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Por conta de uma obra emergencial para a recuperação de uma rede de esgotamento sanitário, trecho da Avenida Engenheiro Domingos Ferreira, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, será interditado a partir das 22 horas desta sexta-feira (5). De acordo com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), os serviços são necessários para substituir cerca de três metros de uma tubulação, situada próximo ao Restaurante Macunaíma.

A intervenção deve ser concluída até a próxima segunda-feira (8). Para isso, será necessário interditar parcialmente um trecho de vinte metros de extensão da Domingos Ferreira, abrangendo duas faixas da pista leste da avenida.

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A Compesa assegura que a interdição será sinalizada para que os motoristas possam realizar o desvio pela faixa da direita da pista leste, ou mesmo utilizar a pista oeste da avenida. Esse serviço é considerado de alta complexidade em função da tubulação está localizada a mais de quatros metros de profundidade.

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Em 22 de março é comemorado o Dia Mundial da Água. Visando advertir e sensibilizar a população, a Organização das Nações Unidas (ONU) inaugurou a data em 1992. Em Belém, cidade cercada de rios e canais, o dia sugere mais preocupação que comemoração por cusa da coincidência das chuvas com a maré alta. No vídeo abaixo, veja como ficaram o Ver-o-Peso e o bairro de Val-de-Cães.

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 90,4% dos paraenses têm algum tipo de problema de saneamento básico, ocupando a quarta posição do Brasil na categoria, atrás de Rondônia (90,8%), Amapá (91,2%) e Piauí (91,8%). Além disso, 88% dos paraenses não têm acesso a esgotamento sanitário e 24% não possuem coleta regular de lixo.

Biatriz Mendes, moradora de um edifício localizado na frente do canal de esgoto da travessa Antônio Baena, na Pedreira, relatou que as pessoas que residem próximo dali têm muitas preocupações e dificuldades, pois a água suja invade as casas, leva móveis e causa diversos danos e doenças. “Fico indignada quando vejo alguém jogando lixo no canal. As pessoas sabem que precisam do meio ambiente, mas continuam o prejudicando. Cuidar da nossa cidade não é um dever apenas da prefeitura, os cidadãos precisam ser mais informados e conscientizados”, reforçou.

De acordo com o professor Leonardo Araújo, coordenador do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UNAMA – Universidade da Amazônia, o saneamento básico envolve quatro diretrizes: abastecimento de água com qualidade; coleta, transporte e tratamento do esgoto; coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos; e drenagem urbana. Ao analisar os quatro objetivos, ele explica que Belém vive uma situação caótica em alguns locais. “Começando pela água, sabemos que a Companhia de Saneamento do Pará – COSANPA consegue fazer o tratamento e a disponibilidade da água dentro dos padrões de potabilidade, porém, como a rede de abastecimento ainda é um pouco antiga, pode resultar na diminuição da qualidade e da quantidade do líquido”, esclareceu.

O professor informou também que tratamento e rede de esgoto são difíceis de serem realizados no Pará, e isso gera sérios problemas para os nossos canais e rios, que recebem materiais extremamente inadequados. “Resíduo sólido é algo problemático. Fica claro que muitos dos itens do saneamento básico envolvem educação ambiental, e em alguns momentos a gente percebe que a educação da nossa população não é das melhores, tanto com relação a resíduos, quanto a desperdício de água”, disse o professor.

Sobre drenagem urbana, Leonardo observa que Belém é uma das capitais do mundo onde mais chove, e por esse motivo temos vários canais, córregos e igarapés que servem para a saída da água, mas um dos grandes problemas é o despejo de lixo, que atrapalha a microdrenagem e muitas vezes faz com que a água da chuva não chegue à macrodrenagem, causando enchentes.

“O saneamento básico é um tipo de prevenção para a sociedade. Se for bem elaborado e executado, ele ajuda a diminuir consideravelmente algo que está sempre ligado ao saneamento ou a ausência dele: a questão das doenças. Existem diversas enfermidades graves que podem ser transmitidas através da água contaminada, dos resíduos sólidos e dos efluentes do esgoto”, declarou o professor.

Para Leonardo, a educação ambiental deve ser implementada nas escolas e universidades, demonstrando a teoria e a prática. “O lixo e o esgoto, quando são bem gerenciados, podem se tornar adubo, água pra irrigação e novos produtos. Mudando a forma de pensar das pessoas, você diminui a poluição. Primeiramente, a educação deve ser fornecida, e após isso será possível perceber um avanço na limpeza e na infraestrutura”, finalizou.

Por Ana Luiza Imbelloni.

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O filantropo bilionário Bill Gates revelou um vaso sanitário futurista que não precisa de água ou esgoto para funcionar e usa produtos químicos para transformar resíduos humanos em fertilizantes. Segundo dados do Unicef, o saneamento deficiente mata meio milhão de crianças com menos de cinco anos anualmente. 

Bill Gates comparou a mudança dos vasos sanitários tradicionais aos modelos sem água como algo semelhante ao desenvolvimento da computação na época em que fundou a Microsoft, em meados da década de 1970.

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Existem vários desenhos do vaso sanitário proposto por Bill Gates, mas todos trabalham separando resíduos líquidos e sólidos. O projeto é resultado de anos de desenvolvimento. Segundo o bilionário, a tecnologia já está pronta para entrar no mercado, em vários modelos.

Bill Gates diz que mais da metade da população mundial não tem acesso a banheiros apropriados, equipamento que deveria ser considerado básico. "Quando você pensa em coisas que são básicas, junto com a saúde e ter o que comer, ter uma privada faz parte desta lista", afirmou.

