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Os economistas do mercado financeiro alteraram levemente suas projeções para o IPCA - o índice oficial de preços - para 2018. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 5, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA este ano foi de 3,95% para 3,94%. Há um mês, estava em 3,95%. Já a projeção para o índice de 2019 permaneceu em 4,25%, mesmo porcentual de quatro semanas atrás.

Na prática, as projeções de mercado divulgadas nesta segunda-feira no Focus indicam que a expectativa é de que a inflação em 2018 fique dentro da meta, de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3,0% a 6,0%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%).

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, em janeiro, o IPCA de dezembro do ano passado, de 0,44%. Já a inflação acumulada em 2017 foi de 2,95%. Em dezembro, o Banco Central atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), suas projeções para o IPCA: 4,2% em 2018, 4,2% em 2019 e 4,1% em 2020.

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2018 no Focus permaneceu em 3,78%. Para 2019, a estimativa do Top 5 seguiu em 4,00%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,72% e 4,25%, respectivamente.

Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,01% para 4,04% de uma semana para outra - há um mês, estava em 3,93%.

Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para janeiro de 2018 seguiu em 0,40%. Um mês antes, estava em 0,39%. No caso de fevereiro, a projeção permaneceu em 0,44% ante 0,43% de quatro semanas antes.

No RTI, o BC também atualizou suas projeções de inflação de curto prazo: +0,53% em janeiro e +0,47% em fevereiro.

Selic

Com os investidores à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central nesta semana, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) para o fim de 2018.

O Relatório de Mercado Focus trouxe que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 6,75% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar. A Selic está atualmente em 7,00% ao ano.

Em dezembro, o Banco Central reforçou, por meio do RTI, a indicação de que pode reduzir a Selic em mais 0,25 ponto porcentual nesta semana, de 7,00% para 6,75% ao ano. Ao mesmo tempo, a instituição afirmou que sua decisão dependerá da evolução da atividade, dos riscos para o cenário - como o ligado ao andamento das reformas -, das avaliações sobre o estágio do ciclo monetário e das projeções para os índices de preços.

Em entrevista ao Broadcast. serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado janeiro, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que a mensagem de política monetária de dezembro continua válida. Segundo ele, em fevereiro o BC vai observar os números disponíveis para decidir sobre a Selic.

No Focus desta segunda-feira, a projeção para a Selic em 2019 seguiu em 8,00% ao ano. Há um mês, estava em 8,13% ao ano.

Já a Selic média de 2018 permaneceu em 6,75% ao ano, mesmo porcentual de quatro semanas atrás. A taxa básica média de 2019 foi de 7,88% para 7,89% ante 7,90% de quatro semanas atrás.

Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a taxa básica terminará 2018 em 6,50% ao ano, mesmo porcentual de uma semana e um mês antes. No caso de 2019, a projeção do Top 5 para a Selic é de 8,00%, igual ao verificado uma semana e um mês antes.

O Banco Central deve anunciar nesta quarta-feira (6) nova redução do juro que levará a principal taxa da economia brasileira para o menor patamar da história. Diante da economia que ainda luta para se reerguer e sem pressão relevante à frente, economistas apostam que a Selic cairá para 7% nesta semana - abaixo do piso histórico de 7,25%. Em fevereiro, é esperada nova redução. A festa, porém, pode ser curta e o mercado prevê a subida da taxa já no fim de 2018.

Nas últimas semanas, o BC deixou claro que se aproxima o fim do atual ciclo de afrouxamento do juro iniciado em outubro do ano passado. Após cortar a Selic praticamente pela metade com redução de 6,75 pontos porcentuais em 14 meses, a instituição indica que o movimento será amenizado e a aposta entre economistas indica corte de 0,50 ponto nesta semana. Depois, a redução final de 0,25 ponto ocorreria em fevereiro de 2018. A partir daí, a taxa seguiria estável em 6,75%.

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A pausa do BC é justificada pela perspectiva de gradual elevação dos preços no médio prazo. Com inflação acumulada de apenas 2,7% em 12 meses, a maioria dos analistas prevê que os índices entrarão em trajetória de gradual elevação nos próximos meses, mas em patamar considerado confortável para o cumprimento da meta de 4,5% no próximo ano. A análise positiva leva em conta aspectos como a elevada ociosidade da economia e o desemprego ainda elevado.

Mas o mercado indica que a estabilidade terminaria alguns meses à frente depois das eleições presidenciais. Economistas consultados pela pesquisa Focus preveem alta do juro na última reunião de 2018, em dezembro. Nessa reunião, a Selic subiria 0,25 ponto, para 7%.

O banco de investimento Morgan Stanley é uma das casas que prevê alta do juro no fim do próximo ano. O economista para o Brasil do banco, Arthur Carvalho, argumenta em relatório que o País terá um ano "crítico" com a perspectiva de que a população escolha entre a continuidade da agenda reformista e um candidato populista.

Com esse pano de fundo, a inflação deve acelerar suavemente nos próximos meses com a retomada da atividade e principalmente pela normalização do preço dos alimentos - segmento que tem tido comportamento benigno desde 2016. "Isso pode permitir ao BC manter juros estáveis por boa parte de 2018, começando a redução dos estímulos no fim de 2018 ou início de 2019", prevê Carvalho, cujo cenário-base prevê Selic a 7,5% no fim do próximo ano.

