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O balanço de mortes causadas no Malawi pelo ciclone Freddy aumentou para 326, indicou, nesta quinta-feira (16), o presidente do país, o que eleva para mais de 400 o total de vítimas da tempestade no sul da África.

"Em relação a ontem, o balanço de mortos por este desastre subiu de 225 para 326", disse o presidente Lazarus Chakwera, em uma região devastada no sul do país, perto da cidade de Blantyre.

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"O número de pessoas deslocadas mais que dobrou, para 183.159, assim como o número de famílias desabrigadas, que agora está em 40.702", acrescentou.

Chakwera insistiu em seu pedido de ajuda internacional, enquanto as equipes de resgate tentavam encontrar sobreviventes ilhados entre as inundações ou presos sob os deslizamentos de terra causados pelas chuvas torrenciais desta semana.

As autoridades habilitaram mais de 300 abrigos de emergência para os atingidos e mobilizaram o Exército e a polícia para gerir a crise. Também decretaram duas semanas de luto nacional e o estado de emergência.

"O ciclone destruiu propriedades, casas, plantações e infraestrutura, inclusive pontes que deixaram isoladas comunidades que precisam de ajuda desesperadamente", disse o presidente.

O ciclone atingiu primeiro o sul da África no fim de fevereiro, afetando principalmente Madagascar e Moçambique, e com danos limitados no Malawi, que fica no interior do continente.

A tempestade retornou ao Oceano Índico, onde ganhou força e fez uma mudança incomum de trajetória, voltando a atingir o território continental com ainda mais intensidade.

Em Moçambique, o ciclone deixou pelo menos 73 mortos e dezenas de milhares de deslocados nas últimas semanas. Além disso, outras 17 pessoas morreram em Madagascar.

As chuvas diminuíram desde ontem, mas o ciclone Freddy está perto de se tornar uma das tempestades tropicais mais longas do mundo.

Meteorologistas afirmam que esta duração excepcional e outras características estão vinculadas às mudanças climáticas.

Roxy Mathew Koll, especialista climático do Instituto de Meteorologia Tropical da Índia, disse que o aquecimento dos oceanos "é um aspecto-chave que contribui para a intensificação rápida dos ciclones". "O ciclone Freddy experimentou até sete intensificações rápidas em seu percurso", disse.

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (9), em sessão deliberativa virtual, proposta que institui uma pensão especial aos filhos e outros dependentes menores de 18 anos de mulheres vítimas de feminicídio. O texto segue agora para análise do Senado.

A iniciativa foi aprovada na forma do substitutivo apresentado pelo relator, deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM), ao Projeto de Lei 976/22, da deputada Maria do Rosário (PT-RS) e outras sete parlamentares do PT. “Trouxe aprimoramentos, preservando ao máximo a sugestão original”, destacou Capitão Alberto Neto.

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A pensão especial, no total de um salário mínimo (R$ 1.320 hoje), será destinada ao conjunto dos filhos biológicos ou adotivos e dependentes cuja renda familiar mensal per capita seja igual ou menor do que 25% do salário mínimo (R$ 330). O benefício será encerrado caso o processo judicial não comprove o feminicídio.

Pagamento até 18 anos

Conforme o texto aprovado, a pensão especial, ressalvado o direito de opção, não será acumulável com quaisquer outros benefícios previdenciários e deverá ser paga até que filhos ou dependentes completem os 18 anos de idade.

Na eventual morte de um dos beneficiários, a cota deverá ser revertida aos demais.

Impacto no orçamento

O impacto orçamentário e financeiro foi estimado em R$ 10,52 milhões neste ano, R$ 11,15 milhões em 2024 e R$ 11,82 milhões em 2025. Segundo o relator, como esses montantes terão pouco efeito nas indenizações e pensões especiais de responsabilidade da União, não houve necessidade de sugerir compensações.

As autoras do texto original afirmam que o Estado deve suprir a ausência da mãe nos casos de feminicídio. "Não podem as crianças e os adolescentes, por razões violentas, serem privadas de condições dignas de existência”, afirmam no texto que acompanha a proposta.

“O relatório do deputado Capitão Alberto Neto foi muito bem construído”, disse Maria do Rosário, relatora, em 2015, da iniciativa que tipificou o feminicídio no País.

A deputada agradeceu o apoio da bancada feminina e de lideranças partidárias na defesa do acolhimento e da proteção dos filhos e dependentes das vítimas. “Temos de avançar para o momento de nenhum feminicídio, porque esse crime não pode ser visto como algo natural”, ressaltou Maria do Rosário. “Mas, dados os números oficiais, resta a nós, além de tudo no combate à violência contra as mulheres, a responsabilidade de proteger as vítimas crianças”, afirmou.

*Da Agência Câmara de Notícias

O boletim divulgado pelo Hospital da Restauração (HR) nesta quarta-feira (8) informou que as vítimas recentes de ataque de tubarão em Pernambuco permanecem sem previsão de alta. Os adolescentes de 14 e 15 anos passaram por cirurgia e estão internados na Enfermaria da unidade no Centro do Recife.

De acordo com o HR, os dois pacientes apresentam quadro estável e tomam antibióticos para evitar possíveis infecções. Eles são acompanhados por uma equipe multidisciplinar.

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Histórico - No último dia 20, um surfista de 32 anos foi mordido por um tubarão na praia dos Milagres, em Olinda. Nesse domingo (5), o jovem de 14 anos perdeu a perna após ser atacado. Menos de 24h depois, próximo ao local do último incidente, a adolescente de 15 anos teve o braço esquerdo amputado após o novo ataque.

  Conforme o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), desde 1992, foram registrados 77 incidentes envolvendo tubarão em Pernambuco, sendo 67 no continente e 10 na Ilha de Fernando de Noronha.

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Famílias desabrigadas pelas enchentes e deslizamentos de terra causados pelas chuvas que afetaram o litoral sul em 2020 e Franco da Rocha, na Grande São Paulo, no ano passado, ainda esperam uma solução definitiva de moradia. Hoje, elas pagam aluguéis que, em geral, são maiores que o auxílio moradia emergencial de R$ 608 que recebem. No litoral, moradores mudaram de endereço, mas ainda vivem em zonas de risco. Na Grande São Paulo, pessoas que tiveram casas demolidas ou interditadas esperam novas moradias ou indenizações há mais de um ano.

A cuidadora de idosos Laura Almeida, de 52 anos, perdeu a casa no Morro do São Bento, em Santos, no dia 3 de março de 2020 - ela decorou a data. Desempregada à época, usou o auxílio-moradia, concedido a munícipes que tiveram as casas consideradas inabitáveis pela Defesa Civil, para se mudar. O único aluguel que cabia no seu bolso era na Vila Progresso, no Morro da Nova Cintra, outra região com risco de deslizamento. "Ninguém sabe para onde vai. Vivo um dia de cada vez porque o futuro é incerto. Não temos apoio", diz.

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Esse também é o drama da costureira Mariana Junqueira. Depois de sobreviver às chuvas no morro do Tetéu, a moradora de 40 anos alugou quarto, cozinha e banheiro em outro endereço, no Morro Nova Cintra, ainda sob risco de novos desmoronamentos. "Queria morar num lugar sem preocupação de sair correndo por causa do desabamento de terra a qualquer momento."