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No Brasil, 27 milhões de brasileiras não têm acesso devido a saneamento básico, de acordo com estudo do Instituto Trata Brasil. Ainda segundo o estudo, a falta desse serviço ajuda a acentuar as desigualdades de gênero, já que atingem áreas da saúde, acesso à educação e à renda, além do bem estar dessas mulheres, de acordo com a pesquisa O Saneamento e a Vida da Mulher Brasileira.

Um exemplo são meninas na idade escolar que não têm acesso a banheiro, e consequentemente, têm desempenho pior, com média de 46 pontos a menos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em comparação à média dos estudantes brasileiros. Além disso, a falta de saneamento é uma das causas de doenças diarreicas, que levam mulheres a se ausentarem de atividades da rotina em média, por 3,5 dias ao ano. Os casos de vômito e diarreia são maiores entre mulheres, com 80,1 casos para mil habitantes, de acordo com dados de 2013. Já entre os homens, a taxa é de 73,4 para mil habitantes.

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O acesso ao saneamento teria um acréscimo médio de R$ 321,03 ao ano para cada brasileira, representando mais de R$ 12 bilhões para a economia do país. “A perda da renda pode ser diretamente – no caso de uma diarista que se não vai trabalhar não recebe –, mas pode ser indireta – tendo doenças recorrentes [a mulher] se afasta mais do trabalho e progride menos na carreira”, afirmou o coordenador da pesquisa, o economista Fernando Garcia.

A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) realizará um debate com os candidatos à Presidência da República sobre o saneamento no Brasil. O evento está marcado para 14 de setembro, das 10h às 12h, em São Paulo.

Seis presidenciáveis – ou seus representantes – foram convidados de acordo com a colocação na última pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Alvaro Dias (Podemos).

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Como o ex-presidente Lula está preso desde 7 de abril por sua condenação em segunda instância a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex em Guarujá, seu representante no debate deverá ser Fernando Haddad.

Os candidatos deverão explicar suas propostas para o saneamento em uma fala de até 10 minutos. Após as falas individuais, cada presidenciável responderá três perguntas. Serão selecionadas questões enviadas por profissionais associados da ABES e pelo público em geral. Os interessados devem enviar perguntas para o e-mail imprensa@abes-dn.org.br até 10 de setembro, com o assunto “eleições”.

Já no período da tarde, das 14h às 16h, a instituição promoverá outro debate, mas com candidatos ao governo do estado de São Paulo (ou seus representantes). Para convidar os candidatos, a ABES usou o mesmo critério dos presidenciáveis. Devem participar João Doria (PSDB), Paulo Skaf (MDB), Márcio França (PSB), Luiz Marinho (PT), Professora Lisete (PSOL) e Major Costa e Silva (DC).

Ambos debates ocorrerão no Instituto de Engenharia, localizado na avenida Doutor Dante Pazzanese, 120, Vila Mariana, na capital paulista. As inscrições para assistir ao debate presencialmente devem ser feitas pelo e-mail comunicacao@abes-sp.org.br.

A candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, fez hoje uma maratona pela Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, passando pelos municípios de Nova Iguaçu, São João do Meriti e Duque de Caixas. Marina falou sobre suas propostas para o saneamento básico, um dos maiores problemas da região. "A agenda do saneamento básico é uma prioridade no nosso programa de governo. Mais da metade da população brasileira não tem acesso a esgoto tratado. E essa região toda Baixada Fluminense é um bom exemplo. Resolver o problema da poluição da Baía da Guanabara é resolver o problema do saneamento básico. E o saneamento ajuda a gerar emprego, renda para as pessoas", disse Marina a jornalistas.

Ela também comentou a decisão de ontem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que impediu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de concorrer ao pleito eleitoral. "Foi bom porque agora estão concorrendo os candidatos que podem de verdade. E é fundamental que a justiça alcance aqueles que não estão sendo punidos porque estão escondidos atrás do foro privilegiado, como é o caso do Temer, do Collor, do Aécio, do Renan, do Romero Jucá. Os que estão pagando pelos seus erros já estão pagando, agora temos que ter uma justiça para acabar com o foro privilegiado para aqueles que estão dentro do Congresso e do Planalto rindo da cara dos brasileiros", afirmou Marina.

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Ele avalia que a sociedade brasileira está cada vez mais disposta a fazer mudanças na política porque já descobriu que o problema do País não vai ser resolvido por quem só tem um projeto de poder, e não para a sociedade.

Ela disse que é necessário fazer uma reforma política porque não é de hoje que as eleições são "manchadas" por políticos que estão sendo investigados por crimes contra a nação.

"Em 2014 foi o abuso do poder econômico, do caixa 2 usado pelo PT, pelo PMDB, pelo PSDB, e agora nós temos 200 deputados que estão impunes, quando deveriam estar sendo punidos. Dentro do Palácio temos o (Michel) Temer, o Moreira Franco, temos o (Eliseu) Padilha. E é por isso que eu quero fazer a reforma política, para acabar com o foro privilegiado, criminalizar o caixa 2, para que não se tenha uma eleição com dois pesos e duas medidas", prometeu.

Em pleno calçadão de Nova Iguaçu, e depois em São João do Meriti, Marina foi bastante abordada, principalmente por mulheres, e cumpriu o ritual esperado de segurar bebês e abraçar idosos.

Após o deputado federal Danilo Cabral (PSB) se opor à MP do Saneamento [nº 844/18], editada pelo presidente Michel Temer no início de julho, o PSB protocolou uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a medida. 

De acordo com Cabral, entre outros pontos, a MP prevê medidas de aumento dos gastos públicos no setor de saneamento básico. “Tanto em forma de despesas com pessoal, além de despesas orçamentárias decorrentes de transferências obrigatórias e dotações orçamentárias específicas”. Além disso, o deputado afirma que a medida provisória alterou as atribuições no setor de saneamento básico, com esvaziamento da autonomia e competências constitucionais dos municípios. 

