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A incerteza política é um dos fatores que deverá levar o Comitê de Política Monetária (Copom) a manter os juros em 14,25% na reunião deste mês, que será concluída nesta quarta-feira (27). Economistas ponderam que, em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que poderá ser afastada temporariamente em 11 de maio, o mais prudente por parte do Banco Central é não mexer na Selic, inclusive porque a inflação continua alta - 9,39% em março, no acumulado em 12 meses.

"O melhor neste momento de muitas dúvidas no cenário político é não fazer nada. Se o BC subisse ou baixasse os juros agora poderia causar ruídos, o que não seria bom", diz José Márcio Camargo, professor e economista chefe da PUC-RJ.

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Após a votação na Câmara pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma, os especialistas têm muitas dúvidas sobre o que seria um eventual governo Michel Temer. "Será preciso ver se a capacidade de articulação política de Temer terá condições de sensibilizar os parlamentares a ponto de aprovar mudanças estruturais fundamentais, como uma reforma da Previdência Social, com idade mínima para aposentadoria", destaca Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset Management.

Diante dessas incertezas, os economistas constatam que contexto político é relevante, mas não será o fator determinante para a ação do Copom na próxima semana.

David Beker, chefe de economia e estratégia do Bank of America Merrill Lynch, lembra que um conjunto extenso de indicadores econômicos são considerados pelo Copom e, segundo ele, não há dúvida de que a Selic ficará estável na próxima reunião.

Inflação

No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março, o Banco Central estima que a inflação medida pelo IPCA chegará a 8,7% ao final de junho, alcançará 6,6% em dezembro e só chegará ao objetivo de 4,5% no primeiro trimestre de 2018.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar do discurso orquestrado no Banco Central (BC) na semana passada para enfatizar que a instituição não vislumbra queda da taxa básica de juros para levar a inflação para o centro da meta em 2017, analistas do mercado financeiro acreditam que o BC terá mais espaço para cortar a Selic no ano que vem. De acordo com a abertura do Relatório de Mercado Focus, a primeira queda da taxa básica de juros, dos atuais 14,25% ao ano para 14,00% aa, ocorrerá em janeiro de 2017. Em fevereiro, no entanto, a dúvida expressada pela taxa anterior de 13,88% agora está em 13,75%.

Já para março, no lugar do nível de 13,75% visto na semana passada, agora está a previsão de 13,38%. Para abril, a estimativa de Selic a 13,50% foi substituída pelo porcentual de 13,25%. No caso de maio, a redução foi de 13,13% para 13,00%.

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Para junho e julho, as previsões foram mantidas em 13,00% e, para agosto, passou de 13,00% para 12,88% ao ano - último dado disponível na abertura mensal das expectativas para a Selic. Como o calendário das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) ainda não foi divulgado, a coleta leva em conta todos os meses de 2017.

Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que não haveria espaço para distensão da Selic. De forma mais clara, o diretor de Política Econômica, Altamir Lopes, disse, em Fortaleza, que o quadro da instituição não leva em conta a queda da Selic.

O posicionamento foi reforçado pela apresentação do diretor, com a seguinte frase: a convergência da inflação para a meta de 4,5% em 2017 não contempla reduções da taxa básica de juros, neste momento em 14,25% ao ano.

Ainda diluindo os acontecimento que antecederam a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, analistas do mercado financeiro continuaram a intensificar a mudança de rumo em seus cenários para os juros básicos da economia. No Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 1º, a mediana das previsões para a Selic em 2016 passou de 14,64% ao ano para 14,25% ao ano agora. Há um mês, estava em 15,25%. Com essa mudança, a mediana das previsões dos analistas para a Selic média passou de 14,84% para 14,25%. Um mês antes, estava em 15,38%.

Já no caso de 2017, a mediana das previsões do mercado para a taxa básica de juros seguiu em 12,75% ao ano. Quatro edições atrás do boletim Focus estava em 12,50% ao ano. Apesar da manutenção, a Selic média foi alterada de forma significativa, passando de 13,16% para 13,00% - quatro semanas antes estava em 12,85%.

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Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus (médio prazo), a previsão para a Selic no fim de 2016 passou de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano - um mês atrás, estava em 13,75%. Para o encerramento de 2017, esses mesmos analistas projetam agora uma taxa de 12,50% ao ano ante mediana de 12,63% ao ano vista no documento anterior, e de 12,75% de um mês antes.

Os juros futuros de curto prazo recuam no início do pregão nesta quinta-feira, 28, após a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que reforçou a percepção de que a Selic não deve subir na próxima reunião. O dólar também cai, beneficiado pela alta do petróleo, que alimenta o apetite por risco.

Às 9h25, o DI para abril de 2016 projetava taxa de 14,210%, ante 14,240% no ajuste de ontem. O DI para julho de 2016 indicava 14,335%, de 14,400% na véspera. O contrato para janeiro de 2017 mostrava 14,56%, de 14,70%.

