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Sentado na cadeira de presidente da Câmara, o interino Waldir Maranhão (MA), disse que não vai renunciar ao cargo. A afirmação foi feita na reunião em que os membros da Mesa Diretora da Casa disseram que ele não conta com apoio do grupo e que deveria deixar o cargo.

O deputado tem sofrido pressão de todos os lados para renunciar à presidência desde que anunciou a decisão de anular as sessões plenárias que analisaram o processo de impeachment. Pressionado, Maranhão voltou atrás e revogou a decisão no mesmo dia.

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Presente à reunião, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), segundo secretário da Casa, disse que os membros da Mesa levaram a Maranhão a visão de que ele não tem mais condições de continuar presidindo a Casa. Na opinião de Mansur, qualquer outra solução que não seja a renúncia de Maranhão pode causar mais instabilidade na Casa. "Podemos correr risco de judicialização", disse.

Durante a tarde, líderes de 16 partidos, entre eles o PP do qual Maranhão é filiado, se reuniram para estudar a forma mais adequada de retirar o deputado maranhense do cargo. As opções iam desde uma "solução negociada", ou seja, convencer Maranhão a renunciar, até uma representação para apear o deputado do cargo.

A pressão pela renúncia acontece também dentro do PP. A bancada do partido decidiu por unanimidade se posicionar a favor da renúncia do deputado ou sua expulsão em caso de recusa. Após pedido de tempo feito por Maranhão, que argumentou que precisaria pensar, foi marcada uma reunião nesta quarta-feira, 11, para que ele anuncie sua decisão.

Ao caminhar cercado por seguranças poucos metros que separam a sala da presidência da primeira vice-presidência, ao final da reunião, Maranhão foi questionado pela reportagem se iria renunciar. Preferiu o silêncio.

O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, disse ter estranhado a forma como o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), revogou a decisão de anular a sessão da Câmara que autorizou o Senado a deliberar sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. De acordo com o ministro, está evidente que, por trás disso, há o que, em suas palavras, é avaliado como “fenômeno das pressões políticas ilegítimas”.

Segundo Aragão, o problema é a forma como a revogação foi feita na noite de ontem (9). “Claro que a administração pode revogar os seus próprios atos. Não teria problema nenhum o presidente da Câmara revogar a sua decisão. Mas o modo como foi feito é estranho, porque não teve motivação nenhuma”, disse o ministro.

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“Já que o ato [a anulação da sessão do impeachment] foi tão motivado e levou a tanta celeuma, por que o desfazimento daquele ato não teve motivação? Acredito que por trás disso temos, mais uma vez, o fenômeno das pressões políticas ilegítimas. Isso parece muito evidente”, disse o ministro.

Eugênio Aragão disse que Maranhão teria respondido a uma consulta feita pelo presidente da comissão especial do senado, Raimundo Lira (PMDB-PB), a respeito de pendências na Câmara dos Deputados. Consulta esta que, segundo Aragão, não tinha sido respondida por Eduardo Cunha. Foi para respondê-la que Maranhão verificou a pendência de questões que não tinham sido tratadas a tempo.

“Claro que as duas teses podem ser tratadas. Uma é a tese da preclusão [perda do direito de agir nos autos]; sobre se essas questões estavam preclusas no momento em que abriu a discussão do impeachment no Senado. A outra é quanto à extensão das supostas nulidades alegadas na Câmara, sobre a continuidade no Senado. São duas questões jurídicas antagônicas e duas teses que me parecem bastante sólidas, e que podem ser confrontadas”, disse o ministro.

“O fato é que, retirando, sem motivação nenhuma, a sua decisão anterior, continuamos tendo uma zona cinzenta de dúvidas sobre haver ou não a nulidade. Haveria a possibilidade de os partidos fecharem questão sobre o impeachment ou não havia essa possibilidade? Infelizmente, o despacho feito agora pelo presidente em exercício da Câmara não foi esclarecedor. Portanto, deixa pairar uma dúvida no ar”, acrescentou.

A dúvida, segundo ele, poderá ser arguida pela Advocacia-Geral da União no Supremo Tribunal Federal ou mesmo no próprio Senado. “É de se estranhar, neste momento, a avidez com que certos atores políticos buscam criar uma situação definitiva, quando, ainda, os argumentos da defesa estão longe de estar exauridos e conhecidos pelas instâncias que deverão julgar”, argumentou o ministro.

A bancada do PP na Câmara dos Deputados decidiu, em reunião nesta terça-feira, 10, tentar uma "renúncia negociada" de Waldir Maranhão (PP-MA) da 1ª vice-presidência da Casa antes de dar seguimento ao processo de expulsão dele do partido. Na reunião, ficou decidido que um grupo de deputados da legenda procuraria Maranhão, para tentar negociar essa renúncia. Como argumento, os parlamentares do PP dirão que, caso renuncie, o presidente interino terá como garantia a salvação de seu mandato.

Nessa segunda-feira, DEM e PSD entraram com representação no Conselho de Ética da Câmara, acusando Maranhão de quebrar o decoro parlamentar ao anular sessão da Câmara que aprovou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A representação pode levar à cassação do mandato dele.

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"A bancada fez um encaminhamento a favor da expulsão dele, mas antes vamos tentar a proposta também encaminhada de renúncia negociada", afirmou o líder do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB). Com a decisão, a reunião da Executiva Nacional da sigla que trataria do processo de expulsão foi adiada.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), explicou que a Executiva não terá como aprovar o afastamento cautelar (provisório) de Maranhão como pedido pelo deputado Júlio Lopes (PP-RJ) junto com o pedido de expulsão definitivo. Segundo o dirigente, não há previsão estatutária para isso.

O Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que a cúpula do partido quer evitar a expulsão definitiva de Maranhão para impedir que o presidente interino da Câmara migre para outro partido menor do mesmo bloco do PP. Com isso, ele poderia tentar manter o cargo de 1º vice-presidente.

Já com a renúncia, seria mais fácil para o partido tentar pedir a primeira vice-presidência de volta, para a legenda indicar um substituto. Embora o deputado maranhense tenha sido eleito, a interpretação da maioria da legenda é de que a 1ª vice-presidência cabe à sigla, por acordo político que culminou com a eleição tanto de Maranhão quanto de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Caso renuncie ao cargo, o 2º vice-presidente da Câmara, deputado Giacobo (PR-PR), assumiria interinamente o comando da Câmara e convocaria eleição para 1º vice-presidente em até cinco sessões. O eleito comandaria a Casa interinamente enquanto durar o afastamento de Cunha da presidência da Câmara.

Paulinho da Força

O presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, declarou hoje que os partidos da oposição vão pressionar o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), para que ele renuncie ao cargo e, caso não aceite, vão tentar forçar a sua saída. As siglas pretendem sinalizar a Maranhão que "ninguém mais vai trabalhar com ele na Casa".

Segundo Paulinho, as legendas que apoiaram o impeachment da presidente Dilma Rousseff vão atuar em três frentes. A primeira será através das lideranças partidárias, que pedirão ao parlamentar que ele renuncie ao cargo. A segunda, caso ele não aceite abrir mão da presidência, será através do PP, que pode pedir a desfiliação de Maranhão, e, consequentemente, a perda da vice-presidência. Por fim, caso não sejam bem sucedidos nas duas primeiras tentativas, os oposicionistas devem recorrer ao plenário, em ato inédito, para afastá-lo.

Paulinho da Força, um dos principais aliados do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a criticar Maranhão, dizendo que ele "não tem condições" de comandar os trabalhos legislativos. "O momento pede cautela e precisamos ter um presidente à altura. Ninguém aguenta mais e não vamos tocar a Casa com um presidente pirado", disse Paulinho. O presidente do Solidariedade afirmou ainda que Maranhão demonstrou ser "bipolar" ao mudar de ideia sobre a anulação do processo de impeachment.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), articulador central da proposta de cancelamento do impeachment apresentada pelo deputado Waldir Maranhão (PP-MA), lamentou a decisão de seu aliado político de revogar o ato na noite desta segunda-feira, 9. O fato de o Senado ignorar a decisão e a pressão dos caciques do PP, que sinalizaram que poderiam até expulsá-lo da legenda, pesaram para o recuo. Se essa ameaça se concretizar, Maranhão já tem um caminho para tomar.

Ao Estadão, Flavio Dino disse que o PCdoB está de portas abertas para Waldir Maranhão, apesar de o assunto, segundo o governador, não ter sido tratado entre eles. "Se ele desejar, será muito bem acolhido, mas ele não apresentou esse pleito. Acho que ele continua no partido dele, pelo menos foi o que ele me disse ontem (segunda) à noite. Mas se ele desejar, claro que vamos filiá-lo, sem nenhum problema", disse Dino.

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Correligionários de Waldir Maranhão afirmam que seu apoio recente a Flávio Dino está atrelado à composição de uma chapa com o governador nas eleições de 2018, além da oferta do comando da Secretaria de Tecnologia no governo maranhense. Dino negou. "Nunca houve esse acordo de ele ser senador na minha chapa. O que existe é um desejo dele e de outros de disputarem essa chapa, o que é um desejo legítimo, afinal ele está no terceiro mandato de deputado federal. Mas isso não foi tratado."

A mudança de partido ou de aliados nunca foi um problema para Waldir Maranhão. Em sua escalada política, já passou pelo PDT, PTB, PSB e PP, da mesma forma que trocou o apoio que dava à família Sarney para, depois, tornar-se seu rival político e agora, juntar-se ao governador maranhense.

Waldir Maranhão telefonou para Flávio Dino momentos antes de entregar a revogação do ato que cancelava o processo de impeachment na Câmara, próximo da meia-noite de segunda. "Ele disse que foi cobrado pelo partido e que resolveu revogar, diante dessa pressão partidária. Eu lamento, mas respeito. Ele já fez muito, já fez mais do que a maioria, ao votar contra o impeachment e ao apresentar esse pedido", comentou.

Dino, que deu sugestões para a elaboração da proposta amarrada por Waldir com o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, defendeu a legitimidade do ato que causou a ira da oposição. "Juridicamente, era uma proposta extremamente consistente. Havia um recurso que nunca foi apreciado. Houve um ofício do Senado cobrando uma posição, e ele respondeu ao ofício. Era uma situação normal e, tecnicamente, ele tinha razão."

Uma das principais lideranças que têm puxado a defesa de Dilma, Flávio Dino voltou a criticar a imposição que partidos fizeram aos seus parlamentares. "Todos deveriam ter liberdade de votar, mas o que o processo mostra é o contrário disso, os julgadores não têm liberdade diante do instituto de fechamento de questão, da orientação partidária, inclusive com aplicação de sanções. Do ponto de vista jurídico, é uma situação esquisita, esdrúxula."

