Tópicos | Tóquio-2020

A seleção brasileira feminina de ginástica artística está fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio pela primeira vez desde 2000. Neste sábado, a equipe não teve um bom desempenho no Mundial, perdeu a experiente Jade Barbosa por lesão e acabou ficando na 14ª posição - são 12 as classificadas.

Em Stuttgart, o grupo é formado por Thaís Fidélis, Flavia Saraiva, Lorrane Oliveira, Letícia Costa e a própria Jade. Apenas Flavinha conseguiu vagas nas finais do individual geral (garantindo um lugar para o Brasil na Olimpíada), do solo e da trave. "Eu treinei 12 anos da minha vida e não vou desperdiçar. Todas estarão torcendo por mim e vou lutar até o final", avisou a ginasta, em entrevista ao SporTV.

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As atletas sabiam que não seria fácil, mas a vaga era possível. Só que a seleção perdeu meses atrás sua principal ginasta, Rebeca Andrade. Depois, teve a lesão de Carolyne Pedro e no momento da competição Jade se machucou, desfalcando ainda mais o time. "Na hora que aterrisei na chegada do salto, já senti meu joelho. Já fiz muito pelo Brasil e agora foi um dia que não aconteceu. Tive de ser madura para identificar que não dava para continuar", disse Jade.

Bastante emocionada, ela lamentou a ausência da vaga nos Jogos de Tóquio, mas pediu cabeça erguida para suas companheiras. "A gente não esperava isso. Temos uma equipe incrível, madura, mas não conseguimos vir com ela para cá na Alemanha por causa das lesões. Demos o máximo, tenho orgulho da equipe, e tenho certeza de que as próximas vagas vamos agarrar com toda força", continuou.

A seleção brasileira marcou 157,596 pontos, abaixo da Espanha, que fez 159,021 e ficou com a última vaga olímpica. Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, o Brasil ficou com o bronze ao fazer 158,550 (e lá no Peru também não teve Jade, machucada). "Todo mundo trabalhou muito duro, mas não foi um ano fácil. Todas lutaram até o último segundo. Como a gente é uma equipe, não vamos desistir. Não é nossa última Olimpíada e 2024 está aí", explicou Flavinha.

Se de um lado havia tristeza para o Brasil, do outro era muita festa dos norte-americanos. Simone Biles confirmou seu favoritismo, liderou o individual geral e levou o time dos Estados Unidos à primeira posição. Além disso, ela conseguiu completar dois movimentos inéditos e eles serão homologados com seu nome no Código de Pontuação da ginástica artística.

Neste domingo será a vez de a equipe masculina do País tentar sua vaga olímpica no Mundial de Ginástica Artística. Arthur Zanetti, Arthur Nory, Caio Souza, Francisco Barretto e Lucas Bittencourt vão tentar carimbar o passaporte do Brasil para os Jogos de Tóquio.

Depois de Guilherme Dalla Dea anunciar a lista de 21 jogadores para a disputa do Mundial Sub-17 e de Tite chamar 23 para amistosos do time principal em Cingapura, foi a vez nesta sexta-feira, na sede da CBF, no Rio de Janeiro, do técnico André Jardine convocar 23 atletas para a seleção sub-23 para amistosos em outubro que servem de preparação para o Pré-Olímpico, que será em janeiro na Colômbia. Nela, as presenças de Pedro e Rodrygo e a ausência de Vinicius Junior chamaram mais a atenção.

Visando a conquista de uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 para tentar repetir a medalha de ouro conquistada no Rio-2016, a seleção sub-23 já fez dois amistosos neste mês - contra Colômbia e Chile, em São Paulo - e enfrentará Venezuela e Japão nos dias 10 e 14 de outubro, respectivamente, no Recife. Em novembro, disputará as duas últimas partidas antes do Pré-Olímpico.

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De fora dos jogos contra Colômbia e Chile, Pedro e Rodrygo foram chamados para o setor de ataque. O primeiro, recém contratado pela Fiorentina junto ao Fluminense, participou da conquista do título do Torneio Maurice Revello (antigo Torneio de Toulon), na França, em junho, e volta à seleção. O segundo ganha mais uma oportunidade no momento em que começa a ganhar chances no time principal do Real Madrid com o técnico francês Zinedine Zidane.

Temendo problemas com o mesmo Real Madrid para uma liberação em janeiro para o Pré-Olímpico, Vinicius Junior ficou de fora da seleção sub-23. Jardine explicou que a situação o obriga a não convocá-lo. "Existem atletas que nós acreditamos estar em um outro momento. Temos a consciência da dificuldade que seria contar com ele lá em janeiro, no Pré-Olímpico", disse o treinador brasileiro sobre o atacante que também não foi chamado desta vez por Tite no time principal.

Além de Pedro e Rodrygo, outras novidades da lista são o meia Bruno Guimarães, um dos destaques do Athletico-PR na conquista do título da Copa do Brasil, e o atacante Malcom, ex-Corinthians e Barcelona que atualmente joga no Zenit St.Petersburg, da Rússia.

"Realmente o Bruno Guimarães é um jogador com nível de excelência em suas escolhas, a gente já há bastante tempo acompanha. Gostaríamos de ter trazido antes, algumas situações impediram isso. Essa convocação faz justiça à sua qualidade", ressaltou Jardine.

No Recife, a seleção brasileira enfrentará a Venezuela no estádio dos Aflitos, casa do Náutico que passou por uma grande reforma recentemente, no dia 10 de outubro, e o Japão na Arena Pernambuco, usado na Copa do Mundo de 2014, no dia 14.

Confira a convocação da seleção brasileira sub-23:

Goleiros - Cleiton (Atlético-MG), Daniel Fuzato (Roma-ITA) e Ivan (Ponte Preta);

Laterais - Emerson (Betis-ESP), Guga (Atlético-MG), Caio Henrique (Fluminense) e Filipe Jonatan (Santos);

Zagueiros - Bruno Fuchs (Internacional), Ibañez (Atalanta-ITA), Luiz Felipe (Lazio-ITA) e Lyanco (Torino-ITA);

Meio-campistas - Bruno Guimarães (Athletico-PR) Douglas Luiz (Aston Villa-ING), Mauro Junior (Heracles Almelo-HOL), Pedrinho (Corinthians), Wendel (Sporting Lisboa-POR) e Allan (Fluminense);

Atacantes - Antony (São Paulo), Malcom (Zenit St.Petersburg-RUS), Matheus Cunha (RB Leipzig-ALE), Paulinho (Bayer Leverkusen-ALE), Pedro (Fiorentina-ITA) e Rodrygo (Real Madrid-ESP).

Roger Federer afirmou que decidirá em breve se participará dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. O lendário tenista suíço revelou que o seu calendário de competições no próximo ano está planejado até o Grand Slam de Wimbledon, que termina em 12 de julho. E no dia 25 do mesmo mês começam as disputas do tênis da Olimpíada, que terminam em 2 de agosto, menos de uma semana antes de ele comemorar o seu 39º aniversário.

Falando antes da Laver Cup, torneio que ocorrerá entre esta sexta-feira e domingo, em Genebra, na Suíça, o recordista de títulos de Grand Slam disse que está "muito empolgado com a perspectiva" de estar presente no grande evento na capital japonesa.

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"Eu acho que vou decidir sobre os Jogos Olímpicos nas próximas semanas, espero que no próximo mês ou em breve", avisou o suíço, em uma entrevista transmitida por um canal de TV público do seu país. Ele deixou transparecer que a questão física será o mais importante para a tomada desta decisão. "Eu apenas tenho de ver como estará a minha família e como estará o meu corpo", explicou ao comentar a possibilidade de disputar os Jogos de 2020, que seriam o quinto de sua trajetória olímpica.