No fim de novembro, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, comentou que há percepção mais cética dos estrangeiros sobre o juro. "Esse ceticismo se deve a dúvidas sobre o sucesso do ajuste fiscal", disse. O Itaú, porém, não compartilha dessa visão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O novo corte da Selic, os juros básicos da economia, causa grande impacto no principal tipo de investimento dos brasileiros, a renda fixa. Com a queda de 0,75 ponto porcentual, para 7,5% ao ano, a rentabilidade do Tesouro Selic, de alguns CDBs e de fundos de investimento em renda fixa (os Fundos DI) se aproximou e, em alguns casos, até perdeu para o retorno da caderneta de poupança. O retorno de um investimento de um ano em Fundo DI com taxa de 1% de custódia, por exemplo, passa a ser de 4,98%, a mesma rentabilidade da poupança para o período.

"Para quem precisa de um investimento em curtíssimo prazo e não tem mais de R$20 mil para aplicar, a poupança acaba sendo mais vantajosa por não ter cobrança de taxas de administração e ser isenta de Imposto de Renda", explica Reginaldo Gonçalves, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina. Mas a poupança também perde com a queda da Selic. Com a taxa básica abaixo de 8,5%, a remuneração da caderneta passa a ser a Taxa Referencial (definida pelo Banco Central) mais 70% da Selic.

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O raciocínio do professor se confirma com as taxas de custódia cobradas pelos fundos. De acordo com dados da Anbima, associação que representa instituições do mercado financeiro e de capitais, a taxa média de administração desses fundos é de 2,59% para investimentos até R$ 1 mil; 1,07% até R$ 25 mil; e 0,91% de R$ 25 mil a R$ 100 mil. Para o professor de Economia da Fecap, Joelson Sampaio, o importante é que o investidor não invista caso a taxa não seja inferior a 1%. A sugestão dele é que se procure alternativas como CDBs e Letras de Crédito Imobiliário ou Agrário, as LCI e LCA. Nenhum deles tem incidência de IR, mas exigem mais tempo de investimento para terem melhor rentabilidade.

No caso das LCI e LCA, a maioria dos bancos de varejo espera aportes de entrada acima de R$ 30 mil, mas é possível encontrar opções a partir de R$ 5 mil em pequenos bancos.

Tesouro

Mais comum na carteira dos investidores brasileiros, o Tesouro Direto também sente o efeito da queda dos juros, mas ainda apresenta títulos atrativos em comparação à poupança.

Se o objetivo for manter o dinheiro investido por mais de um ano, até mesmo o Tesouro Selic ganha da caderneta, ainda que se desconte o IR. Mas é possível apostar em alternativas mais rentáveis. É caso dos títulos pré-fixados de vencimento de curto e médio prazo, até 2023. Há, ainda, o Tesouro IPCA+, que entrega rendimento baseado na inflação passada somado à expectativa de juros reais. "Protege da inflação no período. É boa opção para prazos maiores de 5 anos", indica o economista Marcos Silvestre.

"Os juros reais, aqueles que já descontam a inflação, estão na casa dos 4% a 5%, muito positivos para o investidor", diz o professor da Saint Paul Alan Ghani. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em uma fazenda na zona rural de Miranda, município no interior do Mato Grosso do Sul, o presidente Michel Temer aproveitou um evento de assinatura de medidas a favor da preservação ambiental e também do bioma Pantanal e repetiu o balanço positivo de seu governo. Em discurso no II Encontro "Carta Caiman", neste sábado, 21, Temer citou a melhora da atividade econômica, a queda da inflação e também dos juros. O peemedebista lembrou que a taxa básica de juros, a meta Selic, está em queda e "poderá chegar ao fim do ano abaixo dos 7%, segundo os analistas".

O peemedebista destacou que, em 16 meses, seu governo fez "muito mais do que foi feito, em 12, 13, 14 anos" sem citar nominalmente outras gestões - nem mesmo aquelas das quais fez parte como vice-presidente. Disse que a palavra-chave de seu governo é diálogo. "Sem esse diálogo profícuo, não teríamos promovido o teto de gastos, a reforma do Ensino Médio, a reforma trabalhista, a reforma de estatais, como a Petrobras. "[Com nosso trabalho], a Petrobras recuperou seu valor de mercado na Bolsa", afirmou Temer, voltando a afirmar que a pontuação do Ibovespa está no "pico" desde a criação da Bolsa.

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O presidente também mencionou o aumento do número de empregos com carteira assinada, ao afirmar que o Brasil passou de "uma situação de desemprego" para "meses de criação de vagas". "Precisamos juntar brasileiros com brasileiros e não brasileiros contra brasileiros, como vinha acontecendo no passado", disse.

Na cerimônia, Temer validou acordo firmado em 2016 entre os governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para a preservação do Pantanal. "Proteger o Pantanal é proteger uma parte do nosso País. (...) O Pantanal é reconhecido como excepcional obra da natureza e é patrimônio natural [da Humanidade pela Unesco]", disse Temer, acrescentando que o desmatamento caiu nos últimos meses.

O presidente afirmou ainda que alguns países, que "ao longo do tempo acabaram destruindo, de alguma maneira, suas reservas ambientais, exigem que o Brasil as mantenha". "Acho mais do que justo, mas [eles] têm de pagar por isso. (...) Vamos cobrar a coisa da preservação ambiental", disse Temer.

Carta Caiman - Pela "Carta Caiman", acordo entre o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, o Pantanal "passou a ser único" para os dois Estados. O documento previa que os dois governos estaduais criaram grupos de trabalho para discutir ações integradas para preservar o bioma e promover o desenvolvimento econômico e social na região da planície.