Na avaliação do governador, a tentativa feita pelo presidente interino da Câmara não foi uma ação desesperada, mas uma medida que se soma a outras, desde que o processo de impedimento começou a correr no Congresso. "Faz parte de um conjunto de questões jurídicas que está sendo apresentado desde o início, para mostrar que esse processo é uma anomalia. Hora a gente ganha, hora a gente perde. É da vida."

Dino afirmou que Cardozo vai buscar novamente o Supremo Tribunal Federal e que há um movimento contrário ao impeachment sendo organizado, inclusive, por juristas internacionais. "Quem olha de fora, não entende. É claro que esse negócio de pedalada é uma ficção jurídica, um artifício retórico. Estão gerando um caos institucional e uma insegurança jurídica brutal. É uma situação esdrúxula, absurda e que não vai acabar bem", disse. "Não é uma questão de apoiar ou não a presidente Dilma, mas de ter uma consciência clara sobre um conjunto de valores e respeito às regras do jogo, para que não se banalize um instituto como o impeachment, que é uma pena de morte. Imagine se um acidente de trânsito levasse a uma pena de morte. Não tem proporcionalidade."

O governador, que voltou na manhã de segunda para o Palácio dos Leões, em São Luís, disse que a presidente Dilma não entrou em contato com ele para falar sobre a tentativa apresentada por Waldir Maranhão.

Perguntado sobre a possibilidade de sofrer retaliações em uma provável gestão de Michel Temer, Dino disse que não vê nenhuma possibilidade de isso ocorrer. "Não imagino que um governo interino e frágil vá se dedicar a fazer perseguições. Seria estapafúrdio. Não é muito da feição, inclusive, do próprio Michel Temer. Tenho muita tranquilidade. Nosso governo é legítimo, tem apoio popular, cumpre a lei e suas obrigações. Nem que quisessem, não teriam como atrapalhar", disse.

Mesmo com o recuo do presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), ao revogar no final da noite de segunda-feira, 10, a anulação das sessões do impeachment, lideranças partidárias pretendem manter a pressão para que o parlamentar maranhense deixe a presidência da Casa.

Líderes de 14 partidos devem se reunir informalmente ao meio-dia para definir de que forma isso será feito, mas querem dar o recado de que Maranhão não tem condições políticas para continuar presidindo a Casa.

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Nesta segunda, antes do recuo de Maranhão, as lideranças haviam decidido não dar quórum na sessão marcada pelo interino durante a manhã e abrir uma extraordinária à noite para votar em plenário a anulação do processo de impeachment. Era um recado ao presidente em exercício desde o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de que ele não contaria com a maioria do plenário para conduzir a Casa. Com o recuo de Maranhão, a ideia de abrir a sessão foi abortada por "perda de objeto", como definiu um parlamentar.

O recado sobre a insustentabilidade de Maranhão também será dado na reunião da Mesa Diretora, marcada para as 14 horas. "Será dito que ele não tem o apoio da Mesa", disse o deputado Beto Mansur (PRB-SP). Na tarde de segunda, Mansur convocou coletiva para dizer que Maranhão tomou a decisão sem consultar nem ter a anuência da Mesa.

No seu partido, Maranhão também poderá ter um revés. A bancada do PP se reúne nesta terça para fechar questão sobre a situação do presidente interino. Essa posição será levada à Executiva Nacional, que pode decidir pela expulsão do parlamentar. Se for expulso do partido, Maranhão perde o cargo de primeiro vice-presidente e, consequentemente, a interinidade na presidência.

O governador do Maranhão, Flávio Dino, aliado e um dos principais articuladores do convencimento para que Maranhão anulasse as sessões do impeachment, disse nesta terça-feira que o deputado será bem-vindo no PCdoB.

Maranhão chegou por volta das 9h30 na Câmara, meia hora depois da abertura da sessão que havia marcado no dia anterior, que foi cancelada. Ele seguiu direto para a sala da primeira vice-presidência, onde permanece até o final desta manhã. Em sua sala, recebeu os deputados Jovair Arantes (PTB-GO), André Moura (PSC-SE) e Claudio Cajado (DEM-BA).

O líder do governo Dilma Rousseff na Câmara, José Guimarães (PT-CE), criticou o presidente em exercício da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), pela decisão de revogar a anulação do processo de impeachment na Casa. Segundo Guimarães, o presidente interino da Câmara cedeu à pressão da oposição. "Vi o grau de pressão que foi feita, as pessoas aqui acham que tudo podem. Não ficou bom. Na política, tem que ter lado, tem que perfilar e caminhar. A sociedade prefere transparência do que pular de galho em galho", disse o líder, em café da manhã com jornalistas na liderança do governo.

Guimarães afirmou que a disposição do governo e dos aliados é de "não entregar os pontos no Senado", que deverá aprovar em plenário nesta quarta-feira, 11, o prosseguimento do processo de impeachment. Uma votação desfavorável levará ao afastamento de Dilma da presidência por até 180 dias, até a votação final do caso.

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"Se o Senado aprovar (o prosseguimento do processo de impeachment), temos condições plenas de reverter em um segundo momento. Está havendo uma mudança muito grande na opinião pública. Estamos seguros de que vamos lutar até o fim, essa é a orientação da presidente Dilma. O governo Dilma está muito maior do que quando começou o processo de impeachment na Câmara", disse.

O petista reconheceu que também houve pressão, que chamou de "articulação", por parte dos governistas para que Maranhão anulasse as sessões que levaram ao impeachment da presidente na Câmara. No domingo, 8, o presidente interino da Câmara reuniu-se com o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, defensor de Dilma no Congresso, e com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), aliado da presidente, com quem discutiu a anulação das sessões.

