Tópicos | 7 de setembro

Em entrevista após as celebrações do bicentenário da independência, nesta quinta-feira (8), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, justificou sua ausência do desfile de 7 de setembro em Brasília, alegando que como não havia clareza da separação das celebrações cívicas das manifestações político-eleitorais, na dúvida, preferiu não participar. "Em relação a 7 de setembro, houve dois momentos: o desfile cívico e depois os desdobramentos com cunho político-eleitoral. Como não havia clareza do que era um momento ou outro, preferi não participar pois não pretendia externar manifestação política. Além disso, considerei também que os três Poderes comemorariam neste dia 8 o bicentenário", disse aos jornalistas. 

 Rodrigo Pacheco reconheceu que o 7 de setembro levou multidões às ruas das principais cidades do país e elogiou a postura da população, que, segundo ele, agiu de forma pacífica e ordeira em torno de um projeto político, o que deve ser respeitado. 

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 "Considero que temos que valorizar o mais importante: o 7 de setembro esse ano é especial. Deve haver o compromisso de todos de reconhecer a importância da data. Como estamos num processo eleitoral, as manifestações acabam misturando o dever cívico e o aspecto político. E essa divisão tem que ficar clara, até porque a data não pertence a um grupo ou a um partido. Essa clareza é importante que todos tenham", avaliou. 

 Ausência de Bolsonaro

Indagado sobre a ausência do presidente Jair Bolsonaro à sessão solene desta quinta-feira, Rodrigo Pacheco lamentou, mas destacou que os convidados têm a liberdade de decidir se participariam ou não.

O senador informou que ficou sabendo da ausência do chefe do Executivo pouco antes do início da sessão e preferiu não comentar: "Nosso desejo era que ele pudesse estar presente e seria bem-vindo. A opção de não vir tem que ser indagada a ele [...] Até o inicio da sessão, acreditava na presença mas não sei a motivação, por isso não vou fazer juízo de valor em relação a isso [...] Não posso afirmar ter sido desfeita ou qualquer coisa que o valha; declinaram do convite, mas não sei o motivo", esclareceu. 

Elogios

Em relação aos eventos comemorativos de hoje, o presidente do Congresso classificou a sessão solene de "irretocável e muito bonita" e fez elogios ao pronunciamento do chefe do Executivo de Portugal, Marcelo Rebelo.   

"Essa sessão foi histórica, e o pronunciamento do presidente Rebelo foi um das coisas mais belas que vi. Ele recebeu o respeito pelo que representa, como líder de nossa pátria-mãe. Foi irretocável, muito bonita e celebrou com dignidade o bicentenário da independência", afirmou.   

Enfermagem

O senador voltou a afirmar que a busca de uma solução que viabilize o pagamento do piso salarial dos profissionais de enfermagem continua sendo uma das prioridades do Congresso Nacional. Ele informou que vai já nesta quinta-feira tentar um entendimento com o Ministério da Economia e com outros setores do Executivo. 

"Votamos a lei e queremos que seja aplicada. Agora temos que dar alternativa e vou me desdobrar nesse trabalho. Queremos resolver o mais rápido possível, até porque é obrigação nossa, do Congresso, dar uma solução a isso", destacou. 

*Da Agência Senado

As áreas jurídicas das campanhas dos presidenciáveis já começaram a acionar a Justiça Eleitoral apontando suposto uso político, pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), dos atos em comemoração ao bicentenário da Independência. Especialistas ouvidos pelo Estadão consideram que Bolsonaro pode responder por abuso de poder econômico e político, por utilizar recursos públicos para promover um ato de campanha durante celebrações cívicas.

A senadora Soraya Thronicke, candidata do União Brasil à Presidência, afirmou no Twitter que pedirá que o tempo de TV e rádio de Bolsonaro no horário eleitoral seja redistribuído para os demais concorrentes. "Um dos pedidos da nossa ação judicial quanto ao que Bolsonaro fez no 7 de Setembro vai ser o corte de seu tempo de TV e rádio na propaganda eleitoral. Ainda vou pedir que este tempo seja redistribuído entre os demais candidatos à Presidência, para que a equidade seja respeitada."

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Integrante da coordenação da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que vai acionar o TSE para investigar se o presidente abusou da máquina pública. Nas redes sociais, o parlamentar disse ver "atos explícitos de campanha".

O PDT, partido de Ciro Gomes, entrou com representação pedindo que o TSE investigue se a campanha de Bolsonaro usou recursos para patrocinar a ida de apoiadores aos atos, mas o pedido foi negado ontem mesmo pelo ministro Raul Araújo. O partido entrará com uma nova representação na corte questionando o uso político do 7 de Setembro.

Na véspera do feriado, o Ministério Público Federal já havia aberto um inquérito civil para que o governo adote "medidas de prevenção" para que o desfile cívico "não se confunda com ato de natureza político partidária". A solicitação foi remetida, por ofício, ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Procurado, o governo federal não se posicionou até a conclusão desta edição.

Contexto

O advogado Volgane Carvalho, secretário-geral da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), avalia que o desfile cívico-militar foi usado para promover um ato eleitoral do presidente. "Se você olha a manifestação deslocada do contexto, foi um discurso realizado depois do evento oficial, em um trio elétrico particular. Isso não configuraria, em tese, nenhum problema", afirmou.

