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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na tarde desta sexta-feira, 8, após sair da prisão em Curitiba (PR), que não pensou que poderia estar fora do cárcere hoje.

"Não tenho dimensão do significado de eu estar aqui junto de vocês. A vida inteira estive conversando com o povo brasileiro, eu não pensei que no dia de hoje, eu poderia estar aqui conversando com homens e mulheres que durante 580 dias ficaram aqui", afirmou Lula a manifestantes que se aglomeraram na sede da Polícia Federal. "Todo santo dia, vocês eram o alimento da democracia que eu precisava para resistir".

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As imagens da TV mostram empurra-empurra e disparos de fogos de artifício. Lula está no palco com apoiadores do MST e aliados petistas, entre os quais Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias e Wadih Damous.

A ordem de soltura do petista foi dada, às 16h15, pelo juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Federal de Curitiba, menos de 24 horas depois de o Supremo Tribunal Federal declarar inconstitucional a prisão após condenação em segunda instância - caso de Lula.

O juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Federal de Curitiba, determinou às 16h15 desta sexta-feira, 8, a imediata expedição de alvará de soltura do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A decisão vem menos de 24 horas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar inconstitucional a prisão em segunda instância.

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O ex-presidente Lula está preso desde 7 de abril de 2018, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Veja o alvará de soltura:

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Após o STF decidir pela soltura de réus condenados em segunda instância, é esperado que o ex-presidente Lula seja liberto ainda nesta sexta-feira (8). À princípio, a deliberação sobre a soltura estaria nas mãos da juíza 'linha dura' Carolina Lebbos, no entanto, ela está de férias e o caso passa para outro magistrado.

Quem se responsabilizará pelo pedido de liberdade do líder petista será o juiz da 12ª Vara de Execuções Penais Danilo Pereira Júnior. Ele tem atuado na Operação Lava Jato, já foi vizinho de sala do ex-juiz Sergio Moro e, inclusive, chegou a ser convidado pelo atual ministro da Justiça para integrar o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

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O juiz federal mantém um 'apreço' por tornozeleiras eletrônicas e ao liberar o ex-ministro Antonio Palocci para o semiaberto, afirmou que "a liberdade está em suas pernas". 

Quatro dos cinco deputados estaduais do Rio de Janeiro presos desde 8 de novembro, acusados de participar de um esquema de corrupção com o governo do Estado durante as gestões de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão (ambos do MDB e presos), foram libertados por volta das 16h30 desta quinta-feira, 24, do presídio de Bangu 8, na zona oeste do Rio. A secretaria estadual de Administração Penitenciária providenciou a libertação cumprindo decisão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que na terça-feira, 22, decidiu pela soltura.

André Corrêa (DEM), Luiz Martins (PDT), Marcus Vinícius Neskau (PTB) e Marcos Abrahão (Avante) saíram do presídio a pé, sob coro de "ladrões" entoado por pessoas que presenciaram a libertação. O quinto deputado é Chiquinho da Mangueira (PSC), que cumpria prisão domiciliar.

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O deputado André Corrêa afirmou ao jornal O Globo que "aqueles que foram humilhados serão exaltados": "Preso sem ser condenado, sem ter direito a julgamento, sem sequer ser ouvido pelo juiz. Muito sofrido. Família sofre, mas acredito na Justiça. Tenho pra mim reputação estraçalhada. Tenho pra mim aquilo que eu acredito, a palavra que eu acredito, é que a justiça será feita. Sou inocente. E aqueles que foram humilhados serão exaltados".

A Alerj aprovou na última terça-feira uma resolução favorável à soltura dos deputados, mas sem que eles possam reassumir os mandatos. Os cinco chegaram a ser empossados na cadeia, mas a Justiça não reconheceu a legitimidade do ato.

Depois da votação houve um imbróglio entre a Casa e o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), com idas e vindas de ofícios.