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Entre os vencimentos longos, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 16,35%, ante 16,44%. E o DI para janeiro de 2023 estava em 16,50%, de 16,59%. Essas taxas sofriam ajustes técnicos diante da queda dos juros curtos e eram puxadas para baixo também pelo dólar. A moeda à vista no balcão, por sua vez, caía 0,57%, a R$ 4,0746.

A ata do Copom revelou que o grupo majoritário mudou de argumentos para deixar a Selic inalterada na comparação com a ata anterior. Segundo o texto, a maioria "considerou que houve elevação de incertezas domésticas e externas recentemente" e disse que "é preciso continuar monitorando evolução do cenário macroeconômico". Já a minoria (Tony Volpon e Sidnei Corrêa Marques, que votaram pela elevação da taxa Selic para 14,75% ao ano) manteve a alegação de que alta do juro já reduziria risco de não cumprir meta e reforçaria o processo de ancoragem de expectativas.

Analistas chamam atenção para o peso dado pelo BC ao cenário externo, que na avaliação do Copom se deteriorou desde a última reunião. Além disso, a autoridade retirou o termo "especialmente" no trecho em que ressalta a necessidade de se manter vigilante para garantir que pressões inflacionárias detectadas em horizontes mais curtos não se propaguem para horizontes mais longos.

Com a expectativa de inflação mais alta e depois do duro discurso do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na semana passada em São Paulo, o mercado financeiro revisou suas estimativas para cima para o comportamento dos juros ao longo do ano que vem e também para os próximos anos.

Na semana passada, o Relatório de Mercado Focus revelava que o consenso entre os analistas era o de que a taxa básica de juros (Selic) se mantivesse nos atuais 14,25% ao ano ao longo de todo 2016. Agora, a previsão é de alta.

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O primeiro movimento, de acordo com o documento, acontecerá na segunda reunião marcada para o ano, em março. Nesse encontro, o Comitê de Política Monetária (Copom) vai aumentar a Selic de 14,25% ao ano para 14,75% aa. A trajetória de alta continuará em abril, conforme o mercado, com a taxa chegando a 15,00% aa. O ponto mais alto dos juros no ano que vem será visto em junho, quando o colegiado deverá levar a Selic para 15,25% aa. Esse patamar seria mantido em julho.

Em setembro, conforme os especialistas, a taxa já poderia ceder para 15,00% e, em outubro, para 14,75% aa. Em dezembro, conforme já revelou a Focus, a Selic encerraria em 14,63%, o que denota ainda uma divisão dos especialistas entre uma taxa de 14,50% ou de 14,75% ao final do ano que vem.

Em 2017, a perspectiva do mercado é a de que a taxa básica passasse a devolver as elevações anteriores. Como ainda não há calendário de reuniões do Copom para aquele ano, as projeções são feitas para os meses correntes. Em janeiro e fevereiro, os juros estariam em 14,25%; em março, em 13,75%; em abril, em 13,50%; em maio, em 13,25%, e, em junho, 13,00%.

Da mesma forma, na última semana, houve elevação da expectativa para a Selic nos anos fechados. Para 2017, a mediana das previsões de 11,75% ao ano foi substituída pela de 12,00% aa. Para 2018, a alta passou de 10,75% para 11,00%. Para 2019, de 10,00% para 10,50% e, para 2020, de 9,88% para 10,00%. Com isso, não há mais no horizonte de consultas do BC ao mercado a expectativa de que a taxa básica volte à casa de um dígito.

O Banco Central (BC) vem tentando salvar o que pode da política monetária, em meio à devastação que essa sofre com o caos político e fiscal. O endurecimento do tom do presidente Alexandre Tombini, em recente pronunciamento, faz parte dessa estratégia.

Outro dos seus elementos foram os recentes relatos, na imprensa, baseados em fontes da equipe econômica, dando conta de que o BC esperava uma surpresa positiva na inflação de preços administrados. Foi um tiro na água em termos de expectativas. Desde meados de novembro, a projeção mediana do mercado para a inflação de administrados em 2016 saltou de 6,9% para 7,35%. Na verdade, já há alguns analistas projetando 8% ou até bem mais. Já as expectativas para o IPCA cheio em 2016 ultrapassaram o teto do intervalo de tolerância da meta (6,5%) em novembro e já estão em 6,7%. Há analistas respeitados trabalhando com projeções em torno de 7% ou mais.

