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A Prefeitura de Salvador, na Bahia, iniciou na última segunda-feira (30), a aplicação da terceira dose - ou dose de reforço - da vacina contra a Covid-19 nos idosos com 80 anos ou mais, que já completaram seis meses do recebimento da segunda dose. No entanto, a prefeitura assegura que a procura pelo reforço da imunização está sendo baixa.

Dos mais de 17 mil indivíduos habilitados para receber a terceira dose na capital baiana, pouco mais de quatro mil procuraram os pontos de vacinação. Este número representa apenas 22% do público habilitado para receber a vacina. 

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A Secretaria Municipal de Saúde está utilizando o imunizante da Pfizer para a administração da dose de reforço nos idosos. Segundo a pasta, na primeira etapa da imunização esse público foi vacinado com a CoronaVac. 

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-> Variante Delta avança e 3ª dose ainda está sendo discutida

Os moradores de Serrana, no interior paulista, com idade acima de 60 anos, começam a receber a terceira dose de vacina contra a covid-19 na próxima segunda-feira (6). Segundo o Instituto Butantan, serão vacinados cerca de 5 mil idosos residentes no município.

A aplicação da terceira dose em Serrana é parte do estudo que está sendo desenvolvido na cidade desde o começo do ano para avaliar a eficiência do imunizante CoronaVac, que é produzido pelo Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac.

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Chamado de Projeto S, o estudo clínico de efetividade da CoronaVac em Serrana teve início em fevereiro, com a vacinação em massa de toda a população adulta da cidade até abril. Após a vacinação em massa, o município passou a apresentar queda de 95% no número de mortes por covid-19 e de 86% nas internações e 80% em casos sintomáticos da doença.

“O Projeto S foi inovador em termos de análise de efetividade vacinal em grande escala. Um estudo clínico escalonado que deu resultados extremamente importantes”, disse o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

A redução dos indicadores da pandemia foi constatada com a comparação dos dados registrados antes e depois que cerca de 27 mil moradores com mais de 18 anos receberam duas doses da vacina do Butantan, com intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda aplicação.

A terceira dose de vacina para idosos tem sido recomendada por especialistas porque foi observada uma queda na proteção desse público. De acordo com os especialistas, a dose extra também é necessária por causa da variante Delta, que surgiu na Índia e vem provocando aumento de casos de covid-19 em todo o mundo.

“Serrana é um verdadeiro laboratório epidemiológico, e isso vai permitir o acompanhamento de uma possível ameaça representada pela variante Delta”, disse Covas.

 

Um estudo preliminar apresentado nesta semana pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) indica que a imunidade em vacinados com as duas doses da Coronavac é menor em homens com mais de 55 anos.

O professor Jorge Kalil detalhou os três parâmetros verificados na pesquisa. “A resposta de anticorpos contra o sars-cov-2, mais especificamente a três tipos de proteínas do coronavírus, responsáveis por sua estrutura e adesão às células; os anticorpos neutralizantes, ou seja, aqueles que de fato inativam o vírus; e a resposta celular, que acontece através de uma proliferação de células de defesa, os linfócitos, numa cultura de células do sangue, depois de estímulo com fragmentos do vírus, os chamados peptídeos das proteínas virais”.

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Terceira dose

Após analisar amostras de 70 pessoas que já tiveram coronavírus e 100 que receberam as duas doses do imunizante, com intervalo mínimo de quatro semanas, foi percebido que um terço do público teve uma resposta de anticorpos ou de células contra a doença.

"Nos homens com mais de 55 anos, não houve diferença no interferon-gama, mas sim na interleucina-2, o que aponta para uma possível dificuldade na produção de células T de memória, que garantem a resposta imune contra o vírus muito tempo após a vacinação”, acrescentou o professor Edécio Cunha Neto.

Retomada das etapas de vacinação

A baixa resposta ao vírus se mostrou acentuada a partir dos 80 anos. Por isso, os pesquisadores recomendam a terceira dose. "Isso demonstra bem que o regime vacinal que foi utilizado não é suficiente para dar uma razoável cobertura contra doença grave e contra morte”, adverte Kalil.

A indicação da Comissão Técnica de Assessoramento a Imunizações (Cetai) é que a terceira dose seja aplicada em quem tem mais de 80 anos e, quando possível, sejam aplicadas em pessoas com mais de 60.

