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Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o óleo recolhido na Praia do Janga, em Paulista, no Grande Recife, caindo de um caminhão da Prefeitura de Paulista, e espalhado em rodovia. Os registros foram feitos na quarta-feira (23).

De acordo com a Prefeitura de Paulista, o óleo que caiu na pista já foi recolhido. A coleta foi efetuada pela Secretaria de Infraestrutura, Serviços Públicos e Meio Ambiente.

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Em Paulista, os resíduos atingiram, inicialmente, a Praia do Janga. Nesta quinta-feira (24), a substância também alcançou a Praia de Pau Amarelo. O Governo de Pernambuco já confirmou o recolhimento de 958 toneladas de petróleo do litoral do estado.

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A Super-Eco Tankers Management, empresa que comprou tambores da Shell encontrados em praias do Nordeste, confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que atua com o transporte de óleo em águas brasileiras, mas negou que tenha ocorrido acidente com seu navio-tanque. No dia 17 de outubro, a fabricante Shell encaminhou os nomes de dois clientes que compraram os tambores encontrados no meio do piche que polui as praias nacionais.

O primeiro é a empresa Hamburg Trading House FZE, uma distribuidora com base nos Emirados Árabes, que adquiriu 20 tambores atrelados ao lote encontrado na costa brasileira. O segundo cliente é a empresa Super-Eco Tankers Management, que tem base em Monróvia, na Libéria, e sede na Grécia.

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A Super-Eco Tankers, segundo a Shell, comprou cinco tambores relacionados ao lote do tonel encontrado no Brasil. A reportagem enviou uma série de perguntas à matriz da Super-Eco Tankers. Em resposta, a empresa afirma que seu "navio-tanque Elektra, sob a gestão da Super-Eco Tankers Management Inc. opera em águas brasileiras transportando apenas óleo refinado para exportação".

Segundo a empresa, "a embarcação não está envolvida no transporte de petróleo bruto e, portanto, não está conectada ao petróleo encontrado nas praias brasileiras". A companhia afirma ainda que "o navio nunca esteve envolvido em nenhum incidente relacionado à poluição por óleo".

A Marinha e a Polícia Federal acionaram a empresa para que preste informações. A Shell já declarou que os tambores não foram produzidos ou comercializados pela Shell Brasil e se trata de embalagem usada para guardar produto diferente do petróleo que polui o litoral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Ministério do Desenvolvimento Regional reconheceu a situação de emergência no município de São José da Coroa Grande, no litoral sul de Pernambuco, por conta do derramamento de óleo no mar. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União nesta última terça-feira (23). 

Como o reconhecimento federal de emergência, o município do litoral sul pernambucano poderá solicitar auxílio para ações emergenciais à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec). Os pedidos devem ser encaminhados via Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID). O apoio oferecido pela Sedec é complementar à atuação dos governos estaduais e municipais.

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No início da semana, Sergipe teve o repasse de R$ 2,5 milhões autorizados pelo Governo Federal para apoiar na limpeza das praias afetadas pelo derramamento de óleo. Os recursos poderão ser utilizados em serviços complementares para limpeza de praias, viabilização de pontos estratégicos de coleta e transporte do material. Além disso, a Defesa Civil Nacional reconheceu sumariamente a situação de emergência nos municípios baianos de Camaçari, Conde, Entre Rios, Esplanada, Jandaíra e Lauro de Freitas.

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O Greenpeace realizou protesto na manhã desta quarta-feira, 23, em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, contra a política ambiental do governo Jair Bolsonaro (PSL). Os manifestantes colocaram tinta preta no asfalto para simbolizar o óleo derramado nas praias do Nordeste. Também espalharam madeira queimada, que teria sido recolhida de locais de extração ilegal na Amazônia.

Segundo a organização não governamental (ONG), 17 ativistas foram detidos pela Polícia Militar do Distrito Federal e levados à delegacia. O Greenpeace havia informado anteriormente que foram 23 presos, mas corrigiu o número.

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Em frente ao Planalto, foram postas placas com as mensagens "Pátria queimada, Brasil", "Um governo contra o meio ambiente" e "Brasil manchado de óleo".

O protesto mobilizou tropas da PM, além da equipe de segurança do Palácio do Planalto. O trânsito em frente à sede do governo foi bloqueado.

Segundo o Greenpeace, a tinta utilizada é uma mistura não tóxica de tapioca maisena e anilina.

Por volta de 9h45, a entidade aceitou levar os manifestantes para o outro lado da via e liberar o tráfego para carros em frente ao Planalto. Mas disse que manteria a instalação com tinta e madeira.

"Esse protesto é contra a política 'antiambiental' e de desmonte da gestão e proteção ambiental promovida por este governo", disse Thiago Almeida, porta-voz de clima e energia do Greenpeace.

O governo Bolsonaro tenta contornar críticas sobre a demora para agir contra o avanço do óleo. Na segunda-feira, 21, o presidente em exercício, general Hamilton Mourão (PRTB), anunciou que o Exército reforçaria a limpeza das praias e admitiu que a medida era uma forma de dar "mais visibilidade" às ações do governo.