Na tarde desta quinta-feira, a Primeira Seção Especializada do tribunal decidiu que, como os políticos não terão direito a reassumir os cargos, eles não têm direito a foro especial e, portanto, o caso deve ser encaminhado para a primeira instância - mais precisamente para o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.

A decisão sobre os deputados serem libertados ou não enquanto aguardam julgamento - eles cumpriam prisão preventiva havia quase um ano - foi cobrada da Alerj pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada.

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) decidiu na tarde desta terça-feira, 22, soltar cinco deputados que estão presos desde novembro do ano passado no âmbito da Operação Furna da Onça. Acusados de receber "mensalinho" durante os governos de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, ambos do MDB, os parlamentares ainda cumprem prisão preventiva. A Alerj se debruçou sobre o caso após determinação da ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O placar da votação foi de 39 votos a favor da soltura e 25 contrários. Seis não compareceram. Agora, cabe à Assembleia enviar um ofício ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), onde correm os processos da Furna da Onça, para informar da decisão. Isso não suspende, contudo, a tramitação dos casos na Justiça.

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Na resolução aprovada em sessão extraordinária - produzida ontem pela Comissão de Constituição e Justiça -, os deputados deixaram claro que a soltura não implica na possibilidade de que os réus assumam o mandato na Alerj. Esses cinco parlamentares, que haviam sido reeleitos antes de serem presos, chegaram a tomar posse na cadeia, mas a Justiça não reconheceu a legitimidade do mandato.

A determinação de Carmen Lúcia versava apenas sobre três políticos que entraram com recurso no Supremo reivindicando o direito de terem os casos analisados pela Assembleia. No entanto, além de Luiz Martins (PDT), Marcus Vinicius Neskau (PTB) e André Correa (DEM), outros dois deputados que se enquadram no caso foram incluídos pela Alerj no direito ao benefício: Chiquinho da Mangueira (PSC) e Marcos Abrahão (Avante).

A inclusão dos outros colegas de parlamento evita que a Casa passe por outro desgaste num futuro próximo, já que os parlamentares provavelmente reivindicariam o mesmo benefício na Justiça.

"Eu sou advogado e, como advogado que sou, não posso chegar aqui e, a despeito da minha opinião pessoal, ignorar a Constituição", afirmou o deputado Rodrigo Bacellar (SD), relator da resolução da CCJ que deu parecer favorável aos presos.

Numa das galerias da Assembleia, manifestantes o chamaram de "bandido". Na outra, os presentes chamavam de "covarde" quem votava pela manutenção da prisão. Havia uma faixa com os dizeres "André Correa, você é raridade. Deus proverá."

Menos de 24 horas após a prisão preventiva dos ex-governadores do Rio Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, o desembargador Siro Darlan acolheu o pedido da defesa do casal e concedeu habeas corpus para a soltura. Os dois ex-governadores haviam sido presos preventivamente na terça-feira, dia 3, por suspeitas de propinas de R$ 25 milhões nas obras de casas populares em Campos dos Goytacazes (RJ).

Ex-candidato do PT a presidente em 2018, Fernando Haddad (PT) projetou, neste sábado (31), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá ser solto até o fim do mês de setembro. 

A afirmativa do petista aconteceu em conversa com a imprensa antes de discursar durante um ato da Caravana Lula Livre que aconteceu no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, onde se reuniram, de acordo com a organização, cerca de 5 militantes. Haddad observou que “há injustiças” na sentença do ex-presidente. 

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“O Lula deve sair até o final de setembro”, disse o ex-prefeito de São Paulo. “E aí devemos rodar o país com ele explicando o que aconteceu e está acontecendo com o Brasil no governo Bolsonaro e apresentando um projeto de país e retome o desenvolvimento de todas as regiões, especialmente o nordeste que a gente sabe que começou uma mudança de vida com o presidente Lula e precisa continuar”, emendou. 