Imunizante para a terceira aplicação

“Muito provavelmente será aplicada uma vacina heteróloga, ou seja, uma outra vacina que não a Coronavac, preferencialmente ou AstraZeneca ou Pfizer”, pontua o cientista.

Os resultados já eram esperados pelo grupo, que mesmo assim, ressalta que as vacinas ainda são a melhor forma de se proteger da doença.

A pesquisa segue para definir qual imunizante é o mais adequado para a terceira dose. "Esse estudo encontra-se em andamento e espera-se que em um mês já tenhamos esses resultados, o que é muito importante para a definição de qual vacina será usada na terceira dose”, concluiu o professor.

O município do Rio de Janeiro anunciou que começará a aplicar a terceira dose da vacina contra Covid-19 em idosos a partir de setembro. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os primeiros a receber o reforço da imunização serão aqueles que moram em asilos ou abrigos e que tenham tomado a segunda dose há seis meses ou mais.

A vacinação dessas pessoas será feita de 1º a 10 de setembro. O reforço será dado independentemente do tipo de imunizante utilizado nas duas primeiras doses.

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Adolescentes

A secretaria também informou que iniciará a vacinação de adolescentes sem deficiência na quinta-feira (26), segundo o calendário: meninas com 17 anos (dia 26), meninos com 17 anos (dia 27), repescagem para quem tem 17 anos ou mais (dia 28), meninas de 16 anos (dia 30), meninos de 16 anos (dia 31), repescagem para quem tem 16 anos ou mais (dia 1º de setembro), meninas de 15 anos (dia 2) e meninos de 15 anos (dia 3).

Continuam sendo imunizadas também as pessoas com deficiência, gestantes, puérperas e lactantes com 12 anos ou mais.

Com a visita de palhaços, a espera é uma festa para Agatha, uma menina de sete anos que recebeu nesta terça-feira (24) a terceira dose da vacina anticovid Soberana, como parte de um ensaio clínico pediátrico, com o qual Cuba soma recursos para enfrentar a situação crítica provocada pela pandemia.

Ao lado dela, sua irmã Amanda Medina, adolescente de 16 anos que participa dos ensaios e almeja estudar arquitetura, observa-a feliz e se lembra de outras crianças "que sofreram" de covid-19 e ainda têm algumas sequelas.

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Por isso "queríamos estar neste ensaio clínico, para que não aconteça mais", disse à AFP no hospital pediátrico Juan Manuel Márquez, em Havana, onde o teste é realizado com 350 crianças e jovens de três a 18 anos.

O governo cubano disse que as crianças, que deixaram de frequentar as aulas presenciais em janeiro, voltarão à escola quando houver condições.

Este hospital recebeu nesta terça-feira uma doação de suprimentos médicos da Associação de Cubanos do Reino Unido.

Agatha toca o ombro esquerdo para mostrar onde recebeu a injeção de Soberana Plus, completando assim o processo de três doses das vacinas cubanas. A menina foi imunizada primeiro com duas doses de Soberana 02.

Cuba, único país latino-americano com vacinas próprias, tem a Abdala, além da Soberana 02 e da Soberana Plus, que até agora não receberam o aval da OMS.

Até o último domingo, 3,12 milhões de pessoas receberam as três doses de Soberana ou Abdala. As autoridades da ilha, de 11,2 milhões de habitantes, esperam concluir a imunização de toda a população apta a ser vacinada até o final do ano.

Em maio passado, quando a campanha começou, o governo havia proposto atingir 70% dos vacinados neste mês de agosto.

- "Acompanhamento rígido" -

“Há um acompanhamento rígido dessas crianças durante o processo de recrutamento, acompanhamento, estudo posterior (...) Temos a convicção de que é um sucesso, é um sonho realizado para nossos filhos”, declarou Reynaldo Cuba, pesquisadora-chefe do ensaio clínico.

Para as autoridades sanitárias cubanas "é muito importante tentar proteger as crianças contra essa doença", disse o colega Yariset Delgado.

“No nosso país há crianças que atingiram estados críticos, há crianças que morreram infelizmente” ou ficaram com sequelas. “Dar essa proteção às crianças é muito importante para nós como cientistas”, acrescentou.

Até o início de agosto, 95,1 mil menores foram infectados em Cuba e sete morreram, segundo o Ministério da Saúde Pública do país.