Laura e Mariana estão entre as 458 famílias vítimas dos deslizamentos nos morros de Santos em 2020. Considerando-se Guarujá e São Vicente, outras cidades afetadas, pelo menos 43 pessoas morreram. Três anos depois, os sobreviventes esperam uma saída. "As moradoras cobram uma solução definitiva. Elas pagam aluguel, mas o auxílio não é suficiente. E a maioria continua em áreas de risco", afirma a advogada Gabriela Ortega, integrante da Rede Nacional de Advogadas Populares (Renap).

Mesmo quem conseguiu se afastar das áreas de risco socioambiental e tenta se reerguer economicamente sofre com o peso do aluguel, como a esteticista Kelly Simões, de 45 anos. Depois de perder um terreno com quatro casas, incluindo seu salão de beleza, ela alugou um apartamento no Saboó, região livre das chuvas.

Para ajudar nas despesas, entre elas o aluguel de R$ 1.200, ela teve de vender o carro. Kelly lembra que a tragédia aconteceu poucos dias antes do início das medidas de isolamento social por força da covid-19, o que pressionou ainda mais as famílias. "Não sei o que responder sobre perspectivas."

Para quem viveu a tragédia, as imagens dos deslizamentos em São Sebastião, nas últimas semanas, são um gatilho para novos momentos de dor e desespero. A dona de casa Priscilla Correia, de 38 anos, conta que a tragédia de São Sebastião é a reprise do que viveu com o marido e os dois filhos no Morro do Pacheco, em Santos. "Vejo na TV exatamente o que aconteceu com a gente". Priscilla conta que sua casa está interditada à espera de uma obra municipal que ainda nem começou no Morro do Pacheco. Ela quer reformar a casa e vendê-la. Os dois filhos não querem mais viver lá.

FRANCO DA ROCHA

A interdição ou demolição das casas em risco de desmoronamento posterior significa uma dor dividida em vários capítulos para as famílias. Em Franco da Rocha, cidade da Grande São Paulo que registrou a morte de 18 pessoas pelas chuvas dos dias 29 e 30 de janeiro do ano passado, a empreendedora Karina Macedo recebeu a notícia de que sua casa seria demolida ontem. Emocionada, ela encaminhou vídeo da ação da retroescavadeira sobre a construção com mais de 30 anos. Hoje, ela e outras 69 famílias devem participar de mais uma reunião com a prefeitura para definir a nova moradia. Os planos são de um empreendimento na Vila dos Comerciários com início da construção previsto para este ano. Karina fala em "descaso" do poder municipal. "Não houve indenização."

Moradores que perderam suas casas por ali - como na tragédia de Santos - também aguardam que uma porta se abra. "Ainda não há solução", como explica o líder comunitário Felipe Lima. Diante da indefinição, alguns voltaram para imóveis interditados próximos do local do desastre. Na frente dessas casas há um "X" na parede, pintado pela Defesa Civil. Uma auxiliar de limpeza de 39 anos que prefere não se identificar afirma que permanece ali porque não consegue pagar aluguel em outro lugar com o auxílio dos R$ 608,94 custeados pelo poder municipal. Outros moradores justificam o retorno com a preocupação com saques dos imóveis vazios. Na Rua São Carlos, algumas casas não têm mais janelas.

Felipe Lima calcula que cerca de 20% antigos dos moradores retornaram.

O cenário de destruição ainda persiste, principalmente no Parque Paulista, região mais atingida pelas chuvas. O medo persiste. A prefeitura e associações de moradores estimam que 2 mil famílias vivem em situações de risco hoje

Embora seja constituída, em sua maioria, por imóveis em situação regular, com IPTU em dia, a periferia de Franco da Rocha possui várias construções irregulares, muitas erguidas há cerca de 30 anos. Uma delas é a da aposentada Maria do Socorro Avelino Silva, de 57 anos. Sua casa foi interditada porque o barranco pode cair. Ela conta que passa por lá, de vez em quando, apenas para impedir os furtos. Depois de um ano, ela paga aluguel - mora com o filho para diminuir despesas. Diz que voltaria para a casa antiga desde que a prefeitura fizesse as obras de contenção. Na frase seguinte, repensa o que diz e afirma que não sabe se dormiria bem à noite.

GOVERNOS

A prefeitura de Franco da Rocha informa que oferece o Auxílio Moradia Emergencial de R$ 608,94 para 350 famílias, que continuará sendo pago até que tenham solução de moradia definitiva, e também vai indenizar os imóveis particulares cuja desapropriação foi necessária. O município prevê a construção de 692 unidades habitacionais para moradores de áreas de risco. O poder municipal conta com o apoio do governo estadual em duas obras: um muro de contenção na Rua São Carlos e dois piscinões.

Já a prefeitura de Santos informa que há 4.224 unidades habitacionais que serão destinadas à demanda dirigida e famílias moradoras em áreas de risco socioambiental. O poder municipal informa também que as 458 famílias vítimas dos deslizamentos nos morros, em março de 2020, estão recebendo, ininterruptamente, Auxílio Moradia Emergencial por meio de convênio com o governo estadual.

O Estado, por sua vez, informa que firmou convênios com municípios da Baixada Santista para contenção de encostas, no valor de R$ 48 milhões. Em Franco da Rocha, a Secretaria de Desenvolvimento Social do governo estadual doou R$ 98.438,16 referentes a Benefícios Eventuais. Também foram construídas 1.160 casas por meio do Casa Paulista, em parceria com a União.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No Brasil, a maioria (67%) dos 69.418 estupros cometidos entre 2015 e 2019 tiveram como vítimas meninas com idade entre 10 e 14 anos. É o que destaca o estudo Sem deixar ninguém para trás - gravidez, maternidade e violência sexual na adolescência, do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz Bahia (Fiocruz). Também assinam a pesquisa o Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

O que subsidiou o levantamento foram dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan-Datasus), do Ministério da Saúde. No período de análise, adolescentes com idade entre 15 e 19 anos representam 33% do total de vítimas de estupro.

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Ainda sobre o perfil das vítimas, o que se constata é que prevalecem as meninas pardas (54,75%). Logo depois, aparecem garotas brancas (34,3%), pretas (9,43%) e, por fim, indígenas (1,2%).

Outro dado que se consolida mais uma vez, como em outros estudos, é o que diz respeito à relação entre as vítimas e os agressores. De acordo com a pesquisa, 62,41% dos autores do crime eram conhecidos das vítimas, contra apenas 17,22% de desconhecidos.

Por meio das notificações reunidas pelo governo federal, observam-se, ainda, três dados de relevância. O primeiro é o fato de que o estupro costuma acontecer na casa das vítimas. No total, 63,16% dos episódios se deram nesse contexto. Em 24,8% das vezes, o local era público e, em 1,39% dos casos, o estupro ocorreu em uma escola.

"Evidencia-se que adolescentes nem sempre encontram na família um lugar de proteção", mostra o estudo.

Para a gestora do Projeto Bem Me Quer, do Hospital da Mulher, psicóloga Daniela Pedroso, é preciso ter em vista que, assim como em relacionamentos entre mulher e companheiro, em que ele a agride, as emoções das vítimas menores de idade se misturam, quando o agressor é alguém de seu círculo. Em muitos casos, o agressor causa confusão de sentimentos na vítima, inclusive por propor que ela guarde para si o ocorrido, como se se tratasse de um acordo de confiança que não pode ser rompido, já que a consequência seria perder o afeto do agressor.