O líder evitou comentar a fragilidade de Maranhão no comando da Câmara, especialmente no momento em que o presidente em exercício desagradou adversários e aliados do governo, ao anular o processo de impeachment e depois voltar atrás.

Guimarães negou que o encontro com os jornalistas tivesse clima de despedida do cargo, na véspera da votação no plenário do Senado. O petista provocou aliados de Temer no Congresso, ao comentar a possibilidade de o possível governo do peemedebista enviar medidas impopulares como as mudanças nas regras da aposentadoria. "Quero ver a oposição defender a reforma da Previdência", disse. O próprio PT foi contra a reforma quando o governo da presidente Dilma tentou aprovar novas regras no Legislativo.

Ao longo dos próximos 180 dias, depois de eventual afastamento da presidente, Guimarães defende que os aliados de Dilma atuem em três frentes, inclusive com recursos à Justiça. O líder afirmou, no entanto, que falava em seu nome e não no do governo. "Não sei qual vai ser o desfecho, mas minha opinião pessoal é lutar em três esferas: nas ruas, para dar mais velocidade (às manifestações pró-Dilma); não entregar os pontos no Senado e atuar também no Judiciário".

Guimarães cobrou novos levantamentos dos institutos de pesquisa e disse ter certeza de que a popularidade da presidente Dilma aumentou. Ele afirmou que não há hipótese de a presidente renunciar ao cargo, mesmo que amanhã o Senado aprove o afastamento de Dilma.

Guimarães defendeu que, com Dilma ou Temer no governo, a esquerda deve ser organizar em uma "frente ampla para discutir algo mais estratégico para o País". Segundo o líder, o diretório nacional do PT vai se reunir nos próximos dias 16 e 17, em Brasília.

O Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA) exonerou na tarde de dessa segunda-feira (9) o filho do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). Thiago Augusto Maranhão, que é médico e mora em São Paulo, recebia R$ 6,5 mil líquidos por mês. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.

Segundo o portal da transparência do TCE-MA, Thiago Maranhão estava nomeado como assessor de conselheiro com a simbologia TC-04, o que garantia uma remuneração bruta de R$ 7,5 mil - R$ 6.529,85 com descontos. O filho de Maranhão era lotado no gabinete do ex-presidente do órgão Edmar Cutrim. No entanto, Thiago cursa pós-graduação em São Paulo. O presidente do TCE-MA, Jorge Pavão, disse que a exoneração ocorreu a pedido de Cutrim. Maranhão afirmou que falaria sobre o assunto nesta terça-feira (10).

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O homem que virou o mundo político de cabeça para baixo nesta segunda-feira, 9, ao pedir o cancelamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e voltar atrás, corre risco de perder sua própria casa, localizada em um bairro nobre de São Luís, por ter dado o calote em uma conta de R$ 1,3 milhão de sua campanha eleitoral de 2010, quando concorreu e venceu a disputa para deputado federal.

Waldir Maranhão (PP-MA), presidente interino da Câmara, está com quatro imóveis penhorados pelo Tribunal da Justiça do Maranhão, ou seja, prestes a irem a leilão para que a dívida seja paga. A decisão de penhora foi tomada em 11 de março pela 11ª Vara Cível do Fórum Desembargador Sarney Costa, em São Luís. Sua casa, em região nobre da capital, poderá entrar no pacote para pagar a conta, caso os imóveis penhorados não sejam suficientes.

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A vítima do calote é a Quality Gráfica e Editora, empresa pequena que cuidou das propagandas, santinhos e faixas que o deputado espalhou pela capital maranhense. Já eleito, não pagou a conta. Uma série de cobranças e tentativas de negociação foi feita, até que a empresa decidiu ir à Justiça. Passaram-se três anos, quando, perante o juiz, Maranhão e seus advogados fizeram um acordo com a gráfica.

Em 2013, ele assumiu o compromisso de quitar a conta de R$ 1,3 milhão. No acordo, pediu que os pagamentos pudessem ser feitos em 24 parcelas de R$ 60 por mês. As primeiras parcelas foram quitadas, mas poucos meses depois, Maranhão decidiu que não pagaria mais a conta.

As informações foram confirmadas pelo advogado da Quality Fabio Henrique de Jesus Franca. "A dívida tem por origem serviços gráficos de campanha de 2010. Os serviços foram contratados, mas não foram pagos, o que obrigou a empresa a cobrar o débito judicialmente", afirmou. "Após a realização da primeira audiência foi celebrado um acordo entre as partes. Contudo, passado alguns meses, o acordo foi descumprido. Isso nos obrigou a dar seguimento no processo de execução que, atualmente, se encontra na fase de penhora de bens."

A decisão foi tomada dois meses atrás pelo Tribunal de Justiça, para que seja pago um saldo restante de R$ 821,2 mil.

Nas declarações de bens feitas por Maranhão à Justiça Eleitoral em 2014, não constam todos esses imóveis. O deputado declarou, na ocasião, ter apenas a casa onde vive e cotas imobiliárias de dois imóveis. Em sua prestação de contas, estima que sua residência vale R$ 350 mil. O total de bens declarado, somadas as cotas imobiliárias, chega a R$ 813 mil, valor inferior à dívida que tem de pagar para a gráfica.

