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A votação dos destaques ao Projeto de Lei 4567/16, que retira a exclusividade da Petrobras de operar o pré-sal, pode ser concluída nesta semana, a primeira com votações no Plenário da Câmara dos Deputados após o segundo turno das eleições municipais. Com apenas este item na pauta, uma sessão extraordinária está marcada para a próxima terça-feira (8), às 19h. O texto-base foi aprovado no dia 5 de outubro e no último dia 24 foram rejeitados três destaques da oposição – falta a análise de outros dois. 

Atualmente, a Petrobras é a operadora exclusiva da exploração do pré-sal com participação de 30%. O operador é responsável pela condução e execução, direta ou indireta, de todas as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento, produção e desativação das instalações de exploração e produção.

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Mais cedo, na mesma terça-feira, a Ordem do Dia inicia às 16h com os deputados analisando o substitutivo à Medida Provisória (MP) 742/16 apresentado pelo relator na comissão especial, deputado José Rocha (PR-BA), que flexibiliza em definitivo o horário de veiculação do programa A Voz do Brasil.

Na pauta da Casa para esta semana também está o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 424/16, que contém o acordo entre Brasil e Estados Unidos sobre transportes aéreos. O texto prevê, por exemplo, a possibilidade de pagamento de passagens diretamente às companhias em moeda diversa da moeda corrente do país signatário, direitos de isenção de impostos, inclusive sobre combustível, e cooperação para fortalecimento de medidas de segurança nas aeronaves.

Urgências

Os deputados também podem analisar a urgência, solicitada pelos líderes, de 12 propostas em tramitação na casa. Na terça-feira (8) está na pauta a urgência de proposta (PL 5587/16) que proíbe o transporte de passageiros em veículos que não tenham a placa vermelha, como os táxis. Na prática, a proposta proíbe serviços como o Uber.

Já na quarta-feira (9), quando estão pautadas as outras 11 urgências, o destaque é o Marco Regulatório dos Jogos (PL 442/91 e apensados). O substitutivo do deputado Guilherme Mussi (PP-SP), legaliza e regulamenta as atividades de cassinos, jogo do bicho e bingos no País, inclusive o funcionamento de máquinas caça-níqueis.

A petroleira Statoil está interessada em comprar uma fatia da área de Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos, que será vendida em leilão em 2017, afirmou nesta quarta-feira, 26, o presidente da companhia no Brasil, Pal Eitrheim. A norueguesa fechou acordo recentemente com a Petrobrás para comprar uma fatia de 66% da estatal no bloco BM-S-8, onde está a área original de Carcará, leiloada no passado ainda sob regime de concessão. Eitrheim espera que o órgão regulador, a ANP, aprove o negócio até o fim do ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após a votação da PEC do Teto, que deve ser aprovada em segundo turno nesta terça-feira (25) na Câmara, os deputados voltarão à análise do Projeto de Lei 4567/16, do Senado, que desobriga a Petrobras de ser operadora exclusiva do pré-sal no regime de partilha na exploração de petróleo.

O texto-base foi aprovado no último dia 5 e ficaram pendentes algumas emendas. Na sessão dessa segunda (24), três destaques foram rejeitados, ficando apenas um para a análise dos parlamentares. Como o tempo da sessão tinha se esgotado, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a sessão e transferiu para esta terça a conclusão da votação.

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Atualmente, a Petrobras tem de ser operadora exclusiva da exploração do pré-sal com participação de 30%. O operador é responsável pela condução e execução, direta ou indireta, de todas as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento, produção e desativação das instalações de exploração e produção.

O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) defendeu a proposta ao afirmar que a Petrobras não tem condições financeiras para continuar a conduzir a exploração do pré-sal com 30% de participação. “A Petrobras já esteve na posição de 30a maior empresa mundial, mas hoje está na posição 416. Isso mostra o tamanho do prejuízo feito a essa empresa. Ela tem tecnologia para exploração em áreas profundas, mas foi dilapidada”.

Já o deputado André Figueiredo (PDT-CE) manteve a crítica.  “Querer tirar da Petrobras a condição de exploradora única das reservas consideradas estratégicas é, acima de tudo, uma demonstração clara de que realmente estão tendo que pagar, e de forma muito rápida, a conta para quem financiou o impeachment da presidenta Dilma”.

Com informações da Agência Câmara.

O presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), afirmou na manhã desta terça-feira (18) que os destaques do projeto que desobriga a Petrobras de ser a operadora única do pré-sal só serão votados na Casa após a sessão do Congresso Nacional, marcada para hoje.

A sessão do Congresso estava marcada para às 11 horas, mas as votações ainda não começaram, pois não há quórum mínimo para isso. Por volta das 11h30, apenas 100 dos 513 deputados tinham registrado presença no plenário da Câmara para a sessão. Para abrir as votações, são necessários, no mínimo, 257 deputados presentes no plenário.

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"Vamos garantir o Congresso e, na sequência, fazer sessão da Câmara. (...) O pré-sal vai ser consequência do Congresso", disse Maranhão em entrevista coletiva. Como a pauta do Congresso é extensa, há o risco de a votação do projeto do pré-sal só ser concluída na próxima semana, uma vez que não há previsão de votações na Câmara a partir de quarta-feira (19).

O projeto do pré-sal é de autoria do ministro das Relações Exteriores, o senador licenciado José Serra (PSDB-SP). O projeto foi aprovado no Senado e teve o texto-base aprovado pela Câmara sem modificações em relação à proposta original enviada pelo tucano. Para que possa seguir para sanção presidencial, falta apenas a votação dos destaques na Câmara.

