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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira (6) que, da parte dele, o italiano Cesare Battisti, 63 anos, voltará para a Itália. "Tudo o que for legal, da minha parte, nós faremos para devolver esse terrorista para a Itália", disse o presidente em entrevista, na noite desta segunda-feira, a José Luiz Datena, da TV Bandeirantes. Segundo Bolsonaro, isso foi o que disse ao embaixador da Itália, Antonio Bernardini, durante encontro pela manhã. 

 Condenado na Itália por terrorismo e quatro assassinatos, Battisti vive em São Paulo. Em dezembro de 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição de Battisti, em decisão no último dia do mandato do petista.  Durante a campanha, Bolsonaro disse que pretendia extraditá-lo, como deseja o governo da Itália. 

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“O caso Batistti é muito claro. A Itália está pedindo a extradição. O caso está sendo discutido agora no Supremo Tribunal Federal. Esperamos que o Supremo tome uma decisão no tempo mais curto possível”, disse o embaixador. 

Após a vitória de Bolsonaro, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse que o presidente eleito mantém a determinação em favor da extradição de Battisti. No fim de semana, o italiano disse que confia nas instituições brasileiras. 

Conversa

No encontro com Bolsonaro, o embaixador entregou uma carta enviada pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella. O diplomata lembrou que Bolsonaro é de origem italiana e que ambos tiveram uma conversa “muito simpática”.  “Nós temos uma presença no Brasil que é histórica. Claro que a perspectiva para o futuro é aumentar essa presença italiana no Brasil”, disse o embaixador.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL) disse, nesta segunda-feira (22), que o discurso do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) desse domingo (21) revelou o “projeto de ditador” que lidera as pesquisas de intenções de votos tem para o país. Na ótica de Boulos, o tom da fala de Bolsonaro deixa claro que ele “não vai tolerar oposição” a um eventual governo seu e recorda “tempos sombrios” da época de ditadura militar vivido no país.

“O discurso que Bolsonaro mais se revelou como projeto de ditador. Nesse discurso Bolsonaro declarou que quem é contra ele, a quem chamou de vermelhos, tem duas opções: ou sair do país ou ir para a cadeia. Ou seja, não há espaço para a oposição. É isso que ele está dizendo com todas as letras. Isso lembra um lema da ditadura, nos anos mais duros, 'Brasil, ame-o ou deixe-o'. É isso que ele diz que quer fazer. Essa é a gravidade”, comentou Boulos.

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O psolista também criticou o fato de o candidato ter projetado a prisão do adversário na disputa, Fernando Haddad (PT). “Nominalmente ele ameaçou de prisão os seus adversários. Disse que Fernando Haddad será preso. E disse que vai tipificar a atuação de movimentos sociais como terrorismo… Os movimentos sociais foram responsáveis por conquistar a democracia”, observou.

Diante das falas de Bolsonaro, Guilherme Boulos questionou o silêncio das instituições. “Já fazem mais de oito horas desse discurso e não ouvimos o TSE dizer uma palavra, o Supremo Tribunal Federal e o Ministério Público dizerem uma única palavra. Cadê as instituições democráticas? Estão silenciando agora e depois vão ser as vítimas”, argumentou.

“Assim começam as ditaduras, os regimes autoritários. Há uma semana ele disse a que veio e o que quer. Coloquei no período eleitoral as críticas que tenho ao PT e os erros que eles cometeram, mas qualquer diferença não é maior do que o desejo pela democracia. Temos uma semana para evitar que o país volte a tempos escuros”, acrescentou.

Tratamento psiquiátrico

Boulos ainda comentou a frase do filho de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), que ameaça fechar o Supremo Tribunal Federal caso tivesse impossibilitado à candidatura do pai. "Se quiser fechar o STF [...] manda um soldado e um cabo", afirmou Eduardo. A declaração causou polêmica e diversos políticos se posicionaram contra, inclusive Jair Bolsonaro recomendou que o filho procurasse um psiquiatra.

Para Guilherme Boulos, o tratamento tem que ser familiar. “Primeiro ele disse que não se responsabilizava pelo que dizia Mourão, depois por apoiadores seus que estão tocando terror, assassinando pessoas; depois que não podia responder pelas empresas que gastaram milhões para beneficiá-lo e agora recomenda o filho procurar um psiquiatra. Cabe um psiquiatra de atendimento familiar, para ver como se resolve essa história. É impressionante como ele se esquiva”, disparou.

Um carro atropelou pedestres e ciclistas perto do Parlamento de Londres na manhã desta terça-feira, 14, deixando três feridos. A polícia britânica suspeita que seja o caso mais recente de uma série de ataques terroristas na capital que utilizaram veículos como armas. Uma câmera no alto de um prédio registrou o momento em que o carro passa pelo Parlamento e, de repente, se vira para a esquerda, atingindo ciclistas que estavam parados no sinal. O veículo atravessou a rua e, em seguida, bateu em uma barreira.