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Nesse cenário, o BC tenta evitar a desancoragem total das expectativas, o que inevitavelmente só pode ser feito com a sinalização de novas altas da Selic. "Eu acho que o BC quer deixar a inflação em 2016 minimamente ancorada, e se dará por contente se conseguir evitar que ela fure o teto ou talvez mesmo que apenas fique abaixo de 7%", diz Solange Srour, economista-chefe da gestora ARX. Ela, como vários outros profissionais do mercado, espera um ciclo de alta da Selic a se iniciar na próxima reunião em janeiro, que elevaria a taxa básica em torno de 2 pontos porcentuais, podendo ser um pouco mais ou um pouco menos. Há consenso de que isto seria só o suficiente para restabelecer o juro real, em torno de 8%, de quando a Selic atingiu 14,25% no final de julho.

Solange acha que a sorte do BC, nesse cenário, estará quase que inteiramente condicionada a um mínimo de estabilidade política e de avanço na agenda fiscal, que permitam estabilizar o câmbio e evitar novos estirões de depreciação. "Se o real apreciar e o ambiente externo ajudar, até poderiam entrar num ciclo de queda ainda no ano que vem", diz, mas deixando claro que isso é uma mera hipótese, não um cenário provável.

José Júlio Senna, diretor do Centro de Estudos Monetários do Ibre/FGV, nota que o recente discurso de Tombini teve uma pequena novidade - o fato de o presidente do BC dizer, negando a tese de dominância fiscal, que o desequilíbrio das contas públicas atrapalha, mas o Copom não deixará de agir. "É um fato novo e sugestivo de que o BC considera a hipótese de fazer um ajuste da taxa nominal nos primeiros meses do ano", comenta o economista.

José Márcio Camargo, economista-chefe da gestora Opus, tem uma visão diferente. Prevê que o ciclo de alta da Selic vai ser de 2 a 2,5 pontos porcentuais, mas acha que o BC deveria fazer mais. Quanto à queda da atividade, ele diz que "a única coisa que deveria afetar a decisão do Copom é a inflação - se a inflação está se acelerando, é sinal de que a recessão ainda não foi suficiente". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano manter a Selic inalterada em 14,25% ao ano, mas com dois votos dissidentes de alta (0,50 pp), o mercado financeiro voltou a mudar suas expectativas para o comportamento da taxa básica de juros ao fim do ano que vem.

No Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 30, pelo Banco Central, a mediana das expectativas para a Selic de 2016 passou de 13,75% ao ano para 14,13% ao ano, o que revela uma divisão dos participantes da Focus entre um patamar de 14,00% e 14,25% aa.

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De qualquer forma, a nova projeção indica uma trajetória ainda mais conservadora para a taxa básica. Um mês antes, a mediana das estimativas no boletim Focus para a Selic do mesmo período era de 13,00% ao ano.

Com essa mudança, a Selic média de 2016 foi ajustada de 14,16% para 14,25% aa. Um mês antes, a mediana das previsões para essa variável estava em 13,95% ao ano. O foco do Banco Central para a meta é o ano de 2017.

Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5 no médio prazo, a estimativa para 2016 seguiu em 13,00% aa pela terceira vez consecutiva - quatro semana antes estava em 12,75% AA.

Projeções

A possibilidade de a taxa básica de juros ser mantida no atual patamar de 14,25% ao ano ao longo de todo 2016 cresceu ainda mais, de acordo com a abertura do Relatório de Mercado Focus. Pelo levantamento, realizado com aproximadamente 120 instituições financeiras, a Selic só terá condições de cair no último mês do ano que vem. Mesmo assim, há uma dúvida explícita entre os participantes da pesquisa.

A mediana das previsões revela uma taxa de 14,25% aa para praticamente todos os meses. Na semana passada, se esperava que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzisse a Selic em outubro de 2016. Agora, uma redução é aguardada apenas para dezembro.

A abertura mensal das estimativas se estende até junho de 2017 agora - até o levantamento da semana passada, ia até abril. O ano se tornou mais importante depois que o BC informou que será apenas em 2017 que terá condições de levar a inflação para o centro da meta de 4,50%. Para janeiro, a mediana das previsões subiu de 13,00% para 13,25% aa. No caso de fevereiro, o ponto central da pesquisa foi mantido em 13,00% ao ano, assim como para março, que teve a mediana das previsões estacionada em 12,75% aa.

Para abril, a taxa subiu de 12,50% aa da semana passada para 12,75% aa agora. Esse patamar, segundo os participantes da Focus, será mantido em maio e junho. Como o BC ainda não divulgou o calendário de reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2017, as estimativas são apresentadas para todos os meses correntes.

O resultado era esperado: o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira, 25, manter a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano, na última decisão do colegiado em 2015. A surpresa, no entanto, veio com a divisão do placar, com seis votos pela estabilidade e dois pela elevação. Com a piora da situação econômica e política do País, dois dos oito membros do colegiado gostariam de ver a Selic elevada já, para 14,75% ao ano.