Em busca de agenda positiva em meio à tramitação da segunda denúncia na Câmara, Temer também assinou decretos ligados ao meio ambiente. Um deles prevê conversão de multas ambientais aplicadas pelo Ibama e pelo Instituto Chico Mendes de Conversação da Biodiversidade (ICMBio) e que ainda se encontram na esfera administrativa em ações para preservação ambiental. Para isso, a União oferece desconto de até 60% nas multas. Com a medida, governo espera arrecadar R$ 4,6 bilhões.

"É importante ressaltar que o instituto da conversão não implica anistia de multas, já que a obrigação de pagar é substituída pela prestação de serviços ambientais", afirmou em discurso o deputado federal, Sarney Filho (PV-MA). O "Zequinha", como foi chamado pelo presidente Temer, foi exonerado do cargo de ministro do Meio Ambiente nesta semana para participar da votação da denúncia contra Temer na Câmara na próxima quarta-feira, 25. "[O instituto da conversão de multa em ações ambientais] tampouco significa renúncia fiscal, uma vez que só são convertidos valores que ainda não fora constituídos como crédito público em face da União", disse Sarney Filho.

O ministro exonerado ressaltou que o governo enfrenta dificuldade para recolher essas multas, o que faz com que a punição tenha pouco efeito. Segundo ele, hoje, a União arrecada apenas 5% do valor das multas aplicadas. "Quem paga são os pequenos infratores, enquanto muito dos grandes recorrem à judicialização para evitar o pagamento", declarou. De acordo com Sarney Filho, a possibilidade de conversão das multas está prevista em lei de 1998, mas não vinha sendo aplicada desde 2008.

Temer ainda assinou medida provisória (MP) que define novas regras para a aplicação de recursos da compensação ambiental. Pelas normas atuais, para cumprir as condições para conseguir licenciamento ambiental, empreendedores são obrigados a executar diretamente as atividades de compensação nas unidades de conversação indicadas. Com a MP, poderão optar por depositar recursos da compensação em um banco oficial, e o ICMBio determinará a forma de aplicação dos recursos.

O evento contou com a participação do governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), e de lideranças políticas locais e de outros Estados. Entre os deputados federais presentes, estavam Carlos Marun (PMDB-MS), Fausto Pinato (PP-SP), Danilo Forte (PSB-CE), Tereza Cristina (PSB-MT), Fábio Garcia (PSB-MT) e Laerte Bessa (PR-DF).

Um levantamento do portal Nexo mostra que 73% dos ativos bancários de todo o país são controlados pelas quatro maiores instituições financeiras do país: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Itaú. O que significa que, de cada R$ 10 depositados em conta, R$ 7,67 vão para correntistas de um desses bancos. De cada R$ 5 que são objetos de empréstimos, R$ 4 são concedidos por um gerente de um destes estabelecimentos.

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) declarou que o número de bancos que detém a maior fatia de mercado é normal e está abaixo de países como Austrália (93%) e Canadá (83%). Outro fator que contribuiu para essa concentração segundo o Nexo foram as vendas de Banespa, Bemge e Banerj. Os estatais mineiro e paulista foram adquiridos pelo Santander e o carioca foi comprado pelo Itaú.

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O Banco Central criou em 2016 uma série de medidas para reduzir a burocracia do setor bancário, com intuito de reduzir a carga tributária sobre os clientes finais. A Selic, que é a taxa básica de juros que recai sobre as movimentações financeiras e sustenta a estrutura econômica dos bancos, foi reduzida de 14,25% ao ano para 8,25% no período de menos de um ano para tentar incentivar o consumo e melhorar a economia em período de crise.

O Banco Central (BC) divulgou hoje (10) a previsão da inflação para este ano e para o próximo. De acordo com o boletim Focus, elaborado com dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a estimativa é que a inflação feche o ano em 2,98%, a previsão anterior era de 2,95%. Para 2018, a instituição prevê que a alta seja de 4,02%, acima da meta estipulada pelo BC, que é de 3%.

Na sexta-feira, o IBGE divulgou um relatório que mostra que a variação do IPCA no mês de setembro foi menor que a do mês anterior. No acumulado dos últimos nove meses, a variação é de 1,78%, bem menor que a do mesmo período do ano passado, que registrou alta de 5,51%. Desde que a série começou a ser medida, a menor variação aconteceu em 1998, quando a alta foi de 1,42%. Para definir a meta, o BC utiliza como base a Selic, que atualmente é de 8,25%. As projeções para o PIB permanecem em 0,70% para este ano e 2,43% para 2018.

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Corte na taxa básica de juros

Na tarde de ontem, o BC indicou que na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) o corte na Selic deve ser menor que os últimos adotados. De acordo com a instituição, o momento econômico não permite o corte de mais um ponto percentual, como vem sendo feito. "A economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego”, argumenta o comunicado do BC.

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana provocou uma onda de revisões para baixo nas projeções da Selic, a taxa básica de juros. Ontem, os dois maiores bancos privados do País, Bradesco e Itaú, anunciaram corte nas previsões, para 7%. O francês BNP Paribas e o Banco Safra preveem que os juros podem cair ainda mais, para 6,5%.

O Copom cortou esta semana a Selic de 9,25% para 8,25% e anunciou que deve reduzir de forma "moderada" o ritmo de cortes nas próximas reuniões. Para os economistas do Bank of America Merrill Lynch, ao invés de reduzir o juro em 1 ponto porcentual, como fez nos últimos encontros de política monetária, o BC deve diminuir o ritmo para 0,50 ponto nas próximas duas reuniões.