"Mas, quando a gente olha em um contexto maior, o fato é que houve um evento oficial, que atraiu muita gente, com dispêndio de recursos públicos para criar uma superestrutura. Quase no mesmo espaço, você teve um evento de campanha particular, cuja repercussão e o alcance se devem em grande parte ao evento que veio antes", completou.

Na avaliação do advogado, os pedidos de voto feitos por Bolsonaro deixam claro que o discurso teve natureza político-eleitoral. "Falou em vitória, em votar certo, em impedir que alguém volte ao poder e outras expressões. Naquele contexto, ficou muito nítido que o que estava acontecendo ali era um ato de campanha, com pedido de voto, inclusive um pedido de mobilização dos eleitores para convencer outras pessoas a aderirem aquela campanha", afirmou.

O advogado Cristiano Vilela, especialista em direito público e integrante da Abradep, também viu uso eleitoral. "O discurso não é o problema, mas ele começou a extrapolar, com falas de conteúdo político-eleitoral. Aí sim ele extrapolou os limites e começou a fazer campanha eleitoral dentro de uma estrutura indevida. Ali eu vejo que, de fato, ele ultrapassou os limites estabelecidos na legislação."

A advogada Juliana dos Santos, doutora em teoria do Estado pela USP, disse que o presidente aproveitou a celebração cívica para "movimentar a máquina pública em favor da sua campanha", o que cria uma situação de desequilíbrio eleitoral, de acordo com ela.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O desfile militar alusivo ao bicentenário da Independência na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, evidenciou o isolamento político do presidente Jair Bolsonaro. Os chefes dos outros dois Poderes: o senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, e Luiz Fux, do Superior Tribunal Federal (STF), não participaram do ato cívico.

Durante parte do evento, Bolsonaro se colocou ao lado do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Um pouco mais distante, mas no mesmo palanque, estiveram mais dois chefes de Estado: José Maria Neves, de Cabo Verde, e Umaro Sissoco Embal, de Guiné-Bissau. Os governos de Angola e Moçambique, que sempre mantiveram uma relação próxima com o Brasil, enviaram apenas representantes oficiais.

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No ano passado, quando o México comemorou o seu bicentenário de independência, mesmo com as restrições impostas pela pandemia, mais de 50 delegações estrangeiras estiveram ao lado do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.

Também não prestigiaram o desfile dessa quarta-feira (7), os presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes - alvo de protestos de apoiadores de Bolsonaro. Os ausentes preferiram usar as redes sociais para divulgar mensagem sobre o 7 de Setembro.

Aliado de Bolsonaro, Lira justificou que estava em um evento de campanha em Alagoas ontem. "Há 200 anos começava a nascer o Brasil de hoje, com um futuro de desafios, decisões difíceis, mas necessárias e grandes conquistas a alcançar", escreveu. "O Brasil independente é sempre o que olha para frente."

Alvo de críticas em faixas e cartazes exibidos por manifestantes nas ruas das principais capitais, ontem, Moraes também preferiu emitir uma declaração protocolar no Twitter. "O bicentenário de nossa independência merece ser comemorado com muito orgulho e honra por todos os brasileiros e brasileiras, pois há 200 anos demos início a construção de um Brasil livre e a histórica marcha pela concretização de nosso Estado democrático de direito", escreveu.

Desconforto

As ausências mais marcantes, no entanto, foram dos chefes dos outros dois Poderes. Fux passou o feriado em Brasília, mas preferiu não ir ao desfile. Pacheco, que na semana passada avaliou a possibilidade de comparecer, desistiu na véspera - e usou as redes sociais para se manifestar. "As comemorações deste 7 de Setembro, que marca os 200 anos da independência do Brasil, precisam ser pacíficas, respeitosas e celebrar o amor à pátria, à democracia e o estado de direito."

Uma das poucas autoridades estrangeiras a prestigiar Bolsonaro, o presidente português passou por um desconforto no desfile, quando o empresário Luciano Hang, com seu indefectível traje verde e amarelo, saiu do fundo da tribuna e se colocou na primeira fila, reservada aos chefes de Estado. Rebelo de Sousa, que estava com a expressão simpática, fechou a cara, contrariado.

Após discursar para seus apoiadores em Copacabana, na zona sul do Rio, o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, tomou um banho de mar na Praia de Fora, na Urca, também na zona sul, nessa quarta-feira (7).

O local é de acesso controlado pelo Exército. O mergulho de Bolsonaro foi revelado por um dos filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL), que postou um vídeo em suas redes sociais.

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A imagem foi captada de longe, e no vídeo de 13 segundos é possível apenas ver o presidente se encaminhando para o mar. Na legenda, Flávio afirmou que Bolsonaro estava "recarregando as energias". O presidente logo depois foi assistir à partida entre Flamengo x Vélez Sarsfield, pela Libertadores no Maracanã.

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Em discurso no trio elétrico do pastor Silas Malafaia, em Copacabana, na zona sul do Rio, na tarde desta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre religião, aborto, política antidrogas e ideologia de gênero, temas já abordados pela manhã em Brasília.

"Nós somos um governo e sabemos que o nosso Estado é laico, mas presidente é cristão", afirmou. "Defendemos a vida desde a sua concepção, não existe no nosso governo a ideia de legalizar o aborto. Nós sabemos o que passa uma mãe quando seu filho está nas drogas. Nosso governo não aceita sequer discutir a legalização das drogas", afirmou. "Dissemos não à ideologia de gênero. Educação quem dá é o pai e a mãe", disse o presidente.