O comunicado que se seguiu à decisão foi bem mais sucinto do que o da reunião de outubro. Trouxe apenas o novo patamar dos juros e a divisão do colegiado. O presidente Alexandre Tombini votou pela estabilidade, acompanhado dos diretores Aldo Mendes, Altamir Lopes, Anthero Meirelles, Luiz Feltrim e Otávio Damaso. Os dissidentes, foram Tony Volpon, o mais recente membro do Copom, e Sidnei Correa Marques, que já mostra uma tendência mais conservadora pelo menos desde que o BC passou a nominar os votos, em 2012.

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Esses dois diretores revelaram que, mais do que discurso, estão preparados para agir. No comunicado passado, bem mais longo, foi apresentada a análise de que a manutenção desse patamar por "período suficientemente prolongado" era necessária para levar a inflação para o centro da meta em 2017.

O Copom suprimiu da nota agora a frase de que continuará vigilante para que o objetivo de levar a inflação para 4,5% daqui a dois anos seja cumprido. O fato apenas de ter uma divisão torna obsoleto todo o discurso que havia sido apresentado.

Para Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, a decisão do Copom de impor um viés de alta nos juros, com a posição de dois diretores a favor da alta da Selic em 0,50 ponto porcentual, sinaliza que o BC não quer as expectativas de inflação longe do teto da meta de 6,5% em 2016. "E na medida em que as projeções para o IPCA se desgarrem dos 6,5% tornará mais difícil o trabalho da autoridade monetária de levar a inflação a convergir ao objetivo de 4,5% em 2017", destacou.

O economista sênior do banco Haitong, Flávio Serrano, avaliou que a divisão entre os diretores eleva as chances de o Banco Central subir a Selic no próximo encontro, em janeiro."A decisão pegou a gente de surpresa. Esperávamos a manutenção da Selic em 14,25% hoje, como ocorreu, e não acreditávamos que a alta de juros poderia ocorrer mais à frente. Agora, aumentou muito a chance de elevação já no começo do próximo ano", avaliou.

Esta é a quarta vez desde que houve abertura dos votos dos membros do Copom em que há divisão do colegiado. As outras vezes foram em outubro de 2012, abril de 2013 e outubro de 2014, logo após a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Em todas as ocasiões, Sidnei esteve na ponta de cima. Não há histórico de Volpon, que integrou o comitê em abril deste ano.

Desde a última reunião do Comitê, realizada em outubro, pouca coisa melhorou no cenário econômico. A recessão está cada vez mais clara e sinalizando que será profunda, o imbróglio político só piora e não há novidades no fronte fiscal. Este é o maior de todos os empecilhos do Banco Central agora.

O BC teve de lidar na decisão de hoje com as expectativas mais elevadas para a inflação, não só deste como dos próximos dois anos. O mercado financeiro prevê que o IPCA encerre 2015 em 10,33% e o próximo ano em 6,64%, já acima do teto da meta de 6,50% que é permitido à instituição apresentar. Para 2017, as projeções subiram para 5,10%. Esses mesmos analistas apontam para uma queda de 3,15% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 2,01% no que vem. Expectativa de baixa da Selic foi jogada agora para outubro de 2016. E tende a ser postergada mais uma vez, depois da decisão de hoje. No primeiro levantamento realizado pelo BC este ano sobre as perspectivas para a economia, o grupo de cerca de 120 instituições financeiras acreditava que a Selic encerraria 2015 em 12,50% ao ano. Encerrou 2015 praticamente dois pontos acima das previsões. Isso porque prevaleceu a manutenção da taxa ontem.

De novo e de bom para os preços desde a última reunião do colegiado só mesmo o câmbio. No encontro de outubro, a moeda encerrou cotada a R$ 3,9450 e ontem estava em R$ 3,7467, uma pressão a menos de R$ 0,20 para os preços.

Não houve qualquer mudança de cenário para o rumo das taxas de juros no Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (16) pelo Banco Central. De acordo com o documento, a mediana da taxa básica de juros de 2016 ficou paralisada em 13,25% ao ano de uma semana para outra.

Quatro edições atrás do boletim, estava em 12,75% ao ano. A Selic média do período também não se moveu e ficou em 14,06%. Um mês antes, a mediana das previsões para essa variável estava em 13,83% ao ano.

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Para este ano, as projeções também ficaram inalteradas: a Selic deve encerrar 2015 em 14,25% ao ano, taxa em que se encontra atualmente, e o juro médio deste ano deve ser de 13,63% ao ano. O foco do Banco Central para a meta foi deslocado para 2017, mas com a promessa da autoridade monetária de que seguirá "vigilante".

Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5 no médio prazo, a estimativa para 2015 ficou congelada em 14,25% ao ano - previsão apontada já há 21 semanas. No caso da mediana das previsões para 2016, que havia subido na semana passada, segue em 13,00% aa - quatro semanas antes estava em 12,75% aa.

Com o foco do Banco Central deslocado agora para 2017, mas com a promessa de que seguirá "vigilante", o mercado financeiro revisou para cima suas expectativas para o comportamento da Selic no ano que vem no Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 26, pelo BC. A mediana passou de 12,75% ao ano para 13,00% aa.