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O Bradesco cortou a projeção para a Selic no final de 2017 de 7,5% para 7% e descarta, por enquanto, a necessidade de subir a taxa no ano que vem. Por isso, a Selic deve permanecer neste patamar ao menos até o final de 2018. "A recuperação da economia se consolida, sem aceleração da inflação", destaca, em relatório. O banco cortou ainda a estimativa para o IPCA deste ano, de 3,4% para 3% e em 2018 estima que o indicador deve ficar em 3,9%. "Apesar dos sinais de retomada do consumo, as surpresas de baixa com a inflação persistem."

O Itaú Unibanco também anunciou que alterou sua projeção para a Selic, de 7,25% para 7% no fim deste ano. Após a reunião do Copom, o banco espera que o BC diminuirá o ritmo de redução da Selic para 0,75 ponto porcentual, levando a taxa para 7,50% em outubro. Depois disso, o Copom faria outro corte, de 0,50 ponto. "Mudamos nossa estimativa para o fim do ano para 7%, de 7,25% anteriormente", disse, em nota, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita.

No relatório, ele afirma que uma economia em recuperação e a inflação baixa amparam a intenção do Copom de desacelerar a velocidade de queda dos juros e eventualmente finalizar o ciclo de recuo da Selic. O banco ainda cita, dentre outros fatores, o quadro de alívio na inflação mencionado pelo Copom. "O Comitê avalia que a evolução da inflação permanece bastante favorável, mas já não fala de desinflação", ressalta a instituição.

Ciclo. O Safra e o BNP acreditam que a Selic vai chegar ao final do ciclo de corte de juros em nível menor que o previsto anteriormente. O Safra, em relatório divulgado ontem, prevê que o ciclo será um pouco mais longo, terminando na primeira reunião do Copom de 2018, com o juro básico chegando a 6,5%. Antes, a previsão é que não haveria cortes no ano que vem. No caso do BNP, o banco reduziu a estimativa da taxa de 7% para 6,5% no final do ciclo, que deve ocorrer em março de 2018.

Entre outros bancos internacionais, o UBS reduziu a estimativa para a Selic de 7,50% para 7,25%, com esse nível devendo permanecer ao longo de 2018. Esse cenário considera a possibilidade de redução da taxa em 0,75 ponto porcentual no encontro do Copom em outubro e outro corte de 0,25 ponto em dezembro. No relatório, o banco cita que a recuperação gradual está em progresso e a inflação continua favorável.

Já o Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFG) foi ainda mais radical no corte da projeção e reduziu a estimativa da Selic no fim deste ano de 8% para 7%. Contudo, para 2018, o banco estima que o BC voltará a elevar os juros, que devem subir para o patamar de 8%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia hoje a reunião de dois dias que vai definir o novo nível da Selic (a taxa básica de juros da economia), atualmente em 9,25% ao ano. Com os índices de inflação acomodados e a atividade ainda em marcha lenta, a expectativa dos economistas do mercado é de mais um corte de 1 ponto porcentual da taxa, para 8,25% ao ano.

Entre 54 instituições financeiras consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperam por um corte desta magnitude nesta quarta-feira, quando termina o encontro do Copom. Os 8,25% para a Selic, se confirmados, representarão a menor taxa de juros desde julho de 2013, quando estava em 8% ao ano.

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O corte de 1 ponto porcentual da Selic vai disparar o gatilho de mudança na remuneração das cadernetas de poupança. Pelas regras atuais, quando a Selic for igual ou menor que 8,5% ao ano, a remuneração da poupança corresponde a 70% da taxa básica. Com a Selic acima de 8,50% - o que se vê até agora -, a poupança é corrigida pela taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês.

O mecanismo que vincula a poupança à Selic não é utilizado desde o segundo semestre de 2013. Criado durante o governo de Dilma Rousseff , essa regra serve para evitar a transferência em massa de recursos atualmente aplicados em fundos de renda fixa para a caderneta. Isso foi feito porque a queda da Selic torna estes fundos menos atrativos que a poupança. Uma migração poderia quebrar a indústria de fundos.

Nos comunicados mais recentes do Banco Central, as sinalizações também foram no sentido de continuidade no ritmo de corte da Selic, de 1 ponto porcentual. Porém, as preocupações em torno do andamento das reformas no Congresso - em especial, a da previdência - ainda permanecem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Já sob a influência da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica de juros) para o fim de 2017, mas alteraram o cálculo para 2018.

O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 30, que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 8,00% ao ano. Há um mês, estava em 8,50%. O levantamento indicou ainda que a mediana das projeções dos economistas para a Selic no fim de 2018 foi de 8,00% para 7,75% ao ano, ante 8,25% de um mês atrás.

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Na última quarta-feira, o Copom anunciou um corte de 1 ponto porcentual da taxa, de 10,25% para 9,25% ao ano. Com isso, a Selic retornou ao patamar de 1 dígito após quatro anos. No comunicado que acompanhou a decisão, o colegiado informou que o ritmo de cortes continuará dependendo da evolução da atividade, do balanço de riscos (incluindo as incertezas quanto às reformas), de possíveis reavaliações sobre a extensão do ciclo e das projeções de inflação.