Esses números estimularam os ensaios pediátricos, num momento em que a ilha sofre com outro surto da doença. Desde que os primeiros casos foram registrados, em março do ano passado, o país soma 602.526 infecções e 4.710 mortes.

Os ensaios pediátricos também estão em andamento em outros países. O laboratório chinês Sinovac anunciou em junho que o uso da vacina foi aprovado em crianças de três a 17 anos, embora não tenha definido quando o imunizante começará a ser aplicado nessa faixa etária.

Nos Estados Unidos, a vacina está disponível sob autorização de uso de emergência para crianças de 12 a 15 anos, mas os médicos podem prescrevê-la para menores de 12 anos se acharem que será benéfica.

A comissão reguladora de medicamentos dos Estados Unidos recomendou não usar o imunizante em crianças até que os ensaios clínicos apresentem seus dados, que são esperados ainda este ano.

No final de julho, Israel autorizou a vacina para crianças entre cinco e 11 anos de idade que são suscetíveis a complicações graves ligadas à covid-19.

- "Fé nos cientistas" -

Ana María Cordero, uma avó aposentada de 69 anos que acompanha Agatha e Amanda, confia na vacinação pediátrica porque seu genro trabalha no Instituto Finlay de Vacinas, criador da Soberana.

“Temos muita fé nos cientistas cubanos que tiveram muito progresso, porque também fomos muito bem educados com o pai da menina”, explicou à AFP.

Em um leito vizinho, os irmãos Andrés (5) e Adrián (4) brincam enquanto aguardam a vistoria médica pós-vacinação.

“Nossos médicos fizeram todo o possível e estamos aqui hoje por causa deles, desse teste, dessa pesquisa que fizeram”, afirma a mãe das crianças, Liset Leyva, uma autônoma de 28 anos.

O doutor acompanha com os olhos o movimento da sala, confiante no sucesso do teste clínico. Questionado sobre quando será publicado o resultado e a aprovação, diz: "isso não depende mais da gente", e sim das agências reguladoras.

O mundo científico está discutindo a necessidade da dose de reforço das vacinas contra a Covid-19. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu dois pedidos de autorização para pesquisa clínica a fim de investigar os efeitos de uma dose de reforço contra o novo coronavírus. 

O primeiro estudo é da Pfizer/BioNTech, que avalia a segurança e o benefício de uma dose de reforço da sua vacina Comirnaty. O segundo caso é do laboratório AstraZeneca, que desenvolveu uma segunda versão do imunizante que está em uso no Brasil, buscando a proteção contra a variante B.1.351 do Sars-CoV-2, identificado primeiro na África do Sul.

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Um dos braços do estudo prevê que uma dose da nova versão da vacina seja aplicada em pessoas que foram vacinadas com duas doses da versão original da AstraZeneca. 

Diante do atual cenário pandêmico do país, que enfrenta o avanço da variante Delta, A Anvisa está recomendando que o Programa Nacional de Imunização (PNI) considere a possibilidade de indicar a dose de reforço da CoronaVac em caráter experimental para grupos que receberam duas doses da mesma vacina, priorizando públicos-alvo como pacientes imunocomprometidos ou idosos. 

A diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, alerta que antes do avanço das doses adicionais, é preciso atentar para a necessidade de ampliação e integralidade da cobertura vacinal para todos os cidadãos aptos. "É prioritário que essa cobertura seja integral, com a aplicação de duas doses ou dose única, conforme a vacina", avalia.

O que mostra os estudos

Dois estudos feitos pela farmacêutica Sinovac, que produz a CoronaVac em parceria com o Instituto Butantan, verificou que a dose de reforço da vacina aumenta a imunidade das pessoas, seja 28 dias, seis ou oito meses após a aplicação das duas primeiras doses. 

Para esses primeiros resultados, a Sinovac testou adultos chineses de 18 a 59 anos e idosos acima dos 60 anos. Nenhum dos estudos verificou efeitos adversos graves nos pacientes, sendo comum apenas a dor no local da aplicação do imunizante.

Ministro confirma 3ª dose

Na última quarta-feira (18), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que a pasta irá aplicar a dose de reforço, começando pelos profissionais da saúde e idosos. Queiroga diz que o objetivo é reforçar a proteção contra a Covid-19 diante do avanço de variantes no Brasil, em especial a Delta - considerada mais letal.