Há quatro edições do documento, o ponto central apontava para uma taxa de 12,50% aa. Com isso, a Selic média do ano que vem também foi alterada de 13,83% para 13,88% - estava em 13,38% um mês atrás.

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Para este ano, os analistas deixaram suas projeções para a Selic inalteradas. A mediana permaneceu em 14,25% ao ano pela 13ª semana seguida, assim como a mediana para a Selic média de 2015, que continuou em 13,63% ao ano pelo mesmo período.

Na quinta-feira, o BC divulgará a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu manter a taxa básica de juros em 14,25% ao ano, mas que mudou seu comunicado, explicando que não vê mais chance de levar a inflação para a meta no fim de 2016, mas, sim, o horizonte relevante, que é um prazo de 24 meses.

Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5, não houve mudanças: para 2015 a Selic deve encerrar o ano em 14,25% - previsão apontada já há 18 semanas - e a mediana das previsões para 2016 foi mantida em 12,75%.

O mercado financeiro deixou inalteradas suas projeções para a Selic ao final deste e do próximo ano. Apesar disso, houve uma movimentação na taxa média prevista para o ano que vem. Para 2015, o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Banco Central, a mediana das projeções ficou congelada em 14,25% ao ano pela 10ª semana seguida, assim como a mediana para a Selic média de 2015, que permaneceu em 13,63% ao ano pelo mesmo período.

Para 2016, a mediana continuou em 12,50% aa. Há quatro edições do documento, o ponto central da pesquisa apontava para uma taxa de 12,00% aa. A Selic média do ano que vem foi alterada de 13,59% para 13,63% - estava em 13,06% um mês atrás.

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Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5 no médio prazo, não houve mudanças: a Selic deve encerrar 2015 em 14,25% - previsão apontada já há 15 semanas e a mediana das previsões permaneceu em 12,38% ao ano para 2016, o que denota uma divisão de opinião entre os componentes desse grupo entre um encerramento em 12,25% ou 12,50% no fechamento de ano.

A mudança das projeções do mercado financeiro para a Selic foi ainda marginal no Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (21) pelo Banco Central. Para este ano, as expectativas ficaram congeladas em 14,25% ao ano pela oitava semana seguida, assim como a mediana para a Selic média de 2015, que permaneceu em 13,63% ao ano pelo mesmo período.

Já para 2016, o documento divulgado há pouco pelo Banco Central, mostrou alta na mediana das previsões, passando de em 12,00% ao ano, depois de três semanas consecutivas neste nível, para 12,25% - há quatro edições do documento estava em 12%. A Selic média do ano que vem também foi alterada de 13,13% para 13,38%, a segunda alta consecutiva. Há um mês essa expectativa era de 13,13%.

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Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5 no médio prazo, não houve mudança para 2015: a Selic deve encerrar o ano em 14,25% - previsão apontada já há 13 semanas. A mediana das previsões para 2016, por outro lado, subiu de 12,13% ao ano, depois de cinco semanas consecutivas estável, para 12,38%.

Depois de o Banco Central elevar a taxa básica de juros (Selic) de 13,75% para 14,25% ao ano, o mercado manteve inalteradas suas perspectivas para a Selic ao fim de 2015. Segundo o boletim Focus, publicação divulgada toda segunda-feira pela autoridade monetária, a expectativa é de que a taxa feche o ano em 14,25% - mesma expectativa da semana anterior, de antes da reunião do Copom. Para 2016, a previsão é de 12% há duas semanas.

O mercado espera, agora, a ata da reunião da semana passada, programada para ser divulgada na próxima quinta-feira, 8. Os analistas seguem, por enquanto, com a mensagem do comunicado pós-reunião do Copom, realizada na última quarta-feira, 29 de julho. "O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016", informou a nota da diretoria da instituição.

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A pesquisa Focus, no entanto, mostrou uma diminuição das projeções para o encerramento do ano. Há quatro edições do levantamento a estimativa era de 14,50% ao ano no fim de 2015. A Selic média também se manteve inalterada entre uma semana e outra, em 13,63% para 2015 e 13,13% para 2016.

Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5 no médio prazo, não houve mudanças para este ano: a Selic deve encerrar 2015 em 14,25%. Já para 2016, a mediana das previsões passou de 11,63% ao ano para 11,88%, o que denota uma divisão de opinião entre os componentes desse grupo.

Economistas do setor privado passaram a estimar que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 deve ter retração de 1,50% ante queda de 1,49% verificada na edição anterior do Relatório de Mercado Focus. O documento é divulgado pelo Banco Central toda segunda-feira pela manhã. Com a nova previsão, foi a sétima revisão para baixo consecutiva. Há quatro semanas, a mediana era de -1,30%. A perspectiva de recuperação da atividade no ano que vem também segue debilitada. Depois de ser reduzida de 0,70% para 0,50% na semana passada, agora foi mantida nesse patamar, de acordo com o boletim Focus. Um mês antes, estava em 1,00%.