"O governo precisa colocar em prática de maneira efetiva e eficiente o plano nacional de contingência, que tanto demorou para acionar. E, claro, encontrar o ponto de origem para procurar causa e punir", disse o porta-voz do Greenpeace.

O protesto foi feito durante viagem do presidente Bolsonaro à Ásia. O general Mourão está no Palácio do Planalto. Segundo os manifestantes, o protesto sem a presença de Bolsonaro foi uma coincidência.

Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal informou que cerca de 30 ativistas participaram do protesto e levaram troncos de árvores e tinta preta misturada com óleo e amido de milho para frente do Palácio do Planalto.

"Os manifestantes foram encaminhados à 5ª DP e poderão responder pela Lei 9.0605/98, a qual dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente", diz a nota.

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, ironizou o protesto do Greenpeace em frente ao Palácio do Planalto. "Vou convidar o Greenpeace para ajudar a recolher o óleo lá (no Nordeste) em vez de jogar aqui", disse Mourão.

O general declarou não ser contra protestos, mas defendeu limites para não atrapalhar o tráfego de carros. "Democracia é isso. Única coisa que penso é que poderia fazer protesto sem bloquear o trânsito", disse.

Salles: 'ecoterroristas'

Nas redes sociais, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, criticou a ação do Greeapeace.

"Não bastasse não ajudar na limpeza do petróleo venezuelano nas praias do Nordeste, os ecoterroristas ainda depredam patrimônio público", escreveu Salles.

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente, também ironizou o protesto.

"Nunca se importaram com o que dizem se importar realmente. Se animam somente com outra coi$a e estão dificultando para eles! Fácil entender tudo que está acontecendo nesse caso", publicou o filho de Bolsonaro.

O comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa Júnior, compara o avanço da mancha de óleo pelo litoral do Nordeste, desde o início de setembro, a um "bombardeio" contra o País. Nos últimos dias, o governo federal tem sido cobrado na Justiça por mais ações para conter o espalhamento do poluente. Conforme o militar, o culpado ainda não foi identificado, mas está entre os navios que circularam em alto-mar, na faixa de 300 a 500 quilômetros da costa leste de Sergipe.

O que falta para descobrir quem derramou esse óleo?

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Primeiro, precisa identificar a origem. A segunda frente está relacionada com a neutralização, o máximo possível, dos impactos ambientais e econômicos. É inédita uma agressão que alcance 2.200 quilômetros de costa. É uma situação sem registro na história marítima. Eu diria até, em termos militares, é como se o Brasil sofresse um ataque militar, um bombardeio contra o Estado brasileiro, que teve impacto na nossa sociedade. Foi uma agressão ambiental que afetou os interesses nacionais. Uma ameaça dessa magnitude não é a um governo. É ao Brasil.

Qual a principal suspeita?

Pela nossa área marítima, Atlântico sul, passam diariamente 2 mil navios. Desses, filtraram para mil e chegaram a 30 embarcações suspeitas de transporte do óleo. Estamos investigando os navios que transitaram entre 300 e 500 quilômetros da costa Leste de Sergipe, que não se identificaram nem informaram incidente, que podem ser chamados de "dark ships", que é um navio que tem seus dados concretos informados, mas em função de qualquer restrição ou embargo tem uma carga que não pode ser comercializada.

Isso descarta completamente um acidente não intencional?

Não descarta. Mas a probabilidade fica cada vez mais baixa.

O petróleo é venezuelano?

Tivemos identificação pela Petrobrás. Estamos dizendo que o óleo não é processado ou comercializado no Brasil.

E os tambores que foram achados da Shell?

A Shell foi questionada pelo Ministério do Meio Ambiente. As informações foram prestadas e estão fazendo parte do rol de investigação em curso.

O derrame de óleo mostra fragilidade ao monitorar a costa?

Pode acontecer na costa de qualquer país, porque foi um fato criminoso.

O que faltou fazer para não termos detectado isso?

Essa pergunta é muito difícil. Mas, se fosse na costa dos EUA aconteceria do mesmo jeito. Se fosse na França, também. O navio mercante tem o direito de não se identificar. Aí, ele produz um derrame desta natureza, extremamente difícil de detectar por satélite.

E o aprimoramento do gerenciamento da Amazônia Azul? Como seria isso? Quanto custaria?

Uma solução é colocar um sistema de detecção ativa por radares em todo o litoral, de alta frequência, com alcance de até 350 milhas do litoral, com custo estimado em R$ 1 bilhão. Para instalação por fases, demoraria cinco anos. Mas não há previsão de instalação desse sistema porque as prioridades são outras. A Marinha vem tocando esse projeto por conta própria, paulatinamente.

Está havendo uso político desse desastre contra o governo?

Não diria que está ocorrendo. Se estiver ocorrendo, não é correto de acontecer.

Ainda tem muito mais óleo para aparecer?

A gente trabalha com possibilidades. Para cada uma, temos de ter um plano de contingência. Se foi um acidente, pode acontecer outro. Se foi intencional, pode acontecer de novo. A repetição do caso é possível, mas qual a probabilidade? Neste momento, desconheço. O óleo fica submerso e só aparece na arrebentação.

O governo quer mudar a regra internacional para obrigar os navios a se identificarem?

