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A Prefeitura de São Paulo alterou oficialmente o prazo para a aplicação da segunda dose da vacina Coronavac em crianças. O intervalo será padronizado em 28 dias, a partir de recomendação do Instituto Butantan. Quem recebeu um prazo menor terá a visita aos postos reagendada. Conforme o Estadão, apurou o governo paulista também deve anunciar essa padronização nesta terça-feira (25).

"A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), informa que seguirá as orientações do Instituto Butantan e ampliará para 28 dias o retorno para a segunda dose da vacina anticovid do imunizante Coronavac nas crianças de 6 a 11 anos na capital. A Coordenaria de Vigilância em Saúde (Covisa) está reorientando todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para que os retornos sejam sempre agendados após 28 dias da primeira dose", informou a Secretaria de Saúde.

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Já o intervalo entre a primeira e a segunda dose da Pfizer pediátrica é de 56 dias ou 8 semanas. Crianças de 5 anos e aquelas de 5 a 11 anos imunocomprometidas devem ser imunizadas exclusivamente com a vacina Pfizer pediátrica.

Enquanto as UBSs estão aplicando vacina para o público de 5 a 11 anos, as AMAs integradas e drive thrus só vacinam quem tem 12 anos ou mais. Hoje, feriado do aniversário de São Paulo, os postos de saúde estarão fechados, mas a vacinação acontece nas amas.

O Estado de São Paulo vacinou no sábado 102,2 mil crianças contra a covid-19, com faixa etária entre 5 e 11 anos de idade. Quem vacinou ontem, por exemplo, recebia indicações diversas sobre o retorno, que variavam de 14 a 28 dias. Pais e mães que levaram seus filhos para vacinar haviam estranhado divergência de datas para a segunda dose.

Algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS) marcaram o retorno para o dia 15. Esse foi o caso da professora Tatiana, que preferiu mencionar apenas o primeiro nome, ao ser abordada pela reportagem. Ela levou a filha Pietra, de 7 anos, para se vacinar, na Vila Prudente - já amigos que foram a outras UBS receberam a orientação de 28 dias para o retorno.

'Vacina Sim'

O número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a covid-19 no Brasil chegou nesta segunda-feira a 163.187.941, o equivalente a 75,96% da população total. Em 24 horas, 216.002 pessoas receberam a primeira aplicação do imunizante. O País tem 2,22% das crianças entre 5 e 11 anos vacinadas com a primeira dose contra o coronavírus. Entre os mais de 163 milhões de vacinados, 148,4 milhões receberam a segunda dose ou um imunizante de aplicação única, o que corresponde a 69,09% da população. Ao todo, mais de 40 milhões de brasileiros também já receberam a dose de reforço, conforme os dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa, que inclui o Estadão.

O consórcio lança hoje a quinta fase da campanha "Vacina Sim". O foco é justamente no esclarecimento de dúvidas e no incentivo à vacinação pediátrica.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais de 14 milhões de brasileiros estavam com a segunda dose da vacina contra a covid-19 atrasada por mais de 15 dias, até o dia 25 de outubro, segundo cálculo divulgado em boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia. Eram 14.097.777 pessoas, o dobro do observado em 15 de setembro (40 dias antes, portanto), quando foram registrados cerca de 7 milhões.

As análises foram realizadas com dados individuais anônimos fornecidos pela Campanha Nacional de Vacinação contra Covid-19, do Ministério da Saúde. Os pesquisadores atribuem esse resultado a alguns fatores: atrasos da segunda dose; demora para registro e envio dos dados para a base do Ministério; esgotamento e sobrecarga das equipes de gestão, vigilância e atenção à saúde; disseminação de notícias falsas sobre a imunização; falta de estoque de reserva de imunizantes e mortalidade, dentre outros.

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"É necessária uma análise cuidadosa por parte dos gestores locais de saúde para identificar localmente as mais prováveis causas do atraso. Este diagnóstico será útil para orientar as ações de estímulo à população para completar o esquema vacinal", alertam os cientistas, em texto publicado na segunda edição do Boletim VigiVac da Fiocruz Bahia.

Segundo os dados do Ministério da Saúde, cerca de 50% dos atrasos são superiores a 30 dias e por volta de 14% são maiores que 90 dias da data prevista. O número de atrasos para a AstraZeneca é de 6.739.561; Coronavac, 4.800.920; e Pfizer, 2.557.296. As informações estão disponíveis no Painel de Atraso da Segunda Dose de Vacina, desenvolvido pela Fiocruz Bahia, que acompanha o cumprimento do esquema vacinal, a fim de apoiar os gestores na identificação de municípios que precisam de suporte para acelerar a aplicação da segunda dose da vacina. Os dados são atualizados semanalmente e podem ser visualizados de forma interativa, nos âmbitos municipal e estadual, por tipo de vacina.

Para as análises, foram levados em conta apenas os atrasos com mais de 15 dias após a data esperada, por considerar o tempo de entrada dos dados na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS); pelo entendimento de que um tempo curto de atraso pode ocorrer por motivos de agendamento e disponibilidade das pessoas para se vacinarem; e porque o risco individual não é muito elevado em um intervalo relativamente curto de atraso.

"É fundamental adotar estratégias para aumentar a adesão ao esquema vacinal completo, uma vez que os estudos sobre efetividade de vacinação têm demonstrado que a proteção contra infecção, hospitalização e morte é significativamente maior no grupo com esquema vacinal completo quando comparado com o grupo com apenas uma dose da vacina. Também foi mostrado que a proteção contra as novas variantes do Sars-CoV-2 é mais efetiva somente após duas doses da vacina", afirmam os cientistas.

Pessoas que receberam imunização heteróloga contra a Covid-19, ou seja, doses de marcas diferentes, têm relatado dificuldade para emitir o certificado de vacinação no ConecteSUS, aplicativo do Ministério da Saúde. Embora o protocolo federal preveja essa mistura de imunizantes, a pasta admite não fornecer o certificado para quem tomou doses de marcas distintas. O governo não explica o motivo da decisão.