Federer, por sinal, conheceu a sua esposa, Mirka, que é uma ex-tenista, durante a sua participação na Olimpíada de Sydney-2000, na Austrália, e por duas vezes foi o porta-bandeira da Suíça durante cerimônias de abertura dos Jogos. "Este tem sido um evento especial para mim", ressaltou o atleta nascido em 8 de agosto de 1981.

Ao longo de suas participações na Olimpíada, Federer foi medalhista de ouro no torneio de duplas do tênis masculino em Pequim-2008, atuando ao lado do seu compatriota Stan Wawrinka, e também faturou uma prata na competição de simples da modalidade em Londres-2012, onde caiu na final diante do britânico Andy Murray na quadra central de Wimbledon. Depois disso, ele acabou ficando fora dos Jogos do Rio-2016 por estar lesionado.

LAVER CUP - Na Laver Cup que começa na próxima sexta-feira, o atual terceiro colocado do ranking mundial vai integrar o chamado Time Europa, que também conta com o espanhol Rafael Nadal, vice-líder da ATP, o austríaco Dominic Thiem (5º), o alemão Alexander Zverev (6º), o grego Stefanos Tsitsipas (7º) e o italiano Fabio Fognini (11º). Esta equipe terá como capitão o lendário ex-tenista sueco Bjorn Borg.

O evento, em homenagem ao australiano Rod Laver, que venceu 11 títulos de Grand Slam entre 1960 e 1969, entrou no calendário oficial da ATP neste ano e ainda tem a presença do Time Mundo, cujo capitão é o ex-tenista John McEnroe. Esta equipe é formada pelos norte-americanos Taylor Fritz, John Isner e Jack Sock, pelos canadenses Milos Raoni e Denis Shapovalov, além do australiano Nick Kyrgios.

As altas temperaturas no Japão obrigaram o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 a fazer um evento-teste nesta sexta-feira para lidar com o calor e o foco desta vez serão os torcedores. Para minimizar o desconforto, haverá uma "chuva" de neve artificial para diminuir a sensação térmica do público.

O experimento será realizado nas provas de canoagem velocidade. "A neve artificial cairá nas arquibancadas dos espectadores que estarão expostos ao sol, já que o teto cobre apenas metade dos assento. Não está decidido que usaremos esse sistema no próximo ano para os Jogos, mas queríamos testá-lo e ver sua eficácia", disse o Comitê Organizador da Olimpíada.

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Para gerar essa neve artificial, são usados pequenos equipamentos que podem fazer até uma tonelada de neve por dia. A ideia é borrifar em cima dos atletas e competidores para diminuir o calor e evita maiores problemas em decorrência disso - desde o final de julho, mais de 57 pessoas morreram e mais de 1.800 foram hospitalizadas por causa das altas temperaturas.

Os Jogos de Tóquio serão realizados de 24 de julho a 9 de agosto de 2020. A Paralimpíada vem um pouco depois, entre 25 de agosto e 6 de setembro. Na capital japonesa, os termômetros têm registrado mais de 35°C com frequência, com umidade relativa do ar acima de 80%, o que aumenta a sensação térmica.

Ciente disso, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) tem enviado profissionais frequentemente para o Japão a fim de planejar a melhor estrutura possível para os atletas nacionais que estarão na competição no próximo ano. Recentemente, antes do Mundial de Judô, os brasileiros treinaram em um tatame que ao redor possuía alguns ventiladores para refrescar o ambiente.

"O COB está enviando atletas para o Japão ao longo dos últimos dois anos e estivemos lá agora, no mesmo período em que serão os Jogos do ano que vem. O clima é realmente muito quente e úmido. Então, foi importante para termos um cenário do que vamos encontrar", explicou Sebastian Pereira, gerente executivo de Alto Rendimento do COB.

"Já começamos a conversar com o nosso pessoal do Laboratório Olímpico para desenhar o que seria mais vantajoso para cada modalidade. Estamos estudando de acordo com cada uma delas o plano de aclimatação. A melhor estratégia que estamos adotando é a aclimatação com 12 dias de antecedência para grande maioria das modalidades, para que possam se acostumar ao clima e fuso horário", continuou.

Os skatistas mais bem ranqueados no período entre janeiro de 2019 e maio de 2020 participarão dos Jogos Olímpicos de Tóquio no próximo ano. O Brasil poderá disputar medalhas com até 12 atletas, divididos da seguinte maneira: três no Park feminino, três no Park masculino, três no Street feminino e três no Street masculino.

A presença brasileira com o número máximo de competidores vai depender do desempenho dos skatistas ao longo das duas janelas classificatórias estabelecidas pela World Skate para a corrida olímpica. Eduardo Musa acredita que o País conseguirá levar a quantidade máxima. "A posição dos atletas brasileiros é muito boa. Temos 19 atletas entre os 80 do mundo nas quatro vertentes de classificação para a Olimpíada", explica o presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSk).

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Mesmo com os dois Mundiais somando grande quantidade de pontos, Musa diz que não é possível ainda apostar qual pontuação garante um atleta nos Jogos. "Após esses Mundiais termina a primeira janela de classificação e não dá para cravar que alguém já estará classificado. A segunda janela tem mais competições, que vão somar cinco notas, contra apenas duas da primeira janela. Então, está muito cedo para definir algo."

Rayssa Leal, segunda colocada no ranking do Street, tem 11 anos e se conseguir a classificação para os Jogos Olímpicos terá apenas 12 anos em Tóquio. "Quero bater muitos recordes na carreira. Este ano já bati um por ser a mais nova a vencer uma etapa da Street League Skateboarding (SLS), em Los Angeles. Espero que venham muitos outros", avisa.

Responsável por levar as seleções brasileiras de vôlei a três títulos olímpicos, o técnico José Roberto Guimarães revelou que Tóquio-2020 será a sua última Olimpíada da carreira. Assim, ele deve deixar o comando da seleção feminina, onde atua há 16 anos, logo após a disputa do grande evento, em julho do próximo ano.

"Com certeza [será a última Olimpíada]", disse Zé Roberto ao responder pergunta do apresentador Galvão Bueno durante o programa Bem Amigos, do Sportv. "Já estou há 16 anos na seleção feminina. É hora de outro técnico tocar esse trabalho".

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O treinador concedeu a entrevista de Lima, onde foi liderar o time feminino de vôlei nesta semana, nos Jogos Pan-Americanos, no Peru. "Meu sonho de criança era vestir a camisa o meu país, representar numa competição importante. Não posso deixar de estar aqui. Meu último Pan como treinador, tenho que aproveitar os momentos que restam."

Em Lima, Zé Roberto vai contar com uma equipe mista na seleção, que estreará nesta quarta-feira contra Porto Rico. O time masculino, por outro lado, contou com uma equipe B. Nem o técnico Renan Dal Zotto comandou o time, a cargo do auxiliar Marcelo Fronchowiak.

"É um orgulho para mim [estar aqui], jamais poderia imaginar isso nos meus melhores sonhos. Não meço esforços para representar meu país. Vai ser difícil, sufoco de novo, mas vale a pena", comentou Zé Roberto.

Questionado sobre o futuro, ele disse acreditar que a seleção manterá um alto nível mesmo depois de sua saída. "Estamos investindo bem na nossa base, temos uma geração vindo aí para 2024 e 2028 muito boa, no mínimo 10 ou 12 garotas com 1,90 m ou mais. Nunca tivemos uma geração dessa estatura e com qualidade."