"Estamos falando de agressores conhecidos, pessoas que muitas vezes também provêm coisas boas, positivas para essas crianças. Por isso é que é tão importante cuidar disso, porque a gente está falando de algo que é tratado pelo agressor sexual como um segredo, algo que não pode ser contado", alerta.

"O abuso sexual da criança é crônico e recorrente. A gente está falando da pessoa que devia protegê-la. Esse é um dado que sempre surge e que ainda choca muito, porque é a ambivalência não só do sentimento da criança, mas também da ambivalência do comportamento do agressor", complementa Daniela, que hoje coordena o Ambulatório de Violência Sexual na unidade e que trabalha no local há 26 anos.

Na avaliação da psicóloga, a qualidade no atendimento é um fator capaz de definir a permanência das vítimas no hospital, conforme as recomendações. Segundo ela, além de oferecer o tratamento de profilaxia, que as protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e tem maior efeito em uma janela de 72 horas após o estupro, o Hospital da Mulher também oferece cuidados em outras áreas importantes. São eles o encaminhamento a assistentes sociais, que orientam e acolhem, e as consultas com pediatras ou ginecologistas da equipe do ambulatório e com psicólogos. As vítimas têm direito a ter atendimento mesmo sem apresentar boletim de ocorrência, ou seja, basta que se dirijam à unidade.

"A maneira como elas são recebidas pelo serviço vai impactar não só na adesão ao tratamento como também em todo o processo que passam com a gente", ressalta Daniela.

Sobre a contribuição dos psicólogos, a gestora avalia que se encontra em atenuar o sofrimento psíquico, a partir da transformação da memória em torno do estupro que se vivenciou. "As pessoas perguntam, a minha filha vai esquecer? A gente não consegue fazer com que se apague isso da memória dessa criança, dessa adolescente, mas a gente precisa trabalhar da melhor forma possível para que isso não se torne uma lembrança recorrente, cotidiana. Acho que isso é bem importante. E também que ela possa ressignificar esse trauma".

A Fifa anunciou nesta sexta-feira uma doação de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,2 milhões) às vítimas do terremoto que atingiu regiões da Turquia e Síria na última semana. Os recursos serão destinados à assistência humanitária nos países por meio da Fifa Foundation, entidade independente fundada para promover mudanças sociais por meio do esporte.

A entidade entrou em contato com as confederações nacionais da Turquia e da Síria, além de organizações não-governamentais, para entender em quais necessidades básicas esse dinheiro deverá ser revertido. A verba será utilizada para a compra de itens emergenciais e para prover abrigo temporário aos necessitados após a catástrofe na região.

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Até o momento, mais de 42 mil pessoas perderam suas vidas no terremoto que atingiu o Oriente Médio na última semana. Além disso, outros milhares de indivíduos estão desabrigados, em temperaturas abaixo de zero na região, que atualmente passa pelo inverno.

"Em nome da comunidade global do futebol, gostaria de estender minhas mais profundas condolências às famílias e amigos daqueles que perderam suas vidas nos terremotos na Turquia e na Síria", afirmou Gianni Infantino, na semana passada. "Nossos pensamentos e orações estão com as vítimas e com os feridos nesta tragédia. Gostaríamos de expressar nossa solidariedade e apoio ao povo de ambos os países durante este período terrível."

O forte terremoto de magnitude 7,8 atingiu o sudeste da Turquia e o norte da Síria na madrugada do dia 6 de fevereiro, segunda-feira. Ao longo dos últimos dias, esportistas brasileiros relataram o drama vivido nos países, como Souza e Willian Arão. Christian Atsu, ex-jogador do Chelsea, segue desaparecido após o terremoto.

A chuva forte que atingiu São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, nessa segunda-feira (13), provocou transtornos no município, que segue em estágio de atenção. Desde a madrugada desta terça-feira (14), bombeiros trabalham para encontrar um casal e a filha de 4 anos de idade, desaparecidos após o deslizamento que atingiu a casa da família, no Engenho Pequeno, em São Gonçalo.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, cerca de 50 militares estão participando das buscas. “A operação conta com bombeiros do Grupamento de Busca e Salvamento (GBS), dos quartéis de São Gonçalo e Itaboraí e dos cães farejadores do 2º Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente (2º GSFMA). Drones também foram acionados para apoiar os trabalhos”, informou.

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No mesmo bairro, uma mulher foi retirada sem vida dos escombros de um desabamento. Ainda no Engenho Pequeno, duas pessoas foram resgatadas, com vida, dos escombros de uma residência que desmoronou.

Conforme o Corpo de Bombeiros, mais duas vítimas foram removidas, com vida, pelos militares na Travessa Otávio de Andrade, no bairro do Zumbi, e foram encaminhadas para o Hospital Azevedo Lima, no município.

Equipes da prefeitura continuam realizando uma força-tarefa nas ruas. De acordo com a administração municipal, foram abertos 47 pontos de apoio para receber as vítimas do temporal. A Secretaria Municipal de Educação suspendeu as aulas hoje nas escolas municipais, que estão servindo como ponto de apoio ou sofreram as consequências das chuvas. As demais escolas funcionam normalmente.

Diante da possibilidade de chuva forte ontem à tarde, a Defesa Civil chegou a emitir alerta via SMS para a população. Os últimos dados indicam que o índice pluviométrico chegou a quase 200 mililitros (mm). Em consequência desse volume, foram acionadas as sirenes dos bairros Gradim 1 (Pontal) e 2, Patronato, Arsenal, Boa Vista, Engenho Pequeno 4, Engenho Pequeno 5, Engenho Pequeno 2, Porto Novo, Tenente Jardim, Zumbi 1, Zumbi 3, Nova Grécia, Novo México e Itaúna.

O primeiro andar do Pronto Socorro Central, no bairro Zé Garoto, também foi atingido pela chuva. “Funcionários da unidade agiram rapidamente, desligando aparelhos de raios x e tomografia, ar-condicionado e elevador para evitar choques e curto circuito. A unidade foi rapidamente limpa e higienizada, para que a emergência voltasse a atender”, informou a prefeitura.

A Defesa Civil permanece monitorando os radares e em caso de previsão de possibilidade de chuvas disponibiliza as informações por meio de SMS e do Instagram. A população também pode ser atendida durante todo o dia por meio da rede social. Em caso de emergência, deve ligar para os números 199 ou (21) 98737-0807.

Capital

O município do Rio de Janeiro, segundo o Alerta Rio, o tempo continuará sofrendo influência de áreas de instabilidade em médios níveis da atmosfera nesta terça-feira. A previsão é de céu parcialmente nublado a nublado e possibilidade de pancadas de chuva moderada a forte a partir da tarde. Os ventos estarão fracos a moderados (até 51,9 km/h) e as temperaturas permanecerão estáveis, com máxima de 35°C.

A capital voltou ao estágio de normalidade às 23h de ontem, com a ausência de previsão de chuva moderada nas 3 horas seguintes. Por causa das condições do tempo na tarde desta segunda-feira, a cidade entrou em estágio de mobilização às 19h30 e avançou para o estágio de atenção às 19h50, retornando ao estágio de mobilização às 21h15.