Preso desde abril de 2018, Lula tem duas condenações na Lava Jato pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, nos casos do Sítio Atibaia e do Triplex do Guarujá - este já tramitado em segunda instância. Para Haddad, há “injustiças” nas sentenças contra o líder-mor petista. 

“Está cada vez mais claro que foram cometidas algumas injustiças contra o presidente Lula, tem muitas decisões sendo revertidas e a gente espera que a decisão condenando Lula também seja revista porque não teve amplo direito de defesa e o juiz o condenou absolutamente sem provas, se quer com um crime cometido”, argumentou. 

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Já durante o ato, Haddad voltou a tratar do assunto e observou que “Lula Livre é a palavra de ordem mais importante” para eles hoje. “Não podemos conviver com injustiça. Uma coisa é política, você ganha, você perde, outra coisa é inventar uma história para tirar o maior líder político do país da disputa eleitoral. Enquanto Lula não estiver entre nós não vamos sair das ruas”, declarou o ex-prefeito. 

A caravana em defesa de Lula com Haddad já esteve em cidades do Sul, Sudeste e Norte. Antes vir ao Recife, ele cumpriu agenda em Fortaleza nessa sexta-feira e neste domingo (1º) vai participar de um ato em Monteiro, na Paraíba.

Além dele, participaram do evento no Recife, a vice-governadora e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos; o senador Humberto Costa (PT); os deputados federais Marília Arraes e Carlos Veras, ambos do PT; os estaduais Doriel Barros (PT), Teresa Leitão (PT), João Paulo (PCdoB) e as Juntas (PSOL).

O desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região Nino Toldo determinou a soltura de todos os 21 alvos da Operação Círculo Vicioso, que mira supostas fraudes e desvios de R$ 100 milhões no Porto de Santos. Entre eles, o ex-deputado federal Marcelo Squassoni (PRB).

A ação da PF é a segunda etapa da Operação Tristão, deflagrada para desarticular um grupo que fraudava licitações e contratos públicos na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

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A decisão de Toldo se refere ao pedido do advogado Roberto Delmanto Júnior, que defende Francisco José Adriano, ex-diretor da Codesp. O desembargador resolveu estendê-la aos demais investigados.

"Além disso, em princípio não verifico a demonstração, na representação da autoridade policial ou na decisão ora impugnada, das razões pelas quais a medida seria imprescindível para as investigações policiais, ou seja, delas não se extrai o motivo pelo qual a prisão do paciente e dos demais seria necessária à obtenção de elementos probatórios que, ao que é possível inferir-se pela leitura da decisão, foram resguardados pelo cumprimento de outras medidas, como a busca e apreensão", escreve.

Quando a Círculo Vicioso foi deflagrada, nesta quinta-feira, 23, dois investigados escaparam da prisão temporária. Um deles é André Pinto Nogueira, ex-diretor de administração da Assembleia Legislativa de São Paulo. Ele levou consigo uma mochila e deixou seu prédio de carro, na garagem.

Após a Polícia Federal pedir a libertação e em seguida voltar atrás, a Justiça Federal de Brasília decidiu manter preso Danilo Marques, um dos quatro suspeitos de hackear as mais altas autoridades da República. A PF apontou novos elementos que desmentem a afirmação de Danilo de que não tinha conhecimento das atividades do suposto líder do grupo, Walter Delgatti Neto, e reforçam a conexão entre ambos.

"Após o encerramento da extração e espelhamento dos arquivos de mensagens de conversas armazenadas no aparelho celular de Danilo Cristiano, verificou-se que o mesmo teria de fato conhecimento das invasões a contas de aplicativos do Telegram que eram realizadas por Walter Delgatti Neto, bem como foi observada a intensa troca de mensagens indicativas da participação de Danilo Cristiano Neto em fraudes bancárias juntamente com outras pessoas", disse o delegado Luís Flávio Zampronha, responsável pelo caso na Polícia Federal.

