosos? Quantas dessas ações contra poderosos foram julgados? Quantas foram executadas e essa pessoa foi para a penitenciária?”, indagou. 

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Ele também afirmou que o poder político do Brasil se baseia em dinheiro. “Nos deparamos com essa realidade. O poder político do Brasil se baseia em dinheiro. Nossas eleições são caras demais. Nosso sistema político é pulverizado em dezenas de partidos que não tem nenhuma outra função se não fazer dinheiro. Fazer tempo na televisão, fazer coligações e vendê-las e [isso] custa caro”, disparou. 

O procurador disse que apesar da Lava Jato ser um sucesso, “não é uma investigação simples de corrupção” e que é preciso buscar algo além da Lava Jato. “Doações oficiais são insuficientes. Então, todos, todos, todos, não há exceção se socorre a métodos ilegais. Um ou outro talvez estenda sua própria fortuna para tentar se eleger, mas a regra o dinheiro vem de algum doador legal ou ilegal e alguma coisa quer em troca ou alguma coisa havia prometido. Vimos isso na Petrobras. Exatamente isso que descobrimos. Essa é a nossa realidade e ela hoje faz pensar que nós temos que buscar alguma coisa além da Lava Jato”.  

“Nós precisamos de um país mais justo, de uma Justiça mais célere e também reformar o sistema político, diminuir o preço da eleição e número de partidos. Talvez, aí, nós possamos ter um ambiente melhor. As próximas eleições vão ser baratas porque todos estão com medo, mas daqui a quatro anos, se nada mudar tudo voltará a ser exatamente como antes porque a necessidade vai fazer com que inventem novos meios de corromper aos agentes públicos”, alertou, acrescentando.

O deputado Jean Wyllys (Psol) utilizou sua rede social, nesta sexta-feira (5), para falar sobre as prisões brasileiras. O parlamentar afirmou que, em 20 anos, a população carcerária do país cresceu mais de 450% sendo, segundo ele, a quarta maior do mundo. Wyllys também disse que a maioria deles são "jovens, pobres e pretos".

"A maioria desses presos são jovens, pobres e pretos, quase a metade são presos provisórios e ao menos um de cada quatro está na prisão por infração à legislação sobre drogas", escreveu.

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O parlamentar também contou que, pressionada pela comunidade internacional, o presidente Michel Temer (PMDB) prometeu para a ONU reduzir, até 2019, o número de encarceramentos em 10%. “Só não esclareceu como. Por enquanto, a única forma de redução da população carcerária que esse governo permitiu é através de chacinas nos presídios”, disparou.

Jean ainda declarou que Temer precisa se abrir sobre o debate da legalização das drogas. "E mudar as políticas econômicas e sociais que aumentam a desigualdade, a exclusão e a violência. Aliás, o governo golpista poderia começar colocando sua base reacionária e conservadora para votar projetos de lei excelentes nesse sentido que já tramitam no parlamento, inclusive alguns de minha autoria. Se não, a promessa na ONU não passará disso: mais uma promessa que o Brasil será incapaz de cumprir", enfatizou.

Em uma outra publicação, o deputado defendeu mais uma vez a regulamentação do comércio da maconha "para fins medicinais e recreativos". "O tráfico, que é diferente da ação de quadrilhas do crime organizado, é um crime sem vítima. Ninguém está se sentindo lesado na cadeia de compra e venda, logo não faz sentido para mim alocar recursos públicos em uma guerra racista que mata anualmente mais de 30 mil jovens e não detém a circulação das substâncias. É muito melhor que estes recursos sejam investidos na educação, no transporte ou na ciência", argumentou.

"Eu nasci em uma das incontáveis periferias pobres do Brasil onde a única face presente do estado é a polícia. Meu pai era um homem negro e alcoólatra. Mas eu tenho a certeza que não o perdi para droga – legal – que fazia uso. Eu o perdi para pobreza. E essa noção não é só minha, é coletiva. As pessoas marcharão pela legalização nesse primeiro sábado de maio", contou o psolista.

A chamada "Lavanderia do papa Francisco" abriu as portas nesta segunda-feira em Roma para que indigentes e pessoas sem teto possam lavar e passar suas roupas e mantas, anunciou o Vaticano.

A lavanderia, administrada por voluntários, encontra-se em uma das sedes da organização católica Comunidade de Sant'Egídio, no bairro de Trastevere, em Roma. Com esta contribuição, o papa apoia pessoalmente ações da comunidade católica, que há anos ajuda os pobres da capital italiana.

A lavanderia contará com seis máquinas de lavar e de secar de "última geração", assim como com ferros de passar, doados por uma marca de eletrodomésticos.

Trata-se de um novo serviço para os pobres da capital, ao lado do serviço de chuveiros, cabeleireiro, vestuário, centro médico e um ponto de distribuição de artigos de primeira necessidade, que o papa argentino apoia pessoalmente como gesto de caridade.