O risco de deslizamento de terra após as fortes chuvas provocou o fechamento na noite de ontem da Estrada Grajaú-Jacarepaguá, que liga as zonas norte e oeste. Para a atuação das equipes da Prefeitura do Rio, a via no sentido zona norte foi parcialmente liberada, permanecendo com uma faixa ocupada. Já as pistas em direção a Jacarepaguá estão totalmente liberadas.

Também na zona norte equipes da Seconserva precisaram fazer serviço emergencial em consequência de um afundamento de pista da Rua Barão de São Francisco que foi interditada, no sentido Grajaú.

Niterói

A Prefeitura de Niterói manteve o município em estágio de atenção e, até o momento, não há registros de feridos. Segundo a Defesa Civil, em 1 hora, choveu cerca de 51,6 mm nas localidades de Bonfim (46,6 mm) e Tenente Jardim (33,8 mm). A Defesa Civil mantém contato constante com os voluntários dos Núcleos de Defesa Civil (Nudec) e lideranças das associações de moradores das comunidades. A intenção é prevenir possíveis problemas e melhorar as ações preventivas nas áreas de risco. Em caso de emergência, a recomendação é ligar para os números 199 ou 2620-0199.

A Defesa Civil sugere que a população acompanhe os canais de comunicação da Prefeitura de Niterói, que conta com plantão 24 horas de monitoramento meteorológico, e envio detalhado de informações sobre a previsão do tempo e de avisos por meio do aplicativo Alerta DCNIT, SMS (40199) e grupos no WhatsApp. O Twitter está sendo atualizado com boletins das chuvas.

O número de mortos no terremoto devastador que atingiu a Turquia e a Síria na última segunda-feira (6) chegou a 21.719.

De acordo com dados oficiais divulgados nesta sexta (10), a Turquia já contabiliza 18.342 vítimas, e a Síria, 3.377, considerando tanto as áreas sob controle do regime de Bashar al-Assad quanto as zonas rebeldes.

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Equipes de socorro de dezenas de países participam das buscas, que já ultrapassaram o prazo de 72 horas dentro do qual é mais provável encontrar sobreviventes nos escombros.

No entanto, um jovem de 17 anos, Adnan Muhammed Korkut, foi resgatado com vida após passar 94 horas preso nos destroços de um edifício na cidade turca de Gaziantep, epicentro do terremoto.

Após o salvamento, Korkut disse que foi obrigado a beber a própria urina para não morrer de sede.

Já na Síria, os Estados Unidos suspenderam temporariamente algumas sanções contra o governo Assad até o fim de julho para permitir transações econômicas com fins humanitários.

Da Ansa

Hoje (27) é celebrado o Dia Internacional em Memórias às Vítimas do Holocausto, conforme a Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, aprovada em 2005. A data escolhida marca a libertação dos prisioneiros do maior campo de concentração nazista, Auschwitz, na Polônia. Porta-vozes da ONG destacaram que a data é observada no contexto de um “aumento alarmante de antissemitismo” e consideram que o mundo assiste à tentativa de reescrever a história e de distorcer os fatos do Holocausto.

Alguns filmes retratam sobre a perseguição aos judeus, que viviam em condições de vida deploráveis, escravizados até a morte nos campos de extermínio ou em constante fuga, como “A lista de Schindler” (1993), “O Menino do Pijama Listrado” (2008) e “O Diário de Anne Frank” (1959), que retraram esses horrores. Mas há outros longas que também abordam o tema. Confira:

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A amarga sinfonia de Auschwitz (1980) - Capturada pelos nazistas e enviada para Auschwitz, uma musicista é responsável pela tarefa terrível de amenizar a caminhada dos condenados à câmara de gás. O drama ganhou o Prêmio Emmy do Primetime de Melhor Atriz Coadjuvante em Filme, Melhor Roteiro em Filme ou Especial Dramático e Melhor Especial de Drama. Disponível no YouTube. 

A Vida é Bela (1997) - Durante a Segunda Guerra Mundial na Itália, o judeu Guido e seu filho Giosué são levados para um campo de concentração nazista. Afastado da mulher, ele precisa usar sua imaginação para fazer o menino acreditar que estão participando de uma grande brincadeira, com o intuito de protegê-lo do terror e da violência ao redor. O drama recebeu indicações ao Oscar de Melhor Ator, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Filme Internacional, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original e Melhor Montagem. Disponível no YouTube e Apple TV. 

Noite e Neblina (1955) - Dez anos após o Holocausto, Alain Resnais (1922-2014) documenta os locais abandonados de Auschwitz enquanto reflete sobre a ascensão da ideologia nazista e as vidas angustiantes dos prisioneiros do campo usando imagens assustadoras de guerra. Disponível na Amazon Prime Video.  

O Fotógrafo de Mauthausen (2018) - Um prisioneiro em campo de concentração, o fotógrafo espanhol Francisco Boix (1920-1951), que conseguiu guardar, esconder e depois mostrar ao mundo uma imensa série de negativos de fotos das atrocidades cometidas no campo de concentração de Mauthausen, na Áustria. O filme recebeu indicações ao Prêmio Goya de Melhor Direção de Produção, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem e Cabelo e Melhor Direção Artística. Disponível na Netflix. 

O Pianista (2002) - Um pianista judeu polonês vê Varsóvia mudar gradualmente à medida que a Segunda Guerra Mundial começa. Szpilman (1911-2000) é forçado a ir para o Gueto de Varsóvia, mas depois é separado de sua família durante a operação Reinhard. A partir desse momento, até que os prisioneiros dos campos de concentração sejam liberados, Szpilman se esconde em vários locais entre as ruínas de Varsóvia. O drama recebeu indicações ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Montagem. Disponível no YouTube. 

 

Após dez anos da tragédia que tirou a vida de 242 pessoas na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, ninguém foi responsabilizado. Familiares e vítimas da tragédia, que completa uma década nesta sexta-feira (27), ainda aguardam o desfecho judicial.

Os sócios da boate Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos; e o auxiliar Luciano Bonilha Leão foram acusados de homicídio pelo Ministério Público do Estado (MPE). Em 2021, eles foram condenados pelo Tribunal do Júri a penas de 18 a 22 anos de prisão. Sob o argumento de descumprimento de regras na formação do Conselho de Sentença, o Tribunal de Justiça do estado anulou a sentença e revogou a prisão em agosto do ano passado. O MPE recorreu da decisão.

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O delegado regional de Santa Maria, Sandro Luís Meinerz, que conduziu a investigação do caso, lamenta a demora da justiça.

“Estamos fechando agora no dia 27, dez anos dessa absurda tragédia e, infelizmente, nenhuma resposta final desse processo foi dada para sociedade e, principalmente, para os pais e familiares dessas vítimas que morreram, fora aquelas que ficaram sequeladas”, disse.

A defesa de Luciano Bonilha afirma que a sentença do júri, que foi anulada, era injusta. O advogado Jean Severo espera uma solução no fim deste ano. Já o advogado de Mauro Londero, Bruno Seligman de Menezes espera que a anulação seja mantida e que um novo julgamento tenha uma sentença justa.