Policiais armados cercaram o carro em questão de segundos, retirando o motorista. Ele estava sozinho e nenhuma arma foi encontrada no veículo. "Dado que isso parece ser um ato deliberado, dado o método e o local, estamos tratando como um incidente terrorista", disse o comissário-assistente Neil Basu, da Polícia Metropolitana.

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As autoridades cercaram as ruas da região. A estação de metrô vizinha, de Westminster, foi fechada, e a polícia pediu à população para ficar longe do local, que também abriga uma das principais atrações da cidade, a Abadia de Westminster.

Segundo Basu, o suspeito não estava colaborando com a polícia e sua identidade ainda não havia sido confirmada. "Não acreditamos que esse indivíduo seja conhecido" pela polícia ou pelos serviços de inteligência britânicos, disse.

Testemunhas disseram que o carro utilizado no ataque era prateado e circulava em alta velocidade quando atingiu os ciclistas. Duas vítimas foram levadas para hospitais locais e uma foi tratada no local.

"O carro dirigiu em alta velocidade contra a barreira do lado de fora da Câmara dos Lordes. Houve um forte estrondo e um pouco de fumaça", disse Ewelina Ochab. "O motorista não saiu. Os guardas começaram a gritar para as pessoas se afastarem", contou.

Donovan Parsons, cinegrafista do programa Good Morning Britain, da ITV, estava filmando do lado de fora do Parlamento quando ouviu o barulho. "Eu vi o carro bater. A polícia estava por perto, dizendo às pessoas para voltarem. Eles tiraram alguém de dentro do carro", disse.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, se manifestou sobre o ataque pelo Twitter. "Meus pensamentos estão com os feridos no incidente em Westminster e agradeço aos serviços de emergência por sua resposta imediata e corajosa."

O Parlamento tem sido alvo de ataques numerosos ao longo dos anos e a segurança no local progressivamente aumentou. Barreiras de concreto e aço protegem o prédio contra ataques de veículos, policiais armados fazem a patrulha a pé e os visitantes passam por verificações de segurança similares às de aeroportos.

A Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes estão em período de férias de verão, então os legisladores e alguns de seus funcionários não estão trabalhando.

Em março de 2017, o local foi alvo de outro ataque, quando Khalid Masood usou um carro para matar quatro pessoas. Em seguida, abandonou o veículo e esfaqueou e matou um policial antes de ser morto em um pátio na área exterior do Parlamento.

Menos de três meses depois, uma van se chocou contra pedestres na London Bridge, antes de três homens abandonarem o carro e atacarem o público que passeava pelo Borough Market. Oito morreram e 48 ficaram feridos.

Em 19 de junho do mesmo ano, um homem dirigiu uma van contra uma multidão de fieis em uma mesquita no norte de Londres, matando um homem e ferindo outros oito. Atualmente, o nível oficial de ameaça terrorista para a Grã-Bretanha é "severo", indicando que a possibilidade de que um ataque aconteça é considerada alta. Fonte: Associated Press

Um carro foi lançado contra barreiras diante do Parlamento do Reino Unido, na manhã desta terça-feira (14), em um aparente ataque terrorista, segundo autoridades locais. Pelo menos duas pessoas se feriram e o motorista foi detido.

Autoridades informaram que os dois feridos não parecem correr risco de vida. Atualmente, o nível de ameaça terrorista no país está em "severo", o segundo mais alto, o que significa que um ataque terrorista é "altamente provável".

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A embaixada americana em Londres pediu que as pessoas evitem a área. Em março do ano passado, Khalid Masood lançou um veículo contra pedestres perto do local do atropelamento de hoje, na Ponte Westminster, e esfaqueou um policial antes de ser morto a tiros.

Hoje, a polícia fechou áreas próximas, depois do incidente. A política informou que o suspeito detido no local tinha pouco menos de 30 anos, sem dar mais detalhes. Fonte: Dow Jones Newswires.

A série de TV "Homeland" acabará após a oitava temporada, que será exibida em 2019.

O anúncio oficial, feito no Twitter, significa o fim das aventuras de "Carrie Mathison", ex-agente bipolar da CIA protagonizada por Claire Danes, e seu mentor Saul Berenson, interpretado por Mandy Patinkin.

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Inspirada na série israelense "Prisoner Of War", "Homeland" foi aclamada pela crítica em sua primeira temporada, em 2011, e se tornou um dos maiores sucesso do canal a cabo Showtime.

O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama é um dos fãs da produção, que jpa venceu oito Emmy e cinco Globos de Ouro.

Além dos elogios, a série também recebeu críticas pela visão que apresenta do muçulmanos, chegando a ser chamada de "programa mais islamofóbico" da televisão.

