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Nesta terça-feira (10), será divulgado o resultado do Funcultura Audiovisual. Ao todo, o programa de incentivo vai disponibilizar R$ 20 milhões para projetos de filmes de curta e longa-metragem, produtos para TV, difusão, formação, pesquisa, cineclubismo e preservação. O anúncio será realizado, às 10h, no Museu do Estado de Pernambuco (MEPE), loclizado na Avenida Rui Barbosa, 960, bairro das Graças, no Recife. Após o evento, o resultado será publicado no portal da Secretaria de Cultura.

Do total de recursos investidos, R$ 10.150.000,00 (dez milhões e cento e cinquenta mil reais) são oriundos do Funcultura estadual e R$ 10 milhões da Agência Nacional de Cinema - Ancine, através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Os recursos do FSA são destinados às categorias longa-metragem e produtos para televisão. Nesta edição, foram recebidas 443 propostas de produtores e realizadores de 12 Regiões de Desenvolvimento do Estado.

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Serviço

Anúncio do resultado do 10º Edital Funcultura Audiovisual 2016/2017

Terça-feira (11) | 10h

Museu do Estado de Pernambuco - MEPE (Av. Rui Barbosa, 960 - Graças, Recife - PE)

(81) 3184-3076

Dois anos e quatro meses. Esse é o tempo que Marcelino Granja está à frente da Secretaria de Cultura de Pernambuco. O período coincide com a que seja talvez a maior crise política da história do Brasil, acompanhada por um crise econômica grave. E, em momentos assim, é mais do que comum o governo ter na Cultura o primeiro alvo de cortes orçamentários. Em mais uma da série de matérias publicadas pelo LeiaJá como resultado de uma conversa de duas horas com o secretário e com a presidente da Fundarpe, Márcia Souto, Granja faz um balanço do período, elencando ações e projetos para o futuro.

Nas matérias anteriores, já foi dito que a lei que inclui o brega na lista de valores culturais de Pernambuco não muda a exclusão do gênero das programações bancadas pelo governo estadual, que o Sistema de Incentivo à Cultura será reformulado e passará a ter também mecenato e que o próximo edital do Funcultura já deve ter a entrega dos projetos on-line, com a digitalização doprocesso.

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Confira o que disse o secretário Marcelino Granja:

O desafio 

"Levamos em conta um duplo desafio: garantir o legado dos avanços conquistados no oito anos de governo de Eduardo Campos na política cultural do Estado e ao mesmo tempo fazer uma crítica desse legado para ajustá-lo às novas condições. Num balanço, destaco também o desafio de 'não deixar a peteca cair'.  Isso pode parecer óbvio, mas o período que vivemos de 2014 para cá é de recessão, então o risco do retrocesso é enorme. Nós sabíamos que haveria restrições financeiras duríssimas, drásticas. E De 2015 para 2016 foi um verdadeiro 'cavalo de pau'. Vários Estados do Brasil simplesmente quebraram, e mesmo nesse ambiente nós soubemos administrar a diminuição de recursos e não permitir descontinuidade. Nenhuma política pública pode existir sem meios, sem recursos, portanto ter recursos é um dos elementos centrais." 

Funcultura 

"Em primeiro lugar, precisávamos garantir e ampliar aquilo que foi a 'joia da coroa' na política cultural no período anterior, o fortalecimento do Funcultura. Precisamos lembrar que o fundo saiu de um recurso de 3 milhões para 30 milhões e se tornou o principal instrumento de fomento em Pernambuco. E tínhamos aqui este primeiro desafio: garantir que o Funcultura não tivesse nenhum retrocesso. Quanto a isso não tenho dúvida que nós temos não só garantido, mas avançado, e em duas direções. Tanto do aumento de recursos – passamos de 30 para 36 milhões de reais -, como de uma outra conquista que foi a implantação dos fóruns de pactuação: o Conselho do Audiovisual, o de Política Cultural e o de Preservação do Patrimônio Cultural. Com isso, pudemos levar para o Funcultura debates que estavam represados. Alguns eram consenso no meio cultural, como mais democratização do Funcultura, no sentido de desconcentração e regionalização e inclusão social de segmentos da sociedade majoritários como no caso das mulheres, dos negros, que são elementos fundamentais na produção de arte no Estado de Pernambuco."

Fizemos também um edital para música, mas ainda com o formato do edital anterior. Agora, Márcia Souto, presidente da Fundarpe, está focada nisso, tem um grupo de trabalho no Conselho de Cultura para que o próximo edital da música seja voltado para a crítica que o setor está fazendo em relação às demandas da cadeia produtiva da música." 

Eventos e prêmios 

"Garantimos os ciclos de festivais, que na nossa ótica ficaram até melhor. Fizemos com menos recursos e ainda fomos atrás de novas coisas o Carnaval, São João, Ciclo das Paixões, Ciclo Natalino, o Festival de Inverno de Garanhuns.  Criamos dois novos prêmios culturais: o Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia e o Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho para a área de preservação de patrimônio cultural. Ampliamos as ações do patrimônio: o patrimônio vivo saiu de três para seis titulações anuais e também houve aumento das bolsas. E na questão dos grandes ciclos, houve uma busca para fazer os eventos com menos recursos e mais foco na cultura popular, com clara prioridade, do ponto de vista de segmento, para a cultura popular e, do ponto de vista de linguagem, para a literatura. Mas elegemos a prioridade como a literatura, porque ela tá presente no cinema, na música, no teatro, em todo canto. Por ser uma linguagem transversal, mãe de todas as artes, que está presente em toda forma de expressão. No período, a gente conseguiu ainda dar curso ao programa Pernambuco Criativo, que é um programa muito importante para ajudar no empreendedorismo cultural."

No último grande ciclo de eventos culturais, o Carnaval de 2017, o governo de Pernambuco resolveu deixar bem claro que alguns estilos musicais não seriam aceitos na programação oficial da festa. Segundo a convocatória publicada em dezembro de 2016, "não se enquadram (...) os seguintes gêneros musicais: Forró Eletrônico, Forró Estilizado, Brega, Swingueira, Arrocha, Funk, Sertanejo e Pagode Estilizado".

A exclusão causou imediatamente uma reação. De um lado, artistas locais manifestaram contentamento, por achar que tais estilos descaracterizam a festa; do outro, classificaram a postura de ser preconceituosa e uma espécie de censura. O público também tomou parte, e muitos debates foram travados em redes sociais por pessoas com visões opostas sobre o posicionamento da Secretaria de Cultura.

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Em abril, a Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou o projeto de lei 1176/2017, que inclui o brega na lista das expressões artísticas consideradas genuinamente pernambucanas. O projeto altera a lei 14.679, de 2012, que traz em seu artigo 3º o rol das expressões que podem ser beneficiadas pela determinação de que 60% das apresentações artísticas resultantes de convênio entre o governo estadual e as prefeituras sejam garantidas a elas.

Na primeira de uma série de matérias sobre a gestão cultural de Pernambuco, resultado de uma conversa de cerca de duas horas com os gestores do segmento no Estado - Marcelino Granja, secretário de Cultura, e Márcia Souto, presidente da Fundarpe -, o LeiaJa.com traz o posicionamento do governo sobre a limitação de gêneros nos ciclos de grandes eventos incentivados com recursos públicos. Com o São João se aproximando, Marcelino e Márcia garantem que a política será a mesma do Carnaval: nada de brega ou forró estilizado nas programações.

Confira a entrevista com Marcelino Granja e Márcia Souto:

O governo do Estado tomou a decisão de não trazer para as programações dos grandes ciclos de eventos culturais determinados tipos de atrações munsicais. Representantes de diferentes estilos, identificados de maneira genérica pelo termo 'brega', protestaram, e recentemente a Alepe aprovou uma lei que inclui o brega na lista de  expressões culturais genuinamente pernambucanas. A Secretaria de Cultura vai rever sua postura e incluir esses artistas nas programações?

Marcelino Granja - Não vai mudar a política cultural. É preciso compreender que a política cultural não é baseada no formalismo legal, numa regulação de leis. Debater o que é uma linguagem cultural, o que é bom ou ruim, não há lei no mundo que vá resolver o problema, porque nós estamos tratando da pura subjetividade humana. Nós vemos aqui uma discussão muito intensa que é permanente, não tem como resolver por lei.

Mas o governo, de forma objetiva e documental, através da convocatória, barrou este tipo de música em suas programações. 

Marcelino Granja - Não. O governo disse apenas que a nossa contratação, com recurso público, para os ciclos, não consideraria a disponibilidade de recurso para determinadas linguagens da música. Tão somente isso. Não fizemos juízo de valor, não dissemos que brega ou funk não são música popular. É evidente que é musica popular, mas duvido que uma lei ou uma universidade sejam capazes de definir algo que seja minimamente consensual a respeito do que é brega. Ao mesmo tempo, todos sabem do que estamos tratando.

Essa lei então não muda nada para este ciclo do São João, que se aproxima?

Marcelino Granja - Não muda nada. Nem para esse nem para os outros ciclos. 