Ao LeiaJá, o Ministério da Saúde "informou que ainda não tem uma data de quando esse reforço deve começar no país e que espera por dados científicos que embasem a necessidade da terceira dose. A pasta não disse se dispõe de doses suficientes para iniciar este reforço, se haverá a necessidade da compra de mais imunizantes e qual vacina será necessária para essa maior cobertura da imunização”.

Reforço começa no Rio

O secretário municipal do Rio de Janeiro disse na última segunda-feira (16), que idosos da Ilha de Paquetá irão receber, ainda neste mês, a dose de reforço contra o novo coronavírus. As doses serão aplicadas como parte do estudo realizado na ilha, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz. 

Esta terceira dose fará parte do estudo de observação dos efeitos da vacinação heteróloga, quando são aplicadas doses de vacinas diferentes em uma mesma doença.

Avanço da variante Delta no Brasil

Recente levantamento do Ministério da Saúde mostra que o Brasil já confirmou 1.051 casos da variante Delta, que deixou 41 vítimas fatais. Esta cepa da Covid-19 é considerada mais transmissível que as outras e mais letal. A variante já circula em 13 estados e no Distrito Federal. 

Na quarta-feira (20), o Governo de Pernambuco confirmou que as investigações epidemiológicas realizadas pelos municípios indicam que a variante Delta já circula no território. No dia 12 de agosto, a Secretaria de Saúde divulgou que dois homens, de 24 e 59 anos, tiveram as suas amostras positivas para a variante. Eles são moradores de Olinda e Abreu e Lima.

Ainda não foi possível rastrear a origem da infecção em Pernambuco, o que - segundo a Secretaria de Saúde - comprova que o vírus circula entre as pessoas, independente de terem viajado ou não para locais onde há registros de casos. 

“Com os resultados encontrados até o momento, não conseguimos identificar os casos que positivaram para a doença antes desses pacientes. Seguiremos reforçando o sequenciamento genético das amostras, principalmente dos contactantes relacionados aos dois pacientes, para rastrear a possível presença da Delta no Estado”, reforçou o secretário estadual de Saúde, André Longo.

O secretário destacou ainda que a circulação da variante Delta em Pernambuco reforça a importância dos cuidados e, principalmente, da vacinação contra a Covid-19. 

“É fundamental que a população entenda a necessidade do uso correto de máscaras, do distanciamento social e da higienização adequada das mãos. É necessário compromisso e responsabilidade. A pandemia não acabou. O vírus continua circulando, com a introdução de variantes preocupantes, como é o caso da Delta. Completar o esquema vacinal, com as duas doses, é essencial para a eficácia da imunização", ressaltou Longo. 

O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, recebeu nesta sexta-feira (20) a terceira dose da vacina contra o coronavírus e estimulou a população a seguir seus passos, após a redução da idade mínima para receber a dose de reforço em um momento de aumento das contaminações.

De acordo com o gabinete de Bennett, de 49 anos, ele é o primeiro governante do mundo a receber a dose de reforço.

"Ao ser vacinado com uma terceira dose, poderemos evitar um quarto confinamento. Vemos a grande efetividade das vacinas, sem dúvida, e esta é uma forma de acabar com o vírus", disse Bennett antes de ser vacinado em um hospital público em Kfar Saba (centro).

"Agora estamos no ponto máximo da batalha, podemos vencê-la juntos. Está ao nosso alcance, mas ainda não estamos lá", completou. O país registrou nos últimos dias quase 8.000 novos caos diários de contágios, um recorde desde janeiro.

Para lutar contra a propagação do vírus, o ministério da Saúde decidiu reduzir a idade mínima para 40 anos para receber uma terceira dose da vacina, principalmente o fármaco da Pfizer/BioNTech.

Em 13 de agosto, Israel reduziu a idade para 50 anos, apesar do apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que os países não apliquem a terceira dose de reforço, com o objetivo de deixar mais vacinas disponíveis para os países pobres, que registram taxas de vacinação pequenas.

Bennett respondeu que a administração das doses em Israel - país com nove milhões de habitantes - não afetaria as reservas mundiais e permitiria testar a eficácia de uma terceira dose.

No total, Israel registra 970.000 casos de covid-19, com mais de 6.700 mortes. Mais de 5,4 milhões de pessoas receberam duas doses da vacina, o que corresponde a 58% da população, e quase 1,2 milhão a terceira.