Para muitos analistas, o BC deixou as portas abertas para novo corte de 1 ponto porcentual em setembro. Mais do que isso, sinalizou a possibilidade de uma Selic abaixo dos 8,00% ao ano no fim do ciclo - o que, na prática, está sendo indicado no Focus.

No relatório desta segunda-feira, a Selic média de 2017 seguiu em 10,06% ao ano. Há um mês, a mediana da taxa média projetada era de 10,22%. No caso de 2018, a Selic média foi de 8,00% para 7,75%, ante 8,25% de quatro semanas atrás.

Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a taxa básica terminará 2017 em 7,50% ao ano, ante 7,75% projetados há uma semana. Há um mês, a mediana projetada era de 8,13%. Para 2018, a expectativa foi de 7,50% para 7,25%, ante 8,00% de um mês antes.

Com uma possível queda na taxa de juros de 1 ponto porcentual, os investimentos que dão retornos próximos ao juro básico vão perdendo a atratividade. Porém, mesmo diante de um cenário bem diferente do ano passado, quando a Selic estava em 14,25%, especialistas ainda recomendam cautela na hora de buscar opções que chegam perto dessa rentabilidade.

"Não tem milagre. O investidor gosta de pensar em retorno de 1% ao mês sem risco, mas era uma situação pontual", conta Arnaldo Curvello, diretor da Ativa Wealth Management. Ele pondera que o caso Joesley Batista mostra que a volatilidade sempre existe e, com as eleições de 2018 se aproximando, a incerteza tende a aumentar.

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Diante de um cenário que obriga o investidor a sair da zona de conforto, mas "sem se jogar de cabeça", Curvello indica ativos ligados ao crédito de empresas, como CRAs, e fundos que contenham esses títulos - por exemplo, CDBs, LCIs e LCAs. Ele explica que, com a taxa de juros em queda, o risco de crédito, ou seja, de um calote das empresas, também diminui, deixando essas opções mais vantajosas.

Rodrigo Puga, sócio da corretora Modalmais, aconselha o investidor a experimentar aplicações com mais risco por meio dos fundos multimercado, aplicação que mistura em um mesmo pacote renda fixa, ações ou moedas. Ele orienta o investidor a optar por fundos que apresentam rentabilidade constante em vez de olhar só para o retorno final.

Poupança

A queda da taxa de juros básica deixa a renda fixa tão desprestigiada que até mesmo a poupança, opção mais conservadora e conhecida do brasileiro, ganha na rentabilidade se comparada a fundos de renda fixa com mais de 1% de taxa de administração. Segundo levantamento da Anefac, isso se agrava porque, ao contrário da caderneta, que não sofre qualquer tributação , os fundos têm incidência de Imposto de Renda. Para conseguir ganhos melhores, o investidor do fundo tem de abrir mão da liquidez e não economizar tempo para pesquisar taxas menores.

Se o investidor aplicar R$ 10 mil por 12 meses na poupança, por exemplo, terá acumulado R$ 10.680. Em um fundo de renda fixa com taxa de administração de 1,50%, o mesmo valor renderia R$ 10.629. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mesmo após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ter reduzido a Selic para 10,25% ao ano na semana passada, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a taxa básica no fim de 2017 e de 2018. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 5, que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 8,50% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.

O relatório indicou ainda que a mediana das projeções dos economistas para a Selic no fim de 2018 permaneceu em 8,50% ao ano, também igual ao verificado um mês atrás.

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Na semana passada, o Copom reduziu a Selic em apenas 1 ponto porcentual, de 11,25% para 10,25% ao ano. A decisão - considerada cautelosa pelo mercado - teve como principal justificativa as incertezas em torno do andamento das reformas trabalhista e previdenciária no Congresso. Além disso, o BC sinalizou claramente a intenção de reduzir o ritmo de cartes da Selic em seu próximo encontro, em julho. Amanhã, o BC publicará a ata completa deste encontro.

No relatório Focus de hoje, a Selic média de 2017 seguiu em 10,28% ao ano. Há um mês, a mediana da taxa média projetada era de 10,25%. No caso de 2018, a Selic média seguiu em 8,50%, igual ao verificado há quatro semanas.

Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a taxa básica terminará 2017 em 8,38% ao ano. O porcentual sugere que há dúvidas sobre o porcentual exato (8,25% ou 8,50%). Uma semana antes, estava em 8,63% e, há um mês, em 8,50%.

O Top 5 manteve a projeção para a Selic no fim de 2018, de 8,00% ao ano. Há um mês, estava em 8,50%.

Pela sexta vez seguida, o Banco Central (BC) baixou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu hoje (31) a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 11,25% ao ano para 10,25% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

Com a redução de hoje, a Selic chega ao menor nível desde janeiro de 2014, quando estava em 10% ao ano. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Somente em outubro do ano passado, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.

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Em comunicado, o Copom destacou que a inflação continua em queda e que o cenário internacional segue favorável para o Brasil. O Banco Central, no entanto, informou que o aumento das incertezas em relação ao clima político e ao andamento das reformas pode levar à redução do ritmo de corte da taxa Selic nas próximas reuniões.

“O Copom ressalta que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá, dentre outros fatores, das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira. O comitê entende que o aumento recente da incerteza associada à evolução do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas. Essas estimativas continuarão a ser reavaliadas pelo comitê ao longo do tempo”, informou o colegiado em nota.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA ficou em 0,14% em abril, no menor nível da história registrado para o mês.