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“O texto atribuiu à Agência Nacional das Águas (ANA) a competência para elaborar normas de referência nacionais para regulação da prestação dos serviços públicos de saneamento básico. Assim, a ANA, que até então atuava como agência reguladora na gestão de recursos hídricos vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, passa a ser uma entidade central em matéria de saneamento básico”, explicou. 

Segundo Danilo Cabral, a MP é inconstitucional e lesiva ao patrimônio público. “A MP permite que a condução política do setor de saneamento seja feita pela iniciativa privada. Não podemos abrir de que o Estado seja o condutor dessa política, assim como deve ser em relação ao setor energético. A MP é inconstitucional e lesiva ao patrimônio público, só servirá para aumentar a tarifa e tornar o serviço pior. O saneamento é um direito de todos os cidadãos e não um negócio. É o lucro social que deve ditar as políticas de estado”, criticou. 

Danilo, antes do PSB entrar com a ação no STF, já havia ajuizado uma ação popular para barrar os efeitos da MP na Justiça Federal. “O processo foi distribuído para a 2ª Vara no Recife, mas o juiz entendeu que não cabia uma ação popular para suspender atos legislativos de competência do chefe do Poder Executivo. Por isso, procuramos o partido para questionarmos a MP através de uma ADI”. 

 

 

 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) espera dobrar o crédito para saneamento básico e coleta de lixo neste ano. O banco de fomento deverá desembolsar R$ 1,5 bilhão até o fim de 2018, ante os R$ 725 milhões liberados ano passado, segundo estimativa do diretor de Governos e Infraestrutura da instituição, Marcos Ferrari.

A demanda será impulsionada pela saída da recessão, pelo término de movimento de consolidação das empresas privadas que controlam concessionárias de água e esgoto e pelo Programa Avançar, sucessor do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cuja segunda fase foi lançada em novembro.

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O Avançar reúne investimentos da União, de estatais e financiamentos de bancos públicos, num total de R$ 130,97 bilhões até o fim deste ano. Segundo Ferrari, a participação do BNDES nos investimentos em saneamento da primeira fase do Avançar, lançada em junho passado, foi pequena. Para a segunda fase, o BNDES mudou condições, com o objetivo de atrair uma demanda maior. O empréstimo poderá chegar a 95% do investimento, ante os 80% da primeira fase.

O Avançar seleciona projetos de investimento em infraestrutura de entes públicos, municipais ou estaduais. A submissão de projetos para a segunda fase vai até a próxima segunda-feira, 18.

Demanda

Ferrari disse que há muita demanda por investimentos. "Nos últimos dez anos, a média de investimentos foi de R$ 10 bilhões a R$ 11 bilhões por ano. A necessidade é de R$ 20 bilhões por ano", afirmou o diretor, citando dados do Plano Nacional de Saneamento Básico.

O País tinha 20,6 milhões de domicílios sem rede de esgoto e 2 milhões de residências sem água encanada em 2016, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas 65,9% dos lares tinham escoamento do esgoto através da rede geral, rede pluvial ou de fossa ligada à rede.

Empresas

Companhias estaduais, como Sabesp (SP), Cedae (RJ), Copasa (MG) e Sanepar (PR), são as principais investidoras em saneamento no País, pois prestam o serviço de água e esgoto em 70% dos municípios, segundo a Abcon, entidade que representa o setor privado de saneamento. Só 6% das cidades têm concessionárias privadas de saneamento, segundo Alexandre Lopes, vice-presidente da entidade.

O financiamento é fundamental para o setor, disse Lopes, porque os investimentos são pesados e os contratos de concessão, longos - podem chegar aos 30 anos. Caixa e BNDES são as fontes tradicionais de financiamento, mas opções como a emissão de títulos (debêntures de infraestrutura, com incentivo fiscal) têm ganhado espaço.

A disponibilidade de recursos aumentou com a consolidação do setor privado. A canadense Brookfield comprou a Odebrecht Ambiental, por R$ 2,9 bilhões, e adotou o nome de BRK. A CAB Ambiental, que era da Galvão Engenharia, foi vendida para a IG4 Capital e passou a se chamar Iguá.

A lista das principais empresas inclui ainda a Aegea (do grupo Equipav, em sociedade com o fundo soberano de Cingapura GIC e com o IFC, subsidiária do Banco Mundial) e a Águas do Brasil. Entre as grandes, a última é a única que ainda tem como sócia uma empreiteira citada na Lava Jato - o grupo Carioca Christiani Nielsen. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A partir da próxima segunda-feira (14), Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), terá um calendário de abastecimento de água melhorado. A ampliação do abastecimento valerá para 150 mil pessoas no bairros de Rio Doce, Jardim Atlântico, Casa Caiada e parte de Jardim Fragoso. 

O rodízio atualmente é, em média, de um dia com água e cinco dias sem. Já na próxima semana, de acordo com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), o abastecimento será de três dias com água para três dias sem. Ainda conforme a Compesa, a mudança faz parte de uma série de melhorias realizadas através do projeto Olinda+Água, da companhia em parceria com o Governo do Estado. O objetivo final do projeto é abastecer a população todos os dias durante 24 horas.

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Nos quatro bairros que fazem parte da primeira etapa do Olinda+Água, foram colocados mais de 40 mil metros de novas tubulações. Um reservatório único construído em Jardim Atlântico também passou a abastecer os bairros. 

O projeto - Segundo a Compesa, o Olinda+Água beneficia 250 mil pessoas na cidade, quase 60% da população. Está prevista a implantação de 85 mil metros de rede de distribuição de água em 15 bairros. Os serviços começaram em março de 2016 e devem ser totalmente finalizados em março de 2021. Os recursos foram obtidos com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).

