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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, defendeu em seu discurso de retomada das atividades do Judiciário nesta segunda-feira, 1º, que a realização das eleições em outubro será "um dos momentos mais sensíveis" do regime democrático brasileiro. O ministro ainda cobrou tolerância dos candidatos para que a disputa seja marcada por estabilidade e o ano se encerre "sem incidentes".

"O Supremo Tribunal Federal anseia que todos os candidatos aos cargos eletivos respeitem os seus adversários, que não são seus inimigos; confia na civilidade dos debates e, principalmente, na paz que nos permita encerrar o ciclo de 2022", disse.

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Esta foi a primeira manifestação pública do ministro após dezenas de entidades defenderem a democracia, em resposta aos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) às urnas eletrônicas durante evento com embaixadores no Palácio do Planalto.

A dois meses de passar o controle da Corte para a ministra Rosa Weber, Fux realizou nesta segunda seu penúltimo discurso como presidente, caso não haja novos atritos com o governo que venham a demandar manifestações. A defesa do processo eleitoral foi uma das marcas da fala do ministro diante das investidas recentes.

"Felizmente, nossa democracia conta com um dos sistemas eleitorais mais eficientes, confiáveis e modernos de todo o mundo, mercê de ostentar no seu organismo uma Justiça Eleitoral transparente, compreensível, e aberta a todos aqueles que desejam contribuir positivamente para a lisura do prélio eleitoral", afirmou.

O ministro dedicou parte do tempo da sessão para cobrar dos candidatos respeito e ponderação nas declarações durante a campanha para evitar conflitos, como o que vitimou o petista Marcelo de Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), após um apoiador de Bolsonaro invadir a tiros sua festa de aniversário com tema do PT .

"Nunca é demais renovar ao país os votos de que nós, cidadãos brasileiros, candidatos e eleitores, permaneçamos leais à nossa Constituição Federal, sempre compromissados para que as eleições deste ano sejam marcadas pela estabilidade institucional e pela tolerância", destacou em outro momento.

Assunto presente na maioria dos eventos envolvendo autoridades do Judiciário, as urnas eletrônicas e o processo eleitoral também foram firmemente defendidos por Fux. Assim como o Supremo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trocará de comando durante o período de campanha.

O ministro Alexandre de Moraes assume no próximo dia 14 o cargo do atual presidente da Corte, Edson Fachin. Os dois tribunais firmaram parcerias de cooperação para combater a desinformação e devem continuar a atuar em parceria. O ministro parabenizou Fachin "pela singular destreza com que tem comandado" a Corte Eleitoral e estendeu os elogios a Moraes.

"Nesse contexto de pluralidade e de interdependência, a prosperidade do nosso Brasil - seja qual for o resultado das urnas - exige que, ao longo de todo esse processo, sejamos capazes de exercer e de inspirar nos nossos concidadãos os valores da civilidade, do respeito, e do diálogo", disse. "Afinal, vivemos em Estado Democrático de Direito, em que todos têm garantidas pela Constituição as liberdades de se manifestar e de expressar suas divergências, sem censuras ou retaliações", completo.

O ambiente hostil da pré-campanha se refletiu em trechos do discurso de Fux: "O período eleitoral naturalmente desperta as nossas paixões, mas forçoso ter em mente que o exercício dessas liberdades exige respeito e responsabilidade para com o próximo e para com o país". Como fez em seus últimos discursos, o ministro destacou o papel do Supremo na defesa da Constituição e das instituições.

Como de praxe, o discurso ainda apresentou um apanhado das principais pautas do semestre, que terá discussões importantes sobre regras eleitorais e o teto de gastos da administração pública - este último já figura como um dos principais pontos dos planos de governo de alguns candidatos, como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prometem revogar a regra.

O Teatro Municipal de Santo Amaro Paulo Eiró conta, desde o dia 3 de março com a peça “Flicts” em sua programação. Inspirada em livro de mesmo nome do escritor e cartunista Ziraldo, a peça conta a história de uma cor diferente que não se encaixava nas cores do arco-íris e mais em nenhum outro lugar. Aos poucos a cor que nomeia a peça vai se conformando que não tem as qualidades contidas nas outras cores.