Nos 12 meses terminados em abril, o IPCA acumula 4,08%, a menor taxa em 12 meses desde julho de 2007. Até o ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelecia meta de inflação de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. Para este ano, o CMN reduziu a margem de tolerância para 1,5 ponto percentual. A inflação, portanto, não poderá superar 6% neste ano.

Inflação

No Relatório de Inflação, divulgado no fim de março pelo Banco Central, a autoridade monetária estima que o IPCA encerrará 2017 em 4%. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,95%.

Até agosto do ano passado, o impacto de preços administrados, como a elevação de tarifas públicas, e o de alimentos, como feijão e leite, contribuiu para a manutenção dos índices de preços em níveis altos. De lá para cá, no entanto, a inflação começou a desacelerar por causa da recessão econômica e da queda do dólar.

A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores impulsionam a produção e o consumo num cenário de baixa atividade econômica. Segundo o boletim Focus, os analistas econômicos projetam crescimento de apenas 0,41% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2017. No último Relatório de Inflação, o BC reduziu a estimativa de expansão da economia para 0,5% este ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.

O ciclo de queda do juro iniciado pelo Banco Central em outubro ainda não foi suficiente para aliviar as condições do mercado de crédito. Financiamentos para empresas e famílias ficaram marginalmente mais baratos no final do ano passado, mas a tendência ainda não é clara e, em janeiro, as taxas voltaram a subir nos bancos.

Há consenso entre economistas de que a queda do juro será sentida pelo consumidor nos próximos meses. A partir do segundo trimestre, deve ser gradualmente mais perceptível no bolso da população.

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Por enquanto, porém, na maioria dos bancos e lojas, o crédito continua com taxa muito semelhante - ou até mais cara - do que a vista quando a instituição presidida por Ilan Goldfajn começou a afrouxar as condições da economia. O juro do rotativo do cartão, por exemplo, subiu 11 pontos desde outubro, para o novo recorde de 486,8% ao ano - o crédito mais caro oferecido pelos bancos.

Com a lembrança de que a Selic não é a única variável que determina o custo do crédito, economistas dizem que há outros itens que explicam o atraso no repasse ao consumidor. Há, porém, consenso de que o custo dos financiamentos apontará para baixo no médio prazo. É como um regime alimentar, que demora a mudar a silhueta de uma pessoa, mas cujos resultados serão cada vez mais visíveis se a dieta persistir. A dieta, nesse caso, é a tesoura do BC. Se o ritmo dos cortes for acelerado, o custo do crédito cairá mais rápido e visivelmente, dizem economistas.

Queda gradual

Para Fabio Pina, consultor econômico da Fecomércio de São Paulo, o barateamento do crédito ficará consolidado no segundo semestre. Durante o segundo trimestre, diz, as taxas cairão gradual e continuamente.

"A política adotada pelo BC demora a ser percebida devido a muitos fatores. O problema é o rearranjo do mercado e olhar apenas um mês dará uma falsa sensação. Mas, em um horizonte longo, o crédito tem exatamente o mesmo comportamento da Selic", avalia.

Na esteira do BC, grandes bancos anunciaram queda dos juros em algumas operações. Mas a decisão pode estar sendo encoberta pelo uso do crédito.

O chefe do departamento econômico do Banco Central, Túlio Maciel, explica que o aumento do juro médio em janeiro teve como uma das causas a maior demanda por operações mais arriscadas - como o crédito rotativo e o cheque especial -, usadas para pagar despesas típicas do início do ano. Como são linhas mais caras, o juro médio acaba subindo no mercado. "Mas devemos ver a retomada da queda do juro no crédito nos próximos meses", diz.

Histórico

Dados do BC mostram que, de fato, o mercado de crédito reage com atraso de alguns meses à evolução da Selic. Em ciclos recentes de queda da taxa - como o visto entre 2005 e 2007 e entre 2009 e 2011, o juro demorou um pouco a recuar, mas seguiu a tendência e até continuou caindo após o BC ter concluído o ciclo. "Acho que vivemos algo similar atualmente e acredito que a queda será mais clara a partir de março ou abril", diz o professor de economia da Fundação Getulio Vargas, Rogério Mori.

A economista da consultoria Rosenberg & Associados, Thais Zara, concorda que a redução do juro será mais visível em breve. "Houve um repique pontual em janeiro. No segundo trimestre, haverá tendência mais forte de queda do juro", avalia. "E esse movimento poderá ser antecipado se o BC acelerar a queda da Selic", completa. Essa aceleração dos cortes ganhou uma possibilidade maior, na avaliação dos economistas, depois da divulgação, ontem, da ata do Copom relativa à reunião da semana passada, quando a Selic caiu de 13% para 12,25% ao ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à expectativa de redução do custo do crédito por conta da queda da taxa Selic, uma linha específica de crédito deve caminhar em sentido inverso, com juros em alta, nos próximos meses. Economistas acreditam que a migração obrigatória de clientes do crédito rotativo do cartão para o parcelamento deverá transferir o risco de calote e, em reação, os juros subirão.

A partir de abril, clientes poderão usar o crédito rotativo pelo período máximo de 30 dias. Após esse período, o banco será obrigado a oferecer uma alternativa mais barata ao consumidor. Grandes instituições têm indicado que o parcelamento no cartão será a opção. O juro de 161,9% dessa operação é sensivelmente menor que os 486,8% do rotativo. A vantagem, porém, tende a diminuir.