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"Nosso governo respeita a propriedade privada, nosso governo botou um fim as invasões do MTST pelo Brasil", afirmou também o presidente.

Por fim, em referência ao PT, Bolsonaro afirmou que "nosso governo respeita a nossa Carta da democracia, que é a nossa Constituição". E arrematou: "o outro lado não respeita a nossa Constituição".

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) se concentraram na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife, neste 7 de setembro, em último ato antes das eleições, para prestar apoio à permanência de Bolsonaro na Presidência da República. A caminhada iniciou com uma oração seguida da celebração do Hino Nacional.

Membro do grupo Advogados de Direita Conservadora de Pernambuco, Weverton Cleber, disse que o movimento é importante para demonstrar a coesão e unidade das pessoas "em prol de objetivos para a nossa nação". "Principalmente a cultura, educação, e a economia que têm sido um destaque do governo Bolsonar", disse. "Esse ato hoje tem um simbolismo importante por causa da independência do Brasil, mas ele marca também a demonstração que as pesquisas que estão sendo divulgadas não correspondem com a realidade. Aqui é a demonstração do interesse do povo em permanecer com a gestão do governo Bolsonaro", completou.

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A professora da rede pública, Conceição Oliveira, expressou a necessidade de manter Bolsonaro no poder pela defesa dos princípios da família. “A gente nunca teve um presidente voltado para essa questão dos valores morais, éticos, o respeito pela pessoa, a liberdade do cidadão se expressar e falar o que pensa. Isso é muito importante para o Brasil, principalmente neste momento onde a ditadura quer se instalar, que já instalou em vários países como Argentina, Cuba, Venezuela, mas o Brasil caminha na direção certa”. 

O candidato de Bolsonaro ao Governo de Pernambuco, Anderson Ferreira (PL), não quis falar com a reportagem do LeiaJá.

Por sua vez, o candidato Pastor Wellington Carneiro (PSC), disse que “esse é, de fato, o ato mais democrático da história do Brasil”. “Estamos vendo milhões e milhões de brasileiros indo às ruas expressar o seu sentimento, o que verdadeiramente querem. O povo brasileiro está deixando claro que quer a reeleição do presidente, que quer continuar tendo liberdade, o direito de ir e vir, direito de culto. Aqui não tem ninguém pago. O cidadão pernambucano está vindo às ruas para dizer: ‘queremos continuar com o Brasil verde e amarelo’”. 

A vereadora e candidata a deputada federal Michele Collins (PP), destacou que a população foi às ruas manifestar o “desejo de que Bolsonaro permaneça no poder”. “Que a gente possa dar continuidade a tudo o que a gente tem feito, já que a pandemia foi um momento difícil. Entendemos que precisamos de mais um tempo para Bolsonaro mostrar o trabalho dele”. Candidato à reeleição na Alepe, o Pastor Cleiton Collins (PP) disse que a importância do ato é pelo “fortalecimento, liberdade para o Brasil, liberdade de expressão e liberdade religiosa”. “Contra tudo aquilo o que afeta a família. Bolsonaro representa a família”.

 

Depois de a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocar a esposa do ex-presidente da República, Janja da Silva, na propaganda eleitoral, o presidente da República, Jair Bolsonaro, sugeriu nesta quarta-feira (7) comparar as "primeiras-damas".

"Podemos fazer várias comparações, até entre primeiras-damas", disse Bolsonaro, em discurso em carro de som na Esplanada dos Ministérios, após o desfile que marcou as comemorações da Independência do Brasil.

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De olho no eleitorado feminino, no qual tem alta rejeição, o presidente disse que Michelle Bolsonaro "muitas vezes está na minha frente, não ao meu lado" e disse recomendar aos amigos solteiros que estão "cansados de serem felizes" que se casem "para serem mais felizes ainda".

Logo depois, o presidente beijou a primeira-dama e, ovacionado, aproveitou para puxar um coro de "imbrochável, imbrochável, imbrochável".

“Brasil: 200 anos de (In)dependência. Para quem?”, foi o lema da 28ª edição do Grito dos Excluídos, realizada neste 7 de setembro, que marca o bicentenário de independência no Brasil. No Recife, o movimento saiu do Parque 13 de Maio, no bairro da Boa Vista, área central, e encerrou-se na Praça da Independência, no bairro de Santo Antônio. 

A passeata também acontece em outros Estados brasileiros além de Pernambuco, como o Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Amazonas, Pará, Roraima, Acre, Ceará, Bahia, Mato Grosso e Goiás. 

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A pedagoga Genova Silva, de 64 anos, contou ter uma história de caminhada e luta com o Grito dos Excluídos: “Há muito tempo a gente vem resistindo, mas agora estamos sendo desafiados a vir para a rua com mais força, mobilização e esperança diante da situação difícil que o País está vivendo”. 

Para a pedagoga, sempre existiu polarização e “a gente sempre gritou contra as injustiças”. “Esse ano é que está mais forte diante da situação posta no País. E quem tem caminhada de luta tem a obrigação de vir para a rua. Só o povo na rua é que vai conseguir mudar a situação atual no Brasil”, disse. 

A professora Verônica Santos ressaltou que a importância de ir para as ruas é para “mostrar a indignação do povo brasileiro”. “Eu, enquanto mulher preta, nós, enquanto povo preto; a juventude preta, os idosos pretos, estamos desamparados na saúde e educação. Estamos diante de um gestor do nosso País, que é Bolsonaro, que é genocida. Ele não criou e não tem políticas públicas para nenhuma área das nossas vidas. É uma política de morte que faz com que fiquemos à margem de todos os direitos do bem viver, do direito à vida”.