A história se ambienta em 1960 e tem como objetivo ensinar crianças a aceitar e respeitar as diferenças.

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Dirigida e adaptada por Lívia Gaudêncio, as apresentações permanecerão acontecendo todo sábado e domingo até 1 de abril sempre às 16h.

SERVIÇO 

Teatro Municipal de Santo Amaro Paulo Eiró

Endereço: Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro, São Paulo – SP

Telefone: (11) 5686-8440

R$16 (inteira) e R$8 (meia-entrada)

 (Por Aquiles Marchel Argolo)

A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) aprovou uma lei que obriga os estabelecimentos comerciais e repartições públicas a afixarem cartazes alertando contra a discriminação à orientação sexual e afetiva. Os cartazes devem medir 50 cm de altura por 50 cm de largura e conter, entre outras informações, a frase "Discriminação por orientação sexual é ilegal e acarreta multa. Lei estadual nº 7.309/2003 e decreto nº 27.604/2066".

Os estabelecimentos que descumprirem a lei estão sujeitos a multa de R$ 10,2 mil, e, em caso de reicindência, a penalidade dobra, ficando em R$ 20,4 mil. O motante decorrente das multas será integralmente revertido para os órgãos de apoio à comunidade LGBT na Paraíba.

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A lei, de autoria do Deputado Anísio Maia (PT), já foi sancionada pelo Governador Ricardo Coutinho (PSB), e entrou em vigor no dia 30 de maio, data de sua publicação no Diário Oficial.

Confira a Lei na íntegra:

LEI Nº 10.895 DE 29 DE MAIO DE 2017.
AUTORIA: DEPUTADO ANÍSIO MAIA

Dispõe sobre a obrigatoriedade de afixação de cartaz em estabelecimentos comerciais e órgãos públicos, informando que a Lei Estadual nº 7.309/2003 proíbe e pune atos de discriminação em virtude de orientação sexual e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA:
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Os estabelecimentos comerciais e órgãos públicos da Administração Direta e Indireta sediados no Estado da Paraíba fi cam obrigados a afixar cartaz informando que a Lei Estadual nº 7.309/2003 e seu regulamento, Decreto nº 27.604/2006, proíbem e punem atos de discriminação em
virtude de orientação sexual.
Art. 2º O cartaz referido no artigo anterior deverá obedecer às seguintes especificações:
I – ter, no mínimo, a dimensão de 50 cm de largura por 50 cm de altura;
II – ser afixado em local visível, de preferência na área destinada à entrada de clientes e usuários de serviços públicos;
III – dentre outras informações, o cartaz deverá conter o texto: "DISCRIMINAÇÃO POR ORIENTAÇÃO SEXUAL É ILEGAL E ACARRETA MULTA. LEI ESTADUAL Nº 7.309/2003 E DECRETO Nº 27.604/2006".
Art. 3º Na hipótese de não cumprimento do art. 1º, ficam os infratores sujeitos à:
I – multa em valor equivalente a 220 (duzentas e vinte) UFR-PB, revertida aos órgãos de proteção aos direitos da comunidade LGBT;
II – multa em dobro do valor estipulado no inciso I, em caso de reincidência.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário.

 

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA, em João Pessoa, 29 de maio de 2017; 129º da Proclamação da República.

Em um vídeo que será divulgado nesta terça-feira (11) nas redes sociais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso critica o antagonismo de "nós contra eles" na política, diz que o momento é de "serenar os ânimos" e prega a "aceitação do outro" em prol de melhorias para o Brasil. "O que nós precisamos é de mais aceitação do outro, mais tolerância e ver o que dá para fazer em conjunto pelo País", diz ele no vídeo.

Mesmo pregando o diálogo, FHC diz que o PT é o responsável pela política do "nós contra eles". E cita como consequência negativa o episódio em que o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) cuspiu no rosto do colega Jair Bolsonaro (PSC-SP).