Além de possibilitar viagens ao exterior, comprovar a vacinação tem se tornado rotina nas cidades brasileiras, que adotam diferentes modelos de passaporte sanitário. Ao menos 249 municípios criaram regras do tipo, recorrendo também ao certificado do ConecteSUS.

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O documento teria de ser oferecido para quem recebeu AstraZeneca e Pfizer, já que a prática é recomendada por especialistas e está prevista em norma federal.

Mas não é isso que ocorre. Em nota, a pasta informou que o certificado do ConecteSUS é dado para quem concluiu o esquema vacinal com duas doses ou dose única. No entanto, completou que "para quem concluiu o esquema vacinal com doses de vacinas diferentes (intercambialidade das vacinas covid-19) não é permitido a emissão do certificado de vacinação" pelo aplicativo.

"Recebi a vacina heteróloga no Rio. Ambas as doses já estão corretamente lançadas no ConecteSUS, mas só a carteira de vacinação é emitida. O certificado de vacinação, aquele que tem tradução para inglês e espanhol, não aparece disponível", explica a economista Katia Freitas, de 42 anos.

Ela foi vacinada com a 1.ª dose de AstraZeneca e a 2.ª da Pfizer. Essa combinação tem sido adotada em várias regiões do País por diante do baixo estoque de AstraZeneca.

"Estou um pouco preocupada com isso, pois tenho viagem internacional marcada para os próximos meses e sem o certificado em inglês não sei como comprovar a vacinação no país de destino, que não aceita documentos em português", acrescenta Katia. Para tentar resolver, abriu um chamado no próprio app, mas não teve resposta.

O caso é similar ao da jornalista Marilia Fonseca, de 58 anos, que diz ter aberto reclamação na ouvidoria do SUS. Mais de dois meses após tomar a 2.ª dose da Pfizer no Rio, ainda não teve o problema resolvido.

"Não consigo emitir o certificado de vacinação no aplicativo, nem mesmo na página do ConecteSUS, simplesmente porque essa funcionalidade não está disponível para mim. Mesmo tendo as duas doses registradas", relata a jornalista, que está agora em Amsterdã.

"Só não tive problema por não portar certificado em inglês porque na véspera da viagem, dia 29, a França divulgou uma funcionalidade de emissão de passaporte da União Europeia", conta Marilia.

Apreensão

Em abril de 2020, a gestora ambiental Aline Duarte, de 44 anos, estava prestes a viajar para a França para comemorar os 20 anos de casamento, mas adiou os planos por causa da pandemia. A viagem foi reagendada para 20 de outubro deste ano. Agora, mesmo tendo recebido vacinação heteróloga, Aline e o marido enfrentam novo problema: comprovar que estão completamente vacinados.

As segundas doses do casal, da Pfizer, não constam no ConecteSUS - foram aplicadas em 15 de setembro. "Como a Astrazeneca estava em falta no Rio, eu sabia da possibilidade de só ter a Pfizer. Pesquisei bem para ver se haveria restrições no exterior, mas percebi que muitos países europeus estavam adotando a intercambialidade." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 70% dos postos de vacinação estão sem a vacina da AstraZeneca para segunda dose na manhã desta quarta-feira (22) na cidade de São Paulo. O problema, que atinge 378 unidades, já tinha acontecido nas últimas semanas e havia sido resolvido com a chegada de novos lotes do imunizante, mas voltou a ocorrer.

A Prefeitura disse ter recebido novas doses no início do dia e que o problema deve ser amenizado à tarde.

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O desabastecimento atinge 17 postos drive-thru, 13 mega postos, 329 unidades básicas de saúde (UBS), 18 postos volantes e o parque Villa Lobos.

O problema atinge unidades de todas as regiões, incluindo a UBS Santa Cecília, UBS José de Barros Magaldi (Itaim Bibi), UBS Vila Prudente e UBS Parelheiros.

Os dados são do site "De Olho Na Fila", mantido pela Prefeitura, e foram tabulados pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) disse que "podem ocorrer faltas pontuais em algumas unidades devido à grande procura", mas que a rede municipal está remanejando as doses entre os locais de vacinação.

A pasta informou ter recebido 212.445 doses de AstraZeneca nesta manhã para entrega imediata aos postos.

Essa não é a primeira vez que os postos de vacinação da capital paulista ficam sem o imunizante. No dia 9 de setembro, metade dos postos estavam sem a vacina da AstraZeneca, problema que persistiu até semana passada.

Para evitar prejuízos à imunização, o Estado autorizou a aplicação de uma segunda dose de Pfizer em quem já tinha recebido a primeira de AstraZeneca.

De acordo com a SMS, a medida continua valendo.

A falta de vacinas da AstraZeneca está levando o município do Rio a aplicar a segunda dose com imunizante da Pfizer. A "vacinação heteróloga", como são chamados os casos em que a mesma pessoa recebe as doses produzidas por laboratórios diferentes, também poderá acontecer em outros municípios do Estado.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio, a vacinação heteróloga já vinha acontecendo em algumas gestantes que tomaram a primeira dose (D1) de AstraZeneca, pessoas que apresentaram reações adversas graves àquele imunizante e em casos de desabastecimento de alguma das vacinas. "Neste momento, em que o estoque da AstraZeneca para D2 está esgotado, as pessoas estão recebendo a Pfizer como D2", informou a SMS no início da tarde desta segunda-feira, 13.

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Outros municípios também poderão ter de fazer o mesmo. Desde o dia 16 de agosto, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) publicou nota técnica autorizando a intercambialidade de vacinas "caso o estado do Rio de Janeiro não receba doses do imunizante Oxford/AstraZeneca em quantidade suficiente para completar o esquema vacinal de quem já recebeu a primeira dose".