Pelo menos 26 pessoas morreram em ataques terroristas ocorridos no Afeganistão nesta terça-feira (31). As informações são de autoridades afegãs.

Um carro-bomba explodiu próximo a um prédio do governo em Jalalabad, no leste do país, permitindo que dois atiradores invadissem o complexo e começassem uma batalha que durou seis horas para libertar prisioneiros. O porta-voz do governo da província de Nangarhar, cuja capital é Jalalabad, disse que os atiradores mataram pelo menos 15 pessoas, inclusive policiais, e feriram outras 15 antes de serem mortos por forças de segurança.

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Em outro ataque, uma bomba deixada nas proximidades de um escritório do governo na província de Farah, no oeste do país, explodiu perto de um ônibus, matando 11 pessoas, entre elas mulheres e crianças, e ferindo outras 31. O ônibus ia da província de Herat para a capital afegã, Cabul.

Nenhuma organização assumiu a autoria dos ataques, mas o Talibã e o Estado Islâmico (EI) vêm realizando atentados quase que diários na província de Nangarhar. O Talibã também já realizou outros ataques em que colocou bombas em prédios do governo na província de Farah.

A missão norte-americana no Afeganistão calcula que ao menos 1692 civis já tenham morrido apenas no primeiro semestre desde ano, o que representa o maior número de vítimas desde que a contabilidade começou a ser feita, em 2009.

Da Ansa

Um avião da companhia Air China que fazia o trajeto entre Paris e Pequim foi forçado a retornar para a capital francesa por causa de um "alarme de terrorismo", segundo a própria empresa.

O voo CA876 aterrissou com segurança em Paris, e a Air China disse que não constatou nenhum problema para os passageiros, mas não especificou a natureza do incidente.

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Da Ansa

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) manteve em segunda instância a condenação de oito brasileiros acusados de difundirem os ideais terroristas do Estado Islâmico e de planejarem atentados durante os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

Ao todo, dez pessoas foram presas pela Operação Hashtag, da Polícia Federal, em julho de 2016, duas semanas antes da abertura das Olimpíadas, suspeitos de planejar atos terroristas no Brasil - oito viraram réus. O grupo formaria uma suposta célula do Estado Islâmico no País.

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Os oito foram condenados em maio de 2017 pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal, em Curitiba. Estão sentenciados por promoção de organização terrorista e associação criminosa Alisson Luan de Oliveira, Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo, Israel Pedra Mesquita, Levi Ribeiro Fernandes de Jesus, Hortencio Yoshitake e Luis Gustavo de Oliveira. Além desses crimes, Leoni El Kadre de Melo foi considerado culpado também por recrutamento com o propósito de praticar atos de terrorismo. Fernando Pinheiro Cabral foi condenado por promoção de organização terrorista.

A sentença foi a primeira feita com base na lei 13.260, a Lei de Terrorismo, sancionada três meses antes das prisões. Os oito foram condenados a penas que variam de 5 a 15 anos de prisão.

Durante a investigação, o grupo, integrado por brasileiros, foi monitorado principalmente após as autoridades brasileiras receberem um relatório do FBI americano. Os investigados foram presos em nove Estados (Paraná, Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul).

Condenados

Na apelação feita ao TRF-4 para que a sentença fosse revisada, o Ministério Público Federal pediu aumento da pena e os acusados pediram absolvição. Por dois votos a um, a 7ª Turma Penal do tribunal decidiu manter a condenação dos acusados, no dia 19 do último mês.

O julgamento do pedido de revisão da sentença da Hashtag começou em 24 de abril, foi suspenso para nova análise do relator e retomado em 8 de maio, quando recebeu pedido de vista da desembargadora Cláudia Cristofani. No último dia 26 de junho, saiu o voto e a decisão da 7ª Turma de negar os pedidos da defesa de absolvição.

A desembargadora Claudia Cristofani votou por absolver sete dos oito condenados, mas prevaleceu o voto do relator, desembargador Márcio Antonio Rocha, acompanhado pela desembargadora Salise Monteiro Sanchotene - que manteve a sentença apenas contra o réu Leonid El Kadre de Melo, apontado como líder.

Relator

Ao votar pela manutenção da sentença de primeiro grau, o relator da Hashtag no TRF-4 afirmou que "as postagens e conversas havidas entre os réus revelaram nítido modus operandi de promoção dos ideais propagados pela organização terrorista Estado Islâmico. Sobretudo aqueles ligados a condutas que desumanizam os considerados 'infieis' a ponto de retirar deles a condição de destinatários de qualquer tipo de consideração ou respeito."