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"Veja no que deu essa tentativa no Brasil de jogar ‘nós contra eles’. Isso veio principalmente do pessoal do PT mas agora se generalizou", diz. "Acho que chegou o momento no Brasil que nós precisamos, não é fazer um acordão de cúpula, mas serenar os ânimos e ver o que é que interessa a todos como um conjunto, como um país, um povo". O assessor de FHC, Xico Graziano, disse que o vídeo foi motivado por cobranças que o ex-presidente recebeu nas redes sociais após afirmar que tanto Bolsonaro quanto Wyllys tinham "passado do limite" no episódio.

FHC, no entanto, gravou as declarações às vésperas de uma reunião inédita entre dirigentes do Instituto Fernando Henrique Cardoso e da Fundação Perseu Abramo, braço acadêmico do PT. A reunião será no dia 18 e irá discutir a pesquisa "Percepções e Valores Políticos nas Periferias de São Paulo", segundo a qual para uma parcela significativa deste eleitorado não existe o conceito de luta de classes, o Estado é visto como inimigo e os únicos caminhos para subir na vida são o mérito e o esforço pessoais.

Diálogo

A abertura de um diálogo entre FHC e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é objeto de esforço de interlocutores em comum desde janeiro, quando o tucano fez uma visita de cortesia à ex-primeira-dama Marisa Letícia no hospital. A possibilidade de que a reaproximação seja vista como uma tentativa de "acordão de cúpulas", porém, é um dos entraves para o diálogo.

"Vejo com bons olhos. Neste clima de terra arrasada não vai ter outro jeito. Temos que falar sobre o que é caixa 2, como financiar as campanhas, quais serão as regras da política", disse Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula. "Mas tem que ficar bem claro desde o início que não é para abafar nada. Isso é um entrave que faz as pessoas desconfiarem", completou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar da tristeza e da dificuldade para "virar a página", parisienses expressaram neste domingo vontade de seguir em frente, com pedidos de tolerância, no primeiro aniversário dos atentados de 13 de novembro de 2015.

Um ano depois da explosão de bombas e dos disparos de fuzis kalashnikov, um silêncio quase religioso tomou os lugares onde uma dezena de jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) tiraram a vida de 130 pessoas e deixaram quase 400 feridos.

Diante do estádio nacional de Saint Denis, nos arredores de Paris, e nas imediações de bares e restaurantes da capital francesa, rostos estavam sérios e alguns exibiam lágrimas misturadas a gotas da chuva que acompanhou o primeiro aniversário dos atentados.

"Voltar a ver os feridos, às vezes usando muletas ou em cadeiras de rodas, fez eu me lembrar", contou Thierry, sobrevivente do ataque ao Bataclan.

"Meu nome poderia estar nesta placa", disse, apontando para o memorial dedicado às 90 pessoas que morreram no local.

Thierry considerou a cerimônia "sóbria, digna e emocionante". "Nunca pensei que ouvir o nome das vítimas me afetaria tanto", comentou.

Líderes políticos evitaram tomar a palavra, para não serem acusados de tirar proveito das circunstâncias.

O consultor Olivier, 28, ferido no bar Le Carrillon, ficou satisfeito com as homenagens, mas disse desejar que a França vá um pouco mais longe em sua reflexão.

"É importante entender como chegamos até aqui, por que há uma divisão entre estas duas juventudes", assinalou.

Muitos dos autores dos atentados eram jovens franceses radicalizados por islamitas, que decidiram atacar a juventude que se divertia em uma noite de sexta-feira na casa de shows Bataclan e em restaurantes e cafés de uma área cosmopolita do nordeste de Paris.

Neste domingo, moradores da região mostraram uma firme vontade de não ceder ao medo e à intolerância crescente na sociedade francesa.

"Sem importar a cor da pele ou a religião, todos nos encontramos hoje na tristeza", disse Brigitte, 69, que lembrou os atentados no bar La Belle Equipe, onde uma conhecida morreu.