Vamos propor ao Ministério das Relações Exteriores que leve à Convenção Internacional sobre o Direito do Mar, da Organização das Nações Unidas que se exija, mesmo que em alto-mar, além da nossa margem territorial, que todos os navios mercantes informem posições, como acontece.

O que deixou de ser feito?

Talvez, pelo ineditismo, foi fazer uma melhor comunicação, melhor divulgação do trabalho que realizamos desde 2 de setembro. Não houve falta de agilidade. Todos os órgãos responderam imediatamente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Paulista é o primeiro município do Litoral Norte de Pernambuco a registrar manchas de óleo desde a quinta-feira (17). Por volta das 11h desta quarta-feira (23), a substância atingiu a Praia do Janga, no município.

Segundo a Prefeitura de Paulista, o resíduo estava sendo monitorado desde a última semana. Nesta manhã, foram realizados dois sobrevoos de drones, mas a mancha não havia sido detectada.

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Além dos voluntários, trabalham na coleta de óleo Ongs da orla de Paulista, Defesa Civil e servidores da Secretaria de Meio Ambiente.

A prefeitura destacou que o resíduo não é extenso e está concentrado em uma área de pedras da praia.

O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, determinou que uma equipe de detentos do regime semiaberto ajude na limpeza da Praia do Janga na quinta-feira (24). "Lá tem uma situação especial que nos preocupa. É o problema da bancada de corais, que tem lá. Nós temos uma extensão grande de corais e temos um manguezal por trás da Coroa do Avião, no canal de Santa Cruz. Nós queremos nos antecipar, vamos chegar lá", disse Eurico. Os presos atuaram nesta manhã na praia de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.

Paulista é o nono município atingido pelo vazamento desde a quinta-feira. Além de Paulista, houve registro de óleo em Jaboatão dos Guararapes, São José da Coroa Grande, Barreiros, Tamandaré, Rio Formoso, Sirinháem, Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho.

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Detentos do regime semiaberto ajudam na limpeza da praia de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR), na manhã desta quarta-feira (23). O óleo atingiu a praia nesta madrugada. A Ilha do Amor, em Jaboatão dos Guararapes, também foi alcançada pela substância.

Os 50 presos que participam da ação cumprem pena na Penitenciária Agroindustrial São João (Paisj), em Itamaracá, na RMR. A ideia de utilizar reeducandos foi baseada em ação semelhante realizada em Alagoas.

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De acordo com o coronel Lamartine Barbosa, representante da Defesa Civil de Pernambuco, os presos recolheram bastante material em uma área de pedras em que ainda não havia equipes de coleta. “Trazemos a eles uma ação de cidadania que não só ajuda o meio ambiente e ajuda o poder público a enfrentar esse desastre, mas fortalece o senso de cidadania nessas pessoas, traz aquela ideia de se sentir útil”, diz Barbosa.

Os detentos trabalham com Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e fazem pausas regulares para descanso. Para o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, a participação dos presos é um bom exemplo para quebrar preconceitos na sociedade.

“Essa é uma forma de homenageá-los. Não podemos excluir aqueles que estão privados de liberdade. Eles querem oportunidade”, resume o secretário. O trabalho de coleta resultará em redução de pena dos reeducandos. Uma segunda equipe foi montada e atuará na quinta-feira (24) em caso de necessidade.

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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou inquérito civil requisitando uma série de medidas do Governo do estado e do município do Cabo de Santo Agostinho acerca do combate ao óleo que atinge o litoral. No Cabo, o petróleo atingiu as praias do Cupe, Muro Alto, Pontal de Maracaípe, Enseadinha e Serrambi.

À Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), o MPPE requisita a avaliação da balneabilidade, ou seja, condições para banho e atividades esportivas, das áreas de praia do Cabo de Santo Agostinho. Caso haja necessidade, as praias deverão ser interditadas. Foi fixado um prazo de cinco dias para o órgão prestar informações ao ministério público.

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A Agência de Vigilância Sanitária (Apevisa) e a CPRH deverão analisar os peixes e crustáceos da área atingida para verificar a possibilidade de consumo. O MPPE pede também um relatório dos danos, ainda que iniciais, sofridos pela fauna e flora marinha, além de estudos sobre a recuperação dos pontos atingidos.

Também foi requisitado à CPRH um estudo socioeconômico do dano sofrido pelas comunidades que sobrevivem dos recursos naturais existentes, em especial a pesca.

O Governo de Pernambuco deverá enviar o plano de ação empregado no contingenciamento do óleo. Não existindo o documento, a recomendação é que ele seja criado.

O MPPE também cobra a instalação de banheiros químicos nas áreas de retirada do óleo. O prazo para a medida ser executada é de 24 horas. A portaria foi publicada nesta quarta-feira (23).

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A ausência de um sistema de monitoramento de desastres ambientais no oceano por satélite e a escassez de imagens do alto-mar dificultam a investigação sobre a origem do óleo achado em mais de 200 pontos do litoral do Nordeste. Cientistas de diferentes instituições buscam imagens que deem alguma pista, mas não encontraram nada que mostrasse o deslocamento da mancha até agora.