Mais de 450 islamistas radicais, atualmente presos na França, serão libertados até 2019 após cumprimento de suas penas. O número foi confirmado na semana passada pelo Ministério do Interior, que, preocupado com o risco de novos atentados, anunciou a criação de uma célula de inteligência para acompanhar os jovens. Do total, cerca de 40 condenados por associação ao terrorismo serão liberados, além de egressos das linhas de frente do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Após a onda de ataques de jihadistas que atingiu o país, entre 2015 e 2016, o governo francês antevê um "risco maior" de atividade terrorista "endógena" - ou seja, no próprio território - e se prepara para o desafio de monitorar parte dos radicais libertados ao longo dos próximos anos. Os números fazem parte de um balanço interno produzido pela Seção Antiterrorismo do Ministério Público de Paris.

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De acordo com o procurador François Molins, chefe do serviço, 512 franceses e estrangeiros foram condenados nos últimos anos por crimes de terrorismo ou relacionados a ele. Além deles, outros 1,2 mil foram identificados como "radicais" islamistas no interior do sistema prisional, onde não raro exercem o proselitismo religioso a outros detentos.

Destes, cerca de 20 sairão ainda em 2018 e outros 20 receberão a liberdade em 2019. "Cerca de 30% deles terão cumprido suas penas até 2019 e sairão no mesmo ano", diz a ministra da Justiça, Nicole Belloubet, que confirma o número de 450 islamistas livres nos próximos 18 meses.

Além de monitorá-los, o Centro de Análise do Terrorismo (CAT), do governo francês, traçou o perfil do condenado por terrorismo: são, em geral, homens, com idade média de 24 anos e meio, com pena média de 6 anos e 6 meses de prisão.

Os jovens foram classificados em quatro grandes tendências: os que retornaram das zonas de conflito no Iraque e na Síria; os que foram implicados de alguma forma em células jihadistas no país ou que tentaram partir para as zonas de conflito; os cúmplices, que forneceram apoio logístico ou financeiro aos grupos jihadistas internos, e os que foram incitados a passar ao ato terrorista ou cogitaram por livre vontade.

Para acompanhá-los quando estiverem em liberdade, o governo anunciou a criação da Unidade de Coordenação da Luta Antiterrorista (Uclat), um órgão do Ministério da Defesa que terá como função nada menos do que evitar que os condenados que serão libertados venham a praticar atos jihadistas em solo francês.

Além disso, a unidade de inteligência do serviço penitenciário será ampliada com uma centena de novos agentes para identificar eventuais planos de atentados. Esses grupos têm a missão de advertir as autoridades públicas com 18 meses de antecedência sobre a data de soltura de suspeitos de radicalismo islâmico.

No caso de estrangeiros, será aberto um procedimento de expulsão. "Nós queremos nos organizar para suas saídas (da prisão) e os seguiremos passo a passo", advertiu a ministra da Justiça.

As autoridades francesas há meses enfrentam o desafio de lidar com o retorno de suspeitos de jihadismo e de militância do Estado Islâmico. Além de homens, o retorno de mulheres europeias que partiram para a Síria e para o Iraque tem se acelerado com o declínio territorial do grupo terrorista no Oriente Médio.

Um desses casos é o de uma jovem de 23 anos, que pediu para adotar o nome fictício de Asma. Sua história tornou-se conhecida do grande público em fevereiro. Ela voltou à França em outubro de 2017, vive em liberdade condicional à espera de julgamento e tenta recuperar a guarda definitiva de seu filho, nascido em Raqqa, na Síria, fruto de uma relação com um jihadista francês.

"Eu costumo dizer que estive com terroristas, mas não sou terrorista. Não tenho como esconder essa realidade de quem me conhece, mas não quero que mais pessoas saibam, pois tenho vergonha do que fiz", diz a jovem, que pode ser condenada a até 10 anos de prisão por associação ao terrorismo.

Asma tem um emprego e tenta retomar a normalidade de sua vida. Não obedece, ao menos nas aparências, os códigos de mulheres muçulmanas radicais: não usa véu islâmico e anda maquiada. Ainda assim, sabe que, ao menos pelos próximos anos, sua vida será marcada pela suspeição.

Das 69 mulheres francesas que, como Asma, voltaram entre 2016 e o início deste ano, 17 foram encarceradas em Fleury-Merogis, o principal presídio feminino da França. Parte delas é monitorada por radicalismo e proselitismo religioso na prisão e nas ruas.

No entanto, há também o caso de Nora, que aos 15 anos deixou a cidade de Avignon, em 2014, e partiu para a Síria. Seu irmão Foad, um caminhoneiro de origem marroquina, foi para a Síria resgatá-la das mãos do Estado Islâmico, mas ela rejeitou retornar para a França. Foad ficou convencido de que ela tinha sido ameaçada de morte pelo líder do grupo ao qual Nora tinha se juntado.

Para especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre a situação dos radicais prestes a deixar a prisão, o risco não pode ser subestimado. Segundo Jean-Charles Brisard, fundador e diretor do Centro de Análise do Terrorismo, a experiência nas zonas de conflito traz a perspectiva de atuação para dentro do país.