“Vir para a rua neste dia é para mostrar a indignação, insatisfação com o governo que, a todo momento, só faz mentir sobre todas as desestruturas do Brasil”, observou a professora. 

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Por sua vez, o candidato ao governo de Pernambuco, João Arnaldo (PSOL), afirmou que o ato é uma das “manifestações mais tradicionais de luta e resistência do povo de Pernambuco”. “O nome do grito é em referência ao combate, a exclusão que marca a história de Pernambuco. Especialmente depois de Bolsonaro a realidade da igualdade social piorou, o que também é reflexo de uma política de abandono e falta de iniciativa do governo estadual”, comentou. 

O candidato do PSOL fez críticas à atual gestão do Estado. “Os arranjos da velha política de Pernambuco liderados hoje por Paulo Câmara e representados também nas outras candidaturas que aparecem como oposição, mas estavam com ele quando ele foi candidato, fazem parte deste mesmo projeto político”. 

O “medo da volta do processo da ditadura pelas práticas do governo federal” foi comentado pela candidata a vice-governadora Alice Gabino (Rede Sustentabilidade). “Hoje é um dia que vai marcar para sempre a virada de chave dessa eleição. É a retomada da democracia. Não estamos aqui porque somos excluídos. Aqui é o grito dos incluídos. Somos maioria: povo preto, pobre, mulheres, negros, indígenas. Não dá para falar de política e de um Brasil diferenciado e sustentável sem o povo na rua”. 

A vereadora e candidata a deputada estadual, Dani Portela, exaltou que o lema deste ano foi “muito acertado”. “Na história do Brasil são séculos de desapropriação, genocídio da população indígena que aqui vivia, da escravização da população negra e 200 anos depois da independência os indígenas continuam sendo mortor no governo Bolsonaro”. 

Dani chamou atenção para a importância da retomada das cores e da bandeira do Brasil. “Neste 7 de Setembro Bolsonaro tem convocado as pessoas às ruas. Precisamos retomar as nossas cores verde e amarela, que são do Brasil, e não de um projeto ultraconservador, fascista, autoritário, armamentista e de retirada de direitos historicamente conquistados. Esse ano Bolsonaro pode latir, mas ele não vai morder, porque em terra de Paulo Freire Bolsonaro não se cria”, destacou.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, mandou um recado às autoridades dos outros Poderes que preferiram não comparecer à cerimônia da manhã desta quarta-feira (7), na Esplanada, após o mandatário fazer da cerimônia em comemoração ao Bicentenário do Brasil um ato político. "Hoje todos sabem quem é o Executivo, Câmara, Senado e todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal", disse o presidente de cima de um carro de som estacionado em frente ao Congresso Nacional.

Os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), preferiram não comparecer às comemorações do 7 de Setembro para não terem suas imagens vinculadas à do presidente, temerosos com o tom do discurso de Bolsonaro.

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De fato, o presidente não tratou de amenizar o clima, como queriam integrantes da ala mais moderada da campanha.

"Com reeleição, traremos para dentro das quatro linhas da Constituição todos que ousam ficar fora delas. É obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da Constituição", disse em discurso aos apoiadores, após o desfile cívico-militar.

Em outro momento, ele disse que todos podem "ser melhores no futuro" e criticou as pesquisas de intenção de voto, que o colocam atrás e seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Aqui não tem mentirosa Datafolha, é o nosso data povo", disse, ovacionado.

Entre os manifestantes, alguns seguravam faixas com pedidos de impeachment do STF Alexandre de Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Pelo impeachment de Alexandre de Morais", diz uma das faixas, com a grafia errada do sobrenome do ministro.

Auxílio Brasil, inflação e combustíveis

O presidente Jair Bolsonaro aproveitou discurso em carro de som na Esplanada dos Ministérios para destacar dados econômicos como a criação de empregos, a queda da inflação e dos preços de combustíveis. Na fala a apoiadores, logo após o desfile que marcou as comemorações da Independência, o presidente também ressaltou a criação do Auxílio Brasil, que disse ser um dos programas sociais mais abrangentes do mundo.

"O Brasil ressurge com a economia pujante e uma das gasolinas das mais baratas do mundo. Tem recorde de criação de empregos e inflação despencando", alegou o presidente da República.

Bolsonaro acrescentou que o País respeita a propriedade privada e "combate a corrupção para valer".

O presidente voltou a dizer que o Brasil passou por questões que agravaram as dificuldades econômicas, como a pandemia, e reclamou da "política errada do fica em casa", contrariando, mais uma vez, recomendações de cientistas que defenderam o isolamento social no início da pandemia para tentar controlar a disseminação do vírus em um momento em que ainda não havia vacina.

Ele disse ainda que o Brasil enfrentou consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Na data que marca o Bicentenário de Independência do Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), celebrou a liberdade e a emancipação brasileira. Em publicação no Twitter, o parlamentar afirmou que "Brasil independente é sempre o que olha para frente".

Aliado do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), Lira decidiu não comparecer ao desfile do 7 de setembro em Brasília.

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"Há 200 anos, começava a nascer o Brasil de hoje, com um futuro de desafios, decisões difíceis, mas necessárias e grandes conquistas a alcançar. O 7 de set de 200 anos atrás continua ecoando nas ações e nos compromissos de todos! O Brasil independente é sempre o q olha para frente.nossa história", declarou o presidente da Câmara, em publicação no Twitter. "Vamos em frente, com a mais profunda esperança de que encontraremos, juntos, um novo caminho", concluiu.