Mais de 40% do dinheiro investido em obras de higienização das 27 capitais brasileiras foi aplicado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Os dados foram divulgados hoje (20) pelo Instituto Trata Brasil. Entre os anos de 2012 e 2016, a empresa investiu R$ 9,1 bilhões no saneamento da cidade de São Paulo, ou seja, média de R$ 1,8 bilhão por ano.

No total, foram investidos R$ 22,20 bilhões nas demais capitais brasileiras no mesmo período. O Rio de Janeiro, segundo colocado, recebeu investimento de R$ 1,92 bilhão, e Recife,o terceiro colocado, recebeu R$ 1,39 bilhão. Veja o ranking completo aqui.

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A lista também destaca a cidade de Franca (SP) como o melhor município brasileiro em saneamento básico pelo quinto ano consecutivo, com 100% de abastecimento de água, 100% de coleta de esgoto e 100% de tratamento de esgoto. 

Com um índice de apenas 57% de coleta de esgoto, o Brasil vive um paradoxo no setor de saneamento: o País coleciona exemplos de obras pela metade e redes que ficaram perdidas por anos, sem conexão da população. São tubulações que não chegam a lugar nenhum e não beneficiam ninguém - resultado de um planejamento deficiente do poder público.

Teresina, capital do Piauí, é um exemplo dessa situação. A cidade do Nordeste - que ocupa o 88.º lugar no ranking de saneamento elaborado pelo Instituto Trata Brasil com as 100 maiores cidades do País - tem cerca de 700 quilômetros de rede de esgoto construída. Mas quase 20% dessa malha estava - literalmente - perdida no subsolo, sem nenhuma ligação. As obras haviam sido feitas em governos passados, mas por algum motivo ficaram no meio do caminho. Os trechos mais fáceis foram construídos e aqueles, com solos pedregosos, deixados para trás. Isso criou uma rede descontínua, que impossibilitou a conexão.

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Com a transferência dos serviços de esgoto para uma empresa privada no ano passado, os antigos moradores de um bairro procuraram a nova concessionária para saber se poderiam se conectar à rede que existia ali. Até então, a empresa e o governo atual não sabiam da existência desse ramal. A surpresa foi descobrir que cerca de 150 km de esgoto estavam prontos e não haviam sido incluídos no mapa.

"Durante 30 dias, tivemos de abrir e fechar buracos, a cada esquina, para saber se havia rede no local", afirmou Hamilton Amadeo, presidente da Aegea - empresa que vai tocar os serviços de esgoto em Teresina. A expectativa é que nos próximos dias todo o trecho seja mapeado. O governo do Piauí não quis falar sobre o assunto.

A lista de absurdos encontrados no saneamento, cujo índice de cobertura é considerado importante indicador de desenvolvimento de um País, é resultado de uma série de fatores. Primeiro, o setor sempre foi o "patinho feio" da infraestrutura, com baixo volume de investimentos diante das necessidades da população. Segundo, porque existe uma pluralidade de órgãos que gerenciam projetos no setor, além de ministérios, fundações, Estados, municípios e governo federal, afirma o presidente da Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais (Aesbe), Roberto Tavares.

Ele explica que é comum casos de órgãos que começam uma obra e não concluem por falta de orçamento. Nesse caso, a chance de o projeto ficar no meio do caminho é grande, explicou Tavares. "Depois que uma obra para, ela se deteriora e fica mais difícil concluí-la. Isso é desperdício." Ele conta ainda que nos últimos anos muitas construtoras quebraram e deixaram obras sem continuidade. O executivo, que é presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), diz que em Recife há quase 100 km de rede que não levam a lugar nenhum. "A empreiteira quebrou, a rede não foi concluída e ninguém pôde se conectar."

Em Tubarão (SC), uma rede que está sendo construída agora ficará ociosa até 2022. A prefeitura conseguiu uma verba para pavimentar algumas ruas e exigiu que as obras de saneamento fossem antecipadas para não estragar o asfalto no futuro. "É o melhor uso do dinheiro público", disse o prefeito da cidade, Juares Ponticelli. Como a obra não constava do planejamento atual da concessionária de esgoto, a rede será construída, mas as ligações não poderão ser feitas, pois trata-se de uma área isolada do resto do sistema. "Vamos fazer a rede, mas ela ficará ociosa até 2022", afirma Gustavo Guimarães, presidente da Iguá (ex-CAB Ambiental).

Projetos

Os problemas no setor de saneamento são crônicos. Além da baixa cobertura de esgoto, o dinheiro disponível para investimento nem sempre é usado por falta de capacidade técnica das prefeituras para elaborar os projetos. Na época do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo colocou alguns bilhões de reais à disposição dos municípios, mas sobrou muito dinheiro, conta o presidente do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos.

Hoje, com a crise fiscal que assola todas as esferas públicas, a situação piorou. Sem capacidade técnica e sem dinheiro, algumas prefeituras entendem que a saída é transferir os serviços para a iniciativa privada. Mas esse também não é um caminho rápido. Em São João do Meriti (RJ), a concessão foi feita em 2015, mas até hoje o contrato não foi assinado por divergências entre os órgãos públicos. "Estamos numa situação super complicada. A prefeitura não tem condição de investir no esgoto", afirma o prefeito João Ferreira Neto. Atualmente, a cidade tem quase 350 km de rede, mas 60% da malha está entupida e outra parte está perdida por falta de conexão. "Nosso sistema é rudimentar e ultrapassado. Tudo vai parar no rio." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal, em ação com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), deflagrou nesta segunda-feira (27) a Operação Vinil. A investigação apura o crime de formação de cartel por empresas do ramo de conexões de PVC e polipropileno, em licitações públicas de obras de infraestrutura em saneamento de água.