Este novo serviço ajuda a "dar dignidade a tantas pessoas que são nossos irmãos e irmãs", explicou a Esmolaria Apostólica.

Logo após a cerimônia de canonização, neste domingo (4), da missionária Madre Teresa de Calcutá, que dedicou sua vida aos pobres, o papa Francisco convidou 1,5 mil pessoas de baixa renda e moradores de rua para almoçar pizza napolitana no Vaticano. De acordo com o representante da Santa Sé monsenhor Konrad Krajewski, o almoço ocorreu na Sala Paulo VI, no Vaticano. Os convidados eram, principalmente, pobres que vivem em dormitórios de abrigos na Itália da ordem fundada por Madre Teresa de Calcutá. As informações são da Agência Ansa.

Eles viajaram em ônibus durante a madrugada para assistir à cerimônia de canonização de Madre Teresa, que reuniu 120 mil pessoas na Praça São Pedro. O almoço foi servido por 250 freiras e 50 monges, além de voluntários. A pizza foi preparada por um restaurante típico napolitano por uma equipe de 20 pessoas. O estabelecimento se comprometeu a oferecer gratuitamente uma refeição por mês às pessoas atendidas pelos centros de Madre Teresa de Calcutá na Itália.

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Ao todo, foram entregues 3 mil pizzas napolitanas e 2,5 mil sfogliatelle, doce tradicional do Sul da Itália, feito com massa folhada.

Religiosa que dedicou a vida aos pobres e deserdados, madre Teresa de Calcutá será canonizada neste domingo (4) em cerimônia solene pelo Papa Francisco, que a considera um exemplo de solidariedade e entrega, assim como de tenacidade e pragmatismo.

Sempre com um sári de algodão branco com um bordado azul, a madre Teresa foi, durante a segunda metade do século XX, o símbolo da defensa incansável dos pobres. Vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1979, ela será declarada santa 19 anos após sua morte.

A canonização, possível graças a um segundo milagre, registrado no Brasil - uma cura inexplicável -, acontece justamente no ano dedicado pelo pontífice à misericórdia, com um jubileu extraordinário.

Nascida em 26 de agosto de 1910 em uma família albanesa em Skopje, capital da atual república da Macedônia, que na época pertencia à Albânia, Gonxhe Agnes Bojaxhiu entrou em 1928 para a ordem religiosa Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, que tem sede na Irlanda, e passou a usar o nome Teresa em homenagem a Santa Teresa de Lisieux.

Enviada a Calcutá, na Índia, foi professora durante muitos anos em uma escola para meninas de classe alta, antes de receber o "chamado dos chamados", ou seja, a vocação de servir a Deus através dos pobres.

O arcebispo de Calcutá na época, Fernando Periers, se negava a permitir que saísse de sua ordem, alegando que ela era muito jovem para o trabalho, apesar dos 37 anos, e a chamava de "novata incapaz de iluminar corretamente uma vela".

Mas ela conseguiu o apoio dos superiores e inclusive do papa Pio XII. No início de 1948 se mudou para os bairros pobres de Calcutá, onde suas ex-alunas se tornaram, a seu lado, as primeiras Missionárias da Caridade.

Em 1952, ao observar uma mulher agonizante, abandonada na rua e com os pés atacados por ratos, ela sentiu uma profunda comoção e decidiu assumir uma nova tarefa: ajudar os mais pobres entre os pobres.

Depois de procurar com insistência as autoridades da cidade, conseguiu a concessão de uma antigo edifício para dar abrigo às pessoas que sofriam de tuberculose, disenteria e tétano, ou seja, as pessoas que nem os hospitais queriam atender.

Dezenas de milhares de necessitados passaram pelo "hospício" e muitos encontraram uma morte digna, sempre em respeito a sua própria religião, e outros se recuperaram graças aos cuidados das freiras.

Em Calcutá, Madre Teresa abriu também um orfanato, Sishu Bhavan, e um centro para leprosos, o Shantinagar, onde atualmente são produzidos os sáris brancos com bordado azul utilizados pelas 4.500 Missionárias da Caridade espalhadas em mais de 100 países.

- Vida austera -

Na sede da congregação, em Calcutá, em uma avenida da megalópole indiana, Madre Teresa, famosa e premiada em todo o planeta por seu trabalho, levou uma vida austera e trabalhou sem descanso.

Ela faleceu no local em 5 de setembro de 1997, aos 87 anos, e seu túmulo está sempre coberto de pétalas de flores como forma de homenagem. Uma vez ela perguntou ao papa João XXIII se as riquezas do Vaticano poderiam ser utilizadas para os pobres.

O papa então doou um Rolls Royce, que ela vendeu rapidamente por um bom preço em um leilão. Durante o papado de Paulo VI, a congregação se espalhou pelo mundo e chegou a fundar casas na América Latina.