Márcia Souto - A intenção da Secretaria não é excluir, mas valorizar a música e as tradições daquele ciclo. O brega, por exemplo, tem um período específico que toca no ano? Não. Mas o frevo tem. Ele faz parte da formação do nosso povo, na dança, na expressão cultural, na história do povo pernambucano. O frevo está vinculado a Pernambuco. O que a gente quer garantir é a valorização das tradições dos ciclos. É por isso que a gente vai dar prioridade à cultura popular, ao frevo, à música da tradição. É isso que está colocado, não há nenhuma exclusão do brega ou do funk. Uma coisa é a música, o estilo brega, outra coisa é a música que comete crimes de racismo, de homofobia. Essa daí não é contratada por nós em época nenhuma. Independentemente de ser brega, ou samba, ou o que for. Esse tipo de agressão a gente não contrata. O que a gente percebia era que muitas vezes o palco em que a gente precisava mostrar nossa tradição era ocupado por outros ritmos. E cabe ao poder público dar esse direcionamento também. A gente tem a obrigação como poder público de garantir a tradição do ciclo. O frevo, por exemplo, é patrimônio da humanidade. Cabe ao governo de Pernambuco ser o principal responsável por garantir a preservação dessa tradição. No São João também nós temos os melhores artistas nessa área, então não é um problema de exclusão, mas de dar um direcionamento correto para a preservação da tradição cultural do Estado.

Não estaria o governo ignorando uma expressão cultural popular contemporânea, ou tendo uma visão engessada do que é cultura?

Marcelino Granja – O brega é um valor cultural, isso é óbvio. Não está se discutindo isso. Outra coisa é dizermos que vamos deixar de priorizar o forró no São João, por exemplo. O gestor público pode sim dizer: 'O brega toca o ano todo. É mais beneficiado pela indústria cultural de massa, tem muito mais empresários botando dinheiro neles, as rádios resolveram tocar eles, isso faz parte da estratégia de certa dominação político-ideológica porque não desenvolve o espírito crítico'. E eu digo. Nós vamos sim ter escolhas e não vai ter nenhuma lei no âmbito da cultura que impeça essas escolhas porque isso é impossível.

Mais um posicionamento sem previsão de solução. Nesta segunda-feira (24), o Ministério da Cultura, através da nova gestão da Secretaria de Cidadania e da Diversidade Cultural, informou que o pagamento do convênio nº 821891/2015, do projeto ‘A Gente da Palavra’, está sob a ingerência da Secretaria de Governo (Segov) da Presidência da República. Vinte agentes do projeto que incentiva a leitura em comunidades afirmam que não recebem bolsa há cinco meses. A remuneração é de R$ 350 mensais. O 'A Gente da Palavra' é vinculado à Secretaria de Cultura e à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

Em nota, a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura informou que a autorização de pagamento já foi realizada pelo então ministro Roberto Freire e pela secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC), Débora Albuquerque, em 7 de fevereiro de 2017. Porém, até o momento, o dinheiro não foi repassado. 

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Além disso, a Secretaria reiterou que ainda continua no empenho de solucionar os entraves nos convênios e que, além disso, a Secult-PE nunca acionou a SCDC para relatar atrasos de repasses neste convenio. Ainda não há uma data concreta para o pagamento. Confira a nota na íntegra:

“A nova gestão da Secretaria de Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura tem como política o diálogo permanente e as discussões com os parceiros, objetivando sempre a execução dos projetos culturais.

 A continuidade do pagamento do convênio nº 821891/2015, firmado entre o MinC e a Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE), se encontra neste momento sob a ingerência da Secretaria de Governo (Segov) da Presidência da República, já tendo sido autorizado pelo ministro da Cultura, Roberto Freire, e pela secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC), Débora Albuquerque, em 7 de fevereiro deste ano.

A Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura reitera que seu empenho segue sempre no sentido de solucionar os entraves nos convênios e que a Secult-PE nunca acionou a SCDC para relatar atrasos de repasses neste convenio.”

Entenda o caso - Na última quinta-feira (20), o LeiaJa.com publicou uma matéria relatando o atraso de pagamento da Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE), gestão do governo estadual, para 20 profissionais que atuam no projeto ‘A Gente da Palavra’. Em resposta, a pasta em questão responsabilizou o Minc pela falta de pagamentos.

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Vinte bolsistas do projeto “A Gente da Palavra” - trabalho que incentiva leitura em comunidades -, um iniciativa vinculada à Secretaria de Cultura e à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), estão sem receber o pagamento dos últimos cinco meses do trabalho prestado. Procurada pelo LeiaJá, a Secretaria de Cultura (Secult) do Governo de Pernambuco respondeu que é de total responsabilidade do Ministério da Cultura (MinC) fazer a quitação da dívida com os profissionais, já que o projeto é de origem federal e não estadual.

Em nota, exclusiva, a Secult-PE informou também que devido à descontinuidade do repasse de verbas, por parte do MinC, as atividades foram suspensas e não está sendo exigido o cumprimento de tarefas, enquanto não houver novo repasse.

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O preparatório teve início em setembro do ano passado, e logo no primeiro mês houve atraso no pagamento, sendo feito em novembro. Mesmo com o atraso, os bolsistas continuaram na ação. Segundo os integrantes do projeto, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março são os meses pendentes. De acordo com o edital da seleção simplificada, cada agente receberia R$ 350 por mês. Ao todo, foram recrutados 20 profissionais, sendo 14 para atuar no Recife e Jaboatão dos Guararapes, e seis para trabalhar no interior do Estado. 

A nota ainda informa que as dívidas serão quitadas assim que o MinC efetuar a transferência de recursos para o Governo. Segundo a Secretaria de Cultura de Pernambuco, a prestação de contas está em dia, assim como toda a documentação necessária para sua continuidade, o que ocorrerá quando o repasse do MinC for efetuado.

Confira a nota na íntegra:

A Secult-PE esclarece que os recursos do projeto A Gente da Palavra são de origem federal, por Convênio com o Ministério da Cultura, com orçamento garantido por emenda parlamentar da Dep. Fed. Luciana Santos.

A contrapartida do Estado é o fornecimento das bicicletas e livros pela CEPE-Cia. Editora de PE. Ao MinC compete o pagamento das bolsas.

Os 20 jovens bolsistas selecionados por meio de convocatória pública participaram de um última ação no mês de Janeiro de 2017. Devido à descontinuidade do repasse de verbas, por parte do MinC, as atividades foram suspensas e não está sendo exigido o cumprimento de tarefas, enquanto não houver novo repasse.

Os jovens continuam vinculados ao Projeto e as bolsas pendentes serão quitadas tão logo o Ministério efetue uma nova transferência de recursos, tendo em vista que a prestação de contas está em dia, bem como toda a documentação necessária para sua continuidade, o que ocorrerá quando o repasse do MinC for efetuado.

A Coordenadoria de Literatura da Secult-PE dispõe de uma equipe específica para o A Gente da Palavra, que esteve em contato presencial recente com todos os jovens participantes, atualizando informações e se colocando à disposição para quaisquer esclarecimentos.

No dia 20 de abril, o LeiaJá ouviu alguns esclarecimentos dos profissionais que participaram do 'A Gente da Palavra’,. Relembre: Bolsistas cobram pagamento ao Governo de Pernambuco.

Famoso nacionalmente sobretudo por seus comentários nas transmissões anuais do Oscar, o crítico de cinema Rubens Ewald Filho foi empossado como novo secretário de cultura na cidade de Paulínia (SP). O novo chefe da pasta recebeu do prefeito do município, Dixon Carvalho (PP), a missão de realizar uma edição do Festival de Cinema de Paulínia ainda neste ano. O crítico participou da produção do evento desde 2008, ano em que foi criado e tornou-se cativo na agenda de cinéfilos e profissionais de cinema de todo o país. Em 2012, o então prefeito José Pavan Junior (PSB) cancelou o Festival por falta de recursos.

Após tomar posse em 2013, o novo prefeito Edson Moura Junior (PMDB) recolocou Ewald Filho no comando da semana cinematográfica na cidade e um ano depois o Festival recebeu sua primeira edição internacional. Segundo informações da produção do evento foram mais de 600 atores desfilando pelo tapete vermelho, envolvendo o trabalho de mais de 300 profissionais e o gasto de milhões dos cofres públicos. Em 2015, Pavan Junior tornou a assumir a prefeitura e novamente cancelou o festival que não aconteceu mais desde então.

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Esse ano, a promessa do novo prefeito e secretário é que o evento acontecerá, sim. Em sua posse, Ewald Filho disse que não quer envolver-se com maiores politicagens nem muito menos perseguir ninguém por conta de correntes ideológicas pois o seu maior papel no cargo será “reativar o festival de cinema como o prefeito quer”.

Para cumprir com seu objetivo o secretário contará com, pelo menos, parte dos pouco mais de quatro milhões de Reais que constam na dotação orçamentária 2017 da Secretaria de Cultura de Paulínia. Em tempo, o grande vencedor da última edição do Festival de Paulínia foi o filme pernambucano “A História da Eternidade”, do cineasta Camilo Cavalcante.  