Em nota, a PF informou que 65 policiais federais e 20 servidores do Cade cumprem 15 mandados de busca e apreensão em São Paulo, grande São Paulo e na cidade de Santa Bárbara D'Oeste, todos expedidos pela 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

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O inquérito policial teve início em junho de 2017 quando o Ministério Público Federal encaminhou, para investigação pela PF, o acordo de leniência firmado entre o Cade e uma empresa fabricante de conexões, no qual se descrevem condutas anticompetitivas dela e de outras três empresas do ramo, afetando o mercado nacional, entre os anos de 2004 e 2015, comprometendo licitações em 14 Estados.

O relatório do Cade aponta indícios de violação da ordem econômica por meio de conluio entre as empresas para frustrar o caráter competitivo das licitações públicas, como a fixação de preços e condições comerciais; a abstenção de participação em licitações; acordos para divisão de clientes e lotes entre concorrentes e o compartilhamento de informações comercialmente sensíveis.

São apurados crimes de abuso do poder econômico (formar acordo visando a fixação artificial de preços e o controle regionalizado do mercado por um grupo de empresas), previstos na Lei 8.137/90, com penas de 2 a 5 anos de prisão e multa.

Nesta terça (3), a Agência Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) divulgou um ranking de universalização do saneamento. O relatório visa avaliar as questões de saneamento nos 231 municípios que foram envolvidos, com mais de 100 mil habitantes. Todas as cidades integrantes disponibilizaram as informações necessárias para o SNIS, Sistema Nacional de Informações de Saneamento.

Nele é possível se informar, por exemplo, que a falta de investimento no saneamento básico adequado é um dos fatores para que haja uma superlotação nos equipamentos públicos de saúde. A agência se baseou em várias pesquisas e constatações de outros órgãos, como por exemplo a UNICEF, que diz: cerca de 88% das mortes por diarréia são atribuídas à má qualidade da água, saneamento inadequado e falta de higiene. O órgão indica também que a diarréia é a segunda causa de morte das crianças menores de 5 anos de idade, no Brasil.

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Para se ter uma idéia do quão deficitário estão os municípios brasileiros, no que diz respeito a saneamento básico, apenas 6% das cidades atingiram a pontuação de enquadramento na categoria rumo à universalização do saneamento; 18% estão em compromisso com a universalização e 76% dos municípios se encaixaram na categoria de primeiros passos para a universalização. Entre as cidades que mais têm problemas com as questões sanitárias e ambientais, aparecem os municípios pernambucanos Recife, Caruaru, Cabo de Santo Agostinho, Igarassu, Jaboatão, Petrolina e São Lourenço da Mata, entre outras nos primeiros passos para esse atendimento.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 2,5 bilhões de pessoas ainda sofrem com a falta de acesso aos serviços de saneamento básico e 1 bilhão pratica a defecação ao ar livre. Ainda segundo publicado pelo órgão, estima-se que, para cada dólar investido em saneamento básico e água, o PIB global cresça em 1,5% e sejam economizados 4,3 dólares em saúde no mundo.

Por isso, é essencial que os esforços voltados para o tema estejam entre as prioridades da agenda de desenvolvimento do mundo. Para se ter uma idéia, o Brasil precisa investir R$ 508 bilhões, até 2033, para universalizar o saneamento de água. Só assim o país conseguirá diminuir e/ou eliminar doenças como filariose, dengue, diarréia, chikungunya e outras tantas causadas pela falta de um atendimento amplo, que atenda a todas as camadas da sociedade, pelo poder público.

O Governo Federal afirma que neste ano de 2017 mais de R$ 9 bilhões de reais foram investidos no saneamento básico.

 

O esgoto gerado na cidade de Bayeux, região metropolitana de João Pessoa, está sendo despejado no mar sem nenhum tipo tratamento. Além disso, os serviços de saneamento básico existentes no município, representados pelos 9%, não estão funcionando. Três licitações já foram instauradas e as obras não foram concluídas pelas mudanças de gestão da cidade. Dos 650 metros, já foram concluídos 150 metros para cumprir 20% do saneamento da cidade.

Nesta quarta-feira (2), o Ministério Público da Paraíba (MPPB) divulgou que foi instaurado um inquérito junto à Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) e a Secretaria de Infraestrutura de Bayeux (Seinfra) para discutir o assunto.

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De acordo com a promotora de Justiça, Fabiana Lobo, no ano de 2006 houve um repasse de recursos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para a construção de bacias de esgoto em cinco bairros da cidade, porém, com a troca de gestão na Prefeitura de Bayeux, os procedimentos não foram concluídos.

Os engenheiros da Cagepa disseram que só foram finalizados a estação elevatória final e o emissário de recalque. Em 2008, três licitações foram abertas para encontrar empresas que concluíssem as obras, mas todas renunciaram devido à dificuldade de realizar os serviços.

Em 2013, uma empresa iniciou as obras, no entanto, os serviços foram paralisados por conta de processos burocráticos da Caixa Econômica Federal (CEF), devido a uma adequação de planilha. O saneamento só foi reiniciado em 2015, porém, houve uma paralisação e só retornou efetivamente em janeiro de 2017.

De acordo com a Cagepa, 650 metros de interceptor de esgoto serão feitos para possibilitar o transporte desses resíduos até a estação de tratamento do Róger, em João Pessoa. Os engenheiros da Cagepa esclareceram ao MPPB que existem dificuldades de instabilidade do solo e periculosidade da região.

Quando as obras forem concluídas, o funcionamento desse sistema de esgotos irá garantir que 20% da cidade seja atendida pela rede de saneamento básico de Bayeux.

O ex-diretor regional de São Paulo da Odebrecht Ambiental, Guilherme Pamplona Paschoal, teve negado pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, agravo regimental em que pedia para que fosse imposto sigilo aos seus depoimentos em acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal na Operação Lava Jato. Segundo sua delação, corroborada pelo seu superior hierárquico, Fernando Reis, que presidiu a empresa, ele era o responsável por entrar em contato com políticos para prometer caixa dois de campanha em troca de uma eventual privatização dos sistemas de esgoto e saneamento nas cidades do interior de São Paulo.