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"O parcelamento vai ficar mais caro porque o banco vai receber esse cliente que oferece mais risco", afirmou o consultor econômico da Fecomércio de São Paulo, Fabio Pina, ao comentar que a existência desse risco explica parte do elevado juro do rotativo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os economistas das instituições financeiras reduziram pela oitava vez a estimativa da inflação para 2017, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,43% para 4,36%.

As expectativas foram divulgadas nesta quarta-feira (1) pelo Banco Central, por meio de boletim Focus. Há apenas um mês, as expectativas para o IPCA estavam em 4,70%, acima da meta de 4,5% estipulada para 2017. A mediana das expectativas para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano seguiu em 0,48%, mesma porcentagem da semana anterior.

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A expectativa para a Selic deste ano passou de 9,50%, na semana passada, para 9,25%. Permanecendo inalterada, até o fim de 2018, em 9% ao ano. Atualmente, a taxa básica de juros está em 12,25% ao ano.

Pela terceira vez seguida, o Banco Central (BC) baixou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu hoje (11) a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, para 13% ao ano. A decisão surpreendeu os analistas financeiros, que previam o corte de 0,5 ponto percentual.

Com a decisão de hoje, a Selic está no menor nível desde abril de 2015, quando estava em 12,75% ao ano. Mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, de outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Somente em outubro do ano passado, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.

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Em comunicado, o Copom informou que a demora na recuperação da economia contribuiu para a autoridade monetária acelerar o corte dos juros. “O conjunto dos indicadores sugere atividade econômica aquém do esperado. A evidência disponível sinaliza que a retomada da atividade econômica deve ser ainda mais demorada e gradual que a antecipada previamente”, destacou o texto.

O Copom ressaltou que as incertezas externas ainda não trouxeram efeitos sobre o Brasil e que o comportamento da inflação, que fechou 2016 abaixo das expectativas, favoreceu a redução maior da Selic.

“A inflação recente continuou mais favorável que o esperado. Há evidências de que o processo de desinflação mais difundida tenha atingido também componentes mais sensíveis à política monetária e ao ciclo econômico. A inflação acumulada no ano passado alcançou 6,3%, bem abaixo do esperado há poucos meses e dentro do intervalo de tolerância da meta para a inflação estabelecido para 2016”, acrescentou o Banco Central.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA fechou 2016 em 6,29%, o menor nível desde 2013 (5,91%).

Até o ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelecia meta de inflação de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. Para 2017, o CMN reduziu a margem de tolerância para 1,5 ponto percentual. A inflação, portanto, não poderá superar 6% neste ano.

Inflação

No Relatório de Inflação, divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estima que o IPCA encerre 2017 em 4,4%. O mercado está um pouco menos pessimista. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, a inflação oficial fechará o ano em 4,81%.

Até agosto do ano passado, o impacto de preços administrados, como a elevação de tarifas públicas, e o de alimentos, como feijão e leite, contribuiu para a manutenção dos índices de preços em níveis altos. De lá para cá, no entanto, a inflação começou a desacelerar por causa da recessão econômica e da queda do dólar. Em dezembro, o IPCA ficou em 0,30%, a menor taxa para o mês desde 2004.

A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores impulsionam a produção e o consumo num cenário de baixa atividade econômica. Segundo o boletim Focus, os analistas econômicos projetam crescimento de apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2016. No último Relatório de Inflação, o BC reduziu a estimativa de expansão da economia para 0,8% este ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.

A queda de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, deve ter, pelo menos no curto prazo, efeito praticamente nulo para o consumidor, seja nos empréstimos bancários, seja nos financiamentos para compra de bens. Para especialistas, a inadimplência, que continua em níveis muito elevados, impede qualquer queda nas taxas ao consumidor nesse momento.

"A inadimplência responde por cerca de um terço das taxas cobradas dos empréstimos ao consumidor", diz Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac). Ele lembra que o maior risco de calote, em função da crise na economia e de empresas que são alvo da operação Lava Jato, fez os bancos aumentarem as reservas para cobrir a inadimplência. E esse risco foi embutido nas taxas ao consumidor.

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Esse movimento é nítido, segundo Oliveira, quando se compara a evolução, por exemplo, da taxa de juros do comércio com a Selic. Entre julho de 2015 e setembro deste ano, enquanto a Selic ficou estacionada em 14,25% ao ano, a taxa de juros de lojas deu um salto. Era 131,10% ao ano em julho de 2015 e subiu para 158,61% ao ano no mês passado. O que explica o avanço da taxa no balcão da loja, mesmo com a Selic estável, é o maior risco de calote, diz.

Centavos

Apesar da resistência da taxa ao consumidor, Ribeiro de Oliveira fez algumas simulações sobre o impacto da redução de 0,25 ponto porcentual da Selic nos juros básicos no varejo. Concluiu que tanto para compra de bens como para empréstimo bancário - e até para obter capital de giro, no caso das empresas -, o efeito será irrisório, de centavos.

"A inadimplência é mesmo um obstáculo à queda dos juros", reconhece Nicola Tingas, economista da Acrefi, associação que reúne as financeiras. Mas ele ressalta que o corte na taxa básica, mesmo pequeno, tem efeito favorável sobre as expectativas. O corte funciona como um sinalizador de que novas reduções virão, destravando assim a economia. "É uma mudança qualitativa, é um primeiro passo para um processo mais virtuoso."

Para Roque Pellizzaro, presidente do SPC Brasil, o impacto da redução dos juros básicos deve ter efeito no varejo dentro de três a quatro meses. "O corte da Selic sinaliza que o trem voltou para os trilhos."