O único satélite que produz o tipo de imagem capaz de mostrar um vazamento de óleo no mar e a oferece gratuitamente é o Sentinel da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês). E há limitações. As imagens são criadas com intervalos de dias. E a maioria é de regiões mais próximas da costa. Sobre essas, o interesse comercial dos países é maior.

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Estudos com base nas correntes marítimas já indicam que o acidente ocorreu além das 200 milhas da costa, em alto-mar. É menor a chance de haver imagens dessas regiões.

Ainda assim, grupos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Laboratório de Análise e Processamento de Imagem de Satélite da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio (UFRJ), buscam imagens que deem alguma pista. "O Inpe já olhou todas as imagens disponíveis das proximidades da costa de 60 dias para cá, e não foi detectada nenhuma mancha expressiva indicativa da origem do vazamento", disse o oceanógrafo Ronald Buss de Souza, pesquisador do Inpe.

Nas análises da Ufal, os resultados obtidos foram semelhantes. "Até agora não conseguimos identificar nenhuma imagem com um padrão clássico de derramamento de óleo", disse o coordenador do laboratório da Ufal, Humberto Alves Barbosa, especialista em sensoriamento remoto. "Mas não existe uma sequência completa, há falhas de dois, três dias. Além disso, a dificuldade de interpretação das imagens é grande. Precisaria de mais gente, de mais recurso, de mais tecnologia."

Para Luiz Landau, coordenador do laboratório da Coppe/UFRJ, seria sorte achar uma imagem com informações sobre a origem do vazamento dentre as feitas pela ESA. "Não temos imagens para nos ajudar, porque não temos programa de monitoramento para eventos desse tipo", explicou. "Temos uma constelação de satélites privados nos céus, mas eles têm de estar programados para olhar para onde nos interessa." Além disso, o óleo se movimenta na sub-superfície, o que dificulta a visualização do material, segundo especialistas.

Cooperação

Para os especialistas, a melhor estratégia para determinar a origem do vazamento é contar com a ajuda de oceanógrafos e modelos matemáticos capazes de estudar as correntes marítimas e, ao menos, reduzir a área possível do acidente. Análises geoquímicas do óleo também poderiam rastrear o caminho até as praias.

Eles reclamam, porém, que o gabinete de crise estabelecido pelo governo não convocou os cientistas oficialmente. "A gente pode continuar procurando se for chamado oficialmente", disse Souza, do Inpe. "Após 50 dias, não se conseguiu descobrir a fonte do vazamento. Essa lerdeza gera um desastre ambiental sem precedentes." Procurado pela reportagem, o gabinete de crise do governo não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Peneira de macarrão, espátula de obra, itens de jardinagem e outros instrumentos domésticos foram algumas das ferramentas utilizadas pelas centenas de voluntários que foram nesta terça-feira (22), à Praia de Itapuama, em Cabo de Santo Agostinho, a 40 minutos do Recife. Aos voluntários, que atuam no local desde a chegada da mancha de óleo no domingo, somam-se integrantes da Marinha e, ainda, dezenas de militares que chegaram ontem.

O cenário pode até parecer um tanto confuso inicialmente, com a quantidade de trabalho feita simultaneamente. Como a parte mais "grossa" do óleo foi retirada, o foco estava nos "detalhes", isto é, em retirar pequenas quantidades de óleo ao peneirar a areia ou utilizar uma escova nas pedras.

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As atividades podem parecer simples, mas exigiam esforço pela consistência de chiclete ou bala derretida da substância, como exemplificavam alguns voluntários. "Fica grudado demais nos buraquinhos. A gente só tira o excesso, não consegue tirar na integralidade", desabafa a advogada Gilmara Ribeiro, de 35 anos, que utilizava um instrumento de jardinagem já um tanto torto pelo esforço.

Como estava sem instrumentos, o empresário Danilo Araújo, de 27 anos, catou o excesso de óleo com as mãos, retirando-o de buracos entre as pedras. Sócio de uma academia de crossfit, estava de folga para participar do mutirão. "Fui criado no Cabo. Minha infância foi aqui, nesta praia", comentou. "Isto aqui é a casa da gente."

Já outros voluntários foram até dentro do mar, como a aluna de Engenharia Thamires Cavalcante, de 20 anos. Com a água até o pescoço, ela usava uma peneira atrás de pequenas quantidades de óleo, do tamanho de bolas de gude. Thamires já estava no segundo dia seguido na praia. "Não é fácil, a luva escorrega. O que me preocupa é deixar a praia assim."

A aposentada Ladjane Lima, de 58 anos, também lembra da situação antes dos mutirões. "Domingo eram placas imensas", diz ela, que usava uma grande peneira. "Mas agora também é preocupante, por causa dos peixinhos. Amo a natureza, feriu a alma ver um negócio desses."

Mergulho

"Eu ia tirando de dentro do mar, não tem muita gente para fazer isso, nem todo mundo está disposto", comenta o professor de surfe Henrique Almeida, de 25 anos, que vestia só a bermuda e estava com a pele cheia de fragmentos de óleo. "A gente puxa e vem trazendo."