- Nenhum 'amálgama idiota' -

Muitos deixaram flores, velas ou pequenas mensagens poéticas. "Tentaram nos enterrar, mas não sabiam que éramos sementes", dizia uma delas.

Os atentados "marcaram a vida da região", assinalou Bruno, 36 anos, que comemorou não ter ouvido "nenhum amálgama idiota sobre os muçulmanos e os terroristas em nenhum dos bares" que frequenta.

Os atentados geraram suspeita e tensão envolvendo a comunidade muçulmana na França, que ficaram em evidência nas discussões sobre o burquíni durante o verão boreal.

"Como podemos continuar vivendo depois de termos sido atingidos pelo terrorismo? Como faremos para não sermos alimentados pelo ressentimento ou pelo ódio?", questionou Michael Dias, filho de Manuel, primeira vítima dos atentados, que perdeu a vida nas imediações do estádio nacional de Saint Denis quando um dos homens-bomba que tentavam entrar no local detonou seu cinturão.

O único orador do dia disse que encontrou sentido na história de vida de seu pai, que chegou à França oriundo de Portugal, aos 18 anos, fugindo da ditadura.

"Não deixei de ouvir meu pai, ele nos diz que não devemos viver com medo. Frente a este medo de viver, de sair, devemos continuar avançando, livres (...), sem nunca cedermos àqueles que querem nos aterrorizar", refletiu.

Em relação ao tema terrorismo, "não é por uma ordem, e sim através de cultura e conhecimento, que poderemos evitar que as crianças de amanhã se humilhem como buchas de canhão", disse o homem, 31, que convocou um combate "à estigmatização e divisão".

Diante do presidente francês, François Hollande, que se manteve discreto, Dias encerrou dizendo: "Viva a tolerância, viva a inteligência e viva a França!"

A chegada de um novo grupo de economistas tanto no Ministério da Fazenda quanto no Banco Central, após Michel Temer assumir a presidência, abriu espaço para uma melhora das projeções de mercado também no caso da inflação futura. As previsões contidas no relatório Focus mais recente para o IPCA em 2017 estão convergindo gradativamente para a meta de 4,5% ao ano.

Atualmente, estão em 5,20% - ante os 5,52% do dia em que Temer assumiu, em 12 de maio. Isso representa uma desinflação de 0,32 ponto porcentual nas projeções.

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Já a expectativa para o IPCA em 2018 atingiu esta meta pela primeira vez há duas semanas.

Porém, o ano de 2016, pelas projeções dos economistas, estaria perdido. Desde o início do governo Temer, a expectativa do mercado para a inflação deste ano subiu de 6,99% para 7,21%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Se Dilma Rousseff sofrer o impeachment e Michel Temer for confirmado como presidente, o seu governo terá de ser ágil na defesa de um ajuste fiscal firme. Caso contrário, deve se preparar para, em pouco tempo, enfrentar o mau humor do mercado financeiro.

A lua de mel dos analistas com o governo legitimado deve ser curta: se a agenda fiscal não avançar, passado o impeachment, vai até o final de outubro, ou, mais tardar, até a virada do ano. O prazo foi estimado em um levantamento com 18 instituições financeiras e consultorias feito pelo Projeções Broadcast, área da Agência Estado especializada na coleta de indicadores macroeconômicos.

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Os economistas, de maneira geral, lembram que a lua de mel, até agora, reflete a credibilidade da equipe econômica, o seu mérito de fazer um diagnóstico certo dos problemas fiscais, propor as medidas necessárias e, principalmente, ter apoio de Temer. "O que difere substancialmente Temer de Dilma é ele saber que, sem o ajuste fiscal, não há crescimento econômico decente, algo que Dilma ignorava", diz Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos.

Mas o acerto inicial não garante que a relação vai longe sem uma renovação dos votos - e nisso o governo tem pecado. Zeina reforça que há uma certa compreensão quanto às limitações políticas do momento. Antes do impeachment, o governo interino não tem legitimidade. Mas já causa um certo mal-estar, diz, o fato de parecer que ele usa essa limitação como "desculpa" para fazer concessões.

