O ex-analista de Inteligência e lançador de alertas americano Edward Snowden, procurado por Washington, obteve uma permissão de residência permanente na Rússia, onde está refugiado desde 2013, anunciou seu advogado nesta quinta-feira (22).
"Os serviços de migração da Rússia concederam hoje a Snowden uma permissão de residência permanente", disse Anatoli Kutcherena, advogado do ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), dos Estados Unidos.
Kutcherena confirmou à AFP que a permissão de residência foi estendida por tempo indeterminado. O anúncio foi possível graças às recentes mudanças nas leis de imigração russa.
A solicitação foi feita em abril, mas sua revisão atrasou, devido à pandemia de coronavírus, acrescentou.
Edward Snowden se beneficiava até agora de um primeiro direito de asilo de um ano, depois uma permissão de residência de três anos, estendida em 2017.
O ex-analista abandonou os Estados Unidos depois de divulgar à imprensa dezenas de milhares de documentos que comprovam o alcance das atividades da NSA, demonstrando o alcance da vigilância eletrônica exercida pelos EUA.
Essas revelações provocaram fortes tensões entre Estados Unidos e seus aliados. Depois, a decisão das autoridades russas de lhe conceder uma permissão de residência enfureceu Washington.
Em agosto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que "iria dar uma olhada" em um possível indulto a Edward Snowden, acusado de "espionagem" em seu país. Se for julgado e considerado culpado nos EUA, pode enfrentar até 30 anos de prisão.
Privado de seu passaporte americano a pedido de Washington, Snowden acabou indo para Moscou em maio de 2013, depois de chegar lá procedente de Hong Kong e com a intenção de buscar refúgio na América Latina. Finalmente, viu-se estancado na Rússia, onde recebeu asilo.