Daniel Galvão, do Salve Macaraípe, admite a necessidade de mais itens de segurança para voluntários. "Mas é um momento de guerra. A gente usa o que dá." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Animais atingidos pelo óleo e resgatados por voluntários e especialistas podem levar seis meses para ser descontaminados do poluente. E há o risco de não conseguirem voltar ao hábitat natural. O último levantamento do Ibama, de domingo (20), indicava que 39 animais foram afetados pela contaminação da costa brasileira - 19 tartarugas morreram e 11 foram resgatadas.

O professor Flávio José de Lima Silva, que coordena o Projeto Cetáceos da Costa Branca da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), responsável pelo resgate dos animais atingidos pelo óleo cru no Estado, descreve o caso como uma "catástrofe ambiental". "É uma perda significativa, pois são animais em processo de extinção."

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Segundo ele, os animais são atingidos de forma intensa. "As tartarugas, quando sobem saindo da água para respirar, se deparam com uma mancha de óleo e acabam contaminadas em poucos instantes, o que pode levar à morte até imediata."

O processo de recuperação dos animais é complexo e envolve até medicamentos. Por causa da complexidade, o especialista alerta que voluntários não devem devolver imediatamente ao mar os animais atingidos pelo óleo. "A gente oferece barreiras, que são protetores gástricos, renais e hepáticos, porque o animal pode estar se contaminando pela mucosa, pela corrente sanguínea."

Após 24 horas desse procedimento, é iniciada a descontaminação. O excesso de óleo é retirado das mucosas e partes moles do corpo. Os animais são lavados com água, detergente neutro e outros produtos. Em seguida, são colocados em um tanque com água salgada para que sejam assistidos por veterinários e biólogos. "Serão analisados processos de natação, alimentação e excreção. Se ele está eliminando óleo pelas fezes ou não. Quando o animal para de eliminar óleo pelas fezes, é um sinal de que a substância já não está mais no trato gastrointestinal."

Ao longo de 30 anos de docência e pesquisa, Silva diz que jamais presenciou um problema tão preocupante. "Nunca vi nada igual. As cenas são as mais chocantes que já vi na vida." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Plano Nacional de Contingência do governo federal, um documento criado em 2013 para lidar com situações de emergência como a do vazamento de petróleo que suja todo o Nordeste brasileiro, só foi oficialmente formalizado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no dia 11 de outubro, 41 dias depois de terem surgido as primeiras manchas de petróleo no litoral.

Naquela data, o ofício circular assinado por Salles e enviado à Casa Civil da Presidência da República, tratava, na realidade, de apenas designar a Marinha do Brasil como "coordenadora operacional" das ações, para prosseguimento no combate às manchas de óleo.

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Por lei, o responsável por acionar o plano é o ministro do Meio Ambiente. Ele é o coordenador do comitê executivo. Ao jornal O Estado de S. Paulo, no dia 18 de outubro, Salles disse que o plano foi, sim, acionado desde o início de setembro e que todas as medidas previstas foram colocadas em andamento.

Cópias do ofício obtido nesta terça-feira, 22, pelo Estado foram encaminhadas a 12 ministros e ao Ibama, ICMBio e à Agência Nacional do Petróleo. Na prática, tratou-se de um ato formal do governo, uma vez que a Marinha já vinha atuando nas operações. O que membros do governo e especialistas no setor de meio ambiente apontam, no entanto, é que trata-se de mais uma evidência de que, na realidade, o próprio governo desconhecia que havia um plano de contingência para lidar com esse tipo específico de situação.

O Ministério do Meio Ambiente nega que tenha havido lentidão nas respostas à tragédia e que, desde o início, todos os órgãos já estariam em ação, independentemente de o plano ter sido ou não acionado logo de início. Segundo a pasta, desde 2 de setembro houve ação do Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), integrado pela Marinha, pelo Ibama e pela ANP.

Plano Nacional de Contingência

O Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional (PNC) foi estabelecido por decreto em 2013. Ele "fixa responsabilidades, estabelece estrutura organizacional e define diretrizes, procedimentos e ações, com o objetivo de permitir a atuação coordenada de órgãos da administração pública e entidades públicas e privadas para ampliar a capacidade de resposta em incidentes de poluição por óleo".

Mas o Estado mostrou no dia 18 que o comitê executivo, responsável por acionar o plano, foi extinto durante o "revogaço" de todos os conselhos feito pelo presidente Jair Bolsonaro no começo do ano. A área técnica do ministério chegou a produzir parecer reforçando a importância de se restituir a comissão, mas não foi atendida.

Na mesma reportagem, especialistas já criticavam as ações do governo federal no combate às manchas de óleo. "A primeira atuação seria disparar ferramentas imediatas de mitigação, como retirada de óleo por sucção da superfície, uso de barragens de contenção ou de dispersante de óleo. Nada disso foi feito", comentou o biólogo Ronaldo Francini Filho, professor da Universidade Federal da Paraíba.

"Não houve medidas para tentar prever para onde as manchas iriam. Estamos falando do maior desastre do litoral do Brasil", criticou a oceanógrafa Yara Schaeffer Novelli, professora sênior da Universidade de São Paulo (USP) e sócia do Instituto BiomaBrasil.