Na delação, Guilherme Paschoal disse ter desempenhado o papel de porta-voz do caixa dois da Odebrecht Ambiental em pelo menos 11 cidades: Mairinque, Santo André, Sumaré, Mogi Guaçu, Mauá, Porto Ferreira, Guarulhos, São Carlos, Limeira, Santa Gertrudes, São José do Rio Preto.

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Em todos esses municípios, Paschoal contou ter sido o responsável por identificar candidatos que tivessem o potencial de vencer as eleições, repassar os nomes a Fernando Reis, presidente da Odebrecht Ambiental, e, em seguida, operacionalizar, junto a Eduardo Barbosa, do Departamento de Propinas da empreiteira, os repasses via caixa dois.

A defesa do delator sustentava que a divulgação dos vídeos de seu depoimento colocava sua vida em risco. "As consequências desta divulgação sem que o colaborador tenha tido tempo de tomar as medidas necessárias a preservação da sua segurança e de sua família podem ser catastróficas e os danos irrecuperáveis. O risco, portanto, é iminente".

Em manifestação ao Agravo da defesa de Paschoal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot afirmou que ao celebrar o acordo de delação, o diretor da Odebrecht ‘assentiu sem ressalvas com a preservação do sigilo - tanto do acordo em si quanto de seus anexos - apenas "enquanto o Ministério Público Federal entender que a publicidade prejudicará a efetividade das investigações".

Janot também ressaltou que o nome e a imagem do delator já foram divulgados e, portanto, "seria um contrassenso manter tal sigilo em informação que já é de conhecimento público."

"Proibir que a sociedade tenha acesso ao conteúdo dos depoimentos subjacentes seria privá-la, em última análise, não apenas da garantia constitucional de participação de gestão pública, mas do próprio controle dos atos estatais. Em outras palavras, valores republicanos estão em jogo, e parece decorrer daí o interesse da sociedade em acompanhar o desenrolar dos fatos, sempre observado, evidentemente, o princípio da inocência", anota o PGR.

Em uma planilha de repasses, são detalhados pelo menos R$ 20 milhões doados pela Odebrecht Ambiental a candidatos, com o objetivo de manter ou obter contratos na área de saneamento. O valor mistura caixa dois e doações oficiais, muitas intermediadas entre o próprio político e a empreiteira. Na planilha, são identificados 80 nomes de políticos - 10 repasses constam com nomes genéricos, como ‘vereadores’, ‘vários’ e ‘deputado’.

Somente em São Paulo, executivos da companhia de saneamento e tratamento de água do grupo dizem ter pago R$ 9,1 milhões em caixa dois, para financiar eleições municipais com caixa dois. Os delatores identificaram 23 candidatos cujas campanhas foram contaminadas somente em municípios paulistas. Destes, 22 foram abordados pelo delator Guilherme Paschoal.

O plano do governo federal era universalizar os serviços de saneamento básico até 2033. Mas, no ritmo atual, esse cronograma deverá atrasar, pelo menos, 20 anos, segundo o levantamento "Diagnósticos e Perspectivas para os investimentos em saneamento no Brasil", feito pela GO Associados. Para atingir a meta, o País teria de investir R$ 20 bilhões por ano até 2033. De 2010 a 2015, porém, o investimento médio ficou na casa de R$ 11 bilhões, quase a metade do necessário.

Resultado disso é o baixo nível de cobertura dos serviços. O índice de coleta de esgoto, por exemplo, está em 50% e o de tratamento de esgoto, em 42,7%. Entre 2005 e 2015, esses indicadores melhoraram, mas de uma forma muito lenta, na proporção de 1 ponto porcentual ao ano - número incompatível com as metas do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).

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Outro dado preocupante é que, nesse mesmo período, o número de domicílios sem rede de esgoto aumentou, de 25,6 milhões para 28,5 milhões. A explicação é que, apesar do aumento do atendimento, ocorreu também um crescimento populacional e uma mudança demográfica representativa no período. Os serviços de abastecimento de água estão em uma posição melhor, mas ficaram basicamente estáveis nos últimos anos, com 93% de atendimento urbano em 2015 (83,3% de atendimento total).

O sócio da GO Associados Pedro Scazufca, especialista em saneamento e responsável pelo estudo, diz que o quadro do setor é grave, especialmente quando se analisa a situação em detalhes. "As empresas que mais precisam investir são as que menos investem. Nesses casos, se não houver mudança, não dá nem pra pensar em universalização."

Em Rondônia, por exemplo, apenas 2% da população urbana tem coleta de esgoto e nada é tratado; no Pará, 3,41% tem rede de esgoto; e no Amapá, 3,79%. "Em muitos locais não houve avanço algum nos indicadores", diz Scazufca. Exemplo disso, é que nesses Estados os investimentos caíram entre 10% e 27% entre 2014 e 2015, segundo o levantamento.

Scazufca afirma que no setor de água há deficiências, especialmente na Região Norte. Mas, no caso do esgotamento sanitário, o problema é geral - o que implica em gastos diretos em saúde pública. Segundo cálculos de mercado a cada R$ 1 investido no setor de saneamento, o governo economiza R$ 4 no sistema de saúde.

Diagnóstico

Hoje as empresas estaduais atendem cerca de 75% da população no abastecimento de água e 50% em esgoto. Muitas delas não têm condições de elevar o volume de investimento no setor por causa da elevado endividamento. De acordo com o diagnóstico feito pela GO Associados, umas das alternativas é aumentar as parcerias entre a iniciativa privada e o setor público.

