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Um homem de 30 morreu nesta quinta-feira 29), vítima de choque elétrico. O incidente aconteceu na avenida Encanta Moça, localizada no bairro do Pina, zona sul do Recife. Além da vítima fatal, outro homem, de 49 anos, também foi atingido pela corrente, mas sobreviveu.

Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas ao local, e encaminharam o sobrevivente ferido à Policlínica Amaury Coutinho, em Campina do Barreto, zona norte da capital pernambucana.

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Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Recife informa que o paciente realizou exames, apresenta quadro estável, com bons sinais vitais, e segue em observação.

O Polo Petroquímico do Grande ABC da Braskem sofreu uma explosão num tanque em manutenção, que resultou num incêndio de grandes proporções, segundo a Polícia Militar do Estado de São Paulo. A explosão ocorreu por volta das 9 horas desta quinta-feira (22) e três pessoas ficaram feridas.

Uma delas foi levada para o Hospital São Matheus e as outras estão sendo socorridas também na região.

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O helicóptero Águia foi acionado para o transporte.

Em comunicado, a Braskem afirmou que "providenciou a evacuação imediata do local e as causas dessa ocorrência estão sendo investigadas". "Vale ressaltar que os órgãos técnicos competentes já foram comunicados."

A empresa disse ainda que está acompanhando e em contato com os familiares das vítimas, "para prestar todo apoio necessário".

Os dois alunos atingidos por disparos de arma de fogo durante o ataque ao Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná, eram namorados e colegas de sala. A informação foi confirmada ao Estadão por fontes oficiais do governo do Estado.

Um ex-aluno, de 21 anos, entrou armado no colégio na manhã desta segunda-feira (19) alegando que solicitaria seu histórico escolar. Ele disparou contra o casal e foi detido por um professor. Em seguida, foi encaminhado para Londrina, cidade vizinha de Cambé. A polícia investiga a motivação do crime.

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Ex-coroinha em uma igreja da cidade, Karoline Verri Alves, de 17 anos, não resistiu aos ferimentos e faleceu no local. Ela participava do grupo de jovens da Paróquia Santo Antônio de Cambé, onde seus pais são coordenadores. "A jovem era atuante na Igreja", disse a paróquia.

"Neste momento de dor, a Paróquia Santo Antônio de Cambé e a Comunidade Nossa Senhora do Divino Amor transmitem os sentimentos e fazem orações pelos familiares das vítimas e à comunidade escolar psicologicamente abalada", acrescentou, em nota nas redes sociais.

Karoline cursava o 3º ano do ensino médio e era colega de sala do namorado, de 16 anos. O adolescente segue internado em "estado gravíssimo" e os médicos do Hospital Universitário de Londrina tentam estabilizar o quadro de saúde do jovem.

Conforme boletim mais recente, o paciente iniciou infusão de antibioticoterapia, profilaxia (vacina para difteria e tétano), com necessidade de associar medicamento para manutenção dos níveis de pressão arterial e transfusão de sangue, devido aos traumas. Ele respira com ajuda de aparelhos e está na sala de emergência do Pronto Socorro.

"Devido seu quadro de extrema instabilidade, está contra indicado o transporte ao bloco cirúrgico da instituição, por risco de alteração dos parâmetros vitais", afirma o boletim médico.

Ao Estadão, o secretário de Educação do Paraná, Roni Miranda, disse que as informações preliminares apontam que o autor não tinha relação com as vítimas. "É um ex-aluno, que estudou por lá em 2014", disse. Segundo ele, o agressor abandonou os estudos, sem concluir o ensino médio, no ano passado.

Foram apreendidos, junto com o agressor, uma machadinha, carregadores de revólver e a arma utilizada no crime. A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que, além desses itens, foi encontrado um caderno com anotações sobre ataques em escolas. Além disso, foi revelado que o agressor é esquizofrênico e estava em tratamento para essa condição, de acordo com informações fornecidas por sua família. No começo da noite, um outro homem, também de 21 anos, foi preso por suspeita de ajudar a organizar o ataque.

O Colégio Estadual Professora Helena Kolody tem cerca de 40 turmas e 634 alunos, segundo a Secretaria da Educação do Paraná. A escola atende turmas de ensino fundamental e médio.

Governador decretou luto de três dias

Por meio das redes sociais, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), lamentou a tragédia. "A violência do brutal ataque em uma escola estadual em Cambé causa indignação e pesar. O assassino foi preso, será julgado e condenado pelo crime bárbaro que cometeu", publicou.

"O professor que imobilizou esse ex-aluno passou por um treinamento recentemente, e as forças policiais chegaram em apenas três minutos ao colégio depois do acionamento, o que evitou uma tragédia ainda maior", disse ele, que decretou luto oficial de três dias no Estado.

Em abril, após atentados em escolas de São Paulo e Blumenau (SC), Ratinho Junior anunciou reforço de 5,6 mil policiais para fazerem rondas nas regiões de escolas estaduais para conter ataques nas instituições de educação.

Um homem de 20 anos, estudante de quiropraxia, foi preso em flagrante em uma faculdade particular na zona leste de São Paulo, sob acusações de ter tirado fotos íntimas de uma aluna no banheiro misto. Na noite da última quinta-feira (15), Gabriel Valareto Vicente Silva foi flagrado colocando a câmera do celular por baixo do cubículo do banheiro onde ela estava.

Uma amiga da vítima, estudante de medicina veterinária, saiu do banheiro gritando em busca de ajuda, e um bombeiro civil se dirigiu ao local, bloqueando a saída do assediador. Com a chegada da polícia, o celular dele foi apreendido, e foram encontradas fotos íntimas de outras mulheres, indicando que ele já coletava as imagens há mais tempo. Após a vítima se reconhecer em uma das capturas, todos foram encaminhados para a 8º Delegacia de Polícia (DP), na Mooca, mesmo bairro onde fica situada a faculdade.