Zé Roberto foi responsável por três ouros do Brasil no vôlei em Olimpíadas. Em Barcelona-1992, comandou o time masculino. E, em Pequim-2008 e Londres-2012, conduziu a equipe feminina ao bicampeonato olímpico.

De olho no futuro, o treinador elegeu Paulo Coco, atual treinador do Praia Clube, como seu futuro sucessor na seleção feminina. "Gostaria que o Paulinho assumisse. Ele abe muito de voleibol, mas cabe a Confederação [Brasileira de Vôlei] definir o novo técnico."

Começa nesta segunda-feira, às 10 horas (de Brasília), a venda oficial de ingressos para os brasileiros que pretendem ir ao Japão para assistir aos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Serão mais de 20 mil bilhetes para todas as cerimônias e modalidades. A cerimônia de abertura do grande evento será no dia 24 de julho. A festa de encerramento está agendada para 9 de agosto.

Será estipulado o limite máximo de compra de 30 bilhetes por pessoa, observado os seguintes requisitos por sessão: dois entradas para a cerimônia de abertura e/ou encerramento, quatro para as sessões com entrega de medalhas e seis para as demais sessões.

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A moeda de venda é o iene japonês e o calendário de comercialização dos ingressos encontra-se disponível para consulta no site do Comitê Organizador de Tóquio-2020 (https://tokyo2020.org/en/games/ticket/).

As compras poderão ser feitas com os cartões de crédito autorizados pela MATCH Hospitality AG, sendo a VISA a bandeira oficial para os Jogos Olímpicos. O cartão deverá ter a funcionalidade de segurança 3-D ativa, limite disponível e estar habilitado para compra no exterior.

Além de Tóquio, outras 11 cidades abrigarão competições da Olimpíada de 2020: Yokohama (beisebol, softbol e futebol), Enoshima (vela), Izu (ciclismo), Fukushima (beisebol e softbol), Sapporo, Miyagi, Kashima e Saitama (todas sedes de disputas do futebol), Asaka (tiro), Tsurigasaki (surfe) e Chiba (tae kwon do e esgrima).

O Comitê Organizador informa que pode exigir a comprovação da residência no Brasil para vender os ingressos. E interessados em viajar ao Japão também poderão comprar pacotes turísticos, acomodações ou transporte - individuais ou corporativos - dos subdistribuidores oficiais da MATCH Hospitality AG. Detalhes, no entanto, serão anunciados em breve.

Restando pouco menos de um ano para o início do evento, metade das instalações já está concluída. Serão utilizados 43 espaços, sendo oito novos e permanentes, 25 já existentes e dez temporários.

No mês passado, por exemplo, o Kasai Canoe Slalom Center foi oficialmente inaugurado. O local vai sediar as competições de canoagem slalom e foi construído pelo Governo Metropolitano de Tóquio. É o primeiro curso de canoagem de slalom construído no Japão.

O Estádio Olímpico de Tóquio está 90% completo e programado para terminar em novembro. A arena sediará as cerimônias de abertura e encerramento, além de disputas de futebol e atletismo. Antes de agora ser reformado para esta edição dos Jogos, o estádio foi usado como principal espaço da Olimpíada de 1964, quando a capital japonesa também foi a sede do grande evento.

Os japoneses economizaram R$ 6,9 bilhões ao decidir reaproveitar locais de prova antigos para a Olimpíada que começará a pouco menos de um ano. Tiraram de Tóquio um terço dos 43 pontos de disputa, espalhando-os por 9 províncias, e farão poucas obras - são 25 locações já existentes, 10 temporárias e apenas 8 novas, cuja entrega está adiantada. A estratégia de pulverização das provas, entretanto, tornou mais desafiador para os japoneses garantir a segurança do Jogos Olímpicos de 2020.

"Quando nós nos candidatamos para sediar os Jogos, o plano inicial era de que todos esses locais ficassem dentro de Tóquio, mas havia a questão do 'elefante branco'. Como não queremos desperdiçar as construções depois dos Jogos, decidimos aproveitar o máximo possível as instalações que já temos no país", diz Kentaro Kato, diretor de projetos de relações com a mídia.

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Em entrevista no quartel-general da Olimpíada em Tóquio, ele traçou ao Estado um paralelo com os Jogos do Rio, onde vivia em 2016. "No Rio, foi feito um Parque Olímpico e dentro desse parque ficavam os locais para cada modalidade. Em Tóquio, não vamos criar um espaço único, mas sim utilizar várias instalações espalhadas no Japão. Por isso, temos um desafio de segurança", afirmou Kato. Em Jogos com competições concentradas em um Parque Olímpico, os espectadores se deslocam de uma prova para outra sem ter que passar por novas checagem. Os jornalistas, por sua vez, podem cobrir várias competições no mesmo dia em um curto espaço, sem reiteradas vistorias. No Japão, não será assim.

Em um país de clima ameno, a alta temperatura de julho é um complicador inusitado neste aspecto. Obrigar milhares de turistas a esperar na fila pela revista de segurança sob temperaturas acima dos 30ºC é um risco, agravado, no caso japonês, pela própria falta de espaço para aglomerações. Para ter uma ideia de como o calor é algo levado a sério pelos organizadores, provas como a maratona começarão às 6h. Em 1964, os Jogos foram em outubro para evitar as altas temperaturas.

Uma solução para conseguir uma vistoria eficaz nos visitantes será acelerar o controle sobre jornalistas, atletas e integrantes da organização. "A inspeção de pertences para as pessoas que já têm a credencial deve ser um pouco menos rigorosa do que para os visitantes comuns", diz Kato.

Outra forma de apressar a entrada de quem trabalhará na Olimpíada é a identificação facial, capaz de reconhecer feições em 0,3 segundo. Calcula-se que serão registradas 300 mil pessoas entre atletas, voluntários e equipes de imprensa. Liberando mais rapidamente este grupo, a segurança será mais concentrada nos que vão assistir às provas.

Outro desafio é o tamanho das empresas de segurança japonesas. A organização de Tóquio 2020 calcula que serão necessários 14 mil agentes, mas não há uma companhia no país com tantos funcionários. Ao se contratar várias empresas, fica mais difícil uniformizar os padrões de disciplina.

Na época da aprovação da candidatura, os japoneses planejavam ter 37 locais de prova, 33 deles em Tóquio. No fim, serão 43 locais, 29 na capital. A aposta japonesa em reaproveitar estruturas antigas deixa os organizadores tranquilos em relação à entrega das obras novas. Dos oito locais de prova feitos especialmente para essa competição, cinco já estão prontos.

Entre as obras que faltam está a do novo Estádio Olímpico, construído na área do original demolido - no qual Flamengo, Grêmio e São Paulo foram campeões mundiais. O estádio já está com mais de 90% das obras acabadas. O local mais "atrasado" é o Centro Aquático de Tóquio, que está com 75% das construções terminadas.

"ATLETAS EM PRIMEIRO LUGAR" - Segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), apesar de as provas serem espalhadas por 43 pontos de disputa, o fato de a Vila Olímpica ser centralizada, na Baía de Tóquio, fará com que os atletas tenham acesso rápido e conveniente aos locais de competição.

Ainda de acordo com o COI, "a revisão do plano diretor do local foi realizada pela Tokyo 2020 e pelas Federações Internacionais no espírito de seu conceito de 'atletas em primeiro lugar' e da Agenda Olímpica 2020, que incentiva as cidades-sede a usar locais existentes e temporários sempre que possível para reduzir custos."

De acordo com a entidade, "isso significa que continuará proporcionando aos atletas uma excelente experiência nos Jogos, ao mesmo tempo em que reduz os custos do local e envolverá muito mais a população na organização dos Jogos".