São Paulo

Após ter anunciado a medida na última sexta-feira, 10, o governo de São Paulo começou a disponibilizar a vacina da Pfizer às 14h desta segunda às pessoas que estão com a segunda dose da vacina da AstraZeneca em atraso. Outros Estados, como o Mato Grosso do Sul, também enfrentam desabastecimento do imunizante e pretendem adotar medida semelhante.

A aplicação da segunda dose contra a Covid-19 no Brasil foi predominante na semana passada pela primeira vez desde o início de maio, apontam dados do Ministério da Saúde. É apenas a quarta vez que isso ocorre e a primeira em um contexto de vacinação com a primeira dose avançada no País, o que indica uma nova fase da campanha de imunização.

Além da entrega de vacinas, o avanço da aplicação da segunda dose de imunizantes contra a Covid-19 no Brasil também envolve uma série de outros fatores: desde a realização de campanhas publicitárias para conscientização até a busca ativa de quem não tiver retornado para completar o esquema vacinal.

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Especialistas ouvidos pelo Estadão apontam que ações como essas são de extrema importância sobretudo porque o espaço entre as doses foi expandido para alguns imunizantes no País, o que aumenta os riscos de evasão.

Para a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin, vários fatores dificultam a aplicação da segunda dose no Brasil. A falta de vacinas é um deles. "Quando a pessoa vai ao posto e não encontra a vacina que precisa para a segunda dose, dificilmente irá em outro local ou voltará outro dia", explica.

Outro ponto levantado pela especialista é o esquecimento. O intervalo entre as doses das vacinas pode chegar a 12 semanas. Muita gente fica ansiosa aguardando a data do reforço, mas outro tanto esquece de voltar ao posto. "Precisamos de algum mecanismo para lembrar a pessoa, seja uma mensagem de texto, ligação, e-mail."

Para aumentar a adesão, ela pede que os governos facilitem o acesso à vacina. Se uma pessoa busca a segunda dose um ou dois dias antes do prazo, não deveria ser impedida de recebê-la, cita Denise. A especialista diz que ampliar o horário de funcionamento das unidades de saúde é outra forma de aumentar o acesso.

Campanhas publicitárias também podem fazer a adesão crescer. "Isso faz toda a diferença. Embora a gente tenha uma cultura pró-vacina muito forte, muitas vezes as pessoas esquecem da segunda dose."

Intervalo

O médico infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Renato Kfouri acrescenta que a suspensão das 12 milhões de doses da Coronavac e o atraso na entrega de insumos para produção da AstraZeneca são problemas que precisam ser contornados, permitindo aplicar a segunda dose na população de forma mais ágil e até encurtar o intervalo entre aplicações. "Quanto mais longo é o intervalo, maior é a taxa de abandono", explica.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Metade das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade de São Paulo está sem vacina da AstraZeneca para aplicação da segunda dose nesta quinta-feira (9). No total, 240 dos 468 postos estão sem essas doses, segundo informações do secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido. O estoque atual do município é de cerca de 37 mil doses, o que não é suficiente para abastecer todas as unidades.

Aparecido diz que entrou em contato com o governo do Estado e com o Ministério da Saúde para resolver a situação. Até o momento, não há previsão de novas entregas à cidade. "Ontem (quarta-feira) a gente conseguiu remanejar doses entre as unidades, mas hoje não dá mais", fala o secretário.

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Questionado sobre a possibilidade de aplicar uma dose de Pfizer em quem recebeu a primeira de AstraZeneca, Aparecido diz que essa poderia ser uma saída viável se houvesse Pfizer em abundância. No momento, esses imunizantes estão sendo usados na vacinação de adolescentes, que têm aderido fortemente à campanha.

Dados do Ministério da Saúde compilados pelo Estadão por meio da plataforma Base dos Dados mostram que 137 mil pessoas deveriam receber a segunda dose da vacina entre esta quinta-feira e a sexta. Este é o número de vacinados com a primeira dose nos dias 17 e 18 de junho, há exatamente 12 semanas. Os números ainda não foram confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde.

As informações são oficiais e disponibilizadas pelo próprio ministério. No entanto, o preenchimento é de responsabilidade das gestões locais e é feito manualmente. Por isso, pode haver divergência entre os números encontrados pela reportagem.

O desabastecimento de AstraZeneca já estava no radar de gestores estaduais e municipais e esse cenário se tornou mais factível com os atrasos na entrega do imunizante anunciados pela Fiocruz na semana passada.

Maisa está imunizada.  A jovem atriz completou sue esquema vacinal durante uma viagem ao continente europeu, mais precisamente, em Paris, França. Ela compartilhou fotos do momento da vacinação em suas redes sociais, assim como foi feito quando recebeu a primeira dose do imunizante, no Brasil. 

Viajando a trabalho, para um projeto sobre o qual vem mantendo segredo, Maisa deu uma fugidinha do trabalho para receber a segunda dose da vacina contra Covid-19. Ela já havia tomado a primeira em agosto, no Brasil. Ao compartilhar o momento, ela falou nas rdes sociais sobre a imunização. “Já tomei as duas doses que eu precisava, óbvio que ainda não estou 100% imunizada porque a vacina precisa de alguns dias para fazer efeito. Mas, estou muito feliz, deu tudo certo. Fiquem atentos aos prazos de vocês porque a segunda dose é muito importante”. Ao completar a sua comemoração pelo momento, a jovem ainda disse: “Que presente, nossa, tô apaixonada por Paris”. 

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Nos comentários, os seguidores também comemoraram pela imunização da artista, mas não deixaram passar batido o quanto acharam “chique” essa vacinação na Europa. “Que luxo prima, vacinada e com um look que compra minha vida”; “Tomou a segunda dose em Paris, tá passada?”; “Que chique tomar a segunda dose da vacina em outro país”.

Com a maior parte do dia dedicada a cuidar de duas crianças, a babá Janice Pereira, de 51 anos, esqueceu de tomar a segunda dose contra a Covid-19 e só se deu conta depois que uma agente comunitária ligou para avisar do atraso. Uma equipe de saúde foi até a residência onde ela trabalha, em uma vila do Bom Retiro. "Eles foram nota 10. Já pensou se eu fico sem tomar a minha vacina?"