O Governo de Pernambuco lança a edição 2016/2017 dos editais do Funcultura. Serão R$ 42,2 milhões do orçamento público que têm como objetivo incentivar a produção independente de Cultura do Estado. O valor será dividido da seguinte forma: R$ 17,5 milhões para o Geral; 20.150 milhões para o edital do Audiovisual (incluindo os R$ 10 mi do Fundo Setorial do Audiovisual) e R$ 4,55 milhões para a Música. Já o segmento de Música ficou com R$ 2,25 milhões dos recursos do edital. Com as mudanças haverá um aumento de aporte de R$ 2,3 milhões.

As inscrições de projetos começam no dia 2 de março e seguem até o dia 31 de março de 2017. As propostas poderão ser protocoladas, no horário das 8h às 12h, na sede da Fundarpe, ou enviadas pelos correios, via SEDEX, desde que postado até o dia 31 de março. Podem participar da seleção pública pessoa física ou jurídica, desde que inscrita regularmente no Cadastro de Produtor Cultural (CPC).

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Cada produtor deve atualizar seu cadastro anualmente para garantir a participação nos editais. Os interessados no edital Funcultura Geral e da Música 2016/2017 podem se inscrever ou atualizar o CPC até 24 de fevereiro, na sede da Fundarpe ou com envio de documentos pelos Correios. Confira os editais a seguir:

Edital Geral

Edital de Música

Edital Audiovisual

O edital Funcultura Geral visa incentivar com R$ 17,5 milhões as seguintes linguagens artísticas e áreas culturais: Artesanato; Artes plásticas e gráficas; Circo; Cultura popular; Dança; Design e Moda; Fotografia; Gastronomia; Literatura; Ópera; Patrimônio; e Teatro. Existe ainda a categoria Artes integradas, que possibilita projetos que promovam o diálogo entre diferentes linguagens.

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Nesta segunda-feira (12), A Secretaria de Cultura e do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura-PE) divulgaram algumas mudanças relacionadas ao fomento da produção artísticas e cultural do Estado de Pernambuco. Entre as alterações anunciadas estão: a criação do Funcultura Musical e o aporte de R$ 36 milhões para 2017.

Em 2016, o orçamento e os aportes ao Fundo chegaram a R$ 35 milhões. Em 2017, o estado anunciou que o incentivo checará a R$ 36 milhões. Com este aumento no orçamento, o Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundarpe anuncia um conjunto de mudanças.

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Os Editais para a produção independente subirão dos R$ 30 milhões do ano passado para R$ 30,975 milhões. Segundo o secretário de cultura Marcelino Granja, as alterações representam demandas antigas da sociedade civil que irão impactar a democratização do acesso, desconcentração dos recursos, regionalização e valorização dos equipamentos culturais do estado.

"Após muito trabalho interno e ampla participação dos representantes da Comissão Deliberativa do Funcultura e dos três Conselhos Culturais em funcionamento hoje no estado, tomamos o posicionamento político de apresentar agora essas mudanças, em reposta a algumas questões que há muito já vinham sendo debatidas por artistas e produtores", anunciou o secretário de Cultura, Marcelino Granja.

Uma das novidades é o Edital da Música que segundo o Governo, até o final deste ano, terá sua primeira versão lançada, juntamente com os editais Geral e do Audiovisual. O segmento da música era contemplado dentro do edital Funcultura Geral, que continuará com as demais linguagens, mas que também passará por modificações.

Distribuição - Os recursos, por edital, também será diferente. Não será mais por valor, e sim, por percentual do orçamento do Fundo. Dessa forma, a distribuição apresentará da seguinte forma: Geral com 46,5%, o que nos valores atuais do Fundo (R$ 35 milhões) representa R$ 16,275 milhões; Audiovisual com 29%, o que significa R$ 10,15 milhões; Música com 13%, que representa R$ 4,55 milhões.  Destacando que, nos editais de 2015/2016, o segmento de Música ficou com R$ 2,25 milhões dos recursos do edital. Com este edital exclusivo, o setor terá uma ampliação de R$ 2,3 milhões.

Também fica fixado um teto para o Funcultura Governamental, no valor de 9% do orçamento do Funcultura. E também 2,5% do orçamento para o edital do Microprojeto Cultural, cuja criação está prevista projeto de lei que altera o SIC.

Audiovisual - Para os editais vinculados ao audiovisual, o Governo também lançou algumas mudanças.  Serão criados critérios com pontuação adicional para projetos cujos proponentes são de fora da RMR. Além disso, também será garantida a aprovação, nas categorias longa-metragem, produto para TV e curta-metragem, cota de pelo menos dois projetos vindos da Zona da Mata, dois do Agreste e dois do Sertão. No segmento de formação em audiovisual, os cursos deverão prever, no mínimo, 50% das vagas destinadas para mulheres, negros (as), indígenas, estudantes e pessoas com deficiência.

Com a proposta de promover a inclusão social de origem social, de raça, gênero e étnica, o edital do Audiovisual estabelecerá cota de 20% para projetos de obras  audiovisuais (longas, curtas, produtos para TV) – para profissionais negros/as e indígenas nas funções de direção e roteiro. Haverá pontuação diferenciada para profissionais negros/as e indígenas nas demais categorias.  Também está previsto aumento da pontuação específica no critério Mulheres (peso 2), a diminuição da pontuação do critério Currículo (de peso 2 para peso 1) e estabelecimento de critério de pontuação mínima para garantir  a viabilidade financeira e a exequibilidade dos projetos.

Nesta quinta-feira (21), foi divulgado o resultado da Convocatória de Ocupação de Pautas do Teatro Arraial Ariano Suassuna para o segundo semestre de 2016. As propostas foram analisadas por uma comissão formada por representantes do Governo do Estado e da sociedade civil. A relação foi publicada pela Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE) e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

Foram selecionados os seguintes espetáculos: ‘Os 3 Porquinhos’; ‘As Peripécias da Trupe da Alegria’; ‘Os Superficiais’; ‘Tijolos de Esquecimento’; ‘O Mascate, A Pé Rapada e Os Forasteiros’; e ‘Pa(IDEIA)’. Os responsáveis pelas peças deverão comparecer a uma reunião nesta sexta-feira (23), às 10h, no Teatro Arraial Ariano Suassuna, para entrega dos documentos solicitados na Convocatória. A temporada começa na próxima sexta-feira (30), com o espetáculo ‘O Mascate, A Pé Rapada e Os Forasteiros’. Confira o resultado

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Uma das principais mobilizações e reivindicações, da classe artística, no Estado de Pernambuco são os incentivos e as políticas públicas em prol da cultura. Após a confirmação de que o Ministério da Cultura seria aglutinado ao de Educação e liderado pelo deputado federal Mendonça Filho do partido do Democratas (DEM), houve vários relatos de insatisfação e inclusive uma nota de repúdio dos secretários estaduais contra a decisão do atual presidente interino Michel Temer (PMDB) .

Em entrevista ao Portal LeiaJá, o secretário de cultura de Pernambuco, Marcelino Granja relatou que a decisão foi extremamente impensada e assume um retrocesso drástico para as políticas públicas voltadas para a área. “Nossa posição é de total repúdio à decisão do Temer e avalio que isso é um retrocesso às conquistas que tivemos. Além disso, mostra ainda mais, a ausência de visão do novo Governo e uma ameaça para a Cultura”, criticou.

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Segundo o gestor da pasta, Granja ressaltou as mudanças nos últimos anos e também relatou as expectativas com a mudança. “Tivemos um desenvolvimento muito positivo nos últimos anos na área da política, com a criação do Minc, que sempre desenvolveu projetos e ações humanistas. Porém, com a fusão dos ministérios da Cultura e Educação, as expectativas são as piores possíveis”, previu.

Conforme o gestor Marcelino, o impeachment desencadeia uma desestabilização econômica drástica e que afetará consequentemente todas as áreas. “Disseram que o processo de impeachment não seria doloroso, mas isso é inevitável e refletirá diretamente na economia e na lógica de desenvolvimento de todo o sistema”, afirmou o líder da pasta, que ainda acrescentou, “a oposição à presidente Dilma agravou ainda mais a instabilidade do País. Além disso, o Governo de Temer é ilegítimo, impostor e acima de tudo uma manobra parlamentar, porque ela não cometeu nenhum crime”, falou.

Quanto à perspectiva e reivindicações da classe artística do estado, ele alertou, “todos as mobilizações culturais sempre foram marcadas por muitas lutas e isso não vai mudar, acredito que a tendência é aumentar com a fusão dos ministérios. Uma vez que, já é difícil convencer a sociedade e o governo de investir na cultura, imagine com a ‘extinção’ de uma pasta específica?”, indagou e finalizou dizendo, “o que vamos fazer é lutar”, concluiu.