Antes de ir à Câmara, Maranhão se reuniu no Palácio do Planalto com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O parlamentar fluminense está interinamente no comando do País, em razão da viagem do presidente Michel Temer (PMDB) à Índia e ao Japão. "Só troca de informações", afirmou Maranhão sobre o encontro.

A aprovação no Congresso da lei que desobriga a Petrobras a atuar em todos os campos do pré-sal e da PEC 241, sobre o teto dos gastos, foi bem recebida pelo mercado, que identificou esses movimentos como uma melhora na condição do País, avaliou o ministro interino de Minas e Energia, Paulo Pedrosa.

"O governo está tendo a capacidade de enfrentar temas que não são simpáticos, mas que apontam para um País melhor no futuro, isso que está interrompendo aquela trajetória de queda. Não foi o impeachment, não foi a interinidade, talvez este seja historicamente o momento em que o Brasil começou (a virada)... O momento em que o Congresso apoia o governo em temas não simpáticos, mas que são importantes para o futuro", disse.

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De acordo com ele, o governo tem observado, durante a viagem da comitiva presidencial que busca vender o Brasil no exterior, que houve uma mudança no clima geral em relação ao País. Pedrosa salientou que "a disposição é gigantesca" para investimentos no setor de óleo e gás e lembrou que o governo está desenvolvendo uma agenda com medidas para buscar maior competitividade do Brasil na atração de investimentos no setor, e citou as discussões sobre a política de conteúdo local e o Repetro. "Temos que ser competitivos frente outros países que estão disputando mercado conosco. A costa da África, que é espelho do Brasil geologicamente, também é atrativa", disse.

Pedrosa também salientou as perspectivas positivas para investimentos no setor de mineração. "O País tem um potencial mineral extraordinário e você vê a presença global de grande mineradoras pequena em relação ao nosso potencial e decrescente ao longo do tempo (...) Mas o mundo começa a olhar para oportunidade mineral no Brasil", disse.

As gigantes do petróleo que vierem atuar no pré-sal brasileiro serão estimuladas a comprar, localmente, equipamentos de fabricação nacional para utilizar em operações que tenham pelo mundo. Isso porque a exportação de bens e serviços passará a integrar o índice de conteúdo local - a exigência do governo prevê o uso mínimo de componentes comprados no Brasil nesses negócios.

Essa alteração, que será anunciada nos próximos dias e promete mudar a lógica da política industrial do setor de óleo e gás, é um item da chamada agenda microeconômica do governo. São iniciativas em diversas áreas, destinadas a resolver "gargalos" específicos dos setores, para melhorar o ambiente de negócios.

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Não se trata de um pacote fechado de medidas, segundo explicou ao jornal O Estado de S. Paulo o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida. Essas iniciativas caminham ao lado dos ajustes macroeconômicos, cujo centro no momento é o reequilíbrio das contas públicas.

As medidas microeconômicas no setor de óleo e gás são tratadas com prioridade pelo governo, principalmente após a aprovação, pela Câmara, da lei que desobriga a Petrobrás de participar de todos os empreendimentos no pré-sal. A pressa é para criar condições atraentes a uma maior participação do setor privado, que já dá sinais claros de interesse.

"Temos ouvido das grandes petroleiras que o pré-sal é viável e atrativo no cenário atual de preço", disse o secretário de Petróleo, Gás e Combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix. "Eles dizem que tem doze países no mundo com geologia interessante, mas metade deles fica fora dos planos por razões políticas", contou. "Dos seis que sobram, o Brasil é o número 1, 2 ou 3."

Investimentos

Mas, para converter esse interesse em investimentos, faltam algumas definições. O índice de conteúdo local é um deles. As exigências na atual legislação, que fixa o uso de componentes brasileiros na casa dos 70%, são apontadas pelo setor como impossíveis de cumprir. Não por acaso, as empresas acumulam dívidas estimadas em R$ 90 bilhões pelo descumprimento dessas exigências.

Uma decisão sobre o que fazer com esse estoque de dívidas é um item da agenda, disse Mansueto. E uma reformulação dessa política, a cargo principalmente do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), é outro.

O governo não necessariamente vai mudar o índice, mas alterar sua lógica, disse Félix. Por exemplo, ao permitir que compras feitas pelas petroleiras para utilizarem em outras partes do mundo contem como conteúdo local. Assim, elas não ficarão amarradas à obrigação de comprar a maior parte das coisas aqui.

Ao mesmo tempo, abre-se a possibilidade de as indústrias locais fornecerem para compradores muito maiores. Até agora, comentou o secretário, muitas empresas trabalhavam exclusivamente para a Petrobrás. "Nós somos muito competitivos em alguns equipamentos", afirmou Félix. A tecnologia empregada no fundo do mar é um dos exemplos.

O governo espera ter uma resposta ao setor privado até o fim do mês sobre a prorrogação ou não do programa de incentivo fiscal para os empreendimentos de exploração de óleo e gás chamado Repetro, que acaba em 2020. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a aprovação na Câmara do projeto de lei que desobriga a Petrobrás de liderar todas as operações no pré-sal, será possível atrair US$ 100 bilhões em investimentos para o setor de acordo com o Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP). "O Brasil volta a entrar no radar das empresas", afirmou o presidente do instituto, Jorge Camargo. A expectativa do instituto é que os primeiros reflexos comecem a ser sentidos em 2018.

Para viabilizar os investimentos, as companhias petroleiras já se preparam para apresentar ao Congresso novas mudanças na Lei da Partilha, conforme apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Entre as sugestões, elas querem acabar com a definição de polígono do pré-sal, o "filé mignon" do litoral brasileiro.