O BC, apesar de também ter revisado para pior sua projeção, de queda de 0,60% para retração de 1,1%, segue mais otimista que o mercado. No Relatório Trimestral de Inflação de junho, a instituição informou que a mudança ocorreu em função de piora nas perspectivas para a indústria, cuja expectativa de PIB recuou de -2,3% para -3,0%.

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Segundo o BC, essa piora foi influenciada por impactos das reduções projetadas para a indústria de transformação, de -3,4% para -6%, e para a produção e distribuição de eletricidade, água e gás, de -1,4% para -5,6%, refletindo cenário de aumento da participação de termelétricas na oferta de energia e de redução do consumo de água no primeiro trimestre do ano. Para o setor de serviços, a autoridade monetária, que até março via uma ligeira expansão de 0,10% em 2015, passou a projetar queda de 0,80%.

No boletim Focus desta segunda-feira, a projeção para a produção industrial passou de queda de 4,00% em 2015 para baixa de 4,72%. Quatro edições da pesquisa atrás, a mediana das previsões para o setor fabril era de uma retração de 3,20%. Já para 2016, a mediana das estimativas passou de +1,50% para +1,35%. Um mês antes, a mediana das previsões do mercado para esse indicador era de uma alta de 1,50%.

Os analistas não mexeram em suas estimativas para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB. Deve encerrar 2015 em 37,30% e 2016, em 38,05%. Há quatro semanas, a mediana das previsões para esse indicador eram de, respectivamente, 37,90% e 38,50%.

Taxa Selic

Ao mesmo tempo que o mercado financeiro deu uma trégua nas estimativas para a inflação do ano que vem, também mudou a perspectiva sobre o rumo no mesmo período da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano. Houve um aumento na mediana das previsões para 2016 de 12,00% ao ano, onde estava estacionada há cinco semanas, para 12,06% agora. Como as altas da taxa básica ocorrem a cada 0,25 ponto porcentual - ou seus múltiplos - a nova projeção na Focus indica que o mercado ainda está dividido sobre o nível da Selic no encerramento do ano que vem - se será de 12% ou de 12,25% ao ano. A alteração reflete o tom mais duro adotado pelo Banco Central no Relatório Trimestral de Inflação de junho e de afirmações contundentes de vários porta-vozes da instituição em relação à "determinação" e "perseverança" da autoridade monetária no combate à inflação. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano.

Já sobre 2015, a previsão de 14,50% vista na semana passada foi mantida agora. Há um mês, a estimativa observada no boletim era de que a Selic encerrasse 2015 em 14,00% ao ano. A taxa média da Selic para 2015 ficou inalterada em 13,72% ao ano. Quatro semanas antes, essa taxa média estava em 13,50% ao ano. No caso de 2016, a mediana das projeções subiu de 13,21% ao ano para 13,38%, o que também reforça que as mudanças nas planilhas dos analistas é para cima.

Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o Top 5 no médio prazo, não houve mudança para 2015: a Selic vai encerrar em 14,25% ao ano. Um mês antes eles projetavam 13,75%. Para 2016, a mediana subiu de 11,75% ao ano para 12,00% ao ano. Quatro semanas atrás a expectativa era de 11,50%. Para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para o final deste mês, foi mantida a expectativa de alta dos juros básicos da economia para 14,25% ao ano.

O mercado financeiro espera que o Banco Central eleve em 0,50 ponto porcentual os juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com reunião marcada para os dias 28 e 29. Com isso, a taxa básica de juros (Selic) passaria de 13,75% ao ano para 14,25%. Esse movimento, segundo as projeções do Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 29, não seria o último. Em setembro, o BC faria mais um ajuste, de 0,25 ponto porcentual, e daria fim ao atual ciclo de aperto monetário. Em janeiro de 2016 o Copom passaria a reduzir a taxa, com uma primeira correção de 0,25 ponto.

Depois de algumas semanas sem alterações, o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 22, pelo Banco Central, revelou a mudança já 'cantada' individualmente pelos economistas para o comportamento da Selic neste ano. A mediana das projeções aponta que a taxa básica de juros encerre 2015 em 14,25% ano ante taxa de 14,00% vista até a semana passada. Há um mês, a estimativa observada no boletim era de que a Selic encerrasse 2015 em 13,75% ao ano.

A expectativa pela mudança se dá desde a decisão da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter o ritmo de alta dos juros em 0,50 ponto porcentual e, principalmente, após a divulgação da ata desse encontro, considerada conservadora. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano. Com a mudança, a taxa média para 2015 passou de 13,50% ao ano par 13,63% aa. Quatro semanas antes, essa taxa média estava em 13,38% ao ano.