Confira a carta de repúdio à fusão dos ministérios da Cultura e da Educação, publicada pelo Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura

Na tarde desta segunda-feira (18), a Secretaria de Cultura de Pernambuco realiza a segunda reunião com a classe artística musical, para discutir novas diretrizes para o Funcultura do Estado. De acordo com a assessoria de imprensa da pasta, o encontro tem como objetivo elaborar proposta para a classe.

A ideia é fomentar iniciativas para possível criação do Funcultura voltado para a música. Ainda conforme a comunicação da Secretaria, outros encontros estão programados. A reunião está sendo realizada no Teatro Arraial, no bairro da Boa Vista, área central da capital pernambucana.

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Nesta sexta-feira (18), a prefeitura do Recife (PCR) lançou a Convocatória de Contratação para o Carnaval 2016. As inscrições podem ser feitas até o dia 2 de outubro, através do site oficial da prefeitura ou na Central de Atendimento montada no estacionamento da PCR, na Av. Cais do Apolo, 925, Bairro do Recife, das 9h às 12h e das 13h às 17h. A convocatória e o material necessário para a inscrição podem ser acessados na página da Secult.

Este ano a organização alterou o sistema de contratação. A PCR está orientando que os proponentes tirem opcionalmente o Certificado de Habilitação de Firmas (CHF), expedido pela Divisão de Credenciamento de Fornecedores da Secretaria de Administração. O documento substitui uma série de outros como: Prova de Inscrição do CNPJ, Cópia autenticada do Registro Comercial, Ato Constitutivo, Contrato Social ou Estatuto Social, bem como suas alterações e cópia autenticada do comprovante de conta corrente e Certidões Negativas. O CHF poderá ser obtido na página do Portal de Compras da Prefeitura do Recife.

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Outra mudança é a não obrigatoriedade dos artistas comprovarem, através de vídeos, a participação no Ciclo Carnavalesco. Até este ano, para completar o pagamento é exigida essa comprovação. “A partir do Carnaval 2016, quem vai registrar esse material em vídeo e foto será a equipe da PCR. Alguns artistas, principalmente os da Cultura Popular, tinham dificuldades para fazer isso”, explica o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Diego Rocha.

Os artistas contam ainda com o apoio do Núcleo de Cultura Cidadã que fica na Casa 39, do Pátio de São Pedro, centro do Recife, para esclarecer as dúvidas e obter orientações. Os interessados em compor a grade de programação do Ciclo Carnavalesco 2016 do Recife, que será realizado de 14 de janeiro a 14 de fevereiro, terão que passar pelo procedimento de Análise Jurídica (checagem de toda a documentação solicitada) e de Análise Artística.

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À espera de uma solução. Essa é a realidade do Centro Cultural Miguel Arraes de Alencar, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. Localizado entre duas avenidas, o equipamento está com a placa caindo, o entorno repleto de mato, grades quebradas, vidros danificados e a presença, apenas, do abandono.  

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Além disso, para agravar a situação, o espaço, que possui mais de 1700m², ainda está no site oficial da Secretaria de Cultura como 'o mais novo centro cultural do Governo'. Caso algum turista ou até mesmo morador pesquise na internet informações sobre o equipamento, irá se deparar com a apresentação do espaço sem nenhuma alerta que indique o não funcionamento.

Concluído há três anos sem nunca ter funcionado, o espaço está longe de receber o público. Além disso, não há ainda um projeto de uso destinado ao Centro e o prédio apresenta sérios problemas estruturais. Construído pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER) e a construtora Camargo Corrêa, o local está sob responsabilidade da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

Mediante o percalços e abandono do Centro, o Portal LeiaJá entrou em contato com os órgãos para esclarecer alguns pontos, porém, nenhum se posicionou de forma consistente. A Secretaria de Cultura informou que o equipamento foi ‘recebido’ pelo DER e então nomeado Centro Cultural Miguel Arraes de Alencar, porém, mesmo que o espaço estivesse pronto para uso, não possui uma destinação artística ou cultural.

Além disso, são relatados também problemas estruturais que desde 2012 não foram solucionados, como infiltração de água oriunda de um lençol freático em algumas salas localizadas no subsolo do edifício, bem como rachaduras em paredes e em outros locais da construção. Ainda de acordo com a Fundação, o DER foi informado quanto aos problemas, com o objetivo de cobrar à construtora as devidas providências.

Em resposta, o DER afirmou que a empreiteira Camargo Corrêa já foi notificada e está aguardando o retorno da construtora para iniciar os serviços. E que o oquipamento será entregue, novamente, à Fundarpe, descartando a possibilidade de demolição que circula em redes sociais. Quanto ao destino de uso da obra, o DER não se posicionou.

 Dano ao erário e improbidade

Diante do descaso, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) foi indiciada pelo Ministério Público de Pernambuco por abandono. De acordo com a portaria de Nº 21/2015, de junho de 2015, o MPPE abriu um inquérito para apurar dano ao erário e improbidade administrativa.

Ainda conforme a assessoria de imprensa do MPPE, a Fundação está sendo investigada pela promotoria. Confira documento publicado através do Diário Oficial do Estado de Pernambuco.

Em nota, a Secretaria de Cultura de Pernambuco relatou que a Fundarpe enviou, dentro do prazo estabelecido pelo Ministério Público (20 dias contados a partir de junho), o relatório que apresenta o histórico dos problemas detectados no Centro Cultural, que impedem o início de qualquer projeto para transformá-lo num equipamento cultural.

Além disso, a gestão afirma que a instituição - até que sejam iniciados e concluídos os reparos estruturais que são de responsabilidade da construtora Camargo Correia, acionamento este que deve ser feito pelo DER - tem realizado serviços de manutenção no local, como capinação e serviços elétricos.

Atualmente, o caso continua sendo investigado pelo MPPE, porém, a promotora responsável pela portaria, Áurea Rosana Vieira, não quis falar sobre o assunto.

Moradores reclamam da inutilidade do Centro Cultural Miguel Arraes

Para muitos moradores, construir um centro cultural e homenagear o ex-governador do Estado, Miguel Arraes, sem colocá-lo em uso, é uma falta de respeito. Um aposentado, que preferiu não se identificar e afirma residir há 56 anos próximo ao Terminal Integrado de Cajueiro Seco, situado em frente ao Centro, diz que a população não acredita na abertura e funcionamento do equipamento cultural. “Faz tanto tempo que finalizaram a obra que sinceramente acho difícil inaugurar de verdade. O Terminal que foi construído depois já está em uso e ninguém tem notícia do centro”, afirma. “O dinheiro foi gasto de forma inadequada e sem nenhum objetivo consistente. É uma falta de respeito. Além disso, só têm drogas e promiscuidade por ali”, critica o morador.

Quanto ao consumo e comercialização de drogas, um dos vigilantes que trabalha em uma das fábricas da região, Napoleão Silva, detalha o que acontece diariamente. “O local está abandonado. Só existe segurança na portaria e todo o terreno fica a mercê do uso e venda de entorpecentes, principalmente à noite. Além disso, o local é utilizado para prática sexual de casais”, detalha. Napoleão ainda ressalta: “Quando chega ao final da tarde para início da noite, as pessoas evitam passar por lá, por medo”.

Caminhando em um canteiro perto do Centro Cultural Miguel Arraes, o morador Ricardo Luiz, que reside desde 2012 - ano que foi concluída a obra - na vizinhança, diz que durante esse período nunca viu nenhuma reforma ou movimento de readequação do espaço. “Nunca vi nenhum movimento no local, nem de pessoas visitando, muito menos de reforma”, conta.

O difícil acesso à cultura 

Ter acesso à cultura não é tão simples para moradores de Jaboatão dos Guararapes. Nos mais de 250 mil quilômetros da cidade não há nenhum centro cultural aberto ao público. Para conseguir fazer uma visitação, a população precisa se deslocar para outras cidades. Atualmente, sob a gestão do Governo do Estado, através da Fundarpe, existem 11 equipamentos geridos pelo Governo, sendo sete museus:

Recife

Museu do Estado de Pernambuco (MEPE)

Museu da Imagem e do Som (Mispe, em processo de reforma)

Cinema São Luiz

Espaço Pasárgada

Teatro Arraial Ariano Suassuna

Torre Malakoff

Olinda

Museu de Arte Sacra, Museu de Arte Contemporânea, Museu Regional de Olinda,

Caruaru

Museu Regional de Olinda, Museu do Barro (Caruaru)

Museu do Trem (Estação Central Capiba)

Casa da Cultura Luiz Gonzaga

Triunfo

Cine Teatro Guarany 

Com Felipe Mendes

Readequação de verba e diminuição de projetos culturais são termos cada vez mais frequentes em Pernambuco. Na última segunda-feira (24), o governador Paulo Câmara anunciou uma redução de mais de R$ 600 milhões na máquina pública. Com essa tomada de decisão, que foi justificada devido à atual conjuntura econômica, o Estado fica em 2015 sem uma das principais ações da área cultural do governo, o Festival Pernambuco Nação Cultural (FPNC).