A aliança farmacêutica Pfizer/BioNTech pediu nesta segunda-feira (16) às autoridades de saúde dos Estados Unidos a autorização futura de uma terceira dose para sua vacina contra a Covid-19, e apresentou-lhes resultados preliminares promissores.

"Os dados que vimos até agora sugerem que uma terceira dose da nossa vacina ativa níveis de anticorpos que excedem significativamente os observados após as duas doses inicialmente programadas", explicou o CEO da Pfizer, Albert Bourla, citado em um comunicado à imprensa.

Portanto, as duas empresas "submeteram os dados da fase 1 [ensaio clínico] à agência americana que regula o setor de alimentos e medicamentos, a FDA, para apoiar a avaliação de uma terceira dose, ou dose de reforço, da vacina contra a Covid-19 para futura aprovação", foi indicado na nota.

Os resultados também serão apresentados à Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e outras autoridades regulatórias "nas próximas semanas", acrescentou.

"Os resultados da Fase 3 são esperados em breve e serão apresentados ao FDA, EMA e outras autoridades regulatórias em todo o mundo", disse o comunicado.

A Pfizer já havia comunicado esses resultados, que estão relacionados à cepa inicial do vírus, mas também contra as variantes beta e delta, sendo esta última a origem de um forte ressurgimento da epidemia em todo o mundo.

Essa dose de reforço, administrada entre 6 e 12 meses após as duas primeiras injeções, "poderia ajudar a reduzir as taxas de infecção e doença em pessoas previamente vacinadas e controlar melhor a disseminação de variantes do vírus", estimou Ugur Sahin, chefe da BioNTech.

Um comitê consultivo dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a principal agência federal de saúde pública dos Estados Unidos, se reunirá no final de agosto para discutir o benefício de uma dose adicional para adultos com 65 anos ou mais, residentes de asilos e cuidados de saúde profissionais.

O vereador Tadeu Calheiros (Podemos) protocolou requerimento, na Câmara Municipal do Recife, indicando ao prefeito João Campos (PSB) a necessidade da aplicação de uma terceira dose da vacina contra a Covid-19 para os profissionais de saúde. A preocupação é justificada pelo crescente número de variantes as quais esses trabalhadores estão combatendo diariamente, que tem maior grau de transmissibilidade - como a Delta.

A solicitação segue o exemplo de outros países, como Uruguai e Israel - que já estão aplicando a terceira dose do imunizante -, além do Chile, que estuda essa possibilidade. Essa alta transmissibilidade das chamadas “variantes de preocupação” também são alvo de atenção de farmacêuticas como a Pfizer, que já recomenda a aplicação de mais uma dose da vacina.

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“Alcançamos uma ampla cobertura vacinal do Recife, que já registrou - segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde - cerca de 73,76% da população adulta imunizada com, pelo menos, uma dose - o que é extremamente positivo. Sendo assim, acreditamos que é a hora de já começarmos a atuar de forma preventiva, imunizando os profissionais de saúde com essa dose extra. A ideia é seguir a ordem prioritária outrora definida pelo Plano Nacional de Imunização (PNI). Essa medida vai garantir a proteção adequada para aqueles trabalhadores que estão mais expostos aos riscos das variantes”, detalha Calheiros.

O requerimento já deve ser posto em pauta de votação no plenário da Câmara do Recife na próxima semana.

*Com informações da assessoria de imprensa

Enquanto muitos países ocidentais ainda se esforçam para aplicar o esquema completo de vacinação anticovid-19 à sua população, Israel entra em um terreno desconhecido, ao começar a administrar, a partir desta sexta-feira (30), uma terceira dose em pessoas com mais de 60 anos.

Para promover a campanha, o presidente Isaac Herzog, 60, e sua mulher, Michal, receberam a terceira dose do imunizante da Pfizer/BioNTech no Hospital Sheba, no subúrbio de Tel Aviv. O ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também foi vacinado com a terceira dose.

"Começamos a campanha de reforço da vacinação, para que a vida possa voltar ao normal o mais rápido possível", declarou o presidente Herzog, após ser vacinado.

A administração de três doses da vacina anticovid-19 reforça a proteção contra a contagiosa variante Delta, segundo o laboratório da Pfizer, mas não foi aprovada pelas autoridades sanitárias dos Estados Unidos, nem da União Europeia.