Além de Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também não participa das comemorações.

Autoridades de outros Poderes em Brasília estão evitando subir no palanque com Bolsonaro, temendo terem suas imagens vinculadas a do mandatário, sem saber qual será o tom de seu discurso na cerimônia.

Em meio às comemorações do 7 de setembro, nesta quarta-feira, a candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB) afirmou que, apesar dos 200 anos de Independência, a emancipação ainda é um sonho a ser atingido no Brasil. A emebedista diz que, para um país ser independente, é preciso garantir cidadania ao seu povo.

"200 anos se passaram, e vemos que a independência ainda é um sonho a ser atingido", declarou a candidata, em publicação no Twitter. "Um país, para ser independente, precisa garantir cidadania ao seu povo. Comida na mesa, educação de qualidade, emprego, renda e lazer", pontua.

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Em meio ao crescimento nas pesquisas eleitorais de intenções de voto, Tebet reafirmou seu compromisso em reduzir desigualdades, erradicar a miséria e acabar com a fome. "Vida digna a todos! Com amor e coragem, vamos mudar o Brasil de verdade", concluiu.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta mostrou que, para o pleito do primeiro turno, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acumula 44% das intenções de voto, contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 34%.

O candidato Ciro Gomes (PDT) oscilou negativamente 1 ponto porcentual, e agora se consolida com 7% dos votos no primeiro turno. Já Tebet oscilou positivamente 1 ponto porcentual, com 4%.

Pessoas de todas as idades lotaram a Avenida Mascarenhas de Moraes, na Zona Sul do Recife, nesta quarta-feira (7), para apreciar o desfile de 7 de Setembro e comemorar os 200 anos da Independência do Brasil.

A solenidade teve a participação de 320 militares da Marinha do Brasil, 320 da Aeronáutica, 620 da Polícia Militar, e 1.095 do Exército Brasileiro. Além de 180 agentes do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco.

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Fabiana Maria, apesar de morar no Recife, foi a primeira vez que acompanhou o desfile. Mesmo chegando após a saída, ela afirmou ter gostado da experiência. "Achei lindo. A gente não pegou tudo, mas o pouquinho que a gente acompanhou, foi emocionante".

Fernando Queto esteve na Avenida Mascarenhas de Moraes para prestigiar o desfile com a esposa e os netos. Ele, que disse ir todos os ano, observou que essa foi “a primeira vez depois desses tempos [pandemia da Covid-19]”. “Essa também é a segunda vez dos meus netos, mas na primeira eles vieram pequenos. A experiência foi maravilhosa, espero que se repita sempre”, destacou.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e o comandante militar do Nordeste (CMNE), general de Exército Richard Fernandez Nunes, conduziram as celebrações. 

O palanque das autoridades foi instalado em frente ao Campus Recife da Universidade Salgado de Oliveira (Universo). O evento teve início às 7h30, com a revista da tropa pelo comandante militar do Nordeste. Já o desfile propriamente dito começou às 8h30 e foi aberto pelo Destacamento das Escolas e Entidades, que este ano reuniu 41 centros educacionais e entidades da sociedade civil.

Ao ter a presença anunciada, o governador Paulo Câmara (PSB), que foi vaiado pelos presentes, afirmou que as vaias fazem parte de um “ambiente político muito complicado no Brasil”. “Uma eleição muito dura, onde os extremos estão brigando muito. A gente respeita. Faz parte da democracia. Eu só espero que a gente tenha condições, cada vez mais, de fortalecer as instituições. Que a nossa democracia sempre prevaleça no que a gente prega: no estado democrático de direito, onde os valores precisam ser sempre respeitados”. 

Sobre a importância do desfile no marco do bicentenário da Independência do Brasil, o governador salientou que a data deve ser comemorada “sabendo que tem muito o que fazer ainda para o Brasil ser o País que queremos”. “Temos que diminuir as desigualdades, avançar nas políticas sociais para que se tenha mais emprego e renda. Essa data é importante sempre comemorar; é com independência, democracia e justiça que a gente também vai avançar e buscar o País que queremos para o futuro”, disse. 

 

Uma das datas mais tradicionais e emblemáticas da história do Brasil, o 7 de Setembro, este ano, marca os 200 anos desde que o país rompeu os laços com Portugal e passou a abandonar a condição de colônia. A façanha histórica é relatada no hino nacional brasileiro, está alinhada aos valores das Forças Armadas e é rememorada, anualmente, nos desfiles organizados em todo o país. 

Sempre importante e comemorado, o 7S, como tem sido apelidado nos últimos anos, também foi incorporado por movimentos políticos, para reforçar ideais relacionados ao patriotismo, nacionalismo e conservadorismo. Essa movimentação foi intensificada após a posse do presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2018, e a data cívica acabou por se tornar um símbolo bolsonarista, visto em campanhas políticas e em manifestações partidárias. 

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Sem dúvida, o Dia da Independência é, em 2022, uma demonstração de presença e força, pois serve como um atestado em tempo real da polarização política que marca o Brasil. Nesta quarta-feira (7), o chefe do Executivo participa de um desfile do Bicentenário da Independência em Brasília, no Distrito Federal, enquanto sua militância organiza manifestações nacionalmente. 

