Quando a Netflix chegou ao Brasil, em 2011, logo se tornou uma referência na oferta de conteúdos sob demanda. Poder escolher o que assistir, na hora preferida e quantas vezes quiser agradou o público brasileiro, que passou a consumir e indicar o serviço a familiares e amigos. Segundo pesquisa da Bernstein Research, a plataforma tem mais de 17 milhões de assinantes no país e ultrapassa os 15 milhões compradores da TV paga. Assim, o Brasil se tornou o segundo maior consumidor da Netflix no mundo, depois dos Estados Unidos.
A ascensão do streaming nos últimos anos fez os concorrentes de peso da Netflix no mundo chegarem ao Brasil, como a Amazon Prime Video. O valor mais em conta e a oferta por vantagens à parte, como frete grátis nas compras online, foram pontos importantes no momento da assinatura do serviço da Amazon. Uma pesquisa realizada pela NZN Intelligence revela que o Prime Video já possui mais de 10 milhões de assinantes no Brasil. Além dela, outras plataformas também são encontradas nos lares brasileiros, como Globoplay, Telecine e Disney+.
##RECOMENDA##Entre os jovens solteiros, as assinaturas concentram-se numa média de duas ou três plataformas diferentes. É o caso da turismóloga Karina Hayashi, 25 anos. Ela tem contas na Netflix e no Disney+ e afirma que, por enquanto, não planeja assinar outro serviço. Para manter as duas assinaturas, Karina adotou alguns critérios. "É pelo catálogo disponibilizado de filmes e séries. Geralmente, eu gosto dos gêneros de comédia romântica e filmes teen", explica.
A turismóloga Karina Hayashi assina Netflix e Disney+ | Foto: Arquivo Pessoal
A turismóloga não costuma assistir a programação da TV aberta, e todo consumo de entretenimento televisivo é adquirido dos serviços sob demanda. Karina gasta R$ 60,90 por mês com as assinaturas, e afirma que essa é a conta mais baixa do orçamento dela.
Outro cenário comum nos lares brasileiros é o de famílias que têm os serviços de streaming e também o pacote de TV por assinatura. Leonardo Gmeiner, CEO do aplicativo para smartphone School Guardian, 44 anos, é casado e tem dois filhos. Além da TV à cabo, o empreendedor conta que a família tem à disposição seis streamings, entre eles, Netflix, Disney + e Amazon Prime Video. Ele admite que deve assinar outros serviços em breve. "Tem alguns serviços bem específicos, como Crunchyroll, que um dos meus filhos quer assinar", explica.
Embora tenha disponível milhares de títulos nos catálogos que já assina, Gmeiner afirma não ter tempo de consumir tudo o que deseja e que as várias opções se adequam a necessidade de cada um da família. "Somos quatro pessoas na casa. Não é apenas pela quantidade e a oportunidade de assistir muitas coisas, mas a facilidade e a comodidade de você assistir a qualquer hora é espetacular, e acho que isso acaba ganhando da TV paga", considera ele, que deixou de consumir a TV aberta. Ao somar TV por assinatura e serviços de streaming, Gmeiner paga R$ 500 por mês. Segundo ele, o valor é o dobro da conta de luz, que fica em torno de R$ 250.
Mais critérios antes de assinar o serviço
Para a profissional de mídias sociais Lícia Simões, 32 anos, os filmes e séries que ela costuma assistir com o marido foram critério para escolher serviços de streaming. Não havia uma plataforma específica que tivesse todo o conteúdo que eles gostam. Por isso, o casal contratou quatro catálogos diferentes. Os conteúdos oferecidos trouxeram entretenimento para a filha maior, que passou a assistir títulos infantis, sob o controle dos pais, por meio do perfil apenas com títulos infantis.
Lícia Simões e o marido assinaram serviços com conteúdo para as filhas | Foto: Arquivo Pessoal
A família de Lícia também tem TV por assinatura em casa, mas prefere consumir o streaming. "A televisão serve quando surge algum problema na internet, que impede de acessar conteúdos online. Em algumas ocasiões, assistimos mais os canais abertos do que os canais pagos", conta. O custo de todos esses serviços chega a R$ 200 por mês, valor próximo a conta de luz, segundo ela, que fica em torno de R$ 240.
Para o especialista em economia Ricardo Paulo, é necessário realizar todos os meses um levantamento das despesas que se tem com os serviços de streaming. "Como se trata de custos variáveis, é preciso ver quais serviços realmente são necessários e com qual periodicidade são consumidos", recomenda. De acordo com ele, é importante comparar esses gastos com as demais contas, como água, luz e internet.
Para filtrar a escolha dos serviços de streaming, o economista indica pesquisar e optar por pacotes e combos, porque cada vez mais têm surgido serviços de streaming para diversos gostos. "E esse é o perigo. É necessário colocar na balança e se perguntar se todos os aplicativos são realmente necessários, qual frequência o conteúdo é acessado, e se existe a possibilidade de dividir a conta com alguém", orienta.