A decisão de Israel "se baseia na opinião de especialistas, na lógica, mas não em evidência científica sólida. Mas tudo bem", disse à AFP Hagai Levine, epidemiologista da Universidade Hebraica de Jerusalém.

"Na saúde pública e na medicina, às vezes você toma decisões com base em sua experiência e no seu raciocínio", acrescentou.

Israel fez uma rápida campanha de vacinação, graças a um acordo com a Pfizer/BioNTech, e suspendeu muitas restrições em junho, quando os novos casos de covid-19 caíram de 10.000 para menos de 100 por dia.

Nas últimas semanas, porém, o número de contágios voltou a subir, e medidas como o uso obrigatório de máscara em espaços públicos fechados voltaram a ser adotadas.

No território, 55% de seus nove milhões de habitantes completaram o esquema de vacinação, mas cerca de um milhão rejeita ser vacinado.

Diante do aumento de casos, o primeiro-ministro Naftali Bennett anunciou uma campanha para injetar uma terceira dose em pessoas com 60 anos, ou mais, devido ao temor despertado pela variante Delta.

Em meados de julho, o governo havia autorizado essa terceira injeção para pacientes com quadro de imunodepressão severa, ou seja, aqueles cujo frágil sistema imunológico os torna particularmente vulneráveis ao vírus.

"Israel é o pioneiro, tomando a dianteira com uma terceira dose da vacina para pessoas com 60 anos e mais", disse Bennett, de 49, que acompanhou o presidente Herzog ao hospital nesta sexta-feira.

"A única maneira de vencer a covid é agirmos juntos. Juntos significa compartilhar informações, métodos, conselhos, etapas práticas. O Estado de Israel está aberto a compartilhar todas as informações que obterá desta medida audaciosa", acrescentou.

De acordo com a Pfizer, que produz a vacina mais usada em Israel, "novos estudos mostram que uma terceira dose tem efeitos neutralizadores contra a variante delta, [que são] cinco vezes mais elevados entre os jovens e mais de 11 vezes entre os mais velhos".

Por enquanto, porém, a agência responsável pelo setor de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), cujas recomendações são, em geral, seguidas por Israel, não deu sinal verde para a injeção de uma terceira dose.

Nas últimas 24 horas, Israel registrou mais de 2.100 casos de covid-19, conforme dados divulgados nesta sexta. Além disso, 286 pacientes se encontram internados, 160 deles em estado crítico.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que o governo encomendou um estudo para avaliar a necessidade e os efeitos de uma possível terceira dose de imunizante para aqueles que receberam a CoronaVac há mais de seis meses. Em parceria com a Universidade de Oxford, a pesquisa deve começar na semana que vem, com 1200 participantes, moradores das cidades de São Paulo (SP) e Salvador (BA).

Segundo a coordenadora do trabalho, que também conversou com os jornalistas, Sue Ane Clemens, os voluntários serão divididos em quatro grupos - com 300 pessoas cada - e todos receberão um reforço diferente: Pfizer, AstraZeneca, Janssen e a própria CoronaVac.

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Dessa forma, a pesquisa vai analisar também a intercambialidade de vacinas e a capacidade de desenvolvimento de anticorpos dos participantes. Não foram dados muitos detalhes sobre o escopo da pesquisa, mas, ainda de acordo com Clemens, os resultados devem sair em novembro. Caso a terceira dose seja considerada necessária, estima-se que a aplicação comece até o final do ano.

O Instituto Butantan, fabricante da CoronaVac no Brasil, não vai participar da pesquisa, que na capital paulista vai ser administrada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Em coletiva de imprensa, o presidente do instituto, Dimas Covas, afirmou achar o estudo “bom”, mas mostrou-se insatisfeito por não ter sido avisado pelo Ministério da Saúde. “Poderíamos, sem dúvida, ter sido comunicados. Isso seria uma medida de extrema gentileza e educação para com o produtor da vacina”.

Será preciso vacinar os idosos novamente?

O debate sobre a proteção da CoronaVac para pessoas idosas reacendeu após a publicação de um estudo preliminar realizado em São Paulo (SP) pelo grupo Vaccine Effectiveness in Brazil Against Covid-19 (Vebra Covid-19), que envolve pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, Incor, Universidade de Brasília (Unb) e outras instituições nacionais e internacionais. O financiamento é da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).