O papa João Paulo II reconheceu publicamente sua admiração pela freira. Na década de 1980, abençoou a pedra fundamental da casa que ela abriu em Roma para abrigar moradores de rua. O papa Francisco, que a conheceu em 1994, admitiu que ficou impressionado com seu caráter forte, que teria provocado "medo" se fosse o seu superior.

A madre Teresa afirmava que sua contribuição era apenas uma "gota em um oceano de sofrimentos, mas que, se não existisse, esta gota faria falta ao mar". Os críticos a acusavam de receber presentes sem questionar a procedência e de ter sido uma opositora fervorosa do aborto e da pílula anticoncepcional, assim como de utilizar seu prestígio para denunciar em todo o mundo tais práticas.

Durante o processo de beatificação, foi descoberto que ela sofria crises religiosas e chegava a questionar a existência de Deus. "Nunca vi uma porta ser fechada para mim. Acredito que isso acontece porque veem que não vou pedir, e sim dar. Hoje em dia está na moda falar dos pobres. Infelizmente não está na moda falar aos pobres", afirmou uma vez.

Após sua morte, o governo indiano organizou um funeral de Estado e o caixão foi transportado por grande parte da cidade na mesma carruagem que transportou o caixão de Mahatma Gandhi.

O Papa Francisco recebeu nesta segunda-feira (29) o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, e sua mulher, Priscilla Chan, para falar sobre como ajudar os mais pobres, anunciou o Vaticano em um comunicado.

Os três conversaram sobre como utilizar as tecnologias de comunicação para paliar a pobreza, estimular a cultura do encontro, fazer chegar uma mensagem de esperança, principalmente as pessoas mais desfavorecidas, segundo o comunicado emitido.

Mark Zuckerberg também realizará uma conferência em uma importante universidade romana e se reunir com o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi. Em janeiro, o papa já se reuniu com outra grande nome das novas tecnologias, o CEO da Apple, Tim Cook, e com o presidente executivo do Google, Eric Schmidt.

Na mensagem por ocasião do Dia Mundial das Comunicações Sociais, o papa defendeu um "bom uso da comunicação, que ajude a sair dos círculos viciosos das condenações e das vinganças".

Vinte milhões de pobres de Bangladesh continuam bebendo água contaminada com arsênico duas décadas depois da detecção da presença da substância, afirma a ONG Human Rights Watch (HRW) em novo relatório.

"Bangladesh não está adotando os passos básicos e óbvios para retirar o arsênico da água potável de milhares de pbres nas zonas rurais", disse à AFP o investigador da HRW Richard Pearshouse. "A situação é quase tão ruim como há 15 anos", lamentou.

A HRW calcula que a água contaminada mata a cada ano 43.000 pessoas, em sua maioria nas zonas rurais. A contaminação começou nos anos 1970, quando o governo perfurou milhões de poços para proporcionar água aos habitantes de zonas rurais sem levar em consideração que estava contaminada com arsênico de maneira natural.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a contaminação da água em Bangladesh como "o caso de envenenamento em massa de população mais importante da história".

A exposição crônica ao arsênico está relacionada com cânceres de fígado, bexiga e pele, assim como doenças cardíacas. A HRW recorda que muitos bengaleses não têm acesso a atendimento médico.

Madre Teresa de Calcutá, a religiosa que dedicou a vida a serviço dos pobres, será canonizada em 2016 pelo papa Francisco, que a considera um exemplo de solidariedade e de entrega, mas também de tenacidade e pragmatismo.

Sempre trajando seu sári de algodão branco com bordado azul, Madre Teresa foi, durante a segunda metade do século XX, o símbolo da defesa incansável dos pobres. Agraciada com o Prêmio Nobel da Paz em 1979, Madre Teresa será declarada santa 19 anos após sua morte, em 1997. A canonização, obtida graças a um segundo milagre registrado no Brasil - uma cura inexplicável -, será celebrada justamente no ano dedicado à Misericórdia pelo papa argentino, com um Jubileu Extraordinário.

Nascida em 26 de agosto de 1910 em uma família albanesa em Skopje, capital da atual república da Macedônia, que pertencia à então Albânia, Gonxhe Agnes Bojaxhiu entrou em 1928 para a ordem Irmãs da Nossa Senhora de Loreto, com sede na Irlanda, e tomou o nome de Teresa em homenagem à Santa Teresa de Lisieux. Enviada a Calcutá, na Índia, lecionou ali durante vários anos em uma escola para meninas da classe alta, antes de receber o "chamado dos chamados", ou seja, a vocação de servir a Deus por intermédio dos pobres.

O arcebispo de Calcutá neste momento, Fernando Periers, recusava-se a deixá-la sair de sua ordem. Afirmava que ela era jovem demais para este trabalho, apesar de ter 37 anos, tachando-a de "novata incapaz de acender corretamente uma vela". Mas ela conseguiu o apoio de seus superiores e, inclusive, do papa Pio XII. No começo de 1948, foi viver nos bairros pobres de Calcutá, onde suas ex-alunas se tornaram, ao lado dela, as primeiras Missionárias da Caridade.