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Segundo o portal SBT News, a Universidade Anhembi Morumbi informou, por meio de nota, que lamenta o ocorrido, e se solidariza com a vítima, prestando “toda a assistência necessária para que ela possa se restabelecer o mais rápido possível”.

A instituição ainda declarou que está “adotando as providências cabíveis, tanto internamente, quanto junto às autoridades competentes e continuaremos atuando para a solução do caso, estando, inclusive, à disposição para contribuir com a apuração dos fatos”.

O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou nesta sexta-feira (9) as vítimas do ataque com faca cometido na véspera em Annecy (leste) por um refugiado sírio, que deixou seis feridos, entre eles quatro crianças pequenas.

"Depois do atentado ocorrido ontem, o presidente da República e a sua esposa visitam hoje as vítimas e suas famílias, assim como todas as pessoas que contribuíram em Annecy para lhes prestar ajuda e apoio", anunciou a Presidência francesa.

O chefe de Estado chegou a Grenoble acompanhado de sua esposa, Brigitte Macron.

Três dos quatro menores feridos neste ataque que chocou a França estão hospitalizados, apurou um jornalista da AFP.

O porta-voz do governo, Olivier Véran, disse nesta sexta-feira que dois dos quatro menores feridos permanecem em estado crítico. Ele pediu prudência e que se espere pelo resultado da investigação, no momento em que vários políticos de direita e de extrema direita miram na "imigração em massa".

Os quatro menores "puderem ser operados e estão sob monitoramento médico permanente", informou a primeira-ministra Élisabeth Borne, que ontem se reuniu em Annecy com autoridades policiais e da Justiça que participaram da detenção do agressor.

Abdalmasih H., cidadão sírio que obteve asilo na Suécia em 2013, esfaqueou seis pessoas, incluindo quatro crianças de 1 a 3 anos, na manhã de quinta-feira perto do turístico Lago Annecy, por motivos ainda desconhecidos.

O homem, que carregava uma cruz e disse "em nome de Jesus Cristo" durante o ataque, não estava sob a influência de drogas ou álcool e não tinha antecedentes criminais ou histórico de problemas mentais conhecidos.

"A investigação em andamento permitirá determinar a motivação", disse a promotora de Annecy, Line Bonnet-Mathis, na quinta-feira, descartando por enquanto um ato com motivação terrorista.

O agressor está sob custódia policial desde sua prisão logo após o ataque e, nesta sexta-feira, deve passar por um exame psiquiátrico, disse o ministro do Interior, Gérald Darmanin. Segundo a emissora local da France Bleu, o homem ainda não havia sido interrogado, já que está "agitado" e até "se revira no chão" da delegacia.

Darmanin descreveu na quinta-feira como uma "coincidência perturbadora" o fato de o ataque ter ocorrido dias depois que as autoridades francesas rejeitaram seu pedido de asilo, solicitado em novembro de 2022, porque ele já tinha proteção concedida pela Suécia.

Sua ex-mulher na Suécia, com quem teve uma filha de três anos, disse à AFP que ele deixou o país porque "não conseguiu obter a nacionalidade sueca".

O agressor sofria de uma "profunda depressão", segundo sua mãe, que mora nos Estados Unidos. A rejeição da nacionalidade, a princípio por ter estado no Exército sírio, “talvez o tenha deixado louco”, acrescentou.

- 'Noite difícil' -

A precariedade do exílio "aumenta a vulnerabilidade psicológica", disse à AFP Andrea Tortelli, psiquiatra especialista em saúde mental de imigrantes, advertindo contra "confundir" migração e atos violentos, porque isso é algo "pouco comum".

"Muitas frequentemente, sofreram violência ou viveram situações violentas, como conflitos", "experimentaram a imigração forçada com seus perigos" antes de "chegarem à Europa, onde enfrentam uma política migratória que os coloca em dificuldades psicológicas", explicou.

À espera de respostas, dezenas de cidadãos de Annecy, em prantos, chegam para depositar flores brancas, bichos de pelúcia, velas ou deixar mensagens de apoio em um pequeno memorial improvisado no local do atentado, onde as crianças voltaram a brincar horas depois do drama.

Leo Ganassali, um comerciante de 21 anos, foi com o irmão mais novo depositar um enorme buquê de flores após uma "noite difícil".

“Não estamos preparados” para acontecimentos como este, confessou o jovem, emocionado, nesta pacata cidade de cerca de 140 mil habitantes.

"Eu me vejo aqui, criança, brincando neste parque, e vê-lo de luto hoje é muito, muito complicado", acrescentou.

"Este parque é o meu parque, o nosso parque, o mais bonito de Annecy", disse uma senhora de 60 anos, que não quis revelar o seu nome, destacando a "emoção" palpável no ar.

Um caminhão caiu dentro de um canal, na comunidade de Lagoa Encantada, no bairro do Ibura, zona sul do Recife, na tarde desta segunda-feira (5). Três pessoas se envolveram no acidente, ficando feridas, mas ninguém morreu. Segundo informações, o condutor do caminhão perdeu o controle da direção, causando o acidente.

O Corpo de bombeiros foi acionado por volta das 16h25 para resgatar as duas vítimas que ficaram presas às ferragens do veículo. Uma delas conseguiu escapar andando. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) também foram encaminhadas ao local para prestar os socorros e levar os feridos.

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Os três homens feridos foram levados para unidades de saúde. O homem de 32 anos foi levado para o Hospital Otávio de Freitas, no bairro de Tejipió, o de 43 anos foi encaminhado para o Hospital da Restauração, e o terceiro homem, de idade não informada, está na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Ibura.

Um grupo religioso com sede em São Paulo é acusado de intoxicar os participantes de um ritual com substâncias alucinógenas proibidas no Brasil. O veneno utilizado seria uma toxina de sapo, chamada Bufo alvarius, e que teria o papel de “aprofundar” a experiência espiritual. Uma das vítimas do grupo xamânico Sete Raios é a advogada goiana Gabriela Augusta Silva, que viajou de Goiás para a capital paulista, há dois anos, a fim de passar pelo ritual. O caso aconteceu em outubro de 2021. 