Por fim, em relação à segurança da Olimpíada, o COI afirma que está confiante "de que esse aspecto foi levado em consideração pela 'Tóquio-2020' e pelas autoridades locais" na elaboração do projeto dos Jogos.

A exatamente um ano do início dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, no Japão, os organizadores realizaram nesta quarta-feira uma cerimônia, que contou com as presenças do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe e do alemão Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), para apresentar as medalhas de ouro, prata e bronze que serão dadas aos atletas. Além disso, um relógio com a contagem regressiva de 366 dias foi acionado no centro da capital japonesa.

"Estamos muito satisfeitos com a preparação dos Jogos. E a emoção está aumentando... Vocês viram o interesse sem precedentes na venda de ingressos" disse o chefe da Comissão de Coordenação do COI, o britânico John Coates. Já foram comercializados 3,22 milhões de bilhetes só na primeira fase das vendas domésticas no mês passado. E mais de 200 mil pessoas no Japão e no exterior se candidataram para ser voluntárias nos Jogos.

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Com relação às medalhas, os organizadores destacaram o programa de reciclagem de lixos eletrônicos descartados pela população japonesa, que atingiu oito toneladas de material bruto. Tóquio planeja virar uma cidade sustentável modelo e usará as Olimpíadas para inaugurar o crescimento econômico e as iniciativas ecológicas na capital do país. Entre alguns dos objetivos é diminuir as emissões de gases de efeito estufa e o consumo de energia.

Concebidas pelo designer japonês Junichi Kawanishi, as medalhas foram escolhidas em julho do ano passado, depois de uma competição aberta para profissionais e estudantes de design. "Com seus anéis brilhantes, espero que as medalhas sejam vistas como um tributo aos esforços dos atletas, refletindo sua glória e simbolizando sua amizade", disse Kawanishi.

As medalhas de ouro são banhadas a prata pura com cerca de seis gramas de ouro. As de prata são prata pura, enquanto que as de bronze são feitas de uma forma resistente à corrosão contendo zinco. O lado da medalha com o símbolo dos Jogos de Tóquio-2020 terá também o nome do evento para o qual é apresentado.

No evento desta quarta-feira, Thomas Bach disse que "nunca viu uma cidade tão bem preparada" como Tóquio. O presidente do COI destacou "o compromisso e a cooperação" das autoridades japonesas para 2020, e estava confiante de que, graças a isso, o evento será "um sucesso para o Japão e também para toda a comunidade olímpica".

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, expressou o seu desejo de que as Olimpíadas sirvam para impulsionar a economia do país e, em particular, a reconstrução e recuperação de áreas castigadas pelo terremoto e tsunami de 2011.

As Olimpíadas de Tóquio serão realizadas entre os dias 24 de julho a 9 de agosto de 2020, enquanto que os Jogos Paralímpicos acontecerão entre 25 de agosto e 6 de setembro.

A entrada do surfe na Olimpíada de Tóquio, em 2020, fez o Brasil ter uma nova representante no Circuito Mundial desde abril de 2018. Tatiana Weston-Webb, que antes representava o Havaí, passou a competir pelo país onde nasceu. Na Olimpíada, o Havaí não é considerado uma nação esportiva como no surfe. Então, entre poder representar os Estados Unidos ou o Brasil, Tatiana decidiu pela bandeira verde e amarela.

Filha de mãe brasileira e pai inglês, Tatiana nasceu em Porto Alegre, mas com apenas dois meses mudou-se com a família para o Havaí. "Eu amo o Brasil, é minha segunda casa", diz a surfista de 23 anos.

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Como o Brasil tem poucas surfistas de alto nível, a entrada de Tatiana foi boa para ambas as partes. Enquanto ela enfrenta uma concorrência menor do que seria se estivesse representando os Estados Unidos, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) vislumbra oportunidade de medalha no surfe feminino.

O principal método de classificação à Olimpíada é o ranking do Circuito Mundial, que, se terminasse hoje, garantiria Tatiana em Tóquio no ano que vem. Atualmente, ela é a oitava colocada, atrás de duas australianas e cinco americanas.

Como cada país poderá ter apenas duas representantes na Olimpíada, ela só ficará fora se for ultrapassada por quatro surfistas de outras nacionalidades. Algo tão improvável que Tatiana já pensa até em conquistar uma medalha em 2020. "Já imaginei isso. É um sonho chegar lá (pódio). Estou lutando muito", afirma.

Como passou a representar o Brasil, Tatiana começou a receber apoio do COB. Ela agora tem um técnico à disposição para acompanhá-la durante as etapas do Circuito Mundial e ajuda financeira para os gastos com viagens e hospedagens. O COB também oferece o centro de treinamentos no Rio de Janeiro, mas ela ainda não teve tempo de trabalhar lá. "Estão me ajudando bastante. Estamos lutando para criar um time brasileiro bem forte", comemora.

Além de evoluir no surfe, Tatiana tem outro objetivo até a Olimpíada: dominar a língua portuguesa. Ela ainda "enrosca" em algumas palavras, mas não perde o bom humor: "É mais difícil falar português do que surfar (risos). Estou tentando melhorar a cada dia".

Alguns dos mais famosos personagens de quadrinhos do País irão se engajar na torcida pelo Brasil nos Jogos Olímpicos do Tóquio, no próximo ano. Isso porque o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a Mauricio de Sousa Produções firmaram uma parceria de marketing envolvendo a Turma da Mônica, criada há 60 anos.

"A Mônica, o Cebolinha, a Magali, o Cascão e todos os outros personagens da Turma da Mônica vão entrar na torcida do Time Brasil, assim como muitos outros torcedores brasileiros da idade deles ou mais velhos, que cresceram lendo as histórias dos meus filhos. É um orgulho muito grande fazer parte do Brasil nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020", disse o cartunista Mauricio de Sousa, em declaração publicada no site do COB.

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Durante a apresentação, o criador dos famosos personagens apresentou imagens da Mônica, do Cebolinha, da Magali e do Cascão usando uniformes do Time Brasil dentro de um estádio olímpico.

O acordo foi firmado na noite de quarta-feira na Japan House, em São Paulo. Além da parceria com Mauricio de Sousa Produções, o COB apresentou detalhes de suas operações no Japão para os Jogos de Tóquio-2020. Durante a Olimpíada, o comitê pretende instalar sua já tradicional Casa Brasil na região de Ariake, perto dos locais de competição de vôlei, skate, tênis e ginástica artística.

"Essa noite (de quarta-feira) foi um grande marco para o Comitê Olímpico do Brasil. Conseguimos mostrar aos convidados o trabalho que há muito tempo estamos fazendo para dar toda a estrutura necessária aos nossos atletas durante os Jogos Olímpicos. Assim como apresentamos grandes oportunidades que as empresas terão para ativar suas marcas no Japão. A parceria e os projetos apresentados aqui são uma prova da credibilidade que o COB alcançou ao trabalhar baseado nos pilares de transparência, meritocracia e austeridade", disse Paulo Wanderley Teixeira, presidente do COB, em declarações reproduzidas nesta quinta-feira pelo site oficial da entidade.

Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio revelaram nesta sexta-feira que 3,22 milhões de ingressos foram vendidos na primeira fase de comercialização das entradas para pessoas residentes no Japão, com o evento tendo uma demanda por bilhetes superior ao imaginado.

O porta-voz do comitê organizador, Masa Takaya, disse que mais de 90% dos que se candidataram e foram sorteados adquiriram suas entradas. A procura, de acordo com os organizadores, é sem precedentes no Japão, com uma busca pelo menos dez vezes superior ao número de entradas disponíveis.