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O juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, concordou com o novo posicionamento. Ele não aguardou a nova posição do Ministério Público Federal, que havia sido favorável à soltura.

"A Polícia Federal (...) constatou que Danilo Marques tinha conhecimento das invasões a contas de aplicativos Telegram que eram realizados por Walter Delgatti Neto (...), razão pela qual revê seu posicionamento e solicita a manutenção da custódia temporária", escreveu Vallisney em sua decisão.

A prisão temporária de Danilo Marques, Walter Delgatti Neto, Gustavo Henrique Santos e Suelen Priscila Oliveira encerra no fim desta quinta-feira, 1º. A PF ainda analisa se irá pedir prorrogação das prisões - no caso, conversão à prisão preventiva, sem prazo de duração.

Enquanto isso, a investigação avança tentando identificar se houve pagamento pelo material hackeado e tentando rastrear as movimentações bancárias e em criptomoedas dos investigados. Os peritos também continuam analisando o conteúdo apreendido e aparelhos celulares e dispositivos eletrônicos dos alvos.

A defesa de Danilo Marques, procurada pela reportagem, disse que só poderia comentar a decisão após ter acesso aos documentos do inquérito que embasaram a decisão.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal pediram a soltura de Danilo Marques, um dos quatro presos na Operação Spoofing, que mira invasões a celulares de altas autoridades da República.

Cabe ao juiz Vallisney Oliveira, da Décima Vara da Justiça Federal, tomar a decisão sobre o pedido.

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Na última terça-feira, 30, um pedido de soltura de Danilo foi negado durante audiência de custódia - situação em que um preso temporário é levado ao juiz, para verificação das condições de encarceramento e de necessidade de manutenção da prisão. As prisões temporárias dele e dos outros três investigados terminam na quinta-feira, dia 1º.

Danilo é motorista de aplicativo e foi preso pela ligação com Walter Delgatti Neto, o "Vermelho". Walter tinha contas que estavam no nome de Danilo e foram usadas para fazer as invasões em aparelhos de celulares, que podem chegar a 1.000, de acordo com a PF.

A Justiça mandou soltar o ex-corregedor da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, Marcus Vinícius Vannucchi. Sob suspeita de enriquecimento ilícito - ele teria construído um patrimônio de 65 imóveis em pouco anos de carreira -, Vannuci estava preso desde o dia 6. Também foi solta a mulher do fiscal, Olinda Vannucchi, que havia sido presa em flagrante, no dia 7, por ocultação de US$ 180 mil e mais 1.300 euros em um banker em sua casa, no município de Itatiba, interior paulista.

A ordem para soltar o ex-corregedor e a mulher foi dada pela Justiça de Itatiba.

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Vannucchi é alvo de uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão à Formação de Cartel e à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos (Gedec), braço do Ministério Público do Estado.

O ex-corregedor foi afastado do cargo na Fazenda no dia 31 de maio, mas já era investigado pelo Gedec desde março. A ordem de prisão contra Vannucchi havia sido despachada no dia 29 de maio.

O promotor Marcelo Mendroni suspeita que o ex-corregedor separou da mulher apenas para "disfarçar" o patrimônio ilícito.

A Justiça sequestrou bens do ex-corregedor da Fazenda.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) concedeu nesta quinta-feira, dia 13, liberdade provisória a três ex-executivos do Banco Paulista. Tarcísio Rodrigues, Paulo Cesar Haenel e Gerson de Brito estavam presos desde maio, alvo da 61.ª fase da Lava Jato. Os três foram denunciados no dia 10 pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira. O Banco Paulista disse desconhecer o envolvimento dos três em ilícitos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu Habeas Corpus (HC 169331) para substituir por medidas cautelares alternativas a prisão preventiva decretada contra o empresário Sandro Alex Lahmann, denunciado no âmbito da Operação Pão Nosso, desdobramento da Lava Jato no Rio. Pela decisão do relator, Lahmann está proibido de manter contato com os demais investigados, por qualquer meio, e impedido de deixar o País sem autorização do juízo, devendo entregar o passaporte. As informações foram divulgadas no site do Supremo.