Nesta segunda-feira, 21, o presidente em exercício, Hamilton Mourão, colocou o Exército à disposição das operações de limpeza das praias do Nordeste. Em entrevista, Mourão disse que a medida é também uma resposta a críticas da opinião pública. Entre 4 mil e 5 mil homens do Exército estarão à disposição dos Estados atingidos.

A sede do Ibama, em Salvador, foi ocupada na manhã desta terça-feira, 22, por um grupo de pescadores e ambientalistas. Eles acusam o governo de inércia no combate ao óleo que contamina o Nordeste brasileiro desde o dia 30 de agosto passado.

Com faixas nas mãos e cantando palavras de ordem, o grupo entrou, sem resistência, no prédio do Ibama na capital baiana. Na segunda-feira, 21, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o Ibama destinou R$ 40,5 mil a mais nos cartões corporativos de nove servidores públicos do órgão que atuam nos Estados do Nordeste, para compra de suprimentos de segurança.

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O valor irrisório deixou as pessoas indignadas frente ao prejuízo incalculável que o dano ambiental já causa em mais de 2 mil quilômetros de praias.

Na Bahia, uma das preocupações é que o óleo, que já sujou diversas praias e prejudica a pesca de milhares de pessoas, chegue também a lugares de extrema sensibilidade ambiental, como o Parque Nacional de Abrolhos.

Transformar petróleo cru em carvão é um dos objetivos de um grupo de pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que tem pensado em alternativas para dar fim ao poluente recolhido diariamente das praias do Nordeste. Até esta segunda-feira, 21, já haviam sido recolhidas 98 toneladas do material somente da capital baiana, segundo a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb).

Como o aspecto do poluente é viscoso, segundo a Limpurb, é preciso fazer com que a manipulação do material fique mais fácil. Nesse processo, para cada 20 quilos de petróleo cru, utiliza-se 200 mL de removedor de esmalte, álcool comercial 99% e dois quilos de pó de serragem.

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Dentro de uma betoneira, bioaceleradores desenvolvidos pelos membros do grupo são usados. Os componentes químicos que compõem a substância auxiliam na degradação do óleo e o transforma em carvão. "Esses bioaceleradores, dois sólidos e três líquidos, não agridem o solo nem os vegetais", explicou a professora da UFBA Zenis Novais. O processo dura, em média, uma hora.

Essa técnica pode ser aplicada, em média e grande escala, a depender da capacidade dos equipamentos. Segundo a professora, podem ser processados 50 quilos por dia nos equipamentos do instituto, que degradam matéria orgânica, como resíduos de alimentos crus ou cozidos. "Em função dessa eficiência, resolvemos aplicar no petróleo."

A cientista explica que esse procedimento pode complementar ou substituir o que se pretende fazer com o petróleo: incinerar. "O processo de incineração produz enxofre, nitrogênio e libera gases que afetam o meio ambiente, provocando chuva ácida e efeito estufa, por exemplo."

A aplicação do carvão, no entanto, ainda precisa de estudos mais aprofundados. Para além dos membros do projeto, a professora conta que essas análises dependem de profissionais de outras áreas, das autoridades e de órgãos que cuidam da limpeza da cidade.

Segundo a professora, a depender da composição, o carvão pode ser misturado com terra vegetal e ser colocado nas plantas, como uma espécie de adubo. Outra opção é ser usado como combustível no processo de produção do cimento.

"Se a gente pensa na construção civil, eu preciso dos meus colegas para fazerem novos estudos", afirma Zenis.

O material conseguido até o momento foi cedido por voluntários. Outra pequena parte foi coletada pelos próprios membros do grupo na Praia de Ondina, bairro onde está localizado o Instituto de Química. No entanto, de acordo com Zenis, ela não tem equipe suficiente para ir a praias mais distantes fazer a coleta.

Perguntada sobre a possibilidade de órgãos oficiais firmarem parceria com o Instituto de Química para desenvolver o projeto, Zenis diz que funcionários da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e da Limpurb mostraram interesse no projeto.

A ANP informou, em nota, que não está envolvida oficialmente no projeto. Ressaltou, no entanto, que "a agência está acompanhando a situação do óleo e faz parte do Grupo de Acompanhamento e Avaliação, junto com a Marinha (que o coordena) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)".

A Limpurb afirmou que todo óleo recolhido está em um depósito temporário na sede do órgão até que as autoridades competentes decidam pelo destino final do material. Questionados sobre uma possível parceria com o Instituto de Química, o órgão municipal informou que não pode falar sobre o assunto.

"Não somos responsáveis pelo destino final. O Ibama irá informar para onde vai e o que será feito com isso." Procurado pela reportagem, o Ibama não havia se posicionado até a publicação desta matéria.

Enquanto as manchas de óleo avançam pelas praias do Nordeste, grupos de voluntários se organizam para ajudar na remoção do poluente, que fica impregnado na areia e nos corais. Nos mutirões, os grupos conseguem recolher grandes porções do material, mas pedaços menores podem ficar vários anos depositados no ecossistema.