Essa também é a avaliação da Confederação Nacional do Comércio (CNDL). Bruno Fernandes, economista da entidade, diz que a redução é "o início de um processo". Na avaliação dele, essa redução da taxa Selic pode ter um "leve efeito sobre as vendas de Natal." A CNC prevê uma queda de 3,5% no volume de vendas do varejo restrito (que exclui veículos e materiais de construção) neste fim de ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mesmo com o corte da taxa básica de juros, os fundos de investimento e demais aplicações em renda fixa seguem como os mais indicados para quem busca bom retorno com baixo risco. A poupança continua sendo vista como última opção porque rende bem menos que a Selic.

Em 2015, quem investiu na caderneta perdeu 2,35% do poder de compra. Com a Selic atual, a rentabilidade da poupança perde para os fundos de renda fixa cujas taxas de administração sejam inferiores a 2,5% ao ano. O juro precisaria retornar aos 8% para a poupança render 70% da Selic e se tornar mais atrativa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Para analistas, o recado dado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central após a reunião de quarta-feira (31) na qual manteve a taxa de juros da economia em 14,25% ao ano, é de que não há pressa para começar a cortar a Selic.

Segundo a economista Tatiana Pinheiro, do Banco Santander, o comunicado divulgado após a reunião mostrou que o BC só começará o processo de flexibilização monetária quando as expectativas do mercado se concretizarem. Para ela, ao detalhar os riscos domésticos no comunicado, destacando o ajuste fiscal e a persistência da inflação alta, o BC colocou condições para que os juros sejam reduzidos. "O BC mostrou que não tem pressa para iniciar a flexibilização da política monetária", disse.

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"Nós começamos o ano com a ideia de que, quando tivéssemos expectativa de inflação em queda, somada ao resultado ruim da atividade, haveria espaço para redução de juros. Agora é diferente. Não é só expectativa, tem de haver a concretização da expectativa."

Segundo Alexandre Póvoa, sócio da Canepa Asset Management, ao listar quais são as condições para a redução dos juros, mudando o tom do comunicado anterior de que não havia espaço para iniciar o movimento, o comitê se mostrou mais inclinado em flexibilizar a política monetária.

Por outro lado, as condições colocadas, como a redução das incertezas sobre implementação do ajuste fiscal, não devem ser alcançadas tão cedo, o que reduz as chances de a Selic começar a cair em outubro. Segundo Póvoa, o comitê vai monitorar as condições colocadas na nota e, se houver evolução, começará a preparar o mercado para a redução dos juros no fim do ano.

A tendência, diz, é que o Banco Central comece a reduzir os juros em dezembro. "A dúvida é só se será 0,25 ou 0,5 ponto porcentual". O gestor assinala que o Copom reforçou no comunicado de hoje que vai perseguir o centro da meta de inflação (4,5%) no ano que vem, num sinal claro de vai ser cauteloso nos cortes dos juros.

"O BC destacou que a inflação de alimentos é um choque, mas está mais resistente que o esperado, introduziu uma novidade - as incertezas sobre o processo de normalização da política monetária nos EUA - e destacou condicionalidades que precisariam ser atendidas para reduzir os juros", disse Italo Lombardi, economista sênior para a América Latina do banco Standard Chartered em Nova York. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a forte queda do dólar na semana passada, o mercado financeiro revisou de forma importante as projeções para o câmbio deste e do próximo ano. Isso, mesmo com a volta de atuação do Banco Central (BC) neste mercado por meio de leilões de swap cambial reverso.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 4,pelo BC, apresentou que a cotação da moeda estará em R$ 3,46 no encerramento de 2016 ante R$ 3,60 do levantamento anterior - um mês atrás, estava em R$ 3,68. Com isso, o câmbio médio de 2016 passou de R$ 3,61 para R$ 3,51 - um mês antes, estava em R$ 3,65.

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Para 2017, a mediana recuou de R$ 3,80 para R$ 3,70 de uma divulgação para a outra - quatro semanas atrás estava em R$ 3,85. Já o câmbio médio do ano que vem caiu de R$ 3,74 para R$ 3,61 de um levantamento para o outro - estava em R$ 3,81 um mês atrás.

Selic

Depois da divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e da definição da meta de 2018 (4,5% com bandas de tolerância de 1,5 ponto porcentual), as projeções do mercado para a taxa básica de juros praticamente não se mexeram. O Relatório de Mercado Focus trouxe estabilidade das previsões para a Selic no fim de 2016 em 13,25% ao ano (aa) e para 2017, em 11,00% aa. Na semana passada, os analistas já tinham apresentado fortes correções para a taxa, que atualmente está em 14,25% ao ano. Entre os Top 5, porém, houve mudanças significativas na edição do documento desta segunda-feira.

Um mês atrás, o boletim apontava a Selic em 12,88% para o encerramento de 2016 e em 11,25% para o fim de 2017. No caso da Selic média, a mediana das previsões subiu novamente, de 14,03% para 14,06% para o horizonte de 2016 ante 13,88% de quatro semanas atrás. Já para 2017, a mediana do mercado para a Selic média permaneceu em 11,67% pela segunda vez - um mês antes estava em 11,70% ao ano.

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus (médio prazo), a estimativa para o fim deste ano recuou de 13,75% aa, patamar em que já estava há um mês, para 13,50%. Para 2017, a mediana recuou de 11,25% aa para 10,50% - um mês antes, estava em 12,25% aa.

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