Em 1952, após ter de assistir a uma mulher que agonizava abandonada na rua, com os pés roídos por ratos, algo que a tocou profundamente, decidiu se dedicar completamente a uma nova tarefa: ajudar os mais pobres entre os pobres. Após insistir com as autoridades da cidade, conseguiu que lhe cedessem um antigo prédio para cuidar dos doentes de tuberculose, disenteria e tétano, ou seja, aqueles que nem os hospitais queriam atender.

Dezenas de milhares de necessitados passaram por este local: muitos encontraram uma morte digna, sempre com respeito à sua religião, outros se recuperaram graças aos cuidados das freiras. Em Calcutá, Madre Teresa também abriu um orfanato, o Sishu Bhavan, e um leprosário, o Shantinagar, onde atualmente são tecidos os sáris brancos com bordado azul usado pelas 4.500 Missionárias da Caridade em mais de 100 países.

Vida austera

Na sede da congregação, em Calcutá, situada em uma avenida da megalópole indiana, a Madre Teresa, famosa e premiada em todo o mundo por seu trabalho, sempre levou uma vida austera, compartilhada com noviças e candidatas, trabalhando sem descanso. Ali morreu em 5 de setembro de 1997, aos 87 anos, e seu túmulo costuma estar coberto de pétalas de flores, em homenagem à sua figura.

Com tino para os negócios, em uma ocasião perguntou ao papa João XXIII se as riquezas do Vaticano poderiam ser usadas para ajudar os pobres. O papa, então, doou a ela um Rolls Royce, o qual vendeu rapidamente a um bom preço em um leilão. Durante o pontificado de Paulo VI, a congregação se espalhou pelo mundo e chegou a fundar casas na América Latina, particularmente na Venezuela.

João Paulo II reconheceu publicamente sua admiração por esta pequena e firme mulher e, em meados dos anos 1980, abençoou a pedra fundamental da casa aberta pela freira em Roma para acolher moradores de rua.

O papa Francisco, que a conheceu em 1994, reconheceu ter ficado impressionado com seu caráter forte, que lhe teria despertado medo se fosse sua superior. Madre Teresa costumava dizer que sua contribuição era apenas uma "gota em um oceano de sofrimentos", mas que "se não existisse, essa gota faltaria no mar".

Seus críticos acusavam-na de receber presentes sem perguntar de onde vinham e de ter sido uma opositora fervorosa ao aborto e à pílula, bem como de usar seu prestígio para denunciar essas práticas em todo o mundo. Durante o processo para sua beatificação, descobriu-se que ela sofria de crises religiosas e que chegou até a questionar a existência de Deus.

"Nunca vi que me fechassem uma porta. Acho que isto acontece porque veem que não vou pedir, mas dar. Hoje em dia, está na moda falar dos pobres. Infelizmente, não falar com eles", afirmou em uma ocasião. Ao morrer, o governo indiano lhe concedeu um funeral de Estado e seu caixão foi levado por grande parte da cidade na mesma carruagem em que foram levados os restos de Mahatma Gandhi.

A extrema pobreza deve cair pela primeira vez este ano, atingindo menos de 10% da população mundial, sem deixar de ser "muito preocupante na África subsaariana", aponta um relatório do Banco Mundial (BM) divulgado neste domingo. Um total de 702 milhões de pessoas, contra 902 milhões em 2012, deverão viver este ano abaixo da linha de pobreza, com um valor que a instituição subiu de 1,25 para 1,90 dólar por dia, levando em conta a inflação, assinala o relatório.

Em 2012, quando foram divulgados os últimos dados, os menos favorecidos representavam 13% da população mundial, proporção que era de 29% em 1999. "Somos a primeira geração na História que pode eliminar a extrema pobreza", elogiou Jim Yong Kim, presidente da instituição, que realiza na próxima semana sua Assembleia Geral em Lima, juntamente com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo Kim, esta redução é resultado de um crescimento dinâmico da economia e do investimento em saúde e educação, além de mecanismos de proteção social que impediram milhões de pessoas de "voltar a cair na pobreza".

O executivo espera que a melhora "dê um novo impulso" à comunidade internacional, paralelamente à aprovação recente pela ONU dos novos objetivos de desenvolvimento sustentável, que incluem a erradicação da extrema pobreza.

Dados divulgados nesta terça-feira (16) pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) mostram que a população brasileira mais pobre está estudando mais. Segundo o órgão, o programa Bolsa Família, que fornece ajuda financeira para crianças e exige que elas permaneçam na escola, potencializou a frequência dos pobres nas unidades escolares.

De acordo com o MDS, o tempo de permanência na escola entre os 20% mais pobres com até 21 anos cresceu 36% entre 2003 e 2013. Já entre os 20% mais ricos, houve um aumento de 4% nos anos de estudo.