Contas

Essa não é a única irregularidade na campanha de 2010 de Waldir Maranhão. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) reprovou as contas prestadas pelo candidato naquela eleição porque ele não conseguiu explicar a origem do dinheiro usado. Nas arrecadações de 2010, Maranhão doou para si próprio R$ 557 mil, quando o total de bens que declarava ter chegava a R$ 596 mil. Sua doação equivalia a mais de dois terços do total arrecadado, um montante de R$ 821 mil, coincidentemente o mesmo valor que, agora, ele deve para a fabricante de santinhos. Na campanha de 2014, Maranhão doaria para sua candidatura apenas R$ 10 mil.

O deputado tentou justificar de onde vinha o dinheiro, mas o TRE rejeitou as alegações. O caso, no entanto, por causa de sucessivos recursos, acabou entrando em 2015, quando ele já estava reeleito. Com isso, a perda de mandato em razão da rejeição das contas foi afastada, em razão da "perda de objeto" do processo.

Maranhão nega irregularidades nas contas e alega que, se tivesse tempo, teria explicado de onde veio o dinheiro. A reportagem procurou a assessoria do parlamentar para que ele comentasse o calote, mas não houve resposta.

Baixo clero

 

Maranhão é um típico um integrante do chamado baixo clero, grupo de deputados sem expressão que trabalham para conseguir cargos e emendas de qualquer governo - estadual, federal ou municipal. E é por esses motivos que ele sempre foi mais suscetível a pressões e assédios, sem se importar com cores ou ideologias partidárias. Na reta final da conquista de votos para o impeachment, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), agiu, a pedido do Palácio do Planalto, para mudar o voto do deputado - até então, ambos eram adversários.

Acreditava-se que Maranhão se posicionaria a favor do impeachment por causa da aliança com o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Afinal, ele só chegara ao posto de primeiro-vice-presidente da Casa porque Cunha avalizara o nome dele.

O suspense se manteve ao longo de todo o fim de semana de votação do processo de afastamento da presidente. Na sexta-feira, Maranhão apareceu na lista de votos contra o impeachment. No sábado, figurou entre os que ficariam a favor. No domingo, a pedido de lideranças governistas, convocou uma entrevista coletiva para declarar seu apoio a Dilma.

Dois dias depois, porém, tomou uma decisão que ajudou Cunha a ganhar mais tempo para se defender contra o processo de perda de mandato que sofre no Conselho de Ética.

Maranhão é investigado na Lava Jato. O doleiro Alberto Youssef o apontou como beneficiário do esquema na Petrobras. Ele nega. Maranhão já foi do PDT, do PSB e do PTB até 2005. Depois, voltou ao PSB e, em 2007, filiou-se ao PP. Por causa da decisão que tomou para anular o impeachment, pode ser expulso de seu partido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A tentativa do presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a sessão que aprovou a abertura do impeachment da presidente Dilma Rousseff - ato do qual o parlamentar recuou no fim da noite desta segunda-feira - levou a oposição e aliados do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a intensificar as articulações para tirar o maranhense do comando da Casa. "A decisão mostra que colocamos um maluco na presidência da Câmara", disse o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, presidente do Solidariedade e aliado de primeira hora de Cunha, antes da revogação ter ocorrido. "É uma decisão de uma pessoa desequilibrada, de um títere, de uma pessoa que está subserviente ao terminal governo do PT", afirmou o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM).

Com a resistência de Cunha a renunciar ao cargo, a opção mais rápida operada principalmente pela oposição é declarar a vacância do posto de presidente da Câmara. Com apoio de técnicos legislativos, opositores planejam apresentar um recurso ao plenário, pedindo a confirmação de que o cargo está vago.

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A ideia é que o recurso seja apresentado no plenário da Casa, que o remeteria à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caberia então ao colegiado analisar o pedido e decidir pela vacância, o que provocaria a realização de novas eleições para presidente em até cinco sessões plenárias.

Em outra linha, aliados de Cunha decidiram usar o ato de Maranhão como argumento para aumentar a pressão sobre o peemedebista para que ele renuncie à presidência da Câmara. A renúncia também provocaria novas eleições em até cinco sessões. O peemedebista, porém, tem reiterado em entrevistas que não pretende renunciar. A estratégia da oposição e de lideranças próximas de Cunha também prevê pressão para tutelar atos de Maranhão e até mesmo pressioná-lo a deixar o cargo.

Expulsão

Outra possibilidade para tentar tirar Maranhão do comando da Câmara é a sua expulsão do PP. Na segunda-feira, os deputados Júlio Lopes (RJ) e Jerônimo Goergen (RS) protocolaram representações pedindo a expulsão dele e dos outros seis deputados que votaram contra o impeachment, desrespeitando fechamento de questão da sigla a favor do impedimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), revogou decisão tomada por ele na manhã desta segunda-feira (9,) no qual anulou a sessão em que a Casa aprovou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na decisão, o parlamentar não explica os motivos que o levaram a revogar o próprio ato.

A revogação, confirmada pela assessoria de imprensa da Câmara e do deputado, foi assinada na madrugada desta terça-feira (10), e divulgada para jornalistas por mensagem de celular. Na peça, há ainda um ofício em que Maranhão comunica o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

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O deputado chegou a defender ontem o seu ato. Em discurso de menos de três minutos, o presidente interino disso que sua decisão de anular a sessão teve como bases a Constituição Federal e o Regimento Interno da Câmara, "para que nós possamos corrigir em tempo vícios que certamente poderão ser insanáveis no futuro".

A anulação de Maranhão, contudo, não foi aceita pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, que a classificou como "extemporânea". Mesmo com a recusa, líderes partidários na Câmara articulavam votar já nesta terça-feira recurso no plenário da Casa para derrubar a decisão do presidente interino de anular a sessão, para evitar a judicialização do processo.