"Muitas vezes, indivíduos que partiram para frentes de batalha, onde exerceram a atividade de jihadistas, retornam com uma rede de contatos no Oriente Médio ou nas regiões afetadas. A partir disso, eles podem construir a própria rede de jihadismo", explica.

De acordo com Farhad Khosrokhavar, diretor de estudos no Centro de Análise e Intervenção Sociológica (Cadis) e autor do livro O Novo Jihadismo no Ocidente, a falta de perspectiva daqueles que vivem nas periferias ou saem das prisões pode levar ao caminho do terrorismo.

"O desespero de viver uma vida de reincidência no crime pode levá-los a querer romper com tudo, lançando-se à causa de Allah", afirma. "Eles sentem como se não tivessem um futuro, prontos para se vingar da sociedade." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vinte e seis pessoas foram mortas e outras sete ficaram feridas em um ataque de um "grupo terrorista" não identificado em uma área rural de Burundi, país situado na região central da África.

O ataque ocorreu pouco antes de burundianos votarem em 17 de maio em um polêmico referendo que poderia estender o mandato do presidente. Não ficou claro se o ataque é relacionado, embora alguns ativistas acreditem que sim.

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Falando no local, o ministro da Segurança, Alain Guillaume Bunyoni, disse a repórteres que 24 pessoas foram mortas em suas casas na noite de sexta-feira e outras duas morreram dos ferimentos em um hospital local. Ele não deu mais detalhes sobre o ataque na comunidade Ruhagarika, na província de Cibitoke, no noroeste do país.

Um sobrevivente disse à Associated Press que os terroristas chegaram por volta das 10 horas da noite e "atacaram e incendiaram casas". Algumas vítimas foram atacadas com facões e outras foram mortas ou queimadas vivas, disse ela. Fonte: Associated Press.

O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou, através de sua agência de notícias, a autoria do ataque a faca em Paris que deixou uma vítima fatal e outras quatro pessoas feridas. Os terroristas afirmam que o ataque foi conduzido por um de seus "soldados". O agressor foi morto pela polícia.

Após o anúncio do grupo terrorista, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou no Twitter que o país não cederá aos terroristas. "A França está mais uma vez pagando o preço do sangue, mas não cederá uma polegada aos inimigos da liberdade", escreveu. Macron também agradeceu o trabalho dos policiais que "neutralizaram o terrorista" e prestou solidariedade às vítimas.

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O promotor François Molins disse que testemunhas relataram que o suspeito gritou "Allahu Akbar", ou "Deus é ótimo" em árabe. Molins disse a repórteres que, com base no método do ataque, autoridades do contraterrorismo estão liderando a investigação sobre possíveis acusações de assassinato e tentativa de assassinato em conexão com motivos terroristas.

O ataque ocorreu na região central da capital francesa. Testemunhas relataram pânico disseram ao portal francês France24 que a polícia tentou controlar o agressor com um taser, mas a medida não surtiu efeito, o que levou os agentes a fazer dois disparos com arma de fogo. (Caio Rinaldi, com Associated Press)

Uma equipe composta de 11 policiais federais deu cumprimento a um mandado de busca e apreensão na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, nos Aflitos, Zona Norte do Recife. A Polícia Federal (PF) investiga o envolvimento de pessoas ligadas à prática de terrorismo.

A ação faz parte da Operação Bravata, da Polícia Federal de Curitiba. Há diligências em Curitiba, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Maria e Vila Velha. 

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No Recife, foi feita ma varredura no local com o auxílio de um cão farejador e do Grupo de Bombas e Explosivos. Nenhum artefato criminoso foi detectado. Após a varredura, foi apreendido um disco rígido, um aparelho celular, um pen drive e um token de certificação digital. 

O material apreendido será enviado para a coordenação da operação. O suspeito foi intimado a comparecer na sede da PF no Recife, onde deverá prestar esclarecimentos.

A investigação que resulto na Operação Bravata teve início em 2012 após a Operação Intolerância, que constatou que outros indivíduos continuaram a praticar crimes em sites e fóruns virtuais. Os investigados vão responder por associação criminosa, ameaça, racismo e incitação ao crime. Eles são acusados de incentivar estupros e assassinatos de mulheres e negros na internet. Há evidências de que o grupo é responsável por ameaças de bomba. A soma das penas dos crimes investigados pode chegar a 39 anos de prisão. 

A prisão, na semana passada, de cinco integrantes de uma célula do Estado Islâmico pelas forças de segurança da Rússia, fez aumentar o alerta em relação ao risco de ataques por parte do grupo durante a Copa do Mundo. O terrorismo é considerado a principal ameaça ao torneio e exige uma mobilização sem precedentes para um evento esportivo. Nos últimos meses, informes dos serviços de inteligência da Rússia e da Europa apontam que os riscos de um atentado são "elevados".