Gabriela foi submetida a uma sessão com o veneno. A mulher conta que inalou a substância e, desde então, sua vida nunca mais foi a mesma. O relato dela é apenas um dos que contam diversas situações com enjoos, ideações suicidas, crises de pânico e surtos psicóticos. Segundo ela, os participantes não foram informados sobre a presença da substância psicodélica.  

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Conhecido popularmente como bufo, o veneno 5-MeO-DMT trata-se de um psicodélico usado em cerimônias religiosas no exterior, mas que está na lista de substâncias proibidas no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).  

A advogada relatou ao G1 que, após o ritual com o bufo, passou a sofrer com crises de pânico e ansiedade, problemas respiratórios, surtos psicóticos e pensamentos suicidas. Ela aponta que após a inalação da substância, chegou a perder a consciência e só acordou cerca de 30 minutos depois, mas afirma jamais ter sido a mesma pessoa.  

A vítima buscou o grupo para conseguir enfrentar o luto pela morte de seu irmão, vítima de um acidente de carro em 2017, e também uma “maior conexão com Deus”. Ela diz que jamais teve problemas relacionados à saúde mental, mas que chegou a ser internada em um hospital neurológico e a tomar remédios controlados após a sessão.  

Bufo é proibido no Brasil 

De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, do Ministério da Justiça, "o uso de substâncias alucinógenas como a 5-MeO-DMT, retirada do sapo Bufo alvarius, é crime, uma vez que tal prática é proibida no país". 

Além de Gabriela, outras pessoas acusam o Instituto de Vivências Xamânicas Xamanismo Sete Raios de promover sessões com a substância sem alertá-los sobre a proibição do bufo ou até mesmo seus possíveis danos colaterais. As vítimas também alegam não terem assinado nenhum termo de responsabilidade e de não receberem acompanhamento após as sessões. 

 

Grande representante da Itália na Fórmula 1, a Ferrari anunciou nesta quinta-feira que vai doar 1 milhão de euros, equivalente a R$ 5,3 milhões, para ajudar as vítimas das enchentes na Itália. As fortes chuvas no norte do país causaram o cancelamento do GP de Emilia-Romagna, que seria disputado em Ímola, no fim de semana.

A equipe italiana vai fazer a doação para a Agência de Proteção Civil e Segurança Territorial da Região de Emília-Romanha. De acordo com a Ferrari, os recursos serão utilizados para ajudar diretamente às famílias locais atingidas pela forte chuva, com foco na recuperação do meio ambiente e na "gestão de estabilidade hidrogeológica".

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"Em tempos de dificuldade, a Ferrari sempre ficou ao lado de sua comunidade", disse o CEO da empresa, Benedetto Vigna. "Queremos fornecer uma resposta concreta e imediata para as necessidades mais urgentes da população de Emília-Romanha, que vem sendo testada por uma série de desastres ambientais."

Equipes e pilotos de F-1 foram atingidos indiretamente pelas chuvas na Itália. Os funcionários dos times já trabalhavam no paddock do Autódromo Enzo e Dino Ferrari desde o início da semana. Na terça, precisaram evacuar o local pelo risco de alagamento, uma vez que o rio Santerno, que margeia o circuito, transbordou em alguns trechos.

Na quarta, a direção da F-1 decidiu pelo cancelamento do GP, principalmente porque a estrutura da categoria costuma exigir muitos recursos de emergência, que estão sendo todos direcionados para as vítimas das enchentes. Ao todo, oito pessoas já morreram em decorrência das chuvas e mais de 10 mil precisaram deixar suas casas.

Na tarde desta segunda-feira (15), por volta das 15h30, um homem morreu em um acidente de trânsito no quilômetro 84 da BR-232, trecho localizado na cidade de Gravatá, agreste pernambucano. A vítima perdeu o controle do veículo que conduzia, um carro modelo ECOSPORT, saiu da pista e capotou, na via sentido Recife. Com o impacto, ele foi arremessado para fora do veículo.

Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), existe a suspeita de que o condutor estava sem o cinto de segurança ou que teve algum problema com o equipamento. Gravemente ferido, ele chegou a ser encaminhado pela equipe Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, mas não resistiu e faleceu.

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A passageira do veículo, esposa da vítima, ficou ferida e foi levada a unidade hospitalar. O estado de saúde dela ainda não foi divulgado. As identidades dos envolvidos no sinistro não foram divulgadas pela PRF, e o caso foi registrado pelas autoridades locais.

 

As autópsias realizadas sobre alguns corpos encontrados em uma floresta no sudeste do Quênia, onde membros de uma seita evangélica se reuniam, revelaram a ausência de alguns órgão, segundo um documento judicial consultado nesta terça-feira(9) pela AFP.

"Laudos de autópsia revelaram que faltavam órgãos em alguns corpos das vítimas que foram exumados até agora", indica o documento com data de segunda-feira. O texto também menciona "tráfico de órgãos humanos bem coordenado que envolve vários atores".

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Mais de cem corpos, em sua maioria de crianças, foram descobertos em abril na floresta de Shakahola, onde se concentravam os fiéis de uma seita que recomendava o jejum extremo para "conhecer Jesus".

A descoberta dos corpos provocou sentimentos de horror, indignação e incompreensão neste país da África Oriental, de cerca de 50 milhões de habitantes e mais de 4.000 igrejas registradas, segundo o governo.

Segundo as autópsias realizadas sobre 112 corpos, a maioria das vítimas morreram de fome, após ter supostamente seguido os conselhos de Paul Nthenge Mackenzie, um autoproclamado pastor da Igreja Internacional das Boas Novas.

O pastor, que se encontra detido, será processado por "terrorismo", anunciaram os promotores em 2 de maio.