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Por conta disso, um novo sorteio envolvendo os interessados de "algumas centenas de milhares de ingressos" para moradores no Japão será realizado no próximo mês. O número detalhado não foi revelado, mas envolverá apenas os bilhetes não vendidos na primeira rodada.

Os organizadores de Tóquio-2020 estão tentando satisfazer o público japonês. Mas simplesmente não existem ingressos suficientes diante da demanda. E também há informações de que a procura está sendo alta fora do país.

O Comitê Organizador da Olimpíada colocou 7,8 milhões de ingressos à venda, sendo que 70% estariam destinados aos residentes no Japão. O resto está à venda fora do país, ou vai para patrocinadores, comitês olímpicos nacionais e federações esportivas.

As projeções são de arrecadação de cerca de US$ 800 milhões (aproximadamente R$ 3,05 bilhões) com os ingressos para ajudar a bancar o orçamento operacional do Comitê Organizador de Tóquio-2020 de US$ 5,6 bilhões (R$ 21,3 bilhões). A maior fonte de renda são os cerca de US$ 3 bilhões (R$ 11,4 bilhões) pagos por mais de 60 patrocinadores japoneses.

Quatro skatistas brasileiros cotados para representar o País nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 e com chances de pódio foram anunciados nesta quarta-feira como novos patrocinados da BV, a marca de varejo do Banco Votorantim. Rayssa Leal e Kelvin Hoefler, do street, e Yndiara Asp e Murilo Peres, do park, vão receber um apoio financeiro por um ano, com possibilidade de renovar por mais um.

"Fiquei muito feliz com esse apoio e pelo diferencial da parceria, que incentiva a gente a realizar projetos. Minha meta a longo prazo é poder desenvolver o mercado do skate no Brasil. Tenho ideias para tentar revitalizar pistas, até porque o skate foi minha escola de vida", afirmou Murilo Peres.

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Os valores de patrocínio não foram revelados. A intenção da BV é ajudar atletas promissores e expandir a plataforma que foi lançada em novembro do ano passado unindo esporte e educação por meio da inclusão. "O skate está vindo de uma transição de estilo de vida para competição e é uma modalidade que tem muito pouco apoio fora do meio", explicou Gabriel Ferreira, diretor executivo do Banco Votorantim.

A presença da instituição financeira numa modalidade de esporte radical evidencia o momento do skate no mundo. Após entrar no programa olímpico, ele está pulando os muros da comunidade do skate e chamando a atenção de grandes empresas de outros setores da economia.

"O fato de o skate entrar na Olimpíada faz ele ser mais respeitado e visto por outros olhos. É muito bom esse apoio de marcas fora do skate, que ajuda a nos dar suporte para viver disso. Está melhorando bastante e vejo até pessoas mais velhas, que antes tinham certo preconceito, começam a te admirar. O cenário está mudando", comemora Yndiara Asp.

Além do quarteto do skate, a BV apoia institutos de nomes que fizeram história no esporte nacional, como Serginho Escadinha e Ana Moser (vôlei), Flávio Canto (judô), Marcelinho Machado (basquete), Mauro Menezes (tênis) e Bob Burnquist (skate). Para este ano, o foco será nesses seis projetos. "Mas com certeza daremos apoio para outras verticais no futuro, mas não agora", avisou Ferreira.

Rayssa Leal era a Fadinha do skate até pouco tempo atrás. Aos 11 anos, a pequena atleta nascida em Imperatriz, no Maranhão, resolveu deixar para trás o apelido que ganhou nas redes sociais. Mudou a maneira como se apresenta e abandonou a fantasia de fada que a fez viralizar, mas não perdeu o encanto. Pelo contrário. Desde o fim do ano passado, Rayssa integra a seleção brasileira na modalidade street, que consiste em uma pista que simula obstáculos de rua como escadarias, rampas e corrimões.

Ela está pronta para representar o Brasil em Tóquio. Caso o ranking internacional que classifica os skatistas para os Jogos Olímpicos de 2020 fechasse hoje, Rayssa estaria credenciada para a competição - não há limite de idade para se classificar. Ela é a 3ª melhor do mundo e a segunda do Brasil. Mas a menina agitada, cheia de energia e de sorriso fácil, ainda com aparelho na boca, não leva tudo isso tão a sério.

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Treina três horas todos os dias, exceto aos domingos, e encara as competições como um momento de diversão. "Para mim é como se fosse uma brincadeira de rua, mas saber que eu consigo ajudar meus pais com isso é meu maior orgulho", diz Rayssa ao Estado.

De fato, o começo não foi dos mais fáceis. A primeira vez que a pequena subiu em cima das quatro rodinhas foi aos 6 anos, quando ela pediu um skate de aniversário. Rayssa confessa que foi "um pouquinho difícil" no começo, mas um ano depois já estava competindo. Aprendeu tudo por conta própria, vendo vídeos no celular e repetindo cada manobra inúmeras vezes até conseguir. Para isso, deixou de lado a boneca, que nunca foi seu brinquedo favorito, e aproveitou o tempo longe de outras crianças para se dedicar.

O incentivo de inscrevê-la em torneios partiu dos skatistas que frequentavam a mesma pista que ela, ao perceberem seu talento. Os pais decidiram, então, atravessar o Brasil para levá-la ao Campeonato Brasileiro de Street Infantil, em Santa Catarina. "Não tínhamos dinheiro para a passagem de volta nem para nos alimentarmos direito todos os dias lá", conta Lilian Leal, mãe de Rayssa. Em sua estreia competindo, a maranhense foi campeã. De quebra, ela conquistou o público a ponto de os donos dos food trucks que participavam do evento juntaram dinheiro para ajudar sua família a voltar para casa.

Rayssa foi treinando, melhorando e colecionando títulos, até que sentiu a necessidade de se desafiar em novas categorias. Aos 9 anos, parou de competir entre as crianças e passou a disputar a categoria geral. Ficou um pouco nervosa no começo, mas logo descobriu uma maneira de se tranquilizar. "Fico pensando no meu irmão e isso me dá incentivo para ir bem", revela antes de dizer que Arthur Felipe, de 4 anos, é fã de futebol como ela. Corintiana, Rayssa também arruma tempo entre os estudos, lições de casa e sessões de fisioterapia para atuar de lateral-direita na escolinha de futebol que frequenta duas vezes por semana.

Mas não se engane, não restam dúvidas quando ao que ela quer no futuro: "skatista profissional", responde, certeira. O objetivo principal já foi estabelecido. "Desde quando surgiu a ideia de colocar o skate na Olimpíada já pensei na possibilidade de estar na seleção brasileira. Meu sonho é ganhar uma medalha de ouro e acho que consigo", diz. Para isso, o primeiro passo é continuar bem no ranking.

O próximo compromisso de Rayssa é no tradicional Dew Tour, torneio que ocorre em Long Island, na Califórnia. De 13 a 16 de junho, os principais nomes tanto do park quanto do street estarão competindo pelo pódio e, portanto, por pontos na corrida olímpica. "Eu não estou mais nervosa como estava nos últimos campeonatos. Como estou indo bem, acho que consigo pegar um pódio lá também", projeta a garota.

Os atletas do Brasil abriram nesta semana um período de treinamentos em solo japonês, visando a preparação e a ambientação no país de olho na disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Os trabalhos tiveram início com o atletismo, que será seguido por outras oito modalidades em atividades no Japão até novembro.