A operação foi deflagrada para investigar a atuação de suposta organização criminosa que seria responsável por crimes de corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro no âmbito da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio no governo Sérgio Cabral.

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Consta dos autos que Lahmann teria ocultado e dissimulado a origem de cerca de R$ 5 milhões mediante a transferência do montante para empresas.

Gilmar havia estendido ao empresário os efeitos de liminar concedida ao delegado da Polícia Civil do Rio Marcelo Luiz Santos Martins no Habeas Corpus 156755.

Segundo o Supremo, o HC "ficou prejudicado com a análise de mérito de outros habeas no STJ, o que resultou na prejudicialidade também dos pedidos de extensão".

Lahmann teve sua prisão preventiva decretada pelo juiz da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio para garantia da ordem pública e aplicação da lei penal.

Para o relator, no entanto, "apesar da gravidade dos crimes imputados ao acusado, os fatos são consideravelmente distantes no tempo da decretação da prisão".

"É assente na jurisprudência que fatos antigos não autorizam a prisão preventiva, sob pena de esvaziamento da presunção de não culpabilidade", disse Gilmar.

"Em um processo penal orientado pelos preceitos democráticos e em conformidade com as disposições constitucionais, não se pode aceitar que a liberdade seja restringida sem a devida fundamentação em elementos concretos que justifiquem claramente os riscos apontados", concluiu Gilmar.

Pouco depois de deixar a prisão, o ex-presidente Michel Temer concedeu entrevista a jornalistas e disse que aguardou com tranquilidade e serenidade a decisão de ontem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que acolheu pedido de habeas corpus.

O ex-presidente ressaltou também que, quando foi determinada a sua prisão, ele disse que, em obediência, se apresentaria à Polícia Federal. "Foi o que fiz", disse. Ele se despediu dos jornalistas em seguida e afirmou que seu advogado, Eduardo Carnelós, daria mais detalhes sobre o processo. "Minha expectativa é positiva", disse o ex-presidente, antes de sair.

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O advogado, por sua vez, disse que tem "absoluta convicção" de que as "acusações serão destruídas", porque não há embasamento "consistente". "Aguardamos que possamos apresentar defesas contra acusações feitas", disse. "A defesa se dará dentro do que prescrevem a Constituição e as leis", acrescentou.

Carnelós também afirmou que não há justificativa para que Temer seja levado à prisão. "A partir do STJ, fica estabelecido que não há fundamento para manter a prisão", disse. "Aguardamos o desenrolar normal dos processos e Temer vai se defender na forma da lei", afirmou.

O advogado não acredita que Temer será preso novamente, após a decisão tomada ontem pelo STJ. "Depois da decisão proferida ontem, não creio que haja uma nova determinação (de prisão), sem que haja fato novo, e não há fato novo a ocorrer", disse.

A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná decidiu conceder habeas corpus ao ex-governador Beto Richa (PSDB), preso desde 19 de março no âmbito da Operação Quadro Negro, que apura supostas fraudes em processos licitatórios que tinham por objeto a construção de escolas públicas. As informações foram divulgadas pelo TJ.

A defesa pediu a concessão do Habeas Corpos sob o fundamento de que não haveria, na decisão que ordenou a prisão do paciente, os requisitos da prisão preventiva previstos no artigo 320 do Código de Processo Penal (CPP).

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Em seu voto, o relator, Desembargador José Maurício Pinto de Almeida, denegou a ordem sob o argumento de que a fundamentação da decretação de prisão pelo juízo a quo foi idônea e que a liberdade do paciente colocaria em risco a garantia da ordem pública e a instrução processual.