Os cinco presos na cidade de Yaroslavl, a nordeste de Moscou, planejavam ataques em várias regiões e tinham um arsenal em seu poder. As autoridades não deram detalhes sobre possíveis alvos e datas.

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Desde o ano passado, o Estado Islâmico já fez várias ameaças, usando imagens da Copa e de jogadores como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar em seu material de propaganda. Perdendo a guerra na Síria graças ao apoio russo a Bashar Al Assad e vendo seu território diminuir de forma considerável, o grupo jihadista teria a Rússia como um de seus principais alvos.

Um dos informes que apontam nesta direção é do Escritório Federal da Polícia Criminal da Alemanha. O relatório indica um "risco elevado" de um ataque islâmico.

Além da motivação de revanche contra Vladimir Putin, outro aspecto é a grande presença de russos entre os combatentes estrangeiros que viajaram à Síria e ao Iraque para ajudar os jihadistas. De acordo com a consultoria Soufan Group, com base nos Estados Unidos, os russos estão entre as nacionalidades estrangeiras que mais engrossaram as fileiras do Estado Islâmico. Até o final de 2017, 3,7 mil deles teriam se juntado aos terroristas. Em 2015, eram apenas 2,5 mil.

O temor é que esses russos podem ter voltado para casa, com o objetivo de cometer um atentado em plena Copa.

De acordo com a consultoria GWS, o norte do Cáucaso é especialmente problemático. A região receberá jogos da Copa, em Rostov-on-Don (lá o Brasil estreia contra Suíça, em 17 de junho) e é apontada como uma das bases de grupos radicalizados. "Um ataque contra um evento de grande proporção como a Copa ainda aumentaria a popularidade do grupo entre seus seguidores, decepcionados com as últimas derrotadas na Síria e Iraque", indicou.

No entanto, existem posições menos alarmistas. Maryia Omelicheva, professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Kansas (EUA), especialista em política externa russa e contraterrorismo, admite o risco, mas pondera que os anfitriões da Copa se prepararam para enfrentar, e vencer, o problema.

"A ameaça de terrorismo na Copa do Mundo é menor do que havia na Olimpíada de Inverno de Sochi (em 2014)", comparou, em entrevista ao Estado. "A reputação da Rússia está em jogo e o governo usará toda a sua capacidade para garantir a segurança na Copa. E tem se mostrado bem preparado."

OPERAÇÕES - Do lado russo, as autoridades confirmaram ao Estado que têm intensificado o monitoramento de suas fronteiras e ampliado o número de operações. Como exemplo, citaram uma no final de março, nas proximidades de São Petersburgo. Sete pessoas foram detidas, sob a acusação de estar preparando um atentado terrorista.

Além disso, uma célula do EI foi revelada em justamente em Rostov-On-Don. Num comunicado, o serviço de inteligência da Rússia informou apenas que o líder do grupo detonou explosivos antes de ser capturado. O Serviço de Segurança Federal (FSB) revelou uma célula clandestina do EI, cujos membros estavam seguindo ordens de emissários com base na Síria.

Para a Fifa, os trabalhos realizados pelas autoridades russas dão "garantias" de que o evento será devidamente protegido. A entidade diz ter "total confiança" no planejamento do Kremlin para a área de segurança.

Um homem-bomba atingiu um centro de registro de eleitores na capital afegã no domingo, matando pelo menos 31 pessoas, em um ataque reivindicado pelo grupo do Estado Islâmico.

Wahid Majro, porta-voz do Ministério Público da Saúde, disse que outras 54 pessoas ficaram feridas no ataque de domingo. O general Daud Amin, chefe de polícia de Cabul, disse que o suicida atacou civis que estavam reunidos para receber cartões de identificação nacionais.

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A grande explosão ecoou pela cidade, quebrando janelas a quilômetros de distância do local de ataque e danificando vários veículos próximos. A polícia bloqueou todas as estradas que levam para o local da explosão, com apenas ambulâncias permitidas. Estações de TV locais fizeram transmissão de imagens ao vivo, nas quais aparecem centenas de pessoas reunidas nas proximidades em busca de informações sobre entes queridos.

O grupo do Estado Islâmico assumiu a responsabilidade em uma declaração realizada por sua agência de notícias Aamaq, dizendo que tinha como alvo "apóstatas" xiitas.

O Afeganistão realizará eleições parlamentares em outubro.

Na semana passada, três policiais responsáveis pela guarda do recenseamento eleitoral em duas províncias afegãs foram mortos por militantes, de acordo com autoridades.

Um brasileiro e outros nove cidadãos foram condenados nesta quarta-feira (11) na Espanha em até 12 anos de prisão por fazer parte de uma celula terrorista. Entre os réus estão quatro espanhóis e quatro marroquinos. A nacionalidade da 10ª pessoa do grupo não foi revelada pelas autoridades.