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O Pernambuco Nação Cultural existe desde 2008. Em 2011, a ação assumiu um formato descentralizado, buscando realizar apresentações culturais e atividades formativas em todas as regiões do Estado. Desde a sua criação, é a primeira vez que o evento não será realizado. O Festival tem como proposta incentivar as regiões de desenvolvimento, através de programações gratuitas de difusão e formação cultural.

Procurada pelo LeiaJá, a SeCult-PE respondeu de forma evasiva sobre o cancelamento do Nação Cultural, se resumindo a afirmar que está sendo feita uma "redução dos gastos, reestruturação dos formatos, revisão de prioridades culturais e regionais, a exemplo do Carnaval, São João e FIG", este último o maior dos eventos do FPNC. Na página do festival, a última programação disponível foi a Festa Viva Gonzagão, em Exú, no Sertão, em dezembro de 2014. Não existe nenhuma previsão de realização de qualquer ação do FPNC.

Ao todo, o Pernambuco Nação Cultural deveria ter 10 edições no ano, atendendo um número igual de regiões. Quanto às cidades que vão ficar sem o FPNC, a secretaria argumenta: “Trabalhamos com ações em todo o Estado, a partir de suas Regiões de Desenvolvimento (RDs), agrupando os respectivos municípios de cada uma delas. Nenhuma região do estado ficou ou ficará de fora das nossas ações”.

Apesar do sumiço de recursos e do cada vez mais contante cancelamento de eventos, a Secult-PE ressalta que está realizando outras ações "estruturadoras, tais como a instalação dos dois novos Conselhos de Cultura, a criação do Plano Estadual de Cultura, o Plano Estadual de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (PELLLB) e a criação da Lei do Mecenato".

O futuro de Lorena Cardoso no Balé ainda permanece incerto. Apesar do apelo da família, na tentativa de angariar recursos para financiar a estadia da menina de onze anos em Joinville – SC, a história ainda não teve um desfecho positivo. Segundo o pai da jovem, Gedson Cardoso, as contribuições têm surgido, mas não no volume necessário para custear as despesas com a viagem e moradia.

“As pessoas têm bom coração, muitos ajudam como pode. Mas precisamos de muito mais. Ela vai passar um longo período em Santa Catarina e não temos como bancar a mãe social. Estamos lutando em busca de apoio, mas tá difícil. A cada dia que se passa um pouquinho da esperança se vai”, comenta Gedson, ressaltando que as vendas de trufas tiveram um leve acréscimo, também surgiram algumas doações de roupas e um pequeno volume em dinheiro, cujo valor total soma R$ 200.

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De acordo com a diretora do Espaço e Grupo Endança, Fátima Guimarães, um grupo de mães está mobilizado na tentativa de conquistar recursos financeiros. Apesar das poucas condições financeiras, Fátima revela que o grupo já conseguiu uma das passagens para Lorena Cardoso. “Infelizmente, o que conseguimos até agora foi a passagem de ida de Lorena. Ainda estamos tentando elevar o montante, na tentativa de arrecadar mais fundos para a passagem de ida e volta do pai dela”, afirmou ao LeiaJá.

O Portal LeiaJá entrou em contato com a Escola do Teatro Bolshoi. A informação repassada pela secretaria da escola é que toda a documentação da jovem bailarina está regularizada na instituição. Mas reforçou que não cabe ao Bolshoi as despesas com a moradia dos alunos. “Recebemos toda a documentação dentro do prazo. Conosco, a única pendência em questão é que Lorena esteja aqui em Joinville até o dia 10 de agosto. Caso contrário perderá a vaga. A situação deles referente à moradia ou mãe social fica a critério da família. Não temos como intervir nesse processo”, comentou Felícia Langer, secretária da escola do Bolshoi em Santa Catarina.

De acordo com o pai de Lorena, a escolha da mãe social já foi feita. No entanto, todo acordo previamente firmado foi feito por telefone. Além de arrumar o dinheiro para manter a menina lá, seu Gedson ainda terá que avaliar a residência e a mãe que terá a guarda da menina durante esse período. “Mesmo que consiga o dinheiro para bancar o primeiro mês da mãe social, não posso deixar Lorena viajar sozinha, porque ela só tem onze anos. Também preciso conhecer onde e com quem minha filha vai morar nesse período”, explicou.

Dentre as mães cadastradas pelo Bolshoi, seu Gedson optou pela paraguaia Cristina Aguilar. Ela atua como mãe social há dois anos, quando a filha foi selecionada para integrar a escola do Bolshoi, no Brasil. Atualmente, Cristina é responsável por cinco adolescentes, entre 13 e 18 anos, que estudam no Bolshoi. “Minha filha passou pelo mesmo processo de seleção para o Bolshoi. Quando ela foi selecionada, decidi largar a rotina de supervisora de compras, numa empresa de moda no meu país, para realizar o sonho dela. Infelizmente tudo tem um custo, então me inscrevi como mãe social para manter as despesas”, afirma a mãe social, complementando que, até o momento, o contato com a família de Lorena foi verbal, reiterando a necessidade do contato direto com os responsáveis da menina. “Ela é uma criança, por isso é necessário que os pais tenham confiança na mãe social, pois será um longo tempo de convívio. Sei que para muitos o valor é grande. Mas é o que se aplica por aqui, pois se refere às despesas com alimentação, manutenção da casa e a responsabilidade com o adolescente”.  

Gedson Cardoso entrou em contato com a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, município onde a menina reside, na tentativa de conquistar algum tipo de patrocínio. Procurado pelo LeiaJá, o secretário de cultura da cidade Isaac Luna informou que a prefeitura está sensibilizado com o caso e está tentando encontrar uma forma de ajudá-la. Mas não é possível reiterar apoio direto da prefeitura, utilizando os recursos do governo sem o lançamento de um chamado público, que seja aberto a outros artistas.

O secretário informou que a Prefeitura está elaborando um projeto de captação de recursos, que será apresentado à iniciativa privada. “Nosso núcleo de fomento está finalizando um projeto que será apresentado aos empresários, na tentativa de angariar recursos para menina. Nossos servidores também estão realizando uma campanha paralela para captar além de recursos financeiros, outros tipos de doações”, declarou Isaac Luna. Questionado sobre as passagens, o secretário comentou que a Secretaria não estava ciente desta demanda, mas que esse seria o menor dos empecilhos para a viagem de Lorena. “As passagens são mais simples de conseguir, mesmo que não seja diretamente pela Prefeitura”, argumenta.

O pai de Lorena ressaltou que se não conseguir fechar com uma mãe social, está disposto a buscar um emprego e morar em Santa Catarina. “Se a gente não conseguir acertar tudo com a mãe social, eu fico com Lorena em qualquer lugar. Eu não tenho medo de trabalho. Arranco até capim se for preciso, mas ela não vai desistir do sonho”, afirmou.

Uma das formas de ajudar a realização do sonho de Lorena Cardoso é depositar qualquer quantia em dinheiro na conta corrente 124054-3, operação 013, agência 1580 da Caixa Econômica Federal, em nome de Lorena Pereira Cardoso. A família também dispõe da conta 26913-1, agência  2947 do banco Bradesco, em nome de Maria Aucina Justino, mãe da menina.

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Projetos culturais de diferentes áreas tiveram seus cronogramas adiados, graças aos atrasos do repasse do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), referente ao edital 2013/2014. A verba é o principal recurso para o fomento cultural no Estado, garantindo que os projetos selecionados através de edital possam ser viabilizados e destina, ao todo, mais de R$ 30 milhõs anuais a centenas de projetos em diversas áreas da cultura.

Um dia antes do encerramento das inscrições do edital de 2014/2015, na última segunda-feira (30), os profissionais da cultura se depararam com uma realidade nada satisfatória. Um levantamento realizado pela Sapiens Consultoria mostrou que cerca de 80% dos projetos aprovados na edição passada ainda aguardam os repasses. A amostra realizada pela empresa, a pedido de alguns produtores, tomou como base as informações divulgadas no portal da transparência até o dia 27 de março de 2015. “Conforme divulgado pela própria Fundarpe, apenas 7,29% dos recursos do edital 2013/2014 foram pagos e 37 dos 289 projetos tiveram o dinheiro creditado”, afirma o produtor cultural Thiago Dantas, responsável pela consultoria.

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Mas o que leva a tamanho atraso dos recursos, que necessariamente deveria estar em caixa, já que trata-se de um fundo - portanto de recursos garantidos - oriundo de parte da arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)? As justificativas apresentadas aos produtores são um pouco desencontradas, mas todos os argumentos fazem referência à burocracia. Para a produtora Elis Costa, que recebeu o pagamento da verba no início de março, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) informou que a Secretaria da Fazenda de Pernambuco é que havia ‘barrado’ a transferência dos recursos. “Pelo o que eles me falaram é como se a Fundarpe tivesse feito todo procedimento necessário para o repasse do fundo e a Secretaria empacou, pedindo novamente os processos. É uma questão de gestão”, pontua.