Em seu voto, o primeiro vogal, Desembargador Francisco Pinto Rabello Filho, revogou a ordem de prisão, argumentando que um dos requisitos para a decretação da prisão preventiva é a contemporaneidade entre os fatos delitivos e o momento da decretação da prisão, o que não teria se verificado no caso analisado.

Também determinou medidas cautelares à prisão, como proibição de qualquer contato com os outros investigados no âmbito da operação, proibição de ocupar qualquer cargo público, proibição de sair do país - com a entrega do passaporte, e ainda, recolhimento domiciliar após as 18h, nos fins de semana e nos feriados. Não houve a decretação da medida de monitoramento eletrônico.

O Desembargador José Carlos Dalacqua (segundo vogal), acompanhou o voto do primeiro vogal e as medidas cautelares impostas ao paciente. Por maioria de votos (2×1), foi concedido o HC.

Quatro dias após ser preso, o ex-presidente da República Michel Temer (MDB) foi libertado e deixou a sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro às 18h43 desta segunda-feira, 25, em um carro particular, com escolta da Polícia Federal. Ainda não foi confirmado para onde o ex-presidente seguirá, mas o trajeto indica ser o aeroporto Santos Dumont. Ele se submeteu a exame de corpo de delito na própria Superintendência da PF. Agora, possivelmente voltará para São Paulo, onde mora e foi preso.

O ex-ministro Wellington Moreira Franco e as outras seis pessoas que foram presas na última quinta-feira, 21, por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, e continuavam detidas também foram libertadas por decisão do desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Perante o TRF-2 foram impetrados na semana passada dois habeas corpus em favor de Temer e outros em favor de Moreira Franco e de outros detidos.

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Na sexta-feira, 22, Athié não havia decidido - apenas encaminhou o caso para julgamento pela 1ª Turma Especializada do TRF-2, do qual faz parte com outros dois desembargadores. O julgamento pelo colegiado ocorreria na próxima quarta-feira, 27, mas, segundo a assessoria de imprensa do TRF-2, Athié avaliou o caso durante o final de semana e decidiu conceder o habeas corpus a todos os presos - aos sete que haviam impetrado recurso e também ao único que não impetrou. Todos serão libertados nas próximas horas.

O Ministério Público Federal (MPF) informou que vai recorrer da decisão que autorizou a soltura do ex-presidente Michel Temer, do ex-ministro Moreira Franco e de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, na tarde desta segunda-feira, 25. A liminar foi concedida pelo desembargador federal Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), que é o relator do caso.

A expectativa do MPF é recorrer para que os habeas corpus sejam julgados pela 1ª Turma do tribunal. A questão estava na pauta deste colegiado para a sessão da próxima quarta-feira, 27, a pedido do próprio Athié. Porém, o desembargador antecipou uma liminar que soltou os acusados.

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O desembargador alegou que, até o momento, o que se tem são "suposições de fatos antigos, apoiadas em afirmações do órgão acusatório". Ele afirmou ainda que já teve o tempo necessário para analisar o caso, o que justificou sua decisão monocrática, em vez de aguardar o julgamento na 1.ª Turma do tribunal.

O desembargador federal Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), foi responsável pela soltura do ex-presidente Michel Temer, do ex-ministro Moreira Franco e de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima. Athié é presidente da primeira turma especializada em direito penal, previdenciário e da propriedade industrial. O julgamento do habeas corpus dos acusados estava na pauta da sessão da próxima quarta-feira, 27. Athié é relator do caso. Os encontros da primeira turma do TRF-2 são semanais às quartas, compostos por Athié, Paulo Espírito Santo e Abel Gomes.

Athié ficou afastado do cargo durante sete anos por ter sido alvo de uma ação do Superior Tribunal de Justiça sob acusação de estelionato e formação de quadrilha, em 2004. Um inquérito contra ele, com as mesmas acusações, foi arquivado em 2008 pelo STJ a pedido do Ministério Público Federal. O órgão alegou não ter encontrado provas a respeito de Athié ter proferido sentenças em conluio com advogados. Ele retomou às atividades em 2011, após decisão do STJ. O habeas corpus encaminhado ao Supremo Tribunal Federal pela defesa de Athié foi acatado em 2013 para trancar a ação contra o desembargador.