Segundo a advogada do vocalista Marcelo Santos, Tatiana Vizzotto Borsa, o músico segue trabalhando em São Vicente do Sul, enquanto aguarda a decisão de tribunais superiores. A defesa de Elissandro Spohr não quis se manifestar.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul disse, em nota, que além dos quatro réus por homicídio, 19 pessoas, entre bombeiros e ex-sócios da boate, foram acusadas por crimes como falsidade ideológica e negligência.

Outras 27 pessoas foram denunciadas por falsidade ideológica, porque assinaram documento dizendo morar a menos de 100 metros da boate, o que foi comprovado como mentira.

Mudanças na legislação

A tragédia escancarou a fragilidade nos critérios de segurança em casas noturnas e exigiu uma resposta dos legisladores. Em 2017, entrou em vigor uma nova lei federal, conhecida como Lei Kiss. O texto estabeleceu normas mais rígidas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndios em estabelecimentos de reunião de público em todo território nacional. 

Entre as mudanças na lei, aspirante a oficial do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e pesquisadora do caso Kiss, Kirla Pignaton, destaca a determinação de que cada estabelecimento tenha a lotação máxima na porta de entrada. Outro ponto foi a inclusão de noções de segurança contra incêndio e pânico nos cursos de engenharia e arquitetura. 

Entretanto, ao sancionar a lei, o então presidente Michel Temer vetou 12 trechos, nos quais estão a criminalização do descumprimento das ações de prevenção e combate a incêndio e a proibição do uso de comandas em casas noturnas.

Segundo Kirla Pignaton, o caso de Santa Maria não é inédito. Outras nove situações similares aconteceram antes em outros países. Para a pesquisadora, a tragédia mostrou a importância de informações sobre a segurança do local. 

"[O consumidor passou a] se atentar que não pode ficar em um estabelecimento [sem segurança]. Ele também pode entrar no site do Corpo de Bombeiros e fazer uma denúncia para que eles vão até o local para façam vistoria para verificar se está tudo conforme o projeto, se o projeto de segurança foi executado", disse a pesquisadora.

No Rio Grande do Sul, ainda em 2013, mesmo ano do incêndio na Kiss, uma lei aumentou o rigor na prevenção contra incêndios. Mas no fim do ano passado, a Assembleia Legislativa aprovou uma lei enviada pelo Executivo que dispensa a necessidade de alvará para 730 tipos de imóveis.

A Polícia Civil do Distrito Federal encontrou mais três corpos que podem estar relacionados com o caso do desaparecimento de dez pessoas na região, incluindo a cabeleireira Elizamar Silva, de 39 anos, que já teve o corpo identificado. A localização dos cadáveres ocorreu na madrugada de ontem. Os corpos foram encontrados em uma cisterna de uma casa abandonada onde duas vítimas teriam sido mantidas em cativeiro antes de serem mortas, em Planaltina, no DF.

Segundo Ricardo Viana, delegado-chefe da 6.ª DP (Paranoá), que investiga o caso, os corpos são de duas mulheres e um homem. Eles ainda não foram identificados, mas provavelmente, segundo a polícia, são de três pessoas que estavam desaparecidas.

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"Ainda precisamos do laudo para confirmar as identidades, mas batem com a descrição e o sexo das pessoas que estavam sendo procuradas. Há indícios que são Thiago, Cláudia e a filha dela, Ana Beatriz. Mas só podemos confirmar após receber o laudo pericial", disse o delegado.

Cláudia Regina Marques de Oliveira e Ana Beatriz Marques de Oliveira foram vistas pela última vez no dia 13 de janeiro. São, respectivamente, ex-mulher e filha de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos, sogro de Elizamar, cujo corpo foi encontrado em uma casa em Planaltina, Goiás, que serviu de cativeiro para integrantes da família.

Mãe e filhos foram identificados, após terem os corpos queimados

A cabeleireira Elizamar foi vista pela última vez no dia 12. Juntamente com três filhos do casal - um menino de 7 anos e os gêmeos de 6 anos -, ela foi à cidade de Paranoá para encontrar Thiago, que estava na casa dos pais dele.

No dia seguinte, o carro de Elizamar foi encontrado carbonizado com quatro corpos, em Cristalina, Goiás. Por exames de DNA e da arcada dentária, foram identificados os corpos da cabeleireira e dos três filhos, Rafael e Rafaela, de 6 anos, e Gabriel, de 7 anos. No dia 18, um corpo foi encontrado esquartejado na casa em Planaltina que teria servido de cativeiro para parte da família. Após a identificação, a polícia divulgou que se tratava de Marcos Antônio, sogro de Elizamar e pai do Thiago.

Unaí

No dia 14 de janeiro, o carro de Marcos Antônio também foi encontrado carbonizado com mais dois corpos dentro, na cidade de Unaí (MG).

Há indícios também dos restos mortais de Renata Juliene Belchior, de 52 anos, sogra de Elizamar e mãe do Thiago, e de Gabriela Belchior de Oliveira, de 25 anos, cunhada de Elizamar e irmã do Thiago, desaparecidas no mesmo dia.

No dia 17 de janeiro, a polícia prendeu Horácio Barbosa, Gideon Batista de Menezes e Fabrício Silva Canhedo pelos crimes de extorsão qualificada pelo resultado morte e associação criminosa.

Segundo a polícia do DF, eles teriam recebido R$ 100 mil pelos crimes e Horácio indicou a participação de Thiago e Marcos nas mortes. Havia ainda a suspeita de que eles teriam fugido com a ex-mulher de Marcos e a filha deles. Assim como Thiago, as duas também estão na lista de desaparecidos. Foi confirmada ainda a prisão de um homem de 34 anos, que teria vigiado as vítimas no cárcere.

Versões

Enquanto a polícia do DF apurava fatos do testemunho de Horácio Barbosa de que os crimes tinham sido encomendados por Marcos Antônio e Thiago, a PC de Goiás acreditava na tese de sequestro ou falso sequestro e que todos estariam mortos A identificação do corpo de Marcos Antônio reforçou a tese da polícia goiana. Um quarto suspeito, Carlomam Nogueira, é procurado por envolvimento.

Nesta semana faz quatro anos que rompeu a barragem da mineradora Vale, em Brumadinho (MG). Entre as famílias das 270 vítimas da tragédia, três seguem à espera de uma chance de ter velório, enterro e uma despedida: os corpos não foram achados sob o mar de lama. Na esperança de dar ponto final a este capítulo, a força-tarefa de bombeiros e policiais mantém buscas e trabalhos de análise dos vestígios coletados no lugar que um dia foi a Mina do Córrego do Feijão.

"Nossos amados não pertencem ao lugar da tragédia. As buscas são uma forma de reparação com as vítimas sendo recuperadas", diz Patrícia Borelli, filha de Maria de Lurdes da Costa Bueno, de 59 anos, corretora de São José do Rio Pardo (SP) que estava hospedada em uma pousada em Brumadinho. Ela, o marido, dois enteados e a nora, grávida, foram soterrados junto com mais hóspedes, funcionários e os donos do local. Os planos eram de fazer uma visita ao museu Inhotim.