Para a bióloga Yana Costa, foi "uma das experiências mais tristes da vida" ir até a Praia de Muro Alto, em Ipojuca, um dos cartões-postais de Pernambuco, para ajudar na força-tarefa. "Havia diversos fragmentos de óleo na praia e na areia. Nos corais, não dava para tirar porque estava impregnado", conta. No Estado, o poluente também chegou nesta segunda-feira (21) ao Cabo de Santo Agostinho e a outros destinos turísticos bastante procurados, como Carneiros.

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Os grupos de voluntários trabalham em turnos, geralmente com início pela manhã. A maior parte sai do Recife até o litoral sul pernambucano. A comunicação é feita, principalmente, pela internet, em grupos de mensagens instantâneas. "Durante a experiência, você sente dois sentimentos opostos. Fica triste por ver aquilo acontecendo com as praias que frequenta. Mas também é bom ver que as pessoas estão se engajando por um bem comum, que é limpar e tentar deixar o mínimo de estrago possível", diz o estudante Yan Lopes, outro voluntário.

Os grupos têm recebido orientação da organização Xô Plástico de se protegerem totalmente com luvas e botas e evitar ao máximo entrar em contato com o óleo. Além da Xô Plástico, organizações como PE Lixo, Recife sem Lixo e Salve Maracaípe recrutam voluntários.

A recomendação dos órgãos públicos é para uso de luva e bota de borracha, além de máscara e calça comprida. Apesar disso, muitos trabalham sem a segurança necessária. "Tem gente que se melou toda de óleo", conta a estudante de Educação Física Louise Foster, que faz limpeza voluntária na Praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho. Já o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti, afirma que o tamanho do desastre dificulta a distribuição de kits de proteção a todos. "A gente conseguiu material de doação de empresas e a Defesa Civil fez distribuição."

Riscos

Especialistas afirmam que o óleo pode desencadear doenças respiratórias e da pele, mas seria necessária exposição prolongada para levar a problemas mais graves. "Petróleos que possuem mais benzeno em sua composição podem, em casos mais graves, provocar alterações neurológicas e até leucemia", diz o médico toxicologista Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica da Universidade de São Paulo (USP).

A inalação dos gases liberados com a vaporização do petróleo pode levar a doenças respiratórias, como bronquite e asma. É recomendável que banhistas se mantenham longe do mar e, em caso de contato, lavem imediatamente com água e sabão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Exército colocará à disposição das operações de limpeza das praias do Nordeste, atingidas por manchas de óleo, tropas da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Recife. Os militares também devem oferecer equipamentos para apoio a órgãos de defesa civil dos Estados.

A informação foi dada nesta segunda-feira (21) pelo presidente em exercício, o general Hamilton Mourão, após reunião no Ministério da Defesa sobre as ações para conter o avanço da mancha. Segundo o general, ficarão à disposição entre 4 a 5 mil homens do Exército.

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Segundo Mourão, foram recolhidas até agora cerca de 700 toneladas de óleo, misturado com areia e outras substância. O material está sendo entregue para aproveitamento em fábricas de cimento, disse o general.

Não há previsão do governo sobre quando irá cessar o avanço do óleo, mas o volume que chega às praias está diminuindo, disse Mourão. "Vamos aguardar investigações, usando todos os sistemas de inteligência, não só nosso, mas também internacional. Esse acidente é inédito no mundo", disse Mourão.

Os ministros do governo Jair Bolsonaro (PSL) têm agenda no Nordeste para tratar da crise ambiental. O Ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Gustavo Canuto, está na Bahia e se reuniu com o governador Rui Costa (PT) nesta segunda-feira (21). No dia seguinte, Canuto deve viajar ao Sergipe. Já o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, irá a Recife e Salvador a partir de terça-feira (22).

Falha na comunicação

O general Mourão disse que o governo acionou, ainda no começo de setembro, protocolos para conter o avanço das manchas de óleo sobre o litoral do Nordeste, mas reconheceu que houve falha na comunicação sobre as ações tomadas.

Segundo Mourão, a Justiça já mostrou que o governo "acionou protocolos" em 2 de setembro contra o derramamento de óleo. "Apenas, mais uma vez, nos faltou comunicar mais isso aí", disse o presidente em exercício.

A Justiça Federal do Sergipe afirmou, em decisão assinada no domingo (20) que a União já acionou o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional. No mesmo documento, a Justiça afirma que órgãos do governo "vinham atuando desde os primeiros sinais deste acidente ambiental", mesmo antes de acionar o plano.

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Depois de receber um alerta de que as manchas de petróleo estariam chegando em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, uma estrutura foi montada pela prefeitura na praia de Barra de Jangada, nesta segunda-feira (21). A cidade ainda não foi atingida pelo óleo, mas já está mobilizada para se o petróleo chegar.

Edilene Rodrigues, superintendente da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, afirma que para monitorar a possível chegada da mancha que está devastando as praias do Nordeste, Jet Ski, barco, quadriciclo, drones lancha estão sendo usados. “O drone vai até quatro quilômetros, então ele sai da costa e vai até o alto mar”, aponta a superintendente.

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Edilene diz que foi na madrugada deste último domingo (20), que a prefeitura recebeu um alerta sobre a chegada da mancha no município de Jaboatão. “Então a gente já ficou em alerta porque se a mancha chegar já vamos estar preparados”, reforça.