Diabética e hipertensa, Janice havia recebido a primeira dose em maio e deveria ter retornado ao posto de vacinação em meados deste mês. Perdeu o prazo por poucos dias. "Eu estava com uma data na cabeça e era outra", justifica. "A segunda dose dá um alívio: olha o quanto de gente que já morreu."

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A busca ativa realizada pelas prefeituras é a principal ferramenta para reduzir o índice de faltas em campanhas de vacinação. Na maioria dos casos, tentar contato por telefone ou bater na casa das pessoas são as estratégias mais comuns. Com a pandemia, municípios paulistas também têm recorrido a mutirões de repescagem, carros de som e disparos de mensagem por e-mail, WhatsApp, campanhas em redes sociais ou até mesmo telegrama de acordo com consulta feita pelo Estadão a 34 municípios paulistas.

Dados da Secretaria Estadual da Saúde apontam que mais de 4 milhões já completaram o ciclo de imunização em São Paulo. Em contrapartida, o Estado registrava um total de 1,2 milhão de faltosos nas 645 cidades até a última sexta-feira.

Encontrar, convencer e conseguir vacinar os faltosos se torna prioridade conforme a imunização geral avança. O risco do espalhamento da variante Delta, mais transmissível, também preocupa. O Estadão acompanhou o trabalho de uma das equipes de saúde na capital na tarde de quinta-feira (19).

Medo de reação vacinal, desinformação sobre a necessidade do reforço e fatores sociais, como falta de horário por causa do trabalho, são outros motivos citados para que as pessoas deixem de comparecer. E há situações em que as pessoas acabaram infectadas - e, portanto, têm de adiar o reforço - ou estão acamadas.

Há 13 anos no Sistema Único de Saúde (SUS), a agente comunitária Fernanda Oliveira, de 36, foi a responsável por localizar Janice e alertá-la do atraso. Por conhecer o território, as famílias e a realidade local, a função do agente é considerada indispensável nesse trabalho.

Segundo afirma, Fernanda tem se deparado cada vez menos com pessoas resistentes à vacinação. "Acontecia mais no começo, hoje é um ou outro. A gente busca orientar. Sempre dou exemplo de pessoas famosas que pegaram covid."

Para ela e outros profissionais da área, a maior aceitação da vacina nas últimas semanas pode estar relacionada ao avanço de diagnósticos e mortes por coronavírus. No Estado, são mais de 144 mil óbitos desde o início da crise sanitária. "Tive o caso de uma idosa de 100 anos que tivemos de ir vacinar na casa dela, porque havia fraturado a bacia", relata a agente. "O filho não acreditava na doença, evitava máscara e acabou pegando covid. Ele foi intubado e veio a falecer depois."

Já o técnico de enfermagem Jonas Mendes, de 48 anos, se vale do próprio exemplo no contato com as pessoas. "Tive covid, perdi 9 quilos e fiquei internado por 22 dias. O que digo é: 'Amigo, fui lá em cima e felizmente consegui voltar. Sou a prova viva de que a doença é muito séria'", conta. "Usar um caso que aconteceu comigo mesmo facilita que o outro tenha empatia."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI) de São Paulo, Regiane de Paula, informou nesta tarde que até a terça-feira, 27, 385 mil pessoas não haviam retornado aos postos para tomar a segunda dose da Coronavac, e 363 mil não retornaram para tomar a segunda vacina da AstraZeneca, um total de 748 mil pessoas.

Segundo a coordenadora, o número representa 7% de toda a população que deveria ter sido vacinada no Estado. Apesar de o número não impactar o PEI, a coordenadora apelou que pessoas que deixaram de tomar a segunda dose compareçam aos postos e completem seu ciclo vacinal.

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Regiane afirma que o número de pessoas que não retornaram para concluir seu ciclo vacinal não impactam o PEI, contudo, para o governo do Estado de São Paulo "toda a vida importa".

"O que nós gostaríamos de fato é que nenhuma pessoa que tem a sua segunda dose a ser completada deixasse de procurar a unidade básica de saúde", afirmou, dizendo que o número preocupa, pois o governo gostaria que estivessem todos com o esquema vacinal completo.

Segundo a coordenadora, estratégias para monitorar e incentivar essas pessoas a completarem o seu ciclo vacinal são acordadas sempre com as prefeituras locais.

"A estratégia do município é mandar SMS, e fazer um casa a casa, muitas são as estratégias, mas nós temos trabalhado com total sintonia com 645 prefeituras", afirmou, reforçando apelo para que as pessoas retornem para fazer segunda dose da vacina.

No Estado de São Paulo, 642 mil pessoas estão com a segunda dose da vacina contra a Covid-19 atrasada. A informação foi divulgada pela coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI), Regiane de Paula, nesta quarta-feira (21) em coletiva de imprensa do governo.

No início de junho, quando São Paulo fez uma ação para diminuir o número de pessoas com o esquema vacinal atrasado, 400 mil pessoas precisavam receber a segunda dose. O Estado não divulgou novas ações nesse sentido, mas Regiane pediu para que todos aqueles que tomaram a primeira dose da vacina chequem a data do reforço no cartão de vacinação. "Só com as duas doses você estará protegido", afirmou.

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Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde, falou que o número de pessoas com a segunda dose em atraso é pequeno, mas significativo. "Estamos chamando as pessoas para que tomem a segunda dose e estejam devidamente protegidas", falou.

João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19, falou que todas as campanhas de vacinação com imunizantes aplicados em duas doses apresentam uma dificuldade adicional relacionada ao cumprimento do calendário. Para ele, outro fator que pode estar fazendo com que as pessoas não tomem a segunda dose são os efeitos colaterais sentidos após a primeira. "Isso é um equívoco", disse.