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As famílias de Nathália de Oliveira Porto Araújo, de 25 anos, e de Tiago Tadeu Mendes da Silva, de 34, - ela estagiária e ele funcionário da Vale - são as outras que seguem à espera. Com o passar do tempo, a preocupação dos bombeiros e da Polícia Civil é de que se perca a qualidade do material ainda existente, por causa das chuvas e da decomposição, prejudicando que se encontrem resquícios das demais vítimas.

Em campo

Quase 6 mil bombeiros militares atuaram nas sete fases de buscas. Hoje, a 8ª etapa atua com cinco estações, que consistem em equipamentos de peneiramento, acompanhados de bombeiros que verificam fragmentos. São processadas cerca de 200 toneladas por hora em cada máquina. Desde 2019, duas interrupções atrapalharam: a pandemia e as fortes chuvas que assolaram a Grande Belo Horizonte no fim de 2021 e início de 2022. O trabalho continua diariamente.

Se para muitos soa improvável ainda achar restos mortais, uma notícia no último dezembro reavivou a esperança: foi identificada a supervisora da Vale Cristiane Antunes Campus, de 35 anos - a 267ª vítima.

Familiares dos desaparecidos criaram a Comissão dos Não Encontrados - no início eram 11 - e fazem a ponte entre as instituições (como polícia, bombeiros e Ministério Público) e os parentes dos outros. "Toda família merece sepultar o seu. Ninguém pode ficar lá perdido. Pode demorar, a gente não sabe que dia, é tudo no tempo de Deus", diz Natália de Oliveira, professora em Brumadinho e irmã de Lecilda, identificada no fim de 2021.

Ela e dois parentes de outras vítimas, Josiana Resende, mais conhecida como "Jojo", e Geraldo Resende, levam informações às outras famílias, mesmo após os seus entes queridos já terem sido localizados.

"Sempre me emociona muito, eles têm carinho com minha família, sempre representam e homenageiam minha mãe na minha ausência", conta Patrícia, que vive nos Estados Unidos e quer visitar o grupo em Brumadinho em abril.

No laboratório

Por causa do tempo, o material biológico que sai da mina e chega ao Instituto Médico-Legal (IML) vem mais deteriorado, relata o médico legista responsável pelas identificações de 2019 até agosto de 2022 na Polícia de Minas, Ricardo Araújo. Ele era da diretoria do IML até o desastre, quando foi designado para realizar identificações e manter contato com as famílias.

Dentre os métodos científicos usados, estão a papiloscopia (impressão digital), o exame da arcada dentária e o de DNA. Na primeira semana, a impressão digital foi capaz de reconhecer 79 vítimas, e no primeiro mês, cerca de 120. Mas, diante do tipo de acidente, muitos foram mutilados, o que faz com que diversas partes da mesma pessoa sejam encontradas em momentos distintos.

As reidentificações, desde o início, já ultrapassaram o número de primeiras identificações. Significa que foram encontradas mais partes de uma mesma vítima do que de pessoas diferentes. São 1.003 casos levados pela frente de busca até dezembro, de um total de 270 atingidos, reflexo da segmentação dos corpos.

Foi preciso criar um banco de dados com as digitais dos desaparecidos, para fazer o reconhecimento por meio de leitor biométrico. Houve ainda entrevistas com as famílias para saber características, como tatuagens, tratamentos odontológicos, coleta de DNA e busca ativa em hospitais e clínicas por exames das vítimas.

Agora, impressões digitais e elementos dentários não funcionam mais e se usa o exame de DNA. Mas como o material biológico usado também se decompõe, é preciso analisar tecidos duros, como ossos. Para Araújo, será possível identificar todos. "Tecnologicamente estamos preparados e não trabalhamos com data-limite".

Há ainda famílias que acompanham as buscas com a expectativa de que mais partes dos familiares sejam achadas. "O que se encontrou do familiar deles era tão pouco que não quiseram por no caixão", afirma Natália, da Comissão.

Divergência entre Vale e parentes dos mortos adia abertura de memorial

O memorial que vai homenagear os 270 mortos na barragem em Brumadinho teve a sua inauguração adiada por causa de uma divergência entre parentes das vítimas e a mineradora Vale. A previsão inicial era de que o espaço fosse aberto ao público em janeiro.

As famílias dizem que a empresa tenta impedir que elas administrem o memorial. "O impasse é que infelizmente não conseguimos acertar com a Vale a questão da governança do memorial. Ela quer fazer parte, e nós não aceitamos. Não faz sentido a empresa que matou integrar a governança de um espaço que vai homenagear as vítimas", afirma a técnica em Química Nayara Cristina Porto Ferreira, de 30 anos.

Ela integra a diretoria da Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum) desde a sua fundação, em 2019, e é viúva de Everton Lopes Ferreira, que era operador de empilhadeira da Vale. Ele deixou também uma filha de 11 anos, do seu primeiro relacionamento.

Já a Vale afirma, em nota, que está "em constante diálogo" com a Avabrum, que representa as famílias. Ainda segundo a empresa, o diálogo tem a participação do Ministério Público de Minas Gerais sobre todos os aspectos necessários à gestão do espaço e houve escuta ativa dos familiares.

Proposta

Em relação às obras do memorial, a parte estrutural está nos ajustes finais, e a próxima fase é montar a expografia (o conteúdo a ser exposto). Com 1,2 mil m² de área construída, o espaço foi erguido em terreno cedido pela Vale, que custeou as obras, de frente para a serra onde ficava a barragem que desmoronou, no Córrego do Feijão.

O projeto é rico em simbologia. O pavilhão de entrada tem forma distorcida e fragmentada e representa o sonho das vítimas, descreve em seu site o arquiteto mineiro Gustavo Penna, que projetou o memorial. Na sequência, um ambiente escuro, iluminado por frestas no teto apenas, representa a invasão da lama. No concreto, estão incorporadas algumas peças metálicas retiradas dos escombros, dando sombra e proteção. Foram plantados ainda 272 ipês amarelos, "para que cada lamento possa ser ouvido", segundo Penna. São 270 mortos no total, mas as famílias também incluem na conta dois bebês, uma vez que duas vítimas estavam grávidas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os hospitais no Nepal começaram, nesta terça-feira (17), a entregar às famílias os corpos das vítimas da queda do avião dois dias atrás, na pior tragédia aérea que atingiu o país em três décadas.

O avião, um ATR 72 bimotor da empresa nepalesa Yeti Airlines com 68 passageiros e quatro tripulantes a bordo, caiu em um precipício perto do aeroporto de Pokhara (centro), porta de entrada para alpinistas do mundo todo.

Todos os ocupantes do avião morreram, conforme as autoridades. Entre eles, havia seis crianças e 15 estrangeiros, identificados como cinco cidadãos indianos, quatro russos, dois coreanos, uma argentina, um australiano, um irlandês e um francês.

Desde o acidente, as equipes de resgate trabalham sem trégua para recuperar os restos mortais das vítimas entre os fragmentos do avião, a fuselagem e os assentos incinerados no fundo do precipício, a cerca de 300 metros de profundidade.

Até esta terça-feira, 70 corpos dos 72 foram recuperados, disse o policial AK Chhetri à AFP.

"Encontramos um corpo ontem à noite. Mas eram três pedaços. Não temos certeza se são três corpos, ou apenas um. Isso será confirmado mais tarde com um teste de DNA", explicou.