A prefeitura já conta com engenheiros florestais, químicos, biólogos e cerca de 300 homens que trabalham para o órgão municipal. Além disso, um caminhão, retroescavadeira, baldes, luvas, sacos plásticos também estão à disposição caso a temida mancha chegue. 

De acordo com Edilene Rodrigues, já existe um grupo com 280 voluntários prontos para ajudar. A procura é tanta que um outro grupo está sendo formado para se unir ao primeiro. “Quem quiser ser voluntário é só entrar em contato com a Defesa Civil de Jaboatão. As pessoas que quiserem ajudar, mas que não estiverem cadastradas, estando com o material necessário para a coleta do petróleo receberão as instruções para que seja viabilizado a sua participação na ação”, pontua a superintendente. 

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O uso de boias para conter a contaminação das praias de Pernambuco pelo óleo que poluiu o litoral do Nordeste provocou uma divergência entre o governo estadual e o Ibama. Olivaldi Azevedo, diretor de proteção ambiental do órgão federal, disse que as boias são ineficientes para conter o avanço da mancha e que o governo federal busca alguma "tecnologia diferente" para lidar com a situação.

A força da maré fez manchas de óleo voltarem a aparecer no litoral pernambucano nos últimos dias. Mais de 20 toneladas do produto, que se espalhou desde o Maranhão até a Bahia, já foram retiradas das praias de Pernambuco, segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade.

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Há pelo menos dez dias, o governo federal enfrenta um imbróglio judicial para fornecer e instalar as boias de contenção. O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação para que a União fizesse a proteção.

"Tinha uma liminar para colocarmos as barreiras em 24 horas. Colocamos e mostramos que são ineficientes. Soaria como irresponsabilidade do órgão ambiental em não se empenhar em colocá-las, mas na maioria dos locais elas não têm efeito positivo nenhum", disse Azevedo durante entrevista coletiva neste domingo (20).

José Bertotti, secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, discordou da afirmação de Azevedo e defendeu que o governo federal forneça as boias de contenção. "Se as barreiras não são 100% eficientes, elas podem ao menos minorar o problema. Vamos continuar perseguindo a colocação das boias, porque, se elas não conseguem conter todo o óleo, ao menos reduzem a quantidade de resíduo que chega às praias. Queremos que sejam colocadas em todas as portas de estuário".

Além de cobrar do governo federal recursos ou o envio das barreiras, Bertotti também exigiu que a União envie equipamentos de proteção individual (EPI) para quem está fazendo a limpeza nas praias e para o recolhimento e descarte adequado dos resíduos. "A Praia de Carneiros está sem barreira, mas redes de pesca que foram colocadas para evitar que esse óleo volte a chegar à praia que foi limpa em menos de três horas por 200 pessoas. Até agora não recebemos nada do governo federal, é tudo recursos do Estado", disse.

A situação da Praia do Cupe, em Ipojuca, Litoral Sul, não está mais crítica graças aos esforços de moradores e trabalhadores da região que se uniram em um mutirão de limpeza. A praia foi a mais atingida em Pernambuco por fragmentos de óleo neste sábado (19).

"Vim salvar meu ganha-pão", diz o bugueiro Márcio Barbosa, de 42 anos. "Isso está sendo um prejuízo grandioso. Essa situação não acaba hoje, vamos ser impactado por anos", acrescenta. 

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A dona de casa Josineide de Assis, 45, deixou a moradia no Cupe chorando.  Ao longo do caminho para a praia saiu catando o que conseguia. "O paraíso está sendo destruído. Isso aqui é um assassinato. Muitas famílias dependem daqui", diz.

O bugueiro Luiz Eduardo se uniu com outros colegas de profissão para coletar o óleo. "Fizemos uma paralisação.  Nenhum bugueiro rodou. Quem queria rodar foi impedido. Pedimos para eles virem para a praia e ajudar na limpeza", afirma. Luiz está preocupado que o turismo diminua na cidade.

O argentino Nahuel Araujo, 32 anos, que mora há um ano e meio em Ipojuca chegou por volta das 8h. "Aqui é um paraíso, o lugar que escolhi morar. Não vou deixar ser destruído."

Além da Praia do Cupe, foram atingidas em Ipojuca Pontal de Maracaípe, Enseadinha, Muro Alto e Serrambi. Segundo a prefeitura, não há previsão de chegada de novas manchas de petróleo. 

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O deputado estadual João Paulo Costa (Avante) vai propor na Assembleia Legislativa de Pernambuco a criação de uma Comissão Especial para debater os impactos provocados pelas manchas de óleo que atingem as praias pernambucanas. 

Para o político, neste momento "é muito importante estabelecer um diálogo com o Governo do Estado e com as entidades civis ambientais". As manchas de petróleo começaram a aparecer no litoral nordestino em 30 de agosto deste ano. De acordo com a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), desde o dia 25 de setembro que o óleo não atingiam as praias do litoral pernambucano.

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Na manhã desta sexta-feira (18), uma extensa mancha de petróleo foi encontrado em São José da Coroa Grande e na Praia dos Carneiros, em Tamandaré, ambos no litoral sul de Pernambuco. 

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