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No caso do fim de 2016, a mediana das projeções permaneceu em 12,00% ao ano pela quarta semana seguida. Apesar disso, a mediana das estimativas para a Selic média do ano que vem subiu, passando de 12,83% ao ano para 12,96, o que embute a informação de que houve alguma alteração para cima nas projeções que ainda não foi detectada pela mediana e/ou que a perspectiva de que taxa básica permanecerá por mais tempo em um patamar mais elevado ao longo do ano do que o imaginado inicialmente.

Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o Top 5 no médio prazo, a mudança para 2015 foi no mesmo sentido: a Selic vai encerrar em 14,25% ao ano ante projeção anterior de 13,75%, a mesma vista também há um mês. Para 2016, a mediana subiu de 11,50% ao ano para 11,56% AA.

Dólar a R$ 3,40

O relatório vem mostrando poucas alterações para o mercado de câmbio. Desta vez, a principal foi na projeção para o dólar no final do ano que vem. De acordo com o documento, a cotação da moeda americana estará em R$ 3,40 no encerramento de dezembro ante perspectiva anterior mantida por 10 semanas de R$ 3,30.

Com isso, a cotação média do dólar ao longo de 2016 passou de R$ 3,27 para R$ 3,30. Quatro semanas atrás estava em R$ 3,25. Essa alta da cotação média nas últimas semanas já indicava que uma mudança nas projeções para o fim do ano iria ocorrer.

Já a mediana das estimativas para o dólar no encerramento de 2015 continuou em R$ 3,20 pela oitava vez seguida. Para este ano, a mediana para o câmbio médio sofreu um leve ajuste para baixo, passando de R$ 3,10 para R$ 3,09 - um mês atrás estava em R$ 3,07.

Entre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica de juros para 13,75% ao ano na semana passada e a divulgação da ata do encontro na quinta-feira, 11, o mercado financeiro manteve suas estimativas para quase todas as variáveis que englobam a Selic no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 8, pelo Banco Central.

Foi mantida, por exemplo, a mediana com a expectativa de que a taxa básica de juros avançará para 14,00% ao ano no final deste ano. Há um mês, a estimativa observada no boletim era de que a Selic encerrasse 2015 em 13,50% ao ano. A taxa média para 2015 ficou inalterada em 13,50% ao ano. Quatro semanas antes, essa taxa média estava em 13,22% ao ano.

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No caso do fim de 2016, a mediana das projeções permaneceu em 12,00% ao ano. Há quatro edições do boletim Focus, estava em 11,63% ao ano. Já a previsão para a Selic média do ano que vem passou de 12,30% para 12,31% ao ano, o que embute a informação de que houve alguma alteração para cima nas projeções que ainda não foi detectada pela mediana.

O movimento, no entanto, vai na contramão do que esperam os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o chamado Top 5, no médio prazo. Para eles, a Selic vai encerrar 2016 em 11,50% ao ano e não mais em 12% ao ano, como aguardavam há 10 semanas consecutivas. Para 2015, a previsão de que a Selic encerrará em 13,75% ao ano foi mantida.

A nova taxa Selic, divulgada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), entra em vigor, mas como consequência disso, a população deve colocar um freio na sua movimentação financeira. Vendas, empréstimos e uso de cartões de crédito podem sofrer redução por medo de maior endividamento. 

Com a finalidade de controlar a inflação, a Selic foi reajustada em 0,5 pontos, alcançando os 13,75%, mesmo número alcançado há seis anos. Por conta desse aumento os consumidores sofrem um impacto diretamente, afinal, as taxas de juros também sofrem alteração para mais. 

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De acordo com o economista, Djalma Guimarães, como as alíquotas dos cartões de crédito, cheque especial, empréstimos pessoal e consignado, compras à vista e a prazo passam a ser maiores. Com isso, o custo fica ainda maior para os consumidores, o que pode levá-los a consumirem menos, consequentemente, a pouca circulação da moeda. “O aumento da Selic é uma faca de dois gumes, pois o governo faz frente lançando títulos públicos, no entanto, aumenta o endividamento da população”, explica.

Guimarães também explica que somente nos primeiros quatro meses de 2015 a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) já chegou a 4,52%, superando, a taxa central de 4,5% desejável para o ano, cabendo uma margem de tolerância de 2 pontos para cima ou para baixo.   

O economista também lembra que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), estabelecido pelo governo federal para fechar este ano é de 8,26%, porém, no primeiro quadrimestre e 2015 este número já alcançou os 8%, porcentagem acima da esperada.

O aumento da taxa básica de juros (Selic) ampliou ainda mais a rentabilidade dos fundos de renda fixa em relação à poupança. Ontem (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros em 0,5 ponto porcentual, para 13,75% ao ano.