Os homens desta célula teriam entre 22 e 48 anos e planejavam realizar atentados terroristas em pontos turísticos de Barcelona. Além disso, o grupo tramava sequestrar uma pessoa e filmar a execução dela.

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Segundo a investigação, o grupo se auto-denomina "Fraternidade Islâmica" e possui relação com o grupo extremista Estado Islâmico. A celula foi desmantelada em 2015 pela polícia da Catalunha.

Da Ansa

Um homem de Londres, no Reino Unido, foi sentenciado a sete anos de prisão por terrorismo por compartilhar conteúdo sobre o Estado Islâmico (EI) no Facebook e encorajar internautas a se unirem ao grupo extremista. Segundo as autoridades, Mohammed Kamal Hussain atuava também pelos aplicativos WhatsApp e Telegram.

A investigação começou quando um homem de identidade não divulgada contatou as autoridades inglesas com a cópia de uma mensagem privada que tinha recebido no Facebook enviada por Mohammed Kamal Hussain.

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No bate-papo, o extremista convidava o internauta a se juntar ao EI. A polícia descobriu que Mohammed, de 28 anos, era o autor dos textos, tendo postado diversos tipos de conteúdo elogiando o grupo terrorista na internet.

Segundo a imprensa britânica, no computador de Mohammed também foram encontradas receitas para a fabricação de bombas. Nascido em Bangladesh, ele teve o seu pedido de renovação de visto de permanência no Reino Unido recusado em 2014, mas continuou no país ilegalmente, em Londres.

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O Facebook está pagando para que vítimas do terrorismo conversem com as pessoas que compartilham material extremista online. Os extremistas estão sendo contatados pelo Messenger, aplicativo de bate-papo que pertence à empresa de Mark Zuckerberg.

O teste foi pago pelo Facebook, mas administrado pela organização que atua contra o extremismo Institute for Strategic Dialogue (ISD). A ISD utilizou um software para escanear várias páginas de extrema direita e islâmicas no Facebook e, em seguida, procurou o perfil de algumas pessoas para encontrar mensagens ou postagens de ódio.

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Ao entrar em contato com essas pessoas através do Messenger, a organização busca imitar a estratégia de recrutamento dos próprios grupos extremistas.

Aproximadamente metade dos usuários selecionados para participar do teste tinha demonstrado apoio para o extremismo islâmico. Das 569 pessoas que tiveram uma conversa com uma das vítimas, 76 pareceram mostrar sinais de impacto positivo, disseram os pesquisadores à BBC.

Um encarregados de se comunicar com os extremistas foi Colin Bidwell, que sobreviveu a um ataque terrorista na Tunísia em junho de 2015, no qual 38 pessoas foram mortas. Usando um perfil falso, Bidwell falou com pessoas que pareciam apoiar o extremismo islâmico e foi encarregado a desafiar seus pontos de vista.

Ele e outros 10 prestadores do serviço, que incluem ex-extremistas, sobreviventes ou conselheiros, receberam cerca de R$ 100 por cada hora trabalhada durante uma semana. O expediente diário era de oito horas.

As redes sociais são um dos espaços de recrutamento mais utilizados por grupos extremistas. Embora essa experiência tenha tido apenas impacto em 1% dos casos, os responsáveis pelo programa piloto acreditam que é preciso que agir nestes plataofrmas e agora eles estudam como expandir o projeto para outros países.

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Subiu para 21 o número de mortos em duas explosões de carros-bomba na sexta-feira à noite em Mogadíscio, capital da Somália, disseram autoridades neste sábado. Os atentados encerraram um período de meses de tranquilidade em Mogadíscio, que é frequentemente alvo de ataques do grupo extremista al-Shabab.

A primeira explosão aconteceu perto da sede do serviço de inteligência da Somália e a segunda, nas proximidades do parlamento. O grupo al-Shaab assumiu a responsabilidade pelos ataques em mensagem veiculada por sua estação de rádio, Andalus. Em outubro, um atentado com caminhão-bomba na capital do país deixou 512 mortos. Fonte: Associated Press.

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O uzbeque Rajmat Akilov, julgado por ter matado cinco pessoas em abril de 2017 em Estocolmo, disse nesta quarta-feira (21) que não se arrepende de nada e manifestou grande surpresa ao saber que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) não reivindicou o atentado.

"Sabia que o EI nunca reivindicou o atentando?", perguntou um advogado das vítimas durante a quarta audiência do julgamento que aconteceu nesta quarta-feira. "Não o reivindicaram?", perguntou Akilov, que, visivelmente contrariado, disse em russo: "É a vontade de Alá".

Desde sua prisão em 7 de abril de 2017, Rajmat Akilov permanece isolado, sem informações exteriores nem visitas, com exceção de seu advogado. Pouco antes do atendado com um caminhão em uma rua comercial de Estocolmo, Akilov divulgou um vídeo jurando fidelidade ao Estado Islâmico.