Gabbardo também pediu que o Ministério da Saúde faça campanhas de informação e conscientização sobre a importância da segunda dose. Ele acredita que uma comunicação mais eficaz por parte do governo federal fará com que os motivos que impactam na baixa adesão sejam superados.

O Estado já registra transmissão comunitária da variante Delta do coronavírus. A cepa é mais transmissível que a Gama, atualmente dominante no País. Por isso, a vacinação com duas doses é ainda mais importante. "Essas variantes têm sido mais frequentes naquelas pessoas que ainda não têm a segunda dose da vacina", afirmou Gabbardo.

O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), informou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (21) que as gestantes e puérperas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca poderão completar a imunização com a vacina da Pfizer. A aplicação da dose complementar começa na próxima sexta (23). As pessoas elegíveis devem procurar o posto de saúde no prazo descrito na carteira de vacinação.

Rossana Pulcineli, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), afirmou que já existem estudos mostrando que a combinação das vacinas da AstraZeneca e Pfizer é segura, eficaz e não causa nenhum efeito adverso importante. "Nesse momento, a mortalidade pela covid é muito superior a qualquer risco teórico relacionado à vacina", disse. Ela reforçou que a vacinação pode ser feita em qualquer idade gestacional e que a aplicação da segunda dose é muito importante para evitar o agravamento da doença.

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O governador João Doria não participou da coletiva porque foi infectado pelo coronavírus e cumpre isolamento. Ele apareceu em transmissão ao vivo no início da entrevista. "Eu estou bem, cumprindo a quarentena completamente assintomático e a razão para isso é a vacina. Eu tomei no braço as duas doses da Coronavac. A vacina que me salvou e tem salvo milhões de brasileiros", disse.

Melhora

Garcia informou que o número de novas internações por covid-19 nos últimos sete dias foi o menor desde o início do ano. "Isso é reflexo do avanço da vacinação", disse. A média de novas hospitalizações entre os dias 15 e 21 de julho ficou em 1.403. Apesar da queda, o total de internados ainda é alto e 6.920 pessoas ocupam hoje leitos de UTI em todo o Estado. Até 26 de fevereiro, antes da segunda onda, o número era mais baixo.

O vice-governador também disse que 288 municípios paulistas - 44% do total - não registraram mortes por covid na última semana. São Paulo já acumula 3,9 milhões de casos de covid-19 e 135,9 mil mortes em decorrência da doença desde o início da pandemia.

A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, afirmou que novas medidas de relaxamento da quarentena para o mês de agosto serão divulgadas na próxima semana. Até o dia 31 de julho, todas as restrições permanecerão iguais.

Segunda dose em atraso

A coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI), Regiane de Paula, disse que 642 mil pessoas estão com a segunda dose em atraso no Estado. Ela pediu para que todos olhem suas carteiras de vacinação e confiram a data da segunda dose. "Só com as duas doses você estará protegido", afirmou. No início de junho, quando São Paulo fez uma ação para aplicar somente a segunda dose, 400 mil pessoas estavam com o esquema vacinal atrasado.

João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19, falou que todas as campanhas de vacinação com imunizantes aplicados em duas doses apresentam uma dificuldade adicional relacionada ao cumprimento do calendário. Para ele, outro fator que pode estar fazendo com que as pessoas não tomem a segunda dose são os efeitos colaterais sentidos após a primeira. "Isso é um equívoco", disse.

Programa Bolsa do Povo

O pagamento para os beneficiários inscritos no programa Bolsa do Povo, que oferece vale gás e auxílio financeiro a famílias de baixa renda que perderam parentes para a covid, começou nesta quarta-feira. Segundo a secretária estadual de Desenvolvimento Social, Célia Parnes, o vale gás beneficiará 104 mil famílias com três parcelas de R$ 100 pagas a cada dois meses (julho, setembro e novembro).

Já o programa São Paulo Acolhe irá oferecer auxílio financeiro a 15 mil famílias inscritas no Cadastro Único que perderam parentes para a covid-19 e tenham renda mensal de até três salários mínimos. O pagamento será feito em seis parcelas de R$ 300, totalizando R$ 1.800.

Mais informações estão disponíveis no site do Bolsa do Povo (clique aqui). Dúvidas podem ser tiradas através do telefone gratuito 0800 7979 80 ou pelo WhatsApp (11) 98714 2645.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), recebeu, nesta sexta-feira (4), a segunda dose da vacina contra Covid-19. O governador recebeu a segunda dose da Coronavac 28 dias após a aplicação da primeira dose do imunizante - vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac.

A aplicação foi realizada, novamente, pela enfermeira Mônica Calazans, a primeira pessoa vacinada contra Covid-19 no Brasil.

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Doria, que tem 63 anos, chegou ao Centro de Saúde I "Doutor Victor Araújo Homem de Mello", em Pinheiros, zona oeste da capital paulista, pela manhã.

A imunização do tucano acontece às vésperas do "Dia D" da imunização no Estado.

O governo pretende aplicar, neste sábado (5), a segunda dose da vacina contra Covid-19 em quem não compareceu aos postos nos prazos indicados para receber a imunização completa e garantir a proteção contra a doença.

A iniciativa é dedicada exclusivamente a alcançar mais de 400 mil pessoas que não completaram o seu esquema vacinal, ou seja, receberam apenas a primeira dose e perderam o prazo da segunda - 28 dias para a vacina do Butantan e 12 semanas para a da Fiocruz/Astrazeneca.

Em meio à falta de vacinas contra a Covid-19, o número de brasileiros que estão com a segunda dose do imunizante atrasada triplicou em um mês e já chega a 5 milhões, segundo levantamento feito pelo Estadão na base de dados de vacinados do Ministério da Saúde, disponível no site Open Datasus.

No dia 13 de abril, o órgão federal informou que cerca de 1,5 milhão de pessoas não haviam retornado no prazo para tomar a dose de reforço. Os dados levantados incluem qualquer caso de segunda dose fora do prazo: tanto pessoas prejudicadas pela falta do imunizante, que passou a ocorrer, quanto aquelas que não retornaram por razões pessoais (esquecimento, desistência etc).