Apesar dos atrasos para execução das suas exposições, Elis ocupa a estatística dos profissionais que se encontram numa situação mais amena. No entanto, ela ainda participa de outros dois projetos, que se quer tiveram os termos assinados. Um deles é a Circulação Internacional da Cia. Etc. Sob o comando de Marcelo Sena o projeto previu uma turnê pela Europa, em comemoração aos 15 anos da companhia, celebrados em 2015. 

O atraso na execução do projeto gera uma série de transtornos aos seus idealizadores. Com o crescimento da inflação e alta do dólar, os recursos destinados acabam sendo insuficientes. “Para diminuir os custos, a gente precisa casar as nossas apresentações de acordo com os eventos que estão acontecendo na mesma época, nos respectivos países, que são cinco. Sem  contar que as coisas também estão subindo bastante, e o que  a gente tinha orçado já não encontra com os mesmos valores. Cada dia de atraso prejudica o projeto  ainda mais”, explica Marcelo Sena.

De acordo ele, a Fundarpe disse que a paralisação temporária dos repasses são motivados pela ausência de assinaturas da gestão anterior. E para que tudo seja concluído, é necessário que a nova administração formalize as pendências, para dar continuidade a liberação da verba.

Segundo Thiago Dantas, a mudança de gestão não é um motivo plausível para os atrasos do Funcultura, tendo em vista que a administração anterior também era comandada pelo PSB.

Como também é produtor cultural, Thiago levanta um questionamento referente às mudanças nos editais, que passaram a contemplar dois ciclos, deixando um ano sem repasses efetivos. “Se você pegar o edital de 2013, que deveria ter sido executado em 2014 e não foi porque os recursos não foram liberados, podemos verificar um hiato de recursos durante um ano completo do Funcultura que não foi liberado. Se são R$21 milhões de reais e só executou, aproximadamente, R$2 milhões. Cadê os R$19 milhões que deveriam ter sido executado em 2014 e não foram?”, questiona.   

Outro ponto em questão é o cancelamento de mais de 120 empenhos realizados em 2014. Thiago aponta que a justificativa da Fundarpe de não ter empenhado novamente os projetos e não ter pago os recursos daqueles que já firmaram termo de compromisso, dentro do prazo estabelecido por lei, não são esclarecedoras: “É uma questão de desrespeito às clausulas constantes nos contratos e ao desembolso da lei do Funcultura, que exige que exista um edital para cada ano e o mesmo seja executado no respectivo ano”.

O produtor ainda lembrou que o prazo para prestação de contas da Fundarpe em relação ao último exercício do Funcultura se encerrou em 31 de março de 2015. E tal relatório servirá como base para um novo levantamento realizado pela Sapiens. “Não sei se eles vão colocar no demonstrativo os empenhos que foram cancelados como execução financeira liquidada. Se isso acontecer, caberá uma fiscalização intensiva pelos órgãos de cultura do Estado”, avisa Thiago.

Segundo o produtor Marcelo Sena, os atrasos nos recursos do Funcultura levantam rumores de corrupção. “O que estão dizendo por aí de todo esse atraso é que, provavelmente, o dinheiro foi desviado. Mas isso ninguém tem provas. No entanto, é um fundo, necessariamente o recurso deveria estar lá. Então pra gente, ter esse tipo de noticia é ainda mais desestimulante”, diz.

Alguns profissionais que tiveram projetos aprovados nos editais e aguardam pagamentos dos respectivos empenhos estão se organizando para marcar uma reunião com a superintendência da Fundarpe. De acordo com Ana Frazão, que teve dois empenhos cancelados, pelo menos um representante de cada categoria deve compor a comitiva que vai solicitar aos gestores da Fundarpe esclarecimentos oficiais sobre os atrasos. “Até o momento só tivemos desculpas renovadas. A última vez estive lá, os funcionários me informaram que a expectativa de assinatura seria até o dia 15 de abril. Mas a superintendência deveria prestar esclarecimentos oficiais com a gente, sobretudo sobre o critério de prioridade para os lançamentos. Não podemos ficar a mercê dos atendentes e das redes sociais, pois acaba gerando um terror”, ressalta Frazão.

Resposta da Fundarpe

O Portal LeiaJá entrou em contato com a Fundarpe para saber os motivos dos cancelamentos dos empenhos, os novos prazos para assinatura dos contratos e os respectivos critérios para ordem de liberação dos recursos do Funcultura. De acordo com a assessoria de comunicação da fundação, em resposta por email, os empenhos foram cancelados em virtude do cumprimento do ano fiscal. Logo, os processos que não foram finalizados precisam ser cancelados e empenhados novamente no ano fiscal seguinte.

Quanto ao pagamento dos empenhos que não foram cancelados, a Fundarpe afirma que é preciso avaliar cada caso isoladamente. “Cada um tem seu próprio cronograma financeiro, suas etapas de execução e uma nova parcela só é liberada mediante a prestação de conta de uma etapa anterior”, diz a resposta.

No que diz respeito aos novos prazos, eles ressaltaram que os proponentes dos projetos que ainda não receberam a primeira parcela de pagamento serão chamados para firmar o Termo de Compromisso durante os meses de abril e maio. Só assim eles estarão aptos a receber a primeira parcela.

“Os repasses obedecem a um cronograma de execução dos projetos, que deve constar 12 meses. Mas os projetos possuem dinâmicas de execução particulares e, mediante pleito oficiado à Secretaria Executiva do Funcultura, devidamente justificado e fundamentado pelo proponente do projeto, a Comissão Deliberativa do Funcultura pode julgar pelo deferimento ou não da sua extensão, que pode ser de até mais 12 meses. Portanto, um projeto aprovado através do Edital 2014 pode ser executado até 2016”, informou a Fundarpe, respaldando que “O critério adotado obedece a existência do empenho no passado, a antiguidade do projeto e a ordem do número de inscrição do projeto”.

Os recursos do Funcultura são as principais formas de incentivo à produção cultural no Estado. Os produtores reclamam que os demais mecanismos existentes estão escassos e não atendem à demanda. “O Funcultura é a única ferramenta que a gente tem com o Governo do Estado para trabalhar com cultura aqui. Também existe o Festival Nação Cultural, mas há duras criticas em relação ao formato. Existia o circuito pernambucano de artes cênicas que foi interrompido e não teve nenhuma ação que deu continuidade ao projeto”, atesta Marcelo Sena.

"Compromisso do Governo de Pernambuco"

Durante a campanha política, o hoje governador de Pernambuco, Paulo Câmara, defendeu a valorização da cultura no Estado. No mês de agosto, ele afirmou que no seu governo o Funcultura seria ampliado. “Vamos ampliar o Funcultura. Além de garantir um acesso mais fácil aos recursos, nos vamos empoderar o fundo. O volume total do Funcultura hoje é de R$ 32 milhões, distribuídos aos projetos selecionados. Vamos elevar esse valor no nosso primeiro ano de governo para pelo menos R$ 40 milhões”, defendeu o então candidato.

A declaração de valorização da cultura tem sido constantemente ressaltada pelo gestor do Executivo. Durante a pré-estreia da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, na última sexta-feira (27), Câmara voltou a falar sobre o assunto, enfatizando o compromisso com o setor, nos próximos quatro anos da sua gestão. 

“Precisamos estar sempre apoiando a nossa cultura, pois Pernambuco é um estado muito rico em termos culturais, com expressões que precisam ser apoiadas. Como está no nosso programa de governo, a gente vai trabalhar nisso nos próximos 4 anos. Queremos dar oportunidade para que nossos artistas continuem a viver da cultura, para que as novas  gerações também tenham acesso a nossa belíssima cultura”, concluiu o governador.

O Governo Municipal de Garanhuns abriu a convocatória para a seleção de propostas de artistas e grupos musicais, que estejam inscritos no Cadastro Cultural do Município, para compor a programação do Garanhuns Jazz Festival, que será realizado nos dias 14, 15, 16 e 17 de fevereiro de 2015. 

As inscrições devem ser realizadas até a 2 de janeiro de 2015, de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h, na sede da Secretaria de Cultura de Garanhuns, com exceção dos dias 25, 31 de dezembro e dia 1 de janeiro. Os interesados também podem se inscrever via Correios, enviando a documentação para o endereço: Rua Treze de Maio S/N, sala 05, centro (CEP: 55295-410). A postagem deve ser feita até o último dia do prazo estipulado. A Secretaria de Cultura divulgará o resultado no site do Governo Municipal.

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O edital convocatório pode ser acessado através do Diário Oficial dos Municípios de Pernambuco (Amupe). A ficha de inscrição pode ser acessada através do site do Governo Municipal de Garanhuns. 

Poderão participar da convocatória pessoa jurídica de direito privado, de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos; grupo constituído legalmente como pessoa jurídica; artista microempreendedor individual (MEI) e empresário individual; pessoa física maior de 18 anos, que deverá comprovar com fotos, CDs, filmagens, releases ou matérias em jornais sua atuação como artista, há pelo menos seis meses.

O cancelamento de dois eventos tradicionais na cidade, o Festival Recife de Teatro Nacional (que passa a ser bienal) em 2014 e o SPA das Artes, acendeu o sinal vermelho para a classe artística recifense, que já tinha ressalvas com a gestão cultural do município nos últimos anos. A Secretaria de Cultura do Recife, atualmente gerida pela atriz Leda Alves, vem tendo um orçamento cada vez menor em relação ao orçamento total da prefeitura ano após ano , chegando a representar apenas 1,71% em 2013.

Nada de Festival Recife do Teatro Nacional em 2014

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Problemas no patrimônio histórico e na administração dos equipamentos culturais da cidade são notórios. O exemplo mais forte disto é a situação do Teatro do Parque, fechado desde 2010. O Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) e o Pátio de São Pedro (que abriga do Centro de Design do Recife e do Memorial Shico Science) também são espaços que sofrem uma espécie de paralisia, perdendo a força nos últimos anos. O Sistema de Incentivo à Cultura Municipal (SIC), também foi cancelado e não está sendo realizado. Outro exemplo crônico é a não implantação da Rádio Frei Caneca, anunciada várias vezes, mas nunca concretizada.

Prefeitura anula edital do SIC 2011

A Rádio Frei Caneca segundo o olhar de Liberato Costa Jr., seu criador

Tanto o Festival Recife do Teatro Nacional (FRTN) quanto o SPA estavam detalhados na Lei Orçamentário Anual (LOA) de 2014, mas não foram realizados. E um documento imprescindível vem sendo ignorado: O Plano Municipal de Cultura. Aprovado pela Câmara dos Vereadores em 2009, o documento tem força de lei e traz diversas diretrizes que devem ser seguidas pela gestão pública no que se refere à cultura, até o ano de 2019. Entre as diretrizes, está investir ao menos 3% do orçamento municipal em cultura.

Carta de protesto

Um grupo de produtores e artistas se articularam para criar uma carta aberta em que levantam problemas como os citados e pedem à gestão municipal mais investimento na produção cultural da cidade. Chamado de Cultura - Carta ao Povo do Recife pela Retomada e Fortalecimento das Políticas Públicas da Cultura na Cidade do Recife, o documento pede, entre outras coisas, audiência pública sobre o orçamento para a pasta de cultura do próximo ano e também a ação do Ministério Público contra a Prefeitura, pelo descumprimento da lei 17.576/09 (Plano Municipal de Cultura) e da Lei 16.215/96 (SIC).

"Nossa intenção é sensibilizar a população e o poder público sobre a diminuição de verba na área. Além disso, mobilizar o setor para brigar pela revalorização do setor cultural. O cenário atual do Recife deixa os produtores culturais sem oferta de mecanismo de fomento. A situação é grave e o orçamento para cultura não pode continuar sofrendo como está”, afirma Jarmerson de Lima, produtor do Festival Coquetel Molotov e um dos criadores da carta.

"O foco desta gestão claramente tem sido em turismo. Cabe à classe artística cobrar uma maior valorização. As pessoas têm que entender que fomentar não é sustentar artista com dinheiro público. O fomento tem um papel, o de fazer com que a cultura se mantenha, isso através de editais, museus recebendo exposições e eventos acontecendo", comenta o produtor Carlota Pereira. "A política que vem sendo praticada no Recife não vê a arte como economia criativa, nem segmento econômico que gere dinheiro e visibilidade. Mesmo o Brasil vendo no Recife a 'capital da cultura', estamos longe disso", completa.

Sem Aplausos

Em outubro de 2014, a prefeitura realizou a 19ª edição do Festival Internacional de Dança (FIDR). Já o Festival Recife de Teatro Nacional (FRTN), que deveria acontecer pela 17ª vez em novembro, não será realizado, uma atitude que indignou a classe artística. Além disso, a Secretaria de Cultura informou que os dois evento serão transformados em bienais. Sendo assim, no próximo ano acontece o FRTN, mas apenas em 2016 o FIDR volta a ser realizado.

Em repúdio à decisão da prefeitura, o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões no Estado de Pernambuco (SATED-PE), a Associação de Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (APACEPE), a Associação dos Realizadores de Teatro de Pernambuco (ARTEPE) e a Federação de Teatro de Pernambuco (FETEAPE), divulgaram nota afirmando que a decisão da Prefeitura do Recife é "arbitrária e unilateral”. Afirmando também que não realizar os eventos “fere os princípios de uma gestão democrática e participativa que deveriam nortear a atual administração municipal, merecendo a reprovação de toda a sociedade recifense”.

"Quando a prefeitura mexe em eventos como o Festival Recife de Teatro Nacional, afirma que não tem interesse no que o evento representa e que cultura não é importante. A administração de uma cidade não é feita de pragmatismo, vai além disso", opina Pedro Vilela, do Magiluth, grupo recifense de teatro que já possui uma década e reconhecimento nacional.

Segundo a Prefeitura do Recife, o cancelamento do festival de teatro se deve a 'dificuldades operacionais'. As mudanças foram pensadas com o 'intuito de possibilitar um planejamento adequado a estas iniciativas, uma vez que a gestão reconhece o importante papel que estas ações cumprem na formação dos realizadores das artes cênicas', afirmou o poder municipal em nota enviada à imprensa. A última edição do evento custou cerca de R$ 700 mil e trouxe nomes como o Grupo Galpão (RS).

“Vivemos quase que numa eterna crise. Os grupos daqui trabalham com bases artísticas, não visam o lucro de maneira tão direta. As dificuldades são cotidianas e, quando não encontramos esses instrumentos amparadores, é difícil para todos”, comenta Pedro.

No dia 10 de novembro, a classe teatral chegou a se reunir com a Leda Alves para debater a decisão da prefeitura. No encontro, a secretária pediu desculpas pela não comunicação prévia do cancelamento. Além disso, Leda Alves afirmou que está aberta ao diálogo com a classe, mas que os eventos continuam sendo bienais.

Segundo George Meirelles, ator e produtor cultural, há uma crise nas artes cênicas do Recife e uma necessidade de revitalização dos teatros da cidade. “Não existe uma manutenção eficiente de equipamentos culturais, como teatros ou bibliotecas. O Barreto Júnior por exemplo está sucateado. E ainda por cima há cortes absurdos no orçamento para cultura", desabafa.

E as artes plásticas?

A Semana de Artes Visuais do Recife (Spa das Artes) era o principal evento do calendário de artes visuais da cidade, e ajudou a dar visibilidade a trabalhos de artistas conhecidos, como Derlon e Rodrigo Braga e também já teve a participação de nomes como Moacir dos Anjos (pernambucano que já realizou a curadoria da Bienal de São Paulo, evento de artes visuais mais importante do Brasil). Depois de ser cancelado em 2012, o SPA voltou a acontecer no ano posterior, mas foi oficialmente cancelado em 2014.

A notícia do fim do SPA foi recebida com surpresa por Izidorio Cavalcanti. "Na minha visão, esses cancelamentos e o não cumprimento do Plano Municipal de Cultura (PMC) são uma falta de respeito com quem faz cultura". Artista há mais de duas décadas e tendo participado da criação do PMC, Izidorio se diz confuso com os rumos que a prefeitura escolheu dar à gestão cultural na cidade. "O atual prefeito descumpriu um projeto que a classe artística tinha como um dos melhores da cidade. Além disso, sem o SPA o Recife deixa de ser uma referência", argumenta.

Segundo a prefeitura, o evento agora dará lugar a ampliação do Edital de Artes Visuais da Prefeitura, cujas ações acontecem desde o início do ano. O orçamento do edital irá crescer R$ 310 mil em relação a 2013. "Existia a queixa de que o SPA era um evento temporário e passageiro, não ficando muita coisa para a cidade. Foi lançado no ano passado a proposta para o crescimento do edital. Ao termos um resultado positivo, a coordenação do setor decidiu ampliá-lo”, afirma Bárbara Collier, chefe do setor de Artes Visuais e Design da Prefeitura.

Segundo Bárbara, a classe artística foi ouvida, mesmo que em muitas reuniões não houvesse quórum. O edital deve ser lançado ainda em novembro, com 50 projetos contemplados, alguns começando antes do Carnaval de 2015. Entre as ativididades estão oficinas, residências artísticas, bolsas de incentivo à produção e também exposições coletivas. Um dos destaques é o Projeto Amplificadores, no qual curadores apresentam propostas de exposições já prontas para serem realizadas.

Para a curadora Cristiana Tejo, que também participou da criação do Plano Municipal de Cultura e foi diretora do MAMAM, a ampliação do edital é um alívio, mas o SPA fará falta. "Eu não fiquei surpresa com o fim do SPA. No final do governo João da Costa, já estava muito claro o descredenciamento e o não-investimento que a Prefeitura do Recife fazia nas artes plásticas", afirma. Segundo Cristiana, artistas e nomes ligados às artes visuais criaram em dezembro de 2012 um documento para negociar investimentos mais inteligentes no setor do Recife com a prefeitura, porém, nunca chegaram a ser recebidos na atual gestão para discutir o tema.

“Não houve uma sensibilização por parte do prefeito e da secretária. É lamentável que Recife, cidade tão importante no cenário nacional e com artistas de qualidade, não tenha uma política cultural consciente”, lamenta Cristiana. "Minha crítica é com relação ao desbaratamento. Há o edital, mas não há um olhar sobre instituições culturais. O MAMAM, museu que foi importante e presente por gerações, se encontra em um estado lamentável. Não há um projeto consistente para área de uma maneira geral", afirma a curadora.

Cristiana também lança luz sobre outros pontos que julga importantes na cadeia de artes visuais do Estado, como o colecionismo. "Artistas pernambucanos de expressão internacional já estão sendo colecionados no exterior. Com o enfrequecimento de museus, pode-se chegar ao ponto de termos que visitar um museu no exterior para ter acesso a algum artista pernambucano', continua. 

Patrimônio

A capital pernambucana é cheia de história e espaços culturais são partes importantes dela. Uma exposição que chamou atenção no MAMAM, a peça que emocionou no Teatro do Parque ou uma apresentação musical que se tornou inesquecível em pleno Carnaval, no Pátio de São Pedro. Equipamentos que guardam memórias afetivas e, ajudam a contar e promover a história do Estado. 

O Teatro do Parque, jóia quase centenária no Centro do Recife, está fechado desde 2010 e passará seu centenário (em 2015), na mesma situação, como publicado em primeira mão pelo LeiaJá. A Prefeitura afirma que a reforma está prevista para começar em novembro deste ano e deve durar 24 meses. A Concrepoxi Engenharia LTDA venceu o edital, com proposta no valor de cerca de R$ 8,2 milhões que envolve a realização de obras e aquisição de novos equipamentos.

Na festa de 99 anos, Teatro do Parque segue fechado

Entre os itens da licitação estão a recuperação e restauro do edifício, a implantação de novo projeto paisagístico, a substituição de coberta, restauração de adornos, bens móveis e pinturas decorativas, novo tratamento acústico, novo sistema de áudio e vídeo para o cinema, aquisição de vestimenta cênica e recuperação do sistema de climatização. Há ainda dois processos licitatórios que serão abertos para a aquisição dos equipamentos de iluminação ambiente e cênica, e outro para a instalação de um circuito interno de TV, reforçando a segurança do equipamento.

"No Recife não pode haver apenas turismo de praia e de shopping. Precisamos diversificar e deixar os espaços culturais funcionando em pleno vapor. Não apenas no que diz respeito à arte contemporânea, mas como um todo", opina Cristiana Tejo. George Meirelles também evoca um passado em que a cidade era referência no que diz respeito à cultura. "No ano de 2012 fomos a segunda cidade que mais investiu em cultura no Brasil, percentualmente falando. Nosso Plano Municipal de Cultura serviu de exemplo para a criação do plano nacional. Nós, artistas, não vamos tolerar esse descaso”, finaliza.

Sem resposta

Até o momento da publicação desta reportagem, a Prefeitura do Recife não havia respondido a nenhum dos questionamentos enviados na última quarta-feira (12). Questões como 'Qual foi a razão do cancelamento do Festival de Teatro Nacional e do Spa das Artes este ano, visto que os mesmos estavam presentes na Lei Orçamentária Anual de 2014?'; 'Há alguma previsão para a prefeitura voltar a cumprir o SIC (Sistema de Incentivo à Cultura)?'; os motivos do não cumprimento do Plano Municipal de Cultura; a data de lançamento do edital de artes visuais; e a previsão orçamentária para a pasta de Cultura para 2015; seguem sem posicionamento do poder municipal.

Quem passou pelo entorno do Teatro do Parque neste sábado (27) à tarde notou uma movimentação diferentes. Música, atores fantasiados e uma atmosfera alegre fizeram parte do cenário e chamavam a atenção para uma causa: a necessidade da volta do teatro, que está fechado desde 2010. 

A manifestação popular foi criada pelo Movimento Teatro do Parque (Re)Existe e levou teatro, apresentações artísticas, atividades recreativas e o popular Som da Rural para a frente do quase centenário espaço. Essa é a terceira edição do ato.

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Com a rua do Hospício interditada desde o meio-dia, representantes de algumas entidades apoiadoras (Sated-PE e Artepe) e os criadores do movimento puderam falar sobre suas reivindicações.

"Nossa ação aqui é importante para mostrar aos políticos que Cultura é importante. A prefeitura do Recife tem a tendência de agir como uma produtora de eventos, com festas fixas como Carnaval e São João, mas cultura vai além disso" afirma Oséas Borba Neto, um dos organizadores do movimento e diretor do Grupo Teatral João Teimoso. Oséas afirma que a ação também quer fazer outras denúncias. "Queremos chamar atenção para a área próxima ao teatro, que está cheio de usuários de drogas e numa situação lastimável." conta Oséas.

Desativado desde o ano de 2010, o Teatro do Parque completou 99 anos no último mês de agosto (leia a matéria aqui) e tudo indica que o projeto não estará pronto para o centenário. Segundo informação publicada no Diário Oficial do Município no dia 16 de agosto, a previsão é que os trabalhos durem 24 meses, com orçamento de R$ 8,2 milhões para reforma e aquisição de novos equipamentos. A ordem de serviço da reforma será assinada em novembro de 2014.

Outros dois processos licitatórios, que ainda serão abertos, incluem equipamentos de iluminação ambiente e cênica e também instalação de um circuito interno de TV, para reforçar a segurança do local. Segundo a assessoria, o período de tempo até o início da reforma é causado principalmente pela mudança de gestão e de alguns ajustes necessários ao projeto, levando em consideração que a gestão atual está na prefeitura da cidade há 1 ano e 8 meses.

O diretor do João Teimoso também comentou sobre a falta que o teatro faz na vida da cidade e na dos artistas. "É lamentável a cidade não ter o Teatro do Parque, pois ele tinha a capacidade de congregar diversas artes e é no coração da cidade, recebendo pessoas de diversas classes sociais" fala o diretor. O movimento também tem o apóio dos comerciantes do entorno, que segundo trabalhadores da área, se tornou ponto de consumo de drogas.

Segundo Silvio Barbosa, dono de um bar em frente ao Teatro do Parque há mais de 30 anos, o fechamento do espaço foi o fim de um importante polo cultural. "A área agora virou quase uma cracolândia. Com o teatro funcionando essa área tinha muito mais vida. Esse problema com usuários de drogas vem prejudicando todos por aqui" conta o empresário.

O Teatro do Parque foi inaugurado em 1915 e desde o ano de 2012 é reconhecido como Imóvel Especial de Preservação. Segundo a Prefeitura, além da reforma inicial, também haverá a transferência do acervo da Cinemateca Alberto Cavalcanti (que fica dentro do teatro) para a Museu da Cidade do Recife enquando a reforma durar. A coleção possui mais de 80 filmes de 35 mm, 16mm e 8 mm e será acondicionada, restaurada e digitalizada.

A atual situação do Teatro do Parque volta a ser discutida pela população. No próximo dia 27 (sábado), o movimento Teatro do Parque (Re)existe realiza um movimento em frente ao teatro das 10h às 17h, com diversas atividades culturais. 

O grupo é formado por estudantes, artistas e cidadãos de diversos segmentos e é a terceira vez que se manifestam em defesa do aparelho cultural, que está fechado desde 2010. Eles se dizem cansados de ouvir promessas e afirmam que permanecerão lutando pelo espaço cultural, para que "não continue abandonado e esquecido pelas nossas autoridades". Os integrantes do movimento também entregaram ao Presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife um ofício comunicando o ato e pedindo providências para a interdição do trecho na área do teatro durante o evento. 

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"Nossa manifestação vai além de pedir a volta do Teatro do Parque. Queremos chamar atenção para diversos fomentos em que a prefeitura está em falta com a classe artística", afirma Oséas Borba, um dos idealizadores do movimento Parque (RE)existe e diretor geral do grupo teatral João Teimoso. Para Borba, a falta de um teatro tão popular e completo quanto o do Parque é grave para a classe artística. "É o teatro mais popular da cidade" completa

Segundo a organização, a programação para o sábado (27) será diversa: a partir das 10h haverá oficinas de malabares, pintura, palhaços, grupo poético, dança popular, maracatu, performances e também a presença do projeto Som da Rural.

O teatro completou 99 anos no último mês de agosto (leia a matéria aqui) e tudo indica que o projeto não estará pronto para o centenário. Segundo informação publicada no Diário Oficial do Município no dia 16 de agosto, a previsão é que os trabalhos durem 24 meses, com orçamento de R$ 8,2 milhões para reforma e aquisição de novos equipamentos. A ordem de serviço da reforma será assinada em novembro de 2014.

Outros dois processos licitatórios, que ainda serão abertos, incluem equipamentos de iluminação ambiente e cênica e também instalação de um circuito interno de TV, para reforçar a segurança do equipamento. Segundo a assessoria, o período de tempo até o início da reforma é causado principalmente pela mudança de gestão e de alguns ajustes necessários ao projeto, levando em consideração que a gestão atual está na prefeitura da cidade há 1 ano e 8 meses.

 

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