Ao avaliar informações de pessoas vacinadas, os autores já haviam detectado que o efeito contra a doença sintomática caía com a idade. De maneira geral, a proteção para maiores de 70 anos foi de 59% contra hospitalizações e 71,4% contra mortes, o que não é ruim.

No entanto, a mesma efetividade foi bem menor para pessoas com mais de 80%: apenas 43% contra hospitalizações e 50% contra óbitos. Embora o estudo ainda não esteja publicado em uma revista científica e nem tenha passado pela revisão de pares, a pesquisa chamou atenção de especialistas.

Ao G1, o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz e um dos autores, afirmou que “teremos que, muito provavelmente, discutir com os dados de hospitalização e óbitos se devemos ou não priorizar esse grupo para revacinação quando isso [queda da efetividade] começar a acontecer”.

Em coletiva com jornalistas da Alemanha nesta quarta-feira (28), o cofundador da empresa alemã BioNTech, Ugur Sahin, afirmou que a vacina contra a covid-19 produzida pela Pfizer, em parceria com o laboratório europeu, pode precisar de uma terceira dose e que o reforço pode ser aplicado nove meses após a segunda etapa da imunização. Os dados, segundo ele, indicam que em seis meses a eficácia da vacina cai de 95% para 91% e em oito meses o total de anticorpos cai ainda mais.

O plano é similar ao que já acontece com a vacina contra a gripe no Brasil, aplicada com sazonalidade. A ideia é vacinar a população com uma terceira dose para retomar um patamar de proteção próximo dos 100%, mas a terceira dose ainda é um estudo interno entre a empresa e o laboratório.

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Sahin afirmou que, de acordo com os testes clínicos realizados com 40.000 participantes, a prescrição atual confere 95% de proteção. Em condições reais, acrescentou, referindo-se ao caso de Israel, onde mais de cinco milhões de pessoas já foram vacinadas, o percentual é ainda maior, de 96% ou 97%. A vacina da Pfizer, atualmente, é administrada em duas doses, com 21 dias de intervalo.

O Brasil espera receber o primeiro lote da Pfizer, com um milhão de doses, nesta quinta-feira (29). É o primeiro imunizante aprovado para uso comercial que emprega um RNA mensageiro (assim como o da Moderna), uma espécie de instrução com a qual se fabrica uma proteína que provoca a resposta imunológica. A vacina da Pfizer também foi a primeira a obter registro da ANVISA no país.

O executivo-chefe da empresa norte-americana, Albert Boula, já havia adiantado o assunto duas semanas atrás, mas não confirmou a terceira dose da vacina. O CEO disse que “provavelmente será necessária em algum ponto entre seis e 12 meses [depois da segunda]. E, a partir daí, haverá uma vacinação anual, mas tudo isso terá de ser confirmado”.

As pessoas que receberam a vacina da Pfizer "provavelmente" precisarão de uma terceira dose dentro de seis meses a um ano e, em seguida, provavelmente uma injeção a cada ano, indicou o chefe da gigante farmacêutica americana.

"Uma hipótese provável é que seja necessária uma terceira dose, entre seis e 12 meses, e, a partir daí, será necessário se vacinar todos os anos, mas tudo isso tem que ser confirmado", destacou o CEO da Pfizer, Albert Bourla em declarações divulgadas nesta quinta-feira pela CNBC.

“Por outro lado, as variantes terão um papel fundamental”, acrescentou. “É extremamente importante minimizar o número de pessoas vulneráveis ao vírus”, continuou Bourla.

Anteriormente, o diretor da célula anti-covid do governo americano também havia declarado que os americanos deveriam esperar receber uma injeção de reforço da vacina, para se protegerem das variantes de coronavírus em circulação.

“Neste momento, não sabemos tudo”, reconheceu o doutor David Kessler em audiência perante legisladores norte-americanos. "Estamos estudando a duração da resposta dos anticorpos", explicou.

A aliança Pfizer/BioNTech havia anunciado, em fevereiro, que estudava os efeitos de uma terceira dose de sua vacina variante em um estudo clínico. Administrada em duas doses, essa vacina, assim como a da Moderna, usa uma tecnologia inovadora de RNA mensageiro, nunca antes usada na vida real.

No momento, essas duas vacinas são as que funcionam melhor, com a vacina Pfizer/BioNTech apresentando 95% de eficácia contra a covid-19 e a Moderna, 94,1%, de acordo com estudos clínicos.

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