A simulação feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que a poupança só é a melhor opção de investimento nos casos em que a taxa de administração dos fundos supera 3% ao ano (ver na tabela). "A alta da Selic vem aumentando a vantagem dos fundos. Hoje, eles batem a poupança na maioria das ocasiões", afirma Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de Estudos Econômicos da Anefac.

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No médio prazo, porém, o contínuo aumento da rentabilidade dos fundos pode levar os bancos a aumentar as taxas de administração dos fundos. "Há três ou quatro anos, à medida que começaram a perder negócios para a poupança com a queda dos juros, os bancos reduziram as taxas de administração. Nada impede que ocorra o movimento contrário", diz Oliveira. "Não acredito que isso aconteça tão cedo, mas no médio prazo é uma possibilidade; então o investidor tem de ficar atento."

A contínua perda de atratividade da poupança tende a dificultar ainda mais o financiamento imobiliário no País. Principal fonte de recursos do crédito imobiliário, a caderneta de poupança perdeu R$ 30 bilhões no primeiro quadrimestre, o que se tornou um entrave adicional para o setor num momento de desaceleração econômica.

Com os juros a 13,75% ao ano, a poupança tem um rendimento mensal de apenas 0,62%, segundo a Anefac, insuficiente para trazer ganhos reais elevados. Em maio, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) foi de 0,60%. "A diferença entre a poupança e produtos referenciados ao CDI vai ficar ainda mais gritante, o que vai incentivar ainda mais a saída da poupança", diz Michael Viriato, coordenador do Laboratório de Finanças do Insper.

Uma parte da movimentação dos investidores já ficou evidente. De janeiro a abril deste ano, o Tesouro Direito ganhou mais de 41 mil investidores. O resultado foi mais que o dobro do verificado no mesmo período de 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A taxa básica de juros, Selic, deverá chegar a 14% ao ano no fim de 2015. Se confirmada a previsão dos analistas do mercado financeiro, será a maior dos últimos nove anos, já que estava em 14,25% ao ano em agosto de 2006. As projeções constam do Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 1, pelo Banco Central, e levam em conta um aumento dessa taxa na próxima quarta-feira, 3, em 0,50 ponto porcentual, para 13,75% ao ano.

Para 2016, há consenso em que a Selic ficará em 12% ao ano, o que embute a perspectiva de que haverá um afrouxamento monetário ao longo de 2016. É para o final do ano que o BC promete entregar a inflação no centro da meta de 4,5%. "O aperto das políticas fiscal e monetária deverá ser acentuado ao longo de 2015, tornando a recuperação em 2016 não menos desafiadora", escreveram os consultores da Rosenberg & Associados em relatório a clientes.

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Por trás desse novo cenário de juros elevados está a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Este ano, o índice oficial do País deve encerrar com aumento de 8,39%, bem acima da meta perseguida pelo BC. Esta foi a sétima semana consecutiva de elevação dessa estimativa. Para 2016, a projeção ficou estacionada em 5,50% mais uma vez. Apesar de mais amena, a taxa também segue acima do objetivo do BC.

Administrados

Já o que justifica a elevação das previsões para o IPCA é a perspectiva de que os preços administrados pelo governo, como conta de luz e tarifas de transporte público, vão subir mais do que o esperado. Para este ano, o ponto central da pesquisa Focus avançou de 13,70% para 13,90%. Nessa área, a boa notícia veio nas previsões para 2016, que recuaram de 5,84% para 5,80%.

Também só no ano que vem é que a atividade mostrará algum alívio, de acordo com o boletim Focus. Para este ano, a projeção central para o Produto Interno Bruto (PIB) voltou a piorar ao passar de uma retração de 1,24% para 1,27%. Pela sétima semana consecutiva, no entanto, foi mantida a expectativa de recuperação em 2016, quando a economia deve crescer, de acordo com os cálculos dos analistas, 1%. Para a indústria foram mantidas as previsões de queda de 2,80% para 2015 e de recuperação de 1,50% no próximo ano.

"A deterioração mais rápida do que o esperado no mercado de trabalho contribui para o tom fúnebre na formação das expectativas para este e o próximo anos", avaliaram os analistas da R&A. "Com o encerramento das políticas econômicas adotadas no primeiro governo de Dilma Rousseff, a confiança na condução da economia tem registrado mínimos históricos, piores que nos momentos mais agudos da crise internacional da década passada", continuaram.

Não houve nenhuma alteração também para o comportamento do câmbio: a Focus trouxe previsão central de R$ 3,20 para 2015 e de R$ 3,30 para 2016. Com o bom comportamento do câmbio, há menos alterações nos IGPs, índices de inflação do atacado e que são mais sensíveis a essas variações. As expectativas para este ano para o IGP-M, principal referência para os reajustes de aluguel, passaram de 6,97% para 6,87%. No caso do IGP-DI, a previsão de alta de 7,03% foi mantida. Para 2016, também não houve alteração da projeção de que os dois subirão 5,50%.

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