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O polígono do pré-sal é uma área na Lei da Partilha (12.351), com 800 km de extensão por 200 km de largura, no litoral entre os estados de Santa Catarina e Espírito Santo, onde as rochas têm características semelhantes e a chance de encontrar grandes reservas de pré-sal é maior. Todas as descobertas na região, acima ou abaixo da camada de sal, devem ser regidas pelo regime de partilha, em que o lucro é repartido com a União.

Na avaliação das petroleiras, ao uniformizar as regras para todos os blocos da região, a legislação afeta a atratividade de reservatórios menores de pós-sal, que, segundo elas, deveriam ser leiloados sob o regime de concessão.

Por enquanto, o Congresso aprovou apenas o fim da obrigatoriedade de a Petrobrás responder por, no mínimo, 30% dos projetos de pré-sal. A estatal poder escolher os que prefere liderar. A aprovação do projeto de lei de autoria do senador licenciado e ministro de Relações Exteriores, José Serra, é um revés na política do setor nos últimos 13 anos. O governo petista posicionou o pré-sal como peça-chave do desenvolvimento econômico.

É também a consolidação de uma velha reivindicação do IBP, que desde a aprovação da Lei da Partilha (12.351), em 2010, atua pelo fim da figura do operador único, papel atribuído exclusivamente à Petrobrás até a aprovação do projeto de lei pela Câmara nesta semana.

Agora, o governo vai poder leiloar áreas de pré-sal descobertas por diversas companhias, inclusive a Petrobrás, enquanto buscavam delimitar reservatórios de pós-sal. Essas áreas, conhecidas tecnicamente como unitizáveis, são extensões mais profundas de blocos que já estavam sendo operados e que contavam com uma estrutura de exploração montada.

Ao descobrirem que os reservatórios atingiam o pré-sal, as petroleiras tiveram que parar suas plataformas porque a Lei da Partilha proibia qualquer outra empresa que não fosse a Petrobrás de operar no pré-sal. O impasse foi solucionado com a mudança de lei nesta semana, com a flexibilização da operação no pré-sal.

A expectativa do IBP é de que haja de 5 bilhões a 10 bilhões de barris de petróleo nessas condições, que demandariam investimento de US$ 50 a US$ 100 bilhões. O governo espera leiloar o pré-sal unitizável no ano que vem. Será a primeira concorrência do tipo desde 2013, quando Petrobrás, Shell, Total e as chinesas CNCC e CNOOC levaram o superbloco de Libra, na Bacia de Santos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em sessão tumultuada, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou hoje (5) o projeto de lei que retira a obrigatoriedade da participação da Petrobras na exploração do petróleo do pré-sal. Sob protestos de um pequeno grupo de manifestantes petroleiros, os deputados aprovaram o texto principal e deixaram para a próxima sessão a votação dos destaques que visam modificar o projeto.

Atualmente, a lei que institui o regime de partilha do pré-sal estabelece que a exploração deverá, necessariamente, contar com pelo menos 30% de participação da Petrobras. Com o argumento de que a empresa não tem mais condições de arcar com essa obrigatoriedade, o projeto põe fim e essa obrigação, tornando facultativa à empresa a decisão de participar dos consórcios de exploração desses campos.

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Além disso, o texto também retira a obrigatoriedade de que a companhia estatal seja a operadora dos campos. O atual marco regulatório do pré-sal determina que a Petrobras deverá atuar como operadora, o que significa ser responsável diretamente por todas as partes da exploração, da prospecção dos campos à venda do óleo.

O texto foi aprovado por 292 votos a favor, 101 contrários e uma abstenção. O projeto de lei é originário do Senado, de autoria do senador licenciado José Serra (PSDB-SP), e deve seguir para sanção do presidente Michel Temer se não receber emendas que modifiquem o mérito da matéria na próxima votação.

Oposição versus governistas

Os partidos de oposição se posicionaram radicalmente contra o projeto e conseguiram obstruir a votação por três dias, desde a noite da última segunda-feira (3). Deputados do PT, PCdoB, PDT, PSOL e Rede usaram o que chamaram de “kit obstrução”, com a apresentação de inúmeros requerimentos de retirada de pauta e adiamento de votação.

Os oposicionistas alegam que a aprovação do projeto trará enormes prejuízos à Petrobras e à União. Apenas no campo de Libra, segundo os parlamentares contrários à mudança, a perda chegaria a R$ 246 bilhões se a petroleira estatal não for a operadora.

Como parte do royalties do petróleo é destinada, por lei, à formação do Fundo Social que atende a saúde e educação públicas, os deputados da minoria alegam que esses dois setores perderiam R$ 50 bilhões.

Governistas rebateram as críticas em plenário e acusaram os governos petistas de terem quebrado a Petrobras e inviabilizado a atuação da empresa na exploração do pré-sal. Com isso, alegam, o prejuízo maior seria deixar que os campos permanecerem sem serem explorados.

O acerto de contas entre a Petrobras e a União sobre o direito de explorar 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) no pré-sal da Bacia de Santos não tem data para ser concluído. Depois de chegarem a um acordo sobre o tamanho da conta que deve ser paga por um dos dois lados, o que deve acontecer até o fim do ano, será iniciada uma discussão de como será pago.

Se o crédito for favorável à Petrobras, ela poderá receber como compensação um volume maior na região - de 5 bilhões a 7 bilhões de boe - e ainda convocar sócios para sustentar os investimentos, segundo o secretário de Petróleo e Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix. Para isso, a Lei da Cessão Onerosa deve ser alterada, o que pode arrastar ainda mais o debate.