Por conta de sua decisão pela anulação do impeachment, Maranhão também teve pedido de expulsão do PP apresentado por integrantes do partido. Até a noite dessa segunda-feira, a previsão era de que a Executiva Nacional da legenda aprovasse a suspensão temporária do deputado da sigla, enquanto o processo de expulsão definitiva estiver sendo analisado pela comissão de ética da agremiação.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou há pouco a decisão de manter o trâmite do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Senado. Renan decidiu ignorar a decisão do presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), que anulou a sessão da Câmara que aprovou a continuidade do processo.

Renan Calheiros disse que não procede a argumentação de Waldir Maranhão sobre a forma que a decisão da Câmara deveria ter sido comunicada ao Senado. "Aceitar essa brincadeira com a democracia seria ficar pessoalmente comprometido com o atraso do processo. Ao fim e ao cabo, não cabe ao presidente do Senado Federal dizer se o processo é justo ou injusto", disse o presidente do Senado. 

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Com isso, Renan Calheiros determinou que o relator do processo na Comissão Especial do Impeachment do Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), faça a leitura do seu relatório pela admissibilidade do processo no plenário da Casa. Após a leitura, começará a contar o prazo de 48 horas para que os senadores votem a admissibilidade e o afastamento imediato da presidenta, o que deve ocorrer na quarta-feira (11).

Vícios no processo

O presidente interino da Câmara dos Deputados, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), anulou hoje (9) as sessões do dias 15, 16 e 17 de abril, quando os deputados federais aprovaram a continuidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ele acatou pedido feito pela Advocacia-Geral da União (AGU).  A informação é da presidência da Câmara.

Waldir Maranhão, que assumiu a presidência após afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acolheu os argumentos do advogado-geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, por entender que ocorreram vícios no processo de votação, tornando-a nula.Com a aprovação na Câmara, o processo seguiu para o Senado. Waldir Maranhão solicitou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a devolução dos autos do processo. O presidente interino da Câmara determinou nova sessão para votação do processo de impeachment na Casa, a contar de cinco sessões a partir de hoje (9).

Ele considerou que os partidos políticos não poderiam ter fechado questão ou orientado as bancadas a votarem de um jeito ou de outro sobre o processo de impeachment. “Uma vez que, no caso, [os deputados] deveriam votar de acordo com suas convicções pessoais e livremente”, diz nota do presidente interino divulgada à imprensa.

Maranhão também considera que os deputados não poderiam ter anunciado publicamente os votos antes da votação em plenário em declarações dadas à imprensa. Considerou ainda que o resultado da votação deveria ter sido formalizado por resolução, como define o Regimento Interno da Casa.

Considerado aliado de Cunha na composição da Mesa Diretora, Waldir Maranhão votou contra o prosseguimento do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Waldir Maranhão mudou de voto em cima da hora, contrariando a orientação nacional do PP, seu partido. Devido à atitude, o deputado foi destituído da presidência do diretório estadual do partido no Maranhão. Maranhão também investigada na Operação Lava Jato.

A suspensão da votação realizada na Câmara dos Deputados sobre o processo de impeachment está gerando polêmica entre governo e oposição. A medida foi adotada pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). O progressista acolheu pedido feito pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. Decisão acontece às vésperas da análise do processo no Senado. 

Ao saber de anulação, Dilma Rousseff pede 'cautela'. "Nós vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas", pontuou a presidente, afirmando não saber detalhes sobre a decisão de Waldir Maranhão. Confira a polêmica em Brasília após a decisão:

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Presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA) é o assunto mais comentado no Twitter nesta segunda-feira (9). O nome do deputado ganhou holofotes após ele decidir anular as sessões que ocorreram entre os dias 15 e 17 de abril, quando o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foi admitido pelos parlamentares. 

Até às 15h25, o nome do presidente interino havia sido citado em 84,9 mil tweets liderando os 'trend topics' no Brasil e o Mundial. Ainda no microblog, 10 mil pessoas mencionaram a tag presidente da Câmara. Decisão também gerou "memes" em apoio e contra a postura do parlamentar.

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O progressista acolheu pedido para anular as sessões feito pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, após uma reunião com aliados do governo. Em nota, o deputado pediu que os autos do processo sejam devolvidos para uma reanálise da Casa porque, segundo ele, houveram vícios que tornaram nula a votação em Plenário. Decisão foi rebatida pela oposição e considerada legítima pelos aliados de Dilma.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está convencido de que a decisão do presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a sessão que autorizou a continuação do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, é "ilegal" e "intempestiva".

A informação é do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que afirmou, ao deixar a residencia oficial do Senado, que Renan promoverá, às 16h, a leitura em plenário do parecer do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), favorável à admissibilidade do impedimento da presidenta da República.

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"A tendência da decisão dele é nesse sentido. Houve um apelo dos senadores do PT e do PCdoB, mas o presidente reafirmou estar convencido de que a decisão de Waldir Maranhão foi ilegal e intempestiva". Raldofe disse ainda que, durante a reunião de líderes, alguns senadores sugeriram que Renan aguardasse um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF). "Entretanto, ele acha que não devemos judicializar ainda mais essa questão. Está na hora de ação política e de tomar uma decisão, "acrescentou o senador do Amapá.

Antes de anunciar sua decisão aos líderes, Renan se reuniu, na residência oficial com lideranças do PT, do PCdoB e da oposição para discutir a decisão do presidente da Câmara.