Algumas das vítimas, no entanto, foram estranguladas, golpeadas e afogadas, indicou na semana passada o responsável pelas operações de autópsia, o médico Johansen Oduor.

No documento, a Direção de Investigações Criminais (DCI) pede o bloqueio das contas bancárias do pastor Ezekiel Odero, detido em 28 de abril por este caso e solto na quinta-feira, sob fiança.

Segundo o DCI, este influente religioso recebeu "enormes transações em espécie", procedentes das quantias entregues pelos fiéis a Mackenzie, que pediu a eles que vendessem suas propriedades.

Um grave acidente envolvendo quatro veículos deixou 18 vítimas em um cruzamento na Avenida Engenheiro Abdias de Carvalho, no bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife, nas primeiras horas desta terça-feira (9). Um veículo da Prefeitura de Agrestina ficou capotado na pista. 

Os veículos ficaram destruídos com a intensidade da colisão. Informações apontam que uma van envolvida no acidente do município de Pesqueira, também no Agreste de Pernambuco, e estaria transportando pacientes para tratamento de saúde na capital.  

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O condutor da van disse à TV Globo que o freio não funcionou e ele acabou atingindo os outros veículos estavam parados no sinal.

O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados por volta das 4h35. As vítimas foram atendidas no local e conduzidas para unidades de saúde. 

Além do resgate, os bombeiros atuaram para conter um vazamento de gás veicular de um dos carros que teve a traseira destroçada. A corporação também precisou lavar a pista que ficou suja por combustível que vazou dos outros veículos.

Socorro às vítimas

Três viaturas foram enviadas pelos bombeiros, sendo uma de combate a incêndio, uma de resgate e uma de comando operacional. O Samu disponibilizou seis ambulâncias para a ocorrência.

De acordo com o Serviço, duas pessoas foram atendidas pelos bombeiros e outras nove pelos profissionais do Samu, sendo cinco mulheres e dois homens. 

Quatro mulheres e os dois homens foram conduzidos ao Hospital da Restauração, na área central do Recife, e uma mulher para o Hospital Getúlio Vargas, no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste da cidade. 

O Hospital da Restauração informou que uma criança de 11 anos deu entrada na emergência pediátrica unidade. Outros seis pacientes, com idades até 73 anos, foram internados na emergência de traumas. Todos estão passando por exames.

Trânsito

A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) informou que um desvio foi realizado na Avenida Abdias de Carvalho, por volta das 6h20. Os motoristas em direção ao Centro deverão acessar a Rua Padre Teófilo Tworz. 

O Corpo de Bombeiros Militares de Pernambuco (CBMPE) encontrou, na noite desta sexta-feira (28), mais duas vítimas nos escombros do Edifício Leme, que desabou na noite da última quinta-feira (27), no bairro Jardim Atlântico, em Olinda. Elas já se encontravam sem vida no momento do resgate.

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Foto: Guilherme Gusmão/LeiaJáImagens

O Coronel do Corpo dos Bombeiros, Wagner Pereira, informou que a demora para encontrar os corpos se deu devido a uma grande laje, que estava por cima, dificultando o acesso ao restante dos escombros. “No local tinha uma laje muito grande, por cima, então a gente precisava romper essa laje de forma cautelosa para que o restante dos escombros ao redor não caíssem por cima”, explicou o coronel em coletiva.

De acordo com informações oficiais, as duas vítimas são do sexto feminino. O Coronel Wagner Pereira também afirmou que os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML), que já se encontra no local, onde vão chamar familiares das vítimas para, junto à equipe de assistência social, identificá-las. Elas foram encontradas próximas uma da outra, como se estivessem no mesmo cômodo do apartamento.

As duas vítimas se somam as três http://leiaja.com/noticias/2023/04/28/sobe-para-tres-o-numero-de-mortos-...">que já foram encontradas sem vida nos escombros do edifício, totalizando cinco mortes até o momento. O CBMPE informa ainda que continua na busca da última pessoa desaparecida, uma idosa de 60 anos.

Sobreviventes

Até a tarde desta sexta-feira, os bombeiros resgataram cinco moradores com vida, sendo três mulheres e dois homens. Duas mulheres, ambda de 25 anos, estão sob cuidados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Olinda, e outra, de 30 anos, foi encaminhada para o Hospital Miguel Arraes. Os dois homens, de 44 e 53 anos, foram para o Hospital da Restauração.

Com informações de Guilherme Gusmão

Na manhã desta quinta-feira (27), uma idosa teve 98% do corpo queimado após um vazamento de gás de cozinha provocar uma explosão na comunidade da Roda de Fogo, no bairro dos Torrões, Zona Oeste do Recife. Além da vítima mais grave, outras duas mulheres se feriram na ocasião. De acordo com o Corpo de Bombeiros, as equipes foram acionadas por volta das 8h40 para atuar em uma ocorrência na rua Professor Arthur Coutinho.

Ao local, foram enviadas viaturas de combate a incêndio, resgate e comando operacional. O fogo já havia sido extinto com a chegada da corporação e duas das vítimas socorridas por vizinhos. Uma terceira vítima foi conduzida a uma unidade hospitalar pelos bombeiros. A área do incidente foi isolada para vistoria da Defesa Civil do Recife. Duas casas ficaram danificadas.

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As três mulheres foram levadas ao Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife. Segundo a instituição, o estado de Maria Isaura Paulino, que tem 63 anos, é o mais grave. Ela sofreu queimaduras em quase todo o corpo e está intubada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Restauração.

As outras vítimas sofreram ferimentos menores e estão estáveis, mas em tratamento na Unidade de Tratamento de Queimados do HR. “Outra mulher, de 42 anos, sofreu queimaduras em cerca de 20% do corpo e tem quadro de saúde estável. Uma terceira mulher, de 48 anos, teve uma queimadura no pé e também está estável”, acrescentou o hospital.

Relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado nesta segunda-feira (17), mostra que o ano de 2022 foi marcado pelo elevado crescimento nos dados sobre violência contra a pessoa em decorrência de conflitos no campo. Ao todo, foram 553 ocorrências, que vitimaram 1.065 pessoas, 50% a mais do que o registrado em 2021 (368, com 819 vítimas). Nesse cenário, que inclui assassinatos, tentativas de assassinato, ameaças, agressões, tortura e prisões, povos tradicionais despontam como as principais vítimas.

Em 2022, 38% das 47 pessoas assassinadas no campo eram indígenas, o que totaliza 18 casos. Em seguida, aparecem trabalhadores em terra (9), ambientalistas (3), assentados (3) e trabalhadores assalariados (3). Além desses, as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, no Vale do Javari, no Amazonas, somam-se ao cenário crítico de vítimas dos conflitos agrários 2022.

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O número de assassinatos por conflitos no campo no ano passado representou crescimento de 30,55% em relação a 2021 (36 mortes) e 123% em comparação com os dados registrados em 2020 (21 mortes).

Entre os assassinatos, destacam-se os casos ocorridos em Mato Grosso do Sul, em territórios de retomada dos indígenas Guarani-Kaiowá. Foram seis indígenas vitimados entre maio e dezembro, colocando o estado como o terceiro do país que mais registrou assassinatos decorrentes de conflitos no campo. Três dessas mortes ocorreram em ação de retomada da Tekoha Guapoy, no interior da Reserva Indígena de Amambai. No local, emboscadas e perseguições resultaram na morte de Vitor Fernandes, em 24 de junho de 2022, durante despejo ilegal executado pela Polícia Militar do estado, em ação que deixou mais 15 pessoas feridas. As outras vítimas foram Márcio Moreira e Vitorino Sanches, o segundo uma liderança assassinada no centro de Amambai e que já havia sobrevivido a outra investida similar enquanto dirigia pela estrada que dá acesso a Tekoha.

"Temos visto uma queda das ocupações de terra e avanço dos conflitos para dentro de comunidades ocupadas por populações tradicionais. Há um ataque efetivo contra as comunidades indígenas, de forma específica", diz Isolete Wichinieski, da Coordenação Nacional da CPT.

Mulheres e crianças

Outro número divulgado pelo relatório é o de tentativas de assassinatos. Em 2022 foram notificadas 123 ocorrências desse tipo de violência, um número 272% maior que os 33 registrados em 2021. Em seguida estão os dados de ameaça de morte, que também aumentaram na comparação entre 2022 e 2021, passando de 144 para 206, com crescimento de 43,05%.

Boa parte dessas violências por conflitos no campo atingiram especificamente mulheres. Foram seis assassinatos, número que se iguala aos ocorridos em 2016 e 2017. Os demais tipos de violência sofrida pelas mulheres em 2022 foram a ameaça de morte (47, resultando em 27% do total), intimidação (32, com 18%), criminalização (14, com 8%), tentativa de assassinato (13, com 7%) e agressão e humilhação (9 cada uma, com 5%).

Crianças e adolescentes passaram a estar na mira desse tipo de violência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. De 2019 a 2022, segundo os números levantados pela CPT, foram nove adolescentes e uma criança mortos no campo. Desses, cinco eram indígenas. Entre os dados de violência contra a pessoa, a morte em consequência de conflito registrou 113 casos, sendo 103 na Terra Indígena Yanomami, com 91 vítimas crianças, representando 80,5% dos casos. O povo Yanomami viveu, nos últimos anos, um agravamento da crise humanitária de saúde e segurança em meio à invasão de suas terras por garimpeiros.

"O futuro das comunidades indígenas está ameaçado, não só pela invasão de suas terras e o assassinato de lideranças, mas por impedir a existência das próximas gerações", afirma Isolete. A dirigente da CPT cobra do novo governo que cumpra a promessa de resgatar as políticas de proteção territorial e de reforma agrária, que demanda orçamento e pessoal. Ela também cobra a reforma e ampliação do programa de defensores de direitos humanos, para enfrentar as graves ameaças e impedir o assassinato recorrente de lideranças comunitárias no campo.

O relatório anual da CPT referente a 2022 apontou um total de 2.018 ocorrências de conflitos no campo, envolvendo 909,4 mil pessoas e mais de 80,1 milhões hectares de terra em disputa em todo o território nacional, o que corresponde à média de um conflito a cada quatro horas.

 

O Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife, concentra o maior número de vítimas em estado grave após o incêndio que destruiu o Lar Paulo de Tarso, no bairro do Ipsep, Zona Sul da cidade, na madrugada desta sexta-feira (14). Até o momento desta publicação, seis crianças estavam intubadas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) da unidade de saúde, em estado muito grave.

A priori, o HR havia recebido dez crianças, mas duas morreram ao dar entrada no hospital. Das oito que permaneceram na unidade, sete foram mantidas na UTI e uma outra na unidade de queimados. Às 12h desta sexta-feira (14), o médico da Restauração, Petrus Moura, informou que duas meninas foram transferidas para o Hospital e Maternidade Brites e Albuquerque, em Olinda. 

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"Todas inalaram bastante fumaça e algumas apresentam queimaduras também. As queimaduras não chamam atenção no tamanho e nem na extensão. Como não há mais vagas de UTI, elas [as duas meninas] serão transferidas. As crianças chegaram na enfermaria, mas os quadro de saúde agravaram e houve a necessidade de mais vagas. Todas essas crianças estão em estado grave e têm risco de morrer. As seis no HR estão intubadas em ventilação mecânica. As transferidas precisam de terapia suplementar, mas não precisaram ser intubadas", informou Petrus.

Assim, de 17 residentes no Lar Paulo de Tarso, quatro tiveram morte confirmada, sendo três crianças e a cuidadora Margareth Silva. Cinco pessoas (quatro crianças e uma outra cuidadora) estão em atendimento no Hospital Geral de Areias, no Recife, em situação estável. Duas crianças estão no Brites, em Olinda, em estado grave; e outras seis crianças, no HR, também em estado grave.