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Petrobras e União discutem quem deve a quem e quanto desde o início de 2014. Em 2010, a empresa pagou R$ 40 bilhões pelo direito de explorar 5 bilhões de boe no pré-sal, sem licitação. Pelo contrato, um acerto de contas seria feito no futuro para avaliar se foi justo o valor pago, de US$ 8 por cada barril de petróleo. Há uma discordância, no entanto, sobre a cotação escolhida para servir de referência. Petrobras e União têm interpretações diferentes sobre o contrato de cessão onerosa.

Se a conclusão for que a empresa pagou mais pela área do que o óleo valia na época em que foi declarada a viabilidade de cada um dos campos descobertos, a Petrobras é a credora. Caso contrário, ganha a União. "Como o preço do petróleo caiu muito de lá para cá, pode-se inferir que existe a possibilidade de a Petrobras ser credora", afirmou Félix, que ontem participou de evento da Organização da Indústria do Petróleo (Onip), no Rio. "É preciso ser frio. Não é porque a Petrobrás está precisando, que será beneficiada. A União também está."

Ultrapassada essa fase, será iniciada a discussão de como será feito o pagamento. Uma das alternativas analisadas é ressarcir a Petrobras em petróleo, dando a ela o direito de explorar a reserva que excede os 5 bilhões de boe cobertos pelo contrato de cessão onerosa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O projeto que muda as regras de exploração de petróleo no pré-sal deve começar a ser votado na Câmara na próxima semana. E promete ser o símbolo da guinada do governo nesse setor. Com o iminente afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff, o governo do presidente em exercício Michel Temer vai abandonar duas das principais premissas defendidas pelas gestões petistas: a presença obrigatória da Petrobrás na exploração de todas as áreas do pré-sal e a exigência de conteúdo local na fabricação dos equipamentos.

Além da nova lei sobre o pré-sal, o setor de petróleo deve passar por outras mudanças regulatórias. Um dos pilares das administrações do PT, a política de conteúdo local será revista, com a redução das obrigações sobre uso de fornecedores nacionais. Hoje, a exigência fica entre 60% e 75% para fabricação nacional de equipamentos, limite que a indústria local está distante de conseguir alcançar. Como os índices são definidos no edital de cada leilão, não precisam passar pelo Congresso Nacional.

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"Não é exploração sem exigência de conteúdo local, pois nenhum país do mundo faz isso, mas vamos adequar a situação", explicou o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix.

O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, já disse ser favorável a exigências mais flexíveis. Segundo ele, o modelo atual prejudica as petroleiras, tem viés punitivo e protecionista e não estimula a inovação.

Repetro. A prorrogação do Repetro, um regime especial de isenção dos imposto de importação, PIS e Cofins na compra de equipamentos para plataformas no exterior, também é alvo de polêmica. As petroleiras consideram o programa fundamental, mas a indústria nacional reclama do estímulo à importação e quer o mesmo benefício tributário.

Embora a renúncia fiscal do Repetro seja estimada em R$ 30 bilhões por ano, o governo já indicou que ele deve ser estendido. "Ninguém vai comprar bloco se não souber o regime fiscal a partir de 2020", disse o secretário executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Antônio Guimarães.

O governo também deve publicar ainda em setembro uma resolução com as regras para os leilões de áreas unitizáveis - aquelas contíguas a campos já licitados sob o regime de concessão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O projeto que muda as regras de exploração de petróleo no pré-sal deve começar a ser votado na Câmara na próxima semana. E promete ser o símbolo da guinada do governo nesse setor. Com o iminente afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff, o governo do presidente em exercício Michel Temer vai abandonar duas das principais premissas defendidas pelas gestões petistas: a presença obrigatória da Petrobrás na exploração de todas as áreas do pré-sal e a exigência de conteúdo local na fabricação dos equipamentos.

De autoria do atual ministro de Relações Exteriores, José Serra (PSDB), o texto elimina a exigência da Petrobrás de atuar em todos os consórcios do pré-sal com participação mínima de 30%. A empresa também não será mais obrigada a ser a operadora única em todas as áreas. A ideia é que seja aprovado sem mudanças, para ser sancionado o mais rápido possível e não precise voltar ao Senado. "Toda a base do governo é favorável. Isso é suficiente. Só o PT é contra", diz o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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Enquanto a oposição argumenta que o projeto é o primeiro passo para o enfraquecimento da Petrobrás e posterior privatização da estatal, o governo considera a mudança fundamental para destravar investimentos e aliviar a União e a companhia, que tem uma dívida de R$ 450 bilhões. "A lei vai ajudar o brasileiro a não pagar mais impostos. Com ela, o País vai receber expressivos valores de outorga", disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

O sonho de tornar o País um dos maiores produtores de petróleo e aplicar os recursos provenientes da exploração do pré-sal em saúde e educação não foi abandonado, segundo o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix. Mas o governo Temer acredita que esses objetivos serão mais facilmente atingidos se mais empresas participarem desses investimentos, disse.

"Vamos ter uma pequena diversidade de grandes atores no offshore brasileiro e, com isso, podemos obter o resultado sonhado de uma forma muito mais sustentável, com menos regulação, menor custo para o contribuinte e mais benefício para a sociedade", disse.

Em seu discurso de posse, o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, defendeu a mudança na legislação. Para o secretário executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Antônio Guimarães, a aprovação do projeto será fundamental para a retomada das licitações. "Vamos ter um ambiente de competição, os agentes voltarão a investir. É possível gerar de 300 mil a 400 mil empregos nos próximos anos."

Críticas

Mas o projeto não recebe apenas elogios. O ex-presidente da Petrobrás José Sergio Gabrielli é contra a retirada da liderança obrigatória da estatal nos consórcios de todas as áreas do pré-sal. "Essa crise financeira será superada", afirmou. Para ele, o ideal seria adiar os leilões do pré-sal por mais dois ou três anos, até que a Petrobrás possa voltar a participar.