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São 4.519.973 pessoas com a segunda dose da Coronavac atrasada e outras 532.737 com o imunizante da AstraZeneca/Oxford fora do prazo. A primeira tem intervalo máximo recomendado de 28 dias entre as duas doses. No caso da segunda, o período recomendado é de 12 semanas, mas a maioria das unidades de saúde tem agendado a segunda aplicação para depois de 90 dias - prazo considerado na análise.

O levantamento do Estadão inclui dados preenchidos até 14 de maio, mas considerou para o cálculo de doses atrasadas apenas aqueles registros de pessoas que deveriam ter recebido a injeção até o dia 8. Isso porque o tempo médio entre a aplicação e a notificação no sistema l é de seis dias. A reportagem excluiu ainda os registros em que um mesmo paciente aparece com três doses ou mais, o que pode caracterizar falha no preenchimento ou fraude.

A análise mostra um número expressivo de pessoas com a segunda dose atrasada há semanas. Entre os 4,5 milhões com a Coronavac atrasada, 1,7 milhão já espera a segunda aplicação há mais de 20 dias além do prazo máximo previsto em bula. Destes, há 379,2 mil pessoas que estão com a dose de reforço atrasada há mais de dois meses.

Embora o Ministério da Saúde e especialistas afirmem que um atraso de poucos dias entre as doses não deva comprometer a eficácia do imunizante, não há estudos ainda que confirmem qual seria o atraso máximo tolerável. A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, diz que, além do risco de queda na eficácia e de "perda" de uma dose no caso de necessidade de reiniciar a vacinação, o atraso da segunda dose também preocupa porque deixa a população que já tem direito ao imunizante desprotegida por mais tempo. "A vacina só vai atingir a eficácia desejada após a segunda dose. Enquanto isso, a pessoa fica por mais tempo suscetível à infecção", diz.

A especialista diz que isso é especialmente preocupante no caso da Coronavac, que tem uma eficácia menor com apenas uma dose. Os estudos clínicos demonstraram que a taxa de proteção 28 dias após a primeira aplicação é menor que 50%, mas chega a 62,3% duas semanas após a aplicação da segunda dose, se o intervalo entre as duas injeções for de 21 a 28 dias. Já a vacina de Oxford/AstraZeneca confere proteção de 76% depois de 22 dias da primeira dose. O nível de anticorpos, no entanto, começa a cair após 90 dias, por isso o reforço.

Orientação federal

O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, afirma que o principal motivo do alto número de segundas doses em atraso é a falta de imunizantes. "Em março veio uma orientação do Ministério da Saúde para que as prefeituras usassem todas as doses enviadas. Isso prejudicou muito", diz ele.

De fato, o ministério orientou, na ocasião, os gestores municipais a acelerar a campanha, sem considerar que o cronograma de entrega da Coronavac poderia sofrer atrasos. Na segunda quinzena de abril, foi justamente o que aconteceu. Prejudicado pela demora no envio do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da China, o Instituto Butantan, produtor da Coronavac no Brasil, não entregou cerca de 4 milhões de doses. A entrega só foi feita na primeira quinzena de maio, mas, segundo a CNM, não foi suficiente para atender todos que esperavam.

Pesquisa feita pela confederação com dados de 2.972 municípios e divulgada na quinta-feira mostra que ao menos 1.140 cidades relataram ainda sofrer falta de vacina para a aplicação da segunda dose. A maioria (1.140) relata escassez da Coronavac, mas há também 90 prefeituras que responderam estar desabastecidas do imunizante de Oxford/AstraZeneca. Aroldi diz ainda que a falta de uma campanha de comunicação liderada pelo ministério tem dificultado a orientação da população sobre as datas e a importância da segunda dose. "Cada cidade está fazendo de um jeito. Algumas agendam, outras só informam a data em um cartãozinho."

Ele cita até casos de pessoas que não voltam à unidade de saúde para a segunda dose com medo de efeitos colaterais, principalmente depois de relatos de que o imunizante da Oxford/AstraZeneca pode causar coágulos. O evento adverso, no entanto, é raríssimo e não levou à contraindicação do produto. O uso da vacina só está suspenso para gestantes e puérperas.

Exemplos

Pelo País, multiplicam-se os relatos de pessoas, sobretudo idosos, com a segunda dose atrasada. A servidora pública Lilian Rigo, de 42 anos, conta que a mãe, de 67, espera desde o dia 6 de maio pela segunda dose na cidade de Dores do Rio Preto, no interior do Espírito Santo. "Minha tia morreu há 15 dias de covid e fico com medo pela minha mãe. Fico muito ansiosa de saber que ela poderia já estar protegida e não está por uma desorganização do governo", diz.

A universitária Letícia Emanuelly, de 19 anos, conta que o avô, de 66 anos, esperou ainda mais tempo. Morador do interior do Rio Grande do Sul, ele deveria ter recebido a segunda dose da Coronavac no dia 28 de abril, mas não encontrou a dose nos postos da sua cidade. O idoso foi finalmente vacinado nesta segunda-feira, 19 dias depois do prazo previsto. Ele trabalha como vendedor autônomo e tem enfrentado dificuldades para pagar as contas depois de tanto tempo de isolamento.

Governo

O Ministério da Saúde orienta os que estão com a dose atrasada a tomarem o imunizante assim que ele estiver disponível, mesmo que em atraso. Questionado sobre o aumento de pessoas com esquema vacinal incompleto, o ministério afirmou apenas que a orientação é que Estados e municípios "sigam à risca o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19", incluindo os informes técnicos que acompanham cada lote e definem públicos imunizáveis.