Na quarta, um grupo de velocistas brasileiros começaram os treinos na cidade de Saitama, de olho também no Mundial de Revezamento, que será disputado em Yokohama nos dias 11 e 12 de maio. Ao todo, serão dez dias de trabalho na principal base de apoio do Time Brasil no Japão, na Universidade de Rikkyo.

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De acordo com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), a expectativa é de que 120 atletas de dez modalidades utilizem a instalação no próximo ano. A entidade contará ainda com mais sete estruturas para dar suporte aos atletas antes e durante os Jogos Olímpicos: Chiba, Enoshima, Hamamatsu, Sagamihara, Ota, Koto e Chuo.

O atletismo do Brasil permanecerá em Saitama até 8 de maio. Em julho, os atletas da maratona aquática e da natação vão treinar na mesma cidade. Os primeiros ficarão na cidade entre os dias 3 e 9. Dois dias depois, os esportistas da natação terão como período de treinamento os dias 11 a 18.

O triatlo treinará em Sagamihara entre 2 e 12 de agosto. No mesmo mês, os judocas brasileiros ficarão em Hamamatsu entre 14 e 24. Na sequência, os atletas do karatê vão treinar em Saitama entre 26 de agosto e 4 de setembro. A cidade de Ota vai receber o vôlei masculino e o handebol feminino, entre 25 e 29 de setembro e entre 18 e 29 de novembro, respectivamente.

A vela será a modalidade que mais tempo permanecerá em solo japonês pelo calendário já divulgado pelo COB. Os atletas vão ficar na cidade de Enoshima entre 1º de julho e 3 de setembro.

"Chegamos a um ano-chave em nosso planejamento para os Jogos Olímpicos de Tóquio e por isso é fundamental levarmos nossos atletas com o máximo de antecedência para testar as bases de apoio do COB no Japão", afirma o diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara.

"Ofereceremos ao Time Brasil a melhor estrutura possível e acreditamos que a adaptação será muito boa. Competir do outro lado do mundo tem inúmeros desafios, mas estamos nos antecipando para que durante os Jogos nossos atletas tenham condições de apresentarem suas melhores performances da vida", comenta o dirigente.

A maior preocupação do COB é a adaptação ao clima e ao fuso horário do Japão. Além disso, a entidade se prepara para fornecer alimentação brasileira aos atletas. Em razão dos desafios de logística, o COB avalia que terá pela frente a operação mais complexa da história olímpica do País.

A organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio divulgou nesta terça-feira os horários determinados para as 339 competições das 33 modalidades que integrarão o calendário do grande evento, que será realizado entre os dias 24 de julho e 9 de agosto de 2020.

Com a esperança de evitar os efeitos do calor que costuma ser intenso nesta época do ano na capital japonesa, assim como em alguns casos para atender interesses de canais de TV de outros países que transmitirão algumas modalidades em horários mais atrativos para os seus respectivos telespectadores e patrocinadores, os organizadores definiram uma agenda que obrigará muitos competidores e o público a madrugarem em algumas disputas da Olimpíada.

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A final masculina da prova da marcha de 50km, por exemplo, foi marcada para começar às 5h30 no horário local, enquanto as provas da maratona para homens e para mulheres serão iniciadas às 6 horas. A maratona aquática é outra que terá sua programação começando bem cedo, às 7h, enquanto as disputas do triatlo serão abertas às 7h30.

O softbol, esporte que entrou no programa olímpico de Tóquio e só terá uma categoria feminina, teve algumas de suas partidas agendadas para as 9 horas. Enquanto isso, o beisebol, outra modalidade inserida nesta Olimpíada, não terá nenhum jogo sendo iniciado antes do meio-dia, pelo horário de Tóquio.

Estes dois esportes saíram do programa dos Jogos depois de terem feito parte de Pequim-2008, na China, e voltarão a ser realizados nesta edição da Olimpíada por causa da popularidade que possuem no Japão.

Há 55 anos, os Jogos Olímpicos de Tóquio de 1964 foram realizados no outono e, na época, não enfrentou problemas com o calor. Porém, na era moderna o evento não pode ocorrer nesta estação no Japão, pois se chocaria com o abarrotado calendário do futebol europeu e com o ciclo de disputas das quatro grandes modalidades dos Estados Unidos ao longo de todo o ano: futebol americano, beisebol, basquete e hóquei.

Os organizadores da Olimpíada consultaram os horários com o Comitê Olímpico Internacional (COI), com os órgãos reguladores dos diferentes esportes, com competidores e especialistas médicos, garantiu Koji Murofushi, diretor esportivo dos Jogos de Tóquio e medalhista olímpico de ouro em Atenas-2004 na prova do lançamento do martelo.

"Quando vemos os Jogos Olímpicos em geral, é claro que temos que considerar o público global e ajustar e controlar o cronograma como um todo", ressaltou o dirigente nesta terça-feira. "Os atletas, quando conhecem a sua programação com antecedência, podem fazer um ajuste para se prepararem", reforçou.

Como já havia sido anunciado anteriormente, as finais da natação de Tóquio-2020 começarão às 10h30 locais. Neste caso, este horário não foi definido por causa do calor no Japão, mas para permitir que as emissoras de TV dos Estados Unidos, país que é a maior potência desta modalidade, possam transmitir estes eventos em horário nobre e também de maior audiência no país. O canal norte-americano NBC paga bilhões ao COI para garantir os direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos.

A primeira medalha de ouro da Olimpíada de Tóquio-2020 será definida no tiro, na prova feminina da carabina de ar de 10 metros, marcada para ocorrer em 25 de julho, um dia depois da cerimônia de abertura dos Jogos. Já para 8 de agosto, véspera da festa de encerramento, a organização programou um "super sábado" com cerca de 30 finais, incluídas as masculinas de esportes coletivos como o basquete, o futebol e o beisebol.

A modalidade mais difícil de ser planejada é o surfe, adicionado ao programa olímpico para esta próxima edição dos Jogos. Os organização reservou uma janela de oito dias para o evento, confiando de que em pelo menos metade destes dias o mar japonês estará com boas ondas, condição fundamental para a prática deste esporte. Pela agenda de criada para essa disputa, quatro dias são suficientes para que os surfistas participem das baterias eliminatórias e dos confrontos decisivos que determinarão os medalhistas.

Depois de conquistar quatro títulos mundiais no skate vertical, o último deles em 2014, Karen Jonz parou a carreira para ser mãe. Ficou três anos longe das pistas cuidando da filha, Sky. O skate ficou encostado, fraldas e mamadeiras tomaram conta de sua casa. Hoje, a dona de duas medalhas nos X-Games está de volta. Com a menina a tiracolo, ela treina em busca de uma vaga nos Jogos de Tóquio na modalidade park. Aos 33 anos, a veterana une a responsabilidade de mãe e a retomada da carreira como skatista.

Obviamente, a frase "ela treina com a menina a tiracolo" é forçada. A Sky não desgruda da mãe, mas consegue ficar ao lado, só olhando, esperando sua vez. Para ela, é uma brincadeira divertida, o amor da mãe sobre as rodas. Para Karen, é o retorno a um ofício de quase 20 anos. Para facilitar essa parceria, a skatista construiu sua própria pista em sua casa, na zona oeste de São Paulo.

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A vida de mãe esbarra na vida de atleta, não tem jeito. O ponto mais difícil são as competições mais longas. "Ela tem o sono leve. Às vezes tenho de acordar à noite e, pronto, já fico cansada para o dia da competição", conta a skatista. "Nas primeiras competições, eu não queria passar para a final para não ficar muito tempo longe dela", diz. "Mas é ótimo ser mãe e skatista", sorri a veterana.