Rajmat Akilov, que se apresentou como um soldado do EI, parece não ter contado com a participação de nenhum cúmplice direto na preparação do ataque. Nesta quarta-feira, diante da insistência dos advogados, Akilov disse que não se arrependia do atentado que deixou cinco pedestres mortos - três mulheres suecas, uma belga e um britânico.

"Alá julgará se fizemos algo de ruim ou não", disse Akilov. Mas, logo após uma interrupção da audiência, disse: "Não quero ferir a sensibilidade dos feridos dizendo se me arrependo ou não". Akilov, um solicitante de refúgio, pai de quatro filhos, é julgado por ato terrorista e tentativa de ato terrorista, e pode de ser condenado à prisão perpétua.

Especialistas internacionais alertam em um relatório, que será publicado nesta quarta-feira (21), sobre os riscos do uso mal-intencionado da inteligência artificial por parte dos "Estados corruptos, de criminosos ou de terroristas" em um futuro próximo.

Segundo eles, na próxima década, a eficácia crescente da inteligência (IA) poderia reforçar a cibercriminalidade e conduzir ao uso de drones ou robôs com fins terroristas. Poderia também facilitar a manipulação de eleições através das redes sociais mediante contas automatizadas (bots).

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Este extenso informe de 100 páginas foi redigido por 26 especialistas em IA, cibersegurança e robótica de prestigiosas universidades (Cambridge, Oxford, Yale e Stanford) e organismos não governamentais (OpenAI, Center for a New American Security, Electronic Frontier Foundation).

Estes especialistas pedem aos governos e aos diferentes atores deste campo que ponham de pé mecanismos para limitar as possíveis ameaças relacionadas com a inteligência artificial.

"Acreditamos que os ataques que seriam possíveis pelo uso crescente da IA serão particularmente efetivos, finamente dirigidos e difíceis de atribuir", advertem.

Para ilustrar seus temores, estes especialistas mencionam vários "cenários hipotéticos de usos mal-intencionado da IA".

Explicam por exemplo que terroristas poderiam alterar os sistemas de IA disponíveis nas lojas (drones ou veículos autônomos) para causar acidentes ou explosões.

Os autores imaginam também casos de robôs de limpeza traficados que se colariam a outros robôs, encarregados, por exemplo, da limpeza de um ministério. Um dia, o intruso poderia atacar após localizar visualmente o ministro. Se aproximaria dele e se explodiria, explicam.

- Vídeos falsos -

Por outro lado, Seán Ó hÉigeartaigh, um dos autores do estudo, explica, em entrevista à AFP, que "a cibercriminalidade, em forte alta, poderia se consolidar com ferramenta facilitadas pela IA".

Por exemplo, os ataques denominados de spear phishing (ataques dirigidos a uma organização ou empresa para roubar por exemplo informação confidencial) poderiam ser mais fáceis de realizar em uma escala maior.

Mas para ele, "o risco maior, embora seja menos provável, é o risco político". "Já vimos como algumas pessoas estão usando a tecnologia para tentar interferir nas eleições", afirma.

"Se a IA permite que estas ameaças se tornem mais fortes, mais difíceis de detectar e atribuir, isto poderia trazer problemas importantes de estabilidade política e talvez contribuir para desencadear guerras", avalia Seán Ó hÉigeartaigh.

Com a IA seria possível, por exemplo, fazer vídeos falsos, mas muito realistas que poderiam ser usados para desacreditar autoridades políticas, afirmam os especialistas.

Estados autoritários, acrescentou o relatório, poderiam também se apoiar em inteligência artificial para vigiar seus cidadãos.

- Múltiplas advertências -

Não é a primeira vez que especialistas lançam um sinal de alerta sobre a IA. Em 2014, o astrofísico Stephen Hawking advertiu sobre os riscos que a inteligência artificial poderia trazer para a humanidade se superasse a inteligência humana. O empresário Elon Musk e outros também multiplicaram as advertências.

Também foram publicados informes sobre o uso de drones assassinos ou sobre a forma como a IA poderia afetar a segurança de países como os Estados Unidos.

Este novo documento aporta "um panorama geral sobre a forma como a IA cria novas ameaças ou muda a natureza das ameaças existentes em campos como a segurança digital, física ou política", explica Seán Ó hÉigeartaigh.

A inteligência artificial, surgida nos anos 1950, se baseia em algoritmos sofisticados que permitem resolver problemas que os humanos resolvem usando suas capacidades cognitivas.

Nos últimos anos foram feitos progressos enormes nos campos relacionados com a percepção, o reconhecimento de voz e a análise de imagens.

"Por enquanto continua havendo uma brecha significativa entre os avanços da busca e da investigação e suas possíveis aplicações. É o momento de agir", disse à AFP Miles Brundage, encarregado de pesquisas do Future of Humanity Institute da Universidade de Oxford.

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