Segundo o presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, a legislação atual nem sequer foi testada e não deveria ser modificada. "O que está por trás das ações do Congresso é o compromisso com interesses de multinacionais." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo vai estabelecer uma nova regra para o leilão de áreas no pré-sal, vizinhas de campos já licitados. Segundo apurou o ‘Broadcast’, notícias em tempo real do Grupo Estado, os campos deverão ter apenas um operador, a ser escolhido livremente entre as partes. A norma deve integrar resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), prevista para ser publicada até o fim de agosto.

A intenção do governo é leiloar até o fim do primeiro semestre de 2017 quatro dessas áreas contíguas a campos já licitados sob o regime de concessão, chamadas de unitizáveis: Gato do Mato, Carcará, Tartaruga Mestiça e Sapinhoá. Nesses campos, o volume de reservas ultrapassa os limites geográficos das concessões e avança sobre locais que hoje pertencem à União. São essas áreas que serão licitadas e, por fazerem parte do polígono do pré-sal, devem ser exploradas sob outro regime, o de partilha.

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Com exceção de Gato do Mato, que pertence à Shell, os demais são de consórcios operados pela Petrobrás. Com um operador único para cada campo, a mesma empresa será responsável por ditar o ritmo da exploração das áreas de concessão e partilha, estabelecer o volume de investimentos e decidir o tipo de equipamento e tecnologia que serão usados.

Opcional - Para o setor privado, a melhor opção é que a operação dos campos esteja fora das mãos da Petrobrás. A resolução vai reforçar o entendimento do projeto de lei que muda as regras do pré-sal. A proposta estabelece que a estatal terá a opção, e não mais a obrigação, de ser operadora única e liderar os consórcios do pré-sal com pelo menos 30% de participação. A proposta ainda precisa ser votada pelo plenário da Câmara.

Para o secretário executivo de Exploração e Produção do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Antonio Guimarães, a definição de um único operador é uma notícia positiva e segue o que já é praticado nos EUA, Inglaterra, Noruega e outros países.

"Com essa medida, o Brasil está buscando seguir melhores práticas mundiais no que diz respeito a áreas unitizáveis", afirmou Guimarães. "O mais importante é que as próprias partes definam quem será o operador. Isso maximiza a produção para todos os envolvidos."

Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura , Adriano Pires, a decisão sobre a operação dos campos não deveria passar pelo governo. "Pode ser que em determinados campos faça sentido ter um operador e em outras, que tenha dois, um em cada área. O ideal é que isso fique ainda mais livre."

A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis deve terminar em breve os estudos sobre o volume de reservas de cada campo. Uma vez definidos, toda a produção advinda das áreas seria dividida segundo a conclusão dos levantamentos. Uma resolução específica sobre os quatro campos deve ser publicada até dezembro.

Um exemplo: se a ANP concluir que 40% das reservas de um campo está dentro dos limites da concessão e 60% na região da partilha, toda a produção será dividida nessa proporção. Para os barris da concessão, vão incidir royalties de 10% e Participação Especial. Para aqueles da partilha, incidem royalties de 15% e a produção é repartida com a União. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério de Minas e Energia (MME) planeja realizar uma rodada de leilões de quatro áreas do pré-sal até o segundo semestre do próximo ano. A previsão é que sejam licitadas as áreas de Carcará, Gato do Mato, Tartaruga Mestiça e Sapinhoá, todas na Bacia de Santos. O leilão deve ser realizado junto com a 14ª Rodada de licitações, com áreas fora do polígono do pré-sal. Antes, até o final do ano, o governo espera finalizar um leilão com áreas maduras, em bacias terrestres.

As informações foram apresentadas nesta terça-feira, 5, pelo futuro secretário executivo de petróleo e gás do ministério, Márcio Félix. Gerente na área de exploração e produção da Petrobras, com mais de 30 anos de carreira, o executivo aguarda até a próxima semana a nomeação oficial para assumir o cargo.

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"Teremos uma segunda rodada do pré-sal, com quatro áreas unitizáveis, que já têm descobertas. Serão as quatro maiores áreas, já cantadas em prosa e verso. Carcará, Sapinhoá, Gato do Mato e Tartaruga Mestiça", afirmou o futuro secretário, em evento na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). "Trabalhamos para que aconteça o mais breve possível, isso seria até o segundo trimestre de 2017", completou.

Para a realização do trabalho, entretanto, o governo precisará definir critérios e regras para áreas de unitização. O termo se refere às áreas ainda não leiloadas, que pertencem à União, mas que estão conectadas a reservatórios de óleo em campos contíguos, já sob concessão para petroleiras.

As áreas mencionadas pelo secretário, por exemplo, têm reservas contíguas a concessões da Shell e da Petrobras, em parcerias com outras petroleiras. A Shell já informou que postergou investimentos na concessão de Gato do Mato, por exemplo, à espera de definição sobre as regras de unitização.

"Vamos entregar à indústria as mudanças necessárias, mas precisamos de resposta. Se tivermos uma resposta tímida, isso frustrará e muito para prosseguirmos nas demais reformas necessárias para o equilíbrio ideal do setor", completou Félix.

Regras

A meta do novo secretário é apresentar em 45 dias uma resolução, pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), com as regras do setor. Segundo ele, a resolução já tem 95% de consenso com a indústria, faltando aspectos que estão "no limite" da esfera de regulação, e que podem ter que ser discutidos pelo Congresso. Félix não detalhou os critérios em discussão.

"Estamos trabalhando em resolução, articulação com a indústria. Diria que avançamos e o grau de convergência já é superior a 95%. Há alguns pontos que realmente não tem como serem tratados em resolução, talvez devam ser endereçados por lei", indicou.