A maternidade também influenciou sua relação com as rodinhas. "Fiquei desesperada quando caí, machuquei o cotovelo e não consegui pegá-la no colo", diz Karen. "Hoje, tento ser mais assertiva e mais determinada nas manobras. Sou mais cuidadosa."

O socorro - para os tombos e a falta de tempo - vem sempre do marido de Karen, o músico Lucas Silveira, da banda Fresno, que cuida da menina enquanto a mãe compete e treina. Os treinos são controlados no relógio, três vezes por semana, três horas por dia.

Karen e Lucas formam um casal famoso. Além de mãe e skatista, ela é youtuber, empresária e artista. Na porta de sua casa, estão os tênis com sua própria marca. Na parede da sala, um quadro pintado por ela própria. No estúdio, ela toca um projeto musical com o marido, dono do sucesso Maior que as muralhas.

Recomeço. Nesse retorno, Karen está reaprendendo, pois são grandes as diferenças entre o skate vertical - a modalidade na qual ela foi várias vezes campeã nas pistas em formato de "U"- e o park, que vai estrear em Tóquio propondo uma mistura de obstáculos, como piscinas, rampas e caixotes. Para disputar a Olimpíada, Karen precisa ficar entre as três melhores no ranking brasileiro. Em 2018, ela foi a quinta melhor. "A idade não atrapalha. Comecei tarde e sempre disputei com as mais novas. Estou bem fisicamente."

Karen viu o skate mudar ao longo de sua carreira e também deu um empurrãozinho nessa evolução. Foi a primeira brasileira campeã mundial, em um período com pouquíssimas mulheres. Por causa disso, conta, não existiam banheiros femininos. Ela não podia usar top, roupa que hoje é comum. Karen inspira as mais novas como skatista e como mulher. Foi uma das fundadoras da Associação Brasileira do Skate Feminino, batalha pela igualdade das premiações. Articulada e extrovertida, a skatista representa as mais novas, mas não deixa de usar gírias como "tipo" e "cabulosa".

O maior nadador da história do Brasil ainda não sabe como será o seu futuro próximo. Aos 32 anos, Cesar Cielo admite cansaço da rotina de treinos, mas não quer parar de nadar. Quer seguir em forma, porém não sabe qual será sua próxima grande competição. "Não posso abandonar a piscina porque hoje muito da minha vida depende da minha forma física. Vai que daqui a seis meses dá uma vontade de voltar a treinar mais forte, né?", disse o campeão olímpico em entrevista ao Estado.

Após se tornar o brasileiro com o maior número de medalhas em Mundiais, em dezembro, Cielo quer uma vida mais tranquila. Ele não renovou o contrato com o clube Pinheiros e agora faz treinos mais leves na piscina do Centro Olímpico, em São Paulo. O recordista mundial dos 50m e 100m livre já descartou disputar o Troféu Maria Lenk, o que, por consequência, acaba com suas chances de competir nos Jogos Pan-Americanos de Lima e no Mundial, na Coreia do Sul - a principal competição brasileira é seletiva para estes torneios internacionais.

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A Olimpíada de Tóquio-2020, contudo, ainda é uma oportunidade de despedida. Enquanto cogita essa possibilidade, ele preenche sua agenda com clínicas para crianças, eventos de exibição, torneios menores e sua atuação na Fiore, empresa de produtos aquáticos da qual é sócio.

Ao mesmo tempo, projeta mudanças na natação brasileira. Na sua opinião, o treino de alto rendimento no sistema dos clubes tem prazo de validade e os atletas logo precisarão pensar em alternativas. Ele mesmo já tenta alterar esse cenário ao prever uma nova parceria com uma instituição ("não necessariamente um clube"), que deve ser anunciada nos próximos meses.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

O Mundial de piscina curta, no fim do ano, te deu motivação para seguir treinando?

O Mundial foi muito legal, batemos o recorde de medalhas em mundiais (19). Saí de lá satisfeito, mas, sinceramente, isso não teve muita influência na minha decisão de continuar treinando. Neste ano, eu agendei alguns eventos, como essa competição no México. Aí acelerei um pouco o treino. Agora no meio de março vamos para o Peru, tenho uma demonstraçãozinha lá. Nestes eventos, eu não posso dar vexame, né. Continuei treinando para estes eventos e também para promover a minha clínica. Eu sabia que teria que estar envolvido com a piscina de algum jeito.

Ainda não é hora de aposentadoria, então?

Neste primeiro momento eu queria dar uma descansada da rotina. São muitos anos fazendo isso. Mas eu não posso abandonar a piscina porque hoje muito da minha vida depende da minha forma física. Vai que daqui a seis meses dá uma vontade de voltar a treinar mais forte, né? Para deixar essa oportunidade em aberto, não vou decidir nada agora, até porque eu não preciso. Não ter responsabilidade com nenhum clube me dá essa liberdade. Estou com um rotina mais tranquila, fazendo o que me dá prazer: investindo na minha clínica, desenvolvendo os produtos da Fiore e treinando num ritmo menor.

Em comparação ao seu auge, como está o seu nível de treino?

Treino umas cinco vezes por semana na piscina. Nado uma média de 2 mil metros por treino, sempre focado em velocidade e técnica. É parecido com o que eu fazia nos EUA, mas diferente do que se faz nos clubes aqui no Brasil, com treinos mais longos. Mas tem sido uma rotina bem mais tranquila. Tenho tentado fazer muito mais o que me agrada do que o que eu preciso fazer. Por não ter muito este objetivo estabelecido de competir no Maria Lenk agora, temos construído a temporada sem a paranoia de buscar um objetivo. Decidimos que, ali para agosto ou setembro, vamos ver se voltamos para uma rotina de treino mais pesada.

Competir na Olimpíada de Tóquio-2020 é um objetivo real?

Olha, não é descartado. Mas também não vou falar que é um objetivo real. Não sei te responder isso agora. Eu não descartei, mas também não é uma coisa que eu me comprometi 100% a fazer. O que eu não quero é me colocar numa situação em que eu esteja completamente fora de forma lá para outubro porque aí a retomada dos treinos levaria muito tempo. Então, para eu não tirar essa possibilidade da minha vida, estou fazendo esses treinos agora. Mas, se eu for continuar nadando, de 2020 não passa, 2021 está fora de cogitação.

Você está evitando metas longas...

Sim, estou evitando fazer com que a natação fique muito massacrante na minha cabeça, muito cansativa, que se torne chata para mim. Não quero relacionar a piscina com coisas negativas, de ficar de saco cheio, de não querer treinar, de fazer coisas que eu não quero fazer muitas vezes. Se bater a saudade de treinar mais forte ali por agosto, sei que posso subir essa montanha do treinamento, como já fiz várias vezes.

Tentou renovar com o Pinheiros ou foi uma opção sua não renovar?

Foi uma situação que acabou não acontecendo. Meu contrato ia até dezembro mesmo. Quando eu assinei no início de 2017, eu não queria contrato mais longo porque não sabia o que iria acontecer. Não queria prometer nada.

Está à procura de outro clube?

Na verdade, estou procurando outra instituição, não necessariamente um outro clube. Acho, sinceramente, que o sistema clubístico é o que mantém o que temos vivo hoje, mas não é bom para a natação, e nem para o esporte nacional. Não é culpa dos clubes, o problema é o sistema como é feito. É complicado porque o clube é feito para o associado. Jogar um centro de treinamento no meio de um clube sempre vai gerar muito conflito. Hoje é o cenário que temos e o que mantém a natação viva. Mas precisamos buscar uns formatos diferentes para ter a flexibilidade e a liberdade maior para horário de treinamento. Com o clube sempre vai ter que respeitar o horário da escolinha do clube, do associado. Faz parte do processo.