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O MDS acredita que a redução da desigualdade pode ser percebida desde o começo dos anos 1990. Segundo o Ministério, em 1992, os 20% mais pobres registravam, em média, 3,8 anos de escolaridade. Em 2013, de acordo com o MDS, essa média chegou a 8,3 anos de estudo.

Os dados foram alcançados com base nos registros da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Confira abaixo um gráfico do estudo:

 

 

 

A Prefeitura de São Paulo vai propor a criação de uma "fila social" para priorizar os mais pobres no atendimento em creches. Atualmente, a precedência é pela ordem de inscrição, mas o acatamento de decisões judiciais a favor de famílias tem dominado as matrículas. A proposta vai ser apresentada nesta quinta-feira, 29, na audiência pública convocada pelo Tribunal de Justiça (TJ) para tratar da educação infantil.

Ministério Público, Defensoria Pública e entidades como Ação Educativa, que participam da audiência, pressionam a Prefeitura a assinar na Justiça compromisso de expansão de vagas e manutenção de critérios de qualidade. Ontem, na véspera da audiência no TJ, o prefeito Fernando Haddad (PT) lançou a Política Municipal para o Desenvolvimento Integral da Primeira Infância da Cidade de São Paulo.

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Chamada de São Paulo Carinhoso, em referência ao programa federal Brasil Carinhoso, com o qual mantém ligação, a política cria uma articulação entre secretarias municipais, desde Saúde à Assistência Social, voltada para a primeira infância. O comitê gestor será presidido pela primeira-dama, Ana Estela Haddad.

Apesar de não definir ações específicas, o programa prioriza "territórios e populações em situação de maior vulnerabilidade social" nas políticas de primeira infância. "Nossa tarefa é romper barreiras entre pobreza e riqueza", disse o prefeito.

Haddad lembrou que o porcentual de atendimento em creche das crianças mais pobres é menor do que na média na cidade de São Paulo. Em junho, a Prefeitura registrava 211 mil matrículas em creches, que atendem crianças de 0 a 3 anos - o equivalente a 34,4% das crianças dessa faixa etária do município. Por outro lado, tendo como base crianças beneficiadas pelo programa Bolsa Família, apenas 22% das crianças de famílias com até três salários mínimos estão em creches (o que representa a 18,5 mil crianças). Atualmente há 127 mil crianças nessa faixa etárias cadastradas pela Prefeitura que não são atendidas em creche.

Prioridade

A desempregada Juliana Moraes, de 25 anos, está com sua filha Débora, de 1 ano, na fila por uma creche na Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo. Ela pretende voltar a trabalhar com telemarketing, mas enquanto não arruma creche, mãe e filha dependem da aposentadoria de um salário mínimo da avó de Débora. "Já pensei em ir na Justiça, como me disseram na escola. Mas não sei onde procurar."

Segundo o secretário municipal de Educação, Cesar Callegari, a questão da priorização e os desafios legais para a ideia serão debatidos na audiência no TJ. "Pretendo ouvir muito, mas vou falar a respeito dessa questão. Temos de enfrentar a situação de desenvolver políticas desiguais para desiguais."

O promotor João Paulo Faustinoni e Silva, do Grupo de Educação do Ministério Público (Geduc), disse que conheceu apenas à noite a existência dessa política. "Não vi dados de execução, mas acho importante essa preocupação", diz. "O foco na audiência é mais definido, um direito específico das crianças que vem sendo ignorado." Ele diz acreditar que alguns critérios de priorização possam ser discutidos, mas é necessário uma proposta objetiva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Campo da Fé (Campus Fidei) será um bairro destinado a pessoas pobres, anunciou o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, no início da missa deste domingo (28) na Jornada Mundial da Juventude.

"Estamos propondo ser o bairro Campo da Fé", disse Dom Orani, sem dar detalhes e dizendo que os investimentos no local serão para "o povo pobre". A fala foi muito aplaudida pelos peregrinos presentes na Praia de Copacabana. "A escolha fez com que os olhos do mundo se voltassem para aquela região, e fez que todos conhecessem as suas necessidades"

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Dom Orani disse também que a Missa de Envio, última celebração da JMJ, não é uma despedida, mas partida para a missão de evangelizar em um mundo desigual e complexo. "Uma partida para formar uma igreja cada vez mais presente entre os pobres, doentes e necessitados. E que os jovens sejam construtores da civilização do amor enviado por Jesus".

"Ficará marcada para sempre a presença do pai e pastor junto à juventude do mundo, e seu retorno à América Latina, como primeiro papa latino-americano", acrescentou.

O arcebispo do Rio emocionou o público quando falou que o papa Francisco deixará saudade no Rio de Janeiro e nos jovens que participaram do evento. "sentimos que segunda-feira faltará alguém muito próximo de nós".

"A passagem de Vossa Santidade nas ruas dessa cidade foi anúncio de paz. A figura do homem de batina branca é uma visão que nos convida a sermos cada vez mais empenhados na promoção da paz", disse Dom Orani, que abraçou o papa Francisco no fim do discurso.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou em seu perfil no Twitter que conversou com o papa e arcebispo na noite de ontem e que o bairro se chamará Campo da Fé do papa Francisco. "Esse será um grande legado da visita desse grande líder à nossa cidade".

O ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB), bispo licenciado da Igreja Universal, disse nesta sexta-feira a um grupo de cerca de 3 mil pastores evangélicos que eles deveriam "aplaudir" o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), porque as políticas públicas voltadas para a população mais pobre permitiram uma arrecadação maior do dízimo - pagamento mensal feito por fiéis para sustentar as atividades das igrejas.

"A nossa presidenta e o presidente Lula fizeram a gente crescer porque apoiaram os pobres. E o que nos sustenta são dízimos e ofertas de pessoas simples e humildes", disse Crivella durante um evento da Convenção Nacional das Assembleias de Deus - Ministério Madureira, em São Paulo. "Com a presidenta Dilma, os juros baixaram. Quem paga juros é pobre. Com menos juros, mais dízimo e mais oferta."

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Crivella participou do congresso acompanhado do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), que discursou como representante de Dilma. O ministro da Pesca elogiou programas sociais adotados pelo PT no governo federal e destacou o efeito dos avanços da economia brasileira no crescimento das igrejas católicas.

"A presidenta Dilma disse: não vamos mais explorar o povo. E quando sobra mais dinheiro, o povo evangélico não é o povo que vai para a butique pra comprar roupa de marca. Sabe o que o povo faz? Ele vai mais na igreja, porque tem condições de pagar o metrô e o trem. Ele dá mais oferta, mais dízimo, faz mais caridade. Então nós temos que aplaudir a presidenta Dilma", declarou Crivella para os pastores.

A Convenção Nacional das Assembleias de Deus reuniu dirigentes e líderes religiosos para traçar as diretrizes da igreja evangélica para os próximos quatro anos. No evento, montaram uma comissão política para acompanhar as eleições e o processo de elaboração de leis, com foco no engajamento contra a descriminalização do aborto e da união civil de pessoas do mesmo sexo. O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, discursou em um evento nesta manhã.

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (11) que investir em creche é a chance que o país tem de enfrentar “na raiz” o problema da desigualdade entre ricos e pobres. Ela anuncia na segunda-feira (14), em cerimônia no Palácio do Planalto, ações nas áreas de saúde e educação, como vagas em creches, além da ampliação do Programa Bolsa Família.

“ Na creche você vai garantir acesso aos melhores estímulos. Lá, a criança vai ter estímulos pedagógicos, vai ser despertada nela a curiosidade, todas aquelas qualidades que depois vão ser impontantes para ela enfrentar a disputa no mercado de trabalho”, disse, hoje (10), em Betim (MG), durante cerimônia para inauguração de uma escola de educação infantil. No domingo (13), Dia da Mães, a presidenta fará pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV.

No discurso em Betim, Dilma destacou o papel das creches na criação de melhores oportunidades. “Um país tem que ser medido pelo que ele faz pelas suas crianças, dando oportunidades iguais a elas. O grande caminho da inclusão é a educação e ai a creche é o grande vestibular no qual a criança entra e garante uma vida de oportunidades maior.”

Além do lançamento de uma escola de educação infantil do Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância), do governo federal, a cerimônia marcou também a entrega de 1.160 unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida. Ao falar sobre o Minha Casa, Minha Vida, Dilma disse que, sem o programa, as pessoas que ganham um salário mínimo não conseguiriam adquirir uma casa própria. "Era impossível alguém comprar casa nesse Brasil se ganha até um salário mínimo, porque a equação não fecha.”

O Proinfância tem como meta a construção de 6 mil creches até 2014. Segundo o Ministério da Educação, foram firmados mais de 1,5 mil convênios no ano passado, no entanto, as creches ainda não estão prontas. Atualmente, menos de 20% das crianças até 3 anos estão matriculadas em creches, sejam elas públicas ou privadas.

Na cidade de São Paulo, onde vivem 11,3 milhões de pessoas, existem 500,6 mil famílias pobres, segundo o Censo de 2010. Com renda de até R$ 140 per capita, todas elas poderiam estar inscritas no Bolsa Família. O número de famílias cadastradas no programa, porém, é de apenas 226,6 mil - o equivalente a 44% do total, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social.

Isso significa que mais da metade dos pobres paulistanos identificados pelo Censo ainda não foi alcançada pelo programa de transferência de renda federal criado nove anos atrás.

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Na comparação com as outras capitais, a taxa de cadastramento de São Paulo é a pior do País e a única abaixo da linha de 50%.

Florianópolis, que alcança 61% das famílias, Goiânia, com taxa de 65%, e Rio, com 74%, são as três capitais com índices mais próximos dos registrados em São Paulo. Em todas as outras capitais o benefício do Bolsa Família atinge mais de 88%. Ele chega a 100% em Teresina, Maceió, Fortaleza, São Luís, Campo Grande, Cuiabá, João Pessoa, Recife, Porto Velho, Boa Vista, Aracaju, Palmas, Natal Manaus e Distrito Federal.