O levantamento mostra que, apesar das companhias privadas atenderem apenas 6% dos municípios brasileiros e 14,5% das pessoas, elas foram responsáveis por 20% dos investimentos do setor em 2015. O sócio da GO Associados afirma que tem crescido a modalidade de subconcessão, em que a estatal - responsável pela concessão - faz um contrato com a iniciativa privada para transferir alguns serviços, como o esgotamento sanitário. "Isso já está ocorrendo em Teresina e em Goiás, em ambos os casos na área de serviços de esgoto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os moradores do bairro do Marco, em Belém, sofrem há anos com o problema de enchentes. No período do inverno amazônico, que vai de novembro a abril, as dificuldades pioram, por causa da maior incidência de chuvas.

De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente (Semas) da prefeitura de Belém, o primeiro trimestre de 2017 indica precipitação de chuvas acima do normal em grande parte do Estado, em função do fenômeno La Niña. Com isso, o escoamento da água demora e as ruas e passagens ficam inundadas, dificultando a circulação dos moradores do bairro.

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Segundo Arlete da Conceição Figueiredo, que reside há 24 anos na passagem Trindade, a rua sempre encheu. “Eu moro aqui há 24 anos e sempre encheu, a cada ano a rua só enche mais”, disse. Ela declarou também já ter caído em decorrência do alagamento. “Eu fui atravessar a água e caí, me machuquei toda.” Para Arlete, o problema só vai ser resolvido com o investimento em macrodrenagem. Não é apenas a passagem Trindade que inunda. As ruas aos redores ficam todas cheias. Antônio Silva, morador da travessa Barão do Triunfo com a passagem José Leal Martins, relatou que o problema não é recente. Sua residência já encheu e ele teve prejuízos materiais. “Não sabemos mais para onde correr, entra prefeito e sai prefeito e nada é resolvido”, declarou ele.

Além da dificuldade de locomoção, a deficiência no saneamento básico também pode causar doenças. Segundo a médica Denise Lorenzoni, as doenças que a falta de saneamento básico podem causar são: diarreicas, doenças infectocontagiosas, proliferação de mosquitos, arboviroses, dengue, febre amarela, zica e chikungunya, com maiores incidências esse ano. Crianças e idosos, que são maioria no local, possuem maior facilidade em adquirir tais doenças.

Segundo a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), as enchentes no local ocorrem porque Belém tem poucas bacias hidrográficas saneadas. De 14, apenas três estão prontas. A prefeitura, informou a Sesan, tenta atenuar esses problemas com a micro e macrodrenagem nas bacias hidrográficas.

Questionado sobre a obra do canal do Tucunduba, o diretor da ATEC (Assessoria técnica da Sesan), Antônio Carlos, falou que a obra seria a resolução do problema das enchentes no bairro, porém isso é responsabilidade do governo do Estado.

Por Débora Barbosa e Fernanda Barbosa.

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O ministro das Cidades, Bruno Araújo, disse que o governo federal vai anunciar a liberação de R$ 1 bilhão para pavimentação e saneamento na Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios deste ano, marcada para maio. O anúncio foi feito nessa quinta-feira (23) na cerimônia de início das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Beberibe II, no Recife. Segundo ele, o governo federal não vai aproveitar o nome do Programa de Aceleração do Crescimento, criado pela gestão petista.

“A gente espera que o presidente da República possa anunciar em Brasília R$ 1 bilhão de recursos do FGTS para financiar projetos como esse, que envolve pavimentação, saneamento, drenagem. Os municípios que tiverem capacidade de endividamento que possam acessar esse recurso para cuidar de uma prioridade absoluta que é o saneamento no país”, disse Araújo depois da cerimônia.

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Araújo disse que, além do nome, o “desenho” do programa também deve mudar, mas não deu detalhes. “É um novo modelo de financiamento que estamos preparando de uma forma mais simplificada e que se ajuste ao atual momento econômico do país”.

A estratégia de liberar recursos durante a marcha, que reúne milhares de prefeitos de todo o país, não é nova. Em 2013, por exemplo, a então presidenta Dilma Rousseff (PT) anunciou R$ 3 bilhões aos municípios. Na ocasião ela foi vaiada por parte dos gestores, que esperavam um aumento do repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Contrato retomado

O ministro esteve no Recife para anunciar o início das obras do PAC Beberibe 2. Anunciado em 2012, o projeto estava parado desde 2015. No ano passado foi retomada a licitação, mas as obras não começaram por falta de recursos. Com a liberação do dinheiro, as máquinas iniciam o trabalho amanhã (24), de acordo com o prefeito do Recife, Geraldo Júlio. “O contrato precisava de uma pactuação para se tornar viável. Agora a gente conseguiu destravar e as obras começam imediatamente”, disse.

O local que sofrerá a intervenção é uma área pobre do Recife, com alagamentos constantes e barracos amontoados nas margens do rio. O projeto prevê a construção de uma via de 4,9 quilômetros marginal ao Rio Beberibe, a implantação de saneamento integrado, composto de pavimentação, drenagem e esgotamento sanitário de comunidades que margeiam o curso d'água e a instalação de estações elevatórias de esgoto. Para tirar a obra do papel, a prefeitura a dividiu em três etapas.

As três fases estão orçadas em R$ 119 milhões, dos quais 95% são do governo federal, financiados com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), segundo o ministro Bruno Araújo. A primeira etapa, que custará R$ 35,5 milhões, inclui a construção de 1,4 km de via marginal e o saneamento integrado das 23 ruas. Os trechos que ainda precisam de desapropriação e indenização ficam para as etapas seguintes. A previsão de conclusão do projeto é de 18 meses.

De acordo com a prefeitura do Recife, o PAC Beberibe 2 vai beneficiar mais de 38 mil famílias dos bairros de Arruda, Água Fria, Peixinhos, Campina do Barreto, Fundão, Beberibe e Linha do Tiro, além dos moradores de Nova Descoberta, Dois Unidos, Cajueiro, Porto da Madeira, Brejo de Beberibe e Passarinho.

Cobrança por moradia

Durante a cerimônia, que foi aberta à população, moradores de comunidades do entorno cobraram a entrega de moradias populares. Alguns já tinham cadastro e aguardavam há anos pelas casas; outros ainda lutavam para serem incluídas na lista de beneficiados.

Ana Lúcia Alves Pereira da Silva, que não quis falar com a imprensa, chegou a tentar interromper a entrevista do ministro Bruno Araújo. Gritando, dizia esperar pela casa prometida há oito anos. Homens ligados à prefeitura e lideranças comunitárias tentaram retirá-la do local. Outras pessoas protestaram em tom mais ameno, embora demonstrassem descontentamento.

“Minha filha recebe R$ 200 de auxílio-moradia e paga um aluguel de R$ 500, fora luz e água, isso é um absurdo”, diz a empregada doméstica Marinalva Alves, 39. Sua filha, Letícia Alves do Nascimento, de 22 anos, é proveniente da Favela do Papelão. Seu barraco pegou fogo há quatro anos em um dos incêndios que atingiu o local. Elas também reclamam de falta de policiamento. Outros se queixavam da falta de médico quando o prefeito anunciou a inauguração, em breve, da reforma de um posto de saúde na região. Além disso, faixas pedindo socorro ao Rio Beberibe e a comunidades não puderam ser abertas no local.

A respeito dos protestos, o ministro Bruno Araújo disse que não há atraso no repasse de recursos por parte do governo federal. “Qualquer atraso em obra do Minha Casa, Minha Vida em todo o território nacional só não é por falta de recursos do Ministério das Cidades. Tem que ser checado caso a caso qual é o executor, o que pode estar levando o atraso em relação a essa obra”.

Já Geraldo Júlio disse que o problema não é novo. “O déficit habitacional no Recife não é novidade, não é uma coisa recente e que existe há muito anos. Temos um déficit de mais de 50 mil habitações, uma realidade dura que a gente está enfrentando”. Ele também citou a entrega de pouco mais de mil moradias pelo PAC Beberibe 1, que ainda não foi concluído.

Quem trafegar pela Rua Doutor Samuel Lins irá se deparar com uma obra emergencial de esgoto a partir desta quarta-feira (13). A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) irá realizar os trabalhos em frente ao número 44 da via, com a finalidade de substituir aproximadamente três metros da rede coletora de esgoto que possui 200 milímetros de diâmetro. Para isso, os trabalhadores ficarão submersos a três metros de profundidade, então, a rua precisou ser completamente interditada. 

A Compesa informa que a previsão de conclusão do serviço está estipulada para o próximo sábado (16) e os condutores devem ficar atentos aos desvios durante este período.

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Metade da população brasileira ainda não tem esgoto coletado em suas casas e cerca de 35 milhões de pessoas nem sequer têm acesso a água tratada no País. É o que revela levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil com base nos dados de 2014 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), divulgados no mês passado pelo Ministério das Cidades.

O índice (49,8%) coloca o Brasil em 11º lugar no ranking latino-americano deste serviço, atrás de países como Peru, Bolívia e Venezuela. Os dados dessas nações são compilados pela Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), que divulga o índice de 62,6% para o Brasil porque inclui fossas.

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Os números mostram que a coleta de esgoto melhorou só 3,6 pontos porcentuais nos últimos cinco anos e ainda está muito distante da meta estabelecida pelo Plano Nacional de Saneamento Básico, que é atingir 93% de coleta no País em 2033.

"Caso se mantenha o ritmo atual, estimamos que só teremos serviços de saneamento universalizados a partir de 2050. Os patamares de atendimento do Brasil se mostram modestos mesmo na comparação com seus pares latino-americanos", afirma Gesner Oliveira, ex-presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e autor do estudo.

Segundo o levantamento, metade dos R$ 12,2 bilhões investidos em saneamento no País ficou concentrada nas cem maiores cidades brasileiras. Mas, segundo o estudo, 64% das cidades analisadas investem menos de 30% do que arrecadam com a tarifa de água e esgoto cobrada dos consumidores.

"O avanço, além de lento, é desproporcional. Só as 20 melhores no ranking do saneamento investem, por habitante, duas vezes e meia a mais do que as 20 piores", afirma o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos.

Cidades

O ranking nacional feito pelo Trata Brasil com as cem maiores cidades mostra que apenas dois municípios, Belo Horizonte (MG) e Franca (SP), têm 100% de esgoto coletado. Piracicaba (SP), Contagem (MG) e Curitiba (PR) têm mais de 99%. Já as cidades de Ananindeua e Santarém, no Pará, são as duas piores do ranking, com nenhum esgoto coletado.

"Estamos separando o Brasil em ‘ilhas’ de Estados e cidades que caminham para a universalização da água e esgotos, enquanto que uma grande parte do Brasil simplesmente não avança. Continuamos à mercê das doenças", afirma Carlos.

Já quando a análise é sobre o esgoto tratado, o índice nacional cai para 40,8%, apesar da pequena melhora de 2,9 pontos porcentuais desde 2010. Apenas três cidades paulistas (Limeira, Piracicaba e São José do Rio Preto) tratam 100% do esgoto coletado. Por outro lado, cinco municípios, entre os quais Governador Valadares (MG), Porto Velho (RO) e São João de Meriti (RJ), não tratam nada.

Os dados mostram que o índice nacional de perdas de água na distribuição, que mede o desperdício, foi de 36,7% em 2014, ano marcado pela estiagem no Sudeste e Nordeste do Brasil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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