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Nesta sexta-feira (14), Gráuzio Diego acordou no meio da noite com gritos de desespero enquanto a casa ao lado era consumida por chamas. O imóvel vizinho é o Lar Paulo de Tarso, no bairro do Ipsep, Zona Sul do Recife, onde um incêndio resultou na morte três crianças e uma cuidadora, nesta madrugada. O homem contou como a vizinhança se mobilizou no resgate das primeiras vítimas antes da chegada dos bombeiros. 

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Ao todo, 17 pessoas dormiam no local, sendo duas mulheres e 15 crianças entre dois e 11 anos. Elas estavam sob medida protetiva e foram acolhidas pelo abrigo, onde tinham uma rotina de cuidado e lazer.  

Também morador da Rua Jerônimo Heráclio, Paulo Guilherme, de 20 anos, contou que o abrigo recebia ajuda dos vizinhos e presentes para os pequenos. Todos os dias, às 16h, a rua era tomada pela alegria das brincadeiras entre eles. "Ontem elas estavam aqui, tinha cones aqui fechando a rua, tinha um bocado de criança aqui brincando, jogando bola, com os brinquedos. As mulheres que tomam contam também estavam brincando", disse. 

Vizinhos salvaram primeiras vítimas

O autônomo Gráuzio Diego, 40, contou que foi acordado por gritos da mãe quando o fogo já tomava conta da casa. Ele foi para a rua e outro vizinho, que já tentava encontrar uma forma de retirar os moradores de lá em segurança. 

"Quando cheguei, tinha eu e outro rapaz, e não tinha como as crianças sair porque já estava totalmente em chamas a casa. Ficou uma criança dizendo 'tio, me tire daqui', tinham várias me chamando, mas só tinha três pessoas [para ajudar]", relatou. 

Com a respiração e visão dificultadas pela fumaça densa, depois de tentar entrar por trás, por volta das 3h da manhã, eles conseguiram uma makita e começaram a serrar as grades. As barras eram removidas conforme o calor ficava mais intenso. Sem equipamentos, Gráuzio teve as mãos queimadas durante os esforços. 

Já dentro do imóvel, ainda próximo à grade, o grupo encontrou os corpos de uma cuidadora e uma criança que ela carregava nos braços. Ele acredita que a tentava fugir do local, mas não conseguiu passar do portão. 

As crianças que dormiam no quarto da frente foram retiradas do fogo, entre elas, um menino já com as costas queimadas e algumas desacordadas por conta da fumaça inalada, relatou Gráuzio. 

"Se eu fosse um super-herói, eu salvaria todos, mas Deus sabe que, no fundo do coração de cada um de nós, eu fiz o que eu pude para salvar essas crianças", afirmou o vizinho. 

Três vítimas em estado grave foram encaminhadas à UTI do Hospital da Restauração, outras cinco também apresentam quadro grave e duas estão sendo estabilizadas. Três crianças foram internadas na unidade de queimados da unidade. 

As informações preliminares apontam que o fogo se alastrou a partir da sala. A causas do incêndio serão confirmadas com o resultado da perícia do Instituto de Criminalística (IC). 

Com informações da repórter Vitória Silva

Pela primeira vez em quatro anos, o Ministério da Defesa do Brasil não comemora o aniversário do golpe militar de 1964. Geralmente, a celebração é adicionada à ordem do dia e lida em batalhões e quartéis ao redor do país. Neste dia 31 de março, que marca 59 anos desde o golpe, três vítimas do ex-coronel e torturador Carlos Brilhante Ustra revelaram os episódios de violência dos quais fizeram parte durante a ditadura. Os depoimentos foram publicados na coluna do jornalista Chico Alves, do UOL. 

Ustra, que morreu em 2015, foi um coronel do Exército Brasileiro, ex-chefe do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) em São Paulo. O órgão tinha como atividade principal a repressão a grupos de oposição à ditadura militar, especialmente “agitadores” de esquerda, artistas e professores. 

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Em 2008, Ustra tornou-se o primeiro militar condenado pela Justiça Brasileira pela prática de tortura durante a ditadura militar. Ele chegou a ser homenageado, mais de uma vez, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando era deputado federal e também após o ex-mandatário assumir o Planalto. 

Um dos relatos publicados pela coluna menciona o dia em que duas crianças, de quatro e cinco anos, assistiram a mãe ser torturada após ter sido estuprada. A mulher é a jornalista Amelinha Teles, hoje com 78 anos. Ela foi sequestrada por agentes da ditadura e levada para o DOI-Codi de São Paulo, junto com o marido, Cézar, e com Carlos Nicolau Danielli. Nicolau foi um dos dirigentes do Partido Comunista do Brasil (PCB), do qual Amélia também fez parte. 

O episódio se passou em dezembro de 1972, ano em que Carlos Nicolau morreu. As vítimas ficaram reféns do DOI de 28 de dezembro a 14 de fevereiro, por 48 dias. 

Os depoimentos 

Amelinha relatou que, primeiro, os agentes do DOI-Codi tiraram o seu marido e o colega de partido do carro no qual foram sequestrados. A ação aconteceu na Vila Clementina, bairro nobre da Zona Sul de São Paulo. Os homens foram agredidos com chutes e socos no estômago e no rosto. A sessão de tortura foi comandada por Ustra, que à época era major e utilizava os codinomes "Doutor Silva" e "Doutor Tibiriçá". 

A jornalista diz que chegou a questionar Ustra diretamente sobre as agressões, mas levou um tapa na cara e foi levada à sala de tortura junto aos outros dois.  

"Passei por diversos tipos de torturas. Tinha choque elétrico na vagina, no seio, na boca, no ouvido. Tinha palmatória, com uma madeira toda furada, de maneira que a pele vai soltando. Fui espancada por vários homens, além dele. Naquela primeira noite mesmo eu fui estuprada por um deles que era Lourival Gaeta, que tinha o codinome Mangabeira", compartilhou Amelinha.  

Segundo a vítima, cerca de oito homens participavam das sessões, enquanto obedeciam a ordens de Ustra. "Um dia, Ustra foi buscar em casa meus dois filhos, Edson, de 4 anos, e Janaína, de 5 anos, e minha irmã, Criméia, grávida de oito meses. Ele espancou a minha irmã. E teve a desfaçatez de levar meus filhos para dentro de uma sala onde eu estava sendo torturada, nua, vomitada, evacuada", completou Teles. 

Outras vítimas 

O segundo relato publicado neste dia 31 pertence a Gilberto Natalini, médico e ex-vereador paulistano. Hoje ele tem 71 anos, mas à época, tinha apenas 20 anos e estava no início da faculdade de medicina. Foi preso pelo DOI também em 1972. Apesar de ser opositor, não era vinculado à luta armada e nem a organizações políticas. 

"Alguns dias depois, já comecei a apanhar. Eles batiam, davam socos, tapas, choque no corpo, na orelha. Eu sem roupa. Em uma noite, o próprio Ustra me colocou descalço em cima de duas latas grandes. Jogou água no chão e ligou os fios elétricos, para dar choques. Além disso, me batia com um cipó", disse o ex-político. 

Os episódios de Natalini são similares aos do ex-guerrilheiro Emilio Ivo Urich, hoje com 75 anos. Ele fez parte da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e tinha 23 anos quando foi preso, antes dos demais, em 20 de novembro de 1970.  

"Na chegada já mandaram que eu tirasse a roupa, lá no pátio. Subi imediatamente para uma sala de tortura. Fui recebido pelo Ustra e passei a ser torturado. Me perguntavam onde estava Yoshitane Fujimori", disse. 

Fujimori foi um guerrilheiro que coordenava ações de inteligência à época. "Nos primeiros 15 dias fui muito torturado pelo Ustra e pelas outras equipes apenas com o objetivo de dizer onde estava o Fujimori. Não queriam saber se eu tinha assaltado banco, se eu tinha sequestrado alguém. Eu ficava à disposição dos torturadores 24 horas. Tomei a decisão de não entregar Fujimori, porque se entregasse ele teria que entregar outros. Há 15 anos processei o Estado brasileiro por danos morais, por conta das torturas, e ganhei. Nesse processo está comprovado que eu era torturado até três vezes por dia", finalizou Ivo. 

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar nesta terça-feira (28) um recurso que pretende garantir que o estado do Rio de Janeiro seja responsabilizado pelo disparo de balas perdidas durante operações policiais. A sessão está prevista para começar às 14h.

A questão trata especificamente do caso de menino Luiz Felipe Rangel Bento, de 3 anos, baleado na cabeça enquanto dormia em casa, no Morro da Quitanda, zona norte do Rio, em 2014.

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No recurso, a família do menino tenta derrubar a decisão do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) que negou pedido de indenização por entender que não há como responsabilizar a administração pública pela morte do garoto. De acordo com a decisão, não há provas de que a bala saiu de uma arma da polícia, e o Estado não poderia ser responsabilizado pelo resultado de um tiroteio entre policiais e criminosos.

O caso começou a ser analisado pelo colegiado em fevereiro deste ano. Na ocasião, o ministro Edson Fachin votou para suspender o julgamento do caso enquanto aguardava definição da questão em outro processo mais abrangente, cujo resultado valeria para todos os casos semelhantes.

Em seguida, Gilmar Mendes se posicionou favorável ao recurso, e Nunes Marques, relator do caso, pediu o adiamento da conclusão. André Mendonça não votou.

Em 2020, o relator proferiu uma decisão individual e votou contra a responsabilização por entender que o Estado não pode garantir proteção integral.

A discussão mais ampla sobre a questão e que terá aplicação a todos os casos semelhantes que estão em tramitação no Judiciário ainda não tem data para ser julgada.

No processo, será definido pelo Supremo a possibilidade de condenação do Poder Público a pagar indenização por danos morais e materiais por morte da vítima de disparo de arma de fogo nos casos em que a perícia for inconclusiva sobre a origem da bala.

Momentos após o ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro na manhã desta segunda-feira (27), em São Paulo, a direção da instituição e os policiais militares começaram a liberar aos poucos os estudantes. Alguns alunos já acompanhados de seus responsáveis relataram que na semana passada aconteceu uma briga envolvendo o autor das agressões, um outro estudante e a professora assassinada.

Em entrevista à TV Globo, Maria das Graças, mãe de um aluno que estuda na turma na qual ocorreu a tragédia, disse que as brigas no local são frequentes, e que pediu a direção da instituição de ensino medidas que diminuíssem os conflitos.

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''Na sala dele, na semana passada, teve uma briga por racismo, um pulou em cima do outro. É muita briga nesse colégio. Falei que ter uma polícia lá e falavam que não podia fazer nada, tem que ser o Estado".

Um estudante identificado como Gabriel, de 13 anos, disse que estuda na mesma sala do autor do crime. Ele relata que há alguns dias, o adolescente xingou outro aluno de 'macaco', o que ocasionou uma briga entre os dois, na qual a professora assassinada no ataque desta segunda-feira foi responsável por ter apartado a briga. Logo após a confusão, o jovem autor do atentado jurou vingança.

Segundo Gabriel, o outro aluno da briga não compareceu na escola na manhã de hoje.

"Foi assim: chamou o menino de preto e macaco. O outro menino (vítima de racismo) não gostou e partiu para cima dele. A professora "Beth" separou. Aí hoje esse menino que chamou o outro de macaco veio com uma faca e esfaqueou várias vezes aqui e aqui (disse ele tocando na cabeça). Ele já falou que iria fazer isso, mas ninguém acreditava. Ele estava atrás de mim tentando me matar. Na hora, eu corri e me escondi ali atrás e fiquei cerca de uns 40 ou 60 minutos esperando a polícia chegar", disse.

Em entrevista coletiva, o Secretário Estadual de Educação de SP, Renato Feder, disse que a direção da escola sabia da briga e iria marcar uma reunião para conversar sobre o caso nesta segunda-feira (27).

A professora Elisabete Tenreiro, 71 anos, foi esfaqueada enquanto fazia a chamada da turma do oitavo ano do ensino fundamental. Ela não resistiu aos ferimentos e teve uma parada cardíaca, morrendo no Hospital Universitário da USP.

De acordo com a Polícia Militar, o agressor, um aluno do oitavo ano, que matou sua professora e feriu mais quatro pessoas, foi contido pelos policiais e levado para o 34° DP, onde o caso está sendo registrado.

Agência Pública - Mariama Correia, Paula Bianchi

O Conselho Tutelar do município de Igarapé-Miri, no Pará, tentou impedir o aborto legal de uma menina de 17 anos, vítima de violência sexual. Conselheiros enviaram um pedido formal ao Ministério Público do município para reconsiderar a ordem judicial de interrupção da gestação, “para que a adolescente leve mais adiante a gravidez, até completar cerca de 7 ou 8 meses, para que o serviço de saúde realize a cesária e destine a criança recém-nascida para adoção.”

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O documento, obtido com exclusividade pela Agência Pública, foi enviado ao MP em 11 de março. Ele é assinado pelos conselheiros Elienai Silva Quaresma e Ana Alice da S. Santiago e por outras duas pessoas, cujas assinaturas estão ilegíveis. Elienai faz apresentações como cantor e palestrante em igrejas evangélicas. 

De acordo com os documentos anexados ao processo que autorizou o procedimento, a menina teria sido abusada pelo próprio pai, pelo padrasto e por vizinhos. Um laudo psiquiátrico da secretaria de Saúde do município informa que ela tem “déficit intelectual e cognitivo” e “não apresenta condições de expressar sua vontade”.

Em 20 de janeiro, o Ministério Público do Pará encaminhou uma petição à Justiça para autorizar o aborto legal. Na época, a adolescente estava com 18 semanas de gestação. O juiz Arnaldo José Pedrosa Gomes emitiu a decisão autorizando o procedimento, “em caráter de urgência”, em 8 de março de 2023.

Mesmo diante da ordem judicial, o Hospital Santa Casa do Pará negou o atendimento. Um documento assinado por representantes da unidade de saúde, no dia 13 de março, justificou a negativa com base na idade gestacional, que a essa altura já era de 27 semanas. 

“A princípio, a Santa Casa disse que não teria a técnica necessária para fazer o procedimento nessa altura da gravidez. Nesses casos, o hospital precisa encaminhar a paciente para o serviço de referência, mas o encaminhamento não foi feito”, explica o promotor do Ministério Público do Pará (MPPA) Emerio Mendes da Costa. 

Nesta quinta-feira (16), a Santa Casa respondeu o questionamento da reportagem sobre a negativa do atendimento, confirmando que a adolescente havia sido internada para a realização do aborto legal. Em e-mail enviado na tarde da quinta-feira (16), a Santa Casa do Pará informou que a paciente já estava internada na Santa Casa para realização do aborto. Até a publicação desta reportagem, contudo, a unidade de saúde não havia confirmado se o procedimento tinha sido realizado, nem o estado de saúde da menina.

A Assessoria de Imprensa da Santa Casa afirmou que não houve negativa da realização do procedimento, “mas sim a solicitação da presença de um responsável, por se tratar de uma menor e com deficiência”. O documento da Santa Casa, ao qual a reportagem teve acesso, confirma a negativa pela idade gestacional e não menciona solicitação de presença de responsáveis.

A adolescente estava abrigada cautelarmente, desde dezembro do ano passado, por determinação de medida protetiva. O MPPA tentou intimar o pai da menina para depoimento, mas ele não foi encontrado. Além de ser abusada pelo próprio pai, a apuração do MPPA registrou que a menina sofria maus tratos e negligência por parte de outros familiares, como a mãe e a avó materna. 

Os documentos obtidos pela reportagem mostram que o conselho tutelar do município onde a adolescente reside, no interior do estado, tinha sido informado sobre os abusos em agosto do ano passado. A adolescente relatou as situações de abuso na escola.

Em setembro, a avó da adolescente chegou a comparecer à escola, mas negou que ela estivesse sendo vítima de violência. Em 21 de dezembro, ela entrou em um espaço de acolhimento e iniciou acompanhamento psicossocial no CREAS. 

De acordo com a ginecologista e obstetra Helena Paro, coordenadora do Núcleo de Atenção Integral a Vítimas de Agressão Sexual do HCU da Universidade Federal de Uberlândia (MG), a realização do procedimento nesta idade gestacional é mais segura do que um parto. “Temos tecnologia e medicamentos para realizar o aborto com segurança para a menina, mulher ou pessoa gestante”, afirma.

Segundo Paro, em casos como esse, caso não tenha como realizar o procedimento, é obrigação do hospital encaminhar a paciente para um serviço que o realize o mais rápido possível. Hoje apenas entre 6 e 8 hospitais no país realizam o abortamento nessa idade gestacional. Ela defende a necessidade do Ministério da Saúde mapear os serviços que realizam esse tipo de procedimento e a criação um sistema de regulação nacional para que os centros de atendimento não tenham que ficar procurando qual o serviço mais próximo. 

A interrupção da gravidez é permitida no Brasil em casos de violência sexual, risco de vida da mulher gestante ou no caso de o feto ser anencéfalo. O Código Penal brasileiro prevê o crime de estupro de vulnerável em casos de pessoas com enfermidades ou deficiência mental, que não tenham discernimento para a prática de ato sexual.

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