As pautas se repetem: rejeição ao Partido dos Trabalhadores e ao “comunismo”, ofensas ao Supremo Tribunal Federal e críticas à imprensa. Nos anos anteriores, o caráter antidemocrático desses atos chamou atenção até mesmo internacionalmente. 

LeiaJá também: primeiras horas do 7 de Setembro em 2022 

- - > ‘Bolsonaro cita 1964 e 2016 em fala de 'bem contra o mal'’ 

- - ‘Funcionário do Planalto distribui bandeiras do Brasil’ 

- - ‘Bolsonaro volta a falar em liberdade e convocar para atos’  

Heranças do Brasil Colônia 

Além da perspectiva política, que domina o discurso da Independência na atualidade, o contexto histórico tem um papel fundamental para o posicionamento do Brasil, hoje, enquanto potência mundial. Em desenvolvimento, o país é considerado emergente e mesmo após 200 anos de independência, não conseguiu se recuperar das diversas feridas socioeconômicas provocadas ainda durante a exploração europeia. 

Apesar de ser industrializado e capitalista, o Brasil sofre com uma desigualdade social acentuada, além de um histórico de crises econômicas consecutivas e uma dívida externa alta. Exportador de alguns dos principais commodities no mundo — como minérios e soja —, o Brasil é reconhecido como polo industrial, mas possui uma fragilidade econômica maior do que as grandes potências, como os Estados Unidos e a China. Assim, é visto como uma economia dependente e periférica. 

O baixo investimento em educação, pesquisa e tecnologia também evidencia a dependência tecnológica brasileira, que acaba por atrair mais serviços do setor privado estrangeiro, sem garantia de oferta permanente ou a longo prazo. O LeiaJá convidou um cientista político para elucidar algumas das dúvidas acerca dos significados de independência para o país. Confira a entrevista abaixo. 

— Victor Tavares Barbosa, mestre e doutorando em Ciência Política na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

LeiaJá: A independência surgiu para  romper com os laços da colonização, frente a uma ameaça de recolonização. Esse discurso hoje é bastante aproveitado como metáfora base para diversos políticos. Qual a relação entre a independência e a soberania nacional? Como tem sido utilizado, por exemplo, pelo atual governo? 

VTB: No cenário político, os conceitos de independência e soberania nacional quase sempre são cooptados como elementos de distinção entre “nós” e “eles”. Bolsonaro, enquanto um populista, recorre a esse discurso nacionalista como uma estratégia de mobilização popular contra quem ele considera ser os “inimigos do povo ou inimigos da nação”, no caso, a esquerda. Essa instrumentalização dos signos nacionalistas não é algo novo no Brasil nem no restante do mundo, mas aqui Bolsonaro se coloca enquanto o “defensor da pátria” mais para angariar votos e apoiadores do que realmente como um plano de defesa da soberania e dos interesses nacionais.  

LeiaJá: Como as partes políticas têm lidado com o discurso de permanência ou retorno ao poder? 

VTB: A permanência da direita ou o retorno da esquerda ao governo será uma confirmação do tipo de projeto nacional que a maioria dos brasileiros quer para o país. Enquanto a permanência da direita remonta a um Brasil moralmente conservador e economicamente neoliberal, o retorno da esquerda aponta a uma percepção de que as políticas neoliberais não conseguiram atender às demandas de crescimento econômico e eliminação das desigualdades sociais. E as partes políticas têm lidado exatamente dessa forma e buscado perguntar ao eleitor “qual Brasil você quer?”.

LeiaJá: Quais aspectos da colonização na política hoje? O Brasil é independente de forma econômica e cultural?  

VTB: Na perspectiva de autores decoloniais, como Aníbal Quijano e Walter Mignolo, a colonização não se encerrou com a independência dos países colonizados, mas permaneceu ativa através do sistema de poder vigente. E vai se expressar na política de diferentes maneiras, do micro ao macro, atravessando as clivagens sociais de raça, classe e gênero. Por exemplo, a criação da ideia de raça, que é colonial, naturalizava os colonizados não-brancos como inferiores aos colonizadores para legitimar a subordinação, ainda tem seus reflexos na sociedade e política nacional. Enquanto a representatividade de negros na política continua baixa, essa população é a maioria quando o assunto é pobreza, violência policial, encarceramento em massa – que por sua vez, também são aspectos políticos.  

E a posição do Brasil dentro do sistema capitalista mundial, antes mesmo da nossa formação enquanto Estado, sempre foi dependente. Não é possível visualizar a independência econômica de um país exportador de produtos primários e importador de produtos industrializados. No que tange à cultura, o Brasil também está inserido em um sistema globalizado de trocas constantes, mas desiguais. As produções culturais estrangeiras chegam aqui com muito mais facilidade. São consumidas, absorvidas e ressignificadas pela nossa população. O caminho inverso parece ser muito mais difícil.   

4. O que esperar das manifestações do 7 de Setembro este ano? Qual o tom? 

VTB: Esse 7 de setembro será emblemático. Não só por marcar os 200 anos da independência do Brasil, mas pelo contexto: acontece à beira das eleições. Bolsonaro deve aproveitar a oportunidade para reforçar seu discurso nacionalista, atacar Lula e os Partido dos Trabalhadores, mas evitar investidas contra às demais instituições da República. Os outros candidatos provavelmente se manterão afastados. O próprio PT sinalizou que não convocará atos para o dia, justamente para evitar qualquer confronto com bolsonaristas. 