É possível ter uma estimativa dos recursos que São Paulo não recebe, utilizando como base do cálculo o repasse que o governo federal já faz. Em outubro foram transferidos para as contas das 226,6 mil famílias o total de R$ 24,6 milhões, o que representa R$ 108 por família, na média. Multiplicando esse número pelas 273.987 famílias que poderiam estar sendo beneficiadas, chega-se à quantia de R$ 29,5 milhões. Por esse mesmo raciocínio é possível concluir que os pobres de São Paulo deixam de receber R$ 354 milhões ao ano.

A tarefa de cadastrar os pobres cabe às prefeituras. São os serviços sociais municipais que, depois de identificar, localizar e inscrever as famílias, enviam os dados para o cadastro único do Desenvolvimento Social. Depois que o pedido é aceito, o pagamento começa a ser feito diretamente à família, por meio de conta bancária.

Indagada pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre o cadastro paulistano, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, evitou criticar de maneira direta os prefeitos paulistanos. Falou de maneira genérica sobre as responsabilidades dos chefes de municípios.

"A qualidade do cadastro varia de um lugar para o outro de acordo com a disposição do prefeito para trabalhar e mobilizar equipes, independentemente de sua posição partidária. No Piauí, que foi apontado pelo Banco Mundial como o Estado que possui a melhor focalização dos trabalhos, com 100% das famílias pobres cadastradas, houve um enorme esforço para que tudo funcionasse bem."

O serviço de cadastramento em São Paulo nunca figurou entre os melhores. Em 2005, quando José Serra (PSDB) se tornou prefeito, 58% das famílias pobres identificadas pelo Censo de 2000 recebiam o benefício federal. Em 2006, quando entregou o cargo a Gilberto Kassab, então no DEM, para disputar o governo estadual, o índice havia subido para 78%.

Em 2010, caiu para 50%. Naquele ano, quando Kassab começou a articular a formação do PSD, mais próximo do governo federal que o DEM, o número de cadastrados tornou a subir. Foi para 62% no ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A inflação para os paulistanos de menor renda voltou a ser mais significativa do que a da média e também foi superior à verificada para a população da capital paulista de maior renda em julho. Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) por meio do Índice do Custo de Vida (ICV) do mês passado mostra que a variação média do ICV foi de 0,42%, contra 0,23% em junho, em São Paulo. Já o índice específico para os mais pobres ficou em 0,56% no sétimo mês de 2012, enquanto o indicador que mede o custo de vida dos mais ricos avançou e ficou em 0,36%.

Além do ICV geral, o Dieese calcula mensalmente mais três indicadores de inflação, conforme os estratos de renda das famílias da cidade. O primeiro grupo corresponde à estrutura de gastos de um terço das famílias mais pobres (com renda média de R$ 377,49); e o segundo contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento (renda média de R$ 934,17). Já o terceiro reúne as famílias de maior poder aquisitivo (renda média de R$ 2.792,90).

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Todos os estratos tiveram aceleração na passagem de junho para julho, de acordo com o instituto, assim como no dado geral (0,42%). O índice que apura a inflação dos paulistanos com salários intermediários, contudo, foi o que mostrou a maior diferença, de 0,21 ponto porcentual, em relação aos demais.

Os preços elevados dos alimentos, que deixaram o ICV geral maior em julho frente ao mês anterior, também pressionaram os gastos das famílias com menor poder aquisitivo. O grupo Alimentação registrou inflação de 1,11% no sétimo mês de 2012 e teve impacto de 0,44 ponto porcentual no estrato dos menos abonados. Para as famílias paulistanas com renda média na casa de R$ 900,00, os alimentos contribuíram com 0,38 ponto, enquanto para os mais endinheirados o efeito foi de 0,26 ponto.

Já as despesas com Saúde (0,28%) foram mais visíveis no bolso dos consumidores mais ricos. Segundo o Dieese, como houve acentuado aumento nos preços de assistência médica, as contribuições no cálculo dos índices por estrato foram maiores para os paulistanos com mais recursos (0,04 ponto) e iguais para os demais consumidores (0,03 ponto). Dentro do grupo Saúde, os preços de assistência médica subiram 0,30% em julho em relação a junho.

O Projeto de Lei 3051/11 está sendo analisado pela Câmara, e pretender fazer com que as instituições de ensino particular ofereçam 5% das suas vagas para crianças carentes. A proposta é do deputado Aguinaldo Ribeiro e a matéria está em caráter conclusivo e será examinada pelas comissões de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

De acordo com o deputado, existem muitas dificuldades do Poder Público para atender as demandas pela criação de mais vagas nas instituições gratuitas de ensino. Para o autor da lei, o objetivo é estabelecer um esforço em todo o País para garantir o acesso de todos aos sistemas de ensino, principalmente os alunos de poder aquisitivo baixo.