Tem alguma negociação?

Estou conversando com várias pessoas no momento. Quero algo novo, se possível que tenha relação com o meu projeto social. Pode ser, quem sabe, o primeiro passo para fora deste sistema clubístico, para desafogar um pouco os clubes. Pode abrir um mercado novo, um formato novo de treinamento para os atletas.

Como seria esse novo vínculo?

Não quero mais ser simplesmente um atleta que representa o clube. Estamos estudando formatos que é um pouquinho fora do que a gente tem hoje. Estou tentando me colocar numa posição em que eu tenho vários papeis dentro da equipe: desde nadador a mentor, ajudar na gestão. Com anos de experiência na piscina, passando por vários clubes, vejo coisas que dá para fazer muito melhor.

O que te incomodava nos clubes?

Ser mais um ali no meio da massa é o que me fez cansar do sistema clubístico. Não quero ser mais um cara que marca ponto no Maria Lenk. Eu não estava fazendo diferença no sistema. E isso sempre moveu: eu sempre quero sentir que estou fazendo alguma coisa diferente e é isso que estou buscando agora. Olha, temos três campeonatos por ano, que duram cinco dias e são chatos. Ninguém acompanha a natação no Brasil porque não dá. Quem assiste à natação na terça-feira à tarde na TV? Ninguém. Quarta-feira à tarde? Ninguém! Vai assistir talvez no sábado e mesmo assim não assiste porque a etapa tem três horas de duração e é chata. Eu estava com a sensação de que estava fazendo parte de um negócio que eu estou vendo que está morrendo aos poucos. A natação, a cada ano, diminui, não só em atletas, mas também em clubes.

Você tem conseguido manter os seus patrocínios?

Sim, tenho alguns. Mas hoje o cenário mudou, os atletas precisam aprender que hoje não existe mais patrocínio. Com a internet, o cenário de investimento de marketing e exposição de marca mudou completamente. A minha geração foi a última que teve um patrocínio fixo. De 2016 para cá, patrocinador é uma coisa que não existe mais. O que existe é uma pessoa que vai fazer uma troca com você de imagem, de exposição, usando rede social, usando a sua roupa. Acho que este é o caminho natural para a natação e para todos os esportes. Temos que começar a buscar meios diferentes de investimento, de jeito de conversar com as empresas, porque é o novo formado no mundo. Ninguém mais quer fazer um investimento de três anos num atleta. E, se tiver, são pouquíssimas empresas que podem fazer e fazem muito mais pela paixão ao esporte e vontade de incentivar o atleta do que pelo business. O que precisamos aprender a fazer é saber conduzir melhor as negociações com as empresas, saber utilizar melhor esta exposição de imagem. O mercado mudou, ficar reclamando não vai adiantar. Mas, ao mesmo tempo em que não há mais aquela tranquilidade de ter um patrocínio, a chance de ter muito mais coisa acontecendo ao redor do atleta agora é maior, pode haver mais oportunidades.

Os custos das cerimônia de abertura e encerramento da Olimpíada de 2020, aumentaram cerca de 40%. De acordo com Toshiro Muto, chefe-execuivo do Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio, o valor gasto com os dois eventos estará limitado a 13 bilhões de ienes (cerca de R$ 440 milhões).

A revelação do valor foi realizada aos membros do comitê executivo da organização da Olimpíada e representa um aumento relevante, pois em 2013, quando venceu o processo de definição da sede dos Jogos de 2020, Tóquio havia declarado que o custo para essas cerimônias seria de 9,1 bilhões de ienes (R$ 310 milhões, na cotação atual)

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Apesar do aumento, Muto disse que o orçamento operacional privado de 600 bilhões de ienes (R$ 202 bilhões) ficará inalterado. Ele assegurou que havia um fundo de reserva para evitar o impacto desse aumento. "Usando os Jogos Olímpicos de Londres como modelo, este é o mínimo que precisamos gastar para fazer o trabalho", disse Muto.

No total, Tóquio está gastando pelo menos US$ 20 bilhões (pelo menos R$ 74 bilhões) para preparar a cidade para a Olimpíada. Excluindo o orçamento operacional, o restante está dividido entre governos nacional, da cidade e regional.

Mansai Nomura, renomado ator de teatro japonês, é o diretor criativo para as cerimônias de abertura e encerramento da Olimpíada e Paralimpíada. A Olimpíada começará em 24 de julho e terminará em 9 de agosto de 2020, enquanto os Jogos Paralímpicos estão previstos para 25 de agosto a 6 de setembro.

O custo da Olimpíada de Tóquio continua subindo rapidamente, apesar de os organizadores locais e do Comitê Olímpico Internacional (COI) insistirem que estão reduzindo as despesas. Um relatório recente divulgado pelo governo japonês mostrou que o país vai gastar US$ 25 bilhões (aproximadamente R$ 93 bilhões) na realização dos Jogos de 2020 e que o valor final poderá ser ainda maior.

Isso quase quadruplica o que foi estimado quando Tóquio apresentou sua proposta para se tornar sede do evento em 2013, quando foi projetado um investimento de US$ 7,3 bilhões (R$ 27,1 bilhões).

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Manter o controle das despesas em Tóquio está se tornando cada vez mais difícil. As obras são aceleradas, as datas de entrega estão mais próximas, além das disputas sobre o que constitui ou não uma despesa relacionada aos Jogos. A difícil contabilidade também complica a tarefa de identificar responsáveis por um pagamento.

"Os Jogos Olímpicos são o único megaprojeto que sempre excede seu orçamento. Isso é incrível", disse Bent Flyvberg, uma autoridade em questões de financiamento olímpico, ao explicá-lo em um estudo publicado em 2016. Flyvberg observou que o estudo não poderia "identificar uma única" edição dos Jogos que fora realizada conforme o planejado ou que custara menos. Tóquio-2020 é mais um exemplo.

Em dezembro, o Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio informou que seu orçamento era

equivalente a US$ 12 bilhões (R$ 44,6 bilhões). Isso consistia em contribuições equitativas de US$ 5,3 bilhões (R$ 19,7 bilhões) do Governo Metropolitano de Tóquio e Comitê Organizador, com outros US$ 1,3 bilhão (R$ 4,8 bilhões) injetados pelo governo nacional.

Mas um mês depois, o governador de Tóquio, Yuriko Koike, disse que a cidade

teria que contribuir com US$ 7,2 bilhões (R$ 26,7 bilhões) extras "para projetos diretos ou indiretos". Koike explicou que as despesas correspondem a construção de instalações especiais para atletas paralímpicos, na formação de voluntários, na publicidade e promoção turística. Tudo isso elevou o custo total para quase US$ 19,1 bilhões (R$ 71 bilhões).

Tanto o COI quanto os organizadores locais diferiram dos desembolsos feitos para a realização da Olimpíada, descrevendo-os como "custos administrativos normais" e "fora do orçamento global".

Quando perguntado sobre o assunto na terça-feira, o presidente do COI, Thomas Bach, respondeu que o corpo olímpico "não tem influência" sobre o relatório governamental. "Esta é uma discussão que temos com todos os orçamentos dos Jogos Olímpicos", admitiu o dirigente em Buenos Aires, na Argentina, durante a 133ª Sessão do COI.

Bach ressaltou que muitas vezes o que é contemplado como uma despesa dos Jogos é realmente um investimento no futuro e, nesse sentido, ele deu o exemplo da Vila Olímpica que Buenos Aires construiu para acomodar os atletas nos Jogos da Juventude de 2018 e que foi comercializada como edifícios residenciais.

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