Nesse momento, o cenário externo também ajuda porque há muita liquidez internacional e poucas boas opções de investimento, o que favorece o Brasil. Mas isso pode virar de uma hora para outra.

"O governo vem cedendo em pontos importantes, como o reajuste dos servidores, está testando os limites do mercado, o que não é sábio", diz Zeina. "Diante das críticas que atrai, o próprio governo diz que tudo será diferente após o impeachment, ou seja, ele mesmo define até onde vai a lua de mel."

Causa especial preocupação o rumo do projeto de lei que trata da renegociação da dívida dos Estados. Entre as contrapartidas iniciais estava a fixação de limites para despesas dos três poderes nos Estados - Executivo, Legislativo e Judiciário. Esse último pressionou para não ser incluído, alterando a proposta.

Apesar de o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, insistir que o governo não cedeu, nem teve perdas, essa não é a avaliação dos economistas. "A percepção é que o governo está perdendo a mão na negociação das dívidas e o ideal é que sejam, de alguma forma, revertidas, nem que seja no Senado", diz Evandro Buccini, economista da Rio Bravo Investimentos.

Contra

A eleição municipal tende a jogar contra. Até o voto derradeiro chegar à urna, em 30 de outubro, no segundo turno, boa parte dos congressistas vai evitar temas espinhosos, como as reformas da Previdência e trabalhista, que fazem parte do ajuste. Ainda assim, a avaliação é que o governo já será obrigado a ser firme. "Entre outubro e dezembro, o mercado vai querer ver o processo do ajuste fiscal se acelerar", diz o economista Alberto Ramos, diretor do Grupo de Pesquisas Econômicas para América Latina do banco americano Goldman Sachs.

O economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otavio de Souza Leal, chama atenção para um outro risco, o de que, após o impeachment, a economia engate uma trajetória mais firme de recuperação e isso acabe ajudando a arrecadação de impostos, tirando o senso de urgência no saneamento das contas públicas. "Se o Congresso perder esse senso de urgência, deixar tudo para depois das eleições municipais, o mercado vai cobrar."

Diante de um cenário de cobrança mais apertada, a visão é que talvez fosse produtivo reavaliar a estratégia. Ramos lembra que o governo focou na adoção de medidas com efeito estrutural e de longo prazo, como a PEC do Teto, a Proposta de Emenda Constitucional que limita o crescimento dos gastos públicos. Mas ele ressalta que seriam importantes para o ajuste medidas paralelas de curto prazo.

Ajustes longos são considerados arriscados. Primeiro porque o próprio cidadão pode se cansar e se opor. "Vimos em outros países que a sociedade desenvolve uma certa fadiga ao ajuste se ele se prolonga", diz Ramos. A segunda razão é que o mercado tem baixa resistência a espera.

"Concentrar a estratégia no gradualismo fiscal significa que vai demorar muitos anos até o primário subir a um superávit necessário para estabilizar a dívida e isso requer que o mercado seja paciente por um tempo muito longo", diz.

Adotar medidas de curto prazo teria um duplo efeito positivo: realimentar as boas expectativas, renovando a lua de mel, e antecipar a recuperação econômica, vital para melhorar a arrecadação. "O governo tem considerado a PEC do Teto a mãe de todas as medidas, mas isso me incomoda porque a recuperação será lenta", diz Andrei Spacov, sócio e economista do Gávea

Investimentos

Ele apresenta os números: "O que os economistas gostariam de ver é o primário ir de menos 2,5% neste ano a menos 0,5% ou zero em 2018 - foi a trajetória em países que tiveram urgência com o ajuste", diz. Recorrendo apenas à PEC do Teto, o fim do déficit demora: só viraria em 2021 e a dívida bruta só se estabilizaria em 2026, em níveis acima de 90% do PIB (Produto interno Bruto). Spacov diz que, para agilizar o processo, é preciso melhorar a receita, o que pode significar elevar impostos.