A leitura do parecer no plenário da da Casa está confimada para as 16h de hoje (9) e abrirá prazo de 48 horas para a sessão de votação do nreçlatório. Se ele for aprovado, a presidenta será imeadiatamente afastada do cargo.

A anulação das sessões ocorridas na Câmara dos Deputados entre os dias 15 e 17 de abril, quando aprovou-se a admissão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), foi considerada “legitima” por aliados do governo. A decisão foi tomada pelo presidente interino da Casa Waldir Maranhão (PP-MA) e causou um novo embate entre opositores e aliados da presidente. 

Líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT) pontuou que a decisão de Maranhão “é um primeiro passo para quem saber anular” o processo de impedimento da petista. “Vamos analisar o que diz o regimento da Câmara. Nosso entendimento é que tudo deveria começar do zero. Não sei se seria esse o entendimento da Mesa Diretora, mas vamos trabalhar para que seja”, afirmou. 

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Vice-líder do governo na Câmara, Sílvio Costa (PTdoB) afirmou que a decisão faz com que a Câmara dos Deputados retorne à sua normalidade legislativa e disse esperar uma decisão imediata do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre o processo que está naquela Casa.

Sílvio Costa considerou que a decisão de Waldir Maranhão é legítima como presidente da Câmara e que ela se baseou em vários equívocos cometidos durante o processo de votação do impeachment, como o encaminhamento dos partidos; e o fato da defesa não ter sido ouvida por último depois da leitura do parecer no Plenário.

Ao saber de anulação, Dilma pediu cautela da população e dos aliados. “Soube agora, da mesma forma que vocês souberam que um recurso foi aceito e que, portanto, o processo está suspenso. Eu não tenho essa informação oficial, não sei das consequências”, cravou. “Não tenho esta informação oficial, não podia, de maneira alguma fingir que não estava sabendo do mesmo que vocês. Mas, por favor, tenham cautela, nós vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas”, acrescentou. 

A presidente Dilma Rousseff (PT) pediu cautela da população e dos aliados diante do anúncio feito pelo presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), sobre a anulação das sessões ocorridas na Casa entre os dias 15 e 17 de abril, quando a admissão do processo de impeachment da petista foi aprovado com o voto de 367 parlamentares. Dilma tomou conhecimento da decisão durante um discurso enquanto discursava na cerimônia de anúncio de criação de novas universidades no Palácio do Planalto, em Brasília.

“Soube agora, da mesma forma que vocês souberam, que um recurso foi aceito e que, portanto, o processo esta suspenso. Eu não tenho essa informação oficial, não sei das consequências”, cravou. “Não tenho esta informação oficial, não podia, de maneira alguma fingir que não estava sabendo do mesmo que vocês. Mas, por favor, tenham cautela, nós vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas”, acrescentou.

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Reforçando que o impeachment é um golpe, a presidente pontuou também a disposição dela de lutar até o fim contra o afastamento do cargo. “Temos que defender a democracia, lutar contra o golpe, contra esse processo irregular. Nós temos pela frente uma disputa dura e cheia de dificuldades”, frisou. Ela lembrou também que a democracia propiciou que o país elegesse primeiro “operário presidente da República, a primeira mulher presidente da República”.

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O presidente interino da Câmara Federal, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu anular, nesta segunda-feira (9), as sessões de apreciação e votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), ocorridas entre os dias 15 e 17 de abril. O progressista acolheu pedido feito pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. Decisão acontece às vésperas da análise do processo no Senado. 

Em nota, o deputado afirma que encaminhou um ofício ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pedindo que os autos do processo sejam devolvidos para uma reanálise da Casa. Ele determinou que uma nova  reunião para deliberar sobre o assunto seja realizada no prazo de 5 sessões a contar da data de devolução.

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No texto, Maranhão diz que decidiu acolher "em parte" as ponderações da AGU. "Acolhi por entender efetivamente que ocorreram vícios que tornaram nula de pleno e direito a sessão em questão. Não poderiam os partidos ter fechado questão ou firmado orientação para que os parlamentares votassem de um modo ou de outro", justifica o presidente interino.

Ele também pontua que a defesa da presidente não poderia ter deixado de falar antes da votação, como aconteceu. O progressista também considerou que o resultado da votação deveria ter sido formalizado por Resolução.

Veja o texto na íntegra:

 

A Câmara dos Deputados aprovou a admissibilidade do processo de impeachment por 367 votos a favor e 137 contra. Na ocasião, o voto de número 342 foi proferido pelo deputado federal Bruno Araújo (PSDB) durante a votação da bancada de Pernambuco, estado natal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A votação foi tumultuada e conduzida pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que, inclusive, teve a idoneidade questionada pela maioria dos que votaram contra o pedido

A passagem do processo na Casa, admitiu o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) que considera que a presidente Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade “por não zelar pelas leis orçamentárias e descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal”. Uma das infrações apontadas como cometidas pela presidente é a edição de decretos suplementares sem autorização do Legislativo e o atraso dos repasses ao Banco do Brasil para o pagamento de benefícios do Plano Safra, levando o banco a pagar os agricultores com recursos próprios – as chamadas pedaladas fiscais.  

 

O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), passou o fim de semana em São Luís, tentando costurar apoio político para garantir sua permanência no cargo, que ocupa desde o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na quinta-feira passada.

Neste domingo, 8, o deputado retornou a Brasília no início da noite, no jatinho da FAB destinado ao deslocamento das autoridades federais. A bordo estava também o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), aliado da presidente Dilma Rousseff.