O órgão disse ainda que enviou aos Estados, na semana retrasada, 4,8 milhões de doses de vacinas para atender exclusivamente à segunda etapa de vacinação. Na semana passada, disse o ministério, foram enviadas mais 3,6 milhões de doses para completar o ciclo vacinal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A prefeitura do Rio informou em nota que vai retomar a aplicação da segunda dose da Coronavac. No sábado (1º), o município anunciou que iria adiar a vacinação por dez dias, após o estoque do imunizante ter se esgotado. Neste domingo (2), a Secretaria Municipal de Saúde confirmou a retomada do calendário após o recebimento de 17 mil doses da vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Pessoas com 67 anos ou mais poderão receber a segunda dose a partir da próxima terça-feira (4). A vacinação com a segunda dose de Coronavac para acamados e idosos acima de 70 anos tinha sido mantida para esta segunda-feira. No sábado (8), será a vez daqueles com 66 anos ou mais. O calendário do município prevê a segunda dose de idosos com 65 anos e 64 anos para o dia 13 de maio e os de 63 a 61 anos para o dia 17.

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Após atraso na entrega do novo lote da Coronavac prejudicar a aplicação da 2ª dose da vacina em diferentes cidades brasileiras, o Ministério da Saúde anunciou, nessa quarta-feira (28), que 104,8 mil doses do imunizante do Instituto Butantan serão distribuídas a partir de quinta-feira (29).

A Coronavac deve ser administrada com o intervalo de até 28 dias entre as duas doses, mas idosos de ao menos oito Estados já ultrapassaram esse prazo sem que a segunda dose fosse ofertada. De acordo com o Ministério da Saúde, as doses são destinadas para a vacinação justamente de idosos entre 60 e 64 anos, forças de segurança e salvamento e Forças Armadas que atuam na linha de frente da pandemia. Ainda, estão sendo enviadas vacinas adicionais para imunização de trabalhadores da saúde de Santa Catarina.

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Além do imunizante do Butantan, o governo federal informou que também serão distribuídos 5,1 milhões de doses da AstraZeneca/Oxford, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Todos os estados e o Distrito Federal vão receber as novas remessas em uma divisão proporcional.

Na nota, o Ministério da Saúde reforça a importância para todos tomarem a segunda dose da vacina, "mesmo que a aplicação ocorra fora do prazo recomendado pelo laboratório, para assegurar a proteção adequada contra a doença".

Com o novo lote, o governo informou que já foram destinadas a todas as Unidades Federativas mais de 62,6 milhões de doses de imunizantes, com um alcance de aproximadamente 37,5 milhões de brasileiros.

De acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto a secretarias de 26 Estados e Distrito Federal nesta quarta-feira, 28, o número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a Covid-19 no Brasil chegou a 30.740.811, o equivalente a 14,52% da população total. Nas últimas 24 horas, 481.336 pessoas receberam a vacina.

Entre os mais de 30 milhões de vacinados, 14.621.694 receberam a segunda dose, o que representa 6,90% da população com a vacinação completa contra o novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, 631.911 pessoas receberam essa dose de reforço. Somando as vacinas de primeira e segunda dose aplicadas, o Brasil aplicou 1.113.247 imunizantes nesta quarta-feira.

Depois de receber a segunda dose da vacina contra a covid-19, o vice-presidente afirmou nesta segunda-feira, 26, que o imunizante é recomendado pelo governo e que, aos poucos, o País vencerá a crise sanitária com o avanço da imunização. Com 67 anos, o vice-presidente havia sido vacinado com a primeira dose em 29 de março, quando recebeu a Coronavac, imunizante produzido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

"Segunda dose tomada. A vacina está avançando e pouco a pouco vamos ter todo mundo imunizado, (vamos) acreditar nesse processo que a gente vai vencer essa doença aí, apesar das pessoas que temos perdido. Mas, vamos ganhar isso aí", disse o vice-presidente na saída de um posto de vacinação drive thru em Brasília.

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Questionado se recomendava a vacinação, Mourão respondeu: "Lógico. O governo está vacinando porque ele recomenda. Ninguém foge disso aí." O vice-presidente evitou responder quando questionado sobre a CPI da Covid, que deve ser instalada amanhã e mira principalmente as ações e omissões do governo federal durante a pandemia. "Isso aí não tem nada a ver comigo", disse.

Diagnosticado no fim do ano passado, Mourão foi um dos integrantes do governo a contrair a covid-19. Mesmo antes de ser infectado pelo vírus, Mourão sempre deixou claro a intenção de se vacinar. Nas redes sociais, o vice-presidente comentou ter recebido a segunda dose e reforçou a necessidade da população seguir recomendações sanitárias.

"Ciclo completo! Hoje fui vacinado com a 2ª dose da Coronavac. Estimulo a todos que se vacinem quando chegar o momento e que se protejam do vírus da #COVID19, mantendo o distanciamento, não se aglomerando com pessoas desconhecidas, higienizando as mãos e utilizando a máscara", escreveu em sua página oficial no Twitter.

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um apelo nessa segunda-feira (12), em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil, para que pessoas que foram imunizadas com a primeira dose da vacina contra Covid-19 não desobedeçam a prescrição do medicamento e tomem, dentro do prazo recomendado, a segunda dose do imunizante.

Questionado sobre o suprimento de vacinas e o andamento da campanha de imunização nacional, Queiroga reafirmou sua meta de aplicação de 1 milhão de doses de vacina por dia. Segundo o ministro, a articulação do governo federal para a aquisição de mais vacinas é constante e busca aprimorar o fluxo já existente. “Podemos fazer mais? Sim, podemos. Mas precisamos de mais doses e isso é um esforço diário dos ministérios com os países que produzem vacinas”, afirmou.

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Gripe

O ministro falou também sobre a campanha de vacinação contra a gripe iniciada nesta segunda-feira, ajudará no descongestionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) em virtude da pandemia de Covid-19. Segundo o médico, a vacinação contra a gripe deverá ajudar a reduzir a ocupação de unidades de terapia intensiva (UTIs). “No contexto da pandemia de Covid-19, com o sistema de saúde pressionado, vacinar contra a gripe pode ser um ativo importante para reduzir o número de pacientes que precisam de terapia intensiva, reduzindo os óbitos - que é o nosso objetivo.”