Para o secretário, o calendário eleitoral e os embates políticos no Congresso podem atrasar os planos, como ocorre com o projeto que retira da Petrobras a obrigatoriedade de participação em todas as áreas do pré-sal. A mudança é considerada chave para destravar os futuros leilões, mas teve análise na Câmara adiada hoje pela segunda vez. "É do jogo parlamentar. Está para qualquer momento, mas não está no nosso controle", disse.

Segundo Félix, até o segundo trimestre de 2017 também devem ser levadas a leilão outras áreas marítimas em "praticamente todas as bacias". Antes, até o final deste ano, o governo trabalha para realizar uma rodada menor, com áreas maduras em bacias terrestres próximas às áreas que estão na lista de desinvestimentos da Petrobras, concentradas no Nordeste. "Temos a oportunidade de ter uma indústria de petróleo onshore no País, um sonho acalentado por muitos anos", disse.

O regime de partilha na exploração dos campos de petróleo do pré-sal deverá ser revisto num eventual governo de Michel Temer, segundo fontes próximas ao vice-presidente. Uma decisão final ainda será discutida com aquele que vier a ser escolhido para a pasta de Minas e Energia, mas a tendência é a retomada do modelo antigo de concessões.

Com isso, deverão cair regras inspiradas no modelo "Brasil grande", como a reserva de 30% de todos os campos do pré-sal para a Petrobras. Além dessa regra, a ideia é acabar com a política de conteúdo local e a obrigatoriedade de a Petrobras ser operadora em todos os campos de exploração.

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Todas essas medidas foram bandeiras fincadas pelo governo petista. Com a descoberta do pré-sal - exploração e produção de petróleo a 7 mil metros de profundidade na Bacia de Santos, em 2007 -, o então governo de Luiz Inácio Lula da Silva suspendeu os leilões de petróleo em toda a região para estipular novas regras.

As licitações, que seguiam o modelo de concessão - no qual o concessionário tem direito sobre toda a produção -, passaram para o de partilha, com alíquotas mais altas de royalties e a participação obrigatória da Petrobras como operadora.

Já há projetos tramitando no Congresso que propõem a retirada do direito de participação mínima de 30% da estatal (do senador tucano José Serra), e para restabelecer o regime de concessão (do deputado petebista Arnaldo Faria de Sá).

O entendimento é que essas regras, que foram pilares no marco regulatório criado pelo governo do PT, representam um encargo muito pesado para a estatal. A participação da Petrobras, nesse nível, é considerada "inviável". Já em relação à política de conteúdo local, a avaliação é que ela encarece a produção no País. E o objetivo é reduzir o chamado "custo Brasil".

O modelo de partilha foi testado apenas uma vez no País, em 2013, com o leilão do campo de Libra, e não houve concorrência. Apresentou-se apenas um candidato, um consórcio formado pela Petrobras, as chinesas CNOOP e CNPC, a francesa Total e a Anglo-holandesa Shell.

BR

Também continua sobre a mesa a ideia de enxugar a estatal - um processo que já está em andamento. A BR Distribuidora, por exemplo, deverá ser vendida. Outros ativos poderão entrar na mira.

Com isso, o objetivo da equipe de Temer é destravar os investimentos no setor de óleo e gás, cuja retração pesou fortemente na queda do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado. A aposta é que, assim, a economia possa engatar uma primeira marcha.

A melhoria do ambiente para investimentos não só em petróleo, mas também nas concessões - com a mudança de regras que afastaram o setor privado, como a fixação de taxas de retorno e uma forte interferência estatal nos negócios -, é parte de uma estratégia que visa a atrair investimentos externos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Prestes a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e com a possibilidade de se tornar réu nas investigações da Operação Lava Jato, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou na tarde desta segunda-feira (29), a criação de comissões temáticas na tentativa de criar uma agenda positiva para a Casa. A instalação das comissões depende ainda da indicação - pelos líderes partidários - dos parlamentares que integrarão os trabalhos, que devem atuar por 30 dias.

A primeira comissão vai discutir todas as propostas de exploração do pré-sal, tanto a que tramita na Câmara como a que foi aprovada pelos senadores. "A resultante da comissão especial é que será levada ao plenário", declarou.

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Outra comissão será destinada a formular um projeto de reforma da Previdência. Cunha explicou que o objetivo de antecipar as discussões na Câmara não é confrontar com o texto que será mandado pelo Executivo e sim incluí-lo no projeto em construção assim que for enviado ao Congresso. "Enquanto o governo manda e não manda, a gente vai fazer uma comissão especial para ver se consegue produzir pela Casa uma proposta que possa ser submetida ao plenário", afirmou. A ideia é levar o resultado final dos debates na comissão à votação em plenário. "O objetivo não é contrapor, é fazer andar", emendou.

Após a Semana Santa, o peemedebista informou que fará uma força-tarefa para votar no primeiro semestre as propostas de reforma tributária engavetadas na Casa e que, em tese, estariam prontas para serem apreciadas pelo plenário. Cunha citou uma lista de Propostas de Emenda à Constituição (PEC) produzidas pelo Parlamento sobre o tema e que nunca foram votadas. Ele afirmou que há pontos importantes para serem discutidos, como unificação do ICMS e o debate sobre incentivos fiscais. "Vamos tratar desse tema nesse primeiro semestre de 2016, buscando pelo menos a unificação do ICMS para que a gente possa com isso atender a uma demanda que ajude um pouco a economia", disse.

Cunha enfatizou que a proposta de recriação da CPMF não entrará nesse pacote de votações porque o projeto "tem seu caminho" e não pretende "misturar uma coisa com a outra".