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Desde que assumiu, inesperadamente, a presidência da Câmara dos Deputados, Maranhão passou a ser alvo de disputa entre o Palácio do Planalto e o PMDB do vice-presidente Michel Temer. A atuação da Câmara em relação aos projetos é fundamental tanto para o governo que está em vias de deixar o Executivo quanto para o que está próximo de ocupar o Palácio. Cabe ao presidente da Câmara também acelerar o pedido de impeachment de Temer, que já deu entrada na Casa por decisão do Supremo Tribunal Federal.

Maranhão passou o fim de semana fugindo da imprensa. Sua assessoria também não informou que outras lideranças o deputado procurou. Por trás do "sigilo" da agenda de encontros está o problema que Maranhão enfrenta com seu próprio partido desde que decidiu contrariar a posição do PP e votou contra o impeachment da presidente

Dilma Rousseff no plenário da Câmara.

Foi um gesto de fidelidade a Flávio Dino, com quem deve compor chapa como candidato ao Senado em 2018, além de ter a promessa de assumir uma secretaria de Ciência e Tecnologia.

Diretório

A desobediência lhe custou o comando do PP no Maranhão. O diretório estadual do partido passou a ser presidido pelo deputado André Fufuca (PP-MA), por decisão da executiva nacional. Indignado, Maranhão chegou a acionar a Justiça para tentar retomar o comando regional do partido. Não conseguiu. Nos encontros desse fim de semana, Fufuca e deputados próximos a ele não foram convidados.

Aliado de Eduardo Cunha, Maranhão tem um comportamento oscilante na política da Câmara. Exemplo disso é o voto contra o impeachment. Em seu terceiro mandato como deputado federal, ele já passou pelo PDT, PSB, PTB e PP. Na Operação Lava Jato, Maranhão foi citado pelo doleiro Alberto Youssef como um dos parlamentares que recebiam propina nos esquemas da Petrobras. A investigação corre em sigilo. Ele nega as acusações.

Seu nome também aparece na lista de contas eleitorais reprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA). Ao analisar a prestação de contas de 2010, quando ele disputava a cadeira de deputado, o tribunal concluiu que houve irregularidades, por recebimento de dinheiro de fonte não identificada. Maranhão recorreu, mas perdeu. Sua ficha inclui ainda uma ação do Ministério Público Eleitoral, por causa de captação irregular de recursos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mal assumiu interinamente a presidência da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA) já levou um "puxão de orelha" de aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi afastado do mandato e do cargo de presidente da Casa nesta quinta-feira, 5, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao chegar à Câmara pela manhã, Maranhão, que também é investigado na Operação Lava Jato, seguiu diretamente para a sala da presidência, ocupada por Cunha até a noite dessa quarta-feira, 4. O presidente interino usou a sala para receber outros deputados e chegou, inclusive, a sentar na mesma cadeira que o peemedebista costumava usar.

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Ao saber do gesto, o primeiro secretário da Mesa Diretora, deputado Beto Mansur (PRB-SP), foi até o gabinete e orientou Maranhão a deixar o local. Disse que o gesto tinha um efeito simbólico muito forte e sugeriu ao deputado do PP que Cunha não tinha gostado. Antes de chegar à Câmara, Mansur esteve com Cunha.

Após o conselho, Waldir Maranhão decidiu deixar a sala e seguiu para seu gabinete de vice-presidente, onde continuou a receber outros deputados. De lá, só saiu para almoçar com outros parlamentares aliados fora da Câmara.

Assessores do deputado Waldir Maranhão (PP-MA), que assumiu nesta quinta-feira, 5, a presidência da Câmara interinamente após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), classificaram como "absurdas" as especulações de uma possível renúncia do deputado do cargo de primeiro vice-presidente da Casa. Segundo assessores, "é impossível isso acontecer".

"Não há a possibilidade de isso acontecer", rebateu um assessor de Maranhão. De acordo com esse assessor, o presidente em exercício da Câmara já recebeu o apoio de "mais de 100" deputados nesta quinta-feira, após assumir o comando da Câmara interinamente. A maioria dos apoios vem de deputados do PT, PCdoB e PSOL, partidos que fazem oposição a Cunha na Casa.

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Como mostrou mais cedo o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, aliados de Cunha articulam a renúncia de Maranhão e Giacobo (PR-PR) dos cargos de primeiro e segundo vice-presidentes da Câmara, respectivamente, caso o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirme liminar que determinou o afastamento de Eduardo Cunha do mandato e da presidência da Casa.

A ideia seria tentar provocar a realização de uma nova eleição para vice-presidentes, que assumem interinamente o comando da Casa com o afastamento de Cunha. Em reservado, deputados de partidos como PTB, PSD, PR e até do PP, sigla de Maranhão, avaliam que o atual presidente interino da Câmara não tem a "menor condição" de presidir a Casa.

Também não acreditam que Giacobo tenha articulação suficiente para assumir o posto. Por isso, esses líderes querem a escolha de novos vice-presidentes "de pulso" para substituir Eduardo Cunha. A ideia foi discutida na manhã desta quinta-feira em reunião de deputados do chamado "centrão" e até da oposição.

Na única e rápida entrevista que deu até agora, quando deixava a Câmara para almoçar, Maranhão afirmou que momento "é de serenidade" e sinalizou que pretende seguir no cargo. "Minha palavra é de serenidade. A Constituição conduz, baliza nossas atitudes. Portanto, vamos cumprir a Constituição, trabalhar pela Casa, pelo Brasil", disse.

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