Segundo informações da Agência Câmara de Notícias, Aguinaldo Ribeiro afirma que a lei irá melhorar a legislação educacional brasileira. “Buscamos assim aperfeiçoar nossa legislação educacional e assegurar a participação e o envolvimento direto da iniciativa privada do setor”, defende o deputado.

A inscrição para o Cadastro de Pessoa Física (CPF) deve ser gratuita para os reconhecidamente pobres, bem como à emissão da 2ª via do documento, alteração de dados cadastrais e regularização da situação cadastral.

A liminar, do juiz federal Fletcher Eduardo Penteado, substituto da 16ª Vara Federal Cível em São Paulo, determina que a União Federal, Caixa Econômica Federal (CEF), o Banco do Brasil e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) façam gratuitamente a inscrição no CPF.

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A liminar tem validade em todo o Estado de São Paulo. Estão excluídos os municípios abrangidos pela competência territorial das Subseções de São Carlos e de Marília, nas quais já foram propostas ações semelhantes. Fletcher Penteado fundamentou sua decisão com base no artigo 5º da Constituição Federal, que prevê a gratuidade dos "atos necessários ao exercício da cidadania".

Embora pesquisas apontem quedas sucessivas na desigualdade de renda no Brasil, dados do Censo 2010 divulgados hoje mostram que os 10% mais ricos no País têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha (R$ 137,06) durante três anos e três meses para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico (R$ 5.345,22).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os 10% mais pobres ganhavam apenas 1,1% do total de rendimentos. Já os 10% mais ricos ficaram com 44,5% do total. Outro recorte revela o rendimento médio no grupo do 1% mais rico: R$ 16.560,92. Os dados valem para a população de 101,8 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais de idade e algum tipo de rendimento em 2010. A renda média mensal apurada foi de R$ 1.202. Levando-se em conta os habitantes de todas as idades, o IBGE calculou a renda média mensal per capita de R$ 668. O Censo indica, porém, que metade da população recebia até R$ 375 por mês, valor inferior ao salário mínimo oficial em 2010 (R$ 510).

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Cidades

O IBGE também mostra que as cidades de porte médio, com população entre 10 mil e 50 mil habitantes, foram as que apresentaram a maior incidência de pobreza. Enquanto a proporção de pessoas que viviam com até R$ 70 de rendimento domiciliar per capita era, em média, de 6,3% no Brasil, nos municípios de 10 mil a 20 mil habitantes esse porcentual era o dobro (13,7%), com metade da população nessas cidades vivendo com até meio salário mínimo per capita. Já nas cidades com população superior a 500 mil habitantes, menos de 2% recebiam até R$ 70 per capita e cerca de um quatro (25%) vivia com até meio salário mínimo de rendimento domiciliar per capita.

Entre as capitais, segundo o IBGE, manteve-se a tendência de melhores níveis de rendimento domiciliar per capita nas regiões Sul e Sudeste. O maior valor (R$ 1.573) foi registrado em Florianópolis (SC), onde metade da população recebia até R$ 900. Em 17 das 26 capitais, metade da população não recebia até o valor do salário mínimo.

Entre as capitais, a pior situação foi registrada em Macapá: rendimento médio domiciliar per capita de R$ 631, com 50% da população recebendo até R$ 316. A capital do Amapá também ficou com a maior proporção de pessoas com rendimento domiciliar per capita de até R$ 70 (5,5%) e até um quarto de salário mínimo (16,7%). No Sudeste, o Rio registrou os maiores porcentuais de pessoas nessas condições (1,1% e 4,5%, respectivamente). Os melhores indicadores foram observados em Florianópolis (SC): 0,3% da população com rendimento médio mensal domiciliar de até R$ 70 e 1,3% com até um quarto do salário mínimo.

Cor e gênero

No Brasil, os rendimentos médios mensais dos brancos (R$ 1.538) e amarelos (R$ 1.574) se aproximaram do dobro do valor relativo aos grupos de pretos (R$ 834), pardos (R$ 845) ou indígenas (R$ 735). Entre as capitais, destacaram-se Salvador, com brancos ganhando 3,2 vezes mais do que pretos; Recife (3,0) e Belo Horizonte (2,9). Quando analisada a razão entre brancos e pardos, São Paulo apareceu no topo da lista, com brancos ganhando 2,7 vezes mais, seguida por Porto Alegre (2,3).

Os homens recebiam no País em média 42% mais que as mulheres (R$ 1.395, ante R$ 984), e metade deles ganhava até R$ 765, cerca de 50% a mais do que metade das mulheres (até R$ 510). No grupo dos municípios com até 50 mil habitantes, os homens recebiam, em média, 47% a mais que as mulheres: R$ 903 contra R$ 615. Já nos municípios com mais de 500 mil habitantes, os homens recebiam R$ 1.985, em média, e as mulheres, R$ 1.417, uma diferença de cerca de 40%.

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