"As buscas pelos corpos desaparecidos foram retomadas. Hoje (terça-feira), mobilizamos quatro drones para isso e ampliamos o raio de busca para três quilômetros, em vez de dois", acrescentou.

Pelo menos dez corpos foram transportados em um caminhão do Exército do hospital Pokhara para o aeroporto, para serem transferidos para a capital, Katmandu. Três foram devolvidos às suas famílias em Pokhara, e outros seriam transferidos durante o dia.

- Famílias em luto -

"Deus tirou uma pessoa tão boa de nós", lamentou Raj Dhungana, tio da passageira Sangita Shahi, de 23 anos, do lado de fora do hospital de Pokhara.

Procedente de Katmandu, o ATR 72 caiu pouco antes das 11h locais (2h15 no horário de Brasília) de domingo (15) perto do aeroporto de Pokhara, a segunda maior cidade do Nepal.

Ainda não se sabe a causa do acidente, mas um vídeo divulgado nas redes sociais – apurado por um parceiro da AFP – mostrou como o avião girou bruscamente para a esquerda, ao se aproximar do aeródromo, enquanto se ouvia uma forte explosão.

As caixas-pretas do navio ainda não foram encontradas.

Segundo a agência Press Trust of India (PTI), a piloto, Anju Khatiwada, entrou na aviação civil nepalesa após a morte do marido em um acidente com um pequeno avião de passageiros em 2006.

Sem esperança de encontrar sobreviventes, o Nepal vive um dia de luto nacional nesta segunda-feira (16) após o desastre aéreo no domingo que matou pelo menos 68 pessoas, entre elas uma argentina, na pior catástrofe deste tipo no país em três décadas.

A esperança de encontrar algum sobrevivente entre as 72 pessoas a bordo do avião que caiu no Nepal no domingo é "nula", disse à AFP Tek Bahadur KC, chefe do distrito de Taksi, onde o avião caiu no domingo.

"Até agora recuperamos 68 corpos. Estamos procurando por mais quatro corpos... estamos rezando por um milagre. Mas a esperança de encontrar alguém vivo é nula", afirmou.

O avião, um ATR 72 da companhia Yeti Airlines que saiu de Katmandu, capital do Nepal, caiu com 72 pessoas a bordo - 68 passageiros e quatro tripulantes - pouco antes das onze da manhã, horário local (02h15 no horário de Brasília) perto de Pokhara (centro), onde deveria pousar.

A aeronave em chamas foi encontrada em um precipício de 300 metros de profundidade, entre o antigo aeroporto construído em 1958 e o novo terminal internacional inaugurado em 1º de janeiro em Pokhara, porta de entrada para alpinistas do mundo todo.

Soldados usaram cordas para retirar corpos do fundo do precipício entre o final do domingo e início desta segunda-feira.

"A busca foi interrompida por causa da névoa. Vamos retomá-la em uma ou duas horas, quando o tempo melhorar", informou o policial AK Chhetri na madrugada desta segunda-feira.

"Trinta e um (corpos) foram levados para hospitais", disse o oficial à AFP.

A bordo do avião estavam 14 estrangeiros: cinco cidadãos indianos, quatro russos, dois coreanos, um australiano, um irlandês e um francês, segundo o porta-voz da companhia aérea, Sudarshan Bardaula.

Uma passageira argentina que foi identificada como Jannet Sandra Palavecino, de 58 anos, mãe de duas filhas e natural da província de Neuquén (sudoeste), também estava no avião, segundo o jornal La Nación de seu país.

Após o acidente, os socorristas tentaram apagar o fogo entre os restos do avião, um ATR 72 movido por dois motores turboélice.

- Como uma bomba -

Em comunicado datado de Toulouse, no sudoeste da França, a ATR, fabricante do avião, especificou que se tratava de um modelo 72-500, acrescentando que seus especialistas estavam “totalmente comprometidos em apoiar tanto a investigação quanto o cliente”, a companhia aérea.

Num vídeo compartilhado nas redes sociais, cuja autenticidade a AFP não conseguiu verificar, o avião é visto voando baixo sobre uma área residencial antes de se inclinar de forma brusca para a esquerda, e então se ouve uma forte explosão.

"Estava andando quando ouvi uma forte explosão, como se uma bomba tivesse explodido", contou Arun Tamu, de 44 anos, que estava a cerca de 500 metros do local do impacto e que transmitiu um vídeo ao vivo nas redes com os restos do avião em chamas.

- Histórico de acidentes aéreos -

O setor aeronáutico do Nepal cresceu muito nos últimos anos, tanto no transporte de mercadorias quanto no transporte de turistas.

No entanto, devido à falta de treinamento da equipe e a problemas de manutenção, as empresas geralmente sofrem com problemas de segurança. A União Europeia, portanto, proibiu todas as transportadoras nepalesas de entrar em seu espaço aéreo.

O país do Himalaia também possui algumas das pistas mais remotas e complicadas do mundo, ladeadas por picos cobertos de neve que tornam a aproximação desafiadora até mesmo para pilotos experientes.

As companhias indicam que o Nepal não possui infraestrutura para estabelecer previsões meteorológicas precisas, principalmente nas regiões mais remotas e de difícil relevo montanhoso, onde foram registrados acidentes fatais nos últimos anos.

O acidente deste domingo é o mais mortal no Nepal desde 1992, quando todas as 167 pessoas a bordo de um avião da Pakistan International Airlines morreram quando caiu perto de Katmandu.

Mais 924 casos de Covid-19 foram confirmados em Pernambuco nesta sexta-feira (30). Conforme a Secretaria de Saúde (SES), o estado totaliza 1.122.936 casos confirmados da doença.

Seis novos diagnósticos foram de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e os outros 918 considerados leves. Em relação ao total de casos, 60.599 foram graves e 1.062.337 leves, informou a SES.

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Também foram confirmadas mais três mortes decorrentes do vírus, sendo uma mulher e dois homens. As vítimas de 66, 73 e 76 anos, moravam em Olinda, Recife e Santa Cruz do Capibaribe.

A pasta explicou que os novos óbitos ocorreram entre os dias 16/04/2021 e 28/12/2022. Com isso, o Estado acumula 22.579 vítimas fatais.

Os deputados da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás aprovaram nesta terça-feira, 13, um projeto de lei que propõe a "Bolsa Arma" para mulheres vítimas de violência. A ideia, proposta pelo parlamentar Major Araújo (PL) em 2020, é pagar R$ 2 mil para que essas mulheres possam adquirir uma arma de fogo.

A proposta já passou por duas votações favoráveis na Casa e, agora, segue para sanção ou veto do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). O Estadão conversou com membros do Palácio das Esmeraldas, que acreditam no veto da proposta. Segundo um membro do governo, o projeto deve ser vetado por conter "um caminhão de vícios".

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De acordo com o projeto, o auxílio para compra de arma seria pago em uma única parcela e o dinheiro pode ser requerido por aquelas mulheres que sofreram violência doméstica ou violência "em razão de ser mulher", com indiciamento do agressor.