A concretização do ajuste, porém, depende acima de tudo de "vontade política" - e isso será uma prova de fogo para o PMDB, avalia José Marcio Camargo, economista da gestora de recurso Opus. Ele lembra que esta é a terceira vez que o PMDB chega ao poder "por acidente". "A primeira foi com José Sarney nos anos 80 que, preocupado em conseguir cinco anos de mandato, não fez os ajustes necessários - e deu tudo errado.

A segunda foi com Itamar Franco que, impedido de se reeleger, enfrentou o risco de adotar o Real no anos 90 - e deu certo", diz Camargo. "Temer precisa decidir se quer ser Sarney ou Itamar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os homossexuais poderão doar sangue na França a partir de 2016, anunciou nesta quarta-feira a ministra da Saúde, Marisol Touraine, que explicou uma aplicação "por etapas" e o "respeito absoluto à segurança dos pacientes".

A exclusão permanente das doações de sangue dos homens que tiveram relações sexuais com pessoas do mesmo sexo foi instituída na França nos anos 1980, sob a alegação do risco de contaminação pelo vírus da Aids.

"Doar sangue é um ato generosidade, de cidadania, que não pode estar condicionado a uma orientação sexual. Em respeito à segurança absoluta dos pacientes, hoje retiramos um tabu e uma discriminação", declarou a ministra ao apresentar as medidas destinadas a acabar com a exclusão.

O presidente francês, François Hollande, havia prometido acabar com a proibição na campanha eleitoral de 2012.

Para garantir a segurança dos receptores, esta "abertura será feita por etapas", disse a ministra.

A partir da primavera de 2016 (outono no Brasil), a "doação de sangue total" - a forma mais comum na qual são extraídos todos os componentes do sangue (células e plasma) - será aberta aos homens que não tiveram relações homossexuais durante 12 meses, após um questionário e uma entrevista.

O governo também estabelecerá uma segunda possibilidade, no mesmo prazo: os homens que durante os últimos quatro meses não tenham mantido relações homossexuais ou que tenham mantido apenas um parceiro poderão doar plasma (parte líquida do sangue), graças à criação de um sistema que permitirá deixar o plasma em isolamento durante quase dois meses e meio para assegurar a inocuidade.

Este sistema seguro permitirá, além disso, às autoridades de saúde realizar um estudo sobre os novos doadores.

Se o estudo demonstrar que não há risco, as regras de doação de sangue dos homossexuais (ou homens que tiveram pelo menos uma relação sexual com outro homem) se aproximarão das regras gerais aplicadas aos demais doadores. Esta segunda etapa começaria em 2017, segundo o ministério.

Anfitrião da agenda da presidente Dilma Rousseff (PT) nesta sexta-feira (21), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), cumpriu o protocolo e participou de todos os eventos junto com a petista. Ao ser convidado para discursar durante a edição do Dialoga Brasil no Recife, o pessebista foi surpreendido com vaias entoadas por militantes petistas. As recepções negativas puderam ser confundidas com coros de “vai avançar, vai avançar, unidade popular” e aplausos.

Rebatendo as posturas petistas, Câmara iniciou o discurso condenando a intolerância. “Não vamos superar esta crise com intolerância em nenhum dos lados. Sou testemunha das conquistas que o país teve durante os últimos 30 anos”, cravou. “A partir de agora temos que garantir essas conquistas. Por isso que é importante termos ferramentas como esta (o Dialoga Brasil) onde a população pode se expressar e fazer com que se melhore ainda mais”, acrescentou.

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Sendo interrompido duas vezes por vaias, Câmara minimizou sua fala e concluiu se colocando, mais uma vez, à disposição da presidente para superar a crise econômica e política que o país vive atualmente.

“Quero mais uma vez dizer à presidente que o momento exige a unidade nacional. Pernambuco não vai se eximir para que o Brasil volte a crescer. Vamos trabalhar por um Brasil melhor”, concluiu.  

Ao lado de Dilma, Paulo Câmara participou nesta sexta-feira da inauguração de um trecho do eixo norte da Transposição do Rio São Francisco, em Cabrobó, no Sertão. E da reunião com empresários pernambucanos na Fiepe.

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