O ministro afirmou que a campanha de vacinação contra a gripe obteve resultados positivos em outros anos e espera que uma grande parcela da população seja vacinada. “No passado, em 2020 e já na pandemia, conseguimos vacinar 90% do público-alvo”, disse.

CPI da Covid

Sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, Queiroga afirmou que “se preocupa mais com CTIs do que com CPIs” - em alusão aos centros de terapia intensiva, que estão sobrecarregados em diversas regiões do país.

“Não cuidamos de política na saúde, mas de políticas de saúde. Se for o caso, vamos prestar os esclarecimentos devidos para que fique claro o que tem sido feito para apoiar o povo brasileiro na pandemia”, disse o ministro. 

Queiroga afirmou ainda que há preocupação em aprimorar a capacidade do ministério em relação aos bancos de dados da pandemia e da saúde em geral e que é importante que haja transparência nos números apresentados à população.

Atendimento precoce

Sobre falas em relação a tratamentos precoces no tratamento da Covid-19, Queiroga voltou a afirmar que a experiência e o conhecimento médico são soberanos e que não houve qualquer manifestação por parte do governo federal para validar protocolos de tratamento precoce - termo que Queiroga fez questão de diferenciar do que chama de atendimento precoce.

“O presidente Bolsonaro apenas disse que os médicos devem ter autonomia. Autonomia médica é algo milenar. A medicina se rege por princípios bioéticos próprios, como o princípio da beneficência, o princípio da autonomia. O uso de medicamentos off label [uso que não é descrito em bula] é uma prática comum, já que é uma doença nova. Mesmo para medicamentos em que há aceitação e estudos randomizados, ainda não temos no bulário essa indicação”, explicou.

Questionado sobre discussões anteriores à sua gestão, como a do uso de cloroquina, Queiroga afirmou que o que importa para os pacientes é ter atendimento especializado de qualidade, com médicos treinados para atender ao sintoma mais grave da evolução da Covid-19, a chamada tempestade de citocina - reação autoimune do organismo que inunda os vasos pulmonares com estruturas de defesa que acabam atrapalhando o funcionamento saudável do órgão. 

“Eu não vim para o ministério para discutir cloroquina. Vim para organizar e ser eficiente não só no tratamento da pandemia, como de outras doenças”, disse.

Grupos prioritários

Queiroga afirmou que há várias solicitações do chamado “fura-fila da vacina” - situação caracterizada pela solicitação de grupos e classes profissionais que pedem prioridade na imunização. Para o ministro, a solução viável é ampliar o estoque e fortalecer a campanha de maneira a agilizar a vacinação integral dos brasileiros.

Na oportunidade, Queiroga revelou que a categoria dos caminhoneiros será incorporada ao grupo prioritário. O ministro disse que o anúncio oficial e os detalhes serão revelados em breve pela pasta.

A gestão João Doria (PSDB) decidiu que não irá mais retardar o intervalo de tempo entre a aplicação da primeira e da segunda dose da vacina contra o coronavírus, como chegou a cogitar no começo desta semana. O intervalo entre as doses da Coronavac, o imunizante produzido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, será o mesmo usado nos testes da vacina, de até 28 dias.

"Cumpriremos de forma clara os 28 dias para aplicação da segunda dose de todo o grupo que compõe a fase 1", disse a coordenadora do Centro de Controle de Doenças do Estado, Regiane de Paula. Por 'fase 1', ela se referia a profissionais de saúde da linha de frente do combate à doença, indígena, quilombolas e idosos que vivem em instituições como asilos. Nesta sexta, o governo anunciou datas para início da vacinação de idosos de 85 anos ou mais.

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A tomada de decisão pelo recuo se deu após falta de entendimento com o Ministério da Saúde: São Paulo queria que o governo federal desse garantias que, aplicadas todas as doses disponíveis, Brasília desse garantias de que houvesse novas doses suficientes para a segunda aplicação.

"O que foi pleiteado ao ministério, o questionamento que foi feito, é se nós poderíamos utilizar essas doses que foram guardadas (nos armazéns da Secretaria Estadual da Saúde), para ampliar de forma mais célere a imunização, e que o ministério desse, portando, uma garantia de que, naquele prazo da segunda dose, nós teríamos mais vacinas", afirmou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn. "Isso não foi colocado pelo ministério", continuou. "Então, por uma questão de segurança e respeito a todos que foram imunizados, nós mantivemos essas doses guardadas." Essas doses, agora, serão usadas para a aplicação do reforço - que é vital para que o processo de imunização contra a covid-19 tenha êxito.

A ideia era que, se não tivesse de reservar parte das doses neste momento, o governo poderia ampliar a base de pessoas que receberam a primeira parte do imunizante. Com quase duas semanas de campanha de vacinação, 353 mil pessoas receberam a primeira dose da vacina, menos de 1% da população do Estado. Para que o vírus seja controlado no Estado, será preciso vacinar 33 milhões de pessoas, segundo os especialistas.

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, criticou a posição do ministério, afirmando que haverá doses suficientes para a segunda aplicação no momento adequado. "Pessoalmente, não concordo com essa posição de reservar 50% das doses. Acho que isso não é condizente com a epidemia, com a gravidade da epidemia e acho que não é (uma decisão) eticamente sustentável", disse.

"Acho que há aí uma análise não factual. É uma análise absolutamente burocrática que não tem levado em consideração a gravidade do momento. Tem municípios que estão usando integralmente as doses e acho que eles estão se baseando nesse aspecto: o problema da gravidade da pandemia e a questão ética", continuou Covas. "Se existem doses disponíveis, por que não usar essas doses e quando chegar o momento certo, da segunda dose, obviamente que haverá segunda dose."

"O que não faz sentido neste momento é reservar 3 milhões de doses das que foram liberadas na prateleira", complementou o presidente do Butantan, para depois concluir: "Eu, pessoalmente, acho que não é uma medida acertada, (mas) não quero polemizar com o ministério."

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