Além disso, há outros requisitos que as vítimas precisam atender para solicitar a "Bolsa Arma", caso o projeto de lei seja sancionado:

- Idade igual ou superior a 21 anos

- Ser moradora de Goiás há pelo menos três anos, com documentação que comprove

- Ter preparo para manuseio de armas de fogo, além da habilitação em tiro

- Não ter passagens pela polícia por práticas de crimes

- Não ter registro de outra arma de fogo em seu nome

- Comprovar saúde psiquiátrica e psicológica

Na última segunda-feira, dia 12, J. K. Rowling compartilhou um projeto de apoio a mulheres de vítima de violência sexual. A autora de Harry Potter, financia o grupo Beira's Place, uma organização criada por mulheres.

A instituição irá promover apoio em todo a cidade de Edimburgo, na Escócia. O projeto é para mulheres a partir de 16 anos de idade que passaram por violência e abuso sexual.

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A escritora se tornou uma grande ativista pelo direito das mulheres. Mas nos últimos anos J. K. tem sido um nome muito citado por suas opiniões rígidas sobre mulheres transexuais. A artista já compartilhou tweets polêmicos e sempre recebe muitas críticas dos fãs.

 

A Somália não enfrenta atualmente uma situação de fome generalizada, graças à ajuda humanitária, mas pessoas continuam morrendo de fome, e a situação pode piorar no ano que vem, advertiu a ONU nesta terça-feira (13).

Um relatório divulgado ontem do chamado Integrated Phase Classification (IPC), sistema para descrever a gravidade das emergências alimentares, "não leva à declaração de fome neste momento", explicou o porta-voz da ONU Jens Laerke. Apesar disso, "se a ajuda não for intensificada, especialmente nos setores de saúde e água, saneamento e higiene, prevê-se que ocorra a fome no sul da Somália entre abril e junho de 2023".

Respondendo a esse chamado, os Estados Unidos anunciaram ontem uma ajuda humanitária de US$ 411 milhões para o país africano, o que eleva o montante total de assistência entregue pelos Estados Unidos à Somália neste ano para US$ 1,3 bilhão, informou Samantha Power, que dirige a Agência americana de Ajuda ao Desenvolvimento (Usaid).

Após cinco temporadas chuvosas fracassadas desde o fim de 2020, a Somália precisa de ajuda humanitária para combater outra possível situação de fome. O panorama foi agravado pelo aumento dos preços dos alimentos e pela insegurança no país, que dificulta a ajuda humanitária.

Centenas de milhares de pessoas já abandonaram seus lares em busca de ajuda, devido à perda de safras, à morte do gado e ao medo da fome, ressaltou Jens Laerke.

Segundo o relatório, o financiamento da ajuda alimentar humanitária é suficiente no momento para atender a uma média de mais de 5,8 milhões de pessoas até março.

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Em Petrolina, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDESDH) montou uma força-tarefa com outras secretarias do município para oferecer suporte às vítimas das chuvas que atingiram a cidade na madrugada dessa sexta-feira (4). A iniciativa da Prefeitura coordena ações junto à Defesa Civil municipal, que realiza a acolhida dos desabrigados e desalojados em diferentes pontos locais.

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As famílias são encaminhadas, provisoriamente, ao Centro de Convivência do Idoso (CCI Mimi Cruz). Serão dispoonibilizados colchões, travesseiros, cobertores, alimentação, material de limpeza e de higiene, além de assistentes sociais e psicólogos para realizar a triagem.

O cadastro dos desabrigados é feito pela equipe técnica do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), que recebe as demandas das famílias e toma as devidas providências. Pessoas em situação de rua também são admitidas no processo, mas levadas ao abrigo municipal e ao Centro Pop, que passarão a funcionar 24h enquanto durar o período das chuvas. Quem precisa de alojamento pode entrar em contato com a equipe do SEAS através do número (87) 9 8838-7979, ou com a Defesa Civil (87) 9 8142-6014.

 

 

Equipes de resgate continuam a busca por corpos após o colapso de uma ponte suspensa, que deixou 134 mortos em Morbi, para onde o primeiro-ministro indiano Narendra Modi viajou nesta terça-feira (1º).

As dúvidas se multiplicam sobre a possível causa da tragédia ocorrida no domingo em Morbi, no estado de Gujarat.

Nove pessoas foram presas por acusações de assassinato no desabamento desta estrutura de 150 anos recém-consertada.

A ponte de pedestres estava cheia de pessoas que comemoravam o último dia do festival Diwali. Entre os mortos estão 47 crianças.

Imagens terríveis das câmeras de segurança mostraram a estrutura instável afundando quando os cabos se romperam. Centenas caíram no rio, enquanto outras se agarraram desesperadamente aos restos da ponte e pediram ajuda no escuro.

"Ouvi gritos e um estrondo alto e depois silêncio. Depois, lentamente, choro e gritos", contou à AFP Madhvi Ben, uma sobrevivente de 30 anos.

Ben disse que sua perna estava emaranhada em uma "corda de metal", deixando-a quase completamente submersa e que lutou para se libertar.

"De alguma forma, tampei meu nariz, empurrei e liberei minha perna do cabo. Peguei outro cabo e escalei os restos da ponte", disse ele.

Rafiq Gaffar, empresário de Morbi que perdeu seus dois sobrinhos de 12 e 21 anos, descreveu uma cena caótica e apocalíptica.

"Havia corpos flutuando na água em todos os lugares e pessoas presas na ponte pedindo socorro freneticamente", disse ele.

O presidente chinês, Xi Jinping, juntou-se a outros líderes mundiais no envio de suas "profundas condolências" nesta terça-feira.

Enquanto Modi observava, os socorristas circulavam com botes infláveis para tentar retirar algum objeto do fundo do rio.

"Ainda não terminamos as operações de busca porque tememos que ainda existam vítimas cujo paradeiro é desconhecido por seus parentes e que ainda não nos contataram", disse Rahul Tripathi, da polícia de Morbi.

A reforma da ponte foi realizada pela empresa local Oreva, cuja experiência se limita a relógios, bicicletas elétricas e outros produtos.

A empresa não pôde ser contatada até o momento.

- "Nunca esqueceremos" -

Sandeepsinh Jhala, prefeito do município de Morbi, afirmou na segunda-feira que a ponte não recebeu o certificado de segurança.

As nove pessoas detidas na segunda-feira são dois gerentes da Oreva, dois subcontratistas, dois vendedores de ingresso de acesso à ponte acusados de terem vendido a mais, e três seguranças.

"À medida que a investigação avança, os nomes de outros associados ao grupo Oreva também serão detidos", disse Ashok Yadav, um alto funcionário da polícia, na segunda-feira.

Ilyas Khan Akbar Khan Pathan, um motorista de tuk-tuk de 33 anos, perdeu sua esposa e dois filhos de seis e três anos, assim como sua cunhada e duas sobrinhas.

"Encontramos os corpos por volta das quatro da manhã. Minha filha Mahiya teve a cabeça enterrada na lama e as pessoas a retiraram usando barcos", disse ele à AFP nesta terça-feira.

"Demorou quase duas horas para que a polícia e a administração iniciassem os resgates (...) As autoridades foram inúteis", acrescentou.

Puneet Pitroda, de 35 anos, cujo irmão e cunhada morreram, disse à AFP que as autoridades são "totalmente responsáveis pela tragédia". "Nós nunca vamos esquecer esta noite", lamentou.

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