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Os votos em colegiado de Athié também são polêmicos. A primeira turma do TRF-2 é responsável pelo julgamento da Operação Pripyat, desdobramento da Lava Jato no Rio responsável pelas investigações referentes à Eletronuclear. Athié era relator do processo contra o ex-presidente da companhia Othon Luiz Pinheiro e votou favoravelmente para revogar a prisão preventiva do empresário, determinada pelo juiz Marcelo Bretas.

Foi nesta sessão que o desembargador comparou propina a gorjeta: "Nós temos que começar a rever essas investigações. Agora, tudo é propina. Será que não é hora de admitirmos que parte desse dinheiro foi apenas uma gratificação, uma gorjeta? A palavra propina vem do espanhol. Significa gorjeta", justificou.

Athié também envolveu-se em polêmicas referente ao bicheiro Carlinhos Cachoeira e o ex-presidente da construtora Delta Fernando Cavendish, sob acusações de lavagem de dinheiro. O Ministério Público Federal solicitou o afastamento de Athié do caso após ter concedido habeas corpus aos investigados. Antes que a decisão fosse tomada, o desembargador declarou-se impedido. O MPF alegou que Athié é amigo do advogado de Cavendish, Técio Lins e Silva.

Em dezembro de 2016, a ex-primeira dama do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral, ainda estava detida. Athié foi o único desembargador que defendeu prisão domiciliar para Adriana, sob a justificativa de que ela deveria cuidar dos filhos. Em março de 2017, Bretas concedeu prisão domiciliar à ex-primeira dama e em agosto do ano passado, ela foi liberada da prisão domiciliar também por Bretas.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes mandou soltar pela segunda vez, nesta quinta-feira (14) o prefeito afastado de Mauá (SP), Átila Jacomussi (PSB). Alvo da Operação Trato Feito, deflagrada em maio, o político é acusado de ser beneficiário de um mensalão de R$ 500 mil, supostamente pago por um grupo de nove empresas fornecedoras da administração municipal. No ano passado, Gilmar já havia liberado Jacomussi da prisão. A decisão também atinge João Eduardo Gaspar, ex-secretário de Gestão.

O ministro acolheu pedido da defesa de Jacomussi, constituída pelo criminalista Daniel Bialski. Segundo Bialski, "o STF reconheceu que é indiscutível a ilegalidade e arbitrariedade dessa segunda prisão decretada sem amparo, base empírica e fundamentação". De acordo com o advogado, "efetivamente, a decisão atacada afrontava e desafiava a liminar deferida anteriormente - ainda mais que Átila não desobedeceu as condições impostas". O advogado disse que o prefeito agora deve voltar às funções e provar sua inocência.

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As propinas também seriam distribuídas a 22 dos 23 vereadores de Mauá, segundo a investigação. No dia da deflagração da Trato Feito, os agentes federais apreenderam com os suspeitos R$ 1,087 milhão em dinheiro vivo.

A Operação Prato Feito, da Polícia Federal, apura desvio de verbas públicas em contratos firmados com o município para fornecimento de merenda escolar. Na casa de Jacomussi, a PF encontrou R$ 87 mil em espécie, dos quais R$ 80 mil estavam escondidos na cozinha, dentro de uma panela. Ele foi denunciado por lavagem de dinheiro. Em junho, Gilmar Mendes mandou soltá-lo.

Em 30 de janeiro, Átila foi denunciado novamente, ao lado de seu grupo, por fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva e formação de organização criminosa.