O peemedebista disse esperar que as discussões pautadas por ele andem em paralelo ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Temos de aprender a separar as coisas. O processo de impeachment vai seguir seu curso na medida em que ele tenha a condição jurídica para isso, na medida em que o Supremo julgue os embargos", respondeu. Ele alegou que a Câmara não pode ficar parada, "de braços cruzados" esperando a votação do afastamento da petista.

Aos jornalistas, Cunha afirmou que a ideia é mostrar uma postura proativa da Casa, independente da crise econômica e política. Segundo o peemedebista, o objetivo é facilitar a retomada do crescimento da economia e mostrar que a Câmara está agindo. "Pretendemos continuar deliberando a despeito de qualquer outro processo".

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira, 25, que, pelo que leu na imprensa, achou "muito ruim" o texto aprovado nesta quarta-feira, 24, pelo Senado, do projeto que prevê o fim da participação mínima de 30% da Petrobras na exploração do pré-sal.

Pela proposta aprovada pelos senadores, a estatal passará a ter apenas o direito de preferência na escolha dos blocos. E a petrolífera terá até 30 dias para se pronunciar sobre os campos, após ser notificada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

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"Não vi o texto que veio de lá (Senado), não sei se vai ter ou não apoiamento. Pelo que li nas notícias jornalísticas, achei o texto muito ruim, pior que o da Casa (Câmara)", afirmou Cunha. Ele sinalizou que deverá articular mudanças sobre o tema durante a tramitação no projeto na Câmara.

Cunha lembrou que projeto de Lei sobre o tema tramita na Câmara. De autoria do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), a proposta determina que a exploração e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos na área do pré-sal, sejam feitas pela União sob regime de concessão.

O regime de concessão era utilizado no Brasil até 2010, quando a sanção das leis 12.276/10 e 12.351/10 criaram um novo marco legal para a exploração do petróleo encontrado na camada pré-sal. O novo marco legal prevê que a exploração pode ser feita também pelos modelos de partilha e de cessão onerosa de produção.

Mendonça já pediu urgência na análise do processo. Segundo Cunha, o pedido está na fila para ser votado. "Vamos dar preferência ao projeto da Casa (Câmara)", afirmou o presidente da Câmara após deixar a sessão plenária desta quinta-feira.

O líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), avaliou como uma "derrota importante" a aprovação do projeto ontem pelo Senado. Ele disse não ter conversado com ninguém do governo sobre o assunto, mas se disse contra a aprovação de urgência para tramitação da proposta na Câmara.

Após meses de discussões acaloradas por senadores e integrantes do governo e idas e vindas do Palácio do Planalto, o Senado aprovou há pouco o projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração da camada do pré-sal. O texto, que segue para a Câmara dos Deputados, recebeu 40 votos a favor, 26 contra e ainda ocorreram duas abstenções após seis horas de debates.

A proposta representa uma derrota para o Executivo na reta final que, ao durante o dia, teve de fazer um recuo sobre a orientação repassada inicialmente à bancada do PT na Casa e preferiu negociar uma proposta tida como redução de danos. Nos últimos dias, a presidente Dilma Rousseff mandou sinais contraditórios a interlocutores diferentes, o que na avaliação dos senadores demonstrou que ela não quis se posicionar sobre a matéria.

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Os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, fecharam um acordo com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da matéria, para garantir que a estatal tenha ao menos o direito de preferência na participação de futuras licitações. Essa era a mesma linha defendida pelo ministro de Minas e Energia, o senador licenciado pelo PMDB Eduardo Braga, que participou das negociações.

Até o início da tarde, Wagner e Berzoini atuaram para tentar rejeitar o projeto de Serra e manter a atual legislação de dezembro de 2010. Defenderam essa orientação, inclusive, ao líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), que foi indicado pelo Planalto hoje para a liderança do governo na Casa. Mas foram premidos a recuar diante da possibilidade de derrota e preferiram discutir um texto alternativo com o próprio relator. E passaram a disparar telefonemas para senadores pedindo apoio à solução negociada.

O texto acordado prevê que Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), considerando o interesse nacional, "oferecerá à Petrobras a preferência para ser o operador dos blocos a serem contratados sob o regime de partilha de produção". A versão anterior do parecer de Jucá - questionada por senadores do PT - não garantia o direito de preferência, uma vez que dizia que o CNPE "poderá oferecer" à estatal o direito de preferência.

A Petrobras terá 30 dias para se pronunciar após ser notificada pelo conselho. Outra alteração feita por Jucá, acordada com os ministros do Planalto, diz que após a manifestação da empresa, o CNPE vai propor à Presidência da República quais blocos deverão ser operados pela empresa, indicando a participação mínima do consórcio de 30%.

Banana

A bancada do PT e outros senadores da base aliada independentes tentaram barrar qualquer alteração. Entre os argumentos usados, estavam o de de que o baixo preço do barril de petróleo atualmente não é o ideal para se mudar as regras de exploração e retirar a obrigatoriedade da estatal na exploração e que a mudança representaria a "entrega" de uma riqueza brasileira. "Nós estamos querendo entregar o pré-sal a preço de banana para as multinacionais do petróleo", criticou Lindbergh Farias (PT-RJ)

Os defensores da mudança, por sua vez, defenderam que a Petrobras está sem recursos suficientes para fazer a exploração na camada do pré-sal. Não existe, afirmam, qualquer tipo de entreguismo na mudança legal em discussão. Para Serra, disse haver uma ignorância grande por parte de quem o ataca em relação ao projeto.