 

Utilizadas eleitoralmente pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro, bandeiras do Brasil são distribuídas nesta quarta-feira a apoiadores do governo federal presentes ao desfile cívico-militar de 7 de setembro em Brasília por um funcionário do Palácio do Planalto. O colaborador usa crachá da Presidência da República.

Bolsonaristas chegam paulatinamente à Esplanada dos Ministérios, sede do desfile e, depois, de discurso do presidente. Quem chegou primeiro conseguiu se sentar em arquibancada instalada ao lado da área reservada à imprensa e recebeu as bandeirinhas do funcionário do governo.

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Os apoiadores têm comemorado a chegada dos ministros à Esplanada com aplausos, gritos de "mito" e de "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão".

Sob aplausos de apoiadores, o presidente e a primeira-dama Michelle chegaram à Esplanada dos Ministérios para acompanhar o desfile que marca os 200 anos da Independência do Brasil.

O chefe do Executivo, que após o desfile vai discursar em carro de som instalado em frente ao Congresso Nacional e ao lado de tanques de guerra, usa faixa presidencial. Ministros de Estado marcam presença na área reservada às autoridades, mas outros chefes de poder preferiram se ausentar para evitar associações com o tom eleitoral concedido ao evento.

Os ministros Paulo Guedes (Economia), Marcelo Queiroga (Saúde) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência) também chegaram Esplanada dos Ministérios. Antes, os auxiliares do presidente participaram de um café da manhã com o candidato à reeleição no Palácio da Alvorada.

O chefe do Executivo quer mostrar unidade do governo no momento em que tenta fazer do 7 de setembro um ato político que impulsione seus planos eleitorais.

Na Esplanada, militantes o esperam vestidos com camisetas verde-amarelas e carregando bandeiras do País.

Antes de sair do Palácio da Alvorada, nesta quarta-feira (7), para acompanhar o desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, o presidente Jair Bolsonaro (PL) citou 1964, quando um golpe deu início a uma ditadura que durou 21 anos, e 2016, ano do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, para dizer que o "bem sempre vence o mal". O candidato à reeleição estava acompanhado da primeira-dama Michelle e de Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan e alvo do Supremo Tribunal Federal (STF) por ter defendido um golpe caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença a eleição.

"A história pode se repetir. O bem sempre venceu o mal. Estamos aqui porque acreditamos no nosso povo e o nosso povo acredita em Deus. Tendo certeza que, com perseverança e fazendo aquilo que nós pudermos fazer aqui na Terra, ele fará por nós o que for possível", declarou o chefe do Executivo.

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No Palácio da Alvorada, antes de fazer o breve discurso, Bolsonaro ouviu uma oração. Mais cedo, ele havia reunido ministros no local para um café da manhã.

Candidato à reeleição, o chefe do Executivo quis mostrar unidade do governo no momento em que tenta fazer do 7 de setembro um ato político que impulsione seus planos eleitorais. O encontro não constou da agenda oficial de Bolsonaro, mas entrou na do ministro da Economia, Paulo Guedes.

À tarde, Bolsonaro viajará ao Rio de Janeiro para participar de um ato político na Avenida Atlântica, em Copacabana, com apresentações das Forças Armadas. Na orla carioca, é esperado um pronunciamento ainda mais inflamado do que em Brasília.

O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) voltou a convocar a população para ir às ruas nesta quarta-feira, 7 de Setembro. Durante entrevista à TV Brasil no Palácio do Alvorada, ele afirmou que "o que está em jogo é a nossa liberdade, é o nosso futuro, e a população sabe que ela é aquela que nos dá o norte para as nossas decisões".

A Constituição Federal garante desde 1988 a liberdade em seu 5º artigo, que menciona: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, á segurança e à propriedade".

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Bolsonaro começou as comemorações em café da manhã com ministros no Alvorada. Nas imagens transmitidas pela TV Brasil, era possível ver o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; o ministro da Queiroga, Marcelo Queiroga; e o ex-ministro Walter Braga Netto (PL), candidato a vice na chapa de Bolsonaro à reeleição. O café da manhã entrou também na agenda do ministro da Economia, Paulo Guedes.

"A todos do Brasil, compareçam às ruas, dá tempo ainda, de verde e amarelo, as cores da nossa bandeira", convocou Bolsonaro, que pretende capitalizar politicamente o desfile cívico-militar e os atos governistas programados em todo o País. "O Brasil é nosso, sabemos o que queremos, sabemos que aqui realmente é uma terra prometida, um paraíso, lute pela nossa Pátria e pela sua liberdade. Com liberdade, você fica sem limites", disse.

Para Bolsonaro, a festa é mais do que o Bicentenário da Independência. "É a democracia, a liberdade de um povo. É só ver o que está acontecendo na América do Sul e também em outros países. Mas, obviamente, é uma data marcante para nós", afirmou, em crítica a governos de esquerda da região.

Em seguida, o presidente afirmou que sua chegada ao poder em 2019 fez o patriotismo ressurgir no País. "Essa participação cada vez maior da nossa população nesses momentos nos dá força, nos oxigena para ganhar mais coragem ainda para defender o futuro da nossa Pátria", declarou,. "Cada vez mais estamos vendo a economia do Brasil dando exemplo para o mundo. Temos hoje uma das gasolinas mais baratas do mundo", seguiu. Em seguida, destacou a criação do Auxílio Brasil de R$ 600.