Átila está formalmente afastado do cargo de prefeito. Ele enfrenta dois processos de impeachment na Câmara de Mauá. A previsão é que, caso a tramitação siga normalmente, o afastamento definitivo do prefeito seja decretado em março.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que opina pela cassação do habeas corpus (HC) concedido ao prefeito do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Lula Cabral (PSB). O político teve a prisão preventiva decretada em outubro do ano passado, pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) sob a acusação de ter participado de esquema que desviou cerca de R$ 93 milhões do Instituto de Previdência Social do município. A soltura do prefeito foi determinada pelo ministro Dias Toffoli, na última quarta-feira (9), durante o plantão do Judiciário.

Para a PGR, a medida liminar deve ser anulada uma vez que é "concreto o perigo à ordem pública, à instrução criminal e à aplicação da lei". Segundo a contestação, caso Lula Cabral seja mantido em liberdade, “ele poderá influenciar nas investigações, como já fez anteriormente, e tentar ocultar o patrimônio, obtido de forma ilícita”.

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O parecer chama a atenção para o fato de que, anteriormente, o habeas corpus havia sido negado pelo TRF5 e também pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo a PGR, o entendimento, de acordo com a Súmula 691, do STF, é de que esta Corte não tem competência para conhecer o pedido de soltura impetrado contra decisão do relator que indefere a liminar, sob pena de supressão de instâncias do Judiciário.

A análise do HC pelo STF só é cabível quando as ordens de prisão são manifestamente ilegais ou teratológicas. “Este caso, entretanto, não revela essa situação de flagrante ilegalidade. Diante desse contexto, não há justificativa para que a questão seja apreciada em detrimento da competência jurisdicional do Superior Tribunal de Justiça”, ressalta a subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio, que assina o documento.

Além disso, a manifestação da PGR destaca que o TRF5 fundamentou a sua decisão e demonstrou, com base em fatos concretos e em vasta documentação, que a prisão cautelar é necessária. A decisão pela prisão preventiva levou em consideração o modus operandi do grupo, a influência política do réu, e o grande prejuízo ao erário e à população municipal. É que as investigações realizadas no âmbito da Operação Abismo revelaram complexo esquema criminoso envolvendo políticos e empresários, que receberam recursos públicos provenientes do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais do Cabo de Santo Agostinho (Caboprev) para serem geridos pela empresa Terra Nova, em fundos de investimentos de alto grau de risco. Foi constatado que Lula Cabral, utilizando-se de sua influência política, era um dos principais articuladores da gestão fraudulenta, atuando para a concretização das fraudes.

Para a PGR, a conduta do prefeito é ainda mais grave do que a dos demais envolvidos, uma vez que, em decorrência de seu cargo e poder decisório, ele ordenou a movimentação ilegal de valores milionários do Caboprev em troca de vantagem indevida. Agrava sua situação o fato de ter sido encontrado dinheiro de origem irregular na residência do político. Há indícios de que outros valores foram retirados do cofre localizado na sua casa de praia antes da chegada da Polícia Federal, para o cumprimento do mandado de busca e apreensão. A subprocuradora-geral lembra também que, mesmo após a deflagração inicial da operação policial, as atividades ilegais continuaram ocorrendo, inclusive, com a prática de atos no intuito de obstruir e dificultar as investigações.

A avaliação da PGR é de que não há elementos no caso que contrariem as razões apresentadas pelo TRF5 no decreto de prisão preventiva, sendo que é inviável a aplicação de medidas cautelares diversas. Isso porque, mesmo após o afastamento provisório do cargo de prefeito municipal, há relatos sobre a enorme influência política de Lula Cabral na região. “Diante desse quadro, a imperatividade da custódia cautelar impõe-se em razão da imprescindibilidade de desarticulação da atuação criminosa do prefeito, em detrimento da Administração Pública Municipal e do erário, inclusive, com reflexos atuais e futuros nas aposentadorias dos servidores municipais”, conclui o parecer.

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*Da Assessoria de Imprensa

 

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