"Ninguém está entregando nada. Ninguém está levando nada embora. Tudo continua nas mãos do poder público. Apenas a Petrobras não é obrigada a investir. Apenas isso. Se ela quiser, em um mês, ela manifesta sua intenção e ela que controlará o posto", afirmou. Para o tucano, o projeto "ajuda" a estatal petrolífera.

O relator do projeto disse que houve um avanço, uma vez que a proposta foi fruto de um acordo que permitirá a estatal se reerguer. "O que nós estamos fazendo aqui é tirar a obrigatoriedade de a Petrobras participar de todos os campos, todas as operações e todas as sociedades", afirmou Jucá. "Abrimos o mercado, mas resguardamos o filé para a Petrobras, não estamos enfraquecendo-a, pelo contrário, dando condições para que ela efetivamente escolha o que é mais rentável", completou.

Após a votação, Lindbergh Farias - que recebeu a orientação inicial do governo de ser contra - disse ter se sentido abandonado pelo governo "numa matéria que era estratégica". Em solidariedade, a senadora Simone Tebet (PMDB-MS), que tinha uma proposta de emenda à Constituição para manter as atuais regras, fez coro ao petista: "O governo não tinha meu voto, agora não tem o meu respeito".

A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta tarde, no Palácio da Alvorada, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, para acompanhar os desdobramentos da discussão no Senado em torno do projeto do pré-sal. A votação está prevista para acontecer ainda nesta quarta, 24.

O encontro não constava na agenda da presidente. Preocupada com o projeto do senador José Serra (PSDB-SP), que desobriga a Petrobras de ser a operadora única, com participação mínima de 30% na exploração de todas as áreas da camada do pré-sal, Dilma inclusive cancelou a viagem que faria nesta quarta ao Rio de Janeiro para participar de um evento na Fiocruz.

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A presidente, que anteriormente se mostrava terminantemente contrária ao projeto, mudou de posição em relação ao tema, segundo interlocutores. Dilma decidiu parar de expor publicamente sua oposição à proposta e pregou a tese de que a matéria deveria ser bem debatida.

No Congresso, a avaliação é de que os sinais da presidente sobre o projeto são contraditórios. Os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, disseram esta manhã a senadores do PT e do PCdoB que o governo é contra a aprovação do projeto de Serra.

O Senado abriu na tarde desta quarta-feira, 24, a sessão do plenário em que os parlamentares vão discutir e votar o projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração da camada do pré-sal. A abertura da sessão foi feita pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), 2º vice-presidente do Senado e relator designado ontem pelo presidente da Casa, Renan Calheiros, para dar parecer sobre a matéria.

A votação do mérito do projeto deve demorar, uma vez que constam cerca de 20 senadores inscritos para debater o assunto. O primeiro a falar é o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO). Mais cedo, Renan disse acreditar na aprovação do projeto ainda nesta quarta.

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O plenário do Senado vai finalmente votar na tarde desta quarta-feira (24) o mérito do projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que desobriga a Petrobras de ser a operadora única na exploração da camada do pré-sal. Os senadores rejeitaram na noite de ontem dois recursos que visavam a desacelerar a tramitação da proposta.

O último desses pedidos foi recusado no final da noite por apenas dois votos: 33 votos a 31. A medida representa uma vitória parcial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que desde a semana passada tem trabalhado para garantir a votação da proposta mesmo diante de resistências principalmente da bancada do PT, contrária à apreciação imediata da matéria. Desde 2015, Renan tem sido um dos principais entusiastas da proposta.

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O PT ficou praticamente isolado na base aliada na posição contrária à apreciação imediata do texto. Os senadores do partido fecharam questão na segunda-feira, após reunirem-se com o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, de se posicionarem contra a análise da matéria logo.

"A própria posição do governo é não fazermos essa abertura neste momento, é que o momento não é propício", afirmou o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), durante os debates.

A maioria dos partidos da base e da oposição, entretanto, não seguiu a mesma linha de atuação dos petistas. A matéria poderia ter sido votada nesta terça-feira à noite, mas o Romero Jucá (PMDB-RR), designado relator do projeto em plenário nesta noite, sugeriu a Renan que o melhor seria retomar a discussão hoje, uma vez que constam mais de 20 senadores inscritos para discutir. Jucá substituiu o relator original da proposta, Ricardo Ferraço (sem partido-ES), que não participou da sessão.

Críticas

A matéria foi alvo de intenso debate em plenário. Serra criticou os argumentos de quem diz que não é o melhor momento para retirar a exclusividade da Petrobras em razão do atual baixo preço do barril de petróleo. Para ele, demora-se pelo menos oito anos até se começar a exploração em uma camada do pré-sal.

"Estamos, a partir do Senado, olhando para o bem do Brasil, faria bem até para o atual governo no sentido de sinalizar para o futuro (com a aprovação do projeto)", disse o tucano.

Jucá disse que o Congresso não pode se furtar a discutir a modelagem do pré-sal em um momento como esse. "Até o fim da discussão, podem ser apresentadas emendas", lembrou o senador.

A senadora Simone Tebet (PMDB-MS), autora de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que mantém a estatal como operadora exclusiva do pré-sal, criticou a pressão com que se quer votar o projeto de Serra.

Ela citou o fato de que o próximo leilão do pré-sal está previsto para ocorrer apenas no segundo semestre de 2017, o que não justificaria acelerar a discussão. "Não quero decretar a morte da soberania nacional sobre a nossa maior riqueza", afirmou.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) também reforçou o coro favorável a desacelerar a proposta. "É entregar (o petróleo do pré-sal) a preço de banana, criticou. Ele mencionou declarações dadas pelo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, em que se colocou a favor de debater o assunto, mas ressalvou que o momento é inapropriado.

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