O valor do auxílio, porém, terá validade apenas até o fim do ano e não está garantido a partir de janeiro do próximo ano. Recentemente, Bolsonaro mencionou que poderia criar uma taxação de lucros e dividendos como forma de preservar o benefício. Vale lembrar que a Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023, que prevê valor médio mensal de R$ 405 para o benefício.

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), reuniu ministros para um café da manhã no Palácio do Alvorada na manhã desta quarta-feira (7), antes do desfile cívico-militar em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil. Candidato à reeleição, o chefe do Executivo quer mostrar unidade do governo no momento em que tenta fazer do 7 de setembro um ato político que impulsione seus planos eleitorais.

O café da manhã não constou da agenda oficial de Bolsonaro, mas entrou na do ministro da Economia, Paulo Guedes.

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O início do desfile está marcado para as 9 horas, na Esplanada dos Ministérios.

O presidente deve assistir à solenidade e, depois, discursar a apoiadores em um trio elétrico em frente ao Congresso.

À tarde, Bolsonaro viajará ao Rio de Janeiro para participar de um ato político na Avenida Atlântica, em Copacabana, com apresentações das Forças Armadas. Na orla carioca, é esperado um pronunciamento ainda mais inflamado do que em Brasília.

Em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro participou de manifestações antidemocráticas e chegou a afirmar que não cumpriria mais as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A declaração gerou uma crise institucional no País. Naquela vez, o conflito só foi apaziguado com uma carta pública de recuo do chefe do Executivo, dois dias depois, escrita pelo ex-presidente Michel Temer, que indicou Moraes à Corte.

Em postura que expõe o tom político-eleitoral dado às comemorações do 7 de setembro, apoiadores do presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), presentes à Esplanada dos Ministérios para acompanhar o desfile cívico-militar entoam o grito de ordem "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão", em referência ao principal adversário do chefe do Executivo na eleição, e ofendem a imprensa. O espaço reservado aos jornalistas é separado do público em geral por um pequeno alambrado.

O desfile para marcar o Bicentenário da Independência do Brasil acontece em frente ao Ministério da Defesa e será acompanhado por Bolsonaro, que, em seguida, discursará em trio elétrico instalado em frente ao Congresso Nacional e ao lado de tanques de guerra.

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A segurança do Supremo Tribunal Federal (STF), alvo de críticas do presidente e seus apoiadores, foi reforçada.

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai reforçar a segurança no 7 de Setembro por temer ataques isolados de 'lobos solitários'. Integrantes da área de segurança da Corte elaboraram um protocolo de ação para prevenir que apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentem furar o bloqueio montado pelos órgãos de segurança na Esplanada dos Ministérios no dia da Independência. Para garantir a proteção do prédio, a maior parte do contingente de agentes estará de prontidão para conter os desgarrados com o que chamam de uso "seletivo e proporcional da força".

O tribunal não revela o tamanho do efetivo que estará destacado, mas informa que o número será 70% maior do que o escalado no ano passado. Os agentes estarão munidos de diferentes tipos de armamentos, que vão desde de tasers (que disparam choques elétricos) a armas longas, como submetralhadoras.

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Para lidar com um possível cenário de conflito, o STF, além dos agentes da polícia judiciária, deve contar com ao menos 47 vigilantes armados e outros 98 desarmados que integram a equipe de segurança terceirizada. A Corte escalou 100% do efetivo privado para trabalhar no plantão do próximo dia 7 de Setembro.

ALTO RISCO

A segurança do tribunal classifica as manifestações bolsonaristas deste ano como de alto risco ao prédio. O presidente convocou seus apoiadores por meio de discursos inflamados, nos quais cobrou que saiam às ruas "pela última vez" no 7 de Setembro.

O esquema de proteção do STF ainda contará com o apoio de outros quatro tribunais do Distrito Federal, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que concordaram em ceder agentes das respectivas Polícias Judiciais para reforçar a estrutura da Suprema Corte. Uma barreira antidrone também foi montada para evitar ataques aéreos.

Parte importante do protocolo é assegurar a segurança dos ministros. O STF optou por não informar o paradeiro de cada magistrado, mas fontes no tribunal garantem que cada um terá a sua disposição um grupo preparado para protegê-los em diversos cenários.

A Corte firmou um acordo com a PM para impedir que caminhões entrem na Esplanada, como ocorreu no ano passado. Manifestantes bolsonaristas e caminhoneiros ficaram acampados por dois dias em frente ao Congresso. Esse movimento colocou a segurança do STF em alerta vermelho.

TSE

A três quilômetros da Esplanada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também montou um esquema de reforço à segurança. A Corte se tornou o alvo preferencial de Bolsonaro na queda de braço em torno das urnas eletrônicas. A Justiça Eleitoral, porém, não deve ter o mesmo efetivo de guerra deslocado pelo STF.

O TSE é classificado pela equipe da Secretaria de Segurança Pública como parte de um "perímetro secundário", que não terá prioridade nos protocolos de proteção. A Corte Eleitoral estará fechada no dia 7 de Setembro e contará com barreiras de acesso e gradis para limitar o deslocamento na área. Servidores da área de segurança institucional do tribunal dizem que eventuais ataques de radicais não estão no radar, sobretudo pela distância do local em que serão realizadas as manifestações.

A alta adesão de apoiadores de Bolsonaro em Brasília já é perceptível. A taxa de ocupação dos hotéis para 6 a 7 de setembro varia de 70